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Interdigitus

Virologia
Enf. Kamila V.
Virologia

O estudo dos vírus, a virologia, na verdade surgiu na Época de Ouro da


Microbiologia. Em 1892, Dmitri Iwanowski relatou que o organismo que
causava a doença do mosaico no tabaco era tão pequeno que podia
passar através de filtros finos o bastante para reter todas as bactérias
conhecidas. Naquela época, Iwanowski não sabia que o organismo em
questão era um vírus no sentido que atualmente compreendemos o
termo.
Virologia

A partir do desenvolvimento do microscópio eletrônico na década de


1940, os microbiologistas podem observar a estrutura dos vírus em
detalhes, e atualmente muito mais é conhecido sobre a atividade e a
estrutura desses organismos.
Vírus

Eles são tão pequenos que a maioria pode ser vista apenas com o auxílio
de um microscópio eletrônico, sendo também acelulares (não são
células). A partícula viral é muito simples estruturalmente, contendo um
núcleo formado somente por um tipo de ácido nucleico, DNA ou RNA.
Esse núcleo é circundado por um envoltório proteico.
Vírus - Reprodução

Os vírus só podem se reproduzir usando a maquinaria celular de outros


organismos. Dessa forma, os vírus são considerados vivos quando estão
multiplicando dentro das células hospedeiras que infectam. Nesse
sentido, os vírus são parasitas de outras formas de vida. Por outro lado,
os vírus não são considerados como seres vivos porque, fora dos
organismos hospedeiros, eles ficam inertes.
AIDS
HIV/Aids é uma doença caracterizada como de “continuum” (ou
“cascata”), começando com a infecção de um indivíduo com o vírus da
imunodeficiência humana (HIV), que conduz a uma doença clínica, a
síndrome da imunodeficiência adquirida.
O vírus ataca o sistema imunológico, que é o responsável por defender o
organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T
CD4+. O vírus é capaz de alterar o DNA dessa célula e fazer cópias de si
mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de
outros para continuar a infecção.

HIV: É um retrovírus, classificado na subfamília dos Lentiviridae e é uma


Infecção Sexualmente Transmissível. Esses vírus compartilham algumas
propriedades comuns, como por exemplo:
Período de incubação prolongado antes do surgimento dos sintomas
da doença;
Infecção das células do sangue e do sistema nervoso;
Supressão do sistema imune.
Direito das pessoas vivendo com HIV/AIDS

Pela Constituição brasileira, as pessoas vivendo com HIV, assim como


todo e qualquer cidadão brasileiro, têm obrigações e direitos garantidos;
entre eles, estão a dignidade humana e o acesso à saúde pública e, por
isso, são amparadas pela lei. O Brasil possui legislação específica quanto
aos grupos mais vulneráveis ao preconceito e à discriminação, como
homossexuais, mulheres, negros, crianças, idosos, portadores de
doenças crônicas infecciosas e de deficiência.
Sistema Imunológico

O corpo reage diariamente aos ataques de bactérias, vírus e outros


micróbios, por meio do sistema imunológico

Essa barreira é composta por milhões de células de diferentes tipos e


com diferentes funções, responsáveis por garantir a defesa do
organismo e por manter o corpo funcionando livre de doenças.

Entre as células de defesa estão os linfócitos T-CD4+, principais


alvos do HIV, vírus causador da Aids, e do HTLV, vírus causador de
outro tipo de doença sexualmente transmissível.
São esses glóbulos brancos que organizam e comandam a resposta
diante dos agressores. Produzidos na glândula timo, eles aprendem a
memorizar, reconhecer e destruir os microrganismos estranhos que
entram no corpo humano.
Sistema Imunológico

O HIV liga-se a um componente da membrana dessa célula, o CD4,


penetrando no seu interior para se multiplicar. Com isso, o sistema de
defesa vai pouco a pouco perdendo a capacidade de responder
adequadamente, tornando o corpo mais vulnerável a doenças.

