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MED GUIA

Este caderno pertence a:

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DICAS PARA A OSCE:

➔ Vista formalmente: Leve o jaleco e o


estetoscópio.
➔ Chegue no horário.
➔ Quando entrar no cenário priorize
inicialmente a leitura ou instrução da estação.
➔ Procure descobrir a Keyword, palavras-chaves
dos cenários.
➔ Respeite o tempo da estação.
➔ Lave sempre as mãos antes de examinar os
pacientes
➔ Inicialmente se apresente, fale seu nome, e o
procedimento que irá fazer para o paciente
real ou simulado.
➔ Você será avaliado considerando os
conhecimentos cognitivos apresentados sobre
o caso, habilidades médicas, competências e
atitudes.
➔ Seja calmo, tenha uma boa postura, mantenha
o contato visual, tenha uma fala amiga e não
confrotativa.

Este caderno de bolso foi criado com o intuito de


auxiliar os estudantes para a prova do OSCE.
Contudo, nada substitui o estudo a literatura.

Bom aprendizado!

Ariely Mesanini
3

SUMÁRIO

1. TERMINOLOGIA MÉDICA.................................4
2. ANAMNESE.........................................................15
3. EXAME FÍSICO....................................................19
3.1 Exame físico geral - Qualitativo
3.2 Exame físico geral – Quantitativo
3.3 Exame físico – Cabeça e Pescoço
3.4 Exame físico – Pulmonar
3.5 Exame físico – Cardiovascular
3.6 Exame físico – Abdominal
3.7 Exame físico – Órgãos genitais
3.8 Exame físico – Neurológico

4. CLÍNICA MÉDICA..................................................62

5. GINECOLOGIA.......................................................75

6. PEDIATRIA.............................................................94
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1. TERMINOLOGIA MÉDICA

Estado geral

➔ Magreza: Abaixo do peso mínimo normal;


➔ Caquexia: Estado de extrema magreza;
➔ Sobrepeso: IMC ≥ 24 e < 30;
➔ Obesidade: IMC ≥ 30;
➔ Edema: Excesso de líquido acumulado no
espaço intersticial ou no interior das próprias
células;
➔ Anorexia: Falta ou perda do apetite;
➔ Hiperorexia: Aumento do apetite;
➔ Polifagia: Fome excessiva;
➔ Astenia: Sensação de fraqueza;
➔ Febre: Temperatura corporal acima do
normal;
➔ Calafrios: Sensação momentânea de frio;
➔ Sudorese: Eliminação abundante de suor;
➔ Icterícia: Cor amarelada da pele e mucosas;
➔ Cianose: Cor azulada da pele e das mucosas;
➔ Prurido: Sensação de coceira;

Pele

➔ Mancha ou mácula: Mancha cuja a coloração


é mais clara que a pele;
➔ Pápula: Elevação sólida da pele;
➔ Mancha eritematosa ou hiperêmica: Lesão de
cor rósea ou vermelha viva, desaparece por
digitopressão;
➔ Petéquias: Sufusão hemorrágica puntiforme (é
um pequeno ponto), não desaparece por
digitopressão;
➔ Víbices: Sufusão hemorrágica linear, não
desaparece por digito pressão;
➔ Equimose: Lesão hemorrágica que não produz
relevo na pele é plana, não desaparece por
digitopressão;
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➔ Hematoma: Lesão hemorrágica que produz


relevo na pele;
➔ Telangiectasias: Dilatação dos vasos
terminais, ou seja, arteríolas, vênulas e
capilares;
➔ Xerodermia: Pele seca.

Olhos

➔ Ambliopia: Redução da acuidade visual;


➔ Amaurose: Perda total da visão;
➔ Diplopia: Visão dupla;
➔ Escotomas: Manchas ou pontos escuros no
campo visual, descritos como manchas,
moscas;
➔ Lacrimejamento: Eliminação de lagrimas,
independentemente do choro.

Ouvidos

➔ Acusia: Perda total da capacidade auditiva;


➔ Hipoacusia: Redução da capacidade auditiva;
➔ Zumbido: Ruídos, tais como campainha,
chiado;
➔ Otorragia: Perda de sangue pelo canal
auditivo;
➔ Otorreia: Saída de líquido pelo ouvido.

Nariz e seios paranasais

➔ Hiposmia: Diminuição da sensibilidade


olfativa;
➔ Anosmia: Abolição da sensibilidade olfativa;
➔ Rinorreia: Corrimento nasal;
➔ Epistaxe: Hemorragia nasal.

Mamas

➔ Mastalgia: Dor nas mamas;


➔ Ginecomastia: Aumento da glândula mamária
masculina.
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Cavidade bucal

➔ Ageusia: Perda da sensibilidade gustativa;


➔ Disgeusia: Redução da sensibilidade
gustativa;
➔ Espasmofemia: Gagueira;
➔ Sialose (sialorreia ou ptialismo): Produção
excessiva de secreção salivar;
➔ Halitose: Mau hálito.

Aparelho respiratório

➔ Tosse: Inspiração rápida e profunda, seguida


de fechamento da glote, contração dos
músculos;
➔ Expectoração: Produto eliminado por
intermédio da tosse, procedente das vias
respiratórias, secreção;
➔ Hemoptise: Expectoração ou eliminação de
sangue na forma de tosse;
➔ Hemoptoico: Catarro com sangue;
➔ Pigarro: Ato de raspar a garganta;
➔ Dispneia: Dificuldade de respirar.

Aparelho cardiovascular

➔ Palpitação: Percepção incomoda dos


batimentos cardíacos;
➔ Dispneia paroxística noturna: Paciente
acorda com intensa dispneia, acompanhada
de sufocação, tosse seca;
➔ Ortopneia: Paciente tem falta de ar quando se
deita, tendo que ficar sentado;
➔ Síncope: Desmaio, perda súbita e transitória
da consciência;
➔ Lipotimia ou pré-síncope: Quase desmaio,
perda parcial da consciência.
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Aparelho digestório

➔ Eructação: Eliminação de gases, sob forma


ruidosa, pela boca (arroto);
➔ Disfagia: Dificuldade para engolir
(deglutição);
➔ Pirose: Sensação de queimação retroesternal,
(azia);
➔ Odinofagia: Dor durante a deglutição;
➔ Regurgitação: Volta à cavidade bucal,
alimentos ou secreções contidas no esôfago
ou no estomago (refluxo);
➔ Êmese: Vômito;
➔ Náuseas: Sensação desagradável, desejo
iminente de vomitar;
➔ Dispepsia: Sensações desagradáveis, nas
porções superiores do tubo digestivo
(estômago e duodeno), (indigestão);
➔ Hematêmese: Vômito com sangue;
➔ Melena: Eliminação de fezes alcatroadas
(grudentas e brilhantes) e pretas. Decorrente
de hemorragia;
➔ Hematoquezia: Sangue vivo nas fezes;
➔ Enterorragia: Não possui fezes só sangue;
➔ Constipação: Retenção de fezes por + de 48
hrs;
➔ Diarreia: Aumento da frequência das
evacuações com diminuição da consistência;
➔ Disenteria: Além de diarreia é acompanhada
de cólica intensa, fezes mucossanguinolentas,
com presença de tenesmo;
➔ Tenesmo: Sensação de dor no reto e no
períneo, desejo imperioso de defecar, mas
elimina pequena quantidade;
➔ Esteatorreia: Aumento da quantidade de
gorduras excretadas nas fezes;
➔ Acolia fecal: Fezes descoradas
(esbranquiçadas);
➔ Flatulência: Eliminação excessiva de flatos;
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➔ Meteorismo: Acúmulo de gases no abdômen


ou intestino, timpanismo;
➔ Puxos: Cólicas retossigmóides que partem da
fossa ilíaca em sentido descendente.

Aparelho genital feminino

➔ Amenorreia: Ausência de menstruação no


período de 3 ou 6 meses;
➔ Menarca: Primeiro ciclo menstrual;
➔ Menopausa: Último fluxo menstrual;
➔ Menopausa cirúrgica: Quando ocorre a
retirada dos ovários por algum motivo;
➔ Menacme: Período reprodutivo entre a
menarca e a menopausa;
➔ Senectude: Período não reprodutivo;
➔ Climatério: Fase de transição entre a
menacme e a senectude. Inicia-se com a queda
da capacidade reprodutiva ao redor dos 40
anos;
➔ Polimenorreia: Menstruação ocorrendo com
intervalos < 21 dias;
➔ Oligomenorreia: Menstruação ocorrendo com
intervalos > 35 dias;
➔ Hipermenorreia: Menstruação que dura mais
que 8 dias;
➔ Hipomenorreia: Menstruação que dura menos
de 2 dias;
➔ Menorragia: Quando há excessiva perda
sangue durante o fluxo menstrual;
➔ Metrorragia: Perda de sangue via vaginal que
não obedece ao ritmo do ciclo menstrual;
➔ Dismenorreia: Dor pélvica durante o período
menstrual;
➔ Leucorreia: Corrimento;
➔ Dispareunia: Coito doloroso;
➔ Frigidez: Ausência de desejo sexual ou
incapacidade de experimentar prazer nas
relações;
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➔ Anorgasmia: Incapacidade de chegar ao


orgasmo durante o coito;
➔ Libido: Desejo sexual;
➔ Spoting: Escape, discreto e fora do período
menstrual;
➔ Sexarca: 1ª relação sexual;
➔ Sinusorragia: Sangramento durante ou após a
relação;
➔ Galactorreia: Secreção de leite pelas mamas
fora do período gestacional ou lactação;
➔ Curetagem uterina: Procedimento utilizado
para o esvaziamento da cavidade uterina
através de instrumento (após aborto, biopsia);
➔ Gestação pré-termo: Prematuro < 37s;
➔ Gestação a termo: > 37s a < 42s;
➔ Gestação pós-termo: ≥ 42s;
➔ Pós-datismo: Qualquer prolongamento da
duração da gravidez além da data prevista
para o parto (40s);
➔ Amniorrexe prematura: Rotura da membrana
amniótica antes do início do trabalho de parto;
➔ Parto espontâneo ou natural: Evolui
espontaneamente, sem qualquer intervenção;
➔ Parto induzido: Iniciado por medicamentos
ou manobras;
➔ Parto dirigido: Com a participação ativa do (a)
obstetra (amniotomia, tocoanalgésicos,
ocitocitos, episiotomia);
➔ Parto distócico: Perturbado por condições
anômalas dificultado por complicações
relacionadas ao feto (grande, posição), ao
útero ou à estrutura pélvica;
➔ Parto a fórcipe: Onde um instrumento de
preensão e tração é utilizado para auxiliar a
extração da cabeça fetal;
➔ Parto via alta: Cesária – parto cirúrgico;
➔ Primigesta: Mulher que se encontra grávida
pela 1ª vez;
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➔ Secundigesta: Mulher que se encontra grávida


na 2ª vez;
➔ Tercigesta: Mulher que se encontra grávida
pela 3ª vez;
➔ Nulípara: Mulher que nunca teve filhos;
➔ Primípara: Mulher que teve um parto (sendo
aborto ou não);
➔ Multípara: Mulher que teve 2 ou mais partos
(sendo aborto ou não);
➔ Oligodrâmnio: Líquido amniótico reduzido
(ILA < 5 cm3);
➔ Polidrâmnio: Líquido amniótico aumentado
(ILA >25cm3);
➔ Abortamento: Interrupção da gravidez antes
de 20 semanas de idade gestacional ou com
feto com menos de 500 gramas, tendo sido
espontâneo, provocado, incompleto,
infectado, completo ou retido;
➔ Abortamento habitual: Três ou mais abortos
espontâneos consecutivos;
➔ Puerpério: Período que decorre desde o fim do
parto até que os órgãos genitais e o estado
geral da mulher voltem ao estado normal
anterior à gestação. Dura 6 a 8 semanas;
➔ Loquiação: Fluxo vaginal de sangue, líquido e
secreções provenientes do interior do útero
após o parto. Dura em média 45 dias.

Aparelho urinário

➔ Retenção urinaria: Incapacidade de esvaziar a


bexiga, apesar de os rins estarem produzindo
urina normalmente e o indivíduo apresentar
desejo de esvaziá-la;
➔ Hematúria: Presença de sangue na urina;
➔ Piúria: Quantidade anormal de leucócitos na
urina;
➔ Incontinência urinaria: Eliminação
involuntária ou incontrolada de urina;
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➔ Disúria: Micção associada à sensação de dor,


queimor ou desconforto;
➔ Estrangúria: Emissão lenta e dolorosa de
urina;
➔ Colúria: Presença de bile na urina, a qual se
torna escura (chá ou coca cola);
➔ Oligúria: Diurese < 400 ml/dia
➔ Anúria: Volume urinário < 100ml/24h
➔ Poliúria: Volume urinário > 2,500 ml/dia
➔ Polaciúria: Aumento da frequência miccional,
com quantidades pequenas de urina;
➔ Enurese: Eliminação involuntária ou
inconsciente de urina durante o sono.
Fisiológica nos primeiros 2 ou 3 anos de vida;
➔ Noctúria: Necessidade de interromper o sono
para urina a noite;
➔ Nictúria: Eliminação de maior quantidade de
urina à noite do que pelo dia;

Aparelho genital masculino

➔ Priapismo: Ereção persistente, dolorosa, sem


desejo sexual;
➔ Ejaculação precoce: Incapacidade de
controlar o processo de ejaculação;
➔ Disfunção erétil: Incapacidade de obter ou
manter a ereção peniana adequada para uma
atividade sexual satisfatória.

Osteoarticular

➔ Artralgia: Dor articular;


➔ Artrite: Processo inflamatório da articulação;
➔ Mialgia: Dor nos músculos;
➔ Crepitação: Sensação palpável de trituração,
estalos;
➔ Cãibras: Contrações involuntárias de um
músculo ou grupo muscular;
➔ Claudicação: Obstrução arterial.
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Sistema endócrino

➔ Polidipsia: Consumo anormalmente elevado


de água;
➔ Polifagia: Comer exageradamente;
➔ Hirsutismo: Surgimento dos pelos com
características masculinas;
➔ Virilismo: Manifestação de características
como engrossamento da voz, hipertrofia
muscular, recesso temporal.

Sistema nervoso

➔ Tontura: Sensação desagradável de relação


perturbadora com os objetos circundantes no
espaço;
➔ Vertigem e tontura: Sensação de que o mundo
exterior está girando em torno do paciente ou
que o mesmo está se movendo no espaço;
➔ Dislexia: Alteração congênita, dificuldade na
leitura;
➔ Demência: Define a perda gradual e, em geral,
irreversível da capacidade intelectual;
➔ Cefaleia: Dor de cabeça;
➔ Tremor: Movimento involuntário
estereotipado, rítmico, produzido por
contrações alternadas;
➔ Insônia: Distúrbio que se caracteriza pela
dificuldade de começar a dormir;
➔ Convulsões: Movimentos musculares súbitos
e incoordenados, involuntários e paroxísticos;
➔ Paralisias: Perda da função muscular;
➔ Paresias: Perda incompleta da função
muscular;
➔ Parestesia: Sensação pervertida de
formigamento, arranhamento ou queimação
da pele;
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Distúrbios psiquiátricos

➔ Dissimulação: Omissão de sintomas;


➔ Alucinações: O objeto não está presente,
ouvir vozes que ninguém em volta está
ouvindo;
➔ Ilusões: Evento que existe, mas a sua
percepção está alterada;
➔ Obsessões: Pensamentos, sentimentos ou
impulsos, que não podem ser eliminados da
consciência por vontade própria;
➔ Compulsão: Impulso irresistível mesmo que
não queira.

Fala e linguagem

➔ Disfonia ou afonia: Alteração no timbre da


voz, torna-se rouco, fanhosa ou bitonal;
➔ Disartria: Alterações nos músculos da
fonação, voz arrastada, escandida;
➔ Afasia: O indivíduo compreende o que outro
lhe diz, mas não consegue falar o que é;
➔ Dispneumia: Fala inter cortada;
➔ Dislalia: Troca das silabas (r pelo l);
➔ Ecolalia: Fala repetida;
➔ Espasmofemia: Gagueira.

Atitudes voluntárias ou involuntárias

➔ Antálgica: Defesa para alivio da dor;


➔ Genupeitoral ou de prece maometana: Essa
posição facilita o enchimento do coração nos
casos de derrame pericárdico. O paciente
posiciona-se de joelhos com o tronco fletido
sobre as coxas, e a face anterior do tórax põe-
se em contado com o solo ou colchão;
➔ Ortopneica: Posição alivia falta de ar
decorrente de insuficiência cardíaca, asma
brônquica ou ascite volumosa. O paciente
permanece sentado à beira do leito com os pés
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no chão ou em uma banqueta, e as mãos


apoiadas no colchão para facilitar a
respiração;
➔ Cócoras: Posição observada em crianças com
cardiopatia congênita cianótica;
➔ Passiva: Coma;
➔ Opistótono: Observada em casos de tétano e
meningite. O corpo passa a se apoiar na
cabeça e nos calcanhares, emborcando-se
como um arco.

Marcha

➔ Ceifante ou hemiplégica: Incapacidade de


aumentar a velocidade de locomoção ou de
adaptar-se às irregularidades do solo. Causa
típica é o AVE;
➔ Propulsiva: Ao andar o paciente adota uma
postura rígida com a cabeça e o pescoço
encurvados para a frente. Causas típicas são
doença de Parkinson, esclerose múltipla;
➔ Anserina: O paciente dá o passo o quadril
oposto cai, em virtude de fraqueza dos
músculos da cintura da pélvica, expressa
como pato caminhando. Causa típica é a
distrofia muscular;
➔ Talonante: Marcha com base alargada e o
olhar fixo no chão, não tem noção de
proximidade do solo se é raso ou fundo.
Causas típicas são neurossífilis,
polineuropatia periférica;
➔ Escarvante: O paciente rela a ponta do pé no
chão;
➔ Atáxica ou ebriosa: Afeta o controle postural
e a coordenação dos movimentos, o paciente
anda cambaleando. Causas típicas são
esclerose múltiplas, ataxia de Friedreich;
➔ Petit pas: O paciente realiza passos muito
curtos e arrasta os pés. Causa típicas de
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idosos portadores de arteriosclerose cerebral


generalizada.

