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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro

Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro

TIS 1- 2024-1

Utilidade pública: Conhecendo e divulgando as bactérias Chlamydia trachomatis

Aluna: Renata Nascimento Piquet Matrícula: 19112020097

Polo: Belford Roxo

A Chlamydia trachomatis é uma bactéria intracelular, ela causa inúmeras doenças nos
seres humanos, como por exemplo, infecções oculares (tracoma), infecções genitais e infecções
respiratórias.
A Chlamydia trachomatis, é uma bactéria Gram-negativa pequena e esférica, com um
diâmetro de aproximadamente 0,2 a 1,5 µm. Assim como outras bactérias Gram-negativas, possui
uma parede celular composta por uma membrana externa e uma membrana citoplasmática
interna.
A reprodução desta bactéria é complexa, pois requer um ambiente citoplasmático para
completar seu ciclo de vida e se reproduzir, incluindo duas formas distintas: o Corpo Elementar
(EB) e o Corpo Reticulado (RB). O EB é a forma extracelular infectante, não replicativa e
resistente, sendo capaz de sobreviver fora das células hospedeiras em ambientes desfavoráveis,
como no ambiente extracelular, e é a forma pela qual a bactéria é disseminada de célula para
célula ou entre indivíduos.
A forma replicativa intracelular, ocorre após a infecção de uma célula hospedeira, o corpo
elementar se transforma no corpo reticulado.
O RB é maior e menos denso que o EB, sendo envolvido por uma membrana própria, e se
reproduz por cissiparidade dentro do citoplasma da célula hospedeira. Durante a replicação, o RB
utiliza os recursos celulares da célula hospedeira, incluindo nutrientes e energia, para crescer e se
reproduzir.
Além disso, essa multiplicação intracelular protege a bactéria contra o sistema imunológico
do organismo hospedeiro, uma vez que a bactéria está protegida do reconhecimento e ataque do
sistema imune, ela se reproduz facilmente dentro da célula.
Durante ocorre a replicação intracelular, as células infectadas frequentemente
desenvolvem inclusões citoplasmáticas, que são agregados de organelas e estruturas celulares
modificadas que contém os corpos reticulados de Chlamydia trachomatis, e essas inclusões,
podem ser observadas microscopicamente e são indícios da infecção pela bactéria.
A transmissão desta bactéria ocorre através do contato sexual sem o uso de proteção
(preservativo), com uma pessoa infectada. A falta do uso de preservativos, aumento o risco de
transmissão da bactéria, e também múltiplos parceiros sexuais.
Na maioria das vezes, as infecções por Chlamydia trachomatis podem ser assintomáticas,
principalmente em mulheres. Ao aparecimento de sintomas, podem incluir dor ao urinar,
corrimento vaginal anormal, dor abdominal baixa, dor durante a relação sexual, sangramento entre
os períodos menstruais, e em homens, dor ou sensação de queimação ao urinar, secreção uretral
anormal e dor nos testículos.
As infecções por Clamídias, especialmente Chlamydia trachomatis, podem acometer várias
lesões em diversas partes do corpo humano em decorrência de complicações. Como por
exemplo, no trato urinário, pode ocorrer uma Uretrite, que é a inflamação da uretra, podendo
causar dor ao urinar e secreção uretral anormal.
Esta bactéria provoca uma Doença Inflamatória Pélvica (DIP), que é uma infecção dos
órgãos reprodutivos superiores, como útero, trompas de Falópio e ovários, que pode levar a dor
abdominal, febre e complicações sérias, como infertilidade.
Essa bactéria pode causar as seguintes doenças nos olhos, que são:

 Conjuntivite - Inflamação da membrana conjuntiva do olho, que pode causar vermelhidão,


irritação, secreção ocular e, em casos graves, cicatrizes na córnea.

 Tracoma - Infecção ocular crônica causada por Chlamydia trachomatis que pode levar à
cicatrização da córnea, causando cegueira se não tratada.

No trato Respiratório, essa bactéria provoca:

