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LIGA ACADÊMICA DE DISFAGIA UFSC

APRESENTA:

Conceitos
Básicos de
Disfagia para
a Comunidade
A Liga Acadêmica de Disfagia
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da UFSC (LADD), entendendo


seu papel de promover
conhecimentos e aprendizados
sobre a Disfagia e seus
impactos, tem como objetivo
principal desse E-book,
orientar de maneira geral,
cuidadores e demais
comunidade sobre a Disfagia.
A disfagia é a dificuldade para engolir
alimentos sólidos, pastosos ou líquidos
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e que pode ter como causa problemas


neurológicos e/ou estruturais
(problemas com o sistema nervoso,
músculos, problemas mecânicos ou
também pelo envelhecimento natural).
A dificuldade na deglutição pode
causar entrada de alimento na via
aérea, resultando em tosse, asfixia,
problemas pulmonares e aspiração.
Também gera problemas nutricionais,
desidratação e perda de peso.
Dificuldade de mastigar, preparar e
manter o alimento dentro da boca;
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Tempo prolongado para engolir;


Necessidade de engolir várias vezes
para o alimento, líquido ou saliva
descer;
Restos de comida dentro da boca
após engolir;
Dor ao engolir;
Sensação de alimento parado na
garganta;
Escape de alimento pelo nariz
durante a alimentação;
Mudança na voz após engolir;
SINTOMAS

Mudança da cor da pele durante ou


após a alimentação (palidez/cianose
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ou “pele roxa”);
Tosse ou pigarro constante durante a
alimentação;
Engasgos frequentes durante as
refeições ou ao deglutir saliva;
Falta de ar;
Perda de peso;
Pneumonias de repetição;
Falta de interesse em se alimentar;
Necessidade de mudanças na
consistência dos alimentos.
TIPOS

Os tipos de disfagia podem


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ser divididos em orofaríngea


e esofágica, com relação ao
local em que há a dificuldade
para engolir e em mecânica,
neurogênica e psicogênica
em relação ao que pode
causar tal dificuldade.
TIPOS
Orofaríngea: quando há
enfraquecimento dos músculos da
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garganta, tornando difícil mover o


alimento da boca até a garganta e
esôfago. Pode ocorrer engasgos,
tosse ou sensação de alimento ou
líquido descendo pela traqueia.

Esofágica: quando há a sensação


de alimento grudado na garganta
ou preso no peito depois que
começou a engolir.
TIPOS

Mecânica: quando há algum tipo


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de alteração estrutural.

Neurogênica: quando há presença


de alguma doença neurológica que
influencia na deglutição.

Psicogênica: quando se tem a


sensação de garganta apertada
com dificuldade de engolir.
FISIOLOGIA E FASES DA
DEGLUTIÇÃO
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As fases da deglutição são a


oral, faríngea e esofágica,
existindo controvérsia na
literatura sobre a existência de
uma primeira fase denominada
de oral preparatória, sendo
todas descritas abaixo:
FISIOLOGIA E FASES DA
DEGLUTIÇÃO
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Fase voluntária, inicia-se com a


prova do alimento, sentir o cheiro e
a preparação para inserir o mesmo
na boca, sendo misturado com a
saliva e então formando o bolo
alimentar com tamanho e
consistência adequadas para
impulsão para faringe e esôfago.
Nesse momento a língua desloca o
alimento (sólido) em direção à
superfície mastigatória dos dentes,
além de misturá-lo com a saliva.
FISIOLOGIA E FASES DA
DEGLUTIÇÃO
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Ainda de maneira voluntária, ocorre


a elevação e impulsão posterior do
bolo alimentar em direção aos
pilares amigdalianos anteriores e à
faringe, iniciando o reflexo da
deglutição, cujos receptores estão
espalhados pelos pilares
amigdalianos, base da língua,
epiglote e seios piriformes.
FISIOLOGIA E FASES DA
DEGLUTIÇÃO