2. ANAMNESE

Identificação

Nome; Sexo; Cor (etnia); Idade; Estado Civil;


Profissão atual/anteriores; Religião; Naturalidade
(onde nasceu); Procedência remota e migrações;
Residência (endereço atual); Cidade; UF; CEP;
Telefone.

Avaliar: quem é a fonte das informações (paciente


ou acompanhante)
O que o(a) está
Queixa Principal (QP) incomodando?

É o motivo da consulta, uma afirmação breve que


geralmente compõe-se dos sinais e sintomas,
incluindo a duração do problema, feito nas
próprias palavras do paciente.

História da doença atual (HDA)

Compreender a queixa, como ela se classifica e


registra-la de forma cronológica, utilizando termos
médicos:

➔ Identificar o sintoma-guia
➔ Características do sintoma (pontada,
queimação, aperto, facada, cólica);
➔ Localização (lados da face, membros
superiores e inferiores)
➔ Quando começou (apesar de já constar no QD,
neste momento você pode detalhar melhor,
estabelecer melhor a cronologia da queixa);
➔ Intensidade (escala de 0 a 10, em que 0 é
ausência de dor e 10 é a pior dor);
➔ Frequência (em que queixa é sentida);
➔ Duração (tempo da dor sentida);
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➔ Fator desencadeante (ex: quando se


movimenta);
➔ Fatores de melhora e piora (ex: alguma
posição ou uso de medicação);
➔ Relação com outras queixas (náuseas, dor ou
aversão a luz, dor ao redor dos olhos, tensão
na região frontal)
➔ Utilizou algum medicamento?
➔ Situação atual (como o sintoma está no
momento da anamnese).

Interrogatório sintomatológico

Investigar os sintomas dos outros aparelhos dos


sistemas, e descreve-los, citando características,
duração e se houve resolução. (São aqueles não
citados na HDA)

➔ Geral: astenia; febre; calafrios; sudorese;


tontura; alterações no peso; alteração no sono.
➔ Pele e Anexos: alterações na pele (coloração,
textura, umidade, temperatura, sensibilidade,
prurido, lesões); alterações em fâneros
(cabelo, unhas, pelos faciais em mulheres);
➔ Cabeça e pescoço: dor, cefaleia, nodulações,
disfonia;
➔ Olhos: dor; alterações visuais (diminuição da
acuidade, diplopia, escotomas); secreção,
sensação de corpo estranho; prurido;
➔ Nariz e seios paranasais: dor, rinorreia;
epistaxe, obstrução, espirros, prurido;
alterações da fonação;
➔ Ouvido: dor; alteração da acuidade auditiva;
zumbido; secreção; otorragia; otorreia;
➔ Boca e garganta: dor; halitose; sialose;
ulcerações/sangramento; lesões de mucosa
oral; rouquidão;
➔ Aparelho circulatório: dor precordial;
taquipneia; palpitações; dispneia; edemas;
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➔ Aparelho respiratório: tosse; secreção ou


expectoração (cor: claro, amarelo, esverdeado,
amarronzado); dor torácica; dispneia;
estridor; tiragem; chieira;
➔ Mamas: nódulos, dor ou desconforto,
presença de secreção mamilar;
➔ Aparelho gastrointestinal: dor; náuseas e
vômitos; pirose; diarreia; distensão
abdominal;
➔ Aparelho geniturinário: dor; alterações
miccionais; alterações do volume e do ritmo
urinário; alteração da coloração e cheiro da
urina; Alterações nos órgãos genitais
masculinos (feridas, dor, libido, hérnias) ou
femininos (menarca, ciclos menstruais, TPM,
dismenorreia, anticoncepção, menopausa);
➔ Extremidades e coluna: dor; deformidades
ósseas; edema; rubor; crepitação articular;
➔ Outros: músculos (fraqueza, atrofia,
artralgias, edemas); vascular periférico
(cãibras, varizes, claudicação); sistema
nervoso (distúrbios de consciência,
convulsões, amnésia, equilíbrio, tremores,
irritabilidade, síncope);

Antecedentes familiares

Histórico de doenças na família:

➔ Estado de saúde dos pais e irmãos do paciente,


além do cônjuge e filhos;
➔ Se alguém da família estiver doente, deve
esclarecer a enfermidade;
➔ Em caso de falecimento, indagar qual foi a
causa e idade que ocorreu;
➔ Dar importância a doenças cardiovasculares,
diabetes mellitus, dislipidemia, hipertensão
arterial, AVC, câncer e tuberculose;
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➔ Quando o paciente for portador de doença de


caráter hereditário, deve-se fazer uma
investigação genética mais rigorosa.

Antecedentes pessoais

Avalia o estado de saúde do passado e presente do


paciente:

➔ Doenças sofridas pelo paciente: HAS;


Diabetes; Hepatite; Tuberculose; Pneumonia.
➔ Alergia: Alimentos; Medicamentos; Outras
substâncias
➔ Cirurgias: Motivos que levaram a realização;
Registrar a data; Tipo de cirurgia; Diagnóstico
que a justificou; Nome do hospital onde foi
realizada.
➔ Traumatismo: Indagar sobre o acidente em si
e sobre as consequências.
➔ Transfusões sanguíneas: Anotar o n° de
transfusões; Quando ocorreu; Onde; Justificar.
➔ História obstétrica: Anotar o n° de gestações
(G), de partos (P), de abortos (A), de
prematuros e de cesarianas.
➔ Vacinas: Anotar quais foram realizadas e a
época da aplicação.
➔ Medicamentos em uso: Anotar o nome,
posologia, motivo, quem prescreveu.

Hábitos e estilo de vida

➔ Alimentação: Avalia o estado de nutrição; Ex:


Alimentação quantitativa e qualitativamente
adequada, reduzida ingesta de fibras,
insuficiente consumo de proteínas, com
alimentação à base de carboidratos).
➔ Ocupação atual e ocupações anteriores:
Natureza do trabalho desempenhado,
substâncias que entra em contato, grau de
ajustamento ao trabalho.
19

➔ Atividades físicas: Tipo; Frequência; Duração.


➔ Outros hábitos: Investigar o uso do tabaco,
bebidas alcoólicas, anabolizantes,
anfetaminas e drogas ilícitas.

Condições socioeconômicas e culturais

➔ Tipo de habitação: Indagar se é zona rural ou


zona urbana; Casa ou apartamento; Possui
saneamento básico; É de alvenaria ou não;
Quantidade de cômodos; Possui coleta de lixo
regular; Possui animais domésticos; Possui
iluminação e ventilação.
➔ Condições socioeconômicas: Renda mensal;
Situação profissional; Dependência econômica
de parentes ou instituição.
➔ Condições culturais: Religiosidade;
Tradições; Crenças; Mitos; Comportamentos;
Hábitos alimentares.

3. EXAME FÍSICO

3.1 EXAME FÍSICO – QUALITATIVO

Avalia o paciente em graus (+/++++)

Estado geral

➔ Bom estado geral (BEG); Regular estado geral


(REG); Mau estado geral (MEG).
➔ Nível de consciência: acordado, obnubilação
(pouco comprometido), sonolência (desperta
facilmente, responde +/- e logo volta a
dormir), confusão mental (perda da atenção),
estupor (desperta parcialmente) e coma
(estado de inconsciência);
➔ Fácies (atípica, hipocrática, renal, leonina),
fala (disfonia, disartria), confusão mental e
mobilidade;
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➔ Biotipo:
▪ Brevílineo (Sancho pança): Pescoço
curto e grosso, tórax alargado e
volumoso, membros curtos em relação
ao tronco, ângulo de charpy maior que
90°;
▪ Mediolíneo: Tudo em equilíbrio,
desenvolvimento harmônico da
musculatura e do panículo (camada de
gordura) adiposo, ângulo de charpy em
torno de 90o;
▪ Longilíneo (Dom quixote): Pescoço
longo e delgado, tórax afilado e chato,
ângulo de charpy maior que 90o,
musculatura delgada e panículo adiposo
pouco desenvolvido.

Hidratação e nutrição

➔ Pele: Pinça-se a pele e observar o tempo que


leva para retornar ao normal. Melhores locais:
infraclavicular e região anterior das coxas.
Avalia-se turgor, elasticidade, coloração e
temperatura. Classificação:
▪ Pálida, normal, seca, engrossada.
➔ Mucosas: Avalia-se umidade e brilho, pode-se
olhar as bochechas. Classificação:
▪ Normal, secas ou muito secas.
➔ Boca: Avalia-se salivação, língua, sede.
➔ Globo ocular: Avalia-se se está afundado,
normais ou pouco fundo.
➔ Peso: Alterações abruptas.
➔ Fâneros: Observar distribuição, coloração,
espessura, brilho, comprimento;
➔ Fontanelas (em crianças): Avalia-se a
presença ou não de depressão;
➔ Grau: Expresso em cruzes +; ++; +++; ++++.
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Palidez Causas: Anemia;


Hemorragias;
Locais de pesquisa: Lipotimia; náuseas

➔ Leito ungueal, parte abaixo das unhas;


➔ Face interna da pálpebra inferior, conjuntiva
palpebral;
➔ Lábios e mucosa oral;
➔ Região palmar e plantar
➔ Lobo da orelha
➔ Avaliação:
▪ Normocoradas
▪ Hipocoradas classificação em: +; ++; +++;
++++.

Icterícia

➔ Locais de pesquisa: Escleras, face inferior da


língua, palato, tronco e palma da mão;
➔ Tipos: Verdínicas (obstrutivas, doença da via
biliar, tom verde); Rubínicas (hepatocelular,
tom avermelhado); Flavínivas (hemolítica,
amarelo puro);
➔ Avaliação:
▪ Anictérico
▪ Ictérico classificação em: +; ++; +++;
++++.

Cianose

➔ Maior intensidade nas regiões com pele fina


e mais providas de capilares: Extremidades
digitais, leito ungueal, lábios, orelhas
(lóbulos);
➔ Tipos: Central (causa cardiopulmonar);
Periférica (vasoconstrição); Mista (quando tem
as duas, ex: insuficiência cardíaca).
➔ Avaliação:
▪ Acianótico
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▪ Cianótico classificação em: +; ++; +++;


++++.

Edema

➔ Localizado ou generalizado;
➔ Intensidade: Profundidade da fóvea (Godet)
em cruzes +, ++, +++, ++++;
➔ Consistência: Mole ou duro;
➔ Temperatura da pele circunjacente: Normal,
quente (inflamatório) ou fria
(comprometimento da irrigação sanguínea);
➔ Elasticidade: Elástico (inflamatório) e
inelástico (a depressão persiste por certo
tempo);
➔ Sensibilidade da pele circunjacente: Doloroso
ou indolor;

Perfusão periférica

➔ Inspeção: Coloração -> palidez e cianose


(hiperperfundido)
➔ Palpação: Temperatura fria
➔ Enchimento capilar: Normal < 2-3
segundos. Quando comprime a ponta do
dedo e verificar o tempo.

Autocuidado

➔ Dependente ou independente;
➔ Cuidado corporal: adequado ou inadequado;
➔ Higiene pessoal: Dentes; ausência de dentes;
ausência parcial de dentes; uso de prótese;
aparelho ortodôntico.
23

3.2 EXAME FÍSICO – QUANTITATIVO

Avalia dados mensuráveis do paciente.

Pressão arterial

Perguntar ao paciente antes de aferir: ● fumou ou


bebeu café ou outros estimulantes há menos de
30min? ● Está em repouso há menos de 3min? ●
Está com a bexiga cheia? Se as respostas forem
“não” prossegue-se com o procedimento

Classificação PA sistólica PA diastólica


(mmHg) (mmHg)
PA ótima ≤120 ≤80
Pré-hipertensão 130-139 85-89
HAS estágio 1 140-159 90-99
HAS estágio 2 160-179 100-109
HAS estágio 3 ≥180 ≥110
Quando a PAS e a PAD situam-se em categorias diferentes, a maior
deve ser utilizada para a classificação da PA
Frequência cardíaca e pulso

➔ Nem sempre são medidas equivalentes;


➔ FC: Deve auscultar o coração contando os
batimentos em 1 minuto;
➔ Pulsos: carotídeos, femorais, radiais,
braquiais, dorsais dos pés, tíbias posteriores
➔ Pulsos centrais de crianças: < 1 ano braquial
ou femoral; > 1 ano carótida ou femoral
➔ Avaliação:
▪ Bradicardia, FC abaixo do normal
▪ Taquicardia, FC acima do normal

Faixa etária FC mínima e máxima


Normais

RN 90 – 180 bpm
6 meses 105 – 185 bpm
1 ano 105 – 170 bpm
24

2 anos 90 – 135 bpm


4 anos 72 – 135 bpm
6 anos 65 – 135 bpm
10 anos 65 – 130 bpm
>10 anos 60 – 100 bpm
Frequência respiratória

➔ Observar a caixa torácica ou a parede


abdominal e, contar as inspirações em 1
minuto;
➔ Não falar ao paciente que a FR está sendo
avaliada, pois inconscientemente o padrão se
altera;
➔ Avaliação:
▪ Bradipneia, FR abaixo do normal
▪ Taquipneia, FR acima do normal
▪ Apneia, sem FR

Faixa etária FR mínima e máxima

Até 2 meses Até 60 rpm


Entre 2 meses e 12 meses Até 50 rpm
Mais de 12 meses Até 40 rpm
5 – 8 anos Até 30 rpm
Adultos 14 – 20 rpm

Temperatura

➔ Normal:
→ 35,5 a 37,5°C axilar
→ 35,7 a 37,7°C oral
→ 36,0 a 38,0°C retal
➔ Anormal:
→ Febre/hipertermia T axilar > 37,5°C
→ Hipotermia T axilar < 35,5°C
25

Antropometria

➔ Peso
➔ Altura
➔ IMC: Peso/altura2 (kg/m2). Classificação dos
adultos:
▪ Baixo peso: < 18,5 kg/m2
▪ Eutrófico (normal): 18,5-24,9 kg/m2
▪ Sobrepeso: 25,0 – 29,0 kg/m2
▪ Obesidade grau I: 30,0 – 34,9 kg/m2
▪ Obesidade grau II: 35,0 – 39,9 kg/m2
▪ Obesidade grau III: ≥ 40 kg/m2
➔ Circunferência abdominal: Medida logo
acima da crista ilíaca, na altura da cicatriz
umbilical, classificação adulta:
▪ Homens ≤ 102 cm
▪ Mulheres ≤ 88 cm
➔ Circunferência cervical: Classificação adulta
▪ Homens ≤ 37 cm
▪ Mulheres ≤ 34 cm

3.3 EXAME FÍSICO – CABEÇA E PESCOÇO

Crânio

➔ Tamanho: Normocéfalo, macrocéfalo e


microcéfalo;
➔ Tensão: Normotensa ou hipertensa;
➔ Forma: Mesocéfalo (medidas semelhantes);
Dolicocéfalo (a largura é menor que o
comprimento); Braquicéfalo (a largura é maior
que o comprimento)
➔ Superfícies: Plana, depressões, abaulamentos,
deformações e retrações
➔ Movimentos involuntários
➔ Exemplo de descrição normal do crânio:
Crânio simétrico sem deformidades,
abaulamentos ou retrações
26

➔ Couro cabeludo e cabelo: Implantação,


alopecias, parasitoses, alterações de cor,
lesões, sensibilidade. Exemplo de descrição
normal:
➔ Couro cabeludo sem alterações de
sensibilidade, temperatura, cor e
textura. Ausência de cicatrizes.

Fácies

➔ Atípica: Sem doença, normal;


➔ Hipocrática: Olhos fundos, parados e
inexpressivos (HIV, neoplasias, sofrimento
crônico);
➔ Renal: Edema, inchaço;
➔ Leonina: Alterações produzidas pelas lesões
da hanseníase;
➔ Mixedematosa: Rosto arredondado, nariz e
lábios grossos, pele seca, espessada e com
acentuação de seus sulcos. Expressão de
desanimo e apatia. Comum no
hipotireoidismo;
➔ Acromegálica: Caracteriza-se pela saliência
das arcadas supraorbitárias, proeminências
das maçãs do rosto e maior desenvolvimento
do maxilar inferior;
➔ Cushingóide ou lua-cheia: Rosto
arredondado, com atenuação dos traços. Pode
ocorre em pacientes que fazem uso
prolongado de corticosteroides;
➔ Parkinsoniana: Cabeça inclinada um pouco
para frente e permanece imóvel nessa posição,
possui falta de expressividade facial;
➔ Adenoidiana: Nariz pequeno e afilado e a boca
entreaberta. Aparece em indivíduos com
hipertrofia das adenoides;
➔ Mongolóide: Seu elemento característico está
na fenda palpebral, uma prega cutânea que
torna os olhos oblíquos, bem distantes um do
27

outro. É observada em portadores de


síndrome de Down.
➔ Exemplo de descrição normal: Fácies atípica
sem alterações de sensibilidade, cor, textura e
forma.

Expressões

Pedir para o paciente fazer mimicas:

➔ Cara de surpresa
➔ Cara de bravo
➔ Fechar os olhos bem forte
➔ Sorrir
➔ “Biquinho”

Olhos

➔ Inspecionar o globo ocular, córnea e esclera.


