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Aula 2
Relação médico-paciente: para um idoso ou analfabeto, considerar as
possibilidades de simplificar as prescrições. Ver se não tem como tomar o
remédio menos vezes por dia.
1. Diagnóstico
2. Terapêutica
3. Dose prescrita: A dose faz uma droga deixar de ser remédio e passar a
ser veneno
• Aderência ao tratamento; erros de medicação.
4. Dose administrada
• Velocidade de absorção à tempo de latência (tempo entre a adm
da droga e o início do efeito)
• Tamanho e composição da substância (droga) à macromoléculas
são mais difíceis de serem absorvidas.
• Distribuição dos líquidos corporais
• Ligação no plasma e nos tecidos
• Velocidade de eliminação
Quanto mais líquido no corpo, maior a diluição da droga. Criança tem mais
água que adulto. Se criança e adulto tem o mesmo peso, droga vai ser mais
diluída na criança, que tem mais água. Por isso, peso não é um bom
referencial exclusivo para dosagem. Se alguém está desidratando, líquidos
corporais ↓ à droga administrada estará mais concentrada.
Doses em crianças são proporcionalmente maiores por terem mais água no
corpo.
Atropina é irmã do Buscopan (escopolamina). Em adultos: 0,01 mg/kg. Em
crianças: 0,02 mg/kg (dobro da dose).
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Quanto à origem:
Mineral, animal, vegetal ou sintética (algumas são diferentes de tudo o
que existe; outras são cópias de substâncias naturais).
Farmacologia – Antonio Mauro 4
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FORMAS FARMACÊUTICAS
Sólidos
• Pós: muito usado antigamente.
• Aglomerados: como se eu comprimisse o conteúdo dos pós.
o Pastilhas: muitas vezes para combater infecção na cavidade
oral ou mucosa. Pra crianças é perigoso. Ela pode engasgar ou
morder e não deixar na boca como deveria. Cuidado tbm com
remédios docinhos. Crianças podem querer usar como bala.
Melhoral infantil tem AAS. Pode gerar acidose grave se
exagerado.
o Comprimidos: raramente uma criança toma. Agregação dos
cristais (sem cápsula protetora).
§ Retard: efeito prolongado (droga de absorção lenta).
§ Entéricos: estômago tem pH ácido; duodeno tem pH
alcalino. Moléculas ionizadas não ultrapassam mucosa
tecidual (absorção quase nula). Ácido com ácido não
ioniza. Nem base com base. Quando dou um
medicamento ácido e quero que seja absorvido, vai ser
absorvido facilmente no estômago porque não ioniza.
Se coloco uma droga básica sem a proteção devida, no
estômago, ela é ionizada e não é absorvida. Muitas
vezes o pó é colocado numa cápsula porque tem o ph
alcalino e seria ionizado na mucosa gástrica se não
tivesse a devida proteção. Se for ionizado, não será
absorvido. Por isso não se pode abrir as cápsulas.
Algumas cápsulas têm conteúdo em pó; outras têm
conteúdo líquido ou gelatinoso.
o Cápsulas
§ Sólido-líquido
o Drágeas: “confetti”; capa de açúcar com gelatina pra proteger
o conteúdo para ir pro duodeno (e não absorver tão rápido à
aumentar tempo de latência). Comprimido é mera agregação
dos cristais, sem essa capa de açúcar protetora.
o Efervescentes: libera CO2 na água.
Líquidos
• Soluções:
o Simples: soluto dissolvido no solvente
Farmacologia – Antonio Mauro 5
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2) USO EXTERNO: não quer dizer que não há absorção. A pele tem
camada de queratina, que dificulta a absorção. Leva mais tempo (mais de
40 min) pra embeber a queratina. Anestésico na pele em creme à leva
mais de 40 minutos para embeber a queratina e dar algum efeito. Nas
mucosas, a absorção é imediata (ex: colírio anestésico).
Cutâneo ou tópico
• Pomada: substância que contém gordura derivada do petróleo
(vaselina). Medicamento fica mais tempo embebendo a pele. Pode
ser desconfortável pro paciente usar durante o dia porque a pele fica
bem engordurada. Durante a noite, pode ser uma boa opção, mesmo
nas mãos. Colocar uma meia nas mãos pra não melecar a cama
inteira.
• Creme: pouco ou nada de gordura; sai mais rápido.
• Pasta: com água.
• Gel: substância entre líquido e pastoso, como gelatina.
• Cataplasma: nome antigo; substância com um pouco de água e óleo.
Tipo aquelas máscaras de spa. Uso o termo “máscara” quando no
rosto. Nas costas, por exemplo, para acne, falo em cataplasma. É
como uma carapaça misturada em água/óleo. Se a gente mexe, ela
vai quebrando.
• Máscara (quando facial)
• Adesivo: muito usados com substâncias analgésicas, reposição
hormonal na mulher, nicotina para parar de fumar. Para pacientes
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Aula 3
3) USO PARENTERAL: muito comum em ambiente hospitalar.
• Ampolas: IM ou IV: algumas substâncias podem ser administradas
nessa via sem causar hemólise ou outros problemas. Tempo de
absorção zero (direto na circulação). Conteúdo estéril sem
conservantes (posso administrar em qualquer via no organismo). Nas
ampolas, normalmente, há um pontinho vermelho que marca onde
ela é mais frágil à lugar que eu devo empurrar pra frente pra
quebrar.
• Frasco-ampola: vidrinho com lacre em cima; conteúdo em pó ou
líquido a ser aspirado. Ex: lidocaína (anestésico local à espetar a
borrachinha e aspirar o conteúdo). Presença de conservantes ou
antioxidantes, que podem causar alguma reação no organismo. As
drogas acondicionadas em ampolas não têm conservantes.
• Frascos com drogas liofilizadas: tempo de validade maior; parece
teia de aranha; substância é congelada e depois dessecada. Esse
processo é feito justamente para aumentar o tempo de validade.
• Seringas pré-cheias: ex: heparina (já vem até com agulha).
• Recipientes para soluções de grande volume: recipientes para sangue
dos bancos de sangue, por exemplo.
PEQUENOS VOLUMES
• Subcutâneo: dói; terminações nervosas são estimuladas (0,5 a 1 mL).
• IM: até 5 mL. Em bebês, fazer na lateral da coxa (tem mais mm do
que o glúteo); em adultos: glúteos ou deltoide.
• IV ou EV
• Intradérmico: mais superficial (teste de alergia); máximo 0,1 mL.
SISTEMAS TERAPÊUTICOS
• Específico: ex: para pneumonia, prescrevo um antibiótico (tratar a
doença do paciente). A primeira droga que eu prescrevo pretende
tratar a etiologia.
• De apoio ou suporte: se dor, analgésico; se tosse,
xarope/expectorante à para conforto do paciente.
Farmacologia – Antonio Mauro 9
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• Empírico ou popular: chá que faz bem pro outro; “mão de mãe” para
curar dor de barriga. Vou tomar esse anticoncepcional porque minha
amiga toma.
• Placeboterapia: substância sem princípio ativo.
• Teste terapêutico: quando não há certeza da doença. Testa uma
substância ou uma dose e vê como o paciente está reagindo. Em
psiquiatria, testa-se a dose com pacientes até ajustar.
• Bioadesivos: substâncias colocadas em micropartículas (lipossomos)
que se aderem à mucosa do TGI para liberação progressiva.
• Pró-drogas: parece que a queda de dopamina em alguns núcleos que
controlam o tônus muscular pode causar Parkinson. Dopa é uma pró-
droga (pré-dopamina) à absorção à barreira hematoencefálica à
aumenta dopamina no cérebro. Não tem como dar dopamina pro
paciente pq seria degradada. Administra então a levodopa (tirosina
à transformação intraneural em dopa à dopamina à NA à ADR).
A levodopa é uma forma “pré-droga” da dopamina. Levodopa
começa a nutrir neurônios deficientes. É uma droga precursora da
dopamina.
Substâncias que entram nas células com retrovírus, por exemplo, só
vão reagir em células com HIV. Aciclovir é outro exemplo à só
entra na célula onde tem vírus. Ataca apenas células portadoras dos
vírus.
• Micropartículas: lipossomos (fosfolipídios): esferas que se agregam a
mucosas e liberam substância progressivamente (para tratamento
prolongado).
• Nanopartículas: usado em dermatologia. Cerâmicas (sílicas) e
nanosferas (PLGA à Polilaticoglicoácido). Substâncias são
liberadas à medida que as nanopartículas são explodidas.
• Liberação controlada: radicais de liberação lenta à quando
adicionados, diminuem a velocidade de absorção da droga (como o
radical acetil). As bombas de infusão atuam por meio de comandos
digitais para administrar medicamentos, como o fentanil (0,2
microgramas/kg/h) à opioide mais potente que a morfina. Usado em
doses muito pequenas. É como se o aparelho fosse empurrando o
êmbolo continuamente, em quantidades muito reduzidas.
Aula 4 - Farmacocinética
O que o organismo faz com a droga.
4 itens importantes: absorção, distribuição, metabolismo
(biotransformação) e eliminação.
Farmacologia – Antonio Mauro 10
Gustavo Finamor Salles
Compartimento Central
Kabsorção CV Keliminação
Quando eu administro a droga num paciente, ela entra na circulação e vai
primeiro para órgãos e tecidos mais irrigados. Ao saturar esses sistemas de
circulação rica, é distribuído para tecidos e órgãos de irrigação
intermediária e, por último, para tecidos pobremente irrigados.
Tecidos ricamente irrigados: cérebro, rins, pulmões, coração, fígado.
Intermediários: MEE.
Pobremente irrigados: gordura e osso.
Para tratar uma osteomielite, pra chegar com um medicamento lá, é mais
difícil. Tenho que pensar em drogas de longa duração, com uma terapêutica
eficiente, uma vez que a droga precisa ficar bastante tempo num tecido
pobremente irrigado para vencer aquele problema.
Sinusite: seios da face são difíceis de atingir com drogas. Normalmente
toma-se remédio por cerca de um mês. O tratamento é difícil porque é
difícil pra droga chegar lá. Pensar sempre no aporte sanguíneo que tem a
região que eu quero atingir com a droga.
O modelo multicompartimental é mais parecido com a realidade. Quando
coloco uma droga na veia, ela entra na circulação (compartimento central),
que vai promover a distribuição da droga para os compartimentos
periféricos. O compartimento periférico é composto por tecidos e órgãos
intermediários e pobremente irrigados porque os ricamente irrigados estão
quase que em paralelo com o compartimento central.
Farmacologia – Antonio Mauro 11
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Normalmente as drogas passam para outras regiões por difusão simples (do
+ concentrado para o menos concentrado). Sempre que quero efeitos em
locais pobremente irrigados, posso ter respostas indesejadas. Devo pensar
sempre onde que eu quero que a droga aja e lembrar qual é a irrigação
dessa região.
Se eu tenho uma emergência, é melhor que a droga caia diretamente na
veia (é melhor do que tomar por via oral). Numa UTI, normalmente não se
usa comprimidos porque é um local de terapia intensiva, onde preciso de
drogas de efeito rápido (necessidade de via de acesso venoso pela jugular,
femoral, subclávia à acesso por vasos venosos calibrosos). Numa UTI, é
melhor colocar a droga diretamente no compartimento central pra começar
a fazer efeito logo.
A droga vai chegar no compartimento central praticamente em paralelo
com a circulação principal (locais de riqueza de circulação). À medida que
a droga vai sendo distribuída, vou falando em compartimentos periféricos.
Um paciente desidratado de 50 kg, raquítico, tem o compartimento central
diminuído (pensar que tem bem menos sangue), tem menos proteína.
Tenho que pensar que um paciente de 50 kg debilitado vai apresentar uma
concentração de drogas muito maior do que um paciente de 50 kg não
debilitado. Por isso, não devo considerar só o peso para determinar a dose
do medicamento.
Farmacologia – Antonio Mauro 12
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Comprimido via oral sublingual é absorvido na mucosa oral; comprimido ingerido
pode ser absorvido no estômago, no duodeno. Vai depender do pH. Drogas alcalinas
não ionizam no duodeno porque o pH lá é alcalino e são absorvidas muito mais
facilmente lá.
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2
Constante de dissociação. É o CPF da droga. É inerente de cada droga.
Farmacologia – Antonio Mauro 15
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(pq a expressão com log é próxima de 0). Se a droga está ionizada, ela sofre
aprisionamento iônico e não caminha.
Modalidades de absorção
• Processos passivos:
o Difusão simples
o Filtração
• Processos ativos: o conceito aqui não está relacionado ao gasto de
energia, mas a existência de reações químicas, com a concorrência
de outros fatores.
o Difusão facilitada: ex: insulina facilita a absorção de glicose
(cotransporte) pra dentro da célula. Diabético tem muita
glicose. Eu queria que essa glicose estivesse dentro da célula,
onde pode produzir ATP. Necessidade de administrar insulina
pra tratar a hiperglicemia.
o Transporte ativo: bomba Na-K-ATPase
o Vesicular
§ Pinocitose
§ Fagocitose
Locais de absorção
• TGI
o Mucosa bucal, gástrica, ID, retal
o Fatores que afetam absorção
§ Motilidade GI: um paciente com náuseas e vômitos:
não adianta dar plazil via oral ou ele vai jogar fora sem
dar tempo pra absorção. O mesmo acontece se o
paciente estiver com uma diarreia intensa. Quando um
paciente está com apendicite, é comum haver peritonite.
Isso faz que haja parada do trânsito intestinal. Não
adianta dar um remédio pra ser absorvido lá. Um bebê
quando começa a tomar leite de vaca, pode ter sua
motilidade intestinal comprometida. Posso pensar, em
alguns casos, em administrar medicamentos que possam
ser absorvidos na mucosa retal. Em casos de diarreia,
não adianta dar remédio pra ser absorvido na mucosa
retal.
