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Nutrição e Alimentação de Suínos

1- Nutrição

• Processos fisiológicos pelos quais o organismo ingere e


assimila o alimento.

• Crescimento do suíno: acúmulo de tecido muscular


(musculatura e órgãos internos), tecido adiposo (o subcutâneo
constitui cerca de 65% do total), e tecido ósseo.

- Fornecimento de nutrientes.

- Tempo (idade)

- Genética

- Condições sanitárias
• Frações que compõem o alimento

→ MM (cinzas)
MS → MO → PB
→ EE
→ FB
Alimento
→ ENN

Água
• Água
- Nutriente essencial
- O mais barato
- 80% do peso corporal do leitão RN
- Funções:
– Regulação térmica
– Equilíbrio ácido básico
– Transporte de nutrientes e resíduos catabólicos
– Função Láctea

• Fontes de água para suíno:


– água de consumo (o consumo é cerca de 3 vezes o
consumo de ração),
– água dos alimentos (10 a 12%),
– água metabólica (oxidação dos nutrientes)
• Perdas de água: urina, fezes e respiração
• Águas salinas (sulfatos, cloretos e nitratos) – SDT –
tolerância – 5000ppm.
• Proteína
- PB (?)
- Nem toda ptn apresenta 16% de N
- Nem todo N do alimento é protéico (10% da ptn do milho e
13% da ptn da soja é NNP)
- Suínos não apresentam exigência específica para ptn → mas
para aminoácidos (aa)
- Aminoácidos essenciais (aee) – Lis, Ter, Trp, Met + Cis, Ile,
Lis, Val, Arg, Fen, Tir
- Aminoácidos não-essenciais (aane)
- Perfil de aa inadequado: ↓ síntese de ptn, ↓ desempenho, ↑
excreção de N.
- Calor excessivo no processamento dos alimentos reduz a
disponibilidade de aa
- Balanço de aa → ptn ideal
- Funções das ptn: estrutural (músculos, órgãos internos, pêlo,
casco, pele, etc), substâncias vitais (hormônios, enzimas,
anticorpos, etc), fonte secundária de energia (*)
• Carboidratos
- 75% da MS dos vegetais
- Principal fonte de energia nas rações de suínos
- Amido (amilose e amilopectina): principal CHO da dieta
dos suínos
- O amido não é armazenado no organismo animal
(glicogênio)

• Lipídeos
- Triacilgliceróis, fosfolipídeos e esteróides
- Fonte de energia (mais calóricos que os CHO’s)
- AG saturados e insaturados (AGE)
• Energia (calorias – combustível metabólico)
- Carboidratos, lipídeos e ptn
- Manutenção das funções vitais
- Produção de calor
- Produção (crescimento, gestação e lactação)

EB
Ef ← ↓
ED
Eu ← ↓
EM → IC (metab. dos nutrientes)
→ EL – Mantença
Crescimento
Gestação
Lactação
• Vitaminas e Minerais

- Vitaminas: mediadores de reações bioquimicas fundamentais.


Presentes nos alimentos em quantidades pequenas.
- são sintetizadas nos tecidos vegetais.
- sua presença no tecido animal --- consumo de vegetais, ou
por causa de micro-organismos que as sintetizam.
- Essenciais para o desenvolvimento do tecido normal, para
a saúde, crescimento e mantença.
- Quando ausentes (avitaminose) ou deficientes
(hidrossolúveis (B1, B2, B6, B12, Folacina, Niacina, Biotina,
Colina, C)
- Lipossolúveis: A, D, E, K

- MINERAIS
- Macrominerais: Ca, P, Mg, Na, K, Cl, S
- Microminerais: Fe, Cu, Co, I, Mn, Zn, Se, Mo
2- Ingredientes Alimentares

