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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS DE BACABAL-CCBA CURSO DE LICENCIATURA


EM EDUCAÇÃO DO CAMPO/CIÊNCIAS AGRÁRIAS

DISCIPLINA: AVICULTURA
DISCENTE: MARIA ANTONIA OLIVEIRA RIMÁ

ALIMENTAÇÃO DE AVES CAIPIRAS

Prof. Dr. Marcônio Martins Rodrigues

Bacabal – MA
Abr/ 2023
INTRODUÇÃO

 Características dos animais monogástricos ou não ruminantes.

 Reduz a capacidade de armazenamento gástrico;


 Taxa de passagem rápida de alimentos no trato digestório rápido;
 Baixa capacidade de digerir a matéria fibrosa;
 Pequena capacidade de síntese gastrointestinal de nutrientes;
 Aproveitam melhor os alimentos concentrados que os ruminantes;

 Particularidade das aves

 Sistema Digestório das Aves:


A anatomia do trato gastrointestinal (TGI) difere consideravelmente das
espécies tipicamente monogástricas.

 Boca:

 Bico córneo para apreender, rapidamente, pequenas partículas de


alimentos.
 Reduz parcialmente o tamanho do alimento a ser deglutido.
 Língua e glândulas salivares semelhantes às dos outros animais.

 Esôfago:

 INGLÚVIO (PAPO): A maioria das aves, exceto as espécies


insetívoras, possui uma área avolumada no esôfago, denominada
inglúvio (papo), que apresenta as seguintes funções:
 Compartimento de armazenagem e umedecimento dos alimentos
(particularmente importante para os grãos).
 Permite ação prolongada da amilase salivar;
 Funciona como câmara de fermentação, para algumas espécies,
 PROVENTRÍCULO (ESTÔMAGO GLANDULAR): porção posterior ao
inglúvio e anterior à moela que apresenta as seguintes funções:
 Sítio de produção do suco gástrico (HCI e pepsinogênio)
 Meio ácido (pH próximo a    4);
 A ingesta o atravessa muito rapidamente (cerca de 14 segundos)

 VENTRÍCULO (MOELA OU ESTÔMAGO MUSCULAR): órgão muscular


oco, de paredes muito grossas e epitélio cornificado.
 Tritura os alimentos, de forma similar à mastigação dos mamíferos,
mediante contrações involuntárias. Contrações ocorrem a cada 20 a 30
segundos.
 O epitélio é recoberto por uma secreção mucosa espessa.
 A moela possui, no seu interior, pedriscos e outras partículas duras que
ajudam na trituração do alimento, mas que não são essenciais para a
sua função.
 Não secreta enzimas.

 Intestino Delgado:
 Mesmas seções dos mamíferos, com mesmas funções.
 Não secreta lactase.
 pH 9, ligeiramente ácido.
 A Digestão e a absorção dos nutrientes    ocorrem de maneira
semelhante à dos mamíferos.

 Intestino Grosso:
 Intestino grosso bem pequeno (5 a 8 cm) que desemboca na cloaca;
 Os dois cecos e o intestino grosso são sítios de absorção de água e
de digestão de alguma fibra. A fermentação bacteriana se processa
em níveis menores que nos mamíferos.
 NUTRIÇÃO DAS AVES

 Nutrientes:
 Compostos Orgânicos:
 Carboidratos, lipideos, nitrogenados, vitaminas.

 Compostos Inorgânicos:
 Macrominerais, micromineais e água.

 Carboidratos:
 Componente nutricional mais abundante na natureza;
 Representam fonte primária de energia para os organismos vivos.

 Lipídeos nas Rações:


 Melhoram a palatabilidade;
 Reduzem a pulverulência;
 Fornecem energia de vitaminas lipossolúveis e ácidos graxos
essenciais;
 Reduz a velocidade de passagem;
 Melhoram a conversão alimentar.

