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SUINOCULTURA

Profa. Josiane Veloso da Silva

2023
PARTE II - INTRODUÇÃO À NUTRIÇÃO DE SUÍNOS
1.APRESENTAÇÃO
2. CONCEITOS BÁSICOS DE NUTRIÇÃO
2.1. Conhecendo a anatomia do trato digestivo do suíno
2.2. Digestão e Absorção
3. ALIMENTOS
4. ÁGUA
5.PROTEÍNAS
6. AMINOÁCIDOS
7. CARBOIDRATOS
8. LIPIDÍOS
9. ENERGIA
10.VITAMINAS
11.MINERAIS
12. EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DOS SUÍNOS NAS
DIFERENTES FASES
1. APRESENTAÇÃO

A suinocultura moderna exige, cada vez mais, o uso adequado


das tecnologias de produção disponíveis.

O desenvolvimento genético de linhagens de suínos,


maisprodutivas e mais exigentes em ambiente, nutrição e
manejo, traz a necessidade de se buscar um maior
profissionalismo na atividade, com a adoção de tecnologias e
procedimentos que maximizem o desempenho ao menor custo
de produção possível (ZARDO & LIMA, 1999).
Ainda segundo ZARDO & LIMA, 1999 a
alimentação é o componente de maior participação no
custo de produção, exigindo uma atenção especial dos
suinocultores.

Isto implica na escolha cuidadosa dos alimentos,


na formulação precisa das rações, e também, na correta
mistura dos ingredientes.
Cerca de 70% dos custos totais do sistema implica
na alimentação, qualquer falha impacta com um custo
muito grande para o sistema produtivo.

Assim, qualquer melhoria que venha a ser feita na parte


de alimentação é possível não só melhorar o
desempenho, mais minimizar muito tais custos.
Relacionando custo + produção do animal, pode trazer vantagens
inimagináveis ao criador de suínos.

Pois, não adianta se trabalhar fórmulas nutricionais ou com as rações


em si, quando não se pensa o que acontece no campo ou dentro da
granja, com o sistema de alimentação, com a área dentro dos
comedouros, número de animais por comedouro, temperatura ambiente
a que esses animais estçao sendo submetidos.

Isso tudo influencia o consumo do animal e influencia indiretamente o


mau uso da dieta.
Dito isso, é de suma importância que o produtor adquira
conhecimentos básicos sobre às exigêcias nutricionais de cada
categoria animal, tais como, leitões pós-desmame, crescimento,
terminação (exigências dos reprodutores machos e fêmeas).
Garantindo assim, uma dieta adequada para cada categoria.
2. CONCEITOS BÁSICOS DE NUTRIÇÃO

2.1. CONHECENDO A ANATOMIA DO TRATO DIGESTIVO DO SUÍNO

O sistema digestivo possui como função principal a digestão e absorção


dos nutrientes e excreção dos produtos não utilizados (LANA, 2005).

O suíno é um animal monogástrico que possui o trato digestivo relativamente


pequeno, com baixa capacidade de armazenamento.

Tem alta eficiência na digestão dos alimentos e no uso dos produtos da


digestão, necessitando de dietas bastante concentradas e balanceadas.
O aparelho digestivo do suíno é composto por boca, esôfago,
estômago, intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo), intestino
grosso (ceco, colon e reto) e ânus e glandulas acessórias
(glândulas salivares, pâncreas e fígado), conforme é demonstrado
na Fig. 1.

Figura 1. Desenho esquemático do aparelho digestivo dos suínos.


2.2. DIGESTÃO E ABSORÇÃO

A digestão ocorre através da ação das enzimas digestivas presentes


nas secreções salivares, gástricas, pancreáticas e entéricas, e através da
ação de alguns microorganismos que habitam o trato gastro intestinal. A
ingestão dos alimentos consiste da preensão, mastigação e deglutição.
3. ALIMENTOS

Lembrando:
Passos para a formulação de uma dieta:
- Conhecer as exigências nutricionais de uma categoria animal
(idade, sexo, estágio rep./produtivo).
- Conhecer os alimentos!
Composição bromatológica, processamentos, contaminantes,
restrições ao uso, sucedâneos, etc.
 Classificação em função do conteúdo energético e também do
teor de fibra:

1. Concentrado (< 18% F.B)


2. Volumoso (> 18% F.B.)
3. Outros
Alimentos concentrados
Energéticos (< 16% P.B.)
Protéicos (> 20% P.B.): origem vegetal ou animal

Energéticos:

Fontes de energia: carboidratos, lipídios.


