Você está na página 1de 30

Ministerio da Educação

Colegio Novos Horizontes

Tema: HIV/SIDA

Docente

__________________________.

Ano Lectivo 2022/2023


Sala Nº 06
Turma: A
Classe: 10ª
Turno: Manhã
Disciplina: FAI
Tema: HIV/SIDA
Discente: Larissa Luana Queiróz Francisco

Ano Lectivo 2022/2023


Índice

1 Introdução .................................................................................................................01
1.1 Desenvolvimento…………....................................................................................01
2 Qual é a diferença de HIV e SIDA............................................................................02
3 Transmissão…….………………….……………………………………………….03
4 Epidemiologia........................................................................................................... 05
5 Fisiopatologia……………………………………………........................................06
6 Sinais e sintomas……………………………………………....................................07
7 Diagnóstico ………………………….…..…………………………………………09
8 Prognóstico …………………………………………….…….……………………10
9 Tratamento ...............................................................................................................11
10 Prevenção …………………………………………………….……………………12
11 Conclusão …………………………………………………….……………………13
12 Referencias ...............................................................................................................14

Ano Lectivo 2022/2023


Introdução

HIV é a sigla em inglês para vírus da imunodeficiência humana, O vírus da


imunodeficiência humana (HIV) é um retrovírus que infecta as células do sistema imunológico
humano, de forma que destrói ou danifica sua função, o que significa a imunodeficiência, alerta
o site do programa Unaids.

“As pessoas com imunodeficiência são muito mais vulneráveis a um grande número de
cânceres e infecções, sendo a maioria delas raras entre pessoas sem a doença. As enfermidades
associadas a uma imunodeficiência grave são consideradas infecções oportunistas, pois se
aproveitam de um sistema imunológico enfraquecido”.

Ano Lectivo 2022/2023


O HIV-1 causa a maioria das infecções pelo HIV no mundo todo, mas o HIV-2
provoca a maioria dos casos em partes da África Ocidental. Em determinadas áreas da África
Ocidental, ambos os microrganismos são prevalentes e podem coinfectar os pacientes. HIV-2
parece ser menos virulento do que o HIV-1.

O HIV-1 originou-se na África Central na primeira metade do século XX, quando um


vírus intimamente relacionado com chimpanzés foi transmitido para o homem. A disseminação
epidêmica no globo começou no final da década de 1970 e a aids foi reconhecida em 1981.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima (1) que, em 2019, cerca de 38


milhões de pessoas, incluindo 1,8 milhão de crianças (< 15 anos), viviam com o HIV em todo o
mundo; do total, cerca de 25,7 milhões vivem na África subsaariana. Cerca de 19% das pessoas
que portam o HIV não foram diagnosticadas. Entre as pessoas que sabiam que estavam
infectadas, 67% tinham acesso ao tratamento. Em 2019, cerca de 690.000 pessoas morreram de
doenças relacionadas com a aids em todo o mundo (64% na África subsaariana), em
comparação com 1,9 milhão em 2004 e 1,4 milhão em 2010. Em 2019, cerca de 1,7 milhão de
pessoas, incluindo 150.000 crianças, foram infectadas pelo HIV recentemente, em comparação
com 3,4 milhões de novas infecções em 1996. A maioria das novas infecções (86%) ocorre nos
países em desenvolvimento; mais da metade em mulheres na África subsaariana. Em muitos
países da África subsaariana, a incidência de infecção pelo HIV está diminuindo
acentuadamente em relação às taxas muito altas de uma década antes; no entanto, ainda existem
lacunas importantes para atender a Estratégia para acabar rapidamente com a epidemia de aids
em 2030 da Organização Mundial da Saúde.

Infecções por HTLV


A infecção pelo vírus T-linfotrópico humano (HTLV) 1 e 2 pode causar leucemias e linfomas de
células T, linfadenopatia, hepatosplenomegalia, lesões cutâneas e imunodepressão. Alguns
pacientes infectados por HTLV desenvolvem infecções similares às que ocorrem em pacientes
infectados por HIV. HTLV-1 também pode causar mielopatia/paraparesia espástica tropical.

A maioria dos casos é transmitida

 De mãe para filho pelo aleitamento materno


Mas HTLV-1 pode ser transmitido
 Sexualmente
 Pelo sangue
 Raramente, por transplante de órgãos de doadores soropositivos para HTLV-1.

Qual é a diferença entre HIV e SIDA

Ano Lectivo 2022/2023


Os conceitos podem ser confundidos. No entanto, nem todas as pessoas que vivem com HIV
têm SIDA.

O que é o HIV?
O vírus da imunodeficiência humana (HIV) é um retrovírus que infecta as células do sistema
imunológico humano, de forma que destrói ou danifica sua função, o que significa a
imunodeficiência

O que é SIDA?
SIDA significa Síndrome da Imunodeficiência Adquirida e é causada por VIH (Vírus da
Imunodeficiência Humana), sendo a fase final da infeção. É a fase mais avançada da infeção por
HIV, quando temos um sistema imunitário enfraquecido, com doenças oportunistas.

Deste modo, HIV tem de penetrar, em primeiro lugar, no organismo, em seguida, ocorrer a
progressão da infeção para uma doença crónica que enfraqueça o sistema imunitário para que,
por fim, ocorra o aparecimento de doenças oportunistas perante a fraqueza do organismo. Nessa
altura, ocorre a SIDA.

O diagnóstico da SIDA é estabelecido quando uma pessoa com HIV tem uma contagem dos
células CD4 inferior a 200/mm3, uma ou mais infeções oportunistas ou ambas.

Qual é a diferença entre o HIV e a SIDA?


“O HIV é o vírus que afeta o sistema de defesa do organismo que, uma vez enfraquecido pelo
HIV, permite o aparecimento de doenças. Esse estágio mais avançado é o que se chama SIDA”,
diferencia o Guia para comunicadores sobre HIV/ SIDA.

Isso significa que nem todas as pessoas que vivem com HIV chegam a esta etapa, mas todas as
pessoas que desenvolvem SIDA vivem com HIV.

Por outro lado, o guia aponta que o período de tempo que leva para o HIV se transformar em
SIDA varia de acordo com cada pessoa e depende muito de tomar medicação ou não.
"Geralmente, as pessoas que recebem tratamento com remédios adequados e que tomam
corretamente os medicamentos evitam a progressão para o desenvolvimento de doenças”,
informa a publicação.

SIDA

Ano Lectivo 2022/2023


A SIDA é definida como um ou mais dos seguintes:
 Infecção por HIV que leva a qualquer uma de certas doenças definidoras da SIDA (3)
 Contagem de CD4+ para T-linfócitos (células auxiliares) de < 200/mcL
 Percentual de células CD4+ de ≤ 14% da contagem total de linfócitos

As doenças definidoras da SIDA são


 Infecções oportunistas graves
 Certos cânceres (p. eg., sarcoma de Kaposi, linfoma não Hodgkin), nos quais há
predisposição a defeitos de imunidade mediada por células
 Disfunção neurológica

Doenças definidoras da SIDA:


 Infecções bacterianas, múltiplas ou recorrentes
 Candidíase dos brônquios, traqueia ou pulmões
 Candidíase esofágica
 Câncer do colo do útero, invasivo
 Coccidioidomicose disseminada ou extrapulmonar
 Criptococose extrapulmonar
 Criptosporidiose intestinal crônica (duração > 1 mês)
 Doença por citomegalovírus (exceto fígado, baço, ou linfonodos), início na idade > 1
mês
 Retinite por citomegalovírus (com perda de visão)
 Encefalopatia atribuída ao HIV
 Herpes simples: úlceras crônicas (duração > 1 mês) ou bronquite, pneumonite ou
esofagite (idade de início > 1 mês)
 Histoplasmose disseminada ou extrapulmonar
 Isosporíase (cistoisosporíase) intestinal crônica (duração > 1 mês)
 Sarcoma de Kaposi
 Linfoma, Burkitt (ou termo equivalente)
 Linfoma, imunoblástico (ou termo equivalente)
 Linfoma primário do cérebro
 Complexo Mycobacterium avium (MAC) ou Mycobacterium kansasii, disseminado ou
extrapulmonar
 Mycobacterium tuberculosis de qualquer local, disseminada ou extrapulmonar
 Mycobacterium, outras espécies ou espécies não identificadas, disseminado ou
extrapulmonar
 Pneumonia por Pneumocystis jirovecii (anteriormente conhecido como Pneumocystis
carinii)
 Pneumonia recorrente
 Leucoencefalopatia multifocal progressiva
 Sepse (não tifoide) por Salmonella, recorrente
 Toxoplasmose cerebral, início na idade > 1 mês
 Síndrome consumptiva atribuída ao HIV