Esses movimentos musculares ocasionam


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uma pressão negativa na faringe, que em


conjunto com o aumento da pressão
supraglótica derivado do encontro e
fechamento dos esfíncteres laríngeos
causam inibição da respiração e gradiente
pressórico favorável para a passagem do
bolo para a faringe e esôfago, protegendo
as vias aéreas inferiores. Conforme o
alimento se dirige à faringe ocorrem
contrações do músculo constritor da faringe
e elevação do palato mole fechando a
nasofaringe, combinado com o relaxamento
do músculo cricofaríngeo, também chamado
de esfíncter esofágico superior.
FISIOLOGIA E FASES DA
DEGLUTIÇÃO
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Representada principalmente pelo


reflexo faríngeo. Nessa fase ocorre a
parte mais complexa da deglutição,
porém com duração total de apenas um
segundo. Conforme o bolo é lançado
posteriormente, ocorre
reposicionamento do osso hióide
anteriormente e superiormente,
ocasionando movimento decorrente da
laringe nessas direções em encontro
com a base da língua que nesse
momento se projeta posteriormente,
empurrando e horizontalizando a
epiglote sobre a supraglote.
FISIOLOGIA E FASES DA
DEGLUTIÇÃO
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Completamente autônoma, iniciando com a


passagem do alimento pelo esfíncter
esofágico superior, sendo então o bolo
impulsionado pela musculatura esquelética
do esôfago cervical e torácico. Existem duas
ondas peristálticas, a primária inicia na
faringe e vai por todo o esôfago e a
secundária que inicia no corpo do esôfago e
continua até o estômago. O término da
passagem do bolo alimentar se dá na
transição esôfago-gástrica, após a
passagem pelo esfíncter esofágico.
DOENÇAS DE BASE
Disfagia orofaríngea é um sintoma
secundário a uma doença de base, como por
exemplo: Acidente Vascular Cerebral
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(AVC), Traumatismo Crânio Encefálico


(TCE), doenças como doença de Parkinson,
de Alzheimer, Esclerose Lateral Amiotrófica
(ELA), tumor cerebral e/ou câncer de
cabeça e pescoço, esofagites, entre outros.
Para diagnosticar a disfagia é necessário
uma avaliação clínica da deglutição que deve
ser realizada a fim de desempenhar papel de
prevenção de possíveis complicações
decorrentes de alterações na deglutição.
Com a avaliação, o fonoaudiólogo deve
tentar compreender a causa da disfagia,
capacidade de alimentação competente e
segura.
ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA

O fonoaudiólogo é o profissional
habilitado para avaliar e tratar as
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disfagias, sendo estas: orofaríngeas,


neurogênicas e mecânicas. O
Fonoaudiólogo pode ser encontrado
nos seguintes locais: Unidades de
baixa, média e alta complexidade,
hospitais (ambulatórios, enfermarias,
berçários e UTIs neonatal, pediátrica
e adulta), centros de reabilitação,
domicílios, postos de saúde,
clínicas, empresas prestadoras de
serviços em saúde, dentre outros.
ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA
O tratamento da disfagia é
multidisciplinar e nele estão
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envolvidos médicos, fonoaudiólogos,


nutricionistas, enfermeiros,
fisioterapeutas, psicólogos e
assistentes sociais. Cada
profissional tem sua função no
tratamento da disfagia. O profissional
de fonoaudiologia irá diagnosticar e
tratar individualmente cada paciente
para possibilitar a recuperação de sua
capacidade de deglutir, ou seja, de
suas capacidades funcionais.
ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA

A disfagia é uma das


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especialidades do fonoaudiólogo,
portanto, este profissional está
habilitado a realizar avaliação da
deglutição orofaríngea para
identificar quais as alterações
existentes e se há possibilidade
de alimentação por boca de
forma segura.
CONSISTÊNCIAS