Proteínas “não devem” ser utilizadas para tal.

Gorduras: 2,25 x mais energética (CHO).


Protéicos:

Qualidade da proteína: balanceamento de AA’s.


Lisina: 1º limitante para suínos
Metionina: 1º limitante para aves

Qualidade dos alimentos: processamento,


limitações no uso, contaminações.
Ruminantes: síntese microbiana fornece AA’s
4. ÁGUA

O funcionamento do organismo animal se faz


às custas de perdas ininterruptas de água
que devem ser repostas constantemente
através da água de bebida.

No animal a água intracelular representa


mais de 50% do peso vivo, e o conteúdo
extracelular 20%.
Água de bebida
Consumo de matéria seca (energia/proteína).
Temperatura/umidade ambiente.
Condição fisiológica.

Água metabólica
C51 H97 O6 + 72,5 O2 = 51 CO2 + 49 H2O +
Energia
(tripalmitilglicerol) (água metabólica)

C6H12O6 + 6 O2 + 36 ADP = 36 ATP + 6 CO2 + 6 H2O


(glicose) (água metabólica)

Água dos Alimentos


80%

ÁGUA 60%

Transporte de nutrientes para os diferentes tecidos

Controle da temperatura dos tecidos – órgãos - organismo

Participa de processos metabólicos celulares

Manutenção do equilíbrio ácido-base

80% 12 %
5. PROTEÍNAS

• Estrutural (colágeno, elastina, queratina, fibroina, etc.);


• Contração e movimentação (actina e miosina, tubulina, etc.);
• Fonte de nutrientes e de reserva (ovoalbumina, caseína, etc…)
• Transporte (hemoglobina, lipoproteínas, etc.)
• Enzimática (amilase, pepsina, lipase, etc.)
• Hormonais (insulina, ocitocina, hormônio paratireóideo, etc.)
• Defesa (imunoglobulinas ou anticorpos, fibrogênio, trombina, etc.)
6. AMINOÁCIDOS

ESSENCIAIS – devem estar presentes na dieta.

NÃO-ESSENCIAIS – podem ser produzidos pelo


próprio metabolismo do animal a partir de outros
aminoácidos absorvidos.
AMINOÁCIDOS
ESSENCIAIS NÃO
LEITÕES/AVES SUINOS/AVES PINTOS ESSENCIAIS
Lisina Lisina Lisina Glicina *
Metionina Metionina Metionina Cistina**
Triptofano Triptofano Triptofano Alanina
Valina Valina Valina Ácido Aspartico
Histidina Histidina Histidina Ácido Glutâmico
Fenilalanina Fenilalanina Fenilalanina Tirosina***
Leucina Leucina Leucina Serina
Isoleucina Isoleucina Isoleucina Prolina
Treonina Treonina Treonina OH-prolina
Arginina - Glicina ou Asparagina
Serina Glutamina
Prolina
AMINOÁCIDOS LIMITANTES

 Os aminoácidos limitantes referem-se àqueles que estão


presentes na dieta em uma concentração menor do que a
exigida para o máximo crescimento.
 Os aminoácidos mais limitantes para suínos/aves em rações
a base de milho e farelo de soja são:
Aminoácidos Aves Suínos

1o. Limitante Metionina Lisina

2o.Limitante Lisina Metionina

3o. Limitante Treonina Treonina Triptofano


Triptofano
BIOMOLÉCULAS
LIPÍDIOS

MINERAIS

VITAMINAS

ÁGUA CARBOIDRATOS
PROTEÍNAS
7. CARBOIDRATOS
Os carboidratos são as principais fontes de energia das dietas
dos animais. Os alimentos ricos em carboidratos constituem
normalmente a maior proporção das rações e geralmente a maior
parcela do custo total.

As principais fontes de energia provenientes dos carboidratos são


os polissacarídeos, como o amido, os dissacarídeos, como a
lactose, a sacarose e a maltose, e os monossacarídeos, como a
glicose, a frutose, a manose e a galactose.

O amido é o carboidrato de reserva das 10 plantas, armazenado


nos grãos, sementes, raízes e tubérculos, sendo constituído de
amilose e amilopectina.
8. LIPÍDIOS
Os lipídios são substâncias insolúveis em água e solúveis em
solventes orgânicos. Seus componentes mais importantes são ácidos
graxos, glicerol, mono, di e triglicerídeos e fosfolipídeos.

Podem ser simples, quando formados apenas por ácidos graxos e


gliceróis, compostos, quando associados a outros grupos químicos, ou
derivados, quando resultantes da hidrólise dos dois anteriores.

