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Rev. Bras. Saúde Prod. Anim., Salvador, v.14, n.1, p.77-90 jan./mar., 2013 http://www.rbspa.ufba.

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ISSN 1519 9940

Manejo da Caatinga para produção de caprinos e ovinos1

Management of the Caatinga for the production of goats and sheep

PEREIRA FILHO, José Morais2*; SILVA, Aderbal Marcos de Azevedo2; CÉZAR,


Marcílio Fontes2

1
Revisão apresentada no Congresso Brasileiro de Zootecnia (ZOOTEC 2011).
2Universidade Federal de Campina Grande, Unidade Acadêmica de Medicina Veterinária, Patos,
Paraíba, Brasil.
*Endereço para correspondência: jmorais@cstr.ufcg.edu.br

RESUMO SUMMARY

A maior parte da vegetação da Caatinga Most of the vegetation species of the Caatinga
encontra-se em sucessão secundária com are in the process of secondary succession with
predominância de espécies invasoras e de baixo predominance of invasive species with low
valor nutricional, das quais se destacam, entre as nutritional value, such as the marmeleiro
lenhosas, o marmeleiro e a jurema-preta. As (Croton sonderianus Muell. Arg) and jurema-
plantas herbáceas, as folhas e ramos das preta (Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir.), among
espécies lenhosas produzem cerca de 4.000kg the lignified species. The herbaceous species
de matéria seca/hectare/ano, mas apenas 10% and the leaves and branches of lignified species
(400kg) fica disponível ao pastejo dos animais, generate around 4,000kg of dry matter/ha/year,
mesmo assim, as plantas forrageiras da caatinga but only 10% (400kg) is available for animal
são os componente principais da dieta de grazing. All the same, forage plants of the
caprinos e ovinos da região. Esse aspecto, Caatinga are the main components of the diet of
associado ao superpastejo, tem contribuído para goats and sheep in the region. This aspect
o aumento de plantas de pouco valor associated to overgrazing has contributed to the
nutricional, em substituição daquelas de melhor increased number of low nutritional plants,
qualidade, o que pode resultar no which may lead to the disappearance of forage
desaparecimento de plantas forrageiras e plants and accelerate the degradation of pasture
acelerar uma possível degradação qualitativa da quality. Therefore, the referred aspect has
pastagem. Tal possibilidade tem preocupado become very much a matter of concern of
técnicos e pesquisadores e os tem levado a experts and researchers who seek alternative
buscar de alternativas de manejo da caatinga, ways to manage the Caatinga regarding the
com vistas a potencializar qualitativo e production of goats and sheep. Some
quantitativamente esses recursos forrageiros da management alternatives include: thinning,
Caatinga para a produção de caprinos e ovinos. enrichment, trimming, cutting and conservation
Dentre as alternativas de manejo, destacam-se o of excess forage produced during the rainy
rebaixamento, raleamento, enriquecimento, seasons for use in the dry season, use of pasture
sistemas de podas, corte e conservação do supplementation, among others. Thus, the
excedente forrageiro da época chuvosa para present study was aimed to present and discuss
utilização no período de estiagem, utilização de alternative uses of forage resources of the
suplementação em pastejo, dentre outras. Caatinga in the feeding of small ruminants and
Assim, objetivou-se com esse trabalho from the perspective of a sustainable use of the
apresentar e discutir alternativas de utilização Caatinga.
dos recursos forrageiro da Caatinga na
alimentação de pequenos ruminantes e sempre Keywords: alternative grazing, availability of
na perspectiva de uso sustentável da caatinga. forage, hay, native pasture.

Palavras-chave: disponibilidade de forragem,


feno, pastagem nativa, pastejo alternado.

