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CAPIM ELEFANTE

Nadia Junqueira Ramadan


Características Botânicas:

A referida gramínea forrageira de origem togolesa foi introduzida a 18 de outubro de 1975 na Estação
Experimental "Presidente Médici" - UNESP - Campus de Botucatu. Após observação de seus colmos e análises
fitossanitárias, efetuou-se o seu cultivo, e à medida que ocorria disponibilidade do poder germinativo de seus
colmos, estes eram replantados. Enfim, ocorrendo material disponível durante o ano agrícola de 1977, instalou-se o
primeiro experimento, onde se pode avaliar suas características botânicas, agrostologias, bromatológicas e
minerais.

Classificação Botânica: Centros de Distribuição: Universidade de Benin -


Família: Graminease ou Poaceae República do Togo (África) e Estação Experimental
Subfamília: Panicoideae "Presidente Médici" - Faculdade de Medicina
Gênero: Pennisetum Veterinária e Zootecnia - UNESP - Campus de Botucatu.
Nome científico: Pennisetum purpureum Schum
Nomes vulgares: "Collet-Rouge"; "Elephant grass purple"
(Togo); Capim-Elefante 'Roxo de Botucatu' (Brasil).
Características Botânicas:

Descrição Morfológica: Gramínea perene, de 3 a 5 m de altura com colmos erectos dispostos em touceiras
abertas ou não. Possui rizomas curtos, folhas verde-escuro ou claras, com 30 cm a 1,10 m de comprimento por
3 a 10 cm de largura. Inflorescência panícula sedosa e contraída, podendo ser solitária ou aparecendo em
conjunto no mesmo colmo.

Cilíndrica com até 15 cm de comprimento em média, com espiguetas solitárias ou agrupadas e envolvidas por
um tufo de cerdas de tamanhos desiguais e de coloração amarelada ou purpúrea, sendo uma muito mais longa
que as demais. Possui diversas variedades e cultivares que se diferenciam na maior parte por caracteres
agronômicos.
Uso do Capim

Sabe-se que a alimentação é uma dos fatores mais importantes para a produção animal pois ocorre com
elevado percentual dos custos da atividade leiteira. Pastagens e forragens cortadas desempenham papel de
destaque na alimentação animal, podendo contribuir com ate 100% da dieta no rebanho leiteiro.
O capim-elefante e uma forrageira tradicional utilizada na alimentação de rebanhos leiteiros, sob a forma de
capineira e, em menor escala, como forragem conservada. Sob manejo adequado, possibilita elevados índices
de produtividade, reduzindo o uso de concentrados e, consequentemente, o custo da produção de leite.

Pastejo:
Como forma de suplementação alimentar, durante o período de estiagem, torna-
se indispensável, visando amenizar o déficit nutricional do rebanho. A utilização
de capineiras surge como uma das alternativas para assegurar um melhor padrão
alimentar dos rebanhos durante a época de escassez de forragem.
O capim-elefante (Pennisetum purpureum), devido ao fácil cultivo, elevada
produção de matéria seca, tem bom valor nutritivo, resistência a pragas e
doenças, além da boa palatabilidade, tem sido a forrageira mais utilizada para a
formação de capineiras em Rondônia.
Uso do Capim

Feno:
Uma forma de garantir volumoso de boa qualidade o ano todo é a produção de
feno durante a fase de crescimento das forrageiras (verão); porém, a produção
convencional de feno exige a utilização de implementos específicos que, via de
regra, são caros. Uma forma de produzir feno, com excelente valor nutritivo para
ser fornecido ao rebanho o ano todo e a baixo custo, é utilizar a produção de verão
da capineira de capim-elefante. Essa espécie forrageira possibilita a produção de
feno com excelente valor nutritivo e baixo custo, pois não há necessidade de
implementos específicos e caros; são necessários apenas alguns cuidados básicos
tais como bom manejo da capineira, colheita do capim quando este estiver com
idade adequada e desidratação e armazenagem em local adequado. 
O feno de capim-elefante é uma excelente opção para produtores que não dispõem
de implementos específicos para produção de feno e as atividades podem ser
realizadas em sistema familiar ou com reduzido número de funcionários.
Uso do Capim

Silagem:
Muitos pecuaristas aproveitam esta época para fazer silagem e, assim,
garantir alimento para o rebanho leiteiro na seca. Além das opções de
fornecer aos animais as já conhecidas silagem de milho ou de cana-de-
açúcar, existe o capim como alternativa forrageira. O capim elefante,
especificamente, pode ser adotado por produtores de leite para compor a
dieta do rebanho e, se for bem manejado, garante uma elevada
produtividade de matéria seca por hectare, entre outras vantagens.
Composição Bromatológica

Casca de Café:
Em um experimento foram avaliados os efeitos da adição de 10, 20, 30 e 40% de casca de café ao capim-
elefante, com base na matéria natural, sobre a composição bromatológica, a digestibilidade in vitro da matéria
seca (DIVMS) e a produção e composição do efluente resultante do processo de ensilagem.
A casca de café foi eficiente na redução da umidade da silagem, estimando-se acréscimo de 0,69% no teor de
matéria seca para cada unidade percentual de casca adicionada. Houve redução linear do pH com o aumento
dos níveis do aditivo.
Composição Bromatológica