• Alimentação: 70 a 80% do custo de produção


• Suínos – onívoros – alimentam-se dos mais diversos
tipos de alimentos
• Alimentos → Energéticos FB < 18%
PB < 16%
→ Protéicos FB < 18%
PB > 20%
→ Volumosos FB > 18%
→ Suplementos vitamínicos
→ Suplementos minerais
→ Aminoácidos sintético (permite ↓ PB →↓
excreção de N →↓ impacto ambiental)
• Suíno moderno: altas taxas de ganho protéico
(tecido muscular) – maiores exigências de aa)
• Deposição de tecido muscular consome menos
energia que a deposição de gordura na carcaça.
• Alimentos energéticos
• Grãos de cereais: milho, sorgo, trigo, arroz e
subprodutos
• Gordura (animal e vegetal) – altamente calórico
• Raízes e tubérculos

Milho (Zea mays)


• Grande produção de milho no país – rações de
aves e suínos.
• Principal fonte de CHO’s (amido)
• Ptn principais: zeína (endosperma e gluteína
(germe) → consideradas ptns de baixo VN (teor
de aae baixo)
• Lipídeos: AG – palmítico, esteárico, oleico,
linoléico linolênico
• Composição nutricional: 8,26% PB; 0,24% Lis;
0,36% de Met + Cis; 3,61% lip; 62,48% amido;
0,03% Ca; 0,24% Pt; 3.460kcal/kg ED (Tabelas
Brasileiras – 2005)
• Subprodutos: Canjica (milho degerminado),
glúten 21 e 60% PB (resultante da retirada do
amido), milho pré-gelatinizado, extrusado,
laminado, floculado
Sorgo (Sorgum vulgare)
• Cereal versátil: adapta-se a diversos tipos de
solos e clima
• Pode substituir tecnicamente o milho sem perda
de desempenho de suínos (VN semelhante)
• Presença de compostos fenólicos (tanino – reduz
digestibilidade e palatabilidade, sabor
adstringente)
• Sorgo c/ tanino e sorgo s/ tanino.
• Composição nutricional: 9,23% PB; 0,20% Lis;
o,32% de Met + Cis; 3,0% lip; 60,79% amido;
0,03% Ca; 0,26% Pt; 3.348kcal/kg ED (Tabelas
Brasileiras – 2005)
Milheto (Pennisetum glaucum L.)
• Boa resistência a condições edafoclimáticas
adversas
• PB 13,10% e ED 2.945kcal/kg
• Grão produzido em panículas (como o sorgo)
• Não tem tanino
• Mandioca (Manihot sculenta)
• Alto teor de CHO’s (67,85% de amido, na raspa
integral)
• Possui glicosídeos precursores do HCN
(eliminado pelo cozimento ou quando seca ao
sol). Mais usada para suínos em crescimento e
terminação
Abóbora (Cucubita pepo): baixo teor de MS (264
kcalED/kg). Uso não recomendado.

Cana-de-açucar
- Caldo de cana (alto teor de ED – 707kcal/kg)
• Fornecer aos suínos a partir de 22kg de peso
vivo, após período de adaptação (evitar
distúrbios intestinais)
• Processar a cana em quantidades suficientes
para atender a demanda (6 – 8L/animal/dia –
rendimento 100kg de cana – 60L de caldo)
• Cana integral picada (moída ou triturada) ou em
toletes (cortada)
- Açúcar
• Carboidratos solúveis de lata digestibilidade
• Mais utiizado em rações de leitões
Soro de leite
• Subproduto líquido da produção de quiejo (4%
de lactose – 200kcal ED/kg). Recomenda-se a
pasteurização do subproduto para evitar riscos
de transmissão de doenças
• É necessário um período de adaptação (evitar
distúrbios digestivos e diarréias – aumento da
fermentação microbiana lactose)
• O soro de leite em pó é um produto
industrializado com 95% de MS e 12% de PB,
3.449kcal ED/kg
• Mais utilizado nas rações de leitões
Farelo de Arroz Integral (FAI) e Desengordurado
(FAD) (Oriza sativa)

