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Tecnologia do pescado B
Profa. Juliana
Curso Engenharia de Pesca
INTRODUÇÃO
◆ AS ALGAS
Considerações gerais
As algas constituem um grupo heterogêneo de vegetais criptogâmicos
compreendendo 13 grandes divisões e diversos grupos menores ainda não
completamente estudados. As algas ocorrem abundantemente em todos os
ecossistemas, sendo encontradas em habitats de água doce ou em costões rochosos
marinhos, estando arranjadas em faixas visíveis em relação aos níveis das marés.
As algas marinhas têm sido utilizadas há centenas de anos como fonte de
alimento para alguns povos do mundo. No Brasil, existem poucas informações sobre o
potencial de aproveitamento das algas marinhas como alimento humano. Este campo
de pesquisa, ainda pouco explorado no Brasil, busca encontrar fontes alternativas para
melhorar a dieta de populações de baixa renda, seja pela incorporação da própria alga
ou dos carotenóides dela extraídos em alimentos normalmente consumidos por estas
populações.
◆ ASPECTOS ECONÔMICOS
para promover os produtos de algas marinhas. Esse programa, que inclui Inglaterra,
França e Bélgica, e conta com a participação de alguns países em desenvolvimento,
tem como objetivo estudar algas marinhas potencialmente úteis como alimento
humano. Embora a maioria dos países da Europa e o Brasil não apresentem uma
tradição no consumo de algas marinhas como fazem as populações orientais, é
possível utilizar o potencial existente com o objetivo de estabelecer um mercado hoje
inexistente. Com base em dados químicos e bioquímicos analíticos, mostrando que as
algas marinhas e seus produtos são boas fontes de nutrientes essenciais como as
vitaminas, seria possível promover o uso de algas marinhas como alimento ou como
ingredientes no enriquecimento de alimentos que já fazem parte do hábito alimentar da
população desses lugares.
O seu consumo direto – não incorporado noutros alimentos –, está dia a dia
mais acessível (ainda que o interesse do consumidor não vá ao encontro de tal
facilidade), e podemos encontrar à venda embalagens com diversas espécies de
algas, sendo as mais frequentes as Kombu, Nori e Wakame (que são alimentos
habituais nos países Orientais).
FUCUS
Sob o nome de Fucus, agrupam-se numerosas espécies, entre as que se
destacam: Fucus vesiculosus, Fucus spiralis, Fucus serratus, Fucus ceranoides, e
Ascophillum nodosum. Trata-se de uma alga parda do grupo das Feofíceas, que deve
a sua cor característica à fucoxantina.
Destacam-se na sua composição a algina (ácido algínico e os seus sais),
manitol, iodo em quantidades notáveis, assim como vitaminas A, B, C, e E, e
fucoidina -polissacárido mucilaginoso com uns 30 a 70 % de L-Fucosa).
Integra frequentemente complementos de dietas de emagrecimento, devido à
sua riqueza em iodo e à importância que este tem sobre o metabolismo humano.
HIZIKI
Corresponde à Hizikia fusiforme, alga do grupo das Feofíceas que se apresenta
em tiras cilíndricas de cor quase preta. É considerada como uma das fontes mais
ricas em sais minerais, especialmente em cálcio: mais de 1.400 mg. em 100 g. de
cálcio, enquanto que a mesma quantidade de leite só contém 100 mg. O seu teor em
minerais e oligoelementos, equilibra o nível de sangue no organismo e dá elasticidade
e brilho ao cabelo.
KOMBU
Trata-se de uma das espécies do género Laminaria (Laminaria Digitata,
Laminaria Japónica, etc.) que cresce espontaneamente nos mares do norte e que
apresenta uma cor verde pardacento. É uma das algas mais ricas em iodo.
O seu teor em ácido algínico faz com que atue como um higienizador natural e
eliminador de toxinas dos intestinos (muito útil contra a colite). Contém açúcares
simples como a fucosa e o manitol, que a tornam apropriada para os diabéticos, uma
vez que não aumenta o nível de açúcar no sangue. Atua como um suave estimulador
do sistema linfático e é muito benéfica no combate à hipertensão. A sua riqueza em
iodo tornam-na indicada como complemento nas dietas de emagrecimento.
MUSGO DE IRLANDA OU CARRAGAHEN
Estas algas vermelhas (Rodofíceas) englobam espécies do gênero Clondrus
cripus e Gigartia, pertencendo à família das Gigartináceas, nas quais se destaca a
presença de sais minerais, proteínas e ácidos gordos. O seu principal componente é
o carragahen, produto que lhe dá também o seu nome, basicamente formado por
carragenatos (sais sódico, potássico e cálcico do ácido carragénico) e carrageninas.
Utiliza-se como agente gelificante e de espessamento na indústria alimentar,
da mesma forma que o Agar-agar. Com o leite dá um gel líquido pela formação de um
complexo com a caseína – propriedade que se aproveita na preparação de flans
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