Transmissão da infecção pelo HIV

Ano Lectivo 2022/2023


A transmissão do HIV requer contato com secreções fisiológicas — especificamente sangue,
sêmen, secreção vaginal, leite materno, saliva, exsudatos de lesões, ou lesões de pele e de
mucosas que contenham virions HIV livres ou células infectadas. A transmissão é mais
provável com os altos níveis de vírions que são típicos durante a infecção primária, mesmo
quando essas infecções são assintomáticas. A transmissão por saliva ou gotículas produzidas por
tosse ou espirros, embora possível, é extremamente improvável.

O HIV não é transmitido por contato casual não sexual que ocorra no trabalho, na
escola, ou no domicílio. Em geral, a transmissão é
 Sexual: transferência direta por meio de relações sexuais
 Relacionada com agulhas ou instrumentos: compartilhamento de agulhas contaminadas
com sangue ou exposição a instrumentos contaminados
 Materna: parto ou aleitamento
 Relacionada com hemotransfusão ou transplantes de órgãos

Transmissão sexual do HIV


Práticas sexuais como felação e cunilíngua parecem ter risco relativamente baixo, mas não
são absolutamente seguras (ver tabela Risco de transmissão do HIV por várias atividades
sexuais). O risco não aumenta significativamente se o sêmen ou as secreções vaginais forem
ingeridos. Contudo, feridas abertas na boca podem aumentar o risco.

As práticas sexuais mais arriscadas são aquelas que produzem trauma na mucosa,
tipicamente o ato sexual. A relação sexual anal é a de maior risco. A inflamação da mucosa
facilita a transmissão do HIV; as infecções sexualmente transmissíveis, como gonorreia,
infecção por clamídia, tricomoníase e, principalmente, aquelas que produzem ulceração (p. ex.,
cancroide, herpes, sífilis), aumentam o risco várias vezes. Outras práticas que causam trauma na
mucosa incluem fisting (inserir a maior parte ou toda a mão no reto ou na vagina) e uso de
brinquedos sexuais. Quando usadas durante a relação sexual com um parceiro infectado pelo
HIV e/ou com múltiplos parceiros sexuais concomitantes, essas práticas aumentam o risco de
transmissão do HIV.

Em heterossexuais, o risco estimado por ato sexual é cerca de 1/1.000; mas o risco é maior
em:
 Estágios precoces e avançados da infecção pelo HIV quando as concentrações de HIV
no plasma e nas secreções genitais são mais elevadas
 Pessoas mais jovens
 Pessoas com doenças genitais ulceradas

A circuncisão parece reduzir o risco de infecção pelo HIV em homens em cerca de 50% por
meio da remoção da mucosa peniana (parte inferior do prepúcio), que é mais susceptível a

Ano Lectivo 2022/2023


infecções pelo HIV do que o epitélio escamoso queratinizado, estratificado, que recobre o resto
do pênis.

Evidências recentes mostram que pessoas infectadas pelo HIV nas quais a terapia
antirretroviral reduziu a carga viral abaixo do nível atualmente detectável (vírus suprimido) não
transmitem sexualmente o vírus a seus parceiros. Vírus indetectável é igual a vírus
intransmissível.

TABELA
Risco de transmissão do HIV por várias atividades sexuais
Risco de transmissão do HIV por várias atividades sexuais

Risco Atividade

Beijo seco

Fricção corpo a corpo e massagem

Uso de dispositivos sexuais não


Nenhum risco (exceto se compartilhados (p. ex., brinquedos sexuais)
lesões estiverem
presentes) Masturbação pelo parceiro, sem líquidos
vaginais ou sêmen

Banho com outra pessoa

Contato de pele intacta com fezes ou urina

Risco teórico (baixíssimo Beijos com troca de saliva


risco, exceto se lesões
estiverem presentes) Sexo oral realizado no homem (sem
ejaculação e com preservativo)

Sexo oral realizado na mulher se uma


barreira de proteção for usada

Contato oral-anal

Penetração digital vaginal ou anal, com ou


sem uso de luva

Inserção de dispositivos sexuais

Ano Lectivo 2022/2023


Risco Atividade

compartilhados, mas desinfetados

Sexo oral sem preservativo e com


ejaculação

Sexo oral realizado na mulher se não for


utilizada uma barreira de proteção
Baixo
Intercurso vaginal ou anal com uso
apropriado de preservativo

Utilização de dispositivos sexuais de


inserção compartilhados, mas não
desinfetados

Alto Intercurso vaginal ou anal sem utilização de


preservativo ou usado inadequadamente,
com ou sem ejaculação

Transmissão relacionada com agulhas e instrumentos


O risco de transmissão do HIV após a penetração na pele de um instrumento médico
contaminado com sangue infectado é de cerca de 1/300, em média, sem profilaxia antirretroviral
pós-exposição. Profilaxia imediata provavelmente reduz o risco de < 1/1.500. O risco parece ser
maior se a lesão for profunda ou o sangue estiver inoculado (p. ex., com agulha oca
contaminada). O risco também aumenta com agulhas com luz e nas punções das artérias e veias
em comparação às agulhas rombas ou outros objetos penetrantes recobertos de sangue, pelo
maior volume de sangue que pode ser transferido. Assim, compartilhar agulhas que penetraram
na veia de outros usuários de drogas injetáveis é uma atividade de risco muito alto.

O risco de transmissão de pessoas contaminadas na equipe médica, que tomam precauções


apropriadas com relação a pacientes não infectados, não está claro, mas parece ser mínimo. Na
década de 1980, um dentista transmitiu HIV para ≥ 6 de seus pacientes por meios
desconhecidos. Contudo, investigações extensas de pacientes tratados por outros médicos
infectados pelo HIV incluindo cirurgiões, identificaram outros poucos casos.

Transmissão materna

Ano Lectivo 2022/2023


O HIV pode ser transmitido da mãe para o filho
 Por via transplacentária
 Por via perinatal
 Pelo leite materno
 Sem tratamento, o risco de transmissão ao nascimento é cerca de 25 a 35%.

O vírus é excretado no leite materno, e o aleitamento pelas mães infectadas com HIV não
tratadas pode transmiti-lo para cerca de 10 a 15% dos lactentes que anteriormente escaparam da
infecção.

Pode-se reduzir significativamente a transmissão tratando as mães positivas para HIV com
antirretrovirais durante a gestação, o trabalho de parto e o aleitamento (no Brasil, o Ministério
da Saúde não recomenda que mães soropositivas para HIV amamentem).

Cesariana e tratamento do lactente por várias semanas após o nascimento também reduzem o
risco. Como muitas gestantes positivas para HIV são tratadas ou tomam fármacos profiláticos, a
incidência da aids em crianças está diminuindo em muitos países (ver Infecção pelo vírus da
imunodeficiência humana (HIV) em lactentes e crianças).

Transmissão relacionada com transfusões e transplantes


O rastreamento dos doadores de sangue com testes tanto para anticorpos contra o HIV como
para o RNA do HIV minimizaram o risco de transmissão por meio de transfusões. O risco atual
de transmissão do HIV por hemotransfusão é provavelmente < 1/2.000.000 por unidade
transfundida nos Estados Unidos. Mas em muitos países em desenvolvimento, onde o sangue e
os hemoderivados não são monitorados para o HIV o risco de infecção por HIV via transfusão
permanece alto.

