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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE FORMIGA – UNIFOR-MG

CURSO DE ENGENHARIA AGRONÔMICA


FRANCIELLY RESENDE SOUZA

GABRIELA BARBOSA SIMÕES


JHENIFER CRISTINA

NÁTHALY ROBERTA OLIVEIRA DOS SANTOS


NÚBIA CRISTINA SILVA BARSANU

TAYNARA MARIA DE FARIA OLIVEIRA

RESÍDUO DE CONSERVAS NA NUTRIÇÃO ANIMAL

FORMIGA – MG
2021
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE FORMIGA – UNIFOR-MG
CURSO DE ENGENHARIA AGRONÔMICA

FRANCIELLY RESENDE SOUZA


GABRIELA BARBOSA SIMÕES

JHENIFER CRISTINA
NÁTHALY ROBERTA OLIVEIRA DOS SANTOS

NÚBIA CRISTINA SILVA BARSANU


TAYNARA MARIA DE FARIA OLIVEIRA

UTILIZAÇÃO DE RESÍDUO DE CONSERVAS NA NUTRIÇÃO ANIMAL

Trabalho sobre utilização de resíduo de


conservas na nutrição animal
apresentado na disciplina de Nutrição
Animal pelo curso de Engenharia
Agronômica do UNIFOR-MG.
Orientador: Fabiano Nogueira.

FORMIGA – MG
2021
INTRODUÇÃO

As conservas foram descobertas pelo homem há milhares de anos, desde aquele

tempo a maior dificuldade encontrada era como conservar e armazenar seus

alimentos por mais tempo mantendo suas características intactas, pois não

contavam com os equipamentos tecnológicos encontrados hoje em dia.

Juntamente com a conserva o descobrimento dos métodos de conservação de

alimentos foram feitos sem nenhum conhecimento teórico, mas sim simulando

processos naturais que utilizavam a fumaça e o sol, com essas simulações

naturais chegaram também a conclusão que algumas frutas eram mantidas

conservadas pelo açúcar, e algumas hortaliças pelo vinagre, e que se colocadas

em um recipiente fechado poderiam resolver o problema com os alimentos que

se degradavam com o tempo sem nenhuma conservação, surgindo assim a

conserva que seria conhecida mais para frente.

Hortaliça em conserva é o produto denominado com partes comestíveis

de hortaliças, definidos nestes padrões envasadas, praticamente cruas,

reidratadas ou pré-cozidas, imersas ou não em um líquido de cobertura

adequado submetidos e apropriado ao processamento tecnológico antes ou

depois de fechados hermeticamente. Entende se por hortaliça para afeito deste

padrão tubérculos, raízes, rizomas, bulbos, talos, brotos folhas inflorescências,

pecíolos, frutos, sementes e cogumelos comestíveis cultivados,

reconhecidamente correspondentes para a elaboração de conservas (BRASIL,

1969).

Fruta em conserva é o produto preparado com frutas frescas, congeladas,

praticamente cruas ou pré-cozidas, imersas ou não em líquido de cobertura

adequado podendo conter opcionalmente outros ingredientes comestíveis e

finalmente submetidos a tratamento adequado, antes ou depois de fechados


hermeticamente nos recipientes a fim de garantir sua conservação (BRASIL,

1979).
UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS DO PROCESSAMENTO DO MILHO VERDE

COMO FONTES DE VOLUMOSO PARA BOVINOS DE CORTE.

O resíduo da industrialização do milho verde para conserva é composto por

sabugos, palhas, pontas de espigas e espigas refugadas. Vale lembrar que o

resíduo a ser abordado nesse texto não se refere aos resíduos obtidos na

colheita do milho, que apresenta alta concentração de fibra e baixo conteúdo de

nitrogênio total, reduzindo a digestibilidade e o consumo voluntário dos animais

(HENRIQUE e BOSE, 1995).