Inspecionar e palpar as pálpebras e
sobrancelhas.
➔ Simétricos ou assimétricos
➔ Presença de hiperemia, ou de síndromes ex:
Síndrome das escleras azules: Ostogênese
imperfeita; Escleras amarelas: icterícia;
➔ Lesões e deformidades
➔ Cristalino (avalia a opacidade, através da luz
direta nos olhos)
➔ Campos visuais, tampar um olho e pedir para
o paciente seguir com o outro olho um ponto
fixo e, fazer o mesmo com o outro
➔ Pupilas: Isocóricas (normais, simétricas e
reagem a luz); Miose (ambas estão contraídas,
sem reação à luz); Anisocóricas (uma dilatada
e outra contraída “assimétricas”); Midríase
(pupilas dilatadas);
➔ Exemplo de descrição normal: Quantidade e
implantação dos pelos das sobrancelhas,
pálpebras e cílios dentro da normalidade;
ausência de hiperemia ou lesões oculares;
28

acuidade e campo visual preservados, pupilas


isocóricas, reflexo fotomotor direto,
consensual e de acomodação presentes.
Fundo do olho: nervo óptico róseo, de limites
bem definidos, área macular brilhante, fina, de
coloração homogênea, e vasos de limites
nítidos, com calibre homogêneo.

Nariz e seios paranasais

Avaliar aspectos anatômicos: formas, tamanho e a


presença de inflamações.

➔ Nariz em sela (ponte do nariz (sua parte


superior) é achatada);
➔ Acromegálico (aumento do nariz)
➔ Rinorréia (secreções).
➔ Crepitações, sinais flogísticos (dor, calor,
rubor, edema, sangramentos e perda de
função), desnivelamentos.
➔ Pesquisa de sensibilidade nos seios paranasais
frontais, etmoidais e maxilares. Técnica de
palpação conforme a imagem abaixo.

➔ Exemplo de descrição normal: Nariz e seios


paranasais sem alterações da forma, cor,
mucosa. Ausência de lesões

Orelha
29

➔ Observar: Coloração, tamanho, forma,


implantação, presença de nódulos;
➔ Pressionar os tragos e através da orelha
➔ Exemplo de descrição normal: Sem alterações
da forma, integridade, implantação.

Boca

➔ Observar: lábios (ulcerações, crostas,


fissuras), gengivas (coloração, sangramentos,
ulcerações), dente (estado de conservação,
próteses, tipos) e língua (dor, tamanho
“macroglossia, microglossia”, não patológicas
“geográfica”, patológicas “lisa, framboesa”);
➔ Avaliar se há presença de alterações na
coloração, secreções e placas.
➔ Exemplo de descrição normal: Boca sem
alterações da forma e com integridade da
mucosa, língua, palato, assoalho, orofaringe,
tonsilas. Dentição completa em bom estado de
higiene e conservação.

Pescoço

Avaliação geral: musculatura, postura,


movimentação, batimentos ectópicos, volume,
forma, simetria, tumores.

➔ Rigidez de nuca: Flexionar a cabeça do


paciente ou pedir que ele encoste o queixo ao
peito e olhe para o ombro.

Tireoide:

➔ Inspeção: Paciente sentado, pedir para


estender a cabeça para trás e fazer deglutição;
➔ Palpação: O pescoço deve ficar levemente
fletido para frente. Avalia-se consistência
(normal, firme, endurecida ou pétrea), volume,
mobilidade (normal ou imóvel) e superfície
(lisa, nodular ou irregular);
30

➔ Ausculta: Fica limitada à pacientes com


suspeita de tireotoxicose, em razão que o
aumento do fluxo sanguíneo pode ser capaz
de ocasionar sopros sobre a glândula.
➔ Exemplo de descrição normal: Tireoide não
visível, de consistência fibroelástica, não
palpável e sem sopros

Pode ser feita 3 abordagens:

1ª Abordagem posterior: Paciente sentado e o


examinador de pé atrás. As mãos e os dedos irão
rodear o pescoço com os polegares fixos na nuca e
as pontas dos indicadores vão quase se tocar na
linha média. O lobo direito da tireoide é palpado
com o indicador e o médio da mão esquerda, e o
lobo esquerdo é palpado pelos dedos da mão
direita;

2ª Abordagem anterior: Paciente e examinador


sentado ou de pé, postado de frente. Os polegares
palpam a glândula, enquanto os outros dedos
apoiam-se nas regiões supraclaviculares.

3ª abordagem: Paciente de frente, palpando com


uma das mãos percorrendo toda área da tiroide.
31

OBS: Enquanto estiver fazendo a inspeção e


palpação peça ao paciente que realize deglutições
“em seco”, para que possa caracterizar melhor o
contorno e os limites da tireoide.

Linfonodos:

➔ Inspeção (paciente sentado, pedir para


estender a cabeça para trás e fazer deglutição);
➔ Palpação (feita com as polpas digitais dos
dedos médios, indicador e anular, com
movimentos circulares, paciente deve estar
sentado e o examinador posicionado atrás),
analisar as seguintes características:
➔ Tamanho, volume e quantidade
➔ Coalescência: Junção de dois ou mais
gânglios, formando uma massa de limites
imprecisos;
➔ Consistência: Duro ou mole, com flutuação ou
não;
➔ Mobilidade: Move ou fixo. Palpação deslizante
ou, fixando-se entre o polegar o indicador;
➔ Sensibilidade: Doloroso ou não.
➔ Exemplo de descrição normal: Ausência de
adenomegalias (aumento dos linfonodos). OU.
Adenomegalia única palpável em região
cervical anterior com cerca de 1cm no seu
maior diâmetro, móvel, fibroelástica, não
aderida a planos profundos, indolor e sem
alterações da pele circunjacente.
32

Normal Infecção Maligno


Consistência Macio Macio Duro ou
emborrachado
Doloroso Não Sim Não
Tamanho <1cm >1cm >2cm
Mobilidade Móvel Móvel/fixo Fixo
Localização Localizado Região Generalizado
inflamada ou
supraclavicular

Carótida e veia jugular:

O exame pode ser feito juntamente com o Exame


Cardíaco.

➔ É de grande relevância, atentar-se para o fato


de ingurgitamento da veia jugular interna (o
33

paciente deve ficar em decúbito dorsal com


elevação da cabeceira a 45º).
➔ Deve-se observar nessa posição se há o
aparecimento de uma grande veia no pescoço
acima do ângulo de Louis.
➔ Exemplo de descrição normal: Carótidas
palpáveis bilateralmente, simétricas e sem
sopros. Ausência de turgência jugular aos 45°.

3.4 EXAME FÍSICO – PULMONAR

Inspeção estática: Comparar ambos os lados do


tórax analisando:

➔ Forma: Normal; Tonel (enfisema); Funil;


Pectus carinatum (peito de pombo); Pectus
exacavatum (depressão acentuada no nível
inferior do externo); Escoliose; Cifose

Inspeção dinâmica: Determinar:

➔ Frequência respiratória: É feita a observação


do tórax através das incursões respiratórias
por minuto (irpm). Classificação:
▪ Apneia: parada respiratória
▪ Eupneia: FR normal
▪ Taquipneia: FR ↑
▪ Bradipneia: FR ↓
➔ Tipo respiratório: Observa-se o movimento
do tórax e do abdome. Classificação: torácica,
abdominal e toracoabdominal
➔ Ritmo respiratório: Compreende-se pela
duração da inspiração e expiração que
resultam em 2 movimentos com a mesma
amplitude. Quando um dos movimentos se
alteram, surgem os ritmos anormais, que são:
▪ Dispneia
34

▪ Respiração de Cheyne-Stokes: Apneia


seguida de incursões respiratórias mais
profundas até atingir um máximo, para
depois vir diminuindo até apneia
▪ Respiração de Biot: Apneia seguida de
movimentos inspiratórios e expiratórios
desordenados quanto ao ritmo e
amplitude
▪ Respiração de Kussmaul: Inspirações
amplas e rápidas interrompidas por
curtos períodos de apneia, tendo
expirações ruidosas e profundas,
sucedidas por pequena pausa de apneia
▪ Respiração suspirosa: Inspiração mais
profunda seguida de uma expiração
mais demorada
▪ Tiragem: Sinais de esforço respiratório.
Pode ser difusa ou localizada
(supraclavicular, infraclavicular,
intercostal ou epigástrica)
➔ Exemplo de descrição normal: Tórax atípico,
sem abaulamentos, retrações, cicatrizes ou
lesões dermatológicas, FR 16-20 irpm,
ritmicidade e amplitude dentro da
normalidade, expansibilidade preservada, tipo
de respiração torácica, sem uso de
musculatura acessória, som claro pulmonar,
murmúrio vesicular e sons laringotraqueais
(regiões do pescoço e fúrcula esternal) e
respiração brônquica nas zonas torácicas de
projeção de grossos calibres

Palpação: Avaliar condições das partes moles


(contraturas musculares, enfisema subcutâneo,
edema a nível de tórax anterior, lateral e posterior),
pontos dolorosos, presença de gânglios
(supraclavicular e axilares)

➔ Expansibilidade: Avaliar através da inspeção


mas, com a palpação é possível identificar
35

pequenas variações (anormalidades na caixa


torácica, pleura e pulmão adjacente), o
paciente deve estar sentado.
▪ Apical: Com ambas as mãos espalmadas,
de modo que as bordas internas toquem a
base do pescoço, os polegares apoiam-se
na coluna vertebral e os demais dedos nas
fossas supraclaviculares

Descrição da imagem: O paciente passa a respirar


profundamente, e é observado o afastamento dos
2 polegares, devendo ser iguais de um lado e do
outro. Tanto na parte anterior quanto posterior.

▪ Basal: Os polegares apoiam-se nas linhas


paravertebrais, enquanto os outros dedos
recobrem os últimos arcos costais. Os
polegares devem se juntar, formando uma
prega cutânea.

Descrição da imagem: Na parte posterior, com o


paciente sentado, solicita a ele fazer inspirações e
expirações profundas, provoca um afastamento
36

simétrico das mãos. Na parte anterior, colocam-se


os polegares na base do apêndice xifoide e os
outros dedos sobre os hipocôndrios. Ao realizar
movimentos das mãos, representa a
expansibilidade dos segmentos pulmonares basais.

Frêmito toracovocal: Corresponde às vibrações


das cordas vocais transmitidas à parede torácica. É
mais acentuado à direita e nas bases, nos homens.

▪ Frêmito brônquico: equivalente tátil dos


estertores e roncos (sensação de secreções
acumuladas)
▪ Frêmito pleural: sensação tátil do ruído de
atrito pleural (precede a derrames)

Descrição da imagem: A palpação é feita com a


face palmar. Solicita-se que o paciente fale 33 em
voz alta. Deve-se comparar a intensidade das
vibrações em regiões semelhantes.

Expansibilidade Frêmito Frêmito toracovocal


↓ toracovocal ↑ ↓
● Derrame pleural ● Condensação ● Atelectasia
● Obesidade pulmonar ● Derrame pleural
● Fratura costal ● Pneumotórax
● Pleurisia ● Enfisema pulmonar
● Pneumotórax
● Atelectasia
● Enfisema
pulmonar
37

Percussão: Constitui as vibrações na parede


torácica que se transmitem aos órgãos e tecidos
subjacentes. Essas vibrações transmitem sons que
varia dependendo da relação existente entre a
quantidade de ar e de tecido.

Descrição da imagem: Apoia-se o 3° dedo da mão


esquerda à parede torácica, e com o dedo no
sentido horizontal. E com o 3° dedo da mão direita,
irá golpear a falange distal do dedo esquerdo.
Deve-se aplicar 2 golpes seguidos, rápidos e
firmes.

SONS:

→ Claro pulmonar: produzido no tórax sem


alterações à percussão, um som de baixa
tonalidade com maior duração
→ Timpânico: encontrado no espaço Traube.
Som e tonalidade mais baixa, de duração
maior e mais ressonante que o habitual.
Quando patológico, existe uma quantidade de
ar aumentada no parênquima pulmonar,
podendo se encontrado na crise aguda de
asma, cistos aéreos e pneumotórax.
→ Submaciço: região inferior do esterno
→ Maciço: região inframamária direita (macicez
hepática) e na região precordial
38

Ausculta: A área deve estar exposta e se tiver


muito pelo, pode-se pressionar mais a membrana
do esteto ou umedecer a pele.

Pontos de ausculta e percussão

Descrição da imagem: O paciente deve respirar


com a boca aberta. Utilize a sequência e posições
orientadas. Ausculte um ciclo respiratório em cada
posição.

SONS:

→ Normais:
▪ Traqueal: áreas de projeção da traqueia
(inspiração “+++”→pausa→expiração
“++++”)
39

▪ Brônquico: áreas de projeção dos


brônquios principais (inspiração
“+++”→expiração “+++”)
▪ Murmúrio vesical: periferia dos pulmões
(inspiração “+++”→expiração “++”)
▪ Broncovesicular: região esternal superior
e interescápulo-vertebral direita
(inspiração “++”→expiração “++”)
→ Anormais:
▪ Descontínuo: estertores finos e grossos
(som agudo e inspiratório)
▪ Contínuos: roncos
(inspiração→expiração), sibilos (som
agudo e expiratório) e estridor (som
produzido pela semiobstrução da laringe
ou da traqueia)
▪ Atrito pleural: ruído irregular,
descontínuo, mais intenso na inspiração,
com frequência comparado ao ranger de
couro atritado
→ Vocais (Ressonância vocal)
▪ Broncofonia (ressonância vocal ↑ de
volume, ausculta sem nitidez)
▪ Egofonia (broncofonia nasalada)
▪ Pectorilóquia fônica (ausculta nítida da
voz falada)
▪ Pectorilóquia afônica (ausculta nítida da
voz sussurrada)

3.5 EXAME FÍSICO – CARDIOVASCULAR

Inspeção: Paciente deve ficar deitado e quando


necessário, sentar.

→ Observar se há abaulamentos e retrações no


precórdio (área de apresentação cardíaca na
parede torácica anterior);
40

Figura: Localização do precórdio

→ Identificar se há distensão da veia jugular. E


avaliar se há sinais de turgências ou não, através
do posicionamento em 45° o paciente adota uma
posição semissentada, analisando a altura da
coluna formada pela veia túrgica, em relação ao
ângulo de Louis.

▪ A medida normal é de 4cm


▪ Valores maiores expressam, ingurgitamento
jugular, que pode traduzir hipertensão
venosa no sistema cava superior e
manifesta-se quando há compressão desta
veia, insuficiência ventricular direita e
pericardite constritiva

→ Observar pulsações na fúrcula esternal e


epigástrio;

Figura: Localização da
Epigástrio fúrcula e epigástrio

→ Analisar pulso de ventrículo direito (VD) e se o


ictus cordis é visível ou não, este se localiza no 5°
espaço intercostal (EI) sobre a linha hemiclavicular
41

Figura: Localização do VD e ictus cordis

Palpação: Paciente deitado ou sentado quando


necessário.

→ Ictus cordis (impulso apical): Costuma ser


percebido apenas na palpação. Com o paciente
deitado, deve-se colocar a mão espalmada com as
pontas dos dedos no local do ictus no 5° EI, e
procurar sentir a pulsação, logo após sem retirar a
mão do local, deve-se pedir ao paciente para virar
para o lado esquerdo, e sentir se há pulso.

▪ Quando palpado mais para baixo ou para


esquerda, pode ser sugestivo de
cardiomegalia.

Figura: Palpação do ictus cordis


42

Características Hipertrofia Hipertrofia


concêntrica excêntrica
Localização Normal ou Desviado para baixo e
desviado para para a esquerda
baixo e para a
esquerda
Extensão Normal ou >2cm
aumentado
Duração Prolongado Curto
Amplitude Variável Variável
Mobilidade Normal Normal
Causas Estenose Insuficiência mitra,
aórtica, HAS, insuficiência aórtica,
miocardiopatia miocardiopatia
hipertrófica dilatada

→ Impulso do ventrículo direito: localizado na


base do processo xifoide.

▪ 1ª técnica: consiste no paciente deitado,


em que se espalma a mão no local
procurando sentir pulsação que eleve a
mão.
▪ 2ª técnica: é feita com a mão em garra,
pegando o 3°, 4° e 5° EI, e a sensação seria
a mesma.
▪ 3ª técnica: consiste em espalmar a mão
abaixo do processo xifoide, e se a pulsação
for aórtica, a sensação de pulsação vai em
direção ao teto, mas se for VD a pulsação
vai em direção aos pés.
▪ Causa: Hipertensão pulmonar
▪ Manobra facilitadora: Apneia pós
inspiratória
43

Figura: Palpação do VD
→ Área mitral: Procurar se algo raspa a mão, que
então é característico de frêmito (pode ocorrer em
casos de sopros muito grandes “++++ ou mais” ou
atrito pericárdico). E examinar se sente choques
valvares, que é característico de uma bulha muito
hiperfonética.

Ausculta: Ambiente silencioso; Tórax desnudo;


Posição em decúbito dorsal, decúbito lateral
esquerdo e sentado em apneia expiratória.

Estetoscópio:

● Campânula: sons de baixa frequência (B3, B4,


ruflar diastólico da estenose mitral) → sons
melhores audíveis.

● Membrana/diafragma: sons de alta frequência.

→ Em primeiro momento, temos que definir se o


ritmo cardíaco é regular ou irregular, e a palpação
do pulso concomitante a ausculta, pode ajudar.

Focos de ausculta

→ Foco mitral: 5° EI esquerdo na linha


hemiclavicular, condiz ao ictus cordis;

→ Foco pulmonar: 2° EI esquerdo junto ao esterno;

→ Foco aórtico: 2° EI direito junto ao esterno;


44

→ Foco aórtico acessório: 3° e 4° EI esquerdo,


junto ao esterno;

→ Foco tricúspide: Base do apêndice xifoide


levemente a esquerda.

Figura: Focos de ausculta

Nestes focos, deve-se auscultar as bulhas


cardíacas:

→ Primeira bulha (B1): Fechamento das valvas


mitral e tricúspide, pode ser melhor audível em
ápice e, este momento coincide com ictus cordis e
pulso carotídeo. Timbre mais grave “TUM”

→ Segunda bulha (B2): Fechamento das valvas


aórtica e pulmonar, pode ser melhor audível em
base. Timbre mais aguda “TA”

→ Terceira bulha (B3): Ruído protodiastólico de


baixa frequência, sendo melhor audível na área
mitral em decúbito lateral esquerdo. Audível
fisiologicamente em crianças e adultos jovens.
Representado por “TU”

→ Quarta bulha (B4): Ruído telediastólico de baixa


frequência, ocorre no final da diástole ou pré-
45

diástole. Som de “galope” auscultado antes de B1.