Raramente, o HIV foi transmitido por transplante de órgãos de doadores soropositivos. A


infecção ocorreu em transplantados de rim, fígado, coração, pâncreas, osso, pele — todos os
quais contêm sangue— mas a triagem para HIV reduziu significativamente o risco de
transmissão. A transmissão do HIV é ainda mais improvável com o transplante de córnea, osso
liofilizado e tratado com etanol, osso congelado fresco sem medula, tendão ou fáscia liofilizada
ou dura-máter irradiada ou liofilizada.

A transmissão do HIV é possível por inseminação artificial com esperma de doadores HIV-
positivo. Alguns casos da infecção ocorreram no início dos anos de 1980, antes da triagem ter
sido introduzida.

Nos Estados Unidos, a lavagem de esperma é considerada um método eficaz para reduzir o
risco de inseminação por parceiro de um dador conhecido de esperma HIV-positivo.

Epidemiologia da infecção pelo HIV

Ano Lectivo 2022/2023


O HIV se dissemina em padrões epidemiologicamente distintos:

 Homens que fazem sexo com homens


 Contato com sangue contaminado (p. ex., usuários de drogas injetáveis que
compartilham agulhas; por meio de transfusões antes de ser adotada triagem eficaz dos
doadores)
 Intercurso heterossexual (afetando homens e quase proporcionalmente mulheres)
 Na maioria dos países, ocorrem todos os padrões, mas o primeiro padrão (homens que
fazem sexo com homens) geralmente predomina nos países desenvolvidos; o segundo
padrão (contato com sangue infectado) predomina na África, América do Sul e sul da
Ásia.
 Em áreas onde a transmissão heterossexual é dominante, a infecção pelo HIV segue as
rotas comerciais, de transporte e de migração econômica para cidades, disseminando-se
secundariamente para áreas rurais. Na África, em particular no sul, a epidemia de HIV
mata milhões de adultos jovens, deixando milhões de órfãos. Os fatores que perpetuam
a disseminação incluem
 Pobreza e violência doméstica
 Baixa escolaridade
 Sistemas deficientes de atendimento médico que não fornecem acesso aos testes de HIV
e aos antirretrovirais
Mas por meio de esforços internacionais, em 2019, cerca de 25,4 milhões vivendo com HIV
tiveram acesso ao tratamento antirretroviral, reduzindo drasticamente as mortes e a transmissão
em muitos países.

Muitas infecções oportunistas que complicam o HIV são reativações de infecções latentes.
Assim, fatores epidemiológicos que determinam a probabilidade de patógenos latentes
influenciam também o risco de infecções oportunistas específicas. Em muitos países em
desenvolvimento, o predomínio de tuberculose e toxoplasmose latentes na população
geralmente é mais alto do que nos países desenvolvidos. Aumentos dramáticos na tuberculose e
encefalite por toxoplasmose reativadas acompanharam a epidemia de imunossupressão induzida
pelo HIV nesses países. De forma similar nos Estados Unidos, a coccidioidomicose, comum no
sudoeste norte-americano, e a histoplasmose, comum no centro-oeste norte-americano, têm
aumentado por causa de infecção pelo HIV.

A infecção pelo herpes-vírus humano tipo 8, que causa o sarcoma de Kaposi, é comum em
homens que fazem sexo com homens, mas incomum em outros pacientes com HIV nos Estados
Unidos e na Europa. Assim, nos Estados Unidos, > 90% dos pacientes com aids que
desenvolveram o sarcoma de Kaposi são homens que fazem sexo com homens.

Fisiopatologia da infecção pelo HIV

Ano Lectivo 2022/2023


O HIV adere e penetra nas células T hospedeiras via moléculas de CD4+ e receptores de
quimiocina (ver figura Ciclo de vida simplificado do HIV). Após a adesão, o RNA do HIV e
várias enzimas que codificam o HIV são liberadas na célula hospedeira.

A replicação viral requer que a transcriptase reversa, (uma polimerase de DNA dependente
de RNA) copie o RNA do HIV produzindo o DNA pró-viral; essa mecanismo de cópia está
sujeito a erros, resultando em mutações frequentes e, portanto, novos genótipos do HIV. Essas
mutações facilitam a replicação de HIV que resiste ao controle do sistema imunitário do
hospedeiro e dos antirretrovirais.

O DNA pró-viral entra no núcleo da célula hospedeira e é integrado ao DNA do hospedeiro,


em um processo que envolve a integrase, outra enzima do HIV. A cada divisão celular, o DNA
proviral integrado é duplicado ao longo do DNA do hospedeiro. Subsequentemente, o DNA
proviral do HIV pode ser transcrito para o RNA viral do HIV e transferido para proteínas do
HIV tal como as glicoproteínas 41 e 120 do invólucro. Essas proteínas do HIV são agrupadas
em vírions do HIV na membrana interna da célula hospedeira e germinam da superfície celular
dentro de um invólucro da membrana celular humana modificada. Cada célula hospedeira pode
produzir milhares de virions.

Após a germinação, a protease, outra enzima do HIV cliva as proteínas virais, convertendo o
virion imaturo em um maduro, o virion infeccioso.

Ciclo de vida simplificado do HIV


O HIV acopla-se e penetra nas células T do hospedeiro, a seguir libera RNA do HIV e
enzimas para o interior da célula do hospedeiro. A transcriptase reversa do HIV transcreve o
RNA viral em DNA proviral. O DNA proviral penetra no núcleo da célula do hospedeiro e a
integrase do HIV facilita sua integração do DNA proviral para o interior do DNA do
hospedeiro. Em seguida, a célula do hospedeiro produz RNA e proteínas de HIV. As proteínas
do HIV são agregadas aos vírions e enviadas para a superfície da célula. A protease do HIV
cliva as proteínas virais, convertendo o vírion imaturo em maduro, o vírion infeccioso.

Ano Lectivo 2022/2023


Linfócitos CD4+ infectados produzem > 98% dos vírions HIV plasmáticos. Uma parcela de
linfócitos CD4+ infectados constitui um reservatório de HIV que pode ser reativado (p. ex., se o
tratamento antiviral for suspenso).

Sistema imunitário
Duas consequências importantes da infecção pelo HIV são
 Danos no sistema imunitário, especificamente a depleção de linfócitos CD4+
 Ativação imunitária
Linfócitos CD4 + estão envolvidos na imunidade mediada por células e, em menor grau,
humoral. A depleção de CD4+ pode resultar de:
 Efeitos citotóxicos diretos da replicação do HIV
 Citotoxicidade mediada por células
 Disfunção tímica, que prejudica a produção de linfócitos

Linfócitos CD4+ infectados possuem uma meia-vida de cerca de 2 dias, que é muito menor
que a dos linfócitos CD4+ não infectados. As taxas de destruição de linfócitos T CD4+ estão
relacionadas com o nível plasmático de HIV. De maneira característica, durante a infecção
inicial ou primária, os níveis de HIV são maiores (> 106 cópias/mL) e a contagem de linfócitos
CD4+ circulantes cai rapidamente.

Ano Lectivo 2022/2023


A elevação anormal da ativação imunitária pode ser causada em parte pela absorção dos
componentes das bactérias intestinais. A ativação imunitária contribui para a depleção de CD4+
e para a imunossupressão por mecanismos que permanecem obscuros.

Outros tecidos

O HIV também infecta células não linfoides monocíticas (p. eg., células dendríticas na pele,
macrófagos, micróglia cerebral) e células do cérebro, trato genital, coração e rins, causando
doença nos sistemas de órgãos correspondentes.

As cepas de HIV em vários compartimentos, como o sistema nervoso (cérebro e líquido


cerebrospinal) e o trato genital (sêmen, líquido cervico-vaginal), são geneticamente distintas das
encontradas no plasma, sugerindo que elas foram selecionadas ou se adaptaram a esses
compartimentos anatômicos (2-4). Dessa maneira, nesses compartimentos os níveis e padrões de
resistência do HIV podem variar de modo independente daqueles no plasma.

