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Disfagia/Alimentação

A dificuldade de deglutição é chamada disfagia e é definida como qualquer dificuldade


no trânsito alimentar desde a boca até o estômago, colocando o paciente em risco de
desnutrição, desidratação e/ou pneumonia aspirativa. 
É um sintoma geralmente ligado a uma alteração neurológica causada, por exemplo,
por um Acidente Vascular Cerebral (AVC), traumas (TCE), demências como Alzheimer,
entre outras. Tais problemas de deglutição estariam ligados ao próprio processo de
envelhecimento podendo ocorrer até mesmo a idosos saudáveis.
 Um ato aparentemente simples como engolir um comprimido de medicação é dos
sintomas mais comuns. O ato de fazer o comprimido percorrer a faringe e o esôfago,
com precisão, exige coordenação e força muscular.
 As alterações na deglutição podem iniciar com queixa de engasgos durante a ingestão
de alimentos, principalmente líquidos. Com a progressão da doença o paciente pode
ter dificuldades com alimentos de outras consistências, como grãos e pedaços de
carne. Essa dificuldade de se alimentar irá levar ao comprometimento da condição
nutricional.
 
ATENÇÃO AOS SINAIS DE ALERTA
1- Tosse ou engasgo com alimento ou saliva
2- Presença dos sinais de aspiração: dispnéia (falta de ar), voz molhada (som
borbulhante ao tentar falar).
3- Pneumonias de repetição ou recorrentes
4- Refluxo gastro-esofágico
5- Febre sem causa aparente
6- Sensação de bolo na garganta
7- Recusa alimentar
8- Sonolência durante as refeições
 
Ao perceber algum desses sinais, seja em conjunto ou separados, deve-se consultar
um Fonoaudiologo para uma orientação adequada.
Seguem abaixo, entretanto, algumas orientações básicas que podem ajudar um
paciente com disfagia a se alimentar via oral, de forma mais segura:
 
Orientações e condutas básicas
 
1) CONSISTÊNCIA DO ALIMENTO: Em um quadro de disfagia, a consistência será
modificada para favorecer a deglutição. Em geral, a dieta de menor risco é a
consistência pastosa homogênea (consistência de creme), sem pedaços. O
importante é a garantia de um desempenho seguro durante todas as refeições.

2) ESPESSANTE ALIMENTAR: É um produto alimentar que modifica a consistência


dos alimentos, sem alterar o sabor. São utilizados para engrossar os líquidos,
pois tendem a ser a consistência mais difícil por exigir maior controle do
paciente. Na avaliação da deglutição, o Fonoaudiólogo definirá a consistência
mais segura, seja em Néctar, Mel ou Pudim, de acordo com a necessidade do
paciente.

Tipos de consistência
3) POSICIONAMENTO: Uma posição adequada proporciona uma refeição mais
segura. É importante que o paciente permaneça sentado, com o tronco
reto e a cabeça erguida. Caso não seja possível, tente manter o tronco o
mais reto que puder. Em caso de posição a 45º, como na imagem abaixo,
utilize como apoio: travesseiros, almofadas, rolos de toalhas ou lençóis para
elevar ao máximo o tronco e a cabeça do paciente. Após a alimentação, é
sugerido que mantenha o paciente por 20 min na mesma posição e seja
feita a higiene oral antes de deitar a cabeceira.

4) AMBIENTE: O local de alimentação deverá ser calmo, com o mínimo de distração


(televisores, rádio, etc). Conversas paralelas também deverão ser evitadas, pois
durante a fala, o paciente pode vir a engasgar com alimento que ainda não deglutiu
completamente.
 
5) HIGIENE ORAL: Paciente com estado de conservação dentária ruim estão mais
propensos a pneumonias. Para remover corretamente a placa bacteriana é
necessária escovação dos dentes, uso do fio dental e enxaguante bucal. Em
pacientes não-responsivos, também é necessária a utilização da escova e de um
antisséptico a base de clorexidina a 0,12% sem álcool. Caso o paciente tenha
dentição completa, mas não se alimente por via oral, ainda sim é indicado o uso do
fio dental para remoção de placas acumuladas entre os dentes. Não esqueça de
higienizar a língua corretamente.

 
6) VIA ALTERNATIVA DE ALIMENTAÇÃO: A nutrição enteral é indicada a pacientes
que possuem risco para aspiração ou para aqueles com ingestão alimentar
insuficiente por via oral. Cabe à equipe médica optar pela sonda nasoenteral
(SNE) ou gastrostomia (GTT). A avaliação da melhor opção deve ser feita pelo
médico, em conjunto com a fonoaudióloga e a família. O uso de sonda não
exclui a alimentação, porém dependerá da conduta seguida pelos profissionais
responsáveis.

7) IMPORTANTE:
- Em caso de engasgo, não ofereça água ao paciente. Se possível, remova o
alimento e oriente o paciente a se manter calmo e voltar a respirar
normalmente.
- Nunca ofertar se o paciente estiver sonolento. Tente novamente quando o
paciente estiver completamente alerta.
- Atenção a quantidade de alimento colocado na colher. É melhor manter
pequenas porções para evitar engasgos durante a refeição.
- Tenha paciência durante a oferta, o bem estar do paciente depende do
cuidado nos pequenos detalhes.

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