A produção anual de resíduos da industrialização do milho verde para conserva


gira em torno de 120.000 ton/ano, sendo a região de Goiânia a principal
produtora com as indústrias ARISCO ® e QUERO ®. Após sair da indústria, o
resíduo é picado podendo ser usado in natura ou armazenado na forma de
silagem. O resíduo da industrialização do milho verde é utilizado como fonte de
volumoso para bovinos de corte em confinamento.
A composição bromatológica do resíduo do beneficiamento do milho verde varia
de acordo com o tipo de híbrido utilizado, adubação aplicada e padrão de
qualidade do produto elaborado pela indústria. De acordo com a qualidade
especificada pela indústria ao produto final, o resíduo de industrialização pode
conter de 30 a 50% de grãos.
CONSERVAÇÃO

Por ser um resíduo úmido, o método mais indicado para a sua conservação é a
ensilagem. Há possibilidade de utilização de aditivos para a melhora da
qualidade do produto obtido após a abertura do silo. Pode-se utilizar produtos
como o melaço, uréia, polpa cítrica, e outros.

Resíduos de milho
O resíduo da industrialização do milho verde para conserva é composto por
sabugos, palhas, pontas de espigas e espigas refugadas. Há, também, o farelo
de glúten de milho 60 e 22. Tais resíduos decorrentes do beneficiamento de
milho são considerados interessantes alternativas ao volumoso para bovinos,
principalmente nas propriedades próximas às indústrias beneficiadoras deste
grão.
Resíduos de soja
Nos processos utilizados para extração dos produtos dos grãos descascados,
resta um resíduo composto pela casca e pelos fragmentos de soja. O farelo
constituído apresenta, em media, 17% de proteína e 29% de fibra bruta, não
sendo favorecido nutricionalmente.
Os resíduos do grão possuem baixo teor de lignina (2%), são relativamente altos
em energia (77% de NDT). Podendo chegar a 80% do valor energético do milho,
são uma boa fonte de fibra digestível (pectina) com ate 90% de digestibilidade e
classificados como produto intermediário entre concentrado e volumoso,
semelhante com o que ocorre com a polpa cítrica.
Sua inclusão pode ser de até 20% da ração para bovinos de corte, e os resíduos
de soja podem substituir alimentos ricos em amido.
DESEMPENHO ANIMAL