Progressão da doença
Durante as primeiras semanas da infecção primária, há respostas imunitárias celulares e
humorais:

 Humoral: anticorpos contra o HIV são mensuráveis em poucas semanas após a


infecção primária; contudo, os anticorpos não conseguem controlar completamente a
infecção pelo HIV porque as formas mutantes de HIV geradas não podem ser
controladas pelos anticorpos anti-HIV atuais do paciente.
 Celular: a imunidade mediada por células é um meio mais importante de controlar os
níveis elevados da viremia (geralmente mais de 106 cópias/mL) inicialmente. Mas a
rápida mutação dos antígenos virais que são alvo da citotoxicidade mediada pelos
linfócitos subverte o controle do HIV em todos, exceto em um pequeno percentual de
pacientes.

O risco e a gravidade de infecções oportunistas, aids e cânceres relacionados com a aids são
determinados por 2 fatores:
 Contagem de linfócitos CD4+
 Exposição a patógenos potencialmente oportunistas
O risco de infecções oportunistas específicas aumenta abaixo do limiar da contagem de CD4 de
200/mcL para algumas infecções e de 50/mcL para outras, como no seguinte:
 Contagem de CD4 < 200/mcL: maior risco de pneumonia por Pneumocystis jirovecii,
encefalite toxoplasmática e meningite criptocócica
 Contagem de CD4 < 50/mcL: maior risco de infecção por citomegalovírus (CMV) e
complexo Mycobacterium avium (MA

Ano Lectivo 2022/2023


Sinais e sintomas da infecção pelo HIV

Infecção inicial pelo HIV


Inicialmente, a infecção primária pelo HIV pode ser assintomática ou causar sintomas
inespecíficos transitórios (síndrome retroviral aguda). A síndrome retroviral aguda começa,
geralmente, em 1 a 4 semanas de infecção e dura 3 a 14 dias. Os sinais e sintomas muitas vezes
são confundidos com mononucleose infecciosa ou síndromes virais benignas inespecíficas e
podem apresentar febre, mal-estar, fadiga, vários tipos de dermatite, dor de garganta, artralgia,
linfadenopatia generalizada e meningite séptica.
Após o desaparecimento dos primeiros sintomas, muitos pacientes, mesmo sem tratamento,
não apresentam sintomas, ou somente sintomas discretos, intermitentes e inespecíficos, por um
período de tempo muito variável (2 a 15 anos).

Os sintomas durante esse período relativamente assintomático refletem tanto efeitos diretos
do HIV quanto infecções oportunistas. Os mais comuns são os seguintes:
 Linfadenopatia
 Placas brancas na orofaringe (candidíase oral)
 Herpes-zóster
 Diarreia
 Fadiga
 Febre com sudorese intermitente
Citopenias assintomáticas, leves a moderadas (p. ex., leucopenia, anemia, trombocitopenia),
também são comuns. Alguns pacientes apresentam consumpção progressiva (que pode estar
relacionada com anorexia e aumento do catabolismo decorrente das infecções) e febre baixa ou
diarreia.

Piora da infecção pelo HIV


Avaliação pode detectar infecções que normalmente não ocorrem na população em geral, como
 Infecções disseminadas por micobactérias
 P. jirovecii
 Infecção por Cryptococcus neoformans
 Outras infecções fúngicas

Infecções que também ocorrem na população em geral, mas que sugerem aids se sua gravidade
for incomum ou têm recorrência frequente, são
 Herpes-zóster
 Herpes simples
 Candidíase vaginal
 Infecções pneumocócicas invasivas
 Sepse por Salmonella

Ano Lectivo 2022/2023


Diagnóstico da infecção pelo HIV

 Teste de anticorpos para HIV com ou sem testes de antígeno P24 para HIV
 Métodos de amplificação do ácido nucleico para determinar o nível de RNA de HIV
(carga viral)
Suspeita-se de infecção pelo HIV em pacientes com adenopatia generalizada, persistente e
inexplicada ou com qualquer das doenças definidoras da aids (ver Doenças definidoras da aids).
Também se pode suspeitar do vírus em pacientes de alto risco com sintomas que poderiam
representar infecção primária aguda.

Exames diagnósticos
A detecção de anticorpos contra o HIV é sensível e específica, exceto durante as primeiras
poucas semanas após a infecção (denominado "período de janela" da infecção aguda pelo HIV).
Entretanto, o antígeno p24 do HIV (uma proteína central do vírus) já está presente no sangue
durante a maior parte desse tempo e pode ser detectado por exame. Atualmente, recomenda-se
imunoensaio de 4ª geração que detecta antígeno e anticorpo; este teste detecta anticorpos tanto
contra HIV-1 como contra HIV-2, assim como o antígeno p24 d'o HIV. A versão laboratorial é
provavelmente preferível àquela à beira do leito para diagnosticar infecção precoce, mas ambas
podem ser feitas rapidamente (em 30 minutos). Se o resultado do teste é positivo, fazem-se
ensaio para diferenciar HIV-1 e HIV-2 e teste de RNA do HIV.

Ensaios para anticorpos de geração mais precoce por ELISA são altamente sensíveis, mas,
como não testam o antígeno, não são positivos tão cedo quanto o teste de combinação de 4ª
geração. Além disso, os resultados raramente são falso-positivos. Testes ELISA-positivos são,
portanto, confirmados com um teste mais específico, como o Western blot. Porém, esses testes
têm inconvenientes:
 O ELISA requer um equipamento complexo.
 O Western blot requer técnicos bem treinados e é oneroso.
 A sequência completa dos testes demora pelo menos um dia.

Caso se suspeite de infecção pelo HIV apesar de testes negativos para anticorpos (p. ex.,
durante as primeiras semanas após a infecção), o nível plasmático do RNA do HIV pode ser
medido. Os métodos de amplificação de ácido nucleico utilizados são altamente sensíveis e
específicos. Ensaios par RNA do HIV requerem tecnologia avançada, como reação em cadeia
da polimerase via transcriptase reversa (RT-PCR), que é sensível para níveis extremamente
baixos de RNA do HIV. Dosar antígenos p24 do HIV por ELISA é menos sensível e específico
do que detectar diretamente o RNA do HIV no sangue.

Monitoramento
Quando o HIV é diagnosticado, deve-se determinar:
 Contagem de linfócitos CD4+
 Níveis plasmáticos do RNA do HIV

Ano Lectivo 2022/2023


A contagem de CD4 é calculada como produto de:
 Leucograma (p. ex., 4000 células/mcL)
 Porcentagem de linfócitos entre os leucócitos (p. ex., 30%)
 Porcentagem de linfócitos que possuem o marcador CD4+ (p. ex., 20%)

Utilizando os números acima, a contagem de células CD4 (4.000 x 0,3 x 0,2) é 240
células/mL, ou cerca de 1/3 da contagem de CD4 normal em adultos, que é cerca de 750 ±
250/mcL. O nível plasmático de RNA de HIV (carga viral) reflete taxas de replicação do HIV.
Níveis mais elevados de ponto crítico (níveis relativamente estáveis que ocorrem após a
infecção primária) predizem o risco aumentado de declínio da contagem de CD4+ e de infecção
oportunista, mesmo em pacientes assintomáticos.

Pode-se determinar o genótipo inicial do HIV usando uma amostra de sangue; a


disponibilidade desse teste varia em cada região. Usa-se genotipagem do HIV para identificar
mutações conhecidas por causarem resistência a certos antirretrovirais e para ajudar a selecionar
um esquema farmacológico que pode ser eficaz para um paciente específico com infecção pelo
HIV.