“PA-TA-TA”

Ritmo cardíaco:

→ Duas bulhas = 2 tempos = Binário

▪ TUM, TA – TUM, TA

→ Terceiro ruído = 3 tempos = Ritmo tríplice

▪ TUM, TA, TU – TUM, TA, TU

Intensidade

→ Normofonéticas, hipofonéticas e hiperfonéticas

Desdobramento das bulhas cardíacas

→ B1: audível na extremidade esquerda inferior do


esterno. Ocorre em desdobramento amplo, quando
tem Bloqueio do Ramo Direito (BRD) e ausência de
desdobramento do Bloqueio do Ramo Esquerdo.
“TLUM-TÁ-TLUM-TÁ”

→ B2: Fisiológico: ↑ de A2-P2 na inspiração;


Desdobramento A2-P2 ↑: BRD, IM (ao fecha mais
precocemente); Paradoxal: ↑ de P2-A2 na
expiração, BRE marcapasso VD. Estenose aórtica
grave. “TUM-TLÁ”

Cliques e estalidos

Sistólicos

→ Protossistólicos: aórtico e pulmonar

→ Mesossistólicos: prolapso, tricúspide


46

Diastólicos

→ Estalido de abertura mitral, tricúspide

Sopros

Sistólicos

→ De ejeção: Inicia-se depois de B1 e termina antes


de B2. Pode ser estenose aórtica ou pulmonar

→ De regurgitação: Inicia-se junto de B1


mascarando-a e, termina imediatamente antes da
B2 podendo também a encobrir. Pode ser
insuficiência mitral ou tricúspide

Diastólicos

→ Estenoses Atrioventriculares: Nítido intervalo


entre B2 e o início do sopro, tem-se sopro grave,
lembram um ruflar (bater de asas). Pode ser
estenose mitral, é mesodiastólico com ou sem
reforço pré-sistólico ou telediastólico (contração
atrial)

→ Estenoses Atriventriculares: É mesodiastólico


com ou sem reforço pré-sistólico ou telediastólico
(contração atrial), crescendo-decrescendo, com
sopro agudo, é ouvido melhor na membrana no 4°
ou 5° EICE paraesternal

→ Insuficiência das valvas semilunares: Ocorre


em insuficiência aórtica e pulmonar, são
protodiastólicos, às vezes também
mesodiastólicos e telediastólicos, com tonalidade
aguda e tipos aspirativos

Contínuos

→ Tanto na sístole (mais intensa e rude) quanto na


diástole, sem interrupção. Lembra uma maquina a
47

vapor em movimento. Ocorre persistência do canal


arterial. E é mais audível na borda superior
esquerda do esterno. Pode ser fístula
arteriovenosa.

Outros

→ Sopros orgânicos: Lesão estrutural

→ Sopros funcionais: Decorrentes de alterações na


velocidade ou viscosidade do sangue

→ Sopros inocentes: Geralmente sistólicos de


baixa intensidade

3.6 EXAME FÍSICO – ABDOMINAL

O abdome é dividido em 9 regiões e 4 quadrantes


que auxiliam para localizar anormalidades e
correlacionar com o órgão acometido.
Regiões do abdome:

1. Hipocôndrio direito
2. Epigástrico
3. Hipocôndrio esquerdo
4. Flanco direito
5. Mesogástrio
6. Flanco esquerdo
7. Fossa ilíaca direita
8. Hipogástrio
9. Fossa ilíaca esquerda

Inspeção: o paciente deve estar deitado e com os


membros superiores estendidos e descruzados.
Expõe-se o abdome do mesmo, e avalia:

→ Formas, cicatrizes, circulação colateral,


estrias, varizes, pulsação, abaulamentos e
hematomas (sinais de Cullen: periumbilical e
48

de Grey Turner: flancos), movimentos


peristálticos, massas abdominais.

Figura: circulação colateral


Tipos/formas de abdome

→ Plano (normal);
→ Escavado (aspecto côncavo, encurtamento no
sentido anteroposterior, visto em caquéticos);
→ Globoso (global e uniformemente crescido ↑
do diâmetro antero-posterior, visto em
obesos, ascite volumosa);
→ Assimétrico (crescido somente em
determinada região, visto em pacientes com
fecaloma, distensão por megacólon
chagásico);
→ Batráquio (dilatação exagerada dos flancos
quando o paciente está deitado, causando
aumento do diâmetro transversal. Visto em
ascite moderada);
→ Avental (acúmulo de tecido adiposo no
subcutâneo faz com que o abdome caia sobre
as coxas, quando o paciente está de pé. Visto
em obesos).

Ausculta: O paciente deve estar deitado e, com o


abdome exposto. É aconselhável que se realize a
ausculta antes da percussão e palpação, pois estás
estimulam o peristaltismo e encobrem uma
hipoatividade dos ruídos hidroaéreos. O tempo de
ausculta é em 1 minuto. Deve-se pesquisar:

→ Ruídos hidroaéreos: presente, ausente ou


aumentado
49

→ Sopros em focos arteriais: artéria aorta, renal,


ilíaca e femoral

Percussão: É realizado comparando um lado como


outro.

→ Som claro pulmonar ou sonoridade


pulmonar: áreas de projeção dos pulmões
→ Som timpânico: espaço de Traube
→ Som submaciço: região inferior do esterno
→ Som maciço: região inframamária direita
(macicez hepática) e na região precordial

Descrição da percussão normal: Abdome


timpânico, traube livre, ausência de
hepatomegalia, hepatimetria de 10 cm e ausência
de ascite.

Palpação: Examinador de pé ao lado direito do


paciente, que estará deitado. Identificar se a
palpação é indolor/dolorosa, presença/ausência
de visceromegalias, presença/ausência de massas
palpáveis, espaço de Traube livre (baço), ascite
(sinal do piparote +/-), fígado (tamanho, superfície
“lisa/cortante/romba”, consistência “mole/dura”).
É importante iniciar a palpação pelo ponto mais
distante da dor referida.

→ Superficial: avalia grau de sensibilidade,


integridade da parede e grau de tensão. Inicia-
se com a avaliação do grau de tensão, com as
pontas dos dedos, produzem-se 2-3 abalos em
50

cada local, percorrendo-se toda a região da


parede abdominal. A tensão é maior do centro
do abdome para os flancos, devido aos
músculos retos abdominais.
→ Profunda: investigar órgãos e massas. Em
condições normais não se consegue distinguir
o estômago, o duodeno, o intestino delgado,
vesículas biliares, baço e os cólons ascendente
e descendente, já o ceco, o transverso e o
sigmoide são facilmente palpáveis. Em casos
que há massas, deve-se descrever: localização,
forma, volume, sensibilidade, consistência,
mobilidade, pulsatilidade.

Figura: principais
pontos de
palpação

Palpação hepática

→ Manobra Torres Lemos: determina


características da borda, quanto a sua
consistência, regularidade, forma, pontos
dolorosos e massas palpáveis. Técnica, a mão
esquerda do examinador é colocada na região
lombar, e traciona o fígado para frente e com
a mão direita tenta palpar a borda hepática
durante a inspiração profunda.
51

→ Manobra de Mathiew: o examinador


posiciona-se à direita do paciente com as
costas voltadas para o seu rosto. Coloca as
mãos paralelas sobre o hipocôndrio direito e,
com os dedos formam uma garra, tenta palpar
a borda hepática durante a inspiração
profunda.

Manobras Sinais
Murphy: tosse ou inspiração Dor e interrupção da
profunda durante a palpação do inspiração (colecistites)
quadrante superior direito
Blumberg: palpação do Dor durante a
quadrante inferior direito no descompressão
ponto de McBurney (apendicite)
Rovsing: palpação do quadrante Dor referida em
inferior esquerdo quadrante inferior
direito (apendicite)
Obturador: rotação interna da Dor referida em
perna direita com o joelho quadrante inferior
flexionado direito (apendicite)
Giordano: punho percussão Dor (pielonefrite)
lombar
Piparote: paciente apoia a mão Positivo em ascites
na linha média abdominal. Dá-se volumosas de grau 3
um “peteleco” em um dos
flancos do paciente e tenta
sentir a propagação da força no
outro flanco
52

3.7 EXAME FÍSICO – ÓRGÃOS GENITAIS

Genitália Masculina:

→ Inspeção: Paciente deitado, inspecionar rash


(manchas vermelhas), cicatrizes, nódulos,
enduração, secreções, massa escrotal, hérnias
e varicocele
→ Palpação: Avaliar a bolsa escrotal (testículos,
tumorações, herniações e dor) e pênis
(secreções e fimose)

Genitália Feminina:

Inspeção da genitália externa


→ Vulva: duas pregas cutâneas mucosas
(grandes lábios) intensamente irrigadas e
inervadas; Composta por:
▪ Clitóris: órgão altamente sensível
▪ Meato da uretra: localizado abaixo do
clitóris, orifício por onde flui a urina
▪ Hímen: ou introito vaginal, entrada da
vagina interna, fina membrana na qual se
tem uma abertura pequena para a saída
da menstruação e secreção vaginal.
Quando tem-se abaulamento do hímen
pode causar amenorreia, sendo então
uma hematocolpo, que necessita
tratamento cirúrgico e tem como
complicação abdome agudo
▪ Glândula de Skene: secreta uma enzima
que intervém na excitação feminina,
presente bilateralmente; para-uretrais
▪ Glândula da Bartholin: Secretam muco
lubrificante; localizada na base dos
pequenos lábios; deve-se palpa a região e
o períneo para avaliar a integridade
perineal. Quando está glândula
53

apresenta-se infeccionada devido


bactérias (clamídia/gonorreia) é
caracterizada como Bartholinite levando
a obstrução, por acumulo de secreção,
sendo dolorosa. Quando há obstrução
dos canalículos são caracterizados por
cisto de bartholin tendo acumulo de
secreção não infecciosa e indolor.

Inspeção da genitália interna:

→ Vagina: É um espaço tubular fibromuscular,


recoberto por uma mucosa pregueada, com
aproximadamente 10 m de comprimento. Ela
que faz a comunicação entre a vulva e o útero.
Tem como função dar saldo ao fluxo
menstrual, receber o pênis durante a relação
sexual e formar o canal do parto. Devido a
essa última função, a vagina possui grande
elasticidade.
→ Colo uterino: É o estreito segmento inferior ao
útero, o qual se projeta para a cavidade
vaginal. Trata-se de um órgão fibromuscular
revestido por uma membrana mucosa que
mede aproximadamente 3cm em
comprimento e 2,5cm em diâmetro. É
contínuo em suas margens superiores com o
corpo do útero e em suas margens inferiores
com a vagina.
→ Útero: É um órgão oco, com formato de pêra e
paredes musculares espessas. Dividido em
corpo e colo, que se separam pelo istmo
(“cintura”). Serve como caminho para os
espermatozoides chegarem à tuba uterina
para a fertilização e também abriga o feto
durante o desenvolvimento. Seu tamanho
varia de acordo com a idade e paridade.
→ Ovários: São gônadas femininas, localizadas à
esquerda e à direita do útero. São eles que
desenvolvem o óvulo e produzem os
54

hormônios femininos estrogênio e


progesterona.
→ Tubas uterinas: São compostas por um canal,
com forma de funil, que “liga” cada ovário ao
útero. Recoberta em sua extremidade por
franjas, as fimbrias. Tem aproximada 12 m de
comprimento.

Exame especular: Avaliar colo uterino, presença de


secreção, cor, odor.

→ Espéculo: Aparelho necessário para realizar o


exame da vagina e do colo. Sem o mesmo não
é possível se ter uma visão adequada do
orifício vaginal. Os espéculos articulados são
os mais utilizados, podendo ser metálicos ou
de plástico (descartáveis) apresentando 4
tamanhos: mínimo (espéculo de virgem),
pequeno nº1, médio nº2 ou grande nº3. Deve-
se escolher o menor espéculo que possibilite
o exame adequado, de forma a não provoca
desconforto na paciente.
→ Ao exame: Higienizar e calçar as luvas;
Explicar para a paciente sobre o exame a ser
realizado e que pode gerar certo desconforto;
Selecionar o espéculo a ser utilizado, de
acordo com paridade e condições perineais da
mulher; Posicionar a paciente em mesa
ginecológica, conferir a funcionalidade do
foco de luz; Realizar manobra de valsalva para
observar prolapsos e perda de urina; Realizar
inspeção visual da vulva; Se houver
necessidade de lubrificar o espéculo utilizar
soro fisiológico ou solução salina, nunca
vaselina ou cremes; Afastar pequenos lábios e
introduzir o espéculo delicadamente em
posição vertical ligeiramente inclinado (75°) e
baixo do meato uretral; Fazer uma rotação de
aprox. 90°, deixando-o em posição transversa,
de modo que a fenda da abertura do espéculo
55

fique em posição horizontal; Uma vez


introduzido totalmente na vagina, abra-o
lentamente e com delicadeza, até posicionar o
colo do útero dentro do espéculo.
→ Vagina: visualizar o conteúdo vaginal,
quantidade, consistência, cor, odor, presença
de bolhas e sinais inflamatórios. A
visualização das paredes vaginais torna-se
importante quanto a coloração, rugosidade,
trofismo, comprimento, elasticidade, fundos
de sacos laterais, anterior e posterior. Deve-se
analisar também a presença ou não de cistos,
tumorações, fistulas e cicatrizes. Além de
leucorreias encontradas no exame:
▪ Fisiológica: Pode ser espesso, aquoso ou
elástico, sua cor é branca, leitosa ou
transparente e tem odor muito suave ou
nenhum odor
▪ Vaginose bacteriana: corrimento branco
pastoso, de grande quantidade, que
também pode apresentar coloração
amarelada ou cinza. Odor fétido,
característico de “peixe podre”
▪ Candidíase: presença de secreção
esbranquiçada, grumosa, adenda as
paredes vaginais e do colo, sem odor
▪ Trícomoníase: presença de secreção
amarelada, amarelo-esverdeada,
bolhoso, com odor desagradável. Pode
haver sangramento e/ou vermelhidão do
colo uterino
→ Colo: observar quanto a sua localização,
forma, volume e forma do orifício externo, se
puntiforme ou em fenda, presença de muco,
sangue ou outras secreções, cistos de Naboth,
pólipos, ectópias, hipertrofias, focos de
endometriose, miomas paridos

Toque vaginal:
56

→ É feito com o médio com a mão mais hábil


enluvada, dedo indicador e médio
lubrificados, que devem ser introduzidos na
vagina no sentido posterior om os dedos
deprimindo a fúrcula. O polegar deve estar
abduzido e o anular o mínimo fletidos na
direção da palma da mão. Avaliar o tônus
muscular perineal e pesquisar modularidades
e hipersensibilidade vaginal;
→ Palpar o colo uterino verificando: posição
posterior, formato cilíndrico, comprimento,
consistência elástica, superfície lisa e regular
e hipersensibilidade, bem como palpar os
fórnices.
→ Palpação uterina é necessário que a outra mão
pressione parede abdominal em direção à
profundidade, entre o umbigo e sínfise
pubiana, enquanto os dedos que estão dentro
da vagina realizam uma elevação do colo. Com
isto avaliam-se volume, forma, consistência
firme, superfície regular e lisa, mobilidade,
situação mediana e orientação em ante-versão
ou retro-flexão.
→ Dependendo a fase do ciclo, é possível palpar
os ovários. Em casos que ovários aumentados
são facilmente palpáveis.
→ A tubas são finas e macias que usualmente são
muito difíceis, ainda que nem sempre
impossíveis de serem palpadas.
Contrariamente, trompas aumentadas e ou
espessadas, geralmente devido a sapingites,
por ex: são detectáveis ao toque.

Mamas:

→ Inspeção estática: mulher sentada, e braços


posicionados ao longo do corpo
→ Inspeção dinâmica: mulher sentada e, braços
para frente e para cima, a fim de aumentar a
57

tensão dos ligamentos de Cooper e contração


dos peitorais

Observar:

• Simetria
• Circulação venosa superficial é normal e
simétrica
• Presença de abaulamentos, retrações,
alterações de pele (hiperemia, edema ou
ulcerações) ou papilas (descamação ou erosão)
• Papilas mamárias (mamilos) salientes ou
invertidos
• Alterações na aréola (tamanho, forma e
simetria)
• Presença de tatuagens, cicatrizes cirúrgicas ou
marcas congênitas

Assimetria mamária Politelia

Mama acessória Pele em casca de laranja

Tuberculose mamária Retração

Abcesso mamário Mamilo acessório


58

Mastite

→ Palpação das axilas: Paciente sentada, palpa-


se os linfonodos supra e infraclaviculares.
Suspende-se o braço direito da paciente, e com
a mão em concha penetra o mais alto possível
em direção ao ápice da axila. E depois, traz os
dedos para baixo pressionando contra a
parede torácica. Deve-se descrever: n° de
linfonodos, tamanho, consistência e
mobilidade.
→ Palpação das mamas: Paciente em decúbito
dorsal, com as mãos atrás da cabeça. É
importante orientar todos os passos da
palpação para deixar a paciente a vontade. A
palpação é superficial, fazendo movimento
circulares e deve ser feita por quadrantes da
mama direita e esquerda.
• Técnica de Bloodgood: execução da
palpação mamária com as digitais
(técnica do dedilhamento)
• Técnica de velpeaux: execução da
palpação com a mão espalmada
• Descrição de nódulos: Localização,
tamanho, consistência (fibroelástico ou
petrio), mobilidade (fixo ou móvel),
sensibilidade (dor), fistulização, sinais
inflamatórios (hiperemiados), bordas
(regular e irregular)
59

Quadrante superior Quadrante superior


lateral medial

Região central
e retro-areolar

Quadrante inferior Quadrante inferior


lateral medial

→ Expressão: pressionar desde a base da mama


até o complexo aréolo-papilar.
• Caracterizada como positiva ou negativa
• Unilateral ou bilateral
• Descrever a cor da secreção (quando
sanguinolenta e transparente é
característica de CA)
• Ductos únicos ou múltiplos

Expressão Descarga láctea

Descarga de líquido Descarga de múltiplos


esverdeado ductos

Descarga de único ducto


60

Reto e ânus:

→ Inspeção: Observar integridade da pele,


edema, ulcerações, hemorroidas, abcessos,
fissuras e prolapsos.
→ Palpação: Avaliar o tônus do esfíncter,
consistência da próstata, massas, presença de
sangue nas fezes.