• FAI – Subproduto da industrialização do arroz para


consumo humano.
• A composição varia em função do nível de inclusão de
cascas e de grãos quebrados
• PB 13,24% e 3179kcal ED/kg, Pt 1,61%
• Fator limitante: altos teores de silica e de oxalato, se
rancifica facilmente devido ao alto teor de gordura

• FAD – subproduto da extração do óleo contido no FAI


• Aumenta o tempo de armazenamento, mas reduz o
conteúdo energético
• Alto teor de P fítico (fitase melhora a utilização do P
fítico)
• PB 15,5% e 2.531 kcal ED/kg, 1,81% Pt
Quirera de Arroz (QA)

• Subproduto do beneficiamento do arroz (constituido


principalmente de grãos quebrados e deformados)
• Composição nutricional semelhante ao do milho

Farelo de Trigo

• Subproduto resultante da montagem do trigo para


obtenção da farinha
• PB 15,5%, 2.551 Kcal ED/kg, FB 9,66%
• Uso recomendável para matrizes no final da
gestação (efeito laxativo)
Polpa cítrica
• Resíduos da industria de sucos. Rica em pectina
• Composição: 6, 36% PB, 12,7% FB, 2956 Kcal
ED/kg

Triguilho
• Produto resultante da classificação do trigo,
consistindo de grãos fragmentados e chocos com
pequena porcentagem de casca e impróprio para
consumo humano
• Composição: 13,61% PB, 6,55% FB, 3141 Kcal
ED/kg
Triticale
• Resultante do cruzamento entre centeio e trigo
• Composição: 12,23% PB, 2,61% FB, 3278Kcal ED/kg
• Cevada
• Subproduto da industria de cerveja
• Composição: 9,63% PB; 6,24% FB; 3242 Kcal ED/kg

Gordura e óleos
• Excelentes fontes de energia para suínos. Pode ser de
origem animal (frango, bovino e suíno) e vegetal (grãos
de oleaginosas)
• Vantagens:
– Aumenta a palatabilidade, reduze a pulverulência,
melhora CA, conserva a maquinaria da fábrica por
mais tempo, facilita a peletização, favorece uma
maior concentração de nutrientes da dieta.
– Reduz o incremento calórico

• Limitações:
– níveis altos podem provocar problemas físicos de
manuseio dos misturadores e comedouros.
– Facilidade de rancificação (antioxidantes devem ser
usados).
– Leitões novos apresentam capacidade limitada de
utilizar gorduras
Alimentos Protéicos

• Soja (grão integral cozido)


– Farelo de soja
– Soja integral tostada (torrada) e extrusada (37% PB)
– Soja micronizada (39% PB)
– Concentrado protéico de soja (64% PB). Mais utilizado em
rações para leitões recém-desmamados. Os fatores
antinutricionais e alergênicos são removidos

• Farelo de algodão: baixa qualidade da PB (30 a 39%)


e presença de fatores tóxicos (gossipol)

• Farelo de amendoim: lata PB – 48% (baixo teor de


lisina, metionina e treonina). Produto extremamente
susceptível ao desenvolvimento de fungos (afatoxinas)
• Girassol (farelo): alto teor de PB – 28,5% (baixa lisina)

• Leveduras (Saccharomyces cerevisae) – subprodutos


da industria de fermentação. PB varia de 36 – 42%

• Farelo de canola: 37% de PB

• Alimentos protéicos de origem animal:


– farinha de carne e ossos – 45-60% de PB (contaminação por
salmonelas),
– farinha de peixe – 54 a 61% PB (ptn de alta qualidade)
Utilização de aditivos na alimentação de suínos
Aditivo: Toda substância intencionalmente adicionada às
rações, com a finalidade de conservar, intensificar ou
modificar suas propriedades desejáveis e suprimir as
indesejáveis.