Estadiamento
A infecção por HIV pode ser estagiada com base na contagem de CD4. Em pacientes ≥ 6 anos
de idade, os estágios são:
 Estágio 1: ≥ 500 células/mcL
 Estágio 2: 200 a 499 células/mcL
 Estágio 3: < 200 células/mcL
A contagem de CD4 após 1 a 2 anos de tratamento oferece indicação da recuperação
imunitária final; a contagem de CD4 pode não voltar ao intervalo normal apesar da supressão
prolongada do HIV.

Triagem de HIV
Deve-se oferecer testes de triagem para anticorpos ou a combinação mais recente de testes
de antígeno/anticorpos rotineiramente para adultos e adolescentes, sobretudo gestantes,
independentemente de seus riscos percebidos. Para indivíduos em maior risco, em especial
aqueles sexualmente ativos, com múltiplos parceiros, que não praticam sexo seguro, o teste
deve ser repetido cada 6 a 12 meses. Esse teste é confidencial e disponibilizado, geralmente
gratuitamente, em muitas instituições públicas e privadas ao redor do mundo.

A Organização Mundial da Saúde sugere que, em países de baixa e média renda, testes
para HIV sejam feitos usando uma combinação de 2 testes rápidos diferentes de anticorpos (ver
Diretrizes consolidadas sobre serviços de testagem para HIV, julho de 2015). Testes rápidos têm
a vantagem de oferecer resultados preliminares no contato inicial em menos de 25 minutos. São
especialmente úteis para pessoas com pouca probabilidade de retornar para receber os
resultados dos exames.

Ano Lectivo 2022/2023


Prognóstico da infecção pelo HIV

 Contagem de células CD4 em curto prazo


 Nível plasmático de RNA do HIV em longo prazo

Para cada aumento de 3 vezes (0,5 log10) na carga viral, a mortalidade nos próximos 2 a 3
anos aumenta cerca de 50%. Morbidade e mortalidade associadas ao HIV variam pela contagem
de CD4, com a maioria dos óbitos relacionada com os casos de HIV ocorrendo nas contagens <
50/mcL. Porém, com tratamento efetivo, os níveis de RNA de HIV caem a níveis indetectáveis,
a contagem de CD4 muitas vezes aumenta dramaticamente e o risco de morte e doença cai, mas
permanece mais alta do que para pessoas na mesma faixa etária não infectadas pelo HIV (1).

Outro fator prognóstico menos bem compreendido é o nível de ativação imunitária como
determinado pela avaliação da expressão dos marcadores da ativação em linfócitos CD4 e CD8.
A ativação, que pode ser causada pelo extravasamento de bactérias ao longo da mucosa do
cólon danificada pelo HIV é um forte indicador prognóstico, mas não é usada clinicamente
porque esse teste não está amplamente disponível e a terapia antirretroviral muda o prognóstico,
tornando o teste menos importante.

Um subgrupo de pessoas infectadas pelo HIV (denominado não progressores a longo prazo)
permanece assintomático com contagem de CD4 alta e baixos níveis de HIV no sangue sem
tratamento antirretroviral. Normalmente, essas pessoas apresentam vigorosas respostas humoral
e celular às cepas infectantes de HIV de acordo com ensaios in vitro. A especificidade dessa
resposta eficaz é demonstrada pelo seguinte: quando essas pessoas adquirem uma infecção
secundária por uma segunda cepa do HIV à qual sua resposta imunitária não é tão eficaz, elas se
convertem a um padrão mais típico de progressão. Assim, sua resposta extraordinariamente
eficaz à primeira cepa não se aplica à segunda cepa. Esses casos fornecem fundamentos teóricos
para o aconselhamento de pessoas infectadas pelo HIV de que elas ainda devem evitar o
máximo possível a exposição à infecção secundária pelo HIV através de sexo sem proteção ou
compartilhamento de seringas.

Considera-se que a cura da infecção pelo HIV não é possível e, portanto, o tratamento
medicamentoso por toda a vida é necessário. Deve-se orientar os pacientes vivendo com
infecção pelo HIV a tomar regularmente os seus antirretrovirais. Um caso de possível cura foi
amplamente documentado em um lactente no qual replicação competente do HIV foi
transitoriamente erradicada após cerca de 15 meses da terapia antirretroviral. No entanto, a
replicação do HIV retornou subsequentemente. Em uma grande ensaio clínico internacional, o
risco de infecção oportunista ou morte por qualquer causa, particularmente decorrente de
doença coronariana prematura, eventos cerebrovasculares ou doenças hepáticas e renais, foi
significativamente maior quando a terapia antirretroviral era tomada episodicamente (orientada
pela contagem de CD4) do que quando tomada continuamente (2).

Ano Lectivo 2022/2023


Tratamento da infecção pelo HIV

 Combinações de antirretrovirais [terapia antirretroviral (TARV), às vezes chamada


TARV altamente ativa (HAART) ou TARV combinada (TARVc)]
 Quimioprofilaxia para infecções oportunistas em pacientes de alto risco (Ver também
Visão geral do tratamento farmacológico da infecção pelo HIV.)

Como as complicações relacionadas com a doença podem ocorrer em pacientes não tratados
com contagens de CD4 elevadas e como antirretrovirais menos tóxicos foram desenvolvidos, o
TARV é agora recomendado para quase todos os pacientes. Os benefícios da TARV superam os
riscos em todos os grupos de pacientes e cenários que foram cuidadosamente estudados. No
estudo Strategic Timing of AntiRetroviral Treatment (STARVT), 5.472 pacientes que não
receberam tratamento para infecção pelo HIV e contagens de CD4 > 350 células/mcL foram
randomizados para começar a TARV imediatamente (início imediato) ou adiar a TARV até que
sua contagem de CD4 diminuísse para < 250 células/mcL (início adiado). O risco de eventos
relacionados com aids (p. ex., tuberculose, sarcoma de Kaposi, linfomas malignos) e eventos
não relacionados com aids (p. ex., câncer não associado à aids e doença cardiovascular) foi
menor no grupo de início imediato (1).

Terapia antirretroviral: princípios gerais


O objetivo da TARV é
 Reduzir os níveis plasmáticos de RNA do HIV a não detectável (isto é, < 20 a 50
cópias/mL)
 Restaurar a contagem de CD4 a um nível normal (restauração ou reconstituição
imunitária)

Baixa resposta da contagem de CD4 é mais provável se a contagem de CD4 no início do


tratamento for baixa (especialmente se < 50/mcL) e/ou o nível de RNA do HIV for alto.
Contudo, melhora acentuada é provável mesmo em pessoas com imunossupressão avançada.
Um aumento na contagem de CD4 se correlaciona a uma diminuição acentuada no risco de
infecções oportunistas, outras complicações e morte. Com a restauração imunitária, mesmo as
complicações para as quais não existe tratamento (p. ex., disfunção cognitiva induzida pelo
HIV) ou que foram consideradas previamente intratáveis (p. ex., leucoencefalopatia multifocal
progressiva) podem melhorar. Cânceres (p. ex., linfoma e sarcoma de Kaposi) e a maioria das
infecções oportunistas também evoluem melhor.

TARV geralmente pode alcançar seus objetivos se os pacientes tomarem os fármacos >
95% das vezes. Contudo, manter esse grau de adesão é difícil. A supressão parcial (falha em
diminuir os níveis plasmáticos de RNA do HIV para níveis indetectáveis) pode selecionar
mutações acumuladas do HIV únicas ou múltiplas que tornam os vírus completa ou
parcialmente resistentes a um único fármaco ou a toda uma classe de fármacos. A menos que o
tratamento subsequente utilize fármacos de outras classes às quais o HIV continue sensível, é
mais provável que o tratamento falhe.