§ Fluxo sanguíneo esplâncnico: se o fluxo peritoneal
está comprometido, por exemplo por ascite, o fluxo
sanguíneo local estará comprometido.
§ Tamanho da partícula e formulação
Farmacologia – Antonio Mauro 16
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Endotélio não é barreira eficaz. Droga passa por ele e entra na circulação
com facilidade.
Ionização das moléculas e difusão. Se tá ionizado, não difunde.
Ligação proteica: drogas ficam temporariamente inativas.
Lipossolubilidade: facilitação intrínseca da droga em passar por
membranas lipoproteicas.
Volume de distribuição (Vd): inerente a cada droga. Droga pouco solúvel
tem volume de distribuição pequeno. Drogas muito solúveis têm volume de
distribuição elevado. Se a droga tem Vd muito grande, as doses têm que ser
mais altas para conseguirem chegar ao local desejado na [ ] adequada.
Aula 5 – Farmacocinética II
pH do meio: droga se distribui quando está próxima ao pH do meio.
Substância alcalina em meio alcalino não se ioniza e se distribui com muito
mais facilidade. Droga ácida em meio alcalino à ioniza e se agarra em
alguns lugares com carga elétrica contrária à distribuição com mais
dificuldade.
Débito cardíaco e fluxo sanguíneo regional: se o alvo do tratamento é um
órgão ricamente irrigado, é fácil de a droga chegar lá. Para locais
pobremente irrigados, a dose, a [ ] e o tempo de tratamento deverão ser
maiores. Um paciente acidentado, perdendo sangue (queda de volemia, DC
diminui) à drogas chegam com mais dificuldade nos territórios e com
mais facilidade nos órgãos vitais. Pacientes debilitados do PS: as drogas
chegarão com mais facilidade em territórios ricamente irrigados. Quando o
paciente perde sangue, ocorre circulação sanguínea seletiva. A circulação
periférica diminui pra aumentar a circulação em órgãos nobres. O
compartimento total está diminuindo.
Um paciente de 50 kg que sofreu um trauma terá as drogas administradas
concentradas em locais ricamente irrigados. Esse paciente vai precisar de
uma menor quantidade de drogas porque a sua distribuição está
comprometida. Não posso pensar só no peso e esquecer que o paciente está
debilitado ou haverá uma sobredose relativa da droga.
BIOAPROVEITAMENTO
Biodisponibilidade da droga sistêmica: = quantidade de substância na
circulação sanguínea. Quando é VO, a biodisponibilidade é parcial.
Depende do tempo e do local onde foi administrada. Se a droga foi
totalmente absorvida, sua biodisponibilidade é de 100%. Isso não acontece
quando foi administrada VO.
Farmacologia – Antonio Mauro 18
Gustavo Finamor Salles
Meia vida de uma droga: tempo que leva para ter 50% da droga no
sangue (biodisponibilidade 50%).
(genéricos ≠ similares)
Genéricos: mesma substância, mas feita em laboratório que não investiu na
pesquisa do medicamento. Pego uma droga já consagrada e fabrico sem
pesquisa porque já terminou a reserva de mercado do laboratório que
sintetizou a droga primeiro.3 Têm bioequivalência: mesma
biodisponibilidade e mesma meia vida (mesma concentração e mesmo
tempo da droga na circulação). O laboratório que produz genérico só
precisa submeter seu produto a um laboratório consagrado pra comprovar
sua bioequivalência.
Similares: não é a mesma substância da original, mas é usada para mesma
finalidade.
Biodisponibilidade
Meia vida
Concentração e tempo da droga
Bioequivalência: substâncias genéricas devem ter a meia vida e a
concentração semelhantes. Cuidado: alguns similares existem por propina
paga a agentes de fiscalização.
Quando falo de genéricos, é a mesma droga da original, mas produzido por
um laboratório que não investiu em sua pesquisa. Deve ter bioequivalência:
mesma meia vida e mesma concentração da droga original.
Quando falo em similares, não é a mesma droga, mas servem ao mesmo
objetivo terapêutico que o original.
SNC e LCR: muitas drogas devem chegar ao SNC e circular pelo LCR.
Para passar para o SNC, a droga deve ser lipossolúvel.
3
A reserva de mercado acontece quando o laboratório lança uma nova droga e visa
ressarcir os investimentos em pesquisas.
Farmacologia – Antonio Mauro 19
Gustavo Finamor Salles
TRANSFORMAÇÃO DE MEDICAMENTOS
Não sintéticas: não formam um novo complexo. Metabolismo de Fase 1.
• Oxidação, redução ou hidrólise
• Oxidase P450: enzima que oxida grande quantidade de drogas.
Importante linha de metabolismo hepático.
• Hidrólise: ésteres de procaína, ACh, Succinilcolina. ACh é
hidrolisada em acetato e colina à não funcionantes no organismo.
Eliminação
Transportadas para luz do túbulo
Formas inalteradas à polares ou ionizadas. Passam pra luz do túbulo
renal e não consegue voltar, não consegue ser reabsorvidas.
Metabólitos à menos polares e lipossolúveis. Conseguem passar pra lá e
pra cá.
Eliminação Renal
Filtração renal não consegue filtrar drogas ligadas a proteínas. Essas drogas
passam para a circulação renal, mas não passa pro filtrado glomerular. 80%
do que passa nos rins é filtrado; 99% depois é reabsorvido. Quando houver
proteinúria, provavelmente há lesão renal.
Filtração glomerular à ligação proteica.
Secreção tubular ativa à TC proximal.
Transportadores: glicuroácidos
Ocorrência natural: ácido úrico
Indivíduo ingere grande quantidade de aspirina. Esse AAS vai ter secreção
ativa. Pra facilitar essa secreção de ácido, posso alcalinizar a urina. Aí o
AAS ficará ionizado e não será reabsorvido. Pra eliminar uma substância
ácida dos túbulos renais, devo alcalinizar a urina.
Pra eliminar um barbitúrico (anticonvulsivante, como Gardenal à pH 10
à alcalino) à devo dar uma substância pra acidificar a urina. Assim, essa
droga alcalina que foi transportada pra luz do túbulo vai se ionizar e não
vai conseguir voltar.
Farmacologia – Antonio Mauro 23
Gustavo Finamor Salles
Dose única
Administração (dose) → Efeito (latência4) → Duração (Eliminação)
Quanto mais urgente, mais indicado é a via venosa. Na via venosa, é direto
no cano. Não vou precisar pensar no tempo de absorção. Penso só no tempo
de eliminação da droga.
4
Entre administração e início do efeito.
Farmacologia – Antonio Mauro 24
Gustavo Finamor Salles
Doses repetidas
Tempos médios de eliminação → Acúmulo de substância até 4 tempos
médios
Ex: preciso de pelo menos 4 doses de Amoxicilina para concentração
necessária ser obtida pra que o efeito máximo aconteça. O efeito máximo
só vai começar a acontecer depois da quarta dose. Dar mais doses é
necessário pra atingir a [ ] adequada pro efeito máximo.
Pra conseguir uma [ ] adequada com o máximo de efeito, tem que ser
depois do quarto T ½ β da droga.
Dose de manutenção
É inadmissível não respeitar os horários de administração dos
medicamentos. Se eu não respeitar a dose do antibiótico, posso deixar
brecha pros invasores se multiplicarem e as bactérias resistentes
proliferarem.
FARMACODINÂMICA
Locais de ação
Mecanismos de ação
Relação: dose da droga e magnitude dos efeitos
Variação das respostas às drogas
LOCAIS DE AÇÃO
Receptores: membrana ou núcleo
Canais iônicos:
• Na+: anestésicos locais são bloqueadores dos canais de Na.
• Ca++: importante para o SNA. Entra Ca++ pra jogar neurotransmissor
na sinapse
• K+: muito importante pra troca de polarização. Importante para os
opioides. Hiperpolariza a membrana, fazendo que elas fiquem
refratárias aos estímulos.
Enzimas: IECA: Inibidores da enzima conversora da angiotensina. Ação
nos pulmões, impedindo a conversão da Angiotensina I em Angiotensina II
(maior vasoconstritor que nós produzimos). Medicamento: Captopril.
Farmacologia – Antonio Mauro 26
Gustavo Finamor Salles
Receptores
• Lipossolúveis: receptor no núcleo
• Receptores nicotínicos são iônicos. Resposta em milissegundos.
Receptor nicotínico da ACh. Atuam em proteínas transmembrana.
• Receptores acoplados a proteína G à quando causa reações
químicas, são metabotrópicos. Ex: receptor muscarínico de ACh.
• Receptores ligados a quinases: horas. Receptores de citocinas.
• Receptores nucleares: horas. Ex: corticoides (receptores de
estrógenos). Provocam modificações no material genético. Usado
em LES, por exemplo.
Farmacologia – Antonio Mauro 27
Gustavo Finamor Salles
Dose e sensibilidade
• Hiperreativo: reações exageradas à droga administrada.
Farmacologia – Antonio Mauro 29
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Aula 7 – Farmacodinâmica II
Em algumas drogas, o índice terapêutico é bem menor. Cuidado para não
causar intoxicação e óbito.
FARMACODINÂMICA
Ação do Medicamento:
• Receptores: macromoléculas localizadas, por exemplo, nas
membranas celulares.
• Reação química
Efeito do medicamento
Resultado da ação da droga (resposta da ação do medicamento)
Ex: ADR + miocárdio.
Ação: droga + β bloqueadores
Efeito: cronotropismo + e inotropismo +
Sinais clínicos: taquicardia e hipertensão arterial (perceptíveis ou não).
Alguns efeitos só são percebidos a médio e longo prazo.
Estrutura – atividade
Especificidade:
• Etanol, anestésico inalatório: não tem especificidade. São
lipossolúveis (difundem-se pela membrana lipoproteica à causam
deformação da membrana). Não tem receptor, mas deforma canais
iônicos, responsável por trocas internas e externas. E assim deprime
algumas vias neuronais. O etanol não tem receptor específico, mas
vai encharcando o cérebro. Quanto mais etanol, maior a quantidade
de neurônios afetados e deprimidos.
• Anestésicos locais: tem especificidade (atração por canais de Na).
• ADR: tem receptores pelos quais têm atração.
• Morfina: tem receptores; nosso organismo produz opioides
(endorfinas) à ocupam o mesmo receptor da morfina. Por isso
atividade física intensa gera endorfina e causa bem-estar (indivíduo
pode ficar viciado em atividade física).
Interação medicamento-receptor
Receptores silenciosos ou de Reserva (aceptores): quando a droga é
absorvida e entra na circulação, tem sempre alguém pra receber. Esses
receptores não causam nenhuma reação. Pelo contrário, dificultam a ação
das drogas. Enquanto a droga estiver ligada aos receptores silenciosos, a
droga estará inativa. A droga que age é a droga livre.
• Proteínas, tecidos, espaços celulares (intersticial).
• Proteína – anticoagulante
• Proteína - Fenilbutazona
Idosos com fibrilação atrial (ausência de sístoles e diástoles). Podem-se
formar microtrombos que se grudam nas válvulas. Um trombo pode se
soltar e o paciente pode ter um AVEi. Paciente toma anticoagulante para
evitar a formação de microtrombos. Esse anticoagulante deve ser dosado
pra não causar hemorragias espontâneas.
A Fenilbutazona é um remédio usado pra tratar artralgias (comum em
idosos). Vai se ligar à mesma proteína que se liga com o anticoagulante.
Anticoagulante fica em maior dose livre. A coagulação passa a não estar
Farmacologia – Antonio Mauro 32
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Antagonismo
• Químico: se está com muita azia, toma bicarbonato. Estou fazendo
uma reação química intraluminal (dentro do estômago): HCl e
bicarbonato, resultando sal e água. Se foi intoxicado por uma
substância alcalina, não adianta dar leite (pq tbm é alcalino e vai
acabar absorvendo mais, uma vez que não haverá ionização e o leite
vai subir o pH do estômago). Nesse caso, deveria ingerir uma
substância de pH ácido, pra que houvesse ionização e não absorção.
• Fisiológico: ADR: efeito imediato sobre α1 para tratar edema de
glote causado pela histamina em H1 (em mucosa de vias aéreas,
histamina em receptores H1 causa vasodilatação à como o aporte de
sangue é muito grande, haverá edema). Quando há edema de glote,
devemos usar ADR à exemplo de antagonismo fisiológico. O que
causou o edema foi a histamina em receptores H1. O antagonismo
fisiológico virá com a ADR em receptores α1 (à pra causar
vasoconstrição intensa). O antagonismo fisiológico não causa
competição. Age em receptores distintos.
• Receptores (bloqueia receptor): β1 à ADR e propranolol.
Antagonismo competitivo.
Drogas no coração
• ADR – propranolol: paciente com taquicardia (maioria dos
receptores β1 está sendo ocupada pela ADR). Dou propranolol pro
paciente pra ocupar alguns receptores β1. A quantidade de ADR que
ocupa receptores β1 vai diminuir e a FC vai diminuindo, a ponto de
poder haver bradicardia pelo uso excessivo de propranolol. É
interessante lembrar que esse efeito vai depender da dose de
propranolol que está sendo administrada. Betabloqueadores são dose
dependente. Vou usar a droga pra que alguns receptores sejam
ocupados e gerem resposta clínica. Vou manusear essa dose pra
ajustar ao organismo do paciente.
