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Trichomonas vaginalis

Tricomonose:
Sintomas comuns incluem corrimento vaginal nas mulheres e uretral nos homens, além de
prurido e desconforto;
Pode aumentar o risco de complicações durante a gravidez, como parto prematuro;
Diagnóstico feito através de exames laboratoriais, como exame de secreção genital;
Tratamento com antibióticos, geralmente metronidazol ou tinidazol, prescritos por um médico;
Prevenção inclui o uso consistente de preservativos durante o sexo e a realização de exames
regulares de saúde sexual.

Morfologia do Trichomonas vaginalis:


Forma não cística: Isso significa que o protozoário não tem uma forma de resistência chamada
cisto, ele só existe na forma ativa chamada trofozoíta.
Quatro flagelos anteriores: Possui quatro flagelos na parte frontal do corpo, que são estruturas
semelhantes a um chicote que o protozoário usa para se mover.
Emissão de pseudópodos: São extensões temporárias da membrana celular que o Trichomonas
vaginalis utiliza para várias funções, como capturar alimentos, fixar-se em superfícies e atacar
células brancas do sangue.
Reprodução por divisão binária longitudinal: Isso significa que o Trichomonas vaginalis se
reproduz dividindo-se em duas partes ao longo do seu comprimento.

Ciclo Biológico e Transmissão do Trichomonas vaginalis:


Vias de Transmissão:

Sexual (principal): A principal forma de transmissão é através de relações sexuais desprotegidas


com uma pessoa infectada.
Vertical: Em meninas recém-nascidas durante o parto. Nesses casos, a doença tende a ser
autolimitante, o que significa que geralmente se resolve por conta própria.

Patogenia do Trichomonas vaginalis:


Mecanismo da Patogênese:

Aumento do pH vaginal: O aumento do pH na vagina pode predispor à infecção pelo


Trichomonas vaginalis.
Aderência e Citotoxidade: O protozoário usa várias estratégias para se ligar às células e causar
danos, incluindo adesinas, cisteína-proteases, integrinas e glicosidades. Ele também interage com
os glóbulos brancos do sangue, formando pseudópodos para engoli-los e destruí-los.
Problemas Relacionados à Gravidez:

Ruptura da Membrana
Parto Prematuro
Baixo Peso ao Nascer
Mortalidade Neonatal
Endometrite Pós-Parto
Problemas Relacionados à Fertilidade:
Infecção leva à inflamação e destruição da mucosa tubária, o que pode inibir a passagem de
espermatozoides ou óvulos.
Transmissão do HIV:

Aumento da suscetibilidade à infecção pelo HIV.


Recrutamento de linfócitos TCD4 e macrófagos, que são células-alvo do HIV.
Pontos hemorrágicos na mucosa aumentam a carga viral do HIV.
O Trichomonas vaginalis degrada uma protease leucocitária secretória, o que pode bloquear o
ataque do HIV às células.

os sinais clínicos da tricomoníase em mulheres:

Secreção cervical mucopurulenta: É uma secreção do colo do útero que pode ter uma aparência
de muco com pus, e pode estar associada a outras infecções como a causada pela Neisseria,
Chlamydia e herpes.

Vaginite: É uma inflamação da vagina, caracterizada por um fluido amarelo-esverdeado, com


bolhas e odor fétido.

Prurido e irritação vulvovaginal: Coceira e irritação na área genital, com intensidade variável.

Dores no baixo ventre: Podem ocorrer dores ou desconforto na parte inferior do abdômen.

Dispareunia: Dor durante a relação sexual.

Disúria e poliúria: Sensação de dor ou queimação ao urinar e aumento da frequência urinária.

Esses são os principais sinais clínicos que podem ser observados em mulheres infectadas com
Trichomonas vaginalis.

os sinais clínicos da tricomoníase em homens explicados de forma simples:

Assintomático: Muitos homens infectados podem não apresentar sintomas.

Uretrite: Inflamação da uretra, acompanhada de um fluido leitoso ou purulento, que pode ser
observado ao urinar.

Prurido na uretra: Sensação de coceira dentro da uretra.

Prostatite: Inflamação da próstata, que pode causar desconforto na região pélvica e problemas
urinários.

Balanopostite: Inflamação da glande (cabeça do pênis) e do prepúcio (pele que cobre a glande).

Cistite: Inflamação da bexiga, geralmente acompanhada de dor ao urinar e aumento da


frequência urinária.

Além disso:

Zinco é tóxico para o Trichomonas vaginalis: A alta concentração de zinco nos fluidos
prostáticos pode ser prejudicial para o protozoário.

Remoção mecânica dos parasitas: Alguns parasitas podem ser removidos através da urina.

Esses são os principais sinais clínicos que podem ser observados em homens infectados com
Trichomonas vaginalis.

Diagnóstico Laboratorial:

Homens: Amostras de urina, esperma ou secreção uretral são coletadas para análise.
Mulheres: Amostras de fluxo vaginal e urina são usadas para diagnóstico.
Técnicas de Diagnóstico:

Exame direto a fresco: O protozoário é observado diretamente em uma amostra não tratada ao
microscópio.
Preparações coradas: Uso de corantes como Giemsa ou Papanicolau para melhorar a visualização
do Trichomonas vaginalis.
Cultura: O protozoário pode ser cultivado em laboratório para confirmação.
Testes Imunológicos:

ELISA: Ensaio imunoenzimático que detecta anticorpos específicos contra o Trichomonas


vaginalis.
Imunofluorescência Direta e Indireta: Técnicas que usam fluorescência para detectar o
protozoário ou seus antígenos.
Esses métodos ajudam a identificar a presença do Trichomonas vaginalis e confirmar o
diagnóstico de tricomoníase.

Fármacos Utilizados:

Metronidazol, tinidazol, ornidazol, nimorazol, carnidazol e secnidazol são alguns dos


medicamentos comumente usados.
Dosagem do Metronidazol:

Geralmente, o tratamento padrão com metronidazol é uma dose de 500mg duas vezes ao dia por
sete dias.
Gestantes:

Para mulheres grávidas, o tratamento pode ser diferente. Elas podem receber aplicação local de
cremes, géis ou óvulos, em vez de medicamentos orais.

Incomum na Infância:
A tricomoníase é rara em crianças devido ao pH vaginal baixo nessa faixa etária, que não é
favorável ao desenvolvimento do Trichomonas vaginalis.
Transmissão Vertical:

Apenas cerca de 5% dos recém-nascidos são portadores da tricomoníase, transmitida de mãe para
filho durante o parto.
Prevalência em Grupos Socioeconômicos Baixos:

A tricomoníase é mais comum em grupos com baixo nível socioeconômico.


Prevalência Menor em Homens:

A prevalência da infecção por Trichomonas vaginalis é 50-60% menor em homens do que em


mulheres.
Infecção em Homens Estéreis:

Cerca de 10% dos homens estéreis podem ter infecção por Trichomonas vaginalis, o que sugere
uma possível associação entre a infecção e a esterilidade masculina.
Essas são algumas das características epidemiológicas importantes da tricomoníase.

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