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Maria Teixeira Marreiros

22/11/2022
Naturopatia Lisboa 2.º ano Manhã

Grupo 1 – Preencher os espaços em branco – 4,8 valores


1. O ácido algínico encontrado na alga kombu tem uma ação emoliente, saciante e
preventiva da contaminação por metais pesados.
2. As plantas, ricas em heterósidos antraquinónico, têm como principal ação serem
laxantes ou até purgativos, dependendo da dose.
3. Os Alcalóides são princípios ativos com margens terapêuticas reduzidas.
4. A morfina é um alcaloide com ação depressora sobre o Sistema Nervoso central.
5. O linquen-da-Islandia, pelos seus constituintes amargos, está contra-indicado em
úlceras gastroduodenais.
6. Os constituintes amargos são indicados em dispepsias hipossecretoras.
7. Os alcaloides podem ter um efeito depressor ou estimulante do SNC.
8. As mucilagens não devem ser administradas junto com os fármacos, de forma a não
impedir absorção destes.
9. Os glucosinolatos podem inibir a absorção do iodo por parte da tiroide e assim
provocar uma situação de hipotiroidismo.
10. A clorela está indicada em patologias como o hipertiroidismo e contra-indicada na
hiperuricemia.
11. Quer a alga Fucus quer a alga Laminária estão indicadas em situações de
hipotiroidismo e obesidade.
12. A agar-agar, pela sua riqueza em fibras, ajuda a diminuir a absorção de açúcar e
gorduras a nível intestinal.
Grupo 2 – Resposta Curta – 11,6 valores
1. A Fitoterapia deixou de se fundamentar no uso tradicional. Quais foram os aspetos
em que se apoiou?

A Fitoterapia hoje apoia-se, em primeiro lugar, na qualidade, pois hoje em dia existe
um controlo de qualidade, estabelecido pelas prescrições das diversas farmacopeias;
em segundo lugar na eficácia, pois hoje existem estudos e ensaios clínicos que
demonstram os princípios activos das plantas, sendo possível definir as indicações de
cada planta, a posologia e efeitos adversos; e, em terceiro lugar, na segurança, pois a
fitoterapia provém da medicina tradicional e foram usadas durante muitos séculos, o
que proporciona uma garantia da segurança, nomeadamente sobre inocuidade e
toxicidade de cada planta. Para além disso, hoje seleccionam-se cuidadosamente as
plantas que são comercializadas, há um cuidado com o cultivo para que haja menos
variabilidade possível e a colheita também é estudada para que seja feita quando a
planta tem mais compostos activos, de acordo com as normas da Directiva
91/507/CEEE.

2. Enumere as razões, que justifiquem a afirmação de que as algas podem ser


consideradas um alimento funcional.

As algas podem ser consideradas um alimento funcional, por terem diversos benefícios,
como por exemplo os seguintes:
Em primeiro lugar, são muito ricas nutricionalmente, nomeadamente são fonte de proteína,
podendo ser um substituto da proteína animal; são fonte de várias vitaminas e minerais,
como por exemplo a vitamina B12, que maioritariamente também só se encontra na proteína
animal, ou de iodo, mineral muito importante para o funcionamento da tiróide e para o
metabolismo do corpo humano. Têm também propriedades espessantes, gelificantes e
emulsionantes, podendo servir como gelatina vegetal (agar agar) e tendo muitos usos na
culinária de maneira saudável.
Têm também benefícios a nível ambiental, sendo um verdadeiro pulmão da Terra,
absorvendo muitas quantidades de dióxido de carbono da atmosfera, e absorvendo metais
pesados da água. Como crescem muito depressa, podem ser uma óptima solução para os
problemas ambientais que hoje atravessamos.
Também podem servir como ração para animais; a nível cosmético e estético; e também
estão a ser estudadas opções de utilização das algas como combustível biológico, sendo uma
alternativa aos combustíveis fósseis.

3. Quais as principais propriedades terapêuticas associadas à utilização de Mucilagens?

As Mucilagens são fibras. Nesse sentido, elas têm uma grande capacidade de
absorção de água, tendo um efeito saciante no estômago, ou seja, aumentando o
volume do estômago e reduzindo o apetite que a pessoa sente. Têm também um
efeito emoliente, criando uma camada protectora tanto no estômago, como no
intestino. Têm, por isso, um efeito calmante, suavizante e amaciante, útil no caso das
mucosas irritadas, pois ajudam também a fluidificar muco (como a tosse nos
pulmões ou intestino inflamado). A sua capacidade de absorção de água ajuda na
formação das fezes e melhora a evacuação. Diminuem também o colesterol e a
glicose no sangue, para além de terem também uma ação anti-inflamatória.

4. Refira as contraindicações da alga FUCUS – Fucus vesiculosus L.

A alga FUCUS, por ter um conteúdo elevado de iodo, é contra-indicada nos casos de
hipertiroidismo, tratamento com hormonas tiroideias ou agentes anti-tiroideus, e
também nos casos de hipertensão. Pode levar ao iodismo - intoxicação por iodo -, o
que pode causar ansiedade, agitação, insónias, arritmias, cardiopatias e
emagrecimento acentuado.

5. Das algas mais ricas em ferro que estudou, indique aquelas em que o ferro é mais
biodisponível. Justifique a sua resposta.