Ano Lectivo 2022/2023


O sucesso do TARV é avaliado pela medida dos níveis plasmáticos virais de RNA de HIV a
cada 8 a 12 semanas nos primeiros 4 a 6 meses ou até o nível de RNA de HIV tornar-se
indetectável e a cada 3 a 6 meses a partir de então. Níveis elevados de HIV são as primeiras
evidências de falha terapêutica e podem preceder em meses uma queda da contagem de CD4+.
Manter os pacientes com esquemas medicamentosos falhos faz com mutantes do HIV sejam
selecionados e que sejam mais resistentes aos fármacos. Mas em comparação ao HIV do tipo
selvagem, esses mutantes parecem ser menos capazes de reduzir a contagem de CD4, e os
esquemas terapêuticos falhos costumam ser mantidos quando nenhum esquema totalmente
supressor pode ser encontrado.

Se o tratamento falhar, métodos para medir a sensibilidade ao fármaco (resistência)


determinam a sensibilidade da cepa dominante de HIV a todos os fármacos disponíveis. Os
testes genotípicos e fenotípicos estão disponíveis e podem ajudar os médicos a selecionar um
novo esquema que deve conter pelo menos 2 e, de preferência, 3 antirretrovirais aos quais a
cepa do HIV é menos suscetível.

Síndrome inflamatória de reconstituição imunitária (IRIS)


Algumas vezes, pacientes que iniciam a TARV experimentam deterioração clínica,
embora os níveis de HIV no sangue estejam suprimidos e a contagem de CD4 aumente, como
uma reação imunitária às infecções oportunistas subclínicas ou a antígenos microbianos
residuais após o tratamento eficaz de infecções oportunistas. A IRIS geralmente ocorre nos
primeiros meses do tratamento, mas algumas vezes é tardia. A IRIS pode complicar
praticamente quaisquer infecções oportunistas e mesmo tumores (p. ex., sarcoma de Kaposi),
mas costuma ser autolimitada ou responde a breves esquemas de corticoides.

A IRIS se apresenta de duas formas:


 IRIS paradoxal, que se refere à piora dos sintomas por causa de uma infecção
previamente diagnosticada
 IRIS não mascarada, que se refere ao primeiro aparecimento dos sintomas de uma
infecção não diagnosticada anteriormente

IRIS paradoxal geralmente ocorre nos primeiros meses do tratamento e costuma


desaparecer espontaneamente. Se não desaparecer, corticoides, administrados por curto período
de tempo, geralmente são eficazes. É mais provável que a IRIS paradoxal cause sintomas e é
mais provável que os sintomas sejam graves quando começa-se a TARV logo após o início do
tratamento de uma infecção oportunista. Assim, para algumas infecções oportunistas, adia-se a
TARV até que o tratamento da infecção oportunista reduza ou elimine a infecção.

Em pacientes com IRIS não mascarada, trata-se a infecção oportunista recém-identificada


com antimicrobianos. Às vezes quando os sintomas são graves, também usam-se corticoides.
Normalmente, quando IRIS não mascarada ocorre, a TARV é mantida. Uma exceção é a
meningite criptocócica. Então a TARV é temporariamente interrompida até a infecção ser
controlada.

Ano Lectivo 2022/2023


Interrupção da terapia antirretroviral
A interrupção da TARV costuma ser segura se todos os fármacos forem interrompidos
simultaneamente, mas os níveis dos fármacos metabolizados lentamente (p. ex., a nevirapina)
podem permanecer elevados e, assim, aumentar o risco de resistência. A interrupção pode ser
necessária para o tratamento de doenças concomitantes ou se a toxicidade do fármaco for
intolerável ou precisar ser avaliada. Após a interrupção, determinar quais fármacos são
responsáveis pela toxicidade, reintroduzindo-as como monoterapia, por poucos dias, é um
procedimento seguro, na maioria das vezes. NOTA: a exceção mais importante é o abacavir;
pacientes que apresentaram febre ou exantema durante exposição prévia ao abacavir podem
desenvolver reações de hipersensibilidade intensa potencialmente fatal com a reexposição. O
risco de uma reação adversa ao abacavir é 100 vezes mais alto em pacientes com HLA-B*57:
01, que pode ser detectado por um exame genético.

Tratamento no final da vida


Embora a expectativa de vida para pessoas com aids tenha aumentado de forma
dramática em razão da terapia antirretroviral, muitos pacientes sofrem agravamento e morrem.
A morte pode ser decorrente de:
 Incapacidade de tomar a TARV de forma sistemática, resultando em imunossupressão
progressiva
 Ocorrência de infecções oportunistas e neoplasias incuráveis
 Insuficiência hepática decorrente de hepatite B ou C
 Envelhecimento acelerado e transtornos relacionados com a idade
 Os tipos de câncer não relacionados com a aids que ocorrem em uma taxa mais alta em
pacientes com infecção pelo HIV bem controlada

A morte raramente é súbita; dessa forma, os indivíduos dispõem de tempo para fazerem
planos. Todavia, esses planos devem ser registrados precocemente, com instruções claras sobre
o tratamento no final da vida. Outros documentos legais, incluindo procurações e testamentos,
devem ser providenciados. Esses documentos são particularmente importantes para aqueles
pacientes cujos parceiros, entes queridos ou cuidadores não são reconhecidos legalmente. Isso
poderia resultar na impossibilidade de esses parceiros ou outros entes queridos visitarem ou se
envolverem na tomada de decisão ou realizarem desejos de funeral e sepultamento, exclusão
desses entes queridos de heranças, possivelmente incluindo a casa da família, ou outras
consequências lúgubres.

À medida que os pacientes se aproximam do final da vida, os médicos devem prescrever


fármacos para aliviar dores, anorexia, agitação e outros sintomas desconfortáveis. A grande
perda ponderal de muitas pessoas nos últimos estágios da aids torna fundamental o cuidado com
a pele. O suporte abrangente dos programas de casas de apoio é uma excelente opção para
muitos pacientes que enfrentam a morte em razão da AIDS, uma vez que os provedores de
apoio geralmente referendam decisões individuais e fornecem cuidados para pessoas que
queiram e estejam em condições de recebê-los, geralmente no domicílio do paciente.

Ano Lectivo 2022/2023


Prevenção da infecção pelo HIV

As vacinas contra HIV são difíceis de serem desenvolvidas por causa da extrema
mutabilidade das proteínas de superfície do HIV que resultam em grande diversidade de tipos
antigênicos. Mas há várias vacinas experimentais sendo estudadas e algumas mostraram ser
promissoras em ensaios clínicos. No momento, não há uma vacina eficaz contra a aids.

Prevenção da transmissão
Os microbicidas vaginais (incluindo antirretrovirais) inseridos antes do contato sexual,
até agora, provaram-se ineficazes e alguns parecem aumentar o risco de as mulheres, talvez por
comprometerem as barreiras naturais ao HIV.

As medidas eficazes incluem:

 Educação pública: A orientação é eficaz e parece ter diminuído as taxas de infecção em


alguns países, em especial na Tailândia e na Uganda. Evitar práticas sexuais inseguras é
a medida mais relevante, uma vez que o contato sexual é responsável pela maioria dos
casos (ver tabela Risco de transmissão do HIV por várias atividades sexuais).
 Práticas sexuais seguras: práticas sexuais seguras entre um paciente infectado pelo HIV
cuja infecção não foi viralmente suprimida e os parceiros que não estão infectados pelo
HIV são essenciais para impedir a propagação da infecção. A menos que se saiba que o
parceiro infectado pelo HIV tem uma infecção viralmente suprimida (isto é, carga viral
indetectável) e o relacionamento permanece monogâmico, práticas sexuais seguras são
essenciais. As pessoas com supressão viral que portam HIV não transmitem o vírus
sexualmente aos seus parceiros (vírus indetectável é igual a vírus intransmissível) (1).
Práticas de sexo seguro também são aconselháveis para parceiros HIV-positivos e não
viralmente suprimidos; sexo sem proteção entre pessoas infectadas pelo HIV que são
viralmente não suprimidas pode expor a pessoa a cepas do HIV resistentes ou mais
virulentas e a outros vírus (p. ex., citomegalovírus, vírus Epstein-Barr, herpes-vírus
simples, vírus da hepatite B) que causam doença grave em pacientes com aids, bem
como à sífilis e outras doenças sexualmente transmissíveis, incluindo doenças
preocupantes como gonorreia resistente a múltiplos fármacos e Neisseria meningitidis
sexualmente transmissível. Preservativos oferecem a melhor proteção. Lubrificantes à
base de óleo não devem ser usados porque podem dissolver o látex, aumentando o risco
de falha do preservativo. (Ver também the CDC's information on HIV Transmission.)
 Aconselhamento para usuários de drogas parenterais: aconselhamento quanto ao risco
de compartilhar agulhas é importante, mas é mais eficiente quando associado ao
fornecimento de agulhas e seringas estéreis para reduzir a transmissão do HIV e de
outros vírus transmitidos pelo sangue que são adquiridos compartilhando equipamentos
contaminados de injeção, tratamento da dependência de drogas e reabilitação.
 Testes confidenciais de infecção pelo HIV: testes devem ser oferecidos, de rotina, a
adultos e adolescentes em praticamente todos os pontos de atendimento de saúde. Para
facilitar os testes de rotina, alguns estados americanos não exigem mais consentimento
por escrito ou aconselhamento extensivo pré-teste.