Finalidades (de acordo com os fabricantes):

- Estimular o consumo de ração


- Melhorar a conversão alimentar
- Prevenir o aparecimento e controlar as doenças
- Melhorar a absorção de nutrientes, proporcionando
melhor produtividade
Os aditivos são classificados em 3 classes:

- Pró-nutriente: Microingrediente que melhora a


eficiência de utilização dos nutrientes da ração,
melhorando o desempenho animal. Ex: promotores de
crescimento, enzimas, acidificantes, etc

- Coadjuvantes de elaboração: Tem efeito sobre as


características físicas do ingrediente ou da ração,
como cor, odor, consistência e conservação. Ex:
aglutinantes, adsorventes, corantes, palatabilizantes,
conservantes, etc.

- Profiláticos: Previnem oxidação e destruição de


vitaminas e enfermidades causadas por intoxicações.
Ex: acidificantes, antibióticos, adsorventes, etc.
• Características de um bom aditivo

- Melhorar o desempenho zootécnico dos animais.


- Ser atuante em pequenas dosagens.
- Não apresentar resistência cruzada com outras
substâncias
- Manutenção da flora gastrointestinal normal
- Atóxicos aos animais e aos seres humanos
- Não mutagênicos ou carcinogênicos
- Sem efeitos deletérios ao ambiente
Fatores de vitaminas e minerais
- Concentrados proteicos
- Núcleos
- Suplementos vitamínicos e/ou minerais

7-3- Formulação e balanceamento nutricional


- A ração que o suíno ingere influencia diretamente a
composição da carcaça e no potencial poluente dos
dejetos
- Matérias primas com maior disponibilidade dos
nutrientes
- Adição de gorduras (dietas mais densas)
- Utilização de fontes suplementares de vitaminas e
minerais
- Aminoácidos sintéticos
- Enzimas, promotores de crescimento e demais aditivos
- Ração ideal: Adequadamente balanceada (atendendo às
exigências nutricionais da fase). Palatável (estimula o
consumo), digestível e economicamente viável (mínimo
custo)
- Para formular dietas balanceadas para os suínos é
importante levar em consideração vários fatores:
• Conhecer as exigências da categoria ou estado
fisiológico (gestação, lactação, crescimento e
terminação);
• Ingredientes e composição nutricional dos mesmos
(digestibilidade);
• Limites de inclusão e preços dos ingredientes
• Ambiente (temperatura, condições climáticas e
instalaões);
• Sexo e genética dos animais;
• Estado sanitário dos animais;
• Adição ou não de aditivos e/ou promotores de
crescimento
4- Manejo Alimentar e Nutricional
Reprodutores
• Leitoas
• - Futuras matrizes. Boa estrutura óssea, massa
muscular adequada e reservas corporais que entendam
à demanda futura das fases produtivas. Peso 120kg e
17 a 20 mm de espessura de toucinho.
• - Atenção para os níveis de Ca e P da ração
• - Ganho de peso na fase de crescimento (20 a 80/90kg):
650 a 720g/dia
• - Restrição alimentar – aos 90kg. Objetivo: 115 a 129
aos 180 dias. Cuidado com restrição severa (pode faltar
ptn ou algum aa limitante)
• - Efeito “flushing”: fornecimento de ração com alto nível
de energia, no período pré-cobertura (10 a 14 dias antes
da cobrição ou inseminação). Visa aumentar a taxa de
ovulação aumentando as chances de fertilização e
conseguentemente o número de leitões nascidos.
• - Tabelas de exigências nutricionais
• Fêmeas em gestação

