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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS - UEG

Nutrição e Alimentação
Introdução

• Importância da nutrição animal

Desempenho = genética + sanidade + manejo + ambiência +


nutrição

1950 x 2005

70 dias, 1,58kg, 42 dias, 2,3kg, 2


CA: 2,5 CA: 1,82
Introdução
• Importância social e econômica da avicultura
- O Brasil: terceiro maior produtor e líder mundial nas exportações de
carne de frango. Exportando para 127 países, a avicultura brasileira
tem se apresentado como responsável por 34% das exportações
mundiais

- A importação de 100%
de matérias-primas para
produção de rações e a
ausência de incubatórios
para produção de pintos
de um dia, constituem os
principais gargalos da
avicultura no estado
Amazonas.

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Introdução
• Importância social e econômica da suinocultura
- A suinocultura brasileira: crescimento significativo - quarto maior
rebanho mundial, com mais de 33,8 milhões de cabeças, sendo
superado pelos Estados Unidos, União Europeia e China

• Evolução da criação: em razão dos avanços tecnológicos, galpões


dotados de uma grande estrutura, com instalações adequadas,
condições de higiene e alimentação correta

• Elemento importante para fixar o homem no campo, gerando


emprego e renda para milhões de famílias que se ocupam na
produção de milho e soja

• A carne suína é excelente fonte de vitamina do complexo B


(tiamina, riboflavina, vitamina B6 e B12), minerais (cálcio, fósforo,
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zinco e ferro) e rica em potássio
Introdução

• Crescimento populacional e produção de alimentos

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Introdução
• Importância da nutrição animal

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Introdução
• Importância da nutrição animal

Fonte: Sindirações 7
Introdução
• Importância da nutrição animal

Aves + suínos =
78%
Fonte: Sindirações 8
Introdução

• Particularidades do sistema digestório

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Nutrição e Alimentação

• Alimento
Alimento
Água Matéria seca
Orgânica Mineral

CHO, PB, Lip. Vit. Macro,

Micro

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• Classificação dos alimentos
- C: Carbono
A) Carboidratos:

- Também pode ser ligados: N, P e S


- Representantes: açúcares, amido, celulose e gomas
- H: Hidrogênio
- O: Oxigênio
- Produção de energia e em excesso, são armazenados na forma de gordura

B) Proteínas: Aminoácidos

- AAs: essenciais na alimentação – organismo não produz alguns destes


- Funções: constituintes do corpo, sistema imune, formação de novas células, crescimento muscular

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Nutrição e Alimentação

• Classificação nutricional dos aminoácidos para monogástricos

• Aminoácido essencial
- Não é sintetizado, ou em quantidades insuficientes
- Lisina\treonina são estritamente essenciais

• Aminoácido não essencial


- Sintetizados pelos animais a partir de outros aa
- Não necessário ser fornecido para os animais

• Aminoácido limitante
- Suprimento via dieta abaixo da exigência animal
- Lisina\treonina: deficientes nos cereais

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Nutrição e Alimentação

• Ordem de limitação dos aminoácidos

“A proteína ideal é definida como o balanço exato de aminoácidos


que é capaz de promover sem excesso ou falta, os requerimentos de
todos os aminoácidos necessários para a manutenção animal e
máxima deposição proteica” SUIDA (2001). 13
Nutrição e Alimentação

C) Lipídeos: óleos e gorduras

-Insolúveis em água: solúvel em éter e benzina


-Forma sólida (animal) e líquida (vegetal)

D) Vitaminas: sensíveis e deterioram rapidamente


- Lipossolúveis: A, D, E e K
- Hidrossolúveis: C, complexo B

E) Mineiras: compostos inorgânicos


- Requeridas em pequenas quantidades

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• Água como alimento

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Aves - NRC (1994): +7% vol / ºC acima de 21ºC
Nutrição e Alimentação

• Nutriente (carboidratos, a.a., vit. e minerais)

“Componente do alimento representando uma entidade química, que entra no


metabolismo celular e concorre para manutenção da vida” (Morisson, 1959).

=> Energia não é um nutriente, mas uma propriedade. Uma das mais importantes
avaliações de um alimento, juntamente com o teor de PB e de A.A.