Os lipídios desempenham funções bioquímicas e fisiológicas


importantes no organismo animal.

Constituem uma forma de armazenagem e fonte de energia,


protegem o organismo do frio, são componentes estruturais do tecido
nervoso, regulam o metabolismo e são componentes estruturais de
membranas e provitaminas.
9. ENERGIA
A quantidade de calor produzido pela oxidação completa
dos alimentos, expressa em calorias, é denominada de energia
bruta ou total.

A energia total ingerida não é totalmente aproveitada pelo


animal, e existem perdas, razão pela qual a energia de um
alimento pode ser expressa de diversas formas,
correspondendo, cada uma, a um valor energético.

Com base em sua utilização, a energia bruta dos alimentos


pode ser subdividida da seguinte forma:
10. VITAMINAS

Vitaminas são compostos orgânicos indispensáveis ao


desenvolvimento e à manutenção da vida, requeridos em pequenas
quantidades e não sintetizados pelo organismo. As vitaminas estão
envolvidas com a absorção e o metabolismo de nutrientes.

Muitas vitaminas atuam como agentes catalizadores das reações do


metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras. Outras exercem
funções a nível de membranas e afetam a absorção dos nutrientes.

A forma mais comum de fornecer as vitaminas essenciais é mediante


o uso de suplementos vitamínicos comerciais.
Nas dietas para suínos recomenda-se suplementação das vitaminas
A, D, E, K, riboflavina, niacina, ácido fólico, ácido pantotênico, colina,
biotina, piridoxina, tiamina e vitamina B12.
11. MINERAIS

As necessidades quantitativas de minerais no organismo são pequenas,


mas suas funções são vitais para a mantença e produção. Os minerais
considerados essenciais para os suínos são o cálcio, fósforo, sódio, potássio,
cloro, magnésio, ferro, enxofre, iodo, manganês, cobre, cobalto, zinco, flúor,
molibdênio, selênio e cromo.

Os macrominerais, que incluem cálcio, fósforo, sódio, cloro, potássio,


magnésio e enxofre, geralmente têm funções estruturais como componentes
dos ossos, tecidos e fluídos orgânicos, e também intervêm na regulagem da
pressão osmótica e na mantença do equilíbrio ácido básico.

Os microminerais participam, na sua maioria, como parte integrante de


sistemas enzimáticos em uma série de processos metabólicos essenciais. Na
formulação de ração para suínos deve-se dar atenção ao cálcio, fósforo,
sódio, manganês, selênio, ferro, zinco, cobre e iodo.
12. EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DOS SUÍNOS NAS DIFERENTES FASES

Exigência nutricional é a quantidade mínima de um determinado nutriente que


deve ser fornecida aos animais para satisfazer suas necessidades de mantença
e produção.

As exigências nutricionais dos suínos variam de acordo com o potencial


genético, a idade, o sexo, o peso e a fase produtiva em que os animais se
encontram. Na nutrição dos suínos, deve-se levar em conta estas diferenças,
para se obter a máxima eficiência produtiva.

Os passos para a formulação de uma dieta estão no conhecimento das


exigências nutricionais de uma de uma categoria animal (idade, sexo, estádio
rep./produtivo). Além disso, conhecer os alimentos sua composição
bromatológica, processamentos, contaminantes, restrições ao uso, sucedâneos,
etc.
14. REFERÊNCIAS CONSULTADAS
LANA, R. P. de. Nutrição e Alimentação Animal (mitos e realidades) – Viçosa: UFV,
2005. 344 p.
ROSTANGNO, H.S.; SILVA, D.J.; COSTA, P.M.A. et al. Composição de
Alimentos e exigências nutricionais de aves e suínos (tabelas brasileiras) 1.
Ed. Viçosa: UFV, Imprensa Universitária, 1987. 59p.
ZANUSSO, J. Nutrição animal: Introdução, conceitos gerais. 2015. Disponível
em:< http://slideplayer.com.br/slide/3246302/ > Acesso em: 30 mai. 2018.
ZARDO, A. O.; LIMA, DE G. J. M. M. Alimentos para Suínos. Boletim Informativo
de Pesquisa—Embrapa Suínos e Aves e Extensão—EMATER/RS. ANO 8
BIPERS. 1999. Disponível em:<
http://data.novo.gessulli.com.br/file/2010/06/30/E142925-F00001-U450.pdf>
Acesso em: 29 mai, 2018.
OBRIGADA!

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