Quando o organismo não tem mais forças para combater esses


agentes externos, a pessoa começar a ficar doente mais facilmente e
então se diz que tem Aids.
Janela Imunológica

Janela imunológica é o intervalo de tempo decorrido entre a infecção


pelo HIV até a primeira detecção de anticorpos anti-HIV produzidos pelo
sistema de defesa do organismo.

Na maioria dos casos, a duração da janela imunológica é de 30 dias.


Porém, esse período pode variar, dependendo da reação do organismo
do indivíduo frente à infecção e do tipo do teste (método utilizado e
sensibilidade).

Se um teste para detecção de anticorpos anti-HIV é realizado durante


o período da janela imunológica, há a possibilidade de gerar um
resultado não reagente, mesmo que a pessoa esteja infectada.
Diagnóstico

Se você passou por uma situação de


risco, como ter feito sexo desprotegido ou
compartilhado seringas, faça o teste anti-
HIV.
O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito
a partir da coleta de sangue ou por fluido
oral. No Brasil, temos os exames
laboratoriais e os testes rápidos, que
detectam os anticorpos contra o HIV em
cerca de 30 minutos.
Esses testes são realizados gratuitamente
pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nas
unidades da rede pública e nos Centros
de Testagem e Aconselhamento (CTA).
Diagnóstico

As mães que vivem com HIV têm 99% de chance de terem


filhos sem o HIV se seguirem o tratamento recomendado
durante o pré-natal, parto e pós-parto.
Pessoas vivendo com HIV e/ou Aids que não estão em
tratamento ou mantém a carga viral detectável podem
transmitir o vírus a outras pessoas pelas relações sexuais
desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas
contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a
amamentação, quando não tomam as devidas medidas de
prevenção. Por isso, é sempre importante fazer o teste e se
proteger em todas as situações.
Pessoas vivendo com HIV / Aids em tratamento
antirretroviral e carga viral indetectável há pelo menos seis
meses não transmitem o vírus por via sexual.
Sintomas

Primeira Fase ou Infecção Aguda:


Ocorre a incubação do HIV (tempo da exposição ao vírus até o surgimento dos
primeiros sinais da doença).
Esse período varia de três a seis semanas. E o organismo leva de 30 a 60 dias
após a infecção para produzir anticorpos anti-HIV.
Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e
mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebida.
Sintomas

A próxima fase é marcada pela forte interação entre as células de defesa e as


constantes e rápidas mutações do vírus. Mas isso não enfraquece o
organismo o suficiente para permitir novas doenças, pois os vírus
amadurecem e morrem de forma equilibrada. Esse período, que pode durar
muitos anos, é chamado de assintomático.

Com o frequente ataque, as células de defesa começam a funcionar com


menos eficiência até serem destruídas. O organismo fica cada vez mais fraco
e vulnerável a infecções comuns.

A fase sintomática inicial é caracterizada pela alta redução dos linfócitos T


CD4+ (glóbulos brancos do sistema imunológico) que chegam a ficar abaixo
de 200 unidades por mm³ de sangue. Em adultos saudáveis, esse valor varia
entre 800 a 1.200 unidades. Os sintomas mais comuns nessa fase são: febre,
diarreia, suores noturnos e emagrecimento.
Tratamento
Os medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980 para impedir
a multiplicação do HIV no organismo. Esses medicamentos ajudam a evitar o
enfraquecimento do sistema imunológico. Por isso, o uso regular dos ARV é
fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas que vivem
com HIV e reduzir o número de internações e infecções por doenças oportunistas.

Desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente os ARV a todas as pessoas vivendo


com HIV que necessitam de tratamento. Atualmente, existem 22 medicamentos,
em 38 apresentações farmacêuticas.
DENGUE
A dengue é a arbovirose urbana mais prevalente nas Américas, principalmente no
Brasil. É uma doença febril que tem se mostrado de grande importância em saúde
pública nos últimos anos. O vírus dengue (DENV) é um arbovírus transmitido pela
picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti e possui quatro sorotipos diferentes
(DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4).

Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, porém as pessoas


mais velhas e aquelas que possuem doenças crônicas, como diabetes e
hipertensão arterial, têm maior risco de evoluir para casos graves e outras
complicações que podem levar à morte.
O período do ano com maior transmissão da doença ocorre nos meses mais
chuvosos de cada região, geralmente de novembro a maio. O acúmulo de água
parada contribui para a proliferação do mosquito e, consequentemente, maior
disseminação da doença. É importante evitar água parada, todos os dias, porque
os ovos do mosquito podem sobreviver por um ano no ambiente.
Sintomas
Os principais sintomas da dengue são:

Febre alta > 38°C;


Dor no corpo e articulações;
Dor atrás dos olhos;
Mal estar;
Falta de apetite;
Dor de cabeça;
Manchas vermelhas no corpo.
Sintomas
No entanto, a infecção por dengue pode ser assintomática (sem sintomas),
apresentar quadro leve, sinais de alarme e de gravidade. Normalmente, a primeira
manifestação da dengue é a febre alta (>38°C), de início abrupto, que geralmente
dura de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações,
além de prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, e manchas vermelhas na pele.

Também podem acontecer erupções e coceira na pele. Os sinais de alarme são


assim chamados por sinalizarem o extravasamento de plasma e/ou hemorragias
que podem levar o paciente a choque grave e óbito. A forma grave da doença
inclui dor abdominal intensa e contínua, náuseas, vômitos persistentes e
sangramento de mucosas.
Transmissão

O vírus da dengue (DENV) pode ser transmitido ao homem principalmente por via
vetorial, pela picada de fêmeas de Aedes aegypti infectadas, no ciclo urbano
humano–vetor–humano. Os relatos de transmissão por via vertical (de mãe para
filho durante a gestação) e transfusional são raros.
Diagnóstico

Para o diagnóstico laboratorial da infecção aguda pelo DENV, podem ser


realizados os exames descritos a seguir: Exames específicos
Métodos diretos
Pesquisa de vírus (isolamento viral por inoculação em células);
Pesquisa de genoma do vírus da dengue por transcrição reversa seguida de
reação em cadeia da polimerase (RT-PCR).
Métodos indiretos
Pesquisa de anticorpos IgM por testes sorológicos (ensaio imunoenzimático –
ELISA);
Pesquisa de antígeno NS1 (ensaio imunoenzimático – ELISA);
Tratamento
O tratamento para infecção pelo vírus dengue é baseado principalmente na
reposição volêmica adequada, levando-se em consideração o estadiamento da
doença (grupos A, B, C e D) segundo os sinais e sintomas apresentados pelo
paciente, assim como no reconhecimento precoce dos sinais de alarme.
Para os casos leves com quadro sintomático recomenda-se:

Repouso relativo, enquanto durar a febre;


Estímulo à ingestão de líquidos;
Administração de paracetamol ou dipirona em caso de dor ou febre;
Não administração de ácido acetilsalicílico;
Recomendação ao paciente para que retorne imediatamente ao serviço de
saúde, em caso de sinais de alarme.

Os pacientes que apresentam sinais de alarme ou quadros graves da doença


requerem internação para o manejo clínico adequado. Ainda não existe
tratamento específico para a doença.
Tratamento
A dengue, na maioria dos casos leves, tem cura espontânea depois de 10 dias.

É importante ficar atento aos sinais e sintomas da doença, principalmente


aqueles que demonstram agravamento do quadro, e procurar assistência na
unidade de saúde mais próxima.

O indivíduo pode ter dengue até quatro vezes ao longo de sua vida. Isso ocorre
porque pode ser infectado com aos quatro diferentes sorotipos do vírus. Uma
vez exposto a um determinado sorotipo, após a remissão da doença, o
indivíduo para a ter imunidade para aquele sorotipo específico, ficando ainda
susceptível aos demais.
FEBRE AMARELA
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus
transmitido por mosquitos vetores, e possui dois ciclos de transmissão: silvestre
(quando há transmissão em área rural ou de floresta) e urbano.