A alimentação representa cerca de 70 % do custo da produção das


ave.Devem-se buscar fontes alternativas de alimentos, principalmente
energéticos e proteicos, como também de formulações que atendam às
necessidades qualitativas e econômicas de produção da galinha caipira.
No caso das galinhas caipiras, não se tem interesse de acelerar o
crescimento por meio de promotores como antibióticos e hormônios, e nem
aumentar a digestibilidade e a eficiência digestiva por meio de enzimas e
aminoácidos sintéticos
O desafio na criação de galinhas caipiras é tornar a produção mais
eficiente com a diminuição dos custos com alimentação, sem perder as
características dos seus produtos. Conhecer mais o potencial nutritivo que se
tem em cada ecossistema, grãos, folhas, frutos etc., processá-los sem perdas,
torná-los disponíveis sempre que necessário, e ofertá-los às aves de acordo
com as necessidades e peculiaridades de cada fase de criação.

 Vantagens da galinha caipira:

Maior Capacidade de converter alimentos em carne e ovos que as


galinhas industriais.

 Apresentação e acondicionamento dos alimentos:

 O fornecimento de rações secas é recomendável, tendo em vista a


facilidade de ocorrência de fermentação nos materiais úmidos, resultando
em casos de doenças oportunistas;
 Para facilitar a digestão, os ingredientes após o devido processamento,
desidratação e moagem podem ser transformados em farelos e farinhas,
podendo ser incluídos nas dietas, de acordo com o plano de alimentação
estabelecido para o plantel;

 Importância da água na alimentação das aves:

 O fornecimento de água para as aves deve ser feito em quantidade


suficiente e com boa qualidade;
 A água de boa qualidade deve ser incolor, sem sabor, sem odor e livre
de impurezas, devendo ser renovada diariamente;
 Os bebedouros devem estar sempre limpos e em locais e alturas que
permitam o livre acesso das aves.

 Tipos de Alimentos:

 Os alimentos essencialmente energéticos são aqueles que apresentam,


em mais de 90 % da matéria seca, elementos básicos fornecedores de
energia.
 Açúcar Gordura de aves, Gordura bovina ,Melaço em pó ,Óleo de soja
degomado ou bruto,Raiz de mandioca integral seca.
 Alimentos energéticos:

Os alimentos energéticos (com mais de 3.000 kcal/kg do alimento)


também podem ser fornecedores de proteína, por exemplo, a quirera de
arroz, a cevada em grão, o soro de leite seco, o grão de milho moído, o
sorgo de baixo tanino, o trigo integral, o trigo mourisco, o triguilho e o triticale
etc., mas só são considerados proteicos os alimentos com mais de 16 % de
proteína bruta.
A fibra bruta é um elemento limitante na digestão dos alimentos.
Portanto, devem ser fornecidos com cuidado, alimentos com mais de 6 % de
fibra bruta. Alguns ingredientes energéticos, tais como o farelo de arroz
integral, o farelo de amendoim, a aveia integral moída, o farelo de castanha
de caju, a cevada em grão com casca, a polpa de citrus, o farelo de coco, a
torta de dendê, o grão de guandu cozido, a raspa de mandioca, apesar de
possuírem energia metabolizável acima de 2.600 kcal/kg, têm teor de fibra
bruta acima de 6 % .

 Aditivos:

Pouco utilizados em dietas de galinhas caipiras, uma vez que não se


recomenda a inclusão de promotores de crescimento (antibióticos e
hormônios), enzimas e aminoácidos sintéticos, pois além de influenciarem
na qualidade dos produtos, aumentam também o custo de produção.
Para facilitar a captura de ração farelada pela ave, é aconselhável
que sejam inseridos como aglutinantes das partículas aditivos como o óleo e
açúcar em proporções que não comprometam o balanceamento da dieta.

 Preparo das rações:

A estrutura necessária para o preparo das rações compreende


desde o local apropriado, que deve ser limpo e isento de qualquer tipo de
contaminação, aos equipamentos moinho, balança e misturador.
Conhecidas as proporções de cada ingrediente e estando os
mesmos moídos e em estado próprio para o consumo, inicia-se a pesagem
pelos ingredientes de menores quantidades, fazendo-se com eles uma
mistura prévia, de modo a facilitar a sua distribuição uniforme na mistura
total .

