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Maiko Hortêncio Chintinguiza

Inácio Francisco
Eleutério António

HIV/SIDA
(Licenciatura em Engenharia Electrónica)

Universidade Rovuma
Nampula, Abril de 2023
Maiko Hortêncio Chintinguiza
Inácio Francisco
Eleutério António

HIV/SIDA

Trabalho de carácter avaliativo da


cadeira de TTIV (Tema Transversal IV)
apresentado como requisito parcial a
aprovação de Engenharia Electrónica 4º
Ano pela Faculdade de Engenharia e
Ciências Tecnológicas, na Universidade
Rovuma.

Docente: Sónia da Conceição D. Giquira

Universidade Rovuma
Nampula, Abril de 2023
Índice

Capítulo I: Introdução ............................................................................................................ 2

1.1 Contextualização ................................................................................................. 2

1.2 Objectivos............................................................................................................ 2

Capítulo II: Fundamentação teórica ...................................................................................... 3

2.1 Conceito .............................................................................................................. 3

2.2 Sintomas e fases................................................................................................... 3

2.3 Mitos e Tabus ...................................................................................................... 4

2.4 Relações sexuais vs múltiplos parceiros .............................................................. 6

2.5 Transmissão vertical ............................................................................................ 7

Conclusão .............................................................................................................................. 8

Bibliografia ............................................................................................................................ 9
Capítulo I: Introdução

1.1 Contextualização
Grandes problemas afligem o planeta, dentre eles destacam-se a luta pelos direitos
humanos, qualidade de vida, políticas de medicamentos, porém a pandemia da AIDS
passou a fazer parte deste cenário de maneira muito intensa, já que está presente em
diferentes regiões do mundo e sempre de maneira muito característica, configurando
epidemias regionais constantes (PARKER; CAMARGO000) apud (Ramos).

Conforme Pinto et al. (2007) a AIDS foi reconhecida nos Estados Unidos da América
(EUA), no ano de 1981, quando identificou-se uma grande quantidade de homens adultos,
com comportamento homossexual e residentes da cidade de São Francisco, com a tríade:
“Sarcoma de Kaposi”, associado a pneumonia por Pneumocystis carinii e deficiência do
sistema imunológico, posteriormente essa tríade foi considerada a característica típica da
doença.

De acordo com Belda Júnior (2009) apud (Ramos) foram descritos até então dois tipos de
retrovírus causadores da AIDS, sendo eles o HIV-1 e o HIV-2, que apresentam diferenças
estruturais, epidemiológicas e fisiopatológicas entre si. Entre as características principais
deste vírus está a selectividade pelos linfócitos T, responsáveis pela defesa do organismo,
esses linfócitos possuem em sua membrana celular receptores específicos para o HIV,
chamados CD4.

1.2 Objectivos

1.2.1 Objectivo geral


 Generalizar sobre o HIV/SIDA

1.2.2 Objectivos específicos

 Conceituar o HIV, SIDA


 Analisar as fases evolutivas da infecção peço HIV
 Debruçar os mitos e tabus
 Debruçar sobre as relações sexuais vs múltiplos parceiros
 Explicar a transmissão vertical.

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Capítulo II: Fundamentação teórica

2.1 Conceito
HIV ou VIH é o Vírus da Imunodeficiência Humana. Este vírus afecta e enfraquece o
sistema que defende o organismo das infecções e das doenças: o sistema imunitário.

Na fase inicial da infecção podemos, não ter sintomas da doença, com o sistema imunitário
a conseguir “controlar” o vírus, podendo variar de pessoa para pessoa. Com o passar do
tempo, o sistema imunitário fica enfraquecido e podem aparecer as chamadas infecções
oportunistas, que não causariam doença numa pessoa sem diminuição da imunidade. Esta
fase final é conhecida como Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA).

Já a SIDA, é uma consequência do não-tratamento do HIV, o que pode ter vários impactos
na saúde da pessoa, inclusive em determinados casos podendo levar a óbito.

HIV é, portanto, o vírus que causa a SIDA.

2.2 Sintomas e fases


 Primeira fase
Denominamos ela como infecção aguda, onde o sistema imunológico começa a ser
afectado. Essa é a primeira fase, quando a incubação do HIV ocorre – indo desde a
exposição ao vírus até os primeiros sinais da doença. Esse período pode variar de três e
seis semanas – entretanto, o organismo leva de 30 a 60 dias após a infecção para produzir
os anticorpos anti-HIV. Os primeiros sintomas podem ser muito semelhantes com os de
uma gripe comum, como mal-estar e febre – esse é um dos motivos pelos quais a doença
pode passar despercebida.

 Segunda fase
Há uma forte interacção entre as células de defesa e as constantes e rápidas mutações do
vírus. Porém, isso não enfraquece o organismo a ponto de permitir novas doenças – pois o
vírus amadurece e morre de maneira equilibrada. Em muitos casos, esse período dura anos,
e é chamado de assintomático. Por conta do frequente ataque, as células de defesa
começam a funcionar com menos eficiência até serem destruídas. O organismo fica cada
vez mais fraco e vulnerável a infecções comuns.