Mecanismos de competição
Sítios de ação
Componente macromolecular funcional
Afinidades específicas à estereoisômeros e quirilidade
Quirilidade: alguns receptores podem ter estereoisômeros. Esse fenômeno é
chamado de quirilidade. Alguns receptores são a imagem de espelho da
minha droga. Se isso acontece, há uma superposição de imagem, com o
máximo de locais de contato de receptividade (o receptor é a imagem da
droga). Quanto maior o número de pontos de coincidência da droga e dos
receptores, maior será a eficácia da droga.
Farmacologia – Antonio Mauro 35
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A alergia medicamentosa pode ser causada pela droga, por seus metabólitos
(após passagem pelo fígado), por seus veículos ou impurezas.
Farmacologia – Antonio Mauro 36
Gustavo Finamor Salles
Aula 8 – SNA
Responsável pela adaptação entre meio externo e interno. Importante para a
preservação da integridade orgânica. Em um ambiente agradável, não tenho
taquipneia, taquicardia, sudorese, etc. Num ambiente hostil, uma interface
com o hipotálamo pode provocar a resposta de luta ou fuga.
SNC
SN Somático: cérebro espinhal, voluntário.
SNA: visceral, involuntário, vegetativo.
SN Entérico: muito particular. Muitas pessoas têm diarreia quando ficam
nervosas; outros têm constipação. O SN entérico é muito particular também
em suas respostas.
Parassimpático
Fibra pré longa e fibra pós curta. Resposta mais localizada.
Participação de pares cranianos.
Farmacologia – Antonio Mauro 37
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Cranial
• Oculomotor (III): gânglio ciliar à músculo circular da íris ou
esfíncter da pupila (miose à pupila contrai quando o parassimpático
é estimulado). Oftalmologista pinga remédio que combate o
parassimpático porque ele quer midríase (uso de droga
parassimpaticolítica).
• Facial (VII): gânglio submaxilar à para glândulas salivares e
lacrimais.
• Glossofaríngeo (IX): gânglio ótico = relativo ao ouvido (e não
óptico) à para parótida.
• Vago (X): sinapses para tórax e abdômen para inervação de vísceras.
Sacrais
• S2, S3, S4, S5 à nervos pélvicos. Normalmente, fala-se de S2 a S4.
Inervação das vísceras pélvicas, que sofrem influência do
parassimpático por meio dos ramos sacrais.
Simpático
Fibra pré curta e pós longa à resposta mais difusa. Depois do gânglio, há
sinapse com muitas fibras pós-ganglionares. É como se usasse um
megafone pra fazer a sinapse. O parassimpático é como se falasse no
ouvido.
Tóraco-lombar: T1 a L2 (L3) à gânglios paravertebrais.
Gânglios cervicais, coccígeos, pré-vertebrais (celíaco, mesentérico
superior, mesentérico inferior e hipogástrico).
SNA
No gânglio, o mediador na sinapse, tanto no simpático quanto no
parassimpático, é a ACh com efeito nicotínico (receptores iônicos).
Fibras pré do simpático e do parassimpático são colinérgicas (produzem e
secretam ACh).
Fibras pós do parassimpático produzem e secretam ACh.
Fibras pós do simpático produzem e secretam NA (na maioria das vezes)
à fibras adrenérgicas.
As fibras simpáticas que chegam na suprarrenal são colinérgicas. A via pra
suprarrenal é mononeuronal. Trata-se de uma exceção, já que o SNA usa
normalmente vias bineuronais.
Há pouca interferência da ACh nos vasos sanguíneos. A vasodilatação ou
vasoconstrição é regulada pela presença ou ausência de estímulo no α1.
Fibras pós do simpático são estimuladas por ACh e produzem e secretam
NE (recebe o nome do que produz e secreta) à são adrenérgicas.
Farmacologia – Antonio Mauro 38
Gustavo Finamor Salles
Mononeuronal
Glândulas
sudoríparas da
sudorese do estresse
Farmacologia – Antonio Mauro 39
Gustavo Finamor Salles
Aula 9 – SNA II
ÓRGÃO SIMPÁTICO PARASSIMPÁTICO
Pupila Dilatação (m.radial) [α1] Contração (m.circular) [M]
Brônquios Dilatação (β2)5 Contração6
Coração Taquicardia (β1) Bradicardia (muscarínico)
TGI Inibe motilidade Aumenta motilidade
Esfíncteres
do canal Contração Relaxamento
alimentar
Bexiga Enchimento Esvaziamento
EFEITOS
• Direto: quando a droga ocupa o receptor e causa reações
farmacológicas.
• Indireto: não agem diretamente nos receptores. Ex: cocaína (droga
adrenérgica de efeito indireto). Quando administrada no organismo,
provoca respostas no SNC e sistema cardiovascular à dificulta
recaptação imediata de catecolaminas (NA) à estimula que NA
5
Berotec (β2 adrenérgico).
6
Para evitar a contração: Atrovent (ipratropio).
Farmacologia – Antonio Mauro 40
Gustavo Finamor Salles
RECEPTORES
Biossíntese da NA
• Tirosina
• Dopa
• Dopamina: já tem efeito sobre a musculatura lisa.
• NA
• ADR
provocava uma ocupação dos receptores, mas com menor resposta (menor
contração dos vasos e menor hipertensão).7
7
Em resumo, esses estudos apontam a alfametilnoradrenalina, um metabólito da α-
metildopa, como o responsável pela ação hipotensora. Essa, ao que tudo indica, decorre
do estímulo alfa-adrenérgico direto nos centros vasomotores do sistema nervoso central.
É atraente a hipótese de que a alfametilnoradrenalina atuaria em receptores alfa pré-
sinápticos, reduzindo a neurotransmissão adrenérgica, tanto no sistema nervoso
central quanto na periferia.
Farmacologia – Antonio Mauro 43
Gustavo Finamor Salles
Biossíntese da ACh
Drogas no SNA
Adrenérgicos à receptores:
• Vasos sanguíneos: α1 (vasoconstrição pelo aumento da resistência
vascular periférica e da pressão arterial); β2 (dilata vasos que nutrem
MEE para viabilizar resposta de luta ou fuga à diminui a resistência
vascular total, uma vez que o território de MEE é muito grande).
• Coração: receptores β à cronotropismo e inotropismo. Todas as
drogas que predominam em α causam muita vasoconstrição e fazem
estímulo paradoxal central do parassimpático causando bradicardia.
Quando há muita vasoconstrição, aumenta muito a resistência
vascular periférica e o coração tem que fazer mais força pra ejetar
sangue. Quanto maior o tempo pra encher, maior a contração. Com
Farmacologia – Antonio Mauro 46
Gustavo Finamor Salles
8
O sulfato de terbutalina é destinado ao tratamento de asma brônquica (doença
caracterizada por crises com dificuldade de respiração e chiado característico),
bronquite crônica (doença inflamatória em estruturas do pulmão), enfisema (doença
respiratória caracterizada por destruição de estruturas do pulmão) e outras doenças
pulmonares que apresentem broncoespasmo (estreitamento das vias áreas). Também é
indicado como relaxante do músculo uterino no manuseio do trabalho de parto
prematuro não complicado.
9
O salbutamol injetável é indicado para duas situações clínicas:
1) Para o alívio do broncoespasmo grave, associado à asma ou bronquite e para o
tratamento do estado de mal asmático.
2) Para o controle do trabalho de parto prematuro não complicado, no último trimestre
da gravidez.
O salbutamol é um agonista β-adrenérgico seletivo. Em doses terapêuticas atua sobre os
receptores adrenérgicos β2 nos brônquios e no útero, com ação muito menor ou nula
sobre os receptores adrenérgicos β1 no coração. Sob a orientação médica, é adequado
para o tratamento de ataque asmático e parto prematuro não complicado.
Farmacologia – Antonio Mauro 48
Gustavo Finamor Salles
Drogas Adrenérgicas
• ADR: ocupa receptores simpáticos de forma equipotente (ocupa α1,
α2, β1 e β2 de forma indistinta). Tem respostas cerebrais, cardíacas,
pulmonares, periféricas.
o α1: membrana pós sináptica do miocárdio, m. liso e glândulas.
o α2: membrana pré sináptica. Modulação de liberação de mais
catecolaminas.
o β1: predominam no miocárdio.
o β2: predominam na musculatura dos brônquios, bronquíolos,
útero e vasinhos da musculatura estriada.
• Noradrenalina: predomina nos receptores α. (NA: “no Alfa”).
ADR: estimula alfa e beta. Pode fazer perfeitamente nos vasos periféricos.
Em locais precários, sem a possibilidade de inalação, pode administrar
ADR subcutânea em crianças com crise de asma para estimular receptores
β2. Lembrar que a ADR ocupa todos os receptores (Alfa 1 e 2 e Beta 1 e 2).
A administração subcutânea provoca uma absorção lenta e contínua. Como
efeito colateral, temos taquicardia. Esse paciente deve ser vigiado pra que a
taquicardia não seja intensa demais e cause arritmia. A ADR pode ser feita
IV também. A metabolização da ADR é muito rápida. Dificilmente uma
pessoa morre por intoxicação de ADR (rápida metabolização).
Isoproterenol ou isoprenalina
Catecolamina sintética (exógena). É beta indistinta (estimula β1 e β2).
Apareceu como bombinha para asmáticos, mas muitos asmáticos morreram
de arritmia por estimular também o β1. Trata-se de uma droga que estimula
os receptores β de maneira não seletiva.
Farmacologia – Antonio Mauro 50
Gustavo Finamor Salles
Noradrenalina
Ao infundir, a resistência vascular periférica aumenta pela vasoconstrição
(receptores alfa 1).
Como só estimula alfa e quase nada de beta, cai a frequência de pulso. Se
há muita resistência, o coração tem que aumentar a ejeção de volume pra
vencer a resistência periférica. Quanto maior o relaxamento do miocárdio,
com mais força ocorre a contração. O relaxamento aumenta aumentando o
tempo diastólico. Demora mais pra encher e demora mais pra fazer sístole.
Quando todas as drogas que têm predominância de receptores alfa 1
aumentam muito a resistência periférica, vou ter um estímulo central do
parassimpático para causar bradicardia. O grande objetivo é diminuir a FC
Farmacologia – Antonio Mauro 51
Gustavo Finamor Salles
Adrenalina
Receptores Alfa e Beta. Há vasoconstrição periférica. Ao ocupar beta 2,
faço vasodilatação de todos os vasos da musculatura estriada esquelética
(lembrar que na “luta ou fuga” preciso aumentar o aporte sanguíneo do
músculo). É um território bastante significativo. Beta 2 causará
vasodilatação da MEE. Apesar de fazer vasoconstrição (alfa 1), há tbm há
vasodilatação da MEE (beta 2). O resultado é uma queda discreta da
resistência periférica. A adrenalina não aumenta a resistência periférica
total por haver vasodilatação dos vasos da musculatura estriada. A
vasodilatação da MEE é tão importante a ponto de se sobrepor à
vasoconstrição periférica quando a Adrenalina é administrada.
No miocárdio, a ADR aumenta a frequência cardíaca. Como há uma
pequena diminuição da resistência, a pressão sistólica sobe
momentaneamente.
Isoproterenol
Atua em receptores beta indistintamente. A resistência vascular diminui,
uma vez que não há uma compensação de vasoconstrição pelos receptores
alfa 1. Ocorre uma ocupação irrestrita dos receptores beta 2 da MEE. Há
uma queda da resistência vascular periférica.
No coração, causa taquicardia (beta 1).
AGONISTAS ADRENÉRGICOS
Não seletivos
• α1 e α2: Oximetazolina
• β1 e β2: Isoproterenol
• Todos os receptores: ADR
• α1 e α2 e um pouquinho de β1: NA.
Inibidor de recaptação
A NA é recaptada muito rapidamente pelo neurônio que a secretou em
situações normais.
• Cocaína: crack é um derivado de pH básico da cocaína (preço mais
baixo que cocaína). O indivíduo fica dependente rapidamente. Essas
substâncias têm o mesmo poder de excitabilidade. A cocaína acaba
fazendo que haja impermeabilidade da recaptação de NA na sinapse.
A NA, dessa forma, fica mais tempo na sinapse no SNC e no SN
periférico. A overdose faz que haja excitabilidade principalmente do
SNC, causando convulsões da córtex motora por um estímulo
completamente irregular; e do sistema cardiovascular (indivíduo
morre de arritmia). A convulsão chama muito a atenção do leigo,
mas ela causa um aumento muito grande do consumo do oxigênio.
Pra que a captação do oxigênio aumente, é preciso fazer muitas
contrações e relaxamentos dos mm respiratórios. Na convulsão, há
um grande consumo de oxigênio, mas a respiração não é satisfatória
(músculos estão contraídos). O resultado é o aumento da Hb reduzida
Farmacologia – Antonio Mauro 54
Gustavo Finamor Salles
Drogas Seletivas
• Clonidina (alfa 2)
• Dexmedetomidina (alfa 2): mais nova
• Fenilefrina: descongestionante nasal
• Fenoterol (β2)
• Terbutalina (β2)
• Salbutamol (β2)
• Salmeterol (β2): potente pra broncoconstrição
• Formoterol (β2): potente pra broncoconstrição
• Ritodrina (β2): diminui contração uterina pra retardar partos
prematuros. Importante saber.
• Clembuterol (β2): vasodilatador que aumenta a força muscular para
atividades físicas de competição. Comissões antidoping pesquisam
os metabólitos do Clembuterol nos atletas.
• Mirabegron (β2): relaxar bexiga.
Aplicações
• Hipotensão arterial;
• Choque hipovolêmico: NA;
• Choque cardiogênico: dobutamina (usado em insuficiência cardíaca);
• Anafilaxia: ADR;
• Broncodilatação;
• Midriático (adrenérgicos têm ação muito difusa e generalizada. Para
causar a dilatação da pupila, posso relaxar o músculo circular da íris
à anticolinérgico);
• Descongestionante de mucosas;
• Relaxante uterino (β2).