 Necessidades nutricionais:

As necessidades nutricionais das aves mudam de acordo com a


idade, sexo, raça, estado nutricional e sanitário, fase produtiva e finalidade
econômica.

 Formas de arraçoamento:

O consumo de alimento está relacionado à fase de criação, tanto em


termos quantitativos como de diversidade de ingredientes .A fase de
reprodução é a que merece mais atenção do criador - Matrizes e
reprodutores disponibilizar 6% peso vivo.

 Alimentos alternativos:

Além dos grãos de milho moído e do farelo de soja, que são os mais
largamente utilizados em dietas de frangos, pintos e galinhas, outras opções
de alimentos podem ser utilizadas desde que tenham composição química
adequada .
Essencialmente Energéticos: raiz de mandioca (in natura, silagem
da raiz, raspa integral, farinha, farelo residual) e caldo de cana. O nível de
proteína nesses ingredientes é baixo, exigindo que seja aumentada a
proporção das fontes proteicas, o que representa uma importante limitação .
Fornecedores de proteína: farelo de algodão, farelo desengordurado
de arroz, farelo de girassol, torta de babaçu, e sementes de leguminosas,
em especial o guandú .
 Inclusão de plantas forrageiras e frutos na alimentação de galinhas
caipiras

Sistema de criação de galinhas soltas: as aves buscando


considerável porção da sua alimentação nas partes mais tenras das plantas,
nos frutos e nos restos de colheita e de culturas, insetos, minhocas, etc .
O cultivo e uso mais adequado de plantas possuidoras de maior
potencial de produção e valor nutritivo, com certeza, contribuirão para a
melhoria do sistema de criação
A vantagem: 1. Barata 2. Saudável 3. Sabor peculiar "caipira" da
carne e ovos .
É necessário frisar que, para a alimentação das aves, as plantas
precisam ter elevado valor nutritivo, baixo teor de fibra e alta digestibilidade
Inclusão de plantas forrageiras e frutos na alimentação de galinhas
caipiras .O valor nutricional varia entre diferentes plantas e depende da
fertilidade do solo.
Restolhos de culturas: as raízes e as folhas de mandioca, batata-
doce, de frutos como a abóbora, mamão, banana, caju, melancia e manga,
além de uma infinidade de hortaliças.

PRINCIPAIS DOENÇAS – SINAIS CLÍNICOS, PREVENÇÃO E


TRATAMENTO

As principais enfermidades de frangos de corte, passíveis de serem


prevenidas por meio da vacinação são:

 Doença de Marek.
 Doença de Gumboro.
 Varíola aviária.
 Bronquite infecciosa das galinhas.
 Doença de Newcastle.
 Coccidiose.
 Doença do Gumboro
  A doença de Gumboro é também conhecida como doença infecciosa
da Bursa de Fabricio ou Bursite, sendo provocada por birnavirus. É
caracterizada pela destruição de tecido linfoide, causando imunodepressão nas
aves. Ocorre no mundo inteiro, causando mortalidade, principalmente, em aves
de três a sete semanas de idade.
"O vírus, altamente resistente, é eliminado pelas fezes, podendo
contaminar os ovos, e transportado de galpão para galpão pelos bebedouros,
comedouros, campânulas e pessoal que maneja os galpões.

 Formas de prevenção ao vírus Gumboro

Como medidas de prevenção, recomenda-se evitar que a granja seja


infectada pela doença, pois, uma vez contaminada, a eliminação dos
patógenos é praticamente impossível, assim, a granja terá de conviver com a
presença do vírus.
Medidas rigorosas de biossegurança minimizam o problema
satisfatoriamente. Apesar de os programas de vacinação apresentarem
resultados duvidosos, recomenda-se a imunização de reprodutoras com
vacinas inativadas, para a transferência de anticorpos passivos para a
progênie.
Em frangos de corte a via água é a mais utilizada, porém a via spray
também pode ser usada com sucesso, desde que se usem cepas mais
invasivas, e que o manejo da vacinação seja correto. Para poedeiras, a
vacinação deve ser feita via água ou ocular/nasal. A via spray, para vacinação
de Gumboro, em pintinhos de postura, pode não ser muito eficaz.