O vírus é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados e não


há transmissão direta de pessoa a pessoa. A febre amarela tem importância
epidemiológica por sua gravidade clínica e potencial de disseminação em áreas
urbanas infestadas pelo mosquito Aedes aegypti.
Qualquer pessoa não vacinada,
independentemente da idade ou sexo,
que se exponha em áreas de risco e/ou
com recomendação de vacina. É
fundamental cobertura vacinal da
população em todo o território nacional,
esta é a principal forma de prevenir a
febre amarela.
Doação de Sangue

Após 28 dias da vacina, as doações de sangue podem ser realizadas. Sugere-se


que antes de tomar a vacina as pessoas procurem um hemocentro ou serviço
de coleta para doação, evitando que haja desabastecimento dos estoques de
bolsas de sangue.
Sintomas
Em casos graves, a pessoa infectada
por febre amarela pode desenvolver
algumas complicações, como:
febre alta;
icterícia (coloração amarelada da pele
e do branco dos olhos);
hemorragia (especialmente a partir do
trato gastrointestinal);
eventualmente, choque e insuficiência
de múltiplos órgãos;
Cerca de 20% a 50% das pessoas que
desenvolvem febre amarela grave
podem morrer. Assim que surgirem os
primeiros sinais e sintomas, é
fundamental buscar ajuda médica
imediata.
Sintomas
início súbito de febre;
calafrios;
dor de cabeça intensa;
dores nas costas;
dores no corpo em geral;
náuseas e vômitos;
fadiga e fraqueza.

Os macacos não transmitem a febre


amarela! Eles são importantes sentinelas
para alerta em regiões onde o vírus da
Febre Amarela está circulando. Macacos
mortos são analisados em exames
específicos para detectar se a causa morte
foi Febre Amarela, o que aciona o alerta de
cuidado com as pessoas
Diagnóstico

É clínico, epidemiológico e laboratorial.


Somente um médico é capaz de
diagnosticar e tratar corretamente a febre
amarela.
Tratamento

O tratamento da febre amarela é apenas sintomático, com cuidadosa


assistência ao paciente que, sob hospitalização, deve permanecer em
repouso, com reposição de líquidos e das perdas sanguíneas, quando
indicado.
Nas formas graves, o paciente deve ser atendido em Unidade de Terapia
Intensiva (UTI), para reduzir as complicações e o risco de óbito.
Medicamentos salicilatos devem ser evitados (AAS e Aspirina), já que o uso
pode favorecer o aparecimento de manifestações hemorrágicas.
HEPATITE
As hepatites virais são um grave problema de saúde pública no Brasil e no
mundo. É uma infecção que atinge o fígado, causando alterações leves,
moderadas ou graves. Na maioria das vezes são infecções silenciosas, ou
seja, não apresentam sintomas. Entretanto, quando presentes, podem se
manifestar como: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor
abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras

No Brasil, as hepatites virais mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C.


Existem ainda, com menor frequência, o vírus da hepatite D (mais comum
na região Norte do país) e o vírus da hepatite E, que é menos frequente no
Brasil, sendo encontrado com maior facilidade na África e na Ásia.

O impacto dessas infecções acarreta em aproximadamente 1,4 milhões de


mortes anualmente no mundo, seja por infecção aguda, câncer hepático ou
cirrose associada as hepatites.
Hepatite A

É uma infecção causada pelo vírus A (HAV) da hepatite, também conhecida


como “hepatite infecciosa”. Na maioria dos casos, a hepatite A é uma doença de
caráter benigno, contudo o curso sintomático e a letalidade aumentam com a
idade.
Sintomas
Geralmente, quando presentes, os sintomas são inespecíficos, podendo se
manifestar inicialmente como:
fadiga,
mal-estar,
febre,
dores musculares.
Esses sintomas iniciais podem ser seguidos de sintomas gastrointestinais como:
enjoo,
vômitos,
dor abdominal,
constipação ou diarreia.
A presença de urina escura ocorre antes do início da fase onde a pessoa
pode ficar com a pele e os olhos amarelados (icterícia).