Aula 11 – SNA IV
Alfa 1: vasinhos periféricos e intestinais.
Beta 3: lipólise.
Muitas vezes, pode haver um exagero de drogas ou mediadores químicos
no corpo. Esse excesso pode gerar, por exemplo, um aumento da pressão
arterial. A ausência de NA ou o bloqueio de seu efeito terá vasodilatação,
diminuição da resistência vascular e pressão arterial mais baixa.
Os receptores específicos foram descobertos há pouco tempo. Inicialmente,
as drogas eram administradas de forma empírica.
A dobutamina (receptor β1i) melhora a força de contração sem alterar o
cronotropismo. Droga usada para tratamento de insuficiência cardíaca.
Antiadrenérgicos
BLOQUEADORES BETA-ADRENÉRGICOS
Classificação
• Atividade simpaticomimética intrínseca (ASI)
• Cardiosseletividade
• Ação estabilizadora de membrana
• Lipossolubilidade
Cardiosseletividade
Propranolol não tem cardiosseletividade. É bloqueador beta-1 e beta-2. É
importante que uma droga tenha cardiosseletividade pra evitar efeitos
colaterais.
Velhinho fumante pode desenvolver DPOC, com falta de ar. Quem relaxa a
musculatura dos brônquios é o sistema com beta-2. Se eu administro
propranolol pro paciente com DPOC, eu bloqueio o beta-2 e provoco uma
broncoconstrição à crises de broncoespasmo. É importante que os
betabloqueadores para esse paciente tenham cardiosseletividade.
Propranolol não deve ser usado por pacientes com bronquite, asma, DPOC.
Farmacologia – Antonio Mauro 61
Gustavo Finamor Salles
Metoprolol, Atenolol
Esmolol: ação ultra curta (brevibloc): droga de ação rápida e tempo
curto. Usado quando um paciente está com taquicardia durante uma
anestesia por exemplo. O efeito é bastante breve. Seletivo Beta-1 à faz
cronotropismo e inotropismo negativo.
Lipossolubilidade (propranolol)
Possibilidade de a droga passar pelas membranas celulares. O propranolol é
a principal droga que passa pela barreira hematoencefálica devido a sua alta
lipossolubilidade. Em passando em grande quantidade pela barreira
hematoencefálica, o propranolol estabiliza alguns territórios do cérebro,
causando tranquilidade. O propranolol está indicado pra quem fica muito
nervoso pra apresentar um trabalho por exemplo. O atenolol não tem a
mesma lipossolubilidade e não passa a barreira hematoencefálica com a
mesma eficiência. Por isso, não se usa atenolol pra combater ansiedade.
FARMACOCINÉTICA
Fígado: primeira passagem (propranolol) SNC
Meia-vida: 2 a 13 horas e efeitos mais prolongados
A dose já é computada pra descontar a perda da primeira passagem
hepática. Normalmente, um beta-bloqueador é associado a outras drogas
pra controlar hipertensão e é tomado uma vez por dia. Em casos mais
graves, às vezes é tomado de 12 em 12 horas.
Ações farmacológicas:
Coração
• Repouso com tendência tônus parassimpático
• Diminui FC: na hiperatividade simpática (em caso de estresse, por
exemplo)
• Se um paciente já tem bradicardia, vou preferir as Drogas com ASI:
diminuir a força de contração sem mexer tanto na FC.
• Contratilidade: há diminuição (o inotropismo é sempre negativo
com o uso de um beta-bloqueador de qualquer família).
• Débito cardíaco: cai quando reserva diminuída. Quando o
paciente tem um bloqueio AV de estimulação elétrica de grau
aumentado (3º grau = bloqueio AV total), não devo usar um beta
bloqueador. Em casos de insuficiência cardíaca, não devo usar um
beta-bloqueador (se eu diminuir a força de contração e a FC, vou
complicar ainda mais o paciente).
Reações adversas
• Insuficiência cardíaca: se uso doses exageradas
• Vasoconstrição periférica: por causa do beta 2 na MEE
• Bradicardia
• Bloqueio AV
• Broncoespasmos
• Hipotensão arterial: em doses exageradas em decorrência do
inotropismo negativo.
Outros antiadrenérgicos
• Reserpina: dificultam não só o depósito qto a liberação de
catecolaminas.
• Guanetidina: dificultam não só o depósito qto a liberação de
catecolaminas.
• Alfa Metildopa: anti-hipertensivo antigo que acabava formando
falsos mediadores químicos, interferindo na biossíntese das
catecolaminas, incluindo um radical metil e diminuindo a intensidade
das respostas.
Aula 12 – SNA V
Droga adrenérgica: possibilita a predominância do simpático. Estimula o
simpático.
Drogas anticolinérgicas: inibem o parassimpático. Tb possibilita a
predominância do simpático.
Para o parassimpático predominar, posso dar uma droga colinérgica ou uma
antiadrenérgica.
Farmacologia – Antonio Mauro 66
Gustavo Finamor Salles
Modo de ação:
Ação direta: ligam-se aos receptores. Ex: ésteres de colina (ACh) e
alcaloides (Nicotina e Muscarina). A muscarina só se vê nos livros. Não se
usa na clínica. Essa droga só se usa em laboratórios. É uma droga
experimental. A nicotina pode ser obtida pelo tabaco. Tb não existe pra ser
injetada. Algumas substâncias liberam nicotina. A muscarina tem
predileção por alguns receptores à efetores do SNA (miocárdio, m liso e
gl). Já há vários receptores detectados.
A nicotina ocupa os receptores dos gânglios do SNA (simpático e
parassimpático).
Há receptores nicotínicos tbm nas placas da MEE.
INIBIDORES DA COLINESTERASE
Doença de Alzheimer: há neurônios que estão sendo destruídos por meio
de placas amiloides (depósitos de substâncias que dificultam a
despolarização adequada de membrana), de forma irreversível (há
pesquisas que tentam paralisar a evolução da doença). Parecem ser
Farmacologia – Antonio Mauro 70
Gustavo Finamor Salles
Efeitos:
• Cardiovasculares: bradicardia. Pode interferir no DC. Lembrar que
DC = FC x VS. Se a frequência abaixa, o DC abaixa. Se abaixo o
DC, há tb queda da PA. A resposta mais evidente do sistema
cardiovascular está no coração.
• Respiratório: contração da musculatura dos brônquios e bronquíolos.
Quando tenho crise de broncoconstrição, posso usar uma substância
anticolinérgica, já que a Ach causa broncoconstrição.
o Estímulo da produção de muco à causa problemas
obstrutivos e tosse com secreção de muco.
• Gastrointestinais: Ach em excesso à aumento do peristaltismo com
trânsito aumentado e diarreia. Trânsito aumentado produz cólicas.
Todas as vezes que tivermos uma dor visceral, ela não será
localizada, mas difusa. Uma dor bem localizada normalmente é
muscular.
o Pra dor de barriga, há os antiespasmódicos à Drogas
anticolinérgicas como o Buscopan (Escopolamina) – irmã da
Atropina. Pra cólica menstrual, tbm amenizo o sofrimento com
droga anticolinérgica.
• Olho: se ACh tá trabalhando, tenho miose.
• Sinapse neuromuscular: receptores Nm. A nicotina aumenta, nos
fumantes, a chance de tremores, pois aumenta a ocupação dos
receptores Nm (assim como a Ach). Algumas pessoas têm o tremor
essencial à nesse caso, usa-se beta-bloqueador não seletivo
(propranolol). Ex: um cirurgião, nervoso, que está meio trêmulo.
Farmacologia – Antonio Mauro 71
Gustavo Finamor Salles
ANTICOLINÉRGICOS
Combater ação da ACh. Droga de exemplo à Atropina. Atropina é a droga
inimiga da ACh nos receptores muscarínicos. A atropina só age nas
vísceras (miocárdio, m liso e gl). Quando eu dou atropina, ela inviabiliza a
ação da ACh. Se no coração a ACh promove bradicardia, a atropina dá
taquicardia.
ACh: promove, na m lisa, cólica intestinal. Atropina (anticolinérgico) evita
que ACh ocupe os receptores colinérgicos muscarínicos.
Atropina: anticolinérgico direto. Compete com a ACh (atropina é
anticolinérgico).
Anticolinesterásico: não age direto no receptor. Inibe a colinesterase pra
permitir uma ação mais prolongada da ACh. Colinesterase é produzida no
fígado.
Atropina e congêneres
• Atropina (hiosciamina) à Atropa belladonna à racêmica.
Midríase era padrão de beleza no Renascimento. Substâncias
semelhantes à atropina impedem que a ACh promova miose. O
resultado é midríase. Essa midríase é importante pra exame do fundo
Farmacologia – Antonio Mauro 72
Gustavo Finamor Salles
ABSORÇÃO
Gastrointestinal e membrana conjuntival. Pode ser absorvida perfeitamente
por via oral.
Bebês qdo começam a se alimentar e usar seu TGI podem ter cólicas.
Antigamente, usava-se anticolinérgico para tratar (antiespasmódico) à
Diciclomina (Bentyl).
Mydriacil (Tropicamida): dificulta ação da ACh no esfíncter da pupila.
Ipratrópio: Atrovent. Inalação da bronquite e da asma. O principal
anticolinérgico é a atropina. (Atrovent = atropina pra ventilação). Dificulta
a ação da ACh de promover broncoespasmo11.
Aula 13 – SNA VI
ATROPINA: principal anticolinérgico muscarínico. Age de forma
competitiva nos receptores muscarínicos.
Escopolamina: usada como antiespasmódico.
Sempre que pensamos em anticolinérgicos, temos que lembrar da Atropina
(anticolinérgico muscarínico).
Ipratropio: inalatório à age no m liso de brônquios e bronquíolos. Ocupa
receptor M, dificultando que a Ach cause broncoconstrição. Usado em
crises de asma e bronquite. Associado, frequentemente, ao Berotec
(broncodilatador). Associação de um beta 2 adrenérgico (berotec) com um
anticolinérgico (atrovent).
Curare: anticolinérgico que age nos receptores nicotínicos (Nm –
musculatura estriada). Os anticolinérgicos que agem nos gânglios (Nn) não
11
Fenoterol: causa relaxamento da musculatura lisa dos brônquios. Atrovent dificulta a
contração. Podem ser associados pra combater o broncoespasmo.
Farmacologia – Antonio Mauro 73
Gustavo Finamor Salles
Distribuição
Atropina: rápida: SNC: 30 min a 1 hora.
Escopolamina: SNC. Principalmente nos extremos de idade (bebês e
idosos), pode causar excitação.
Metabolismo
Gira em torno de 2 a 4 horas.
Farmacologia – Antonio Mauro 74
Gustavo Finamor Salles
Efeitos (Atropina):
• SNC
o Sedativo. Efeito não percebido na clínica. Percebido melhor
em animais.
o Quando tenho probabilidade que o estímulo vagal ocorra, eu
uso atropina. Ex: quando vou intubar um paciente, os ramos
laríngeos (do vago) são estimulados. O estímulo vagal causa
bradicardia. Em mtos pacientes, principalmente crianças, a
bradicardia deve ser evitada. Pra isso, eu uso atropina.
o Tremor de Parkinson: drogas anticolinérgicas são usadas para
combater o tremor.
o Distúrbios vestibulares: tonturas da labirintite.
Anticolinérgicos são usados pra tratar tbm esses distúrbios.
• Cardiovascular
o Atividade maior do nó SA do que no nó AV. Se eu diminuo o
intervalo entre PR, eu aumento a FC. Esse é um dos motivos
pelos quais posso combater o estímulo vagal com
anticolinérgicos.
o Vasos: pouca ou nenhuma inervação do parassimpático. A
vasoconstrição e vasodilatação ocorrem na presença ou na
ausência de alfa 1. Tansulosina ocupa receptores alfa 1 e evita
que a NA ocupe esses receptores, causando dilatação.
Farmacologia – Antonio Mauro 75
Gustavo Finamor Salles
• Respiratório:
o Broncodilatação, evitando que a ACh aja nessas musculaturas.
• TGI
o Ação espasmolítica
• TGU
o Quando eu tenho micção lenta e difícil. Bexiga que se contrai
demais: bexiga neurogênica. Paciente urina pouco e com dor.
Uso droga anticolinérgica pra combater essa situação.
o Tansulosina: usada na retenção urinária nos idosos e na HPB.
o Ameniza cólica menstrual.
• Gls sudoríparas
o Qdo faço um anticolinérgico, inibo a sudorese e a perda de
calor, que fica retido no corpo à febre atropínica. Isso
acontece mto em berçários.
Caso clínico
Paciente 35 anos é submetido a cirurgia sob anestesia geral.
Sedativo hipnótico: midazolam
Na indução anestésica:
• Propofol: dose adequada
• Fentanil: analgésico
• Rocurônio como relaxante muscular.
Na manutenção: isoflurano.
Paciente com dificuldade de respirar espontaneamente depois da cirurgia.
1. Quais as causas desta dificuldade?
2. Quais medidas farmacológicas devem ser tomadas para o caso?
3. Existe implicações nestas tomadas de medidas? Quais?
Depressão do SNC: hipnótico (Proprofol: causa sono e inconsciência no
paciente), opioide (Fentanil: analgésico mais potente que a morfina),
halogenado (éter especial – isoflurano – éteres halogenados tem sua
potência aumentada pelo radical adicionado). Ação residual do relaxante
muscular na placa mioneural: por isso o paciente não voltou a respirar
ainda.
A provável solução é o uso de anticolinesterásico à aumentar os níveis de
ACh na placa mioneural pela lei de ação das massas. Paciente vai
recuperando suas atividades de contração muscular.