3.8 EXAME FÍSICO – MÚSCULO ESQUELÉTICO

→ Inspeção: Observar simetria da coluna, pelve


e comparar os 2 lados dos MMSS e MMII.
Avaliar marcha e articulações (dor, edema,
movimentação, aumento do volume).
→ Palpação: Avaliar força muscular, articulações
(mobilidade, tamanho, temperatura,
crepitação), umidade da pele, perfusão capilar,
pulsos (radial, braquial, axilar, pedioso, tibial,
femoral).

3.9 EXAME FÍSICO – NEUROLÓGICO

→ Inspeção: Observar nível de consciência,


atitude, linguagem, motricidade (abrir e fechar
a mão, estender a perna), coordenação
(colocar o dedo no nariz com os olhos abertos
e depois fechados), equilíbrio e marcha.
→ Palpação: Avaliar motricidade e força
muscular, tônus passivo (extensibilidade dos
músculos do pescoço), tônus ativo (retificação
da cabeça, corpo e tronco), coordenação (mão-
objeto, calcanhar-joelho), sensibilidade visual,
auditiva, tátil, térmica e dolorosa, pares
cranianos, reflexos.
61

ESCALA DE COMA DE GLASGOW


Abertura ocular Resposta motora Resposta verbal
Espontânea – 4 Ao comando Orientada – 5
pontos verbal – 6 pontos pontos
Ao comando A dor, localiza Confusa – 4
verbal – 3 pontos estímulos – 5 pontos
pontos
A dor – 2 pontos Flexão normal do Resposta
membro inapropriada – 3
estimulado – 4 pontos
pontos
Sem resposta – 1 Flexão anormal – Sons
ponto 3 pontos incompreensível
– 2 pontos
Não testável - NT Extensão Sem resposta – 1
anormal – 2 ponto
pontos
Sem resposta – 1 Não testável - NT
ponto
Não testável - NT
• Lesão grave: < 8 pontos
• Lesão moderada: 9-12 pontos
• Lesão leve/mínima: 13-15 pontos

NERVOS CRANIANOS
I – Olfativo Paciente de olhos fechados;
identificar um aroma diante de
cada narina
II - Óptico Avaliar os 4 campos visuais:
paciente sentado fixa em um ponto
na face do examinador, o qual
desloca o objeto e paciente dirá até
que ponto percebe as variações do
objeto; Exame de fundo de olho
II – Oculomotor O paciente deve seguir o seu dedo
IV – Troclear com os olhos. Começar do centro
VI – Abducente e mover para direita em cima e em
baixo, e depois para a esquerda
V – Trigêmeo Tocar bilateralmente a testa,
maxila e mandíbula perguntando
ao paciente se sente igualmente no
lado esquerdo e direito
62

VII – Facial Solicitar ao paciente que enrugue a


testa, franza os supercílios, cerrar
as pálpebras e sorria
VIII – Testar a capacidade de ouvir você
Vestibulococlear esfregando o dedo perto do
ouvido do paciente. Prova de
Rinne e Weber (diapasão)
IX – Glossofaríngeo Inserção de uma espátula na boca
X – Vago para se observar a migração da
úvula e a presença do reflexo
nauseoso. Pedir ao paciente para
engolir a saliva.
XI – Acessório Observar os movimentos de
rotação da cabeça.
XII - Hipoglosso Inspeção da língua

4.0 CLINICA MÉDICA

Dor

É uma experiencia sensitiva e emocional


desagradável associada ou semelhante àquela
associada, a uma lesão tecidual real ou potencial.

Mecanismo básico de defesa

Surge antes que ocorra uma lesão grave:

➔ Calor excessivo
➔ Pressão de um objetivo cortante

Dor sem proposito útil:

➔ Após a lesão o SNP


▪ Avulsão do plexo braquial
▪ Amputação de um membro
▪ Dor do “membro fantasma

Ausência de dor

▪ Fator limitante de sobrevida


63

▪ Morrem mais precocemente


▪ Extensas queimaduras, ferimentos graves e
contusões graveis ocorridas durante a
infância
▪ Hanseníase

Fisiologia

→ Transdução: é a modificação de um estimulo


para fazer a transmissão da dor
→ Transmissão: é o conjunto de vias e
mecanismos que possibilita que o impulso
nervoso, gerado ao nível dos nociceptores,
seja conduzido para estruturas do SNC
comprometidas com o reconhecimento da
dor.
→ Modulação: é fazer com que a dor resista,
amplifique ou reduza

Classificação fisiopatológica
Dor Causada pela ativação dos nociceptores e
nociceptiva pela transmissão dos impulsos gerados,
que percorrem as vias até o SNC. EX:
Secundária a agressões externas (picada
de inseto), dor visceral (cólica nefrética,
apendicite), artrite e invasão neoplásica
dos ossos.
Dor Dor por desaferentação (privação de um
neuropática neurônio de suas aferências); Dor central
(circuito modulatório prosencéfalo-
mesencefálico)
Pode ser:
→ Constante: queimação, dormente,
formigamento
→ Intermitente: lesões nervosas
periféricas e da medula, dor em choque,
aguda
→ Evocada: alodínia (sensação
desagradável, provocada por
estimulação tátil)), hiperpatia (provocada
por estimulação nóxica, repetitiva) e,
64

hiperalgesia (resposta exagerada aos


estímulos aplicados em uma região, dor
intensa a estímulos leves ou
moderadamente nóxicos)

Dor mista Dor nociceptiva e neuropática


combinadas. EX: neoplasia maligna
Dor Não há substrato orgânico da dor, sendo
psicogênica gerada por mecanismos puramente
psíquicos. Pode ser difusa, generalizada,
imprecisa. Sinais e sintomas de
depressão e ansiedade são frequentes.

Tipos de dor quanto ao sítio de origem


Somática É a forma de dor nociceptiva decorrente da
superficial estimulação de nociceptores do tegumento.
→ Bem localizada
→ Caráter: Picada, pontada, rasgando,
queimor
→ Intensidade: variável
→ Origem: trauma, queimadura e processo
inflamatório
Somática Consequente à ativação de nociceptores dos
Profunda músculos, fáscias, tendões, ligamentos e
articulações
→ Causas: estiramento muscular, contração
muscular isquêmica (exercício exaustivo
prolongado)
→ Localização: imprecisa, mais difusa
→ Caráter: dor surda, profunda
→ Intensidade: leve à moderada. As vezes
manifesta-se como dor referida
Visceral Dor nociceptiva decorrente da estimulação
dos nociceptores viscerais
→ É profunda
→ Localização: difusa
→ Caráter: dor surda, vaga, contínua,
profunda
65

→ Acentuada com a solicitação funcional do


órgão
● Comprometimento da própria víscera (dor
visceral verdadeira)
● Comprometimento secundário do peritônio
ou pleura parietal (dor somática profunda)
● Irritação do diafragma ou do nervo frênico
● Reflexo viscerocutâneo (dor referida)
Referida Sensação dolorosa superficial, que está
distante da estrutura profunda (visceral ou
somática), estimulação nóxica é a
responsável pela dor.
→ Obedece à distribuição metamérica
Irradiada Sentida a distância do local de origem, ocorre
nas estruturas inervadas pela raiz nervosa ou
em nervo cuja estimulação nóxica é
responsável pela dor
→ Ciatalgia: provocada pela compressão de
uma raiz nervosa, hérnia de disco lombar
Aguda → Dura menos que 1 mês
→ Desaparece em dias ou semanas após a
cura da lesão ou doença
Crônica → Dor que persiste depois do tempo
esperado (3 meses)
→ Dor que persiste por mais de 6 meses após
a lesão
→ Dor que não responde aos tratamentos

Características semiológicas da dor

Toda vez que houver um paciente com dor, deve-


se fazer essas perguntas:

▪ Local; Caráter; Intensidade; Irradiação;


Duração; Evolução; Relação com funções
orgânicas; Fatores desencadeantes ou
agravantes; Fatores atenuantes;
Manifestações concomitantes.
66

Pulmonar

Particulares da anamnese do paciente com


problemas respiratório

Idade
6-12 m Bronquiolite
Crianças e jovens Pneumonias por gram
negativos
Crianças e adultos Pneumonia por
estafilococos
40-60 anos Bronquite, enfisema, CA
Sexo
Masculino Feminino
Pneumoconioses ● Doenças pulmonares
parenquimatosas: lúpus,
artrite reumatoide.
● Sarcoidose
Doença relacionada
com o tabaco: DPOC,
CA
● Tuberculose
● Criptococose

Paracoccidioidomicose
Hábitos de vida
Tabagismo ● Bronquite
● Enfisema
● Adenocarcinoma
brônquico
Etilismo ● Pneumonia por Klebsiella
Nebulização ● Pseudomonas –
Aerobacter
Heroína ● Edema agudo de pulmão
Cor da pele
Negros ● Tuberculose
● Sarcoidose
Caucasianos ● Colagenoses
67

Sintomas: dor torácica; tosse; expectoração;


hemoptise; dispneia; sibilância; rouquidão;
cornagem; vômica.

Síndromes broncopulmonares e pleurais

Importante:

❖ A tosse serve para avaliar o pulmão


❖ Nenhuma síndrome aumenta o múrmuro
vesicular ou a expansibilidade

Síndrome brônquica

→ Inspeção: tórax em posição de inspiração


profunda e tiragem
→ Palpação: frêmito toracovocal normal ou
diminuído
→ Percussão: normal ou hipersonoridade
→ Ausculta: diminuição do murmúrio vesicular
com expiração prolongada, sibilos
expiratórios em ambos os campos
pulmonares. Pode haver roncos e estertores
grossos
→ Sintomas: dispneia e tosse
→ Principais causas: asma brônquica; bronquite
crônica da DPOC; bronquiectasia; infecções
brônquicas.

Síndromes parenquimatosas

1. Consolidação pulmonar
→ Inspeção: expansibilidade diminuída
→ Palpação: expansibilidade diminuída e
frêmito toracovocal aumentado
→ Percussão: submacicez ou macicez
→ Ausculta: respiração brônquica substituindo
o murmúrio vesicular, sopro tubário (som
68

traqueal na base do hemitórax), broncofonia


ou egofonia, pectorilóquia e estertores finos
→ Sintomas: tosse produtiva, dispneia, dor
torácica
→ Principais causas: Pneumonia. Caracteriza-se
pela ocupação dos espaços alveolares por
células e exsudato.

2. Atelectasia (pulmão colabou – sem ar)


→ Inspeção: retração do hemitórax e tiragem
→ Palpação: expansibilidade diminuída e
frêmito toracovocal diminuído ou abolido
→ Percussão: submacicez ou macicez
→ Ausculta: som broncovesicular. Ressonância
vocal diminuída
→ Restritiva: brônquio aberto
→ Obstrutiva: brônquio fechado
→ Sintomas: dispneia, tosse seca
→ Principais causas: Neoplasias e os corpos
estranhos que ocluem o lúmen de brônquios

3. Enfisema pulmonar
→ Inspeção: expansibilidade diminuída e tórax
em tonel nos casos avançados
→ Palpação: expansibilidade diminuída, frêmito
toracovocal diminuído
→ Percussão: sonoridade pulmonar normal no
início e hipersonoridade à medida que a
enfermidade se agrava
→ Ausculta: murmúrio vesicular diminuído. Fase
expiratória prolongada. Ressonância vocal
diminuída
→ Sintomas: dispneia
→ Principais causas: Hiperaeração caracterizada
pelo aumento anormal dos espaços aéreos
distais ao bronquíolo terminal, acompanhadas
de modificações estruturais das paredes
alveolares
69

4. Congestão passiva
→ Inspeção: expansibilidade normal ou
diminuída
→ Palpação: expansibilidade e frêmito
toracovocal normal ou aumentado
→ Percussão: submacicez nas bases pulmonares
→ Ausculta: estertores finos nas bases dos
pulmões (principal achado). Prolongamento
do componente expiratório quando há
broncospasmo. Ressonância vocal normal
→ Sintomas: dispneia, tosse seca ou com
expectoração rósea
→ Principais causas: Insuficiência ventricular
esquerda e a estenose mitral

5. Cavitação
→ Inspeção: expansibilidade diminuída na
região afetada
→ Palpação: expansibilidade diminuída e
frêmito toracovocal aumentado (se houver
secreção)
→ Percussão: sonoridade normal ou som
timpânico
→ Ausculta: som broncovesicular ou brônquico
no lugar do murmúrio vesicular, ressonância
vocal aumentada ou pectorilóquia, sopro
cavernoso
→ Sintomas: tosse seca com expectoração
purulenta ou hemóptica
→ Principais causas: Ocorre nos abscessos,
neoplasias, micoses, mas a principal é
tuberculose

6. Síndromes pleurais

Pode ser dividida em:

Síndrome pleurítica

→ Inspeção: expansibilidade diminuída


70

→ Palpação: expansibilidade e frêmito


toracovocal diminuídos
→ Percussão: sonoridade normal ou submacicez
→ Ausculta: atrito pleural, que é o principal
dado semiológico
→ Sintomas: dor torácica ventilatória
dependente
→ Principais causas: Tuberculose, pneumonias,
moléstia reumática e outras colagenoses,
viroses e as neoplasias da pleura e pulmão.
Caracterizada pela presença do atrito pleural,
podendo evoluir para a síndrome do derrame
pleural.

Derrame pleural

→ Inspeção: expansibilidade diminuída


→ Palpação: expansibilidade diminuída e
frêmito toracovocal abolido na área do
derrame e aumentado na área do pulmão em
contato com o líquido pleural
→ Percussão: macicez
→ Ausculta: murmúrio vesicular abolido na área
do derrame, egofonia e estertores finos na
área do pulmão em contato com o líquido
pleural na parte mais alta do derrame
→ Sintomas: dispneia, tosse, dor torácica
→ Principais causas: Pleurites, pneumonias,
neoplasias, colagenoses, síndrome nefrótica e
na insuficiência cardíaca

Pneumotórax

→ Inspeção: normal ou abaulamento dos


espaços intercostais quando a quantidade de
ar é grande
→ Palpação: expansibilidade e frêmito
toracovocal diminuídos
71

→ Percussão: hipersonoridade ou som


timpânico, sendo este o dado que mais chama
a atenção
→ Ausculta: murmúrio vesicular diminuído.
Ressonância vocal diminuída. Sopro anfórico
(igual a um sopro na garrafa)
→ Sintomas: dispneia, dor torácica
→ Principais causas: acumula-se ar no espaço
pleural, que penetra através de lesão
traumática, ruptura de bolha subpleural, ou
em certas afecções pulmonares (tuberculose,
pneumoconiose, neoplasias)

Cardiovascular

Sinais e sintomas: dor torácica, dispneia, tosse,


hemoptise, síncope, edemas, palpitação, fadiga,
rouquidão, náuseas, febre e calafrios, perda de
peso, claudicação, Raynaud.