- Exigências relativamente baixas em relação à


lactação
- Função: prenhez, tamanho, peso e uniformidade da
leitegada, preparar a fêmea para a lactação,
intervalo desmama-cio.
- Nos 2/3 iniciais da gestação (80 dias) as exigências
são ligeiramente superiores às da mantença (os
leitões atingem cerca de 8% do peso ao nascer)
- Baixa energia e limitação dos nutrientes essenciais –
leitões com pesos desuniformes e fracos
- Energia excessiva: morte embrionária no terço inicial
da gestação (↓ progeterona no plasma sanguíneo
→ ↓ Ptn Uterina Especifica), dificuldades no parto e
redução do apetite na lactação
- O crescimento da fêmea nulípara durante a
primeira gestação deve continuar (a quantidade
de ração a ser consumida deve ser superior à
da matriz plurípara)
- A alimentação na fase intermediária da gestação
visa o desenvolvimento das glândulas mamárias
(75 a 105 dias)
- É importante evitar excesso de peso na
gestação. A alimentação adequada é aquela
que proporciona uma boa reserva corporal
(alimentação individualizada permite fornecer a
ração de acordo com as condições corporais
das fêmeas)
- Restrição alimentar: só de energia e não de ptn,
vitaminas e minerais
Programa de alimentação conforme o escore
corporal

Categoria Kg de ração Kcal


por dia
1 (muito magra) 4,0 12.200
2 (fraca) 3,5 10.675
3 (moderada) 2,5 7.625
4 (boa) 2,1 – 2,3 6.400 – 7.000
5 (muito gorda) 2,0 6.100
- No terço final da gestação a porca ganha peso
com facilidade: aumento na retenção de
nutrientes (peso dos fetos duplica e catabolismo
da fase de lactação)
- Tabelas de exigências nutricionais

Lactação
- Maximizar a produção de leite, evitar perda de
peso excessiva (escore corporal e intervalo
desmama-cio), garantir uma taxa de ovulação
adequada
- Alimentação à vontade e várias vezes ao dia
- A capacidade de ingestão das fêmeas nesta fase
é limitada (principalmente nas primíparas) e a
demanda nutricional para a produção de leite é
alta.
- Para que a mobilização das reservas corporais
seja minima o consumo de ração deve ser
estimulado
- Estímulo por meio do aumento da capacidade
ingestiva (fornecimento de rações com alto teor
de fibra durante a gestação)
- Aumento da densidade energética da ração de
lactação (uso de óleo)
- O favorecimento do conforto ambiental também
estimula o consumo de ração
- Atenção especial deve ser dada em condições
de estresse calórico.
- Quantidade de ração: 6 a 7kg/animal/dia
- Tabelas de exigências nutricionais
Intervalo desmama-cio (dias) em função da % de
perda de peso durante a lactação e ordem de
parto

Perda de peso Ordem de


(%) Parto
Primeiro Segundo Terceiro
Menor que 0,0 11,4 6,5 6,1

0,0 a 5,0 9,5 6,7 6,0

5,0 a 7,5 10,0 6,7 6,3

7,6 a 12,4 11,7 8,0 6,5

Maior que 12,4 14,7 8,5 6,5


• Cachaços
- A criação de machos inteiros para reprodução
deve ser diferenciada a partir de 50 kg de peso
vivo (precisa formar uma estrutura corporal
adequada para a função reprodutiva)
- Machos adultos: alimentação adequada de forma
a manter uma boa condição corporal que evite o
descarte precose por excesso de peso.
- Exigências nutricionais – NRC (1998): 3.400
kcal/ED/kg, 13% PB, 0,6% lisina, 0,75% Ca e
0,35% Pd
Leitões no aleitamento e creche