Neostigmina: resultado da utilização dessa droga “descurarizante” à A
ACh tbm aumenta no miocárdio à provoca bradicardia. Pra evitar isso,
posso dar um anticolinérgico de ação muscarínica (Atropina). Eu quero que
a ACh aumente só nos receptores nicotínicos.
Farmacologia – Antonio Mauro 76
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Aula 14 – Antipsicóticos
Clorpromazina (Amplictil ®): até hoje é usada. Foi uma das primeiras
drogas usadas (1952) nos EUA e Europa para diminuir a excitação dos
esquizofrênicos.
GRUPOS DE DROGAS
• Fenotiazinas: Clorpromazina (Amplictil ®) – é um “sossega leão”.
Serve, por exemplo, pra sossegar um cara que esteja agitado no PS.
• Tioxantenos: parecem com as Fenotiazinas, mas com muita ação
antiemética. Falando em drogas antieméticas, o Plasil
(Metoclopramida) é uma droga antipsicótica que vai trabalhar
inibindo a dopamina agindo na zona do gatilho da região do centro
do vômito. Se a dopamina estimula o centro do vômito, provocando
peristaltismo de esôfago e estômago, se inibida, inibe tbm o
peristaltismo. A Metoclopramida é uma substância
antidopaminérgica. Substâncias antidopaminérgicas são usadas pra
combater esquizofrenia já que o indivíduo tem muita dopamina em
D2 e D4 cerebrais. A Metoclopramida age nos núcleos estriados
principalmente nos extremos de faixa etária, passando a barreira
hematoencefálica. Dessa forma, bebês não devem tomar Plasil ou
podem ter contrações extrapiramidais indesejadas. Plasil não deve
ser usado por crianças ou idosos. Alguns indivíduos podem
apresentar verborreia (começam a falar demais), mesmo não sendo
bebês ou idosos. Trata-se de um efeito indesejado para aqueles que
são mais sensíveis à Metoclopramida. Hoje, há drogas mais
modernas para combater o vômito.
Farmacologia – Antonio Mauro 80
Gustavo Finamor Salles
Fenotiazinas
• Clorpromazina (Amplictil ®): bloqueador-alfa-adrenérgico, como
o Haloperidol. O bloqueio alfa-adrenérgico pode proporcionar
inicialmente hipotensão postural (diminuição do fluxo sanguíneo
cerebral e síncope quando o indivíduo levanta depressa).
• Flufenazina (Diserin ®): Sistema Nervoso Central: Os efeitos
colaterais mais frequentemente relatados com os compostos
fenotiazínicos e outras drogas antipsicóticas são sintomas
extrapiramidais tais como pseudoparkinsonismo (tremor, rigidez,
etc.), acatisia, distonia, discinesia, espasmos, crises oculogíricas,
opistótono e hiperreflexia. São normalmente reversíveis; no entanto,
uma síndrome pseudoparkinsoniana persistente (discinesia tardia)
pode se desenvolver após administração prolongada de agentes
antipsicóticos. Esta síndrome é caracterizada por movimentos
rítmicos e involuntários (particularmente da face, boca, língua e
queixo e, algumas vezes das extremidades) que se assemelham aos
trejeitos faciais da encefalite e movimentos coreiformes dos
membros. Nestes casos crônicos, os sintomas podem persistir após a
retirada da droga e parecem ser irreversíveis em alguns pacientes.
Os agentes antiparkinsonianos geralmente não trazem benefícios
nestes casos.
Farmacologia – Antonio Mauro 81
Gustavo Finamor Salles
Tioxantenos
Muito parecidos com as Fenotiazinas. Flupentixol: droga com maior ação
antiemética.
• Clorprotixeno: semelhante às fenotiazinas como antiemético.
Butirofenonas
• Haloperidol (Haldol ®): efeito anticolinérgico. Alguns autores
dizem que diminui o tremor da Síndrome Extrapiramidal. Dessa
forma, os pacientes se sentiriam mais confortáveis com o
Haloperidol do que com a Clorpromazina. Em alguns indivíduos, os
tremores são ausentes, ou menos intensos, do que quando tomam
Amplictil. Essa substância anticolinérgica (quando falo em
parassimpático, tenho que lembrar em secreção de glândulas
salivares, sudoríparas, brônquicas) pode causar boca seca
(xerostomia), olho seco (diminui lacrimejamento), constipação
intestinal (lembrar que tomo anticolinérgico pra dor de barriga).
Pode haver também dificuldade de esvaziar a bexiga. Tudo isso pode
acontecer em pacientes psiquiátricos que tomam Haldol
(principalmente pedir água toda hora por conta da boca seca). Pode
ocorrer visão turva (ação no músculo ciliar), aumento da PIO.
o Também tem uma ação anti-histamínica, chamada de anti-
adrenérgica, que causa vasodilatação. Em aumento maior de
doses, pode provocar bloqueio alfa-1: vasodilatação por
bloqueio de H1 e pela ação de bloqueio alfa-1 à hipotensão
postural. Dependendo do local de ação pode ter efeito
anticolinérgico e antiadrenérgico.
o Haldol é um inibidor de dopamina cerebral. A dopamina não é
o principal mediador químico em sinapses simpáticas.
Inibindo a dopamina, vou ter efeitos que repercutirão no SN
periférico adrenérgico e colinérgico.
o Pode haver sintomas extrapiramidais. Inicialmente pode haver
sonolência.
• Domperidol
Difenilbutil-piperidinas:
Semelhante às butirofenonas. A diferença é que não apresenta sedação e
tem poucos efeitos secundários. Usado, por exemplo, pra idosos que têm
distúrbios bipolares (uma semana está agitado, outra semana está
deprimido) à pra não exagerar na dose, pode conjugar com um
Benzodiazepínico.
Poucos efeitos secundários.
• Pimozida (Orap ®): ação muito prolongada (semanas).
Farmacologia – Antonio Mauro 82
Gustavo Finamor Salles
Benzamidas substituídas
• Metoclopramida (Plasil ®): evitar extremos de faixa etária.
• Sulpirida (Equilid ®): mais utilizada por não desencadear efeitos
extrapiramidais. É menos potente, mas causa menos efeitos
colaterais.
Dibenzazepinas
Drogas atípicas, que começam a diminuir a ação extrapiramidal. Drogas
que resolvem o problema quando outras drogas não estão dando o efeito
desejado. Usado como alternativa dos tratamentos resistentes.
• Clozapina (Leponex®): quase não tem ativação do sistema
extrapiramidal, dá relaxamento muscular e tranquilidade pro paciente
e tem efeito sedativo. Ação no receptor D4 (dopa 4: indivíduo se
exclui, não quer conversar ou se relacionar com seus semelhantes.
Com esse remédio, o indivíduo passa a ouvir melhor os seus
semelhantes).
o Pode causar agranulocitose à necessidade de fazer exames
semanais ou quinzenais. Nos outros antipsicóticos, também
pode haver agranulocitose, mas com a Clozapina, é imperioso
fazer o controle.
Benzisoxasol
• Risperidona: antipsicótico atípico. Parece ser uma salada de todos
os bloqueios que eu preciso: bloqueador D2 + bloqueador
serotoninérgico (5-HT2) + bloqueador alfa 1, alfa 2 e H1.
o Boa resposta, uma vez que não apresenta efeitos colaterais
importantes (desde que o paciente não apresente doenças
prévias que dependam da ação dos receptores em que ela age).
o Pode-se trabalhar com mais facilidade. Pode ser feito por
injeção IM duas vezes por mês (a cada 15 dias): tem ação de
depósito com liberação lenta e contínua, dando o resultado
desejado.
Aula 15 – Antidepressivos
CLASSIFICAÇÃO SIMPLIFICADA
• Reativa: existe algum motivo. Depressão reativa ou motivacional.
Ex: perdi alguém da família. Comum em casais de idosos, quando
um morre e o outro entra em depressão e acaba morrendo também.
• Depressão maior (endógena): por algum motivo, o indivíduo
diminui a produção de mediadores químicos cerebrais. Pode ser
Farmacologia – Antonio Mauro 84
Gustavo Finamor Salles
SINTOMAS DA DEPRESSÃO
1. Humor depressivo, ruminação excessiva de pensamentos
negativos.
2. Diminuição do prazer/interesse, perda da sensação de
recompensa.
3. Distúrbios do sono e do apetite.
4. Apatia e pessimismo.
5. Perda da libido.
6. Autoestima baixa: sentimento de culpa, infelicidade.
7. Retardo do pensamento e da ação: indecisão.
8. Pensamentos recorrentes de morte, suicídio.
TRICÍCLICOS
São os mais tradicionais, junto com os iMAO. São usados há mais de 50
anos. São clinicamente semelhante aos heterocíclicos.
Ainda são usados na prática médica. São usados por via oral. Apresentam
primeira passagem hepática muito intensa. Dessa forma, as doses já são
farmacologicamente computadas para serem maiores que o necessário, já
que haverá o pagamento do pedágio do fígado antes de a droga começar a
agir.
Tem alta ligação proteica e alta lipossolubilidade (importante pra passar a
barreira hematoencefálica). Metabolismo de síntese ou conjugação, com a
formação de ácido glicurônico (glicuronídeos). Ainda assim, os metabólitos
dessa síntese ainda são ativos. Assim que se juntam com os glicuronídeos,
acontece que essas drogas muito lipossolúveis passam a ser ionizadas e
hidrossolúveis, facilitando sua eliminação renal.
Ex: Imipramina (Tofrani ®): muito utilizado pra criança que faz xixi na
cama (enurese noturna).
Os ADT são altamente lipossolúveis, sofrendo biotransformações
hepáticas, principalmente em compostos hidrossolúveis, que são
eliminados por via renal. Apenas pequena percentagem da droga é
Farmacologia – Antonio Mauro 88
Gustavo Finamor Salles
HETEROCÍCLICOS
Segunda geração (1980). Muito semelhante aos tricíclicos.
Maprotilina (Ludiomil ®): foi muito utilizada. Pensava-se que essa droga
inibia a recaptação de NA e dopamina. Hoje, sabe-se que ela é seletiva pra
NA.
Trazodona (Donaren ®): inibidora de alfa-2 e de recaptação de 5HT. Se eu
inibo alfa-2, deixo de modular a liberação de mais mediadores químicos à
a exocitose acontece de forma mais fluente. A Trazadona inibe os
receptores alfa-2 e inibe também a recaptação de serotonina. Esses dois
efeitos produzem o maior acúmulo de mediadores químicos na sinapse.
Bupropiona: usado por quem quer parar de furmar.
Anestésico ideal:
• Solúvel em água: fácil pra diluir e manipular.
• Latência curta: começa efeito rápido.
• Longa duração: importante pra analgesia.
Farmacologia – Antonio Mauro 90
Gustavo Finamor Salles
Estrutura química:
• Terminal aromático: responsável pela lipossolubilidade.
• Cadeia intermediária (confere potência): caracteriza o anestésico
como éster ou amida.
• Terminal amina: porção ionizável à pode receber ou não carga
elétrica. Moléculas não ionizadas podem se difundir pelos tecidos. Se
não houver carga elétrica, as perninhas ficam livres para andar
Farmacologia – Antonio Mauro 91
Gustavo Finamor Salles
Quando injeto anestésicos locais, vai haver moléculas não ionizadas, que se
difundem pra chegar até os canais de Na à há um “mergulho” parcial
dessa molécula que se ioniza e se fixa aos canais de Na.
GRUPO AMINOAMIDA
• Lidocaína (Xylocaína ®): usado no PS
• Prilocaína (Citanest ®): usado na odontologia
• Bupivacaína (Marcaína ®)
• Ropivacaína (Naropin ®)
Farmacologia – Antonio Mauro 92
Gustavo Finamor Salles
Sequência do bloqueio:
1. Difusão das moléculas de AL no sítio receptor na membrana do
neurônio.
2. Ligação do AL no sítio receptor.
3. Bloqueio do canal de Na.
4. Diminuição da condutância do Na.
5. Incapacidade de atingir o nível do potencial de deflagração.
6. Falha do desenvolvimento da propagação do potencial de ação.
7. Bloqueio da condução.
Farmacologia – Antonio Mauro 93
Gustavo Finamor Salles
FARMACOCINÉTICA
Absorção sistêmica
• Local de injeção: dependendo do local, há uma quantidade maior de
absorção da droga para a circulação sanguínea: Intercostal (quem faz
tatuagem em região torácica sabe que é muito sensível) e caudal.
Anestesia em região torácica à risco de maior absorção de
anestésico que em outras regiões (há muitos nervinhos intercostais).
Na região peridural caudal (S5) à grande chance de absorção
maciça com toxicidade. A dose pode estar adequada, mas a absorção
pode ser maior do que o fígado consegue metabolizar. Coração tem
depressão miocárdica. O objetivo do anestésico é chegar aos nervos.
Mas como os nervos se dispõem em feixes vásculo-nervosos, tbm
chegam aos vasos e, de lá, chegam ao miocárdio.
• Dose administrada: Doses adequadas e seguras causam menos
efeitos tóxicos. Se chega um politraumatizado e vários médicos vão
agir com anestesias locais em diversos pontos do corpo, a soma das
doses utilizadas não deve ultrapassar a dose segura pro paciente.