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Nutrição e Alimentação

• Exigência nutricional
“Quantidade de cada nutriente, necessária para
determinada espécie e categoria animal, para sua boa
manutenção, produção, reprodução”.

Dieta:
Dieta conjunto de alimentos incluindo a quant. respectiva
prescrita para atender a exigência nutricional de
determinada categoria animal.

Ração:
Ração qt. total de alimento fornecido e consumido por um
animal em 24 hs. Ração comercial, formulação pronta.
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Nutrição e Alimentação

Formulamos
uma dieta ou
uma ração?

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Nutrição e Alimentação

Passo-a-passo da formulação de uma dieta:

- Conhecer a categoria animal (NRC, Tab. Bras.)


- Conhecer o alimento e seus sucedâneos (Tabelas
Brasileiras, análise bromatológica).
- Avaliação econômica (Cotações, mercado global).

Informática auxilia, mas não substitui conhecimento


humano!

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Peso metabólico:

- Estimativa de exigência consumo

- PV 0,75. proporcional a superfície/volume. Animais menores tem


maior tx metabólica.

Exemplo para cães: Energia metabolizável: EM = K x w0,67

K = fator de correção para diferentes níveis de atividade


K = 132 (sedentário)
K = 145 animal ativo
K = 200 muito ativo
K = 300 cães de corrida

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Nutrição e Alimentação

• Digestibilidade e Coeficiente de digestibilidade

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Nutrição e Alimentação

• Digestibilidade e Coeficiente de digestibilidade

O coeficiente de digestibilidade (CD) é a proporção de


nutriente consumido que na realidade está disponível
para a absorção e utilização pelo organismo animal
(Case et al., 1998).

Que fatores podem fazer variar


o coef. de digestibilidade?
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Valor energético dos alimentos

• Energia Bruta (EB) – kcal/kg


• Energia Digestível (ED) - kcal/kg
• Energia Metabolizável (EM) - kcal/kg
• Energia Líquida (EL) - kcal/kg
• Nutrientes digestíveis totais (NDT) - %

NDT = PD + ENND + FBD + (EED x 2,25)


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Perdas
Partição EB
da energia ED E. Fezes

EM E. urinária

EL Incremento de calor

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• Uso dos valores energéticos para diferentes animais


Bov. Corte: NDT, EM, ELm, ELg
Bov. Leite: NDT, ED, EM, ELm, ELg
Ovinos: NDT, ED, EM
Suínos: ED, EM
Aves: EM
Equinos: ED
Coelhos: NDT

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Nutrição e Alimentação

Digestão
Processo físico, químico e microbiológico de quebra de
componentes para a absorção pelo organismo

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Nutrição e Alimentação

Processos físicos

• Mastigação
– Redução do tamanho das
partículas

• Movimentos peristálticos
– Condução do bolo alimentar
– Homogeneizar o bolo alimentar
e os sucos digestivos
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Processos químicos: carboidratos


Enzima Fonte Ativad Substrato Ação / Produtos
or
α-amilase Glândulas Amido Hidrolisa as ligações α-1,4 / maltose e
salivar salivares maltotriose
α-amilase Pâncreas Cl- Amido Hidrolisa as ligações α-1,4 / maltose e
pancreática exócrino maltotriose
Maltase Mucosa Maltose e Glicose
intestinal maltotriose
Lactase Mucosa Lactose Galactose e frutose
intestinal
Sacarase Mucosa Sacarose Frutose e glicose
intestinal
1,6-glicosidase Mucosa 1,6- Glicose
intestinal glicosídios

α-dextrina limite Mucosa α-dextrina Glicose


intestinal limite
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Processos químicos: proteínas
Enzima Fonte Ativador Substrato Ação / Produtos
Pepsina Mucosa HCl e pepsina Proteína Cliva as ligações formadas do peptídio pelos
(Pepsinogenio) gástrica grupos carboxila dos aminoácidos aromáticos,
aspartato e glutamato
Tripsina Pâncrea Enteroquinas Proteína Cliva as ligações dos peptidios formados pelos
(Tripsinogênio) s e e tripsina grupos carboxila da lisina e arginina
exócrino