Os sintomas costumam aparecer de 15 a 50 dias após a infecção e duram


menos de dois meses.
Transmissão
A transmissão da hepatite A é fecal-oral (contato de fezes com a boca). A
doença tem grande relação com alimentos ou água inseguros, baixos níveis
de saneamento básico e de higiene pessoal.

Outras formas de transmissão são o contato pessoal próximo


(intradomiciliares, pessoas em situação de rua ou entre crianças em
creches), ou com o contato sexual.

A estabilidade do vírus da hepatite A (HAV) no meio ambiente e a grande


quantidade de vírus presente nas fezes dos indivíduos infectados
contribuem para a transmissão.

Crianças podem manter a eliminação viral até 5 meses após a resolução


clínica da doença.
Transmissão
Não há nenhum tratamento específico para hepatite A.

O mais importante evitar a automedicação para alívio dos sintomas, vez que,
o uso de medicamentos desnecessários ou que são tóxicos ao fígado podem
piorar o quadro.

O médico saberá prescrever o medicamento mais adequado para melhorar


o conforto e garantir o balanço nutricional adequado, incluindo a reposição
de fluidos perdidos pelos vômitos e diarreia.

A hospitalização está indicada apenas nos casos de insuficiência hepática


aguda.
Hepatite B e C
São transmitidos sobretudo por meio do sangue. Usuários de drogas injetáveis
e pacientes submetidos a material cirúrgico contaminado e não descartável
estão entre as maiores vítimas, daí o cuidado que se deve ter nas transfusões
sanguíneas, no dentista, em sessões de depilação ou tatuagem.

O vírus da hepatite B pode ser passado pelo contato sexual, reforçando a


necessidade do uso de camisinha.
Sintomas
Frequentemente, os sinais das hepatites B e C podem não aparecer e grande
parte dos infectados só acaba descobrindo que tem a doença após anos e
muitas vezes por acaso em testes para esses vírus.

Quando aparecem, os sintomas são muito similares aos da hepatite A, mas ao


contrário desta, a B e a C podem evoluir para um quadro crônico e então para
uma cirrose ou até câncer de fígado.
Prevenção
Tratamento
A hepatite B pode se desenvolver de duas formas: aguda e crônica. A aguda
é quando a infecção tem curta duração. Os profissionais de saúde
consideram que a forma é crônica quando a doença dura mais de seis
meses. O risco de a doença tornar-se crônica depende da idade na qual
ocorre a infecção. Os medicamentos disponíveis para controle da hepatite B
são a alfapeginterferona, o tenofovir e o entecavir.

O tratamento da hepatite C é feito com os chamados antivirais de ação


direta (DAA), que apresentam taxas de cura de mais 95% e são realizados,
geralmente, por 8 ou 12 semanas. Os DAA revolucionaram o tratamento da
hepatite C, e possibilitam a eliminação da infecção.
Diagnóstico
O teste de triagem é realizado através da pesquisa do antígeno do HBV d
HCV, que pode ser feita por meio de teste laboratorial ou teste rápido. Caso
o resultado seja positivo, o diagnóstico deve ser confirmado com a
realização de exames complementares para pesquisa de outros marcadores,
que compreende a detecção direta da carga viral, por meio de um teste de
biologia molecular que identifica a presença do DNA viral.
Hepatite D

A hepatite D, também chamada de Delta, está associada com a presença do


vírus do B da hepatite para causar a infecção e inflamação das células do
fígado.
Existem duas formas de infecção pelo HDV: coinfecção simultânea com o
HBV e superinfecção do HDV em um indivíduo com infecção crônica pelo
HBV.
A hepatite D crônica é considerada a forma mais grave de hepatite viral
crônica, com progressão mais rápida para cirrose e um risco aumentado
para descompensação, CHC e morte.
Tratamento

Após o resultado positivo e confirmação, o médico indicará o tratamento de


acordo com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite B e
Coinfecções.