Uma das estratégias fonoaudiológicas


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para pacientes disfágicos é adequar a


dieta e isso se aplica em determinar
consistências para que o paciente
possa se alimentar por via oral de
modo seguro e prazeroso. Quanto se
trata da Dieta dos pacientes é
imprescindível um trabalho conjunto
com um nutricionista, tendo em vista
que a disfagia pode favorecer a perda
de peso, desidratação e desnutrição.
CONSISTÊNCIAS

A escolha das consistências


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para pacientes disfágicos vai


depender da capacidade de
deglutição do paciente avaliada
pelo fonoaudiólogo, além de
outros fatores como a
aceitação alimentar, o estado
nutricional e a morbidade do
paciente.
A National Dysphagia Diet
(NDD) em 2002 realizou uma
padronização das consistências
dos alimentos. Essa
padronização tem uma grande
importância terapêutica para
pacientes disfágicos.
REABILITAÇÃO DA DEGLUTIÇÃO

O fonoaudiólogo é considerado o
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profissional responsável pela


reabilitação funcional da deglutição.
No processo de reabilitação, as
manobras facilitadoras e posturais
assumem um papel de grande
importância. Assim, essas são
escolhidas de acordo com a anatomia
e fisiologia do indivíduo, procurando
optar pela manobra que demonstra
maior efetividade.
DICAS GERAIS
Sempre realizar as refeições
sentado ou com a cama em
decúbito elevado, com o objetivo
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de evitar engasgos.
O alimento deve ser ofertado com
uma colher de sobremesa e em
frente à boca.
O paciente deve mastigar bem e
evitar distrações durante a
alimentação (exemplo: conversas e
assistir televisão)
Antes de ser ofertada a próxima
colher de alimento deve-se verificar
se o paciente engoliu toda a porção
oferecida anteriormente.
DICAS GERAIS

Caso a prótese dentária esteja


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frouxa é necessário usar um


fixador de dentadura.
É importante realizar a higiene
oral do paciente após cada
refeição.
Procure evitar alimentos mais
secos (exemplo: bolachas, pão
de trigo) e fibrosos (exemplo:
carnes sem molho).
DICAS GERAIS

Sempre que possível opte por


alimentos mais macios, batidos
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ou com molho ( exemplo: sopa,


carnes com molho, pudins,
bolachas e pães molhados no
café).
Utilizar copos com alça para
ajudar com a firmeza e com
“recorte para o nariz” para que
não seja necessário que o
paciente incline a cabeça para
trás.
DEGLUTIÇÃO NORMAL

CLICANDO AQUI você será direcionado


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à um vídeo que mostra uma deglutição


típica, desde a captação do alimento,
vedação dos lábios, preparação do
bolo, lateralização da língua,
centralização do bolo, ejeção do
alimento, todos os processos que
compreendem o reflexo da deglutição
à passagem do bolo para o esofago.
DEGLUTIÇÃO ALTERADA
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CLICANDO AQUI você será


direcionado à um vídeo que há uma
breve explicação de como um
engasgo pode acontecer.
DEGLUTIÇÃO ALTERADA

CLICANDO AQUI você será


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direcionado à um vídeo onde explica o


que os sinais tosse e engasgo
significam, em quais pacientes isso
normalmente acontece e as
consequências que a disfagia pode
trazer, além de mostrar a importância
de procurar profissionais
especializados na área.
DIRECIONAMENTO CIENTÍFICO

CLICANDO AQUI VOCÊ SERÁ


DIRECIONADO À UM VÍDEO ONDE É
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EXPLICADO COMO OCORRE A


DEGLUTIÇÃO NORMAL E UM BREVE
RELATO DE O QUE PODE
ACONTECER PARA QUE UM
ENGASGO ACONTEÇA.
POSTERIORMENTE É
DEMONSTRADO COMO FAZER A
MANOBRA DE HEIMLICH E PARA O
QUE ELA SERVE.
CONCLUSÃO
A disfagia é um sintoma que pode
ocorrer por diversas causas em um
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indivíduo. O paciente deixa de se


alimentar por dor ou desconforto ao
deglutir. É de extrema importância
uma abordagem multidisciplinar, tanto
na área hospitalar ou Home Care para
a recuperação do paciente. Quanto
mais rápido for diagnosticado o
problema mais cedo iniciará o
tratamento, e menores serão as
consequências negativas.
REFERÊNCIAS

