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Disfagia

Relevâncias

 Manifestação clínica de alguma


alteração na deglutição

 Prevalência acima dos 50 anos 16-


22%

 60% nas casas de repouso

 Pacientes neurológicos 20-40% Fisiologia da Deglutição

Fase Oral
Complicações
 Voluntária
 Desidratação
 Nervos trigêmeo (V), facial (VII) e
 Desnutrição glossofaríngeo (IX)

 Aspiração  Preparação: o alimento é triturado e


umidificado para formação do bolo
 Pneumonia aspirativa
(mastigação).

 Qualificação: o bolo é percebido em


Laringe seu volume, consistência, densidade,
grau de umidificação.
 Função esfinctérica!
 Organização: o bolo é posicionado,
 Adução das PPVV, adução das falsas
usualmente sobre o dorso da língua, e
pregas, adução das aritenoides,
as estruturas ósteo-músculo-
elevação e anteriorização da laringe,
articulares da boca se organizam
apnéia durante a deglutição.
para a ejeção.

 Ejeção oral: ocorre quando a língua,


Organograma ao projetar-se posteriormente,
gera a pressão propulsiva que conduz
o bolo e transfere pressão para a
faringe (Ação: estiloglosso). Nessa
fase as paredes bucais devem estar
ajustadas e o escape anterior
bloqueado.
Reflexo da Deglutição  Constrição das pregas vocais e
bandas ventriculares (falsas pregas)
 Receptores espalhados pelos pilares
amigdalianos, base da língua, epiglote  Fechamento da glote
e recessos piriformes.  Inibição da respiração
 Vias aferentes do NC V, IX e X o  Proteção da via aérea
estímulo chega aos centros da
deglutição do córtex e tronco  Pressão positiva na boca (ejeção)
cerebrais (núcleo solitário e  Pressão negativa na faringe
ambíguo) (anteriorização e elevação da
 Músculos da mastigação - M. laringe)
masséter, m. temporal, m.  Passagem do bolo para a faringe
pterigóideo lateral e medial
 Passagem do bolo pela faringe
 Inervados pelo terceiro ramo do N.
 Contração dos mm. constritores da
Trigêmio (ramo mandibular)
faringe e relaxamento do m.
 Elevação da língua em direção ao cricofaríngeo
palato duro (Digástrico, genioglosso,
 Passagem do bolo pelo m.
genio- hiodes e milohioideos.
cricofaringeo (EES/esfinctério
esofágico superior)
Fase Faríngea

 Involuntária Fase Esofágica

 Mais complexa  Involuntária


 Duração de cerca de 1 segundo  Nervo vago (X) e gânglios simpáticos
 Nervos glossofaríngeo (IX) e vago cervicais e torácicos
(X)  Inicia com a passagem do bolo pelo
 Hioide anterioriza (genio-hioideo) EES

 Hioide eleva (milo-hioideo, estilo-  Ondas peristálticas no esôfago


hioideo e digástricos)

Observar no histórico do paciente


Processo
 tempo de evolução
 Laringe sobe e anterioriza  tipo/consistência
 Base da língua projeta-se  uso de medicações (ex.: estatinas)
posteriormente
 Disfonia
 Epiglote é empurrada para trás,
sobre o ádito da laringe
 Dificuldade de manejar secreções, Causas Iatrogênicas:
elevação ausente ou anormal da
 Medicamentos - sedativos,
laringe
hipnoticos, anticonvulsivantes
 Globus faríngeo (depressores do SNC), supressão da
 Tosse, Engasgos, voz úmida e regulação central da deglutição
borbulhante inabilidade de iniciar a (BNZ), desordens do movimento
deglutição (neurolépticos e metoclopramida),
ação na fibra muscular (corticoides,
 Odinofagia- Causas Neoplásicas, amiodarona)
infecciosas ou inflamatórias
 Pós-cirúrgicos, radioterapia,
corrosivo (intencional)
Exames Físico  Nas crianças Lembrar de

 estado geral (hidratação, malformações do sistema


estomatognático!
FR/FC, peso)

 exame ORL

• oroscopia

• otoscopia

• rinoscopia

• mímica facial

• pescoço

Exame Oral 

– Oroscopia

• dentes Causas Miopaticas:

