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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIODIVERSIDADE E BIOTECNOLOGIA


BIONORTE - REDE DE BIODIVERSIDADE E BIOTECNOLOGIA DA AMAZÔNIA LEGAL

Tema: Piscicultura e Peixes Nativos: Segurança Alimentar e Renda na Amazônia


Palestrante: Roselany Correa
Aluna: Lídia Dely Alves de Sousa
Data: 10/05/2023, Macapá/AP

Resenha:

A palestra tratou o tema de piscicultura e peixes nativos. Foi introduzido o tema com o
contexto histórico da ascensão da piscicultura e polêmica do uso de farinha de peixe para
alimentação dos peixes. A partir desse cenário, foi buscada uma nova linha de
alimentação para tornar a piscicultura mais sustentável. Em seguida, foi mostrado o
crescimento expressivo da atividade no Brasil, com foco na piscicultura continental,
principalmente em relação à tilápia, espécie com alto potencial por alta capacidade de
adaptação. Para adentrar o tema em si, foi apresentado os primeiros registros dos peixes
nativos. Dos registros, percebe-se a importância da década de 1930, já que neste ano
difundiram-se muitos estudos sobre o tema, principalmente no Pará, com destaque para o
tambaqui, pirarucu e pirapitinga. No entanto, apenas em 1980 a atividade começou a ter a
maior imponência com os investimentos vindos de investidores estrangeiros e com a
maior importância que as espécies nativas ganharam devido aos problemas que o
mercado da sobrepesca estava passando naquele período. Passando para os enclaves
que o produtor encara, as especificidades das espécies devem ser conhecidas,
principalmente em relação ao manejo, às características etc. Nesse momento, foi
explicitada a importância do tambaqui (Colossoma macropomum). Citou-se também as
espécies híbridas: tambacu (tambaqui+pacú) e tambatinga (tambaqui+pirapitinga) e suas
características que promovem comodidade de produção. Ainda foram citadas outras
espécies. A piscicultura tem as seguintes vantagens: elevado teor proteico na carne, a
conversão alimentar é baixa e os peixes são pecilotérmicos, além de ter flutuabilidade,
gastando pouca energia, essas características tornam o custo mais baixo de produção.
Das desvantagens citadas tem-se: o uso de rações que ainda persiste o problema das
proteínas, já que os peixes são muito exigentes na escolha de proteína, sendo ainda difícil
encontrar alternativas diferentes de peixes; o manejo dos animais em ambiente aquático,
considerando as peculiaridades das espécies; a dinâmica e domínio de técnicas para o
manejo da água; o conhecimento da biologia de diferentes espécies criadas; e a
diversidade que existe entre as espécies. Lembrando que existe a diferença de ração
para espécies onívoras e carnívoras, sendo a primeira mais barata, no entanto, se for
utilizada para alimentar os carnívoros, não haverá o crescimento adequado dos peixes. O
sistema de criação de peixes é, portanto, heterogêneo. Existem 3 sistemas básicos:
intensivo, semiextensivo e extensivo. Esses sistemas dependem da densidade de
estocagem, alimentação natural e alimentação artificial. No extensivo, os peixes são muito
dependentes da alimentação natural, havendo pouca ou nenhuma utilização de ração. No
sistema intensivo, é preciso ter o completo domínio das condições do ambiente de
criação, uma vez que a alimentação natural não é suficiente. O semiextensivo já possui
características que conversam com os dois outros tipos. Esses tipos influenciam na
escolha do das unidades de criação, havendo as opções de açude, viveiro, tanques,
tanques suspensos, tanque rede, raceways e in pond raceways. A criação dos peixes
possui um ciclo que se divide em: eclosão, alevinagem ou recicla, engorga e despesca.
Elas ser relacionam respectivamente ao nascimento, crescimento e exposição do peixe
ao mercado. Em relação a esse envio para o mercado, na engorda, o peso do peixe difere
muito de espécie para espécie, tendo uma média de 1kg já apto para essa
comercialização. O projeto “ver-o-peixe” da EMBRAPA fechou a palestra. A partir dele,
foram levantadas percepções iniciais de interesse das comunidades, porém baixo domínio
técnico, o que levava a frustrações e vulnerabilidade à insegurança alimentar dessa
população que a EMBRAPA levou o projeto. A partir disso, construiu-se o projeto com a
participação da comunidade, partindo das demandas reais deles, estimulando ações
coletivos, prevendo intervenções técnicas para o manejo sustentável e avaliando os
indicadores ambientais, sociais e econômicos. Nesse cenário, foi formada uma rede de
referência em piscicultura familiar que gerou muitos resultados positivos como o uso de
rações alternativas, como a soja.

Lídia Dely Alves de Sousa, BIONORTE – AP, 2023. RESENHA 3.

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