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1. INTRODUÇÃO ........................................................................................ 2
2. DESENVOLVIMENTO ............................................................................. 2
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1. INTRODUÇÃO
A dieta dos ruminantes é geralmente muito pobre em lipídeos, uma vez que estes estão
presentes em baixas concentrações nos vegetais. São os alimentos concentrados as principais
fontes, por apresentarem grande quantidade de grãos.
Todos os seres vivos utilizam energia para manter o equilíbrio de sua estrutura, para locomoção,
para reprodução e para manutenção das funções normais em diferentes processos, como
crescimento, gestação, lactação, oviposição, crescimento da lã, entre outros.
2. DESENVOLVIMENTO
A Política Nacional de Recursos Hídricos, Lei nº 9.433 de1997, assegura que a água é
um bem de domínio público e dotado de valor econômico, e o uso prioritário desse recurso é
para o consumo humano e dessedentação animal. As preocupações com a qualidade da água
remontam de 400 a.C., e com o aumento populacional a quantidade de água potável disponível
tornou a proteção e uso sustentável desse recurso cada vez mais necessários (ARAÚJO, 2019).
Assim como no ser humano, a água é essencial para o organismo animal. O organismo
animal possui mais de 70% de água em sua composição, sendo cerca de 60% do peso corporal
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de um animal adulto (40% no meio intracelular e 20% no meio extracelular, e dos 20% do meio
extracelular, 15% é fluido intersticial e 5% compõe o plasma). Esse fato demonstra que a água
é um dos mais importantes nutrientes para a manutenção da vida, pois é exigido em todos os
processos metabólicos, como transporte de nutrientes, a digestão e o metabolismo dos
nutrientes, veículo de eliminação de resíduos metabólicos e excesso de calor produzido pelo
corpo, a manutenção da fluidez e do balanço de íons no corpo e o desenvolvimento fetal
(ARAÚJO, 2019).
Outro fator importante é que a ingestão de água está associada ao consumo de ração.
Agua limpa e fresca à disposição dos animais é requisito para a ingestão adequada do alimento
sólido. Agua quente, suja, inibe o consumo de alimentos, afetando diretamente o desempenho
dos animais. Normalmente os animais preferem beber água com temperatura entre 25 e 30 °C.
Nos ruminantes adultos, a água consumida vai diretamente ao rúmen. Porém, a água segue o
mesmo caminho do leite pelo mecanismo da goteira esofágica nos pré-ruminantes (PESSOA,
2014).
No caso das aves, necessitam de menor quantidade de água do que os mamíferos, uma
vez que excretam o nitrogênio urinário na forma de ácido úrico. A excreção de nitrogênio na
forma de ácido úrico requer menos água. De uma maneira geral, as aves consomem água além
das suas necessidades. Como as aves não possuem glândulas sudoríparas, a perda de calor
pela água se dá via respiração, com alto gasto energético. Aves de postura dobram sua exigência
de água na época de produção (PESSOA, 2014).
Já́ os suínos adultos possuem maior exigência em função da manutenção do alto teor
de água corporal. De acordo com ARAÚJO (2019) a atividade de criação de suínos possui alta
demanda de água, tanto para o consumo pelos animais como para a limpeza e higienização das
instalações. Entre os fatores que interferem no consumo de água pelos suínos estão o peso do
animal, a qualidade da água, a salinidade da água, a temperatura da água e do ambiente, a
umidade relativa do ambiente e do alimento, o nível de consumo de alimentos sólidos, teor de
proteína, sal e de fibra da dieta, a condição de saúde, tipo e regulagem do bebedouro.
2.2. Carboidratos
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De acordo com PESSOA (2014) os monossacarídeos são frequentemente
denominados açúcares simples. Os principais monossacarídeos são as trioses, pentoses e
hexoses. Os monossacarídeos nutricionalmente importantes são a glicose, a galactose, a
manose e a frutose. A glicose acha-se largamente distribuída nos vegetais é o principal produto
final da digestão dos carboidratos.