Ano Lectivo 2022/2023


 Aconselhamento para gestantes: transmissão materno-infantil foi praticamente
eliminada por meio de testes de HIV, tratamento com TARV e, nos países
desenvolvidos, o uso de substitutos ao leite materno. Se o teste para HIV em gestantes
for positivo, o risco da transmissão materno-fetal deve ser explicado. Gestantes que não
aceitam o tratamento imediato contra a infecção pelo HIV devem ser encorajadas a
aceitar a terapia para proteger o feto, aproximadamente a partir da 14ª semana de
gestação. A terapia de combinação é normalmente utilizada porque é mais eficaz do que
a monoterapia e menos provável que resulte em resistência farmacológica. Alguns
antirretrovirais podem ser tóxicos ao feto ou à mãe e devem ser evitados. Se as
mulheres atendem os critérios para a TARV, elas devem iniciar uma terapia sob medida
para sua história e estágio de gestação e continuar durante toda a gestação. Parto
cesariano também pode reduzir o risco de transmissão. Independentemente do esquema
pré-parto usado ou do tipo de parto, todas as mulheres infectadas por HIV devem
receber zidovudina IV durante o trabalho de parto e após o nascimento; os recém-
nascidos devem receber zidovudina oral, que é mantida durante 6 semanas após o parto
(ver também Prevenção da transmissão perinatal). Algumas mulheres escolhem
interromper a gestação porque o HIV pode ser transmitido no útero ao feto ou por
outras razões.
 Triagem do sangue e órgãos: a transmissão por transfusão de sangue ainda é
remotamente possível nos Estados Unidos, porque testes para anticorpos podem ser
falso-negativos no período inicial da infecção. Atualmente, a triagem do sangue para
ambos, anticorpo e antígeno p24, é obrigatória nos Estados Unidos e é possível que
diminua ainda mais o risco de transmissão. Para reduzi-lo ainda mais, pede-se que
pessoas com fatores de risco de infecção pelo HIV e mesmo aquelas com anti-HIV
negativo em exames recentes não doem sangue ou órgãos para transplante. A FDA
emitiu o esboço de uma orientação para o diferimento da doação de sangue, incluindo o
adiamento por 12 meses após o contato sexual mais recente para homens que fizeram
sexo com outro homem e para mulheres que tiveram relações sexuais com um homem
que fez sexo com outro homem (ver Revised Recommendations for Reducing the Risk
of HIV Transmission by Blood and Blood Products). Mas o uso de testes de triagem
sensíveis ao HIV e o diferimento dos dadores de órgãos, sangue e hemoderivados não
foram implementados de forma sistemática nos países em desenvolvimento.
 Profilaxia pré-exposição com antirretrovirais (PrEP): na PrEP, as pessoas que não estão
infectadas pelo HIV, mas têm alto risco (p. ex., ter um parceiro sexual infectado pelo
HIV) tomam um fármaco antirretroviral diariamente para reduzir o risco de infecção. A
combinação de tenofovir disoproxil fumarato mais entricitabina (TDF/FTC) pode ser
usada. O uso da PrEP não elimina a necessidade de utilizar outros métodos de redução
do risco de infecção pelo HIV incluindo a utilização de preservativos e evitar
comportamentos de alto risco (p. ex., compartilhar agulhas). Não há dados conclusivos
sobre crianças de mães HIV-negativo que tomam PrEP com TDF/FTC durante a
gestação, mas atualmente nenhum efeito adverso foi descrito nas crianças nascidas de
mulheres infectadas pelo HIV tratadas com TDF/FTC. O uso da PrEP para reduzir o
risco de infecção por HIV em usuários de drogas injetáveis está sendo estudado.
Agentes antirretrovirais de ação prolongada também estão sendo estudados para
melhorar ainda mais a PrEP em populações de alto risco com baixa adesão à medicação.
Para as recomendações atuais do CDC, ver Pre-Exposure Prophylaxis (PrEP).
 A circuncisão masculina: em jovens africanos, a circuncisão mostrou reduzir o risco de
contrair infecção pelo HIV de parceiros do sexo feminino durante o sexo vaginal em
cerca de 50%; é provável que a circuncisão masculina seja similarmente eficaz em
outros lugares. Não se sabe se a circuncisão masculina reduz a transmissão do HIV a

Ano Lectivo 2022/2023


partir de homens HIV-positivos a mulheres ou reduz o risco de contrair o HIV de um
parceiro infectado.
 Precauções universais: médicos e odontologistas devem usar luvas em situações que
possam envolver contato com mucosas ou líquidos corporais de qualquer paciente e
devem receber orientações de como evitar acidentes com agulhas. Pessoas que cuidam
do paciente em casa devem usar luvas, caso suas mãos sejam possivelmente expostas a
líquidos corporais. Superfícies ou instrumentos contaminados por sangue ou outros
líquidos corporais devem ser limpos e desinfetados. Desinfetantes efetivos incluem
calor, peróxido, alcoóis, fenólicos e hipoclorito (alvejante). O isolamento de pacientes
infectados pelo HIV não é necessário, a menos que indicado por causa de uma infecção
oportunista (p. ex., tuberculose).
 Tratamento da infecção pelo HIV: o tratamento com TARV reduz o risco de
transmissão

Profilaxia pós-exposição
As possíveis consequências da exposição ao HIV motivaram a elaboração de políticas e
procedimentos, particularmente no tratamento preventivo, para diminuir o risco de infecção dos
profissionais de saúde.

O tratamento preventivo é indicado após


 Lesões penetrantes envolvendo sangue infectado por HIV (geralmente picada de
agulhas)
 Grande exposição das mucosas (olhos ou boca) a secreções fisiológicas infectadas como
sêmen, secreção vaginal ou outras secreções corporais contendo sangue (p. ex., líquido
amniótico)

Secreções fisiológicas como saliva, urina, lágrimas, secreção nasal, vômitos ou suor não são
considerados potencialmente infectantes, a menos que eles sejam visivelmente sanguinolentos.
Após a exposição inicial ao sangue, a área exposta é imediatamente limpa com água e sabão nas
exposições da pele e com antissépticos nas feridas. Se as mucosas forem expostas, a área deve
ser enxaguada com grande quantidade de água.

Devem ser documentados:


 Tipo de exposição
 Tempo transcorrido desde a exposição
 Informações clínicas, como fatores de risco e sorologias para o HIV sobre o paciente-
fonte de exposição e a pessoa exposta

O tipo de exposição é definido por


 Qual secreção corporal envolvida
 Se a exposição envolveu lesão perfurante (p. ex., picada de agulha, corte com objeto
pontiagudo) e qual foi a profundidade da lesão
 Se a secreção teve contato com pele não intacta (p. ex., pele esfolada ou com fissuras)

Ano Lectivo 2022/2023


O objetivo é iniciar a PEP assim que possível, logo após a exposição, se houver indicação
de profilaxia. O CDC recomenda iniciar a PEP em 24 a 36 horas após a exposição; um intervalo
mais longo após a exposição requer a orientação de um especialista.