O ferro é mais biodisponível nas algas Esparguete do Mar e Dulse. Tanto a alga
Esparguete do Mar, como a Dulse são ambas ricas em ferro (Esparguete do Mar:
59mg por 100g de alga seca; Dulse: 50mg por 100g de alga seca) e também em
vitamina C, o que facilita a absorção do ferro.

6. A seguinte frase: “O que é natural não é tóxico” não é correta. Diga 3 razões que o
justifiquem.

O que é natural pode ser tóxico, pois pegando no exemplo das plantas medicinais,
muitas delas têm compostos que para nós, humanos, podem ser tóxicos, como é o
caso dos alcalóides que têm janelas terapêuticas muito reduzidas, ou seja, se a
dosagem não for respeitada, rapidamente se verificam efeitos adversos e até mortais
para o ser humano. Podem também ter compostos que interagem com fármacos que
o paciente pode estar a tomar, como é o caso do hipericão e os contraceptivos orais.
Ou a planta medicinal também se pode tornar tóxica pelo seu uso prolongado no
tempo. É por isso importante ter atenção às contra-indicações (como no caso da alga
Líquen da Islândia que é contra-indicada no caso de úlceras gastroduodenais) e ao
uso prolongado da toma de plantas medicinais (como o exemplo da alga Fucus que
pode levar a uma intoxicação por iodo, se o seu uso for prolongado no tempo).

7. Relativamente aos Cardiotónicos indique:


a) Que ações fisiológicas são induzidas com o seu uso? Explique-as.

Os Cardiotónicos podem ter as seguintes ações sobre o coração:


Ionotropa, relacionada com a força da contração do miocárdio; Cronotropa,
relacionada com a frequência cardíaca; e Dromotropa, relacionada com a mensagem
entre células.

b) Constituição e relação com a respetiva atividade.

Os Cardiotónicos são constituídos por 2 partes: 1 genina, que é uma parte esteróide
correspondente ao seu núcleo, e 1 parte osídica, que é um acúcar. A genina
determina a atividade cardiotónica; e a parte osídica interfere com a duração,
intensidade e solubilidade.
8. Relativamente aos glucosinolatos ou sulfo-heterósidos, refira qual a potencialidade
dos isotiocianatos.

Estudos indicam que podem ser potenciais inibidores do cancro.

9. No que respeita aos óleos essenciais:


a) Enumere 3 possíveis efeitos adversos da sua utilização.

Irritação cutânea (como pode ser o caso da mostarda). Por isso, deve ser sempre
feito um teste cutâneo para ver se a pessoa tem alguma reação e os óleos devem ser
utilizados com uma base vegetal;
Convulsões e perturbações psíquicas (como no caso do eucalipto relativamente às
pessoas com epilepsia);
Toxicidade renal (eucalipto).

Grupo 3 – Casos Práticos – Algas – 3,6 valores


(justifique as suas escolhas)

1. Aparece-lhe um paciente obeso e com hiperlipidemia e a tensão arterial


tendencialmente alta. Quais as algas que aconselharia a este paciente? Justifique.

CLORELA e AGAR AGAR. Recomendaria estas algas pois têm um poder saciante, ajudando a
reduzir o apetite, ajudam a diminuir os níveis de colesterol no sangue e a diminuir a absorção
de gorduras e são ricas em fibras e mucilagens. São muito ricas nutricionalmente e óptimas
como suplemento dietético em dietas de emagrecimento.
A KOMBU e a ESPARGUETE DO MAR também seriam interessantes, pois ajudam a regular o
peso e a tensão arterial. A Kombu pela presença de lamininas e laminaramos e a Esparguete
do mar por actuar como diurético natural, pois tem uma relação sódio-potássio considerada
ideal (2 de potássio para 1 de sódio).
2. Paciente, que apresenta cansaço generalizado, transtornos ao nível do metabolismo
e intestinais, indiciando toxicidade. Quais as recomendações que lhe daria?
Justifique.

No caso deste paciente, recomendaria a KOMBU, pelo facto de ter ácido algínico e ácido
glutâmico, que ajudam a aumentar a digestibilidade e a absorver metais pesados. Também a
AGAR AGAR, pois ajuda a combater estados de fraqueza pelo seu valor nutricional (tem
muitas vitaminas: A, B1, B2, C e D; e minerais: cálcio, fósforo, magnésio, iodo e zinco).

3. Paciente com 18 anos que pretende fazer uma dieta de emagrecimento? Quais as
algas que aconselharia, tendo em vista a idade? Justifique.

Tendo em conta que é um paciente jovem, recomendaria a ESPARGUETE DO MAR, pois é


considerada um diurético natural, por ter uma relação sódio-potássio considerada ideal (2
de potássio para 1 de sódio), sendo óptima para emagrecimento. É muito rica em ferro e
vitamina C (facilita a absorção do ferro) e também é rica em fósforo, o que potencia a função
mental, memória e concentração. Para além de que é muito usada em pizzas e massas, que
os jovens gostam.
Também a AGAR AGAR tem um efeito saciante, o que ajuda nas dietas de emagrecimento.
Também é muito rica nutricionalmente (tem muitas vitaminas: A, B1, B2, C e D; e minerais:
cálcio, fósforo, magnésio, iodo e zinco), o que é óptimo para jovens, podendo até ser usada
em gelatinas, que os jovens costumam gostar.

Bom trabalho.

A Professora,
(Olivia Novais)

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