• Adição de um vasoconstritor: ex: ADR. Dificulta absorção rápida e a
toxicidade. ADR promove contração do m liso, com diminuição do
aporte sanguíneo da região à diminui a absorção e a massa de
anestésico fica mais tempo agindo em um território específico. O
resultado é a diminuição da velocidade de absorção e o aumento do
tempo de anestesia. A droga cai lentamente na circulação, o fígado
tem tempo de metabolizar e o coração não sofre efeitos clínicos tão
importantes. As doses não devem ultrapassar:
o Lidocaína: 10mg/kg (1 ml por kg) – xilocaína a 1%. 1 ml tem
10 mg.
o Bupivacaína: 2,5 mg/kg
Farmacologia – Antonio Mauro 95
Gustavo Finamor Salles
Fibras gama: ficam nos fusos musculares pra manter tônus e postura.
Farmacologia – Antonio Mauro 96
Gustavo Finamor Salles
Distribuição
Vai pra todos os tecidos corporais. O que me interessa são as células
excitáveis. Lembrar que no miocárdio tbm tem. Eu quero atingir os
neurônios de tecidos periféricos, mas tenho que lembrar que atinge os
neurônios de tecidos cerebrais tbm.
Velocidade e grau de difusão: ligação proteico-plasmática.
Proteínas plasmáticas com afinidade a anestésicos locais à transporte das
moléculas de anestésicos pelo organismo:
• Alfa 1 glicoproteína ácida à grande afinidade com aminoamidas
(xilocaína, bupivacaína).
• Albumina à sem especificidade.
Efeitos e toxicidade
• SCV
o Hipotensão sistêmica: efedrina: droga alfa e beta de ação
direta e indireta. Promove vasoconstrição, estimula beta 1 (pra
aumentar FC). Se a situação estiver muito ruim, associa com
ADR. Importante fornecer suporte cardiovascular ao paciente.
o Diminuição da contratilidade do miocárdio
o Queda do DC
• SNC
o Sonolência: primeiro sinal clínico de que está havendo
comprometimento do SNC. Paciente fica “grogue” pela
Farmacologia – Antonio Mauro 97
Gustavo Finamor Salles
Metabolismo e Excreção
• Ésteres à PABA à alergias.
• Amidas à xilididas como metabólitos (não alergênico). Os
anestésicos em frascos contêm estabilizadores ou conservantes,
como o metilparabem (mantém a solução do vidrinho estéril). Essa
substância pode causar alergia.
• Prilocaína (aminoamida): tem um metabólito especial à orto-
toluidina à pensou-se que podia ser carcinogênico. O que se sabe é
que a o-toluidina tem grande afinidade pelas moléculas de
Hemoglobina, não deixando o O2 se ligar à meta-hemoglobinemia
à dificuldade de transporte de O2 pela Hb.
o A prilocaína foi mto usada na anestesia médica. Os dentistas
ainda usam muito, mas em menores quantidades, em doses
seguras para não causar meta-hemoglobinemia perceptível
clinicamente.
o Quando ocorria meta-hemoglobinemia, tratava-se com azul de
metileno, que deslocava a o-toluidina da Hb, possibilitando
nova ligação com o O2.
§ Azul de metileno 1% à 1-2 mg/kg (EV)
Farmacologia – Antonio Mauro 98
Gustavo Finamor Salles
A primeira anestesia foi feita com éter. O paciente dormiu e não lembra de
ter tido dor (1846, William Thomas Green Morton – patrono da anestesia).
Antes disso, eram vários os métodos pra se fazer uma cirurgia, como
amarrar o paciente ou deixá-lo bêbado. Hoje, é possível anestesiar o
paciente por muitas horas com relativa segurança.
Todo paciente sob anestesia geral está compulsoriamente inconsciente. Não
responde a estímulos nocivos.
Éter dietílico: C – C – O – C – C
Éter dietílico: era inalado o vapor pra anestesiar o paciente, que ficava
sufocado nessa vapor por cerca de meia hora antes de dormir. Todo mundo
da sala de anestesia ficava inebriado. O cheiro era muito ruim e forte.
Possibilitou a evolução de muitas técnicas cirúrgicas. No entanto, muita
gente morreu inalando anestésico. Até hoje, muita gente tem mais medo da
anestesia do que da cirurgia em si.
Endovenosos
• Tiopental
o primeira droga usada como anestésico endovenoso. O
tiopental, o propofol e o etomidato têm ação muito rápida. É
aquela brincadeira de o paciente ir contando até 10 durante a
anestesia. O tempo de latência é praticamente o tempo de a
Farmacologia – Antonio Mauro 99
Gustavo Finamor Salles
Histórico
• 1846: William Thomas Green Morton (éter). Misturou alguns sais
aromáticos pra vender o produto sem descobrirem que era éter.
• 1860: óxido nitroso: potencial pequeno pra fazer dormir, mas é bom
analgésico.
• 1930: barbitúrico (pouco antes da II GM)
• 1956: Halotano: usado até pouco tempo atrás.
Éter, halotano e óxido nitroso são drogas inalatórias. Barbitúrico é IV.
A ideia era aproveitar doses pequenas de várias drogas para efeitos
específicos de cada uma. Aí não precisava aumentar muito a dose de uma
só.
Pra inconsciência e amnesia: hipnóticos (propofol em doses hipnóticas);
Pra analgesia: opioides (Fentanil – 100x mais potente que a morfina);
Farmacologia – Antonio Mauro 100
Gustavo Finamor Salles
Anestesia Geral:
• Analgesia
• Inconsciência e amnesia
• Inibição de reflexos
• Relaxamento muscular
Ventilação à alvéolo.
Frequência e profundidade à ventilação minuto.
• É possível agilizar ou retardar o que o paciente tá inspirando durante
a anestesia. É possível aumentar a frequência ou a profundidade de
cada respiração pra agilizar a depressão do SNC.
Maior [ ] no ar inspirado.
• É possível tbm aumentar a [ ] de moléculas em cada respiração pra
agilizar a depressão do SNC. Aumenta o número de moléculas na
circulação e, consequentemente, no cérebro.
CAM: concentração alveolar mínima (ponto de equilíbrio dinâmico)
• DE50 (dose eficaz em 50% da população estudada). A concentração
alveolar mínima é equivalente ao DE50. Quanto menor a dose
Farmacologia – Antonio Mauro 103
Gustavo Finamor Salles
Reversão da Anestesia
Quando acaba a cirurgia, vou parar de inalar a droga (preciso promover a
eliminação da droga do cérebro). As drogas que mais facilmente são
eliminadas pela respiração são as drogas menos solúveis. Quando as drogas
não são solúveis, elas saem rapidamente do corpo (o paciente acorda mais
rápido). As drogas mais solúveis promovem impregnação dos tecidos e o
paciente acorda mais devagar. As duas drogas que fazem o paciente
acordar mais rápido são a mais velha e mais nova (têm pouca solubilidade e
não fica muito impregnada nos tecidos):
• Óxido nitroso (droga mais velha que o éter)
• Desflurano (droga mais nova)
Com o halotano, devido a sua maior solubilidade, o paciente acorda mais
lentamente. Clinicamente, não é tão grande a diferença (cerca de 1 ou 2
minutos). Mas pra Farmacologia, isso é importante por questões de
farmacocinética e farmacodinâmica. O halotano tem maior solubilidade à
impregna mais nos tecidos à maior tempo de eliminação.
Tempo e acúmulo
• Se faço anestesia por mais tempo (numa cirurgia longa, por
exemplo), há uma maior chance de acúmulo e uma recuperação mais
lenta (principalmente para os anestésicos inalatórios). Durante toda a
cirurgia, o anestésico é administrado pra manter o equilíbrio
dinâmico entre moléculas inspiradas e expiradas.
Pulmões: principal via de eliminação.
O fígado metaboliza o que for possível. A eliminação é renal. O flúor, em
grande quantidade pode causar lesão renal. Hoje em dia, mesmo com flúor,
a dose dessa substância é pequena e não tende a causar lesões renais.
Drogas mais antigas podiam liberar muito flúor e causar lesões renais.
Algumas drogas foram retiradas do mercado por isso.
Farmacologia – Antonio Mauro 104
Gustavo Finamor Salles
Drogas inalatórias:
Enflurano: convulsões.
Efeitos no SCV
Efeito dose dependente: se a dose é grande, ocorre depressão miocárdica
mais intensa. Com uma dose muito pequena, pode ser que o paciente não
durma. A dose tem que ser adequada pra que o cérebro não sinta os
estímulos. A dose alta pode causar problemas renais, miocárdicos, etc.
%&'()%&*
• 𝑃𝐴𝑀 = (forma de calcular a PAM sem fazer punção).
+
• PAM pra um indivíduo normal deve ser 60 mmHg pra que todos os
tecidos sejam adequadamente irrigados. Quando há depressão do
SCV, esse valor pode ser alterado. A PAM vai sofrendo ação do
anestésico à medida que eu aumento a [ ] de anestesia. Aumentando
a [ ] de anestésico, diminui a PAM.
• A PAM diminui na razão inversa da concentração alveolar de
anestésico.
Frequência cardíaca
Varia fisiologicamente: Quando tenho hipotensão, o DC diminui, volume
sistólico tá baixo à pra manter o volume minuto, aumenta a FC. Durante a
anestesia, esse reflexo pode ser abolido.
• Halotano: estímulo vagal à bradicardia. PA despenca. PAM não vai
manter a perfusão.
• Isoflurano e desflurano: tem estabilidade maior: taquicardia discreta.
• Sevoflurano: pouca interferência.
Os anestésicos interferem na fisiologia cardiorrespiratória.
bom anestésico pra ser usado sozinho. Causa uma analgesia boa. Deve ser
associado a outros inalatórios à somação de efeitos das drogas à evitar
muita depressão do SCV. Muito difusível: mais difusível que o O2. Se
misturo N2O com ar atmosférico, a [ ] de O2 fica mais deslocada pq o N2O
se difunde mais rápido pelo pulmão, provocando uma hipóxia difusional.
Hipóxia é muito prejudicial pra cérebro e coração. Esse é um dos grandes
riscos do uso de N2O em consultórios de dentistas. É mais seguro ser
administrado em CC. Pacientes especiais podem fazer até tratamento
dentário em CC.
Anestésico bom tem que fazer dormir. Analgésico é o que diminui a
sensibilidade a dor.
Isoflurano
• É o mais estável com as catecolaminas e o miocárdio durante as
anestesias. Pode causar um pouquinho de taquicardia, mas não
provoca arritmias.
Depressão neurociliar
• Tabagistas aspiram fumaça quente. À noite, indivíduo dorme e não
fuma. Trato ciliar começa a funcionar. Paciente começa a mudar de
posição pra fazer uma drenagem postural. De manhã, faz a toalete
pulmonar na pia, com uma grande escarrada porque mobilizou as
secreções, uma vez que à noite não houve inalação de ar quente e
seco.
• Quando intuba o paciente, elimina-se o nariz da respiração. Pra
acondicionar o O2 em volumes menores, diminui-se a temperatura.
O O2 que se administra pro paciente é frio. Se o paciente é tabagista
e vai ser operado, causo a mesma coisa.
• Ar frio e seco (ou quente demais): a vibração do trato ciliar não
funciona. Se não funciona no pós-operatório e faço uma cirurgia de
tórax no paciente, o acúmulo de secreção nessa atelectasia vai ser um
meio de cultura para infecções.
• Necessidade de o ar estar aquecido e umidificado pra não ocorrer
uma depressão do trato ciliar no pós operatório. Um paciente com
dor não tosse direito. Por isso, é interessante uma analgesia pós-
operatória. O paciente pode tossir pq a porção operada está sob
analgesia. Isso permite a deambulação precoce, prática de exercícios
respiratórios, etc.
• Desflurano: já nasceu morto. É muito estimulante de forma negativa
pra respiração. Pode causar tosse e laringoespasmos. Além disso, é
muito caro.
Na anestesia, as respostas são muito agudas. Por isso, não se pode errar.
Farmacologia – Antonio Mauro 111
Gustavo Finamor Salles
Cérebro
• Se aumento muito o aporte de sangue, aumenta a PIC. O sangue
que está chegando comprime vasos importantes. Edema cerebral
pode causar problemas para circulação cerebral periférica.
Quando faço anestesia, posso causar aumento do fluxo sanguíneo
às custas da queda da resistência. O aporte de sangue pro cérebro
aumenta e aumenta a PIC. Muitas vezes, isso é inadmissível. Pra
neurocirurgia, por exemplo, o cérebro pode herniar e sair do
crânio. Quem mexe na resistência vascular pra mexer no fluxo:
CO2. O aumento de CO2 promove a queda da resistência. Isso
ocorre, por exemplo, quando ventilo mal o paciente à CO2
acumula à acidose respiratória (aumenta a PaCO2). Se ventilo
melhor o paciente, a PaCO2 baixa, os níveis de CO2 caem, e a
resistência vascular aumenta. O fluxo diminui e a PIC tbm. Se
ventilo melhor o paciente, o cérebro que estava inchado começa a
voltar ao normal pela queda de CO2. O CO2 é o principal fator
pra alteração vascular cerebral.
• Atualmente: Sevoflurano, Desflurano e Isoflurano.
• Neurocirurgias são demoradas. Sevoflurano pode reagir e causar
o aparecimento de uma substância nefrotóxica por inibição
enzimática. AM prefere usar isoflurano.
• Metabolismo: diminuído com inalatórios.
Efeitos Renais
Os anestésicos “flurano” liberam flúor. O flúor aumenta a potência dos
ésteres. Num paciente normal, há filtração glomerular normal e débito
urinário normal (fluxo sanguíneo renal normal). Quando houver
metabólitos em excesso (flúor ou ác. Trifluoracético), pode haver
nefrotoxicidade.
Presença de flúor em excesso pode gerar nefrotoxicidade. Das drogas
usadas hoje, quem mais gera nefrotoxicidade é o isoflurano. Mesmo assim,
a quantidade liberada é muito aquém da necessária pra causar
nefrotoxicidade.