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 Terceira fase
A fase sintomática inicial é caracterizada pela alta redução de glóbulos brancos do sistema
imunológico que chegam a ficar abaixo de 200 unidades por mm³ de sangue – sendo que
em adultos saudáveis, esse valor varia entre 800 a 1.200 unidades. Os sintomas mais
comuns nessa fase são a febre, diarreia, suores nocturnos e emagrecimento.

 Quarta fase
A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas. Com isso, atinge-se o
estágio mais avançado da doença, a aids. Quem chega a essa fase, por não saber da sua
infecção ou não seguir o tratamento indicado pela equipe de saúde, pode sofrer de hepatites
virais, tuberculose, pneumonia, toxoplasmose e alguns tipos de câncer.

2.3 Mitos e Tabus


É verdade que a AIDS e HIV são a mesma coisa?
Mito! Primordialmente HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana,
causador da Aids. Sendo assim, nos primeiros anos da doença a pessoa convive com o
vírus sem ter manifestações dela.
Como o vírus ataca o sistema imunológico, principalmente as células CD4, as defesas
ficam baixas e deixam o organismo vulnerável a diversas doenças. Desse modo, as pessoas
que vivem com a Aids têm o estágio mais avançado da doença, que ataca o sistema
imunológico e é causada pelo vírus do HIV.

A Aids só pode ser transmitida através do sangue ou contacto sexual?


Mito! A forma de contágio do HIV se dá por meio da troca de fluidos corporais como, por
exemplo, sangue, sémen, secreções vaginais e leite materno. Saliva, urina, lágrimas, fezes
e suor são considerados fluidos não infectantes.
O contágio não acontece por meio de interacções comuns como abraçar, beijar, dividir
objectos ou alimentos.

Mulheres seropositivas podem engravidar sem que o vírus HIV seja transmitido?

Verdade! Actualmente o acesso universal aos antirretrovirais permite que mulheres


seropositivas vivendo ou não com AIDS, possam engravidar. Assim, o mais importante é o
planejamento da gravidez com o médico que realiza o acompanhamento da mulher.

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Portanto, existem medidas que devem ser avaliadas para minimizar o risco para o parceiro
e para diminuir as chances de transmissão para o bebé durante a gestação, no parto e pós.

Todo bebé de uma mulher com HIV já nasce com o vírus.


Mito! Hoje em dia, o risco de o bebé nascer com o vírus do HIV é extremamente baixo
desde que a gestante tenha feito o planejamento da gestação, pré-natal correto, seu estado
imune e tenha feito o uso de antirretrovirais avaliado durante todo o processo pelo médico.

Se durante o sexo oral a pessoa tiver alguma afta ou outra ferida na boca pode contrair o
vírus?
Mito! A possibilidade de transmissão do HIV em sexo oral feito em uma pessoa vivendo
com HIV é muito baixa. É estimado que o risco de uma pessoa contrair HIV pelo sexo oral
receptivo é de 1 em 10 mil, entretanto, a chance de contrair o HIV aumenta em caso de
ejaculação na boca.
Nunca se deve esquecer que existem outras doenças de transmissão sexual que podem ser
adquiridas através do sexo oral, e o uso da camisinha é muito importante na prevenção.

Posso ser infectado por usar sabonete, toalha, lençóis, talheres ou roupa íntima de uma
pessoa seropositiva?
Mito! O risco existe com a troca de fluídos corporais como, por exemplo, sangue, sémen,
secreções vaginais e leite materno.

O exame de HIV detecta o vírus logo no início?


Mito, existe um período chamado de janela imunológica, geralmente nos primeiros 30 dias
após o contágio.

Quem tem HIV não precisa usar camisinha se o parceiro também tiver o vírus?
Mito, devem usar camisinha sim. O vírus do HIV apresenta uma diversidade genética
importante, tipos, subtipos e vírus recombinantes. O sexo sem protecção pode facilitar o
risco de transmissão de outros subtipos, vírus resistentes, além do risco de outras doenças
de transmissão sexual.

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É possível contrair o vírus através de brinquedos sexuais?
Verdade! É raro, porém, existem relatos de casos de transmissão da doença por
compartilhamento de acessórios eróticos. Por último, é importante lembrar que a Aids não
está relacionada à orientação sexual ou identidade de género.

A conscientização é o primeiro passo para o combate ao vírus!


Antes de mais nada é importante reforçar que discutir sobre HIV/Aids não precisa ser um
tabu e que na verdade é uma conversa à aborda-se não somente agora, mas em todos os
meses do ano, afinal de contas Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) estão se
disseminando a todo o momento.

O mundo lida com a aids há décadas, mas o estigma e os tabus envolvendo a doença
causada pelo vírus HIV ainda permanecem e facilitam que mais pessoas sejam
contaminadas.