Os medicamentos não ocasionam a cura da hepatite D. O objetivo principal


do tratamento é o controle do dano hepático.

Todos os pacientes com hepatite D devem ser encaminhados a um serviço


especializado. Além do tratamento medicamentoso orienta-se que não se
consuma bebidas alcoólicas.
Hepatite E

A hepatite E é uma infecção causada pelo vírus E (HEV). O vírus causa hepatite
aguda de curta duração e auto-limitada. Na maioria dos casos é uma doença de
caráter benigno. A hepatite E pode ser grave na gestante e raramente causa
infecções crônicas em pessoas que tenham algum tipo de imunodeficiência.
Transmissão

A O vírus da hepatite E é transmitido principalmente pela via fecal-oral pelo


consumo de água contaminada e em locais com infraestrutura sanitária frágil.

Outras formas de transmissão incluem: ingestão de carne mal cozida ou


produtos derivados de animais infectados (por exemplo, fígado de porco);
transfusão de produtos sanguíneos infectados; e transmissão vertical de uma
mulher grávida para seu bebê.
Prevenção
HERPES SIMPLES
O herpes é uma infecção causada pelo Herpes simplex virus. O contato com
o vírus ocorre geralmente na infância, mas muitas vezes a doença não se
manifesta nesta época. O vírus atravessa a pele e, percorrendo um nervo, se
instala no organismo de forma inativa, até que venha a ser reativado.

A reativação do vírus pode ocorrer devido a diversos fatores


desencadeantes, tais como: exposição à luz solar intensa, fadiga física e
mental, estresse emocional, febre ou outras infecções que diminuam a
resistência orgânica.

Algumas pessoas têm maior possibilidade de apresentar os sintomas do


herpes. Outras, mesmo em contato com o vírus, nunca apresentam a
doença, pois sua imunidade não permite o seu desenvolvimento.
Sintomas

As localizações mais frequentes são os lábios e a região genital, mas o herpes


pode aparecer em qualquer lugar da pele. Uma vez reativado, o herpes se
apresenta da seguinte forma:

inicialmente pode haver coceira e ardência no local onde surgirão as lesões;


a seguir, formam-se pequenas bolhas agrupadas como num buquê sobre
área avermelhada e inchada;
as bolhas rompem-se liberando líquido rico em vírus e formando uma ferida.
É a fase de maior perigo de transmissão da doença;
a ferida começa a secar formando uma crosta que dará início à cicatrização;
a duração da doença é de cerca de 5 a 10 dias.
Tratamento
Os seguintes cuidados devem ser tomados durante um surto de herpes:
o tratamento deve ser iniciado tão logo comecem os primeiros sintomas,
assim o surto deverá ser de menor intensidade e duração;
evite furar as vesículas;
evite beijar ou falar muito próximo de outras pessoas, principalmente de
crianças se a localização for labial;
evite relações sexuais se a localização for genital;
lave sempre bem as mãos após manipular as feridas pois a virose pode ser
transmitida para outros locais de seu próprio corpo, especialmente as
mucosas oculares, bucal e genital.