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A digestibilidade do carboidrato no rúmen pode ser dividida em duas fases. Primeiro há
a quebra das moléculas complexas como celulose, hemicelulose e pectina em cadeias mais
curtas, que podem ser oligossacarídeos mas, principalmente, dissacarídeos como a celobiose,
maltose, xilobiose ou mesmo em açúcares simples. A seguir, são transformados em piruvato,
que então irá formar os ácidos graxos de cadeia curta. Já no intestino, a degestibilidade é
reduzida mas pode ser muito eficiente, visto que a perda de energia pela formação de metano
não irá acontecer. O processo de digestibilidade é semelhante ao que ocorre no rúmen, a
molécula complexa de carboidrato será reduzida a partículas mais simples para poder ser
absorvida pela parede do intestino e encaminhada para os tecidos (ARAÚJO, 2019).
Os carboidratos no ruminante são em sua maioria fermentados e têm como produtos
dessas fermentações os Ácidos Graxos de Cadeia Curta, acético, propiônico e butírico, produção
de metano, e Dióxido de Carbono. Os gases escapam o rúmen, principalmente, por eructação
(boca e narina), mas parte pela parede do rúmen e pulmões. A proporção com que ácidos graxos
são produzidos varia de acordo com os substratos (provenientes da dieta ingerida). A dieta rica
em concentrado aumenta relativamente mais o teor de C3, particularmente, e de C4 em relação
a uma dieta rica em fibra. A maior parte deste efeito seria devido à queda do pH que ocorre em
dietas com alto concentrado, pois quando o pH foi mantido estável com o uso de tamponantes,
as proporções não se alteraram (MEDEIROS, 2015).
2.3. Lipídeos
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cíclicas e hidroxiladas; pelo número de carbonos da cadeia principal, entre aqueles que se
dividem em par, ímpar, cadeia curta (2 a 8 carbonos), cadeia média (9 a 14 carbonos) e cadeia
longa (>14 carbonos ); e, finalmente, pela necessidade de inclusão na dieta, dividindo-se em
essenciais, que devem ser suplementados, e não essenciais, produzidos pelo próprio organismo
animal (ARAÚJO, 2019).
Os efeitos dos lipídios sobre a digestão ruminal são de difícil predição e altamente
variáveis, pois dependem de vários fatores como a natureza, concentração, quantidade de
forragens, concentrados e minerais na dieta (JENKINS & MCGUIRE, 2006). Uma elevada
ingestão de ácidos graxos insaturados pode exceder a capacidade dos microrganismos do
rúmen em biohidrogenar, o que aumenta a absorção intestinal de ácidos graxos insaturados. No
entanto, somente com adição de grandes quantidades de ácidos graxos na dieta não garante a
alteração do perfil lipídico produzido nas carcaças e/ou leite.
Quando em excesso, a adsorção dos ácidos graxos livres a partículas de alimento inibe
o contato direto das células microbianas ao substrato ou a ligação das celulases bacterianas à
celulose, com isso pode ocorrer a uma redução na digestão dos nutrientes e a um decréscimo
no crescimento microbiano. O contato físico direto do microrganismo às partículas de alimento é
fundamental para a digestão, principalmente da celulose no rúmen (CARNEIRO et al, 2017).
De acordo com MEDEIROS (2015) um aspecto muito importante no metabolismo de
ácidos graxos no rúmen, é que ele não contribui para o crescimento de proteína microbiana
ruminal. Dessa forma, deve-se considerar isso na adequação entre energia e proteína. Apesar
de não fornecerem energia para a síntese de proteína microbiana, há síntese e incorporação de
ácidos graxos pela microbiota ruminal e até a 17% da gordura passando para o duodeno pode
ser de origem microbiana. O fornecimento de lipídeos aos ruminantes teria efeito semelhante
aos ionóforos. O sistema CNCPS (5.0) em dietas com inclusão de fontes de gordura
desconsidera o efeito do ionóforos, mas se isso é de fato assim, ainda está aberto à comprovação
(Fox et al, 2000). É necessário que se determine se há interação entre lipídeos e ionóforos para
saber se o efeito é substitutivo, conforme o CNCPS assume, ou se pode ser aditivo ou sinérgico.