CLASSIFICAÇÃO DOS CARDIOPATAS – CAPACIDADE


FUNCIONAL
Classe I → Paciente com doença cardíaca, sem limitação
de atividade física
→Atividade física ordinária não provoca
dispneia, fadiga exagerada, palpitação e nem
angina no peito
Classe II → Pacientes com doença cardíaca e que
apresentam alguma limitação às atividades
físicas
→ Estes pacientes sentem-se bem em repouso,
mas a atividade física comum provoca
dispneia, fadiga, palpitação ou angina de peito
Classe → Pacientes com doença cardíaca e que
III apresentam acentuada limitação nas atividades
físicas
→ Estes pacientes sentem-se bem em repouso,
porém pequenos esforções provocam dispneia,
fadiga, palpitação ou angina de peito
72

Classe → Pacientes com doença cardíaca e que são


IV incapazes de exercer qualquer atividade física
→ Os sintomas de dispneia, fadiga, palpitação
ou angina de peito existem mesmo em repouso
e se acentuam com qualquer atividade

Síndromes Cardiovasculares

1. Estenose Mitral
→ Palpação: Frêmito diastólico no ápice (pp/
DLE); Choque valvar de B1; Ictus fraco ou
impalpável
→ Ausculta: Hiperfonese B1; Hipofonese B1
(válvula calcificada); Estalido de abertura
mitral; Desdobramento amplo de B2 (se HP
presente); Sopro
→ Ausculta dinâmica: Aumento do sopro
(Expiração, Acocoramento, Handgrip);
Redução do sopro (Inspiração, Valsalva)

2. Insuficiência Mitral
→ Palpação: Frêmito sistólico no ápice; Onda
palpável de enchimento rápido; Ictus
deslocado lateralmente
→ Ausculta: B1 ausente, leve ou abafada pelo
sopro; Desdobramento amplo de B2 (aórtica
fecha precocemente); B3; B4; Sopro
→ Sopro sistólico: Holossistólico; Epicentro FM;
Irradiação para axila; Irradiação de Miguel
Couto
→ Ausculta dinâmica: Pouca variação com a
respiração; Reduz (Levantar subitamente;
Valsalva); Aumenta (Acocoramento; Handgrip)

3. Estenose Aórtica
→ B1 normal o hipofonética; Clique de ejeção
aórtico (pp/ crianças e adolescente com EA
congênita); Desdobramento paradoxal de B2;
B4; B3 quando VE se dilata
73

→ Sopro: Sistólico; Epicentro: FA; Crescendo-


decrescendo; Grave, rude, áspero; Irradiação
para carótidas; Fenômeno de Galavardin
→ Ausculta dinâmica: Aumentam o sopro
(Nitrito de amila; Acocoramento); Reduzem o
sopro (Valsalva (valvular); Vasopressores •
Handgrip; Posição ortostática)

4. Insuficiência Aórtica
→ Ictus desviado para esquerda e para baixo;
Frêmito diastólico ao longo da borda esternal
esquerda; A2 ausente; B3; B4
→ Sopro: Diastólico; Aspirativo; Decrescente;
Agudo; Epicentro: Lesão valvar (borda esternal
esquerda); Dilatação aneurismática da raiz da
aorta (borda esternal direita)
→ Ausculta dinâmica: Aumentam o sopro
(Sentar e inclinar para frente “Harvey”; Droga
vasopressora; Acocoramento; Handgrip);
Diminuem o sopro (Valsalva; Nitrito de amila)
→ Sopro de ejeção de hiperfluxo: mais agudo;
menos rude; mais curto
→ Austin Flint (1862): Ruflar mesodiastólico;
suave; grave; FM

5. Estenose Tricúspide
→ Exame físico: Hiperfonese de B1 em foco
tricúspide; Estalido de abertura tricúspide;
Sopro
→ Sopro: Meso-diastólico pré-sistólico;
Crescendo-decrescendo; Em ritmo sinusal
predomina o reforço pré-sistólico; Agudo;
Ouve-se melhor com a membrana; 4 ° ou 5°
EICE paraesternal
→ Ausculta dinâmica: Aumenta o sopro
(Inspiração; Manobra de Rivero-Carvallo;
Elevação dos MMII; Acocoramento); Reduzem
o sopro (Manobra de Valsalva; Expiração)
74

6. Insuficiência Tricúspide
→ Pulsação de VD; O frêmito é menos frequente;
B3; Sopro sistólico
→ Sopro sistólico: Alta frequência; Pouca
irradiação mas pode ser audível em toda área
de VD e até mesmo no FM; Holossistólico
→ Ausculta dinâmica: Aumentam o sopro
(Manobra de Rivero-Carvallo; Elevação das
pernas; Compressão hepática; Em caso de
insuficiência ventricular pode não ocorrer
incremento do sopro); Reduzem o sopro
(Posição ortostática; Manobra de Valsalva)

7. Estenose Pulmonar
→ Aumento de VD; Frêmito de moderado a
intenso no foco pulmonar; B2 amplamente
desdobrada com P2 suave; Clique de ejeção
pulmonar; Sopro; Messossistólico
→ Sopro: Aumenta com Rivero-Carvallo
→ Clique: Se reduz com essas manobras

8. Insuficiência Pulmonar
→ VD palpável; AP palpável; Choque valvar
palpável (Se HAP associada); B2 (Hiperfonética
“Se HAP associada”; Normofonética;
Hipofonética)
→ Diastólico; Protodiástólico; Decrescente; Alta
frequência; Aspirativo
→ Sopro de Graham Steell: Sopro diastólico
aspirativo agudo em decrescendo devido a
insuficiência pulmonar decorrente da
hipertensão pulmonar 1888
→ Ausculta dinâmica: Aumenta com Rivero-
Carvallo e Muller

9. Insuficiência Ventricular Esquerda


→ Sintomas: Fadiga; Cansaço aos esforços;
Dispneia aos esforços; Asma cardíaca; Edema
agudo de pulmão; Oligúria; Nictúria; Tosse
75

→ Exame Físico: Ictus desviado para fora e para


baixo; Pode estar normal no IAM; Ritmo de 3
tempos por B3; Paciente dispneico e
taquipneico; Estertores pulmonares

10. Insuficiência Ventricular Direita


→ Sinais e sintomas: Edema subcutâneo
periférico; Ascite; Derrame pleural geralmente
a direita; Derrame pericárdico; Turgência
jugular; Hepatomegalia; Oligúria
→ Exame físico: Ictus desviado pra dentro e
junto ao bordo eternal (aumento de VD); VD
palpável; Ritmo de 3 tempos por B3; Turgência
jugular; Refluxo hepatojugular; Edema agudo
de pulmão; Edema periférico; Ascite

4.0 GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA

Cálculo da Idade gestacional (IG)

→ IG: Idade gestacional que a paciente tem hoje.


Expressa em dias ou semanas
→ DUM: Data da última menstruação (1° dia que
sangrou na última menstruação)
→ Como fazer o que cálculo: utilizar a DUM ou
US obstétrico, encontrar o total de dias até a
data atual e dividir por 7, os dias da IG são a
sobra da equação

Exemplo de cálculo:

DUM (deve ser de certeza, ser regular, além de


não fazer uso de anticoncepcional): 05/12/20

31 dez (-5 dias = 26)


Tira 5 dias devido ao
que passou no mês
31 jan

28 fev
76

31 Marc

30 Abr

12 maio

Total = 158/7 – IG: 22 semanas e 4 dias

US (mais confiável no 1° trimestre e, tem margem


de erro de 1 semana:

DUM: 05/12/20 IG (expressa no US): 10s e 2d

31 dez (-5 dias = 26)


Tira 5 dias devido ao
que passou no mês
31 jan

28 fev

31 Marc

30 Abr

12 maio

Total = 158/7 – IG: 22s e 4d Usa a IG do US


para somar
+ 10s e 2d

IG: 32s e 6d

DUM: 25/03/21 IG (US): 5s e 6d

31 Marc (-25 = 6)

30 Abr

12 maio
77

Total = 48/7 – IG: 6s e 6d


Como não existe 12 dias,
temos que tira 7 dias e
+ 5s e 6d acrescentar 1 semana

11s e 12d (-7d e + 1s)

IG: 12s e 5d

Data provável do parto (DPP)

→ É feita somente com a DUM. Deve-se somar 9


meses para janeiro, fevereiro e março; Somar
7 dias de abril até dezembro; Tirar 3 meses e
somar mais 1 ano

1. DUM: 05/05/20

+7/-3/+1 3. DUM: 29/05/20

DPP: 12/02/21 -28dias por +7/-3/+1


ser FEV e
acrescente
2. DUM: 10/02/20 +1 mês 36/02/21

+7/+9/0 DPP: 08/03/21

DPP: 17/11/20

Modificações gravídicas

Sistema tegumentar e fâneros

→ ↑ oleosidade da pele
→ ↑ pilificação facial
→ Após o parto - queda de cabelos
→ Cloasma: manchas escuras no rosto
→ Sinal de Halban: formação de pelos ou
lanugem na face
78

Mamas

→ Sinal de Haller: > da vascularização, rede


venosa visível sob a pele transparente das
mamas
→ Sinal de Hunter: hiperpigmentação da aréola,
parece que quer formar uma segunda aréola
→ Glândulas de Montgomery: glândulas
localizadas na aréola e em torno do mamilo,
que auxiliam na amamentação

Abdome

→ Linha nigra: linha de cor mais escura que


aparece no centro do abdome de forma
vertical, ela costuma regredir após a gestação
→ Estrias: podem ser nacaradas (brancas) ou
avermelhadas
→ Ao exame físico: pode-se mencionar →
abdome globoso gravídico
→ Medida da altura uterina: coloca a fita em
cima da sínfise púbica até o fundo do útero

Útero

→ Coloração violácea
→ Aumento da vascularização e da vasodilatação
venosa
→ Consistência do útero amolecida
→ Retenção hídrica do espaço extravascular
→ Sinal de Nobile Budin: toque no fundo de
saco, buscando sentir se há preenchimento na
palpação e formato globoso
→ Modificações de peso e de capacidade
• Peso 60-80 gr (inicial) 1000-1500 gr (no
termo)
• Capacidade de 2-3 ml (inicial) 4-5l (no
termo)
79

→ Modificação na forma do útero


• Início piriforme
• 8-12s esférica
• 36s, cilíndrica
• No fim da gravidez: ovoide
→ Fibras miometriais: sofrem hipertrofia,
hiperplasia e alongamento

Vulva

→ Sinal de Jacquemier-Kluge: após a 8ªs a


coloração fica arroxeada do vestíbulo e parede
vaginal anterior (↑ vascularização/embebição
gravídica)
→ ↑ pigmentação da pele vulvar, podendo se
estender até́ a raiz das coxas

Vagina

→ ↑ vascularização → hiperemia e edema da


mucosa vaginal → arroxeada (sinal de Kluge)
→ Percepção de pulsação nas paredes laterais
vaginais (sinal de Osiander)

Membros

→ Edemas, varizes e telangiectasia (vasos da


derme)

Sistema digestivo

→ Estômago diminui a motilidade, pressão do


esfíncter e secreção gástrica.
→ Deslocamento do estômago pelo útero:
pirose, refluxo, sensação de plenitude, vomito.
→ Congestão gravídica: gengivas edemaciadas e
hiperêmicas, sangram com facilidade. Se não
há mais nenhum sinal, somente o
80

sangramento, então indica algo comum da


gravidez
→ Intestino diminuição da motilidade:
causando constipação e hemorroidas

Sistema cardio circulatório

→ Aumento do volume e massa eritrocitaria e


liquido: anemia por hemodiluição fisiologica
→ Coração é deslocado para cima e para
esquerda
→ Cardiovascular: é um sistema que mais sobre
impacto. A hipervolemia se instala no inicio da
gestação
→ PA sofre queda pela diminuição da
resistência vascular periferica: sintomas de
lipotimia e hipotensão
→ Aumento dos fatores de coagulação
→ Aumento de chances de trombose. Palpar
panturilha

Sistema respiratório

→ Congestão nasal hiperemia, edema,


hipersecreção nasal e epistaxe
→ Alterações anatômicas:
• Aumento da circunferência torácica e do
diâmetro AP (↑ ângulo costofrênico).
➢ ↓ capacidade funcional residual em
até́ 20%
• Elevação e maior excursão do diafragma.
➢ ↑ uterino ↓ excursão
→ Na gravida a demanda de O2 ↑ 20 a 30% e a FR
não se altera
81

Sistema urinário

→ Pela compressão uterina e pela diminuição do


tônus vesical (cálice, pelve renal e ureter
dilatam), causa hidronefrose fisiológica em
90%, que é uma estagnação no fluxo da urina,
↑ risco de ITU e litíase (cálculo)
→ A redução da capacidade renal de concentrar
a urina reduz a atividade antibacteriana
→ Ocorre maior excreção de glicose e
aminoácidos, fornecendo um meio de cultura
apropriado para a proliferação de
microrganismos
→ A urina de mulheres grávidas tem pH mais
alcalino, situação favorável ao crescimento
bacteriano
→ Queixa de polaciúria e incontinência urinária

Sistema osteoarticular

→ O hormônio relaxina age principalmente na


região da bacia, sínfise púbica, para relaxar o
corpo, que está em preparação para o parto
→ Modificações na postura: centro de gravidade
descola-se para a frente, tendência a tropeço,
quedas e lombalgias
→ Mudanças no equilíbrio fazendo hipersifose e
hiperlodose
→ Diminuição do arco plantar e afastamento dos
pés
→ Os membros fazem hiperextensão dos joelhos

Sistema nervoso central

→ Embebedação gravídica
→ Queixas: sonolência, discreta alteração da
memória, e de concentração
82

→ Enxaquecas
→ Psíquicas: episódios conversivos (ataque de
ansiedade, piti, com taquipneia, falta de ar) e
depressão

Sistema metabólico

→ Média de ganho de peso na gestação: 12,5 kg


→ Feto: 3,400g
→ Placenta: 65g
→ Líquido amniótico: 800g
→ Útero: 970g
→ Mamas: 405g
→ Sangue: 1450g
→ Liquido extravasculares: 1480g
→ Gordura: 3345g

O ganho de peso materno decorre, em grande


parte, pela retenção hídrica.

→ Até́ 24 a 26 semanas - fase de anabolismo


materno.
→ Direciona o aporte energético para as reservas
somente maternas
→ Posteriormente inicia-se a fase catabólica
aumentando o aporte energético para o feto.
→ Estimulação do mecanismo de lipólise
→ ↑ resistência insulínica (hormônios contra
insulares)
→ ↓ 40 a 70% na atividade da insulina (hPL,
hPGH, adipocinas).

O excesso de glicose pode levar a Diabetes


gestacional, os altos níveis de glicose no sangue da
mãe levam a glicose adicional ao bebê e o faz
ganhar peso extra. Fazer rastreamento em casos de
fatores de risco ou em toda mulher em IG 24 a 28s.
83

Diagnóstico clínico de gestação

Sinais de presunção
Amenorreia; Náuseas; Vômitos; Mastalgia; Vertigens;
Polaciúria; Aumento do volume abdominal; Cloasma,
Melasma
Sinais de probabilidade
• Amenorreia
• Sinal de Hegar: útero de consistência elástica
• Sinal de Osiander: pulsação artéria no fundo de saco,
devido a vascularização
• Sinal de Piskacek: implantação ovular, promove o
crescimento do útero de forma assimétrica e
adquirida
• Sinal de Nobile-Budin: percepção, pelo toque
bimanual, do preenchimento do fundo de saco vaginal
pelo útero gravídico, passa da forma piriforme para
formada arredondada (globosa)
• Sinal de Jacquemier-Chadwick: distensão venosa da
vulva, pelo aumento do fluxo sanguíneo
• Sinal de kluge: coloração violácea da vulva e vagina

Sinais de certeza
→ Ausculta do BCF: batimento mais acerelado.
→ Sinal de puzos: a partir de 14ªs de gestação, na parede
anterior do útero você senti uma apresentação, e
quando você empurra, se ele rolar para cima e voltar,
indica que tem algo lá dentro.
→ Percepção de movimentos fetais e/ou palpação de
partes fetais: 2° a 3° trimestre

Diagnóstico
Laboratorial USG
Detectação do hormônio Trans abdominal ou
beta HCG no plasma ou na transvaginal: visualização
urina do feto
Estruturas avaliadas:
● Saco gestacional (4/5s)
● Vesícula vitelínica (5s)
● Embrião (5/6s)
● Atividade cardíaca (6s)
84

Aleitamento materno

Benefícios Contraindicações
Mãe ● Involução uterina ● Tuberculose ativa
● Redução de ● HIV
sangramento pós parto ● Lesões herpéticas
● Efeito contraceptivo ativas na mama
relativo ●
● Acelera a perda de peso Quimioterapia/radi
● ↓ CA de mama, oterapia
endométrio e ovário ● Abuso de álcool
● ↓ risco de doença
cardiovascular
● Ligação afetiva entre
mãe e criança
Criança ● Aumento da imunidade ● Galactosemia
● Melhora da motilidade
gastrointestinal
● ↓ reação alérgica
● Prevenção de doenças
infecciosas (otite média,
gastroenteritis, doenças
respiratórios e do trato
urinário)
● ↓ risco de CA infantil,
diabetes tipo 1, HÁ,
obesidade, enterocolite
necrotizante

Exame de mamas

Anamnese: Perguntas necessárias:

→ Tem filhos?
→ Amamenta ou já amamentou? (quanto tempo)
→ Já realizou algum procedimento cirúrgico na
mama?
→ Já teve ou tem algum nódulo na mama?
→ Percebe alguma saída de secreção pelos
mamilos? Se sim, é uni ou bilateral? Que cor?
É espontâneo ou após estímulo?
85

→ Tem mãe, pai ou irmãos que já tiveram câncer


de mama?
→ Faz uso de algum hormônio?
→ Sente dor ou desconforto na mama? Se sim,
bilateral ou unilateral? Dentro ou fora do
período menstrual?
→ Esta gestante?
→ É tabagista?

Descrição das mamas do laboratório:

Normal: mamas simétricas, pendulares, mamilo


protuso, sem abaulamentos ou retrações visíveis, à
palpação o parênquima fibroelástico, sem nodulações
palpáveis, com expressão negativa bilateral.

Maligno: presença de retração na pele e no mamilo,


aspecto em casca de laranja no QIL e presença de 3
nódulos palpáveis.
1. Às 12h, 2x2cm, 8cm da papila, endurecido, aderido
a planos profundos, doloroso a palpação, sem
fistulização e sinais inflamatórios, com bordas
regulares.
2. Às 10h, 2x2cm, 3cm da papila, endurecido, aderido
a planos profundos, sem fistulização e sinais
inflamatórios, com bordas regulares.
3. Retroaureolar, 3x3cm, endurecido e aderido a planos
profundos.
86

Eliminação vesical

Ato da micção

Combinação da atividade voluntária e involuntária.


O músculo detrusor faz relaxamento o que permite
o enchimento da bexiga e contração para fazer o
esvaziamento da urina.

Urina normal

→ Coloração: amarelo dourado e odor


característico
→ Adulto: 30 a 50 ml/h
→ Crianças: < 1 ano – 2ml/Kg/h
→ Crianças: > 1 ano – 1ml/Kg/h

Problemas relacionadas a eliminação urinária

→ Incontinência urinária: Perda da capacidade


de controlar a bexiga. Tipos: esforço,
urgência/hiperativa e sobrefluxo. Podendo ser
parcial ou completa, temporária ou
permanente.
→ Retenção urinária: Incapacidade de eliminar a
urina da bexiga. Geralmente, a causa é
aumento do tamanho da próstata,
medicamentos (depressivos, anti-
histamínico), obstrução, constrição uretral,
inflamação da uretral, ITU e problemas
neurológicos.