O tratamento deve ser orientado pelo médico dermatologista. É ele quem pode
determinar os medicamentos mais indicados para o seu caso que, dependendo
da intensidade, podem ser de uso local (na forma de cremes ou soluções) ou de
uso oral, na forma de comprimidos.
HPV
O HPV (sigla em inglês para
Papilomavírus Humano) é um vírus que
infecta pele ou mucosas (oral, genital ou
anal), tanto de homens quanto de
mulheres, provocando verrugas
anogenitais (região genital e no ânus) e
câncer, a depender do tipo de vírus. A
infecção pelo HPV é uma Infecção
Sexualmente Transmissível (IST).
Sintomas
A infecção pelo HPV não apresenta sintomas na maioria das pessoas. Em
alguns casos, o HPV pode ficar latente de meses a anos, sem manifestar
sinais (visíveis a olho nu), ou apresentar manifestações subclínicas (não
visíveis a olho nu).
A diminuição da resistência do organismo pode desencadear a
multiplicação do HPV e, consequentemente, provocar o aparecimento de
lesões. A maioria das infecções em mulheres (sobretudo em adolescentes)
tem resolução espontânea, pelo próprio organismo, em um período
aproximado de até 24 meses.
As primeiras manifestações da infecção pelo HPV surgem entre,
aproximadamente, 2 a 8 meses, mas pode demorar até 20 anos para
aparecer algum sinal da infecção. As manifestações costumam ser mais
comuns em gestantes e em pessoas com imunidade baixa.
Sintomas
Lesões clínicas: se apresentam como verrugas na
região genital e no ânus (denominadas tecnicamente
de condilomas acuminados e popularmente
conhecidas como "crista de galo", "figueira" ou "cavalo
de crista"). Podem ser únicas ou múltiplas, de
tamanhos variáveis, achatadas ou papulosas
(elevadas e solidas). Em geral, são assintomáticas,
mas podem causar coceira no local. Essas verrugas,
geralmente, são causadas por tipos de HPV não
cancerígenos.

Lesões subclínicas (não visíveis ao olho nu): podem


ser encontradas nos mesmos locais das lesões
clínicas e não apresentam sinal/sintoma. As lesões
subclinas podem ser causadas por tipos de HPV de
baixo e de alto risco para desenvolver câncer.
Diagnóstico

O diagnóstico do HPV é atualmente realizado por meio de exames clínicos e


laboratoriais, dependendo do tipo de lesão, se clínica ou subclínica.
Tratamento
O tratamento das verrugas anogenitais (região genital e no ânus) consiste na
destruição das lesões. Independente de realizar o tratamento, as lesões
podem desaparecer, permanecer inalteradas ou aumentar em número e/ou
volume. Sobre o tratamento:
Deve ser individualizado, considerando características (extensão,
quantidade e localização) das lesões, disponibilidade de recursos e efeitos
adversos;

São químicos, cirúrgicos e estimuladores da imunidade;

Podem ser domiciliares (autoaplicados: imiquimode, podofilotoxina) ou


ambulatoriais (aplicado no serviço de saúde: ácido tricloroacético - ATA,
podofilina, eletrocauterização, exérese cirúrgica e crioterapia), conforme
indicação profissional para cada caso;

Podofilina e imiquimode não deve ser usada na gestação.


Sarampo
Sarampo é uma doença infecciosa grave, causada por um vírus, que pode
levar à morte. Sua transmissão ocorre quando o doente tosse, fala, espirra ou
respira próximo de outras pessoas. A maneira mais efetiva de evitar o sarampo
é por meio da vacinação.
Sintomas
Exantema (manchas vermelhas) no corpo e
febre alta (acima de 38,5°) acompanhada de um
ou mais dos seguintes sintomas:
Tosse seca;
Irritação nos olhos (conjuntivite);
Nariz escorrendo ou entupido;
Mal-estar intenso;

Em torno de 3 a 5 dias é comum aparecer manchas


vermelhas no rosto e atrás das orelhas que, em
seguida, se espalham pelo restante do corpo. Após
o aparecimento das manchas, a persistência da
febre é um sinal de alerta e pode indicar gravidade,
principalmente em crianças menores de 5 anos de
idade.
Transmissão
A transmissão do vírus do sarampo ocorre de pessoa a pessoa, por via aérea, ao
tossir, espirrar, falar ou respirar. O sarampo é tão contagioso que uma pessoa
infectada pode transmitir para 90% das pessoas próximas que não estejam
imunes.
Prevenção

O sarampo é uma doença prevenível por vacinação.