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As bactérias metanogênicas também são mais sensíveis aos ácidos graxos, o que abre
a possibilidade de usar a suplementação com gordura para obtenção de uma fermentação
ruminal mais eficiente, com maior produção de ácido propiônico e consequente maior retenção
de carbono (MEDEIROS, 2015).
De acordo com MEDEIROS (2015) ao contrário dos demais nutrientes, a energia não é
uma porção física do alimento, da qual podemos fazer uma análise de laboratório para determinar
a quantidade disponível para os animais. A energia é um atributo do alimento relacionado com o
potencial que este tem de gerar trabalho. Os trabalhos que devem ser realizados para
manutenção da vida animal seriam, basicamente, a manutenção dos gradientes eletroquímicos
das membranas, manutenção da pressão-volume e a síntese de macromoléculas.
. A energia química presente nos alimentos, obtida através da sua combustão completa
até CO2 e H2 0 é chamada de Energia Bruta. A quantidade de energia bruta de um alimento
depende da sua composição química, mas guarda pouca relação com o que está disponível para
o animal, apesar de, em grande parte, o animal utilizar a oxidação como forma de gerar energia.
Isto porque existem perdas no processo de digestão e metabolização que são extremamente
variáveis.
Embora muitos nutrientes sejam requeridos no processo de crescimento dos animais, a
energia costuma ser padronizada como a base das exigências nutricionais, e os demais
nutrientes são expressos em relação a ela. Carboidratos, proteínas e gorduras atuam como
combustível para a manutenção da vida e desenvolvimento do animal, e cada um desses
nutrientes possui um determinado potencial de produção de energia, por meio da oxidação que
ocorre nos processos metabólicos. Já as vitaminas e minerais, como o fósforo, por exemplo, não
produzem energia para o animal, mas auxiliam no processo de viabilização da energia (ARAÚJO,
2019).
A primeira perda de energia que ocorre equivale à fração não digerida que se perde nas
fezes (energia bruta das fezes). Essa perda varia de acordo com a digestibilidade dos alimentos.
Assim, descontando a primeira ineficiência que é a energia perdida nas fezes, sobra a porção da
energia química que é absorvida pelo organismo, chamada Energia Digestível.
A segunda perda de energia, ou seja, a próxima ineficiência do processo, ocorre no
metabolismo da energia absorvida (digestível). Essa ineficiência decorre da perda de energia
através da urina e dos gases. A perda através dos gases é particularmente importante para
ruminantes, por causa da fermentação ruminal. Descontadas as perdas da energia da urina mais
as dos gases, ficamos com a Energia Metabolizável, ou energia disponível às células do animal.
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E a terceira perda de energia seria o Incremento Calórico, que é a perda energética
na forma de calor inerente a metabolização dos alimentos. Subtraindo-se o incremento calórico
da Energia Metabolizável tem-se a Energia Líquida, que é efetivamente a energia disponível para
o animal sobreviver e produzir (MEDEIROS, 2015).
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar da sua limitação existente para sua inclusão em dietas para ruminantes, os
lipídios apresentam importantes propriedades nutricionais, não só como fonte energética, mas
também como um modulador do metabolismo. A medida do possível, tais características devem
ser exploradas a fim de se obter melhores resultados de desempenho animal.
De forma geral, a energia é o “nutriente” mais limitante para a produção animal. Em vista
disso, conseguir entender os conceitos envolvidos e como a estimamos tem grande valia. Em
especial para alimentos que tenham grande variação em seu conteúdo.
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4. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAÚJO, Lúcio F.; ZANETTI, Marcus A. Nutrição animal. Editora Manole, 2019. E-book.
9788520463499. Disponível em:
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520463499/>. Acesso em: 03 set. 2022.
CARNEIRO, M. Y., MORAIS, M. G.; TOSSINI, R.H. Lípidios na deita de ruminantes. Anais da
X Mostra Científica Famez / UFMS, Campo Grande, 2017. Disponível em:
<//efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://famez.ufms.br/files/2015/09/LIPÍDIOS-NA-DIETA-
DE-RUMINANTES.pdf>. Acesso em: 03 set. 2022.