Sondagem vesical

→ Introdução de um cateter estéril através da


uretra até a via suprapúbica
→ Via suprapúbica: somente o médico. Trocater
→ sonda Foley → balão
87

Tipos:

→ Alívio: Utilizado para esvaziar a urina de


forma imediata, e é retirada após o
esvaziamento (bexiga neurogênica).
▪ Indicação: Disfunção vesico esfincteriana,
degeneração neuromuscular, pesquisa de
urina residual, pós operatório.
→ Demora (foley): Utilizada quando tem a
intenção de esvaziar a bexiga, todavia com
permanência prolongada.
▪ Indicação: Retenção urinaria obstrutiva ou
funcional, perioperatório, incontinência
urinária, traumas, doenças da uretra, bexiga
e da próstata.
▪ Contraindicações: Traumas,
descentralização da próstata, uretrorragia,
hematomas, edema de períneo e hipertrofia
prostática ou prostatite ou uretrite –
Cistostomia.
▪ Finalidade: Aferir débito urinário,
administração de medicamentos, irrigação
vesical e pós operatório.
▪ Fatores de risco preveníveis: higiene
íntima, técnica correta, prevenção de lesões,
cuidados com a sonda e drenagem.
▪ Fatores não preveníveis: relacionado ao
hospedeiro: Flora bacteriana normal, pH da
vagina, e da urina, anatomofuncional, o
próprio cateter.
▪ Complicações: São decorrentes da
passagem da sonda, podendo ocorrer ITU,
estenose de canal, obstrução da luz,
decorrentes da Cateterização prolongada,
inflamação renal crônica, pielonefrite,
nefrolitía-se, citolitíase, sepse e morte.
88

Calibre da sonda:

→ Adulto: 12, 14, 16, 18


→ Crianças: 6, 8, 10
→ RN: 4
→ Cateter de menor calibre (12-16)
→ Pacientes com possíveis formação de coágulos
(24)

Materiais necessários:

➔ Pacote de sondagem estéril


➔ Luvas estéril
➔ Bolsa coletora estéril
➔ Observar validades e n° de sonda
➔ Campo estéril com pinça
➔ Bandeja estéril com cuba
➔ Solução clorexidina degermante ou tópica
(aquosa) antisséptica
➔ Campo fenestrado
➔ Gaze estéril
➔ Lidocaína geleia 2%
➔ 10 ml de água destilada
➔ Esparadrapo
➔ Seringa de 20 ml
➔ Agulha de aspiração (40×12)

Técnica:

1. Obter consentimento e respeitar a privacidade


do paciente; Posicionar a paciente com os
joelhos dobrados; Verificar sinais de lesão
uretral antes de realizar o procedimento;
Higienizar as mãos antes e após manipular a
sonda e o coletor;
2. Montar o campo estéril: abrir o campo estéril
segurando pelas pontas, sem contaminar a
89

parte interna; No campo já aberto, abrir a


agulha, sonda, seringa, gaze e bolsa coletora;
3. Outros materiais: na mesa ao lado, abrir a
lidocaína, deprezar um pouco na bandeja e
deixar a tampa apenas encaixada; Desprezar
um pouco da clorexidina na bandeja e colocar
um na cuba; Abrir a água destilada;
4. Abrir a luva estéril: Deixar apenas o lado
dominante aberto para enluvar; Com está
mão, pegar a seringa conecta-la na agulha e
pressionar o êmbolo para retirar o ar, para
assim inserir a agulha na água destilada
(segurada pela mão não enluvada) buscando
puxar os 10 ml; Posteriormente retirar a
agulha, conectar a seringa na sonda e
introduzir a água destilada, afim de esta a
sonda; Em seguida, com a seringa ainda
conectada retirar a água da sonda; Em
consonância, pegar a lidocaína com a mão não
enluvada, aplicar em uma gaze (segurada pela
outra mão);
5. Enluvar a outra mão: agora com as duas mãos
enluvadas conectar a sonda na bolsa coletora,
checando se a saída de fundo está fechada;
Com a pinça, pegar uma gaze passar na
clorexidina e fazer antissepsia da região, e
principalmente da uretra, repetir ao menos 3x;
Posteriormente, colocar o campo fenestrado;
Pegar a sonda, e com a gaze já depositada a
lidocaína passar na ponta da sonda e com uma
mão introduzir a sonda;
6. Com a sonda introduzida: Conectar a seringa,
e inserir os 10 ml da água destilada presente
na seringa; Tracionar a sonda até sentir
resistência e fixa-la na parte interna da coxa
com um esparadrapo, passando a bolsa
90

coletora por baixo da perna para posiciona-la


na maca.

Observação: Manter a bolsa coletora abaixo do


nível da bexiga sem encostá-la no chão. Além de
clampear a extensão do sistema de drenagem,
quando for necessário elevar a bolsa acima do nível
da bexiga

Retirada da sonda:

→ Neste momento é importante fazer a


reeducação do músculo detrusor. Pinça-se a
sonda de 2h em 2h por 24h antes de retirar a
sonda.
→ Técnica: para a retirada pode-se usar luvas de
procedimento, clampear a extensão do
sistema de drenagem, esvaziar os 10 ml com
a seringa e por fim, retirar a sonda, deixando-
a dentro da luva para não contaminar o
ambiente.

Exame de CCO

Material utilizado:

➔ Espéculo
➔ Lâmina com uma extremidade fosca
➔ Espátula de Ayre
➔ Escova endocervical
➔ Par de luvas para procedimento
➔ Formulário de requisição do exame
➔ Lápis n°2 (para identificação da lâmina)
➔ Máscara cirúrgica
➔ Fixador citológico
91

➔ Recipiente para acondicionamento das


lâminas
➔ Lençol para cobrir a paciente
➔ Avental

Etapas:

➔ Identificação da lâmina: na parte fosca. Deve-


se colocar as iniciais da unidade, iniciais da
paciente, RG/CPF/N° prontuário e a data da
coleta.
➔ Ectocérvice: Utilize a espátula de madeira tipo
Ayre, do lado que apresenta reentrância, se
necessário, remova o excesso de secreção para
obter uma amostra mais adequada; Encaixe a
ponta mais longa da espátula no orifício
externo do colo, apoiando-a firmemente. Faça
uma raspagem na mucosa ectocervical em
movimento rotativo de 360°, em torno de todo
o orifício, procurando exercer uma pressão
firme, mas delicada, sem agredir o colo, para
não prejudicar a qualidade de amostra.
Estenda o material ectocervical na lâmina
dispondo-o no sentido vertical, ocupando 2/3
da parte transparente da lâmina, esfregando a
espátula com suave pressão, garantindo uma
amostra uniforme.
➔ Coleta de fundo de saco: Utilize a espátula de
madeira tipo Ayre, agora com a extremidade
oposta. Recolha o material, raspando
suavemente. Estenda o material na lâmina
paralelamente ao 1° esfregaço. Essa coleta é
feita em casos de histerectomia total,
dificuldade de visualização do colo, indicação
médica)
➔ Endocérvice: Utilize a escova de coleta
endocervical. Recolha a amostra introduzindo
92

a escova delicadamente no canal cervical e gire


360°. Ocupando 1/3 do restante da lâmina,
estenda o material rolando a escova de cima
para baixo. Retire o espéculo, tracione para
que o colo saia de dentro do espéculo, feche o
mesmo delicadamente e não totalmente e
então retire da vagina.
➔ Fixação da amostra: Spray citológico; Este
método é mais eficaz que o álcool 70° com
relação insatisfatoriedade por dessecamento;
O orifício de saída do fixador deve estar a
10cm da lâmina; Se aplicado muito próximo
da lâmina, o jato pode deslocar e danificar as
células criando artefatos que dificultam a
análise do esfregaço; Acondicione a lâmina em
tubo plástico (porta-lâminas). Se utilizar
porta-lâminas de papelão, espere o material
secar completamente para não grudar na
parede.
➔ Citologia em meio líquido: É um método de
preparação de amostras para exame em
Citopatologia cujo objetivo é aumentar a
sensibilidade e especificidade do exame
Papanicolau. Após a coleta da secreção a
escova ou espátula ou ambas são
condicionadas em um meio de transporte
líquido, onde no laboratório será tratada para
remover muco e hemácias, antes de serem
depositadas na lâmina. É uma tecnologia mais
precisa.
➔ Coleta em gestantes: A realização exclusiva
da coleta ectocervical é a mais indicada em
gestantes, pois garante um esfregaço
satisfatório para análise laboratorial. A coleta
endocervical não é contraindicada, porém
deve ser realizada de maneira cuidadosa e
com uma correta explicação do procedimento
93

e do pequeno sangramento que pode ocorrer


após o mesmo.

Descrição dos colos:

Colo normal com orifício Colo com orifício em fenda,


puntiforme e sem onde contém presença de
presença de lesões, sangramento. Ausência de
sangramentos e secreções lesões, hiperemia e
secreções

Colo com presença de Colo com presença de


secreção esbranquiçada secreção esbranquiçada
através do orifício externo através do orífico e ectopia
do colo

Colo com presença de Colo com presença de lesão


pólipo de 1 cm às 5h esbranquiçada sangrante
proeminente de 1,5cm,
aparentemente vegetante às
5h
94

Colo com presença de


lesão esbranquiçada
exofítica de 1,5cm às 11h
e 2cm às 5h ulcerada com
sangramento e colo
hiperemiado

5.0 PEDIATRIA

Pressão arterial

Como aferir corretamente:

→ Ponto médio entre acrômio e olecrano;


→ A largura do manguito deve ser 40% a 50% da
circunferência do braço (ou perna) com o
manguito suficientemente longo para
circundar completamente ou quase
completamente a extremidade

As seguintes técnicas de aferição da PA são


atualmente recomendadas:

→ O NHBPEP recomenda a fase 5 de Korotkoff


(K5) como a pressão diastólica, mas isso está
sujeito a debate. Estudos mais antigos
indicam que K4 corresponde melhor com a
pressão diastólica verdadeira em crianças ≤ 12
anos.
→ Deve ser coletada a média de duas ou mais
leituras.
95

→ A criança deve estar em posição sentada com


o braço no nível do coração.

Comparação de valores de PA no braço e na perna:

→ PAS na coxa ou panturrilha é em torno de 5 a


10 mmHg mais alta que aquela no braço
→ No RN, as PAS no braço e na panturrilha são
as mesmas
→ Se PAS for mais baixa na perna pensar em
CoAo (coarquitação de aorta - coração normal,
mas aorta depois da curva (arco aórtico) ela se
estreita e limita (aorta descendente) o fluxo de
sangue para o resto do organismo

Definição HAS National High Blood Pressure


Education Program Working Group on High Blood
Pressure in Children and Adolescent em 2004:

→ Valor normal de PA na criança e no


adolescente com base em percentis
relacionados à idade cronológica, ao sexo e à
altura.
→ Valores normais de PA sistólica e diastólica
quando < p90 para idade, sexo e percentil de
estatura

Pré-hipertensão:

→ PA ≥ ao p90 e < p95 para idade, sexo e


percentil de estatura.
→ Adolescente com PA ≥ 120/80 mmHg devem
ser considerados pré-hipertensos.

HAS pediátrica:
96

→ PA ≥ p95 para idade, sexo e percentil de


estatura, confirmados em 3 ocasiões
subsequentes em diferentes datas.

Classificação:

→ Estágio 1 com valores contidos no intervalo


entre o p95 e + 5 mmHg acima do percentil 99.
→ Estágio 2 para valores de medida acima do
limite superior do “estágio 1”.

Cabeça e pescoço

Examinar o crânio: Suturas e Fontanelas

Suturas tem função do crescimento cerebral,


avaliar:

• Criança sentada
• Medir a largura
• Forma
Justaposta
Em diastase (aberta)
Cavalgada
97

Soldada (fechada)

Para palpar fontanelas, o bebê tem que estar


sentado. Fontanelas deprimidas podem indicar um
certo grau de desidratação.

• Tamanho
Normal (2 a 3cm)
Muito ampla
Muito pequena
• Tensão
Normotensa
Hipertensa
Se há ou não abaulamento
• Forma
Plana
Abaulada
Deprimida
• Fontanela anterior: 2-5 cm (18-24m)
• Fontanela posterior: 0,5-1 cm (1-4m)

Crânio: Tamanho

Medida do perimetro cefálico (PC)

• Fita métrica inextensível (de metal)


• Medir 3x e selecionar a maior medida com
precisão de até 0,1 cm
• Entre 24-36h após o nascimento

Crescimento do perímetro cefálico:

▪ Ao nascimento: 35 ± 2 cm
▪ 1º trimestre: 1,5 a 2 cm/mês
▪ 2º trimestre: 1 cm/mês
▪ 2º semestre: 0,5 cm/mês
▪ 1 ano: 10-12 cm – 2/3 do adulto
▪ 2 anos: 4/5 do adulto
98

▪ Em 20 anos: + 10 cm

Crânio: Amoldamento

Bossa serossanguinolenta: o liquido tende a se


aculumar no lado que o bebê esta deitado, ela se
move. Se resolve rápido.

Cefalohematoma: sangramento que ocorre por


ruptura muscular, está na região subperiostal.
Reabsorção demorada. Pode causar ictericia.

Crânio: Forma

▪ Medidas da largura e comprimento: distância


biauricular (da inserção superior de uma
orelha à outra passando pela sutura coronal)
e distância anteroposterior (da glabela à
protuberância occipital passando pela sutura
sagital
▪ Escafocefalia: sutura sagital soldada, não
permitindo o crescimento latero-lateral.
Crânio comprido.
99

▪ Plagiocefalia anterior: 1 lado da sutura


coronal está soldada
▪ Plagiocefalia posterior: 1 lado da sutura
lambdoidea está soldada
▪ Braquicefalia: sutura coronal soldada
▪ Trigonocefalia: sutura frontal soldada, faz
um triângulo na fronte
▪ Oxicefalia (turricefalia): fechamento
prematuro da sutura coronal mais que de
qualquer outra sutura ou fusão prematura de
todas as suturas

Consistência:

▪ Craniotabes: (amolecimento do crânio):


Deficiência de vit D; Osteogênese imperfeita;
Síndrome de Down; Sífilis
▪ Sinal de pote rachado ou de macewen –
“OCO”: Hidrocefalias; Fraturas

Face:

• Atipias:
Pregas epicânticas
Hiper ou hipotelorismo
Microftalmia
Implantação baixa de orelhas
Fronte olímpica
Nariz em sela
• Assimetrias
• Paralisia facial simétrica – Sindrome de
Moebiues (não muda a expressão facial, ao
chorar, rir)
• Lesões

Fácies típicas:

▪ Sd. De Down: Hipoplasia malar


100

▪ Sd. Pierre Robin: Micrognatismo


▪ Sd. Do X Frágil: Prognatismo
▪ Sd. De Turnner: Pescoço alado
▪ Adenoidiana: Respiração oral
▪ Renal: Palidez e edema
▪ Cushingóide: Face de lua cheia
▪ Hipotireoidea: Macroglossia

Lesões de Pele

• Eritema tóxico (lesão se assemelha a uma


picada de inseto, tem uma micropapula
esbranquiçada)
• Impetigo bolhoso/pustular: S. aureus e
Strepcocos que causam
• Melanose pustulosa (descrição: micropapula
esbranquiçada)
• Milium sebaceum (cistos de inclusão
contendo queratina)
• Miliária rubra (microvesiculas de conteudo
claro, associado a sudorese excessiva, mais
proxima dos vasos sanguineos) ou cristalina
(lesão mais proxima da epiderme, consistencia
mais cistica)
• Petequias e equimoses
• Nevus (é uma tumoração de melanocito, em
sua maioria são lesões benignas, a mais
comum é uma pinta)
• Hemangiomas (não estão presentes ao
nascimento, a sua maioria se resolvem
espontaneamente, são lesões isoladas mais
frequentemente no couro cabeludo) –
resolução com betabloqueador propanolol na
fase de proliferação
• Lesões traumaticas
• Nódulos exofíticos do couro cabeludo
101

• Mancha salmão (lesão que aparece na linha


mediana da cabeça, são benignas e desaparece
com o tempo, a da nuca geralmente persistem

Olhos:

▪ Inspeção;
▪ Globo ocular e anexos;
▪ Acuidade visual;
▪ Motilidade ocular;
▪ Reflexo vermelho;

Aparelhos para realização do exame:

▪ Lanterna;
▪ Oftalmoscópio;
▪ Tabelas de acuidade visual.

Exame deve ser realizado aos 2 a 4 anos e aos 8 a


10 anos.

Tamanho e implantação dos olhos:

▪  DII e DIE = hipertelorismo


▪  DII = telecanto
▪  DII e DIE = normal hipotelorismo
▪ Anoftalmia
▪ Microftalmia
▪ Buftalmia
▪ Exoftalmia
▪ Enoftalmia

Pálpebras:

▪ Ptose: um lado é normal e do outro lado


possui a altura palpebral menor;
▪ Oblíqua: está relacionado com doenças
genéticas;
102

▪ Epicanto: prega no canto do olho, em pessoas


de origem asiática é normal, e é comum
também na Sd. de Down;
▪ Blefarofimose: abertura pequena;
▪ Coloboma: fenda palpebral

Lesões palpebrais:

• Entrópio: pálpebras são para dentro;


• Ectrópio: exposição da conjuntiva;
• Hordéolo: tumofaração inflamatória
infecciosa das glândulas sebáceas (obstrução
e infecção), popularmente conhecida como
terçol;
• Calázio: tumoração cística, obstrução da
glândula sebácea, asséptica;
• Blefarite: inflamação (aguda ou crônica),
asséptica;
• Celulite periorbitária: infecção dos tecidos da
pele.

Íris: Forma, simetria e coloração

• Quantidade de cor definida pela melanina;


• Aniridia: não possui a íris;
• Coloboma: ausência da parte da íris;
• Albinismo: sem coloração devido à falta de
melanina.

Pupila: Forma, tamanho e simetria

• Cor: incolor;
• Forma: redonda;
• Simetria:
→ Isocóricas (normal);
103

→ Anisocóricas: Lesão simpática – Sd. de


Horner; Lesão parassimpática – paralisia
do 3º par; Trauma craniano.
• Resposta à luz (reflexo pupilar ou
fotomotor):
→ Reativas – contração consensual (miose);
→ Arreativas – midríase fixa;
→ Resposta lenta – lesão do nervo óptico
ou da retina
• Acoria: congênito ou traumático, ausência da
pupila;
• Policoria: duas pupilas;
• Anisocoria: uma pupila midríase e a outra
normal;
• Midríase: pupila dilatada;
• Miose: pupila contraída;
• Hifema: hemorragia na câmara inferior do
olho, entre a córnea e a pupila.