• língua  Doenças do tecido conectivo

• palato duro/palato  Dermatomiosite


mole
 Miastenia gravis
• musculatura
 Distrofia Miotônica
mastigatória (observar
se há assimetrias)  Poliomiosite

 Sarcoidose

 Síndromes paraneoplásicas
Neurológicas Presbifagia

 Tumores de sistema nervoso central  Mais de 20% dos idosos apresentam


queixa de disfagia.
 TCE
 Modificações na função da
 AVC
deglutição durante o
 Paralisia cerebral envelhecimento mais propensos a

 Síndrome de Guillan-Barré disfagia

 Doença de Huntchington  Alterações musculares, diminuição da


quantidade de saliva, redução das
 Esclerose múltipla sensibilidades orofaciais, perda dos
 Poliomielite dentes

 Discinesia tardia  Redução do reflexo de proteção das


vias aéreas, maior tempo da fase oral
 Encefalopatias metabólicas

 Esclerose lateral amiotrófica


AVC
 Doença de Parkinson
 Disfunção motora da faringe e
 Demência
atraso na iniciação da deglutição.
Alterações no mecanismo de
fechamento laríngeo são encontradas
Estruturais
principalmente em AVE de tronco
 Diverticulo de Zencker encefálico.

 Membranas cervicais  50% dos pacientes pós AVC


apresentam disfagia, em média de
 Tumores de orofaringe
duas semanas Mesmo que
 Osteofitos temporárias podem levar a
 Congênitas (fendas palatinas) desidratação, deficiências
nutricionais e complicações
pulmonares.
Avaliação da Deglutição que necessita de reavaliações
com frequência.
 Avaliação global e multidisciplinar
2. Depende de marcação conjunta
 Avaliação Clínica, ênfase para os
de mais de um profissional para
órgãos fonoarticulatórios, pares
sua realização.
cranianos
3. Não é passível de utilização em
 Caracterização dos sintomas e sinais
pacientes em centros de
 Pesquisa de doenças sistêmicas terapia intensiva.

 Exclusão de causas anatômicas 4. Avaliação anatômica baseada


obstrutivas (etiologia estrutural) em sombras por vezes culmina
em avaliação imprecisa da
 Avaliação da nutrição e hidratação
mesma.
 Risco de Pneumonia Aspirativa
5. Avaliação neurológica e de
 VIDEOFLUOROSCOPIA sensibilidade inexistente
VIDEOENDOSCOPIA DA
DEGLUTIÇÃO são os principais e
se somam para um melhor Videoendoscopia da Deglutição
diagnóstico!
 Nasofaringolaringoscópio

 Atenção a estase salivar


Videofluoroscopia- “Padrão-ouro”
 Testar a sensibilidade da região
 Vantagens: (reflexo da tosse)

1. Técnica consagrado e  Acrescido corante inorgânico de


difundida. anilina de cor azul

2. Teste compreensivo e com  Pedido que o paciente o retenha na


visão fisiológica de todas as boca (estudando a contenção oral,
fases da deglutição. perda prematura para a faringe)

3. Estudo dinâmico da anatomia.  Pede-se para deglutir o contraste


(observando regurgitação nasal,
4. Permite avaliação de manobras
acúmulo de contraste nas valéculas,
de posição da cabeça e de
nos seios piriformes e aspiração para
alteração da consistência do
a laringe e traquéias.
alimento na execução da
deglutição.  Vantagens:

 Desvantagens: 1. O equipamento é simples e


disponível, já fazendo parte da
1. Necessita de raios-x,
rotina da maioria dos
complicando sua utilização
otorrinolaringologistas.
naquele subgrupo de pacientes
2. O equipamento é portátil e  ASPIRAÇÃO LARINGOTRAQUEAL:
pode ser transportado para Queda do alimento que ultrapassa o
uma variedade de locais, nível das pregas vocais. 3 Estágios:
incluindo centros de terapia
 Antes- escape precoce
intensiva.
 Durante- alterações nos mecanismos
3. Não necessita de raios x.
de proteção
4. Melhor método para avaliação
 Após- Acúmulo de resíduos,
da anatomia e aspectos
comprometimento do EES
neurológicos como a
sensibilidade faringo-laríngea.