A prevenção do sarampo está disponível em apresentações diferentes. Todas


previnem o sarampo e cabe ao profissional de saúde aplicar a vacina adequada
para cada pessoa, de acordo com a idade ou situação epidemiológica.
Os tipos de vacinas são:
Dupla viral - Protege do vírus do sarampo e da rubéola. Pode ser utilizada
para o bloqueio vacinal em situação de surto;
Tríplice viral - Protege do vírus do sarampo, caxumba e rubéola;
Tetra viral - Protege do vírus do sarampo, caxumba, rubéola e varicela
(catapora).
Diagnóstico
O diagnóstico pode ser clínico (pessoas que apresentam os sinais e sintomas da
doença), no entanto, o ideal é que seja laboratorial, por sorologia (amostra de
sangue), e também por biologia molecular (amostras de secreção de orofaringe,
nasofaringe, urina).

Tratamento
Não existe tratamento específico para o sarampo. Os medicamentos são
utilizados para reduzir o desconforto ocasionado pelos sintomas da doença.
Varicela
Catapora (varicela) é uma doença infecciosa, altamente contagiosa, mas
geralmente benigna, causada pelo vírus Varicela-Zoster, que se manifesta com
maior frequência em crianças e com incidência no fim do inverno e início da
primavera. A principal característica clínica é o polimorfismo das lesões
cutâneas (na pele) que se apresentam nas diversas formas evolutivas (máculas,
pápulas, vesículas, pústulas e crostas), acompanhadas de prurido (coceira).
Em crianças, geralmente é benigna e autolimitada. Em adolescentes e adultos,
em geral, o quadro clínico é mais exuberante.
Transmissão
A catapora é facilmente transmitida para outras pessoas. O contágio acontece
por meio do contato com o líquido da bolha ou pela tosse, espirro, saliva ou por
objetos contaminados pelo vírus, ou seja, contato direto ou de secreções
respiratórias. Indiretamente, é transmitida por meio de objetos contaminados
com secreções de vesículas e membranas mucosas de pacientes infectados.

O período de incubação do vírus Varicela, causador da Catapora, é de 4 a 16 dias.


A transmissão se dá entre 1 a 2 dias antes do aparecimento das lesões de pele e
até 6 dias depois, quando todas as lesões estiverem na fase de crostas.

Deve-se afastar a criança da creche ou escola por 7 dias, a partir do início do


aparecimento das manchas vermelhas no corpo.

Uma vez adquirido o vírus Varicela, a pessoa fica imune à catapora. No entanto,
esse vírus permanece em nosso corpo a vida toda e pode ser reativado,
causando o Herpes-Zoster, conhecido também como cobreiro.
Sintomas
Os sintomas da catapora, em geral, começam entre 10 e 21 dias após o contágio da
doença. Os principais sinais e sintomas da doença são:
manchas vermelhas e bolhas no corpo;
mal estar;
cansaço;
dor de cabeça;
perda de apetite;
febre baixa

As bolhas surgem inicialmente na face, no tronco ou no couro cabeludo, se


espalham e se transformam em pequenas vesículas cheias de um líquido claro. Em
poucos dias o líquido escurece e as bolhas começam a secar e cicatrizam. Este
processo causa muita coceira, que pode infeccionar as lesões devido a bactérias das
unhas ou de objetos utilizados para coçar.
Tratamento

No tratamento da catapora, em geral, são utilizados analgésicos e antitérmicos


para aliviar a dor de cabeça e baixar a febre, e anti-histamínicos (antialérgicos)
para aliviar a coceira. Os cuidados de higiene são muito importantes e devem
ser feitos apenas com água e sabão.

Para diminuir a coceira, o ideal é fazer compressa de água fria. As vesículas não
devem ser coçadas e as crostas não devem ser retiradas. Para evitar que isso
aconteça, as unhas devem ser bem cortadas.

Para pessoas sem risco de agravamento da varicela, o tratamento deve ser


sintomático. Havendo infecção secundária, recomenda-se o uso de antibióticos.

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