Leucocoria

As principais causas são:

• Retinoblastoma –80% 3-4 anos;


• Catarata congênita;
• Hamartoma astrocítico;
• Toxocaríase – 6-10 anos;
• Doença de Coats – 6-8 anos;
• Hemorragias vítreas;
• Descolamento da retina;
• Persistência hiperplásica do vítreo primitivo –
RN
• Retinopatia da prematuridade – RNPT;

Deve ser realizado o teste de reflexo vermelho.


104

Córnea: Transparência, tamanho, forma

• Membrana transparente que recobre a pupila;


• Tamanho:
→ RN = 9,5 x 10,5 mm
→ 2 anos = tamanho definitivo 10,75 x 11,75
mm
• Megalocórnea:
→ Até 1 ano: Diâmetro horizontal > 12 mm
→ Após 1 ano: > 13mm
• Microcórnea:
→ Até 1 ano: Diâmetro horizontal < 9 mm
→ Após 1 ano: < 10 mm
• Opacificação: caso sério, pois é a perda da
passagem dos raios luminosos, causada
principalmente pelo glaucoma.

Anéis de Kayser – Fleischer

• Relacionado com a absorção de cobre no


corpo

Conjuntiva e esclera: coloração e aspecto

• Hiperemia conjuntival: trauma de parto;


• Esclera azul: está relacionado à osteogênese
imperfeita
• Hemorragia conjuntival
• Esclera amarelada
• Conjuntivite
• Telangectasia

Aparelho lacrimal

Obstrução do conduto nasolacrimal:

• Epífora: lacrimejamento constante;


105

• Dacriocistite: infecção de secreção purulenta


(diagnóstico com palpação).

Acuidade visual

• Padronização da distância de exame (3 ou 6


m);
• Quantidade adequada de luz ambiente;
• Tabelas próprias adquiridas no comércio;
• Avaliar ambos os olhos separadamente;
• Respeitar a fase de desenvolvimento
neurológico e ocular.

Características

• Nascimento = fixação esporádica do ponto


luminoso, vultos em tons de cinza,
movimentação horizontal;
• 3m = fixa bem e acompanha, 30% de visão do
adulto, percepção de cores;
• 4m = movimentos oculares em todas as
direções, coordenação olho-mão;
• 9-12m = 95% de tamanho e 50% da visão do
adulto, inicia visão de profundidade;
• 2a = 100% mielinização do nervo óptico
• 3a = 100% da visão tridimensional
• 6a = 100% da visão do adulto (20/20)
• 10a = adulto (tamanho e função)

Crianças Optotipos de As menores


alfabetizadas Snellen com letras/desenhos
letras identificadas
Crianças não Optotipos de pela criança a
alfabetizadas desenho ou letra partir de uma
com E em diferentes distância
comunicação posições estabelecida
verbal ou
gestual
106

Crianças sem Testes Reflexo pupilar,


comunicação comportamentais Fixação central e
verbal ou (brinquedo capacidade de
gestual colorido) acompanhar
objetos

Movimentos oculares

• Teste de mobilidade: seguir objetos


• Teste de cobertura: Na suspeita de
heterotropia (estrabismo) de um olho, deve-se
ocluir o olho oposto e observar se há desvio. 
• Teste de Hirschberg: Reflexo de luz na córnea
distância de 30cm – alinhamento ocular
• Teste de Brückne: Reflexo vermelho bilateral
simultâneo. Movimento e transparência das
estruturas do globo ocular, também
conhecido como teste do olhinho.

Orelhas

• Implantação: Normal, baixa ou inclinada


• Forma e tamanho: Depende das partes
cartilaginosa e cutânea.
→ RNPT extremo – não muito desenvolvido.
Parte cartilaginosa não desenvolvida.
→ RNPT mod – com voltinhas bonitinhas já.
→ Orelha grande
→ Orelha pequena

Lesões e malformações:

• Anotia: ausência da orelha;


• Apêndices pré – auriculares: relacionado com
o déficit auditivo;
• Sulco no lóbulo
• Lobo aderido
107

• Apêndices
• Fosseta
• Orelha de abano

Técnica da otoscopia

• Otoscópio com lente de aumento e boa


luminosidade
• Espéculo de maior diâmetro possível
• Retificar o conduto auditivo
• RN e lactentes = tração inferior
• Crianças maiores = tração póstero-superior

Lesões do ouvido externo e médio

• Otite externa: pus no conduto auditivo;


• OMA: otite média aguda;
• Miringite: membrana timpânica cheia de
bolha, reação a múltiplas infecções;
• Tubo de ventilação: cria um canal entre a
orelha externa e média para ajudar nas
infecções;
• Colesteatoma: tumor
• Mastoidite: Risco de evoluir para meningite.
108

Nariz

Inspeção:

• Nariz em sela: correlacionado com sífilis


congênita;
• Arrinia: sem nariz;
• Encefalocele: má formação neurológica;
• Nariz de palhaço: tumoração de vasos
sanguíneos;
• Desvio de septo: observado o septo, se está
integro ou desviado. Epistaxe: comum nas
crianças, devido à vasoconstrição e
vasodilatação na região, principalmente
afetado pela mudança de temperatura;
• Atresia de coanas: faz examinação na hora do
parto, precisa de cirurgia se estiver todas
fechadas;
• BAN: batimento da asa nasal.

Fácies alérgica – Rinite alérgica

• Espirros;
• Prurido nasal;
• Prega nasal transversa (sinal clínico da rinite);
• Palidez de mucosa nasal;
• Linhas de Dennie – Morgan;
• Olheiras;

Palpação de seios da face

• Sinal de Grunwald: digito pressão na saída do


N. suprorbitário
• Sinal de Ewing: digito pressão no ângulo
interno da órbita
109

Boca

Aparelho usado para auxiliar na inspeção: Lanterna


e abaixador de língua.

Lábios: forma e tamanho

• Normal, macrostomia, microstomia, desvio de


rima, fenda labial unilateral e fenda labial
bilateral

Lábios – cor e edema

• Lábio hiperemiado: relacionado à doença de


Kawasaki ou escarlatina;
• Lábio cianótico: relacionado com desconforto
respiratório;
• Lábio descorado: relacionado à anemia; Lábio
Azulado: relacionado metahemoglobinemia;
• Angioedema: lábio edemaciado.

Mucosa oral e gengival: cor e lesões

• Nódulos de bohn: cisto de queratina na região


gengival;
• Pérolas de Epstein: cisto de queratina na rafe
mediana do palato;
110

• Gengivoestomatite: aftas;
• Candidíase: “sapinho”;
• Manchas de Koplik: diagnostico de sarampo.

Língua: aspecto e lesões

• Macroglossia: língua grande;


• Língua geográfica: manchas avermelhadas e
esbranquiçadas, indolor, que se assemelha a
um mapa;
• Língua em framboesa: relacionado com
doenças exantemáticas;
• Rânula/mucocele: obstrução de glândula
salivar.

Dentes: aspecto e lesões


111

• Dentes extranumerários: dentes neonatal ou


natais, avaliação para possível extração pois
os mesmos nascem logo após o nascimento do
RN;
• Dentes supranumerários: necessita extração;
• Cárie de mamadeira: comum na infância,
devido a livre demanda de mamadeira, sem
escovação necessária;
• Cisto de erupção: avaliar possível necessidade
de intervenção cirúrgica;
• Má - oclusão: avaliar casos com ortodontista

Palato e garganta: aspecto e lesões

Pescoço

Descrição normal: “Cilíndrico, contorno regular,


sem abaulamentos ou depressões.”

Comprimento (Idade X Composição física)

• RN não apresenta um pescoço visível ao


nascer;
112

• Se o pescoço for logo, o risco é grande, devido


a sua instabilidade e a sua sustentação ser
inadequada para a cabeça, podendo gerar uma
hérnia.

Volume (tumorações)

• Adenopatia cervical: apresenta glânglios


aumentados;
• Higroma cístico: tumoração de vasos
linfáticos;
• Cistos branquiais: restos dos arcos
branquiais;
• Teratoma: tumores contendo pele, cabelo,
osso, restos epiteliais;
• Lipomas: protuberância de tecido adiposo;
• Hemangiomas: acúmulo anormal dos vasos
sanguíneos;

Largura (tumorações)
113

• Cisto tireoglosso: cisto na região da linha


média;
• Linfomas: tumor do sistema linfático;
• Ectasia da VJE: aumento da veia jugular
externa;
• Caxumba: Infecção viral que afeta as
glândulas salivares;
• Cisto hioide: cisto localizada perto do osso
hioide.

Tireoide

Deve ser: lisa, elástica, móvel, indolor, sem


frêmitos e sem calor

Passos do exame:

1. Inspeção estática
• Posição neutra
• Extensão
• Flexão
• Rotação D e E

2. Circunferência cervical

3. Palpação superficial
114

• Dor
• Calor
• Frêmitos

4. Ausculta (sopros)

5. Palpação profunda

Linfonodos da cabeça e pescoço:

Avaliar:

• Tamanho: 0,5cm – 1cm;


• Consistência: fibroeslástico;
• Motilidade: móvel;
• Sinais flogísticos: ausente.

Motilidade e inclinação:

• Mobilidade ativa (quando a criança é


colaborativa) e passiva (quando o examinador
realiza os movimentos);
• Lesões do esternocleidomastoideo:
→ Torcicolo congênito (tumoração
fusiforme) – intrauterino;
→ Adquirido: Trauma; Inflamação; ARJ –
artrite reumatoide juvenil; Subluxação
atlanto-axial; Adenite cervical; Mal de
Pott
• Diagnóstico: por inspeção, ocorre à inclinação
para o lado da lesão e rotação para o lado
oposto.
• Palpação: consistência aumentada na região
lesionada
• Estrabismo: ocorre a lateralidade,
acomodação visual da criança, ou seja, o tônus
do esterno está normal
115

• Síndrome de Sandifer (RGE): provoca o


refluxo gastroesofágico durante a mamada,
onde a criança, larga o peito e se joga
estendendo o pescoço. (pescoço fica
hiperestendido)

Pulsações arteriais e venosas:

• Pulso Carotídeo
• Pulsações Venosas: paciente deitado, 45º com
cabeça elevada;
• Deve ser observado estase jugular (criança
demora a ser identificado);
• VISUALIZAR, PALPAR e AUSCULTAR!

Aparelho respiratório

Síndromes brônquicas:

Obstrução

• Inspeção: Tiragem inspiratória


• Palpação: FTV (frêmito toracovocal) normal
• Percussão: Hipersonoridade
• Ausculta: MV (Murmúrio vesicular) ↓ com
experiação prolongada; Sibilos
• Principais causas: Asma brônquica

Infecção

• Inspeção: Expansibilidade normal ou ↓


• Palpação: FTV normal ou ↓
• Percussão: Normal ou diminuído
116

• Ausculta: Sibilos, roncos, estertores grossos


disseminados
• Principais causas: Bronquite aguda e crônica

Dilatação

• Inspeção: Expansibilidade normal ou ↓


• Palpação: FTV normal ou ↑
• Percussão: Submacicez ou normal
• Ausculta: Estertores grossos bem localizados;
Sibilos
• Principais causas: Bronquiectasias

Síndromes pulmonares:

Consolidação

• Inspeção: Expansibilidade ↓
• Palpação: FTV (frêmito toracovocal) ↑
• Percussão: Macicez ou submacicez
• Ausculta: Respiração brônquica ou
broncovesicular; estertores finos;
broncofonia; pectoriloquia
• Principais causas: Pneumonia, infarto,
tuberculose

Atelectasia

• Inspeção: Taqueia pode desviar para o lado da


lesão; retração dos espaços intercostais (sinal
de Lemos Torres); presença de tiragens
• Palpação: Expansibilidade ↓; FTV (frêmito
toracovocal) ausente
• Percussão: Macicez ou submacicez
• Ausculta: MV (Murmúrio vesicular) ausente
117

• Principais causas: Neoplasias brônquica,


corpo estranho intra-brônquico

Enfisema pulmonar

• Inspeção: Tórax em tonel, taquidispneia, TE ↑,


dedos baqueta de tambor
• Palpação: Expansibilidade ↓; FTV (frêmito
toracovocal) ↓
• Percussão: Normal no início; Hipersonoridade
• Ausculta: MV (Murmúrio vesicular) ↓; TE ↑;
Ressonancia vocal ↓; Roncos, sibilos;
Estertores
• Principais causas: Hiperaeração

Congestão passiva dos pulmões

• Inspeção: Expansibilidade normal ou


diminuída
• Palpação: Expansibilidade diminuída; FTV
(frêmito toracovocal) ↓
• Percussão: Sonoridade normal ou submacicez
nas bases
• Ausculta: Estertores finos nas bases
pulmonares
• Principais causas: Insuficiência ventricular
esquerda

Condensação

• Inspeção: Sem alterações


• Palpação: Expansibilidade normal; FTV
(frêmito toracovocal) ↑
• Percussão: Macicez
• Ausculta: Estertores; Broncofonia, egofonia
118

Síndromes pleurais:

Derrame pleural

• Inspeção: Taqueia desviada para o lado


oposto nos grandes derrames, expansibilidade

• Palpação: Expansibilidade ↓; FTV (frêmito
toracovocal) ↓ ou ausente
• Percussão: Submacicez ou macicez
• Ausculta: MV (Murmúrio vesicular) ↓ ou
ausente; atrito pleural; egofonia
• Principais causas: Presença de líquido no
espaço pleural

Pneumotórax

• Inspeção: Normal ou com abaulamento dos


espaços intercostais; Taqueia desviada para o
lado oposto da lesão; dispneia, cianose e TIC
(tiragem intercostal)
• Palpação: Expansibilidade ↓; FTV (frêmito
toracovocal) ↓ ou ausente
• Percussão: Timpanismo; Hiperresonância
• Ausculta: MV (Murmúrio vesicular) ↓ ou
ausente; Ausência ou ↓ da voz sussurrada;
Ressonância vocal ↓
• Principais causas: Presença de ar no espaço
pleural.
• Outros Sintomas: dor torácica, taquipneia,
respiração superficial, ansiedade
119

Outras síndromes:

Asma Brônquica

• Inspeção: Taquipneia, TE ↑, TIC


• Palpação: Expansibilidade ↓; FTV (frêmito
toracovocal) ↓
• Percussão: Hiperresonância ocasional
• Ausculta: MV (Murmúrio vesicular) ↓; TE ↑;
Roncos, sibilos

Edema agudo

• Inspeção: Dispneia; TIC e TSC (tiragem


subcostal); Expectoração rósea
• Palpação: Normal
• Percussão: Som claro pulmonar
• Ausculta: Estertores crepitantes no final da
inspiração (som semelhante a um atrito de
mechas de cabelo)

Laringite

• Obstrução da via área superior


• Esforço inspiratório aumentado
• Rouquidão ou tosse de “cachorro”
• Estridor (geralmente inspiratório, mas podem
ser bifásicos), roncos e gargarejos
• Elevação inadequada do tórax
• Entrada insuficiente de ar à ausculta

Som respiratório Local de


comprometimento
Estridor e roncos Obstrução de via área
superior
Grunhindo (gemido Doença do tecido
expiratório) pulmonar
120

Gargarejo Obstrução de via área


superior por secreções
Sibilos Obstrução de via aérea
inferior (intratorácica)
Estertores (crepitações) Doença do tecido
pulmonar

Aparelho cardiovascular

SOPROS INOCENTES
▪ Sem alteração hemodinâmica (IC, cianose ou má
perfusão)
▪ Dificilmente são diastólicos (Zumbido venoso)
▪ São suaves (1+ à 3+) e sem irradiação
▪ Baixa frequência
▪ Não estão associados a frêmitos
▪ Melhor audíveis na posição supina (FP/BEEM)
▪ Podem ser audíveis em condições de alto DC
▪ Formato em diamante
SOPROS PATOLÓGICOS
▪ Estão associados a frêmitos e alterações das bulhas
(clicks, desdobramentos, hipo ou hiperfonese)
▪ Sopros holossistólitos ou diastólicos
▪ São rudes e irradiam
▪ Intensidade maior 3+/6+
▪ Aumentam de intensidade com mudança de posição
(manobras que reduzem o RV)
▪ Associados a cardiopatias especificas

Insuficiência cardíaca

Síndrome clínica que ocorre quando o coração se


torna incapaz de manter débito cardíaco suficiente
para manter uma perfusão adequada dos tecidos e
órgãos suprindo suas necessidades metabólicas,
coração doente, não bombeia sangue como deveria.
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Quando suspeitar:

• Aumento das frequências: FC e FR


• Visceromegalias: Hepato e Cardiomegalia
• Lactentes: cansaço e respiração rápida;
coração disparado; dificuldade e pausas às
mamadas
• Criança maior: intolerância aos esforços;
palidez; vômitos; dor abdominal + taquicardia
ou hepatomegalia (inespecíficos)

Observação: quanto mais grave o defeito cardíaco,


mais precoces são os sintomas.

Causas:

• Comunicação interventricular: abertura ou


orifício na parede (septo) que divide os
ventrículos direito e esquerdo, permitindo a
passagem do sangue de uma câmara a outra,
quando este fluxo não deveria existir.
• Comunicação interatrial: comunicação entre
os 2 átrios, dessa forma, o lado direito do
coração recebe sangue oxigenado, ocorrendo
uma mistura. Tem-se desdobramento fixo
• Persistência do Canal Arterial: acarreta
alterações hemodinâmicas na circulação
sistêmica e pulmonar desde os primeiros dias
de vida. Quanto maior o diâmetro do canal,
menor o fluxo sistêmico e maior o pulmonar
• Transposição de grandes artérias: é uma
inversão das ligações normais da aorta e
da artéria pulmonar com o coração, fazendo
com que sangue pobre em oxigênio circule
para o corpo e sangue rico em oxigênio circule
entre os pulmões e o coração e não para o
corpo.

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