PADOVANI, Aline Rodrigues; MORAES, Danielle


Pedroni; MANGILI, Laura Davidson; ANDRADE,
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Claudia Regina Furquim de. Protocolo


fonoaudiológico de avaliação do risco para disfagia
(PARD). Revista da Sociedade Brasileira de
Fonoaudiologia, [S.L.], v. 12, n. 3, p. 199-205, set.
2007. FapUNIFESP (SciELO).
http://dx.doi.org/10.1590/s1516-
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da atenção a Disfagia [Publicação online]; 2019
[Acesso em 28 jun 2019].Disponível em:
http://www.sbfa.org.br/portal/pdf/folder_dia_disfagia
.pdf
REFERÊNCIAS
https://www.mayoclinic.org/diseases-
conditions/dysphagia/symptoms-causes/syc-
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20372028
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigo
s/educacao/a-disfagia/40475
http://www.clinicahappylife.com.br/disfagia/#:~:text
=%C3%89%20a%20sensa%C3%A7%C3%A3o%20da%
20garganta,necessariamente%20ter%20medo%20de
%20engolir.
Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. Dia Nacional
da atenção a Disfagia [Publicação online]; 2019
[Acesso em 28 jun 2019].Disponível em:
http://www.sbfa.org.br/portal/pdf/folder_dia_disfagia
.pdf
https://forl.org.br/Content/pdf/seminarios/seminario_
9.pdf
REFERÊNCIAS
MACEDO, E.D.; GOMES, G.F.; FURKIM, A.M.
Abordagem Clínica e Fonoaudiológica do paciente
disfágico. In:_____. Manual de cuidados do paciente
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com disfagia. São Paulo: Lovise, 2000. 47p.


CREFONO 1º Região. A Fonoaudiologia. Disponível
em: https://crefono1.gov.br/a-fonoaudiologia/.
Acesso em: 04 abr. 2021.
Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. Dia Nacional
da atenção à Disfagia [Publicação online]; 2019
[Acesso em 28 jun 2019].Disponível em:
http://www.sbfa.org.br/portal/pdf/folder_dia_disfagia
.pdf
Fraga, LM; Calvitti SV; Lima MC; Leitão MC. Nutrição
na Maturidade: Aspectos da Disfagia. Nestlé
Nutrition. 2010.
REFERÊNCIAS

The National Dysphagia Diet (NDD).


Standardization for optimal care, United States
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of America: American Dietetic Association; 2002.


ALMEIDA, Tatiana Magalhães de; GERMINI,
Michele F. Canfild; KOVACS, Cristiane; SOARES,
Ana Margaret N.G.F.; MAGNONI, Daniel; SOUSA,
Amanda G.M.R.. Risk of Excessive Sodium Intake
in the Use of a Thickener for Dysphagia.
Arquivos Brasileiros de Cardiologia, [S.L.], nov.
2013. Sociedade Brasileira de Cardiologia.
ERCOLIN, Beatriz . Espessante alimentício: o
fonoaudiólogo prescreve ou indica?.Comunicar,
Brasília. p. 14-15, out./dez. 2012.
REFERÊNCIAS

NORIKO, Patricia. Disfagia Orofaríngea e seus


LIGA ACADÊMICA DE DISFAGIA UFSC

cuidados. Disponível em:


http://www.hnipo.org.br/noticia/disfagia-
orofaringea-e-seus-cuidados. Acesso em: 04
abri. 2021.
CAMPINAS, Prefeitura Municipal de. Orientação
Nutricional para Disfagia. Disponível
em:http://www.saude.campinas.sp.gov.br/saude
/especialidades/nutricao/Orientacao_nutricional_
para_Disfagia_FO1225.pdf. Acesso em: 04 abr.
2021.

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