 Pneumonia - Chlamydia pneumoniae pode causar pneumonia adquirida na comunidade,


com sintomas semelhantes aos de outras formas de pneumonia, como tosse, febre e
dificuldade respiratória.
Além de causar uma Proctite, que é uma inflamação do reto, comum em indivíduos que
praticam sexo anal desprotegido, podendo causar dor retal, sangramento e secreção.
Devemos sempre ressaltar que algumas infecções por Clamídias, especialmente
Chlamydia trachomatis, podem ser assintomáticas, especialmente nas fases iniciais. Contudo,
mesmo que não apareçam sintomas detectáveis, essas infecções podem levar a complicações
graves, como infertilidade, doença inflamatória pélvica crônica, danos oculares permanentes e
outras sequelas se não forem detectadas logo e não forem tratadas adequadamente.
Portanto, é de suma importância que as pessoas realizem exames médicos periódicos e
façam testes para averiguar infecções sexualmente transmissíveis, especialmente em pessoas
sexualmente ativas, e que não fazem o uso de preservativos.
O diagnóstico de infecção por Chlamydia trachomatis geralmente é feito por meio de testes
de amplificação de ácidos nucleicos (NAATs) em amostras de urina ou de swab de mucosa
genital. O tratamento geralmente envolve antibióticos prescrito por um profissional de saúde.
A prevenção contra infecções por Clamídias, especificamente Chlamydia trachomatis,
engloba uma união de medidas educativas, comportamentais e médicas, uma vez que a
sociedade obtém a informação e praticam a prevenção, os índices de IST’s reduzem.
Segue algumas orientações de formas eficazes para prevenir a transmissão dessas
infecções.

 Abstinência Sexual: A abstinência sexual é a única forma totalmente eficaz de prevenir


infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), incluindo Clamídias. Evitar o contato sexual é
uma maneira garantida de não contrair ou transmitir a infecção.

 Relacionamento Monogâmico e Testes de IST’s: Ter um relacionamento monogâmico de


longo prazo, com um parceiro sem está infectado, pode reduzir o risco de contrair
infecções por Clamídias e outras IST’s. Além disso, fazer testes regulares para IST’s, tanto
para você quanto para seu parceiro, pode ajudar a identificar e tratar precocemente
qualquer infecção.

 Uso de Preservativos: O uso contínuo e correto de preservativos durante a relação sexual,


incluindo sexo vaginal, anal e oral, pode reduzir significativamente o risco de contrair e
transmitir infecções por Clamídias, e outras IST’s.

 Vacinação: No caso específico do tracoma, uma infecção ocular causada por Chlamydia
trachomatis, a vacinação em massa, tem sido uma estratégia eficaz para prevenir a
transmissão em comunidades de alto risco.
 Educação Sexual: Educação sexual abrangente e acessível é fundamental para aumentar
a conscientização sobre as IST’s, incluindo Clamídias, principalmente nas comunidades
carentes, onde se é necessário levar a informação a todo o tempo, para promover
comportamentos sexuais seguros, como o uso de preservativos em todas as relações
sexuais, e o acesso a serviços de saúde sexual, bem como, a informação da distribuição
gratuita de preservativos nos postos de saúde para todas as pessoas.

É importante lembrar que o cuidado com a saúde é eficaz na prevenção e tratamento das
doenças, devendo periodicamente realizar exames, inclusive para IST’s, e buscar tratamento
imediato em caso de infecção, são medidas importantes para prevenir complicações e interromper
a transmissão para outras pessoas.
Além disso, medidas individuais e comunitárias, de educação, se faz necessário, uma vez
que a população mais carente, usuária do Sistema Único de Saúde (SUS), nem sempre tem
condições de realizar o tratamento completo destas infecções, por questões financeiras, no qual o
acesso aos serviços de saúde sexual e ações para promover comportamentos sexuais seguros,
com uso de preservativos, uma vez que os postos de saúde disponibilizam gratuitamente, seria
uma medida para reduzir a transmissão das doenças.

Referências:

LOBO, Carlos Daniel Passos. DETECÇÃO DE CHLAMYDIA TRACHOMATIS POR PCR EM


TEMPO REAL EM UMA AMOSTRA DA POPULAÇÃO FEMININA DE MACEIÓ ATENDIDA EM
SERVIÇOS DE SAÚDE PRIVADOS E PÚBLICOS. Universidade Federal de Alagoas, Maceió,
2011. Disponível em: <https://www.repositorio.ufal.br/bitstream/riufal/4526/1/Detec
%c3%a7%c3%a3o%20de%20Chlamydia%20Trachomatis%20por%20PCR%20em%20tempo
%20real%20em%20uma%20amostra%20da%20popula%c3%a7%c3%a3o%20feminina%20de
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MARTINS, Cláudia Renata Fernandes. et al. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DA CLAMÍDIA.


Brasília: Ministério da Saúde, Programa Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e
AIDS. 1997. 63p. : il. (Série TELELAB). Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd05_09.pdf> Acesso em: 29 de Fevereiro de 2024.

NETA, Débora Palmeira da Silva Dias. ESTUDO DA PREVALÊNCIA DA INFECÇÃO POR


Chlamydia trachomatis EM MULHERES COM CERVICITE ATENDIDAS EM UMA UNIDADE
BÁSICA DE SAÚDE DE MACAPÁ (AP). Universidade Federal do Amapá, Macapá (AP), 2013.
Disponível em:
<http://repositorio.unifap.br/jspui/bitstream/123456789/228/1/Dissertacao_EstudoPrevalenciaInfec
cao.pdf> Acesso em: 29 de Fevereiro de 2024.

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