Utilização do milho na alimentação de bovinos Antes de falar da utilização e sua


importância para as dietas dos bovinos, é preciso conhecer um pouco do que
estamos fornecendo aos animais. A tabela abaixo apresenta a análise do milho
após o seu processamento.
Os grãos são componentes predominantes nas dietas de bovinos, e o amido
representa 60–80% desse grão (Kotarski et al., 1992; McCleary et al., 1994). O
grau de processamento e a espécie do grão influenciam o sítio e a extensão da
sua digestão pelos ruminantes (Owens et al., 1986). O processamento do grão
de milho promove alterações no sítio de digestão do amido, no aproveitamento
total do alimento e da dieta, além de proporcionar alterações substanciais no
ambiente ruminal.
O processamento do milho aumenta a utilização do amido, in vitro, in situ e in
vivo em virtude da melhora da fermentação ruminal e da digestão intestinal
(Theurer, 1986). A floculação do milho causa gelatinização do amido, por meio
da ruptura das pontes de hidrogênio intermoleculares, e aumenta a superfície do
grão sujeita ao ataque microbiano, resultando em maior digestão ruminal do
amido (Rooney & Pflugfelder, 1986). O tratamento pelo calor desnatura a
proteína pela alteração na sua estrutura tridimensional, e, quando aplicado
excessivamente, ocasiona a formação de reações de Maillard, ou seja, ligações
entre proteínas e carboidratos resistentes à protease (Cheftel et al., 1976)
Além do processamento, o tamanho de partícula influencia os padrões de
fermentação ruminal, produção microbiana e eficiência da utilização do amido e
outros nutrientes no rúmen.
Entretanto, segundo Cone et al. (1989), o impacto da floculação sobre a
degradabilidade do amido é maior do que os efeitos da moagem dos grãos.
Teixeira et al. (1996), estudando a degradabilidade in situ do milho moído e
quebrado, concluíram que a degradabilidade efetiva da matéria seca e a taxa de
degradação foram superiores na forma moída, numa taxa de passagem de 5%
por hora. Sindt et al. (1993) estudaram dietas à base de milho quebrado ou sorgo
finamente moído para novilhos e observaram que a taxa de desaparecimento do
amido e a extensão da digestão às 12 e 18 horas foi maior no sorgo finamente
moído do que no milho quebrado (P<0,01).
Em resumo, temos algumas formas em que o milho é apresentado no mercado
e que pode ser utilizado pelos animais:
• Milho grão
• Silagem de milho grão úmido
• Milho moído
• Milho quebrado
• Milho floculado
• Milho laminado
• Milho incluso em rações balanceadas (fareladas ou peletizadas)
• Outros
A digestão dos ruminantes é muito sensível quanto ao pH dentro do rúmen.
Sendo assim, as diferentes formas de processamento do milho podem ajudar ou
prejudicar a digestibilidade do amido ou proteína. É importante salientar que os
animais ruminantes possuem câmaras fermentativas, sendo assim, antes de
fornecer uma dieta aos animais é preciso balancear essa dieta de forma a
preservar o ambiente ruminal.
Cuidados na utilização do milho na alimentação dos bovinos
Como dito anteriormente, o milho é um alimento concentrado com alto teor de
energia, e por isso devemos ter cuidado com seu fornecimento, pois o amido tem
grande potencial para alterar o pH ruminal. Pode ser fornecido aos bovinos para
reduzir as perdas de peso pela falta de pastagens
Contudo, por ser de custo elevado e, também, por não atender totalmente as
exigências nutricionais do gado, deve ser oferecido tomando-se alguns
cuidados:
1. Complemente a dieta adicionando outros alimentos proteicos, como farelo de
soja e minerais. Se preferir, use em associação com uma ração balanceada para
a categoria animal desejada;
2. Se for possível, adquira alimentos volumosos, como feno e silagem, que
possam contribuir para a nutrição dos animais e reduzir o custo diário em relação
ao fornecimento de concentrados (milho);
3. Observe sempre a qualidade dos alimentos, evitando oferecer os que
apresentam coloração escura resultante de contaminações, bolor, cheiro
desagradável, ardido, entre outras características indesejáveis;
4. É importante que os animais não percam peso na fase de crescimento, mesmo
durante a ocorrência de seca. Porém, é fundamental sempre fazer as contas de
custo e benefício quanto ao fornecimento de suplementação;
5. Lembre-se que o alimento mais apropriado aos bovinos são as forragens, seja
na forma de pasto ou conservada/armazenada como silagens, fenos, capim-
elefante ou cana-de-açúcar. Além disso, podem ser feitos na propriedade, uma
alternativa mais barata do que comprá-los de terceiros;
6. A seca ocorre todos os anos, por isso é fundamental preparar-se para esse
período produzindo e conservando forragens. Outra estratégia é diminuir a
lotação dos animais no final da estação das chuvas, fazendo vedação parcial
das pastagens para ficar como reserva e ser usada na seca; e
7. Procure sempre orientar-se com técnicos da área, como zootecnistas, para
melhorar o uso dos alimentos e os resultados da sua criação.
CONCLUSÃO

A escolha dos alimentos para composição da dieta dos animais deve ser feita,
em primeiro lugar, pela qualidade geral dos mesmos, ou seja, nunca devem ser
utilizados alimentos mofados, rancificados ou com qualquer outro indício de
deterioração, sob pena de comprometimento do lote de animais em
conseqüência de distúrbios metabólicos e intoxicações e também pela condição
insalubre de trabalho para os tratadores.
Alguns alimentos, por uma ou outra razão, têm um limite para utilização. Como
regra, para o caso de alimentos não usuais, o limite de emprego não deverá
ultrapassar a 20% da ração total. É muito importante que os animais sejam
adaptados gradativamente à dieta. A não adaptação à dieta tem sido
responsável por distúrbios como acidose e timpanismo nos confinamentos. Os
alimentos novos da dieta devem ser incluídos à ração em proporções crescentes
até atingirem a proporção final da ração balanceada a ser usada.
Em caso de necessidade de mudança de algum dos componentes da ração, esta
deverá ser feita também de forma gradual, de maneira a permitir que a população
microbiana do rúmen se adapte à nova dieta. É de grande importância ainda que
a água fornecida aos animais seja de boa qualidade e esteja sempre disponível.
A busca por alimentos alternativos e uma tática bastante válida para o atual
contexto dos sistemas produtivos no Brasil, pois, assim, o custo da ração tende
a diminuir, e o animal continua tendo seu suplemento nutricional, assim o
produtor tem um ganho econômico e mantém sua produtividade.

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