Sevoflurano: hoje o paciente ins e expira dentro de um aparelho pra evitar a
poluição ambiental. Esse sistema passa por um recipiente que capta o CO2
desse sistema e libera o que não é CO2. Nessa reação química de
Sevoflurano e CO2, com um tempo prolongado de anestesia, pode provocar
o aparecimento do composto A (pentafluorisopropenilfluormetileter), que
interfere na enzima betaliase, que pode acarretar em necrose tubular renal.
Apesar de o isoflurano ser o que mais libera flúor, a quantidade liberada
não é nefrotóxica.
Farmacologia – Antonio Mauro 112
Gustavo Finamor Salles
Hipertemia maligna
Todos os anestésicos inalatórios podem desencadear hipertermia maligna,
desde que o paciente tenha um distúrbio genético da musculatura estriada
esquelética (MEE). Quando se usava qualquer anestésico inalatório com o
curare succinilcolina, aumentava a probabilidade de ocorrência da
hipertemia maligna em pacientes com predisposição genética. Sinais e
sintomas:
• Atividade metabólica aumentada: aumenta a temperatura corporal.
• Atividade muscular mantida à aumenta metabolismo à acúmulo de
CO2 à acidose metabólica à canais de K ficam escancarados.
Acidose metabólica é sempre acompanhada de hiperpotassemia.
• Hipertermia
• Hipertensão arterial
• Taquicardia
• Rigidez muscular intensa
• Hiperpotassemia
• Desequilíbrio ácido-básico com acidose.
Esses quadros clínicos devem ser corrigidos. A associação do anestésico
inalatório com o distúrbio genético faz que o Ca sarcoplasmático saia e vá
Farmacologia – Antonio Mauro 113
Gustavo Finamor Salles
ENDOVENOSOS
Tiopental Sódico
• Hiperalgésico: precisa injetar um analgésico junto. Sente o estímulo
doloroso com mais intensidade. Aumenta a sensibilidade à dor.
• DC – inotropismo – retorno venoso.
o Tiopental deprime miocárdio, provocando inotropismo
negativo. DC diminuído.
• Capacitância venosa.
o Provoca vasodilatação principalmente venosa. O território
vascular aumenta muito, mas a quantidade de sangue não. A
velocidade de circulação e o retorno venoso diminuem. A pré-
carga diminui. Câmaras se enchem com menos volume.
Quando o VE contrair, se há vasodilatação arterial, a pós-
carga fica diminuída. Pós-carga é o volume remanescente no
VE após a sístole. Se ejeto o sangue com muita facilidade, fica
menos sangue no VE (pós-carga diminuiu).
o Pós e pré carga diminuída: deficiência de circulação e de
irrigação dos territórios mais ricos e vitais (cérebro, rim,
pulmão, fígado, coronárias). O miocárdio está sendo
deprimido.
• Hipotensão: porque o SCV está deprimido.
• Coma induzido com tiopental à a ideia é reduzir o metabolismo em
até 60%. Quero que o cérebro necessite menos de nutrientes. Ex:
edema cerebral. Tecido cerebral não tem reserva de O2 e glicose.
Quando a circulação está ruim, pra preservar os neurônios, posso
hiberná-los, diminuindo o metabolismo dos neurônios com tiopental.
Isso é pra preservar o cérebro em situações de privação de glicose e
O2. O fluxo sanguíneo encefálico e a PIC diminuem.
Farmacologia – Antonio Mauro 115
Gustavo Finamor Salles
Etomidato (Imidazólico)
• Hipnótico: causa inconsciência e faz dormir rapidamente (ação
rápida).
• Analgesia ausente. Etomidato só faz dormir, mas não faz analgesia.
Necessidade de fazer anestesia balanceada. Se administro só uma
droga pra anestesiar o paciente, aumento a ação da droga, mas
aumento também a toxicidade.
• Dor durante a injeção e mioclonias (contrações musculares
involuntárias). Pode dar analgésico junto pra amenizar a dor.
• Boa estabilidade cardiovascular: não causa hipotensão, inotropismo
negativo, vasodilatação, etc. Indicada pra pacientes cardiopatas,
hipertensos, desidratados.
• Sistema respiratório: seguro. Se injeto uma dose maior que a
necessária, posso causar apneia.
• Supressão da suprarrenal por meio da inibição de enzimas
mitocondriais (11-beta-hidroxilase à responsável por transformar
bom colesterol em cortisol).
• Não deve ser usado em altas doses pelo risco de supressão da
suprarrenal. Infusão contínua tbm pode levar à supressão renal, que
pode ensejar tratamento com corticoides depois da cirurgia.
• 0,2 a 0,4 mg/kg. Sedação de 4-8 minutos. T ½ β bem mais curto que
o tiopental (3 horas).
Propofol
• Líquido branco leite.
• Hipnótico sem analgesia: pode associar com analgésicos.
• Dor durante a injeção.
• Contrações tônico-clônicas
• SCV: diminui volume sistólico frequentemente, inotropismo
negativo. Deve-se ter cuidado se o paciente não tem estabilidade
hemodinâmica no pré-operatório. Muito parecido com o tiopental.
• Tempo de latência bastante curto. Rápida velocidade de ação.
• É meio oleoso. Pra misturar com água, usa-se intralipid (proteína da
clara do ovo que permite emulsão mais homogênea). Emulsão é
mistura de microgotas de água e gordura. Essa proteína do ovo é
passível de contaminação. Recomenda-se não reutilizar frascos
abertos. Deve-se desprezar as sobras pelo risco de contaminação.
• Estimula a liberação de GABA, que abre canais de Cl, promove a
hiperpolarização e os neurônios ficam refratários a novos estímulos.
• Michael Jackson fez o propofol ficar famoso. Propofol é uma droga
de utilização intra-hospitalar, em ambiente próprio para resolver
possíveis intercorrências.
• Sistema respiratório: depressão dose dependente.
• Diminui a presença e a oferta de dopamina e de serotonina no centro
do vômito à ação antiemética. Plasil é um antiemético. O irmão da
metoclopramida é a sulpirida (antipsicótico) à diminuem
mediadores químicos. De uma maneira geral, antipsicóticos têm
efeito antiemético por diminuírem a presença de serotonina e
dopamina no centro do vômito. Esses mediadores químicos
estimulam muito o cérebro. A metoclopramida não tem muito efeito
antipsicótico, mas é um bom antagonista da dopamina à ocupa os
receptores da dopamina na região do centro do vômito. É uma droga
antiemética bastante competente.
• Eliminado rapidamente: T ½ β menor que duas horas. Depois de
duas horas, metade da droga já foi eliminada.
• Utilizado em anestesia ambulatorial e em infusão contínua.
• Não desencadeia hipertermia maligna (mobilização de Ca
intracelular, mantendo a contração, aumentando metabolismo e
temperatura – hipertemia).
• CUIDADO: 98% de ligação proteica. 2% das moléculas que eu
injeto já faz o efeito que eu quero. Se um paciente está debilitado,
com hipoproteinemia, mais moléculas ficam livres e podem ocorrer
efeitos exagerados. Para administrar uma droga que se liga muito a
Farmacologia – Antonio Mauro 117
Gustavo Finamor Salles
proteínas, o paciente deve estar bem equilibrado para que não haja
efeitos indesejados.
QUETAMINA ou CETAMINA
• Irmã do LSD (alucinógeno) à fenciclidinas. Ela dissocia estruturas
do cérebro, provocando anestesia, ausência de estímulo perceptivo e
doloroso; a córtex é estimulada. Perceber que essas funções estão
associadas à anestesia dissociativa tálamo-cortical. Parece que o
indivíduo está acordado.
• Usada em crianças como pré-anestésico. Quetamina é analgésico!!!
Inodora, incolor e insípida. A criança toma sem muitos problemas. A
criança fica ligada, mas sem contato com o meio ambiente
(alienado). Alguns relatam algumas alucinações, como no uso de
LSD. Ambas são fenciclidinas, grupo farmacológico de substâncias
que causam alucinações. Pode causar desejo de suicídio.
• Pode ser administrada oral, IM ou EV. Se uma criança chega no PS
sangrando pra fazer uma sutura e muito desesperada, pode dar umas
gotinhas de quetamina oral para limpar o corte e infiltrar a xilocaína
a 1%. Para evitar alucinações, pode dar midazolam junto. Como o
sabor fica amargo, pode misturar com groselha. É um excelente pré-
anestésico: quetamina + midazolam + groselha. Forma uma espécie
de xarope.
• É interessante poder fazer por várias vias. Pra crianças, via
endovenosa pode ser muito agressiva. Via oral causa menos
cicatrizes psicológicas.
• Analgesia presente mesmo em doses sub hipnóticas.
• Ocupa receptores NMDA (N metil D aspartato) do glutamato e
receptores µ (mu) opioides.
o Glutamato ocupando NMDA libera substâncias que produzem
dor. Se bloqueio o receptor NMDA, ele fica inviável pro
glutamato, causando analgesia.
o Alguns dizem que tem efeitos analgésicos semelhantes à
morfina.
• Manutenção dos reflexos: faríngeo e laríngeo: há maior possibilidade
de preservar as vias aéreas. É só aspirar as vias aéreas e o paciente
normalmente volta a respirar sem problemas.
• Sistema respiratório: não deprime tanto a respiração. Além de agir
nos receptores NMDA, dificulta a recaptação de noradrenalina nas
sinapses à pode dar estímulo simpático à estimula SCV. Tiopental
e propofol deprimiam o SCV. A quetamina, dificultando a
recaptação de noradrenalina, promove taquicardia e hipertensão
Farmacologia – Antonio Mauro 118
Gustavo Finamor Salles
Aula 20 – Benzodiazepínicos
• Ansiolítico
• Sedativo
• Efeito Hipnótico
• Distribuição rápida
• Metabolismo hepático
Benzodiazepínicos.
• Distribuição: depende do fluxo sanguíneo e do território.
• Concentração
• Lipossolubilidade = SNC
o Quanto mais lipossolúvel, mais potente a droga vai ser.
• Midazolam > Lorazepam > Diazepam (potência hipnótica)
Barbitúricos
• Tiobarbitúricos: “tio” = enxofre à aumenta a solubilidade. Ex:
tiopental usado na anestesia (paciente dorme de 15 a 20 segundos).
Muito lipossolúvel. Drogas muito lipossolúveis passam tbm a
barreira placentária. A barreira placentária é muito menos capaz de
segurar substâncias que a barreira hematoencefálica. Quando faço a
anestesia numa grávida, tudo passa com facilidade pro feto. A
Farmacologia – Antonio Mauro 121
Gustavo Finamor Salles
Se eu tiver que optar por cuidar da mãe ou do RN, tenho que escolher a
mãe.
BIOTRANSFORMAÇÃO
BZD
Oxidação microssômica (metabolismo de fase I); sofre tbm metabolismo de
fase II (conjugação). Glicuronídeos (derivados da glicose) se acoplam a
essas moléculas formando um novo conjunto. Isso faz que a substância seja
mais facilmente eliminada pelos rins.
O efeito da droga se prolonga no tempo, uma vez que seus metabólitos tbm
são dotados de potencial sedativo. O T ½ β acaba se prolongando por conta
dos metabólitos ativos.
Barbitúricos
A maioria tem T ½ β de até 48h. Exceto fenobarbital: 4-5 dias.
FARMACODINÂMICA
Reagem na estrutura dos canais de Cl, ocupando suas subunidades e
estimulando a liberação de GABA. O GABA aumenta a permeabilidade
dos canais de Cl à entrada de Cl à hiperpolarização da membrana à
deprime neurônios. Quanto mais neurônios deprimidos, mais eu deprimo
meu cérebro.
Se dou um BZD pra quem tá com uma cólica renal, o paciente pode perder
o controle de seu comportamento, como se tivesse tomado algumas doses
de bebida. Paciente perde a autocrítica. Pra um paciente com dor, tenho que
dar analgésico. BZD em quadros dolorosos acabam excitando o paciente.
Farmacologia – Antonio Mauro 124
Gustavo Finamor Salles
Aula 21 – Opioides
ANÁLOGOS DA MORFINA
• Agonistas: morfina, codeína e heroína (drogas naturais).
• Agonistas parciais: nalbufina (droga sintética).
• Antagonista: naloxona. É muito frequente aparecer efeitos
colaterais do uso de opioides, mesmo em doses adequadas. Quando
o efeito colateral é muito intenso, devo antagonizar esses efeitos.
Antagonizo também a analgesia. O agonista parcial é interessante
porque é agonista apenas de alguns receptores.
• Sintéticos:
o Fenilpiperidinas: petidina, fentanil, alfentanil, sufentanil e
remifentanil.
Farmacologia – Antonio Mauro 127
Gustavo Finamor Salles
EFEITOS COLATERAIS
• Náusea, vômito e prurido. Na grávida com dor, o Sufentanil tira a
dor, mas pode causar intenso prurido entre as mamas (seio torácico).
Esse efeito é muito comum em opioides. Quando acaba o efeito da
droga, acaba o prurido. Indivíduos menos preparados podem achar
que esse prurido pode ser combatido com anti-histamínico, como o
Farmacologia – Antonio Mauro 129
Gustavo Finamor Salles
Antagonista puro
• Naloxona: é a mais usada. Efeito curto.
• Naltrexona: tá chegando no Brasil. Efeito longo. Pode ser usada via
oral.
FARMACOCINÉTICA
Absorção pode ser oral. Alguns cânceres são tratados com opioides para
diminuir a dor.
Morfina: muito variável.
Codeína: bem absorvida VO.
T ½ beta dos opioides: em média de 3 a 6 horas.