 Desvantagens: Manometria

1. A fase faríngea da deglutição  Vantagens:


não é bem visualizada, nem
1. É o teste atualmente disponível
temos uma avaliação direta das
para avaliação pressórica das
demais fases da deglutição.
ondas peristáticas faringo-
2. O esfíncter esofagiano esofágicas.
superior e o esôfago não são
 Desvantagens:
estudados.
1. Não visualiza lesões

2. Dificuldade na validação dos


Pontos a serem observados na avaliação
resultados.
 Resíduos: Redução da mobilidade da
base da língua, da elevação laríngea
Tratamento
ou da contração faríngea,
comprometimento da transição  Baseia-se em intervir na causa.
faringoesofágica e/ou do EES
 A abordagem específica da disfagia
aumento do risco de aspiração
tem o objetivo primordial de evitar a
 Penetração laríngea: Na face aspiração pulmonar (exercícios,
laríngea da epiglote pode estar alimentação não oral ou cirurgias
relacionada ao comprometimento dos específicas)
supra-hioideos, a elevação da laringe,
a mobilidade da língua ou a
horizontalização protetora. Quando
ocorre penetração no nível dos
ligamentos ariepiglóticos-
comprometimento dos constritores
da faringe.
Abordagem do Disfagico Fonoterapia

 Diagnóstico  Terapia Indireta: estimulação


sensorial Tátil, térmica e
 Prevenção (fonoterapia)
gustativa, exercícios miofuncionais e
 Modificações dietéticas de resistência, exercícios vocais,
estimulação elétrica funcional.
 Manobras/ ajustes posturais

 Terapias facilitadoras Favorecer o disparo da deglutição


otimizando a sensibilidade intraoral-
 Higiene oral temperatura fria, sabor azedo
 Vias alternativas de alimentação  Terapia Direta – com oferta de
 Parenteral/ SNE alimentos.

 Gastrostomia/ Jejunostomia Tem início quando o paciente é capaz


de deglutir a própria saliva com
 Condutas clinicas e cirúrgicas
segurança e corresponde ao treino
 “Estadiamento” do distúrbio de de deglutição com alimentos com
deglutição auxílio de estratégias
compensatórias.
 Anamnese/ exame físico/
propedêutica armada (FEES/ VDG) /
estado nutricional, estado cognitivo. Orientações
 Pneumonias de repetição
 Estado de alerta: acordados
 Vontade dos familiares e dos
 Posicionamento: Sentados ou em
pacientes
decúbito elevado (> 60 graus)

 Velocidade da oferta
Nutrição Enteral
 Volume da oferta a depender da
 Sondagem nasogástrica para necessidade e habilidade individual
pacientes com pouca aceitação
 Consistências alimentares
alimentar
 Espessantes se necessário
 Pacientes com distúrbio de
deglutição, redução do nível de
consciência, anorexia

 As sondas naso e orogástricas são


recomendadas por curto período de
tempo, enquanto que as ostomias são
recomendadas quando a expectativa
de terapia nutricional enteral
exceder 6 a 8 semanas.
Salivação- Sialorréia Tratamento Cirúrgico

 Redução do volume salivar  Indicados em ressecções extensas


de cabeça e pescoço, quando a
 Medicações anti-colinérgicas
aspiração pós-operatória é um risco
 Taxa de resposta 70-90% potencial.

 Efeitos colaterais em 1/3-2/3 dos  Cirurgia das glândulas salivares


pacientes:
 Miotomia do cricofaríngeo
- Boca seca
 Medialização das cordas vocais
- Constipação, retenção urinária
 Traqueostomia
- Taquicardia
 Separação laringotraqueal
- Vasodilatação

- Desconforto epigástrico

 Amitriptilina

 Nortriptilina

 Escopolamina

 Atropina

 Tratamento:

Aplicação de Toxina Botulínica

Guiado por US sempre que possível

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