 Cuidados na vacinação:

A vacinação incorreta ou inadequada pode ser tão prejudicial quanto


não vacinar. Para que seja realizada com sucesso, é necessário atender os
seguintes cuidados:
 Planejar a vacinação com antecedência e seguir corretamente o
cronograma de vacinação estabelecido pelo médico veterinário.

 Transportar as vacinas sob refrigeração em caixa de isopor com gelo, às


temperaturas entre 2 e 8ºC, qualquer que seja a distância a ser
percorrida.

 Observar o prazo de validade das vacinas, manejá-las corretamente


quanto à diluição, à via de aplicação e conservação. Conservá-las ao
abrigo da luz e calor, atendendo as prescrições do fabricante quanto às
temperaturas de conservação, que podem ser sob refrigeração entre 2 e
8ºC ou congelada como no caso da vacina contra a doença de Marek.

 Vacinar somente aves sãs e evitar estressá-las excessivamente.

 As vacinas devem ser preparadas exclusivamente no momento de seu


uso e serem administradas até duas horas após terem sido
reconstituídas. Não armazenar a vacina após o frasco ter sido aberto.

 Após a vacinação, proceder à destruição e incineração dos frascos e


qualquer conteúdo não utilizado.

 No caso de quebra do frasco de vacina viva, desinfetar imediatamente o


local e depositar os detritos em local apropriado.

 Todo e qualquer medicamento, inclusive as vacinas, deve ser mantido


fora do alcance de crianças e animais domésticos.

 Todos os aviários devem ter uma ficha de acompanhamento técnico do


lote em que constem informações sobre as vacinações.

A escolha da via de administração da vacina requer conhecimento


quanto à patogenicidade do agente. Sabe-se que os vírus possuem “sítios”
preferenciais de localização e multiplicação. A vacinação contra enfermidades
que cursam com problemas respiratórios como a bronquite infecciosa das aves,
por exemplo, apresenta melhor resposta quando administrada por inalação, por
estimular a proteção local, tendo a glândula de Harder importância fundamental
sobre a resposta vacinal feita por essa via. Todos os métodos possuem
vantagens e desvantagens. De maneira geral, as vacinações individuais
proporcionam melhor proteção, porém envolvem maior mão de obra. A
vacinação massal é mais prática, no entanto, pode fornecer proteção menos
uniforme devido às falhas na administração da vacina.
 

 Principais vias de administração de vacinas

 Massal

 Via oral:

 Veiculada na água de bebida e por ingestão de alimentos.


 
 Nebulização (aspersão):

É um método rápido de vacinação, utilizado principalmente no controle


de doenças respiratórias, por estimular a imunidade local, especialmente as
vias nasal, oral e a conjuntiva ocular. Deve ser feita com aspersores usados
exclusivamente para esse fim, adequadamente calibrados.
 
 Individual

 Vias ocular e nasal:

Este sistema é bastante confiável, porém exige grande manipulação


das aves, o que constitui fator de estresse. Pode ser associado às demais
práticas de manejo, tais como debicagem, pesagem, seleção e transferência.
 
 Membrana da asa:

Utilizada para imunização contra enfermidades como a contra cólera


aviária e varíola aviária também chamada de bouba. Esse método consiste na
perfuração da membrana da asa, feita com o estilete específico que
acompanha o frasco da vacina, previamente embebido na vacina.
 
 injetável (Subcutânea e intramuscular):

A aplicação causa solução de continuidade na pele da ave, o que


determina que todo o material a ser utilizado na aplicação seja previamente
desinfetado, mantendo-se cuidados de higiene durante toda a aplicação.
A vacina deve ser aplicada após atingir a temperatura ambiente.
A manutenção da saúde de um plantel é um trabalho árduo, que demanda
cuidados durante todo o ciclo de produção. A vacinação das aves é uma
importante estratégia para reduzir os riscos de infecção na criação, desde que
realizada com os devidos cuidados.
REFERÊNCIAS

Conheça as principais doenças que atingem aves - Canal Rural

- Cria frangos e galinhas caipiras? Conheça a doença de

GUMBORO | Cursos a Distância CPT

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