Farmacologia – Antonio Mauro 131
Gustavo Finamor Salles
Aula 22 – Opioides
começou a ser usada no lugar da codeína foi a Folcodina, que não é opioide
e tem um efeito antitussígeno bastante interessante. O nome comercial de
algumas drogas que usavam codeína não mudou (mas a codeína que havia
em sua composição foi substituída por folcodina).
Sintéticos
• Fenilpiperidinas:
o Petidina (meperidina): foi muito usada no PS. Foi substituída
pelo Tramal, que também é opioide. São drogas ruins de serem
usadas por produzirem muitos efeitos colaterais.
o Fentanil, alfentanil, sufentanil, remifentanil.
• Metadonas: metadona, d-propoxifeno (doloxene) à existe em
comprimidos (obviamente é mais fraco).
• Benzomorfanos: pentazocina, ciclazocina.
Uma analgesia numa criança em que uso morfina também vai provocar
prurido. Nesse caso, é indicado fazer um antagonista porque uma criança
não consegue ficar sem se coçar.
95% de todas as fibras aferentes pra dor chegam pelo corno dorsal da
medula ao SNC. Outras vias são medial e anterior. Corno dorsal tem
lâminas. A lâmina II tem grande quantidade de receptores opioides.
Quando as fibras de dor (A delta e C) chegam ali, encontram o efeito do
opioide, que vai filtrar os estímulos dolorosos, pra que eles não
bombardeiem intensamente o SNC. O opioide diminui a intensidade do
bombardeamento dos estímulos dolorosos principalmente na lâmina II,
chamada de substância gelatinosa.
Opioides endógenos
Endorfinas liberadas nas atividades físicas dão sensação de bem-estar.
Aula 23 – Opioides
Reversão dos efeitos dos opioides pode ser feita. Pra grávida, por exemplo,
o uso de opioide pode dar prurido no seio. Se tiver incomodando o
paciente, posso pensar em um antagonista parcial ou agonista-antagonista
à Nalbufina. A maioria dos efeitos colaterais se dá pelos receptores mü. A
Nalbufina é antagonista dos receptores Mü e agonista dos receptores delta e
kapa. Os receptores kapa também dão analgesia. A Nalbufina elimina os
efeitos colaterais e mantém a analgesia (antagoniza o Mü, mas é agonista
de kapa, que também dá analgesia).
Antagonista total (antagonista puro): Naloxona à tira os efeitos colaterais,
mas também a analgesia.
Farmacologia – Antonio Mauro 136
Gustavo Finamor Salles
Farmacodinâmica
Mecanismo de ação celular
• Nas Membranas:
o Opioides têm ação a nível de membrana que modifica
elementos intracelulares (como segundos mensageiros e
proteína G).
o Hiperpolarização: K como íon responsável. Propofol,
Tiopental, Etomidato, etc: agem perto do canal de Cl
estimulando liberação de GABA. O Cl entra e hiperpolariza a
célula. No caso dos opioides, o K é retirado da célula,
aumentando a dificuldade de despolarização da membrana.
o Inibição da deflagração celular: Ca (Ca não entra) pela
inibição da Adenil ciclase.
o Inibição pré-sináptica de liberação da Substância P (substância
que causa dor)
Farmacologia – Antonio Mauro 137
Gustavo Finamor Salles
• Ao nível bioquímico:
o Ocupação dos receptores promove inibição de adenilciclase
(mü-receptores)
o Queda do conteúdo de AMPc
o Proteína G (canais iônicos) à delta receptores (modulador).
AÇÕES FARMACOLÓGICAS
Morfina e petidina liberam histamina. Devo ter cuidado em pacientes
pneumopatas. O uso da morfina pode deflagrar crise de broncoespasmo.
Hoje, há muitos opioides que não liberam histamina e causam prurido por
hipermodulação de receptores periféricos. Isso ocorre principalmente no
seio, região perioral e abdome (trajeto do ar inspirado). Parece que a
corrente de ar quente estimula receptores que causam prurido no trajeto do
ar do corpo humano. Não adianta dar anti-histamínico nesses casos. Pra
morfina, posso dar anti-histamínico se causar prurido, que melhora um
pouco, já que libera histamina.
Analgesia
• Morfina: exceção na dor de origem central, em que o opioide não é a
melhor opção terapêutica (devemos associar muitas drogas).
• Nocicepção: estimulação de receptores de estímulos nocivos.
Substância gelatinosa; ação de inibição da substância P.
• Componente afetivo (sistema límbico). É o que dá a sensação de
recompensa pelo uso da droga.
Euforia
• Sensação de contentamento e bem-estar (delta receptores modulando
os mü-receptores). Pacientes com dor crônica.
Depressão respiratória
• Necessidade de acúmulo de CO2 pra estimular o centro respiratório
(bradipneia). Quanto maior a depressão, mais tenho que esperar o
CO2 acumular (aumento do limiar de apneia). Se essa ação for muito
acentuada, posso usar a Nalbufina ou Naloxona (antagonista puro,
que age em todos os receptores).
Reflexo da tosse
Não está ligada à analgesia e depressão respiratória. Vias aéreas superiores
vão até a glote. Traqueia já é via aérea inferior.
Farmacologia – Antonio Mauro 138
Gustavo Finamor Salles
Náuseas e vômitos
Até 40% dos pacientes que tomam morfina.
Área postrema no bulbo (zona quimiorreceptora) à zona de trigger
(gatilho) que desencadeia náusea e vômito.
Plasil (Metoclopramida) ocupa os receptores de dopamina na região da área
postrema (antidopaminérgico) à igual a ação da Sulpirida (também usada
como antipsicótico). Plasil não deve ser usado em extremos de idade. Tem
efeito antipsicótico e pode deflagrar síndrome extrapiramidal.
Antigamente, usava-se Apomorfina, derivado da morfina que não tem
efeito analgésico, mas pode causar vômito. Fazia propositalmente o
paciente vomitar (ex: criança comeu planta tóxica, tentativa de suicídio).
Apomorfina (agonista dopaminérgica) sem analgesia.
Constrição pupilar
Uso de opioide: pupila fica muito fechada. Estimulação do núcleo
oculomotor (mü e kapa receptor).
TGI
Aumento do tônus da musculatura lisa e redução da motilidade
(constipação). Algumas tinturas de ópio eram usadas para pacientes com
diarreia.
Diminui a velocidade do esvaziamento gástrico.
Vias biliares: aumenta a pressão das vias biliares. Ocorre hipertonia do
esfíncter de Oddi, aumentando a pressão das vias biliares. Nalbufina pode
promover o relaxamento do esfíncter de Oddi.
TGU
Pra cálculo em ureter, é melhor usar Tansulosina (bloqueador alfa-1A).
Buscopan composto tem escopolamina com dipirona (relaxar o ureter e
causar analgesia).
Farmacologia – Antonio Mauro 139
Gustavo Finamor Salles
Outras ações
Histamina: urticária e prurido (local).
Broncoconstrição e hipotensão (sistêmica).
Broncoconstrição
Nos asmáticos
Hipotensão e bradicardia
Todo opioide pode diminuir um pouco a PA. Não é uma hipotensão grave
se for administrada em doses seguras.
Grandes doses (bulbo)
Tolerância: em 12 a 24 horas.
Efeitos: analgésico, euforizante, depressor respiratório.
DEPENDÊNCIA FÍSICA
Síndrome de abstinência: após uso crônico. Emagrecimento, irritabilidade,
comportamento anormal, calafrio, convulsão e agressividade.
Depois: bocejos, dilatação pupilar, febre, sudorese, piloereção, náuseas,
diarreia e insônia.
Dependência psicológica
É mais complexa que a dependência física. Está ligada à gênese do uso
compulsivo (vício).
Farmacologia – Antonio Mauro 140
Gustavo Finamor Salles
Aula 24 – Antibióticos
AGENTES ANTIBACTERIANOS
Infecção
É uma colonização de substâncias estranhas e patogênicas ao organismo
(possíveis causadores de doenças). O infectante procura utilizar os recursos
do hospedeiro para se multiplicar (com evidentes prejuízos para o
hospedeiro). O organismo infectante, ou patogênico, interfere na fisiologia
normal do hospedeiro e pode levar a diversas consequências. A resposta do
hospedeiro é a inflamação.
ANTIBIÓTICO IDEAL
Bactérias
As bactérias são organismos procarióticos que frequentemente contêm
alvos exclusivos para intervenção farmacológica. Os fármacos atualmente
disponíveis interrompem a replicação e o reparo do DNA bacteriano, a
transcrição e a tradução e a síntese da parede celular.
Na oncologia, o invasor é o tumor originado das minhas próprias células.
Drogas antimetabólicas específicas para minhas próprias células quando
elas saem do seu andamento adequado (e não fazem a devida apoptose ou a
devida clivagem de p53) à base do tratamento oncológico. Esses
medicamentos não costumam ter grande especificidade. Pra fazer
quimioterapia, internamos o paciente por causa da inespecificidade do
medicamento (grande toxicidade). Células que se multiplicam rapidamente
são o alvo desses medicamentos. Com isso, afeta a mucosa da língua,
anexos da pele (cabelos e pelos), espermatogênese. Isso ocorre pela
inespecificidade provocando toxicidade.
AB costumam ter especificidade.
Fungos e parasitas
Os eucariotas, que incluem fungos (leveduras e bolores) e os parasitas
(protozoários e helmintos), bem como todos os organismos multicelulares,
Farmacologia – Antonio Mauro 142
Gustavo Finamor Salles
Vírus
Os vírus são mo não-celulares que tipicamente consistem em um cerne de
ácido nucleico de RNA ou de DNA circundado por um capsídio
proteináceo. Os vírus carecem da capacidade de sintetizar proteínas e
devem recorrer aos mecanismos da cápsula hospedeira. Como a replicação
viral depende dos processos de síntese normais da célula hospedeira,
existem menos classes de agentes antivirais do que classes de agentes
antibacterianos, e os fármacos antivirais são, em geral, mais tóxicos para o
hospedeiro do que os antibacterianos.
Entretanto, os vírus também codificam, em sua maioria, proteínas
singulares que não são normalmente produzidas pelas células humanas.
Esses processos específicos dos vírus são frequentemente utilizados como
alvos pelos fármacos antivirais. Na atualidade, os agentes antivirais mais
importantes são os inibidores da polimerase. A maioria dos vírus utiliza
uma polimerase viral, uma RNA ou uma DNA polimerase, para a
replicação de seu material genético.
ANTIBIÓTICO IDEAL
• Parasitotropia máxima: deve ser tóxica para o invasor. Deve haver
reações químicas que afetam o invasor, preservando o hospedeiro.
• Organotropia mínima: preserva células do organismo.
Farmacologia – Antonio Mauro 143
Gustavo Finamor Salles
Opções para combater as bactérias: vou evitar de dar glicose pro paciente
(não é viável); interferir na síntese de ATP (especificidade ruim também);
na classe II, como as sulfas, posso mexer no ácido fólico (mamíferos
interiorizam ácido fólico para formar nucleotídeos pela alimentação;
bactérias não passam de fora pra dentro de suas membranas. Para obter
ácido fólico, as bactérias têm que produzir essa substância. A sulfa interfere
nesse processo)
A parede celular envolve a MP da bactéria e é composta por
peptideoglicano.
Peptideogligano: substância que compõe a muralha que protege a bactéria.
Parasitotropismo ideal: ataca substâncias apenas do invasor e não do
hospedeiro.
• Quinolonas
• Sulfonamidas: Bactrim
• Nitroimidazólicos
Embora seja útil, a CIM é somente um ponto no tempo e não diz nada
sobre a atividade do AB no local da infecção.
A [ ] do AB nos tecidos deve, de preferência, exceder a CIM por um fator
entre 8 a 10 vezes para reduzir ou impedir a emergência de subpopulação
resistente.
Ação Conjunta
Ação conjunta: não é um subterfúgio para o uso de AB, mas um outro
recurso que pode ser alinhado.
• Sinergismo: 2 bactericidas
o Endocardite enterocócica: penicilina + aminoglicosídeos.
o Penicilina + probenicida.
Ex: Probenicida diminui a excreção renal de Penicilina. Segundo AM,
probenicida não tem efeito AB, mas melhora o tempo de ação da
penicilina.
• Antagonismo: bacteriostático com bactericida.
o Meningite bacteriana: penicilina + tetraciclina.
o Penicilina V + Neomicina
• Ação somatória: somar antibióticos que vão agir de modos diferentes
nas bactérias. Contra uma infecção grave, normalmente associam-se
bactericidas (e não bactericidas com bacteriostáticos).
Quimioterapia de combinação
• Quando comparado ao tratamento com um único agente, o
tratamento com uma associação de fármacos pode diminuir
significativamente a probabilidade de desenvolvimento de
resistência.
• Diversos motivos importantes para a administração simultânea de
fármacos em um esquema de quimioterapia de combinação:
Farmacologia – Antonio Mauro 148
Gustavo Finamor Salles
Adquirida
Transferência entre pessoas à vetor.
• Cassetes gênicos à íntegrons (cassetes gênicos múltiplos que se
integram) à transposons
• Transposons: segmentos de DNA.
• Plasmídeos: elementos extracromossômicos no citoplasma.
• Mutações genéticas
O emprego do AB é o principal fator de contribuição à resistência.
Mecanismos bioquímicos
• Permeabilidade bacteriana reduzida: porina, extrusão de AB.
Bactéria modifica a configuração das porinas por onde os AB
Farmacologia – Antonio Mauro 149
Gustavo Finamor Salles
O que faz a interação de álcool com AB? Álcool inibe ADH e vou várias
vezes ao banheiro jogar o remédio fora. Não há antagonismo entre o álcool
e o ADH, mas o álcool estimula a maior eliminação de AB.