Determina-se o uso da PEP pelo risco de infecção; diretrizes recomendam a terapia


antirretroviral com ≥ 3 antirretrovirais administrados por 28 dias. Os fármacos devem ser
cuidadosamente selecionados para minimizar os efeitos adversos e oferecer um esquema
posológico conveniente e, assim, incentivar a conclusão da PEP. Os regimes de escolha são uma
combinação de 2 INTRNs e um inibidor da integrase, que pode ser o raltegravir ou o
dolutegravir. Em pacientes em idade potencialmente fértil, o raltegravir é preferido porque o
dolutegravir pode ser teratogênico durante o primeiro trimestre da gestação — isso está sob
investigação epidemiológica. Esquemas alternativos incluem 2 INTRNs mais um inibidor de
protease. Para recomendações detalhadas, ver no site do CDC. Updated Guidelines for
Antiretroviral Postexposure Prophylaxis After Sexual, Injection Drug Use, or Other
Nonoccupational Exposure to HIV—United States, 2016 e Interim Statement Regarding
Potential Fetal Harm from Exposure to Dolutegravir – Implications for HIV Post-exposure
Prophylaxis (PEP).

Prevenção de infecções oportunistas


Se houver suspeita de tuberculose latente (baseado em testes cutâneos com tuberculina,
ensaios de liberação de interferon-gama, exposição de alto risco, história pessoal de tuberculose
ativa ou residência em uma região com alta prevalência de tuberculose), independentemente da
contagem de CD4, deve-se administrar para os pacientes isoniazida 5 mg/kg (até 300 mg) por
via oral uma vez ao dia junto com piridoxina (vitamina B6) 10 a 25 mg por via oral uma vez ao
dia durante 9 meses para evitar a reativação.

Para profilaxia primária contra algumas infecções fúngicas (p. ex., candidíase esofágica,
meningite ou pneumonia criptocócica), o fluconazol oral, tomado todos os dias (100 a 200 mg,
uma vez ao dia) ou semanalmente (400 mg), é eficaz; no entanto, seu uso é infrequente porque o
custo por infecção prevenida é alto e o diagnóstico e o tratamento dessas doenças geralmente
são eficazes.

A profilaxia secundária (depois de controlar a infecção inicial) é indicada se os pacientes


apresentarem o seguinte:
 Recorrência de candidíase oral, vaginal ou esofágica; coccidioidomicose; ou infecções
criptocócicas: utiliza-se fluconazol.
 Histoplasmose: itraconazol é usado.
 Toxoplasmose latente: essa condição assintomática é indicada por anticorpos séricos
(IgG) contra Toxoplasma gondii. Sulfametoxazol-trimetoprima (SMX-TMP) (em doses
usadas para prevenir pneumonia por P. jirovecii) é utilizado para prevenir reativação e
consequente encefalite por Toxoplasma. Infecção latente é menos comum (cerca de
15% em adultos) nos Estados Unidos em comparação com a Europa e países mais
desenvolvidos (até 70 a 80% dos adultos).

Ano Lectivo 2022/2023


 P. pneumonia jirovecii
 Infecção por herpes simples
 Aspergilose (possivelmente

Imunização
As recomendações de 2020 do CDC para vacinação de pacientes infectados pelo HIV são:

 Pacientes que não receberam a vacina pneumocócica conjugada (PCV13) ou a vacina


pneumocócica polissacarídica (PPSV23) devem receber a PCV13 e então a PPSV23 ≥ 8
semanas após a PCV13.
 Todos os pacientes devem ser vacinados contra a influenza anualmente.
 Todos os pacientes devem ser vacinados contra hepatite B.
 Pacientes com risco de hepatite A ou que buscam proteção contra a doença devem ser
vacinados contra hepatite A.
 Na idade apropriada, homens e mulheres devem ser vacinados contra o papilomavírus
humano (HPV) para prevenir câncer do colo do útero e anal relacionados ao HPV.
 Adultos que não ainda não foram vacinados com a vacina meningocócica devem
receber uma série primária de 2 doses de MenACWY ≥ 2 meses de intervalo.
 Pacientes que não receberam a vacina contra o tétano-difteria-coqueluche (Tdap) como
parte da série completa da vacina contra tétano-difteria (Td) devem receber a Tdap na
próxima dose de reforço da Td. Para pacientes que estão começando ou continuando a
série de Td e ainda não receberam a Tdap, esta vacina deve substituir um dos reforços
de Td.
De modo geral, devem ser utilizadas vacinas inativadas. Essas vacinas são menos
frequentemente eficazes em pacientes que são HIV-positivos do que naqueles que são HIV-
negativos.

A vacina contra herpes-zóster (para impulsionar a imunidade a fim de impedir a reativação


do herpes-zóster) pode ser útil para os adultos infectados pelo HIV. A vacina original contra o
zóster, composta por vírus vivo, é contraindicada em pacientes com sistema imunitário
enfraquecido e se a contagem de CD4 é < 200/mcL. Contudo, a vacina recombinante mais
recente contra zóster não é contraindicada em pacientes com HIV. O US Department of Health
and Human Services recomenda que adultos com HIV ≥ 50 anos recebam a vacina
recombinante contra zóster, mas o Advisory Committee on Immunization Practices (ACIP)
ainda não recomendou formalmente a vacinação para prevenir o herpes-zóster em pessoas com
HIV (ver CDC 2020 Adult Conditions Immunization Schedule).

Como as vacinas com vírus vivos são potencialmente perigosas para pacientes com
imunossupressão grave, deve-se buscar a opinião de especialistas ao lidar com pacientes em
risco de varicela primária; as recomendações variam (ver informações sobre vacinação em HIV
em lactentes e crianças) e ver tabela (Considerações sobre o uso de vacinas com vírus vivos em
crianças com infecção pelo HIV).

Ano Lectivo 2022/2023


Conclusaoo

Apos a finalizar a presente investigação cheguei a conclusao que a infecção pelo vírus
da imunodeficiência humana (HIV) resulta de 1 dos 2 retrovírus similares (HIV-1 e HIV-2) que
destroem linfócitos CD4+ e prejudicam a imunidade mediada por células, aumentando o risco
de certas infecções e cânceres. A infecção inicial pode produzir doença febril inespecífica. O
risco de manifestações subsequentes, relacionadas à imunodeficiência, é proporcional ao nível
de depleção dos linfócitos CD4+. O HIV pode acometer diretamente o cérebro, as gônadas, os
rins e o coração, causando comprometimento cognitivo, hipogonadismo, insuficiência renal e
cardiomiopatia. Manifestações variam de portador assintomático à síndrome da
imunodeficiência adquirida (aids), definida por infecções oportunistas graves, alguns tipos de
câncer ou contagem de linfócitos CD4+ < 200 células/mcL. A infecção pelo HIV é
diagnosticável por testes de anticorpo, ácido nucleico (HIV RNA) e antígeno (p24). A triagem
da infecção deve ser oferecida, de rotina, para todos os adultos e adolescentes. O tratamento
visa suprimir a replicação do HIV usando combinações de ≥ 2 fármacos que inibem as enzimas
do HIV; o tratamento pode restaurar a função imunitária na maioria dos pacientes se a supressão
da replicação for sustentada.

Ano Lectivo 2022/2023


Referências

https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/v%C3%ADrus-da-
imunodefici%C3%AAncia-humana-hiv/infec%C3%A7%C3%A3o-pelo-v%C3%ADrus-da-
imunodefici%C3%AAncia-humana-hiv

https://www.vihda.pt/saber-sobre-o-hiv/sida-e-hiv-sao-a-mesma-coisa/

https://www.nationalgeographicbrasil.com/ciencia/2022/11/qual-e-a-diferenca-entre-hiv-e-aids

Ano Lectivo 2022/2023


Ano Lectivo 2022/2023

Você também pode gostar