• Verificou-se efeito quadrático da adição de casca de café nos teores de proteína bruta, estimando-se teor máximo de 10,0%
com a adição de 26,3% de casca.
• A adição de casca promoveu reduções nos teores de nitrogênio amoniacal, fibra em detergente neutro e na DIVMS e aumentos
lineares dos teores de nitrogênio insolúvel em detergente ácido e lignina.
• Os teores de fibra em detergente ácido e de celulose não foram influenciados pela adição de casca de café.
• Observou-se produção de efluente apenas nas silagens com 0 e 10% de casca de café.
• As concentrações de sólidos totais, P, Na e K do efluente não foram influenciadas pelos dias de coleta.
• Todavia, registrou-se redução linear da concentração de Mg e aumento da concentração de nitrogênio total.
• Os valores de demanda biológica de oxigênio e demanda química de oxigênio não foram influenciados pelos dias de coleta.
• Conclui-se que a adição de 20% de casca garantiu boa preservação da silagem e eliminou a produção de efluente.
Composição Bromatológica
Composição Bromatológica

O experimento foi conduzido no Departamento de Zootecnia (DZO) da Universidade Federal de Viçosa (UFV),
em Viçosa, MG, no período de 23 de novembro de 2001 a 31 de julho de 2002. As análises foram realizadas nos
laboratórios de Nutrição Animal (DZO) e de Matéria Orgânica e Resíduos (DPS) da Universidade Federal de
Viçosa.

• Conclusões:
• A casca de café foi eficiente como aditivo, reduzindo o teor de umidade das silagens de capim-elefante e
eliminando totalmente a produção de efluente a partir do nível de 20,0% de inclusão.
• A adição de casca de café na ensilagem do capim-elefante com 12% de matéria seca melhorou as
características fermentativas da silagem, diminuindo os teores de pH e nitrogênio amoniacal. Entretanto,
sua inclusão promoveu acréscimo nos teores de FDN, NIDA e lignina, além de redução da digestibilidade in
vitro.
Capim Elefante

Vantagens:
• Apontada para este sistema são tem maior aproveitamento da forragem produzida e a possui grande
diminuição de perdas no campo.
• Desde o nível do mar até 2.200 metros, sendo mais adaptada à altitudes de até 1.500 metros.
• Dependendo da cultivar, pode suportar o frio e até geadas.
• Possui baixa tolerância à seca, podendo atravessar a estação seca com baixa produção se possuir raízes
profundas.
• Difícil de se saturar, mesmo em ambientes com elevada radiação. Possui alta eficiência fotossintética.
• Adapta-se a diferentes tipos de solo.
Capim Elefante

Desvantagem: 
• Perda rápida do valor nutritivo com a idade, limitando o seu potencial para a produção animal.
• Não tolera baixo pH e alumínio no solo.
• Via vegetativa, utilizando-se colmos; poucas sementes são viáveis, tendo um valor cultural próximo a 30 %.
• Devido à sua agressividade é difícil consorciar-se a leguminosas.
Lab Lab

A lablab é uma leguminosa com dupla aptidão, que pode ser utilizada tanto
como adubo verde, principalmente fixando nitrogênio no solo, como para
alimentação do gado de corte e leite. Até fevereiro, é considerado um bom
momento para plantar a lablab para ser utilizada como banco de proteína
durante o inverno, na entressafra das pastagens, para manter o bom
rendimento dos animais.

A leguminosa também é procurada por produtores orgânicos de leite, que


utilizam a planta junto com gramíneas para silagem. A lablab tem ainda a
função de melhorar e fertilizar o solo, pois fixa até 100 kg/ha de nitrogênio e
ainda auxilia no controle das plantas daninhas, suprimindo a necessidade da
capina mecânica.

O banco de proteínas também pode ser usado na pecuária de leite


convencional e na de corte, para suplementar a pastagem e rações em épocas
de entressafra.
Conclusão

O capim-elefante é uma espécie forrageira que apresenta elevada produção de MS por área, entretanto,
apresenta certas dificuldades no manejo, para conciliar esta elevada produção com qualidade adequada para
a alimentação de rebanhos, e longevidade. Uma de suas limitações é a sua elevada estacionalidade, porém
permite que seu excesso seja ensilado para o fornecimento na seca. Assim, a escolha da cultiva é de extrema
importância para que este sistema de produção seja maximizado sem muitos custos.
A adubação pode ser necessária, devido às suas exigências, como pela extração de nutrientes com sua alta
produção, principalmente quando utilizado na forma de capineira. Nos resultados apresentados é possível
concluir que sua utilização em sistemas de produção de leite e carne é muito viável.
E que a suplementação com concentrado na dieta pode ser rentável e favorável em sistemas de produção de
leite, sendo mais importante na estação seca do ano, quando sua qualidade e produção são baixas. Seu custo
de implantação é um pouco elevado se comparado às outras espécies, porém sua relação custo benefício
ainda é favorável.

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