Segundo o programa das Nações Unidas Unaids, 64,1% das pessoas que têm HIV/Aids
sofreram alguma forma de descriminação, 46,3% ouviram comentários negativos no
ambiente social e 42% foram recriminados pela própria família. Um quarto das pessoas
sofreu assedio verbal, quase 20% perderam emprego ou fonte de renda, 17% foram
excluídos de actividades sociais por serem seropositivos e 6% relataram ter sido agredido.

Isso tudo é relacionado ao estigma. A discriminação que gera um não acesso aos serviços
de saúde.

2.4 Relações sexuais vs múltiplos parceiros


O vírus pode ser transmitido em toda e qualquer relação sexual – anal, oral, e vaginal –
com penetração e sem camisinha. O preservativo é necessário do começo ao fim do ato
sexual.

Pode haver, sim, relação sem transmissão. O HIV não tem uma transmissibilidade muito
acentuada. Na verdade, o risco de contaminação em uma única relação é baixa e n maioria
das vezes, são necessária mais de uma relação desprotegida para que alguém seja
contaminado.

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Numa relação com múltiplos parceiros, é frequente que um dos parceiros mantenha uma
relação estável ou ambos os parceiros tenham mais do que uma relação. A relação com
outros parceiros é frequentemente de tipo sexual (sexo casual), mas nem sempre. O
poliamor verifica-se quando alguém tem uma relação íntima com diferentes pessoas ao
mesmo tempo. O amor, a honestidade, a sinceridade e o respeito são importantes nas
relações poliamorosas.

Se tiver sexo sem protecção com vários parceiros, pode correr um maior risco de contrair
IST. Use um preservativo para se proteger e para proteger o seu parceiro e outras pessoas.

Depois de algum tempo, uma relação com múltiplos parceiros pode tornar-se difícil, por
exemplo, por causa de ciúmes.

Algumas pessoas acham estranho ter várias relações ao mesmo tempo, enquanto outras
acham muito normal.

2.5 Transmissão vertical


A transmissão vertical, decorrente da exposição da criança durante a gestação, parto ou
aleitamento materno, vem aumentando devido à maior transmissão heterossexual. Na
África, são encontradas as maiores taxas desta forma de infecção pelo HIV, da ordem de
30 a 40%; entretanto, em outras partes do mundo, como na América do Norte e Europa,
situam-se em torno de 15 a 29%. Os principais motivos dessa diferença devem se ao fato
de que, na África, a transmissão heterossexual é mais intensa, e que neste continente, o
aleitamento materno é muito mais frequente do que nos países industrializados.

A transmissão intra-uterina é possível em qualquer fase da gravidez; porém é menos


frequente no primeiro trimestre. As infecções ocorridas nesse período não têm sido
associadas a malformações fetais. O risco de transmissão do HIV da mãe para o filho pode
ser reduzido em até 67% com o uso de AZT durante a gravidez e no momento do parto,
associado à administração da mesma droga ao recém-nascido por seis semanas.

Um estudo realizado nos Estados Unidos (Aids Clinical Trial Group 076 ou ACTG-076)
demonstrou redução na transmissão vertical de 25,6% para 8,3% com o uso de AZT
durante a gravidez. A transmissão pelo leite materno é evitada com o uso de leite artificial
ou de leite humano processado em bancos de leite, que fazem aconselhamento e triagem
das doadoras.
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Conclusão

AIDS, a síndrome da imunodeficiência adquirida, é uma definição epidemiológica baseada


em sinais e sintomas clínicos. É causada pelo HIV, o vírus da imunodeficiência humana. A
AIDS não é simplesmente uma deficiência imunológica. O HIV destrói a capacidade do
organismo de combater infecções e doenças, que podem levar à morte. A terapia
antirretroviral diminui a replicação do vírus e pode aumentar em muito a sobrevida e
melhorar a qualidade de vida da pessoa que vive com HIV.

Atualmente, muitas pessoas que vivem com HIV nem chegam a desenvolver a AIDS.

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Bibliografia

Ramos, J. S. (s.d.). Trajetória do HIV/AIDS no Brasil e no Mundo.

Sites consultados

https://learn.tearfund.org/pt-pt/resources/footsteps/footsteps-91-100/footsteps-98/ -
acesso em abril de 2023
https://www.hospsaofrancisco.com.br/ - acesso em abril de 2023
https://hospitalsantaclara.com.br/- acesso em abril de 2023
Fiocruz (https://www.bio.fiocruz.br/index.php/hiv-sintomas-transmissao-e-
prevencao-combosifilis) - acesso em abril de 2023
UNAIDS (https://unaids.org.br/2017/03/voce-sabe-o-que-e-hiv-e-o-que-e-aids/) -
acesso em abril de 2023
https://www.zanzu.be/pt/a-relacao-com-multiplos-parceiros - acesso em abril de
2023

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