4- Trichomonas vaginalis

O Trichomonas vaginalis é um protozoário que acomete tanto homens quanto mulheres,

sendo encontrado na vagina e no trato urinário, responsável por causar uma infecção
não-viral. Este protozoário é anaeróbico, ou seja, se reproduz na ausência de oxigênio
na faixa de pH entre 5 e 7,5 e entre as temperaturas de 20°C à 40°C, tendo como sua
principal fonte de energia a glicose, frutose, maltose, glicogênio e amido, e consumo de
arginina, treonina e leucina.

Trata-se de uma célula elipsóide, com quatro flagelos desiguais e uma membrana,
núcleo elipsóide, e com a ausência de mitocôndrias. Possui uma estrutura rígida e
proteica, formada por microtúbulos que se estendem do centro do organismo à
extremidade posterior, e que se multiplicam através de divisão binária.

https://aia1317.fandom.com/pt-br/wiki/Tricomonose_ou_tricomon%C3%ADase_-
_Trichomonas

4.1 - Patogenia

A infecção pelo Trichomonas vaginalis ocorre quando o pH do indivíduo está maior do

que 5,0, havendo a redução de Lactobacillus acidophilus e o aumento de bactérias
anaeróbicas. No momento de infecção há a formação de pseudópodes e a anulação de
células imunes, tendo sua aderência nas células do hospedeiro devido aos fatores de
virulência, tais como adesinas, cisteína-proteinases e o CDF.

As cisteína-proteinases são liberadas pelo parasita Trichomonas vaginalis, tendo efeito

citotóxico e hemolítico, ou seja, possuem a capacidade de destruição de outras células
devido à liberação de substâncias nocivas, e da destruição de hemácias. Por fim,
auxiliam na resistência do parasito devido à liberação de ferro na menstruação.
 4.2 - Manifestações clínicas

Em homens, a infecção por Trichomonas vaginalis pode ser classificada em estado

assintomático, estado agudo, e doença assintomática leve, tendo como sinais e sintomas
o corrimento, ardência ao urinar e ejacular, coceira, ulceração peniana e sensação de
queimação após o ato sexual, podendo causar infertilidade, prostatite e epididimite, ou
seja, inflamação da próstata e do epidídimo.

Em mulheres o Trichomonas vaginalis afeta o epitélio escamoso do trato genital,

podendo ser sintomático ou assintomático, e se manifestar antes da menarca, ou seja,
antes da primeira menstruação, ou após a menopausa.

Mulheres com vaginite causada pela infecção do Trichomonas vaginalis apresentam

corrimento de fino à espesso, espumoso, mucopurulento, de coloração amarelada, com
odor anormal e dores, incômodos ou dificuldade nas relações sexuais. Nestes casos, a
vagina e a cérvice contêm erosões, pontos hemorrágicos e edemas, porém estes tipos de
sinais são observados somente em 2% a 5% das mulheres contaminadas.

4.2.1 - Problemas gestacionais decorrentes da infecção

Em gestantes infectadas pelo parasita Trichomonas vaginalis, podem ocorrer partos

prematuros, baixo peso de neonatos, endometrite, natimorto e morte neonatal. Tal
inflamação pode ocasionar alterações na membrana fetal e decídua, diretamente ou
indiretamente.

4.2.2 - Infertilidade

A infecção pelo parasita resulta na destruição da estrutura tubária, danificando as

células da mucosa e impedindo a passagem de espermatozoides ou óvulos. A chance de
infertilidade em mulheres é maior quando ocorre a infecção mais de uma vez.

https://www.scielo.br/j/jbpml/a/gHZ9jDPgyCCn9YwssMTLzwm/?lang=pt

4.3 - Diagnósticos
Em diagnósticos clínicos, pode-se observar o cérvice com aspecto de morango, porém
apenas em 2% das mulheres infectadas, e o corrimento espumoso e fétido em 20% das
mulheres. Em diagnósticos laboratoriais, o homem deverá realizar a coleta do material
pela manhã e antes de urinar, e em mulheres deverá ser realizada a coleta após um
período de 18 a 24 horas sem higiene vaginal, em ambos os indivíduos não podem
ocorrer a ingestão de qualquer droga tricomonicida há 15 dias.

O material para identificação do parasita Trichomonas vaginalis é realizado com um

swab molhado em solução isotônica, tendo como preservação o uso de solução salina
isotônica glicosada à 0,2%.

4.4 – Tratamento

Referente ao tratamento da infecção pelo parasito, as mulheres que realizarem o

tratamento com Metronidazol ou Tinidazol (2g) via oral em dose única, possuem
eficácia de até 95%, apenas quando os parceiros sexuais são tratados simultaneamente.
Em relação aos homens, o tratamento é realizado com o uso de Metronidazol ou
Tinidazol, assim como as mulheres, porém com 500mg via oral, duas vezes ao dia de 5
a 7 dias.

Observação: o uso de Metronidazol poderá causar leucopenia, ou seja, diminuição do

número de leucócitos.
5- Entamoeba hystolistica