- Fornecimento de ração antes do desmame (7 a 10


dias de vida)
- Desmame: a gordura do leite e a lactose são
substituídos pelo óleo vegetal e amido. A caseína é
substituida por ptn vegetais. A redução da lactose
reduz também a população de lactose e altera o pH.
O leitão não é capaz de produzir HCl com eficiencia,
o que favorece a proliferção de bactérias
patogênicas
- Esta mudança brusca deve ser amenizada com a
utilização de produtos lácteos (ração de alta
digestibilidade). Reduz a má absorção e
proliferação microbiana
- Recomenda-se ainda utilizar níveis mais baixos de
PB na ração e suplementação de aa sintéticos e/ou
acidificar a ração utilizando ácidos orgânicos.
- O baixo consumo de alimento também pode
reduzir o crescimento na fase pós-desmame
(creche). Práticas que estimulem o consumo
podem dar resultados satisfatórios: peletização
e ração úmida ou líquida (18% MS)
- Limitação da dieta líquida: custo e manejo dos
equipamentos automáticos, mão de obra nos
sistemas manuais e problemas sanitários
- Tabelas de exigências nutricionais

Crescimento e Terminação
- Objetivo: 100 kg de PV aos 150 dias de idade,
com consumo inferior a 230 kg de ração/animal
- A fase de crescimento corresponde à parte da
curva de crescimento na qual, ocorre maior
deposição de carne magra
- Níveis menores de PB, com inclusão de
aa sintéticos, rações diferenciadas por
sexo são algumas formas de otimizar a
deposição de carne magra.
- Recomenda-se ainda subdividir as rações
de crescimento e terminação em 4 ou
mais tipos de ração.
- Na prática é importante levar em conta a
inter-relação econômica entre o ganho de
peso diário, conversão alimentar, custo da
alimentação, bonificação pela qualidade
da carcaça.
• Sistemas de alimentação
- Alimentação a vontade ou ad libtum – o alimento
está à disposição dos animais o tempo todo. O
consumo vai depender do apetite,. Sistema
preferencial para as fases inicial e de crescimento.
- Alimentação controlada por tempo – os animais são
alimentados várias vezes ao dia em períodos de
tempo limitado.
- Restrição alimentar – pode ser quantitativa.
Restrição de nutrientes na ração ou da quantidade
de alimento a ser fornecida ao animal. A restrição é
mais recomendada para animais em terminação
(reduz a deposição de gordura é maior que para
deposição de tecdido magro 3,58Mcal de ED/kg de
tecido magro e 11,95Mcal de ED/kg de tecido
adiposo)
- É importante manter a uniformidade nos lotes
porque a competição pelo alimento torna-se mais
intensa.
- O genótipo é o principal determinante do momento
a partir do qual a deposição de gordura excede a
deposição de carne. O genótipo de baixo potencial
atinge o máximo ganho diário em carne em idade
mais precoce e com um pico menor que os
genótipos de alto potencial. O suíno melhorado
continua depositando carne magra por um período
maior com pico superior.
- É importante a alimentação separada (formulações
diferentes) conforme o genótipo utilizado (Tabelas
de Exigências Nutricionais). É importante ressaltar
que os genótipos superiores tendem a apresentar
um consumo menor (apetite menor) o que resulta
na necessidade de maior concentração de
nutrientes.
- O sexo também influencia o potencial de
crescimento, consumo voluntário, eficiência
alimentar e qualidade da carcaça. Recomenda a
alimentação em sexos separados. A separação
deve ser realizada na saída da creche.
- A capacidade de deposição de carne magra
quando sob influência da atividade hormonal
obedece a seguinte ordem decrescente:
machos inteiros, leitoas e machos castrados.
Isto significa que a restrição alimentar deve ser
maior para os machos castrados.
- Em geral suínos com menos de 55 kg de PV
não devem ser submetidos à restrição
alimentar. Cuidado com aplicação da restrição
alimentar em condições de altas temperaturas
(para cada °C acima de 21 o suíno consome de
60 a 100g a menos)
Tabela de consumo de ração nas fases de
crescimento e terminação conforme o peso
(Embrapa)

Peso vivo do suíno Dias de fornecimento Quantidade de ração


(kg) (kg)
25 – 35 15 1,5

35 – 45 15 1,9

45 – 55 15 2,2

55 – 65 12 2,6

65 – 75 12 2,9

75 – 85 12 3,2

85 – 95 12 3,5

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