Quimotripsina Pâncrea Tripsina Proteína Cliva as ligações dos peptidios formadas pelo
(Quimotripsinogênio) s grupo carboxila dos aminoácidos aromáticos
exócrino
Elastase (Pró-elastase) Pâncrea Tripsina Proteína Cliva as ligações dos peptidios formadas pelo
s grupo carboxila dos aminoácidos alifáticos
exócrino
Carboxipeptidase A Pâncrea Tripsina Proteína Cliva o terminal carboxi doas aminoácidos com
(pró-carboxipeptidase s cadeias laterais aromáticas ou ramificada
A) exócrino
Carboxipeptidase B Pâncrea Tripsina Proteína Cliva o terminal carboxi doas aminoácidos com
(pró-carboxipeptidase s cadeias laterais básicas
B) exócrino
Enteropeptidase Mucosa Tripsinogêni Tripsina
(enterocinase) intestinal o
Aminopeptidase Mucosa Peptidios Cliva o terminal N
intestinal
Dipeptidase Mucosa Dipeptidios Dois aminoácidos 29
intestinal
Nutrição e Alimentação

Processos químicos: lipídios e outros substratos


Enzima Fonte Ativador Substrato Ação / Produtos
Lipase pancreática Pâncreas exócrino Tripsina Triglicerídios Monoglicerídios e
ácidos graxos
Esterase Pâncreas exócrino Tripsina Ésteres do Colesterol e
pancreática colesterol ácidos graxos

Ribonuclease Pâncreas exócrino Tripsina RNA Nucelotídios e


oligonucleotídios
Desoxiribosenucle Pâncreas exócrino Tripsina DNA Nucelotídios e
ase oligonucleotídios
Fosfolipase Mucosa intestinal Fosfolipidios Glicerol, ácidos
graxos, fostato e
colina
Nucleases, Mucosa intestinal Ácidos nucleicos, Pentoses, purinas
nucleotidases e nucleotídeos e e pirimidinas
nucleosidases nucleosídios

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Nutrição e Alimentação

Parede intestinal

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Nutrição e Alimentação

Ativação enzimática
• Zimógeno = enzima inativada
– Proteção da parede do estomago à auto digestão
– Pepsinogênio é ativado no lúmen estomacal
• HCl
• Pepsina

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Nutrição e Alimentação

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Presença e atividade das enzimas
Espécie Idade

• Diferentes hábitos alimentares • Lactase


– Alta atividade em recém
• Amilase salivar nascidos
– Suínos • Cuidado na dieta de
– Pintainhos desmame
• Espécies de peixes de rápida
• Carboidrases incubação dos ovos
– Pouca ação em ruminantes – TGI imaturo
• Necessidade de alimento
vivo

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• Onde ocorre a digestão e absorção?

• Boca: redução partícula e mistura com saliva, composta de água,


mucina, sais minerais e ptialina (dig.carb)

• Estômago: secreção do suco gástrico, composto de água, sais


minerais, muco, ácido clorídrico e pepsinogênio

• Intestino delgado: ação de 4 secreções – suco pancreático, suco


duodenal, suco entérico e bile

• Intestino grosso: ação de enzimas procedentes do intestino delgado


e microrganismos que atuam principalmente no ceco.

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Nutrição e Alimentação

• Mecanismos de absorção de nutrientes

• Difusão simples

• Difusão facilitada

• Transporte ativo

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Nutrição e Alimentação

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Referências

• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS CRIADORES DE SUÍNOS. Homepage


institucional. Disponível em: www.abipecs.com.br. Acesso em: 15 nov. 2020.

• CRUZ, FRANK GEORGE GUIMARÃES. Produção de Monogástricos. Material


didático, apostila. p.53-104. UFAM, Manaus, 2012.

• CRUZ, F.G.G. Avicultura caipira na Amazônia. Manaus: Gra sa, 2011. 114 p.

• LUDTKE, C.B. et al. Bem estar animal no manejo pré-abate e sua influência sobre a
qualidade da carne suína. In: V Seminário Internacional de Suínos e Aves, SC. 2006.

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Obrigada!

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