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INTRODUÇÃO excedente forrageiro produzido na


época das chuvas ser armazenado na
forma de feno (PEREIRA FILHO et al.,
Historicamente, a Caatinga tem sido 2003) ou silagem (SILVA et al., 2004).
ocupada a partir da exploração Todos esses estudos não desconsideraram
extrativista de seus recursos naturais, formas mais intensivas de exploração da
que nos últimos anos tem alcançado Caatinga, como o enriquecimento com
índices preocupantes, pois atingem os gramíneas (SILVA et al., 2011)
mais diferentes setores como a extração associado ou não com suplementação
da madeira, a caça indiscriminada de (CARVALHO JÚNIOR et al., 2009).
animais silvestres, a extração de mel de Portanto, objetivou-se apresentar e
abelha, a colheita de frutos nativos e de discutir resultados que apontem
plantas consideradas medicinais, dentre alternativas de exploração racional dos
outras. No entanto, o superpastejo dos recursos forrageiro da Caatinga para sua
ruminantes e a agricultura itinerante vêm utilização na alimentação de caprinos e
sendo apontadas como os principais ovinos.
fatores de degradação dos ecossistemas
da Caatinga. Todos esses aspectos são
agravados com a ocorrência de sucessivas CARACTERIZAÇÃO DA CAATINGA
secas e, sobretudo, pela concentração de
renda e a exclusão social, política e
econômica que ainda predominam na Mesmo com a existência de vários
região. estudos, parece consensual a falta de
A maior parte da vegetação da Caatinga uma definição clara de “Caatinga”, que
se encontra em sucessão secundária e, seja oficialmente aceita e reconhecida
em sua maioria, em direção à pela maioria dos estudiosos do tema.
degradação, porém Araújo Filho et al. Em estudo da flora e vegetação desta,
(2002) afirmam que se tomadas as Rodal & Sampaio (2002) identificaram
medidas adequadas referentes ao três características básicas: “a vegetação
manejo pastoril, boa parte pode ser que cobre uma área grande e mais ou
trabalhada de forma sustentável. Nesse menos contínua, no Nordeste do Brasil,
caso particular, Pereira Filho et al. submetida a um clima semiárido,
(2007a) afirmam que a criação racional bordejada por áreas de clima mais
de caprinos e ovinos é determinante úmido; a vegetação desta área, com
para adequação das técnicas de manejo plantas que apresentam características
da vegetação da Caatinga e a correta relacionadas à adaptação à deficiência
utilização do seu potencial forrageiro hídrica (caducifolia, herbáceas anuais,
garante, em última análise, a melhoria suculência, acúleos e espinhos,
das condições de vida do homem do predominância de arbustos e árvores de
campo. pequeno porte, cobertura descontínua de
Ainda que se reconheçam as copas); a vegetação com algumas
dificuldades para o manejo da Caatinga, espécies endêmica a esta área semiárida
com vista a produção de caprinos e com espécies que ocorrem nestas áreas
e ovinos, existem trabalhos que e em outras áreas secas mais distantes,
demonstram o potencial forrageiro das mas não nas áreas circunvizinhas”.
plantas lenhosas (BAKKE et al., 2007) Essas três características, segundo
e herbáceas (PEREIRA FILHO et al., Sampaio (2010), são explicitamente
2007a), bem como a possibilidade do relativas à vegetação, mas

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especificamente para a região de clima podem ser adequados, mas, normalmente


semiárido do Nordeste, e se fossem apresentam restrições físicas, drenagem
unicamente consideradas, esse gesto irregular, acidez e pouca vocação
poderia resultar na exclusão de áreas agrícola.
sem adaptação à deficiência hídrica, e Araújo Filho & Crispim (2002)
por outro lado, o relaxamento destas destacam a identificação de 12 tipos de
consideraria a Caatinga como um Caatingas, com os dois modelos gerais
domínio. Dessa forma, “Caatinga” seria seguintes: a Caatinga arbustiva-arbórea,
um termo regional, o que levaria a uma dominante nos sertões, e a Caatinga
sobreposição das áreas de caatinga e de arbórea, característica das vertentes e
semiárido. Na literatura, observam-se pés-de-serras e dos aluviões. As
citações com diferentes dimensões para atividades pastoris tendem a ocupar o
o semiárido nordestino, a saber: tipo arbustivo-arbóreo, enquanto a
855.000km² (BNB, 2005), 955.000km² agricultura ocupa áreas antes restritas à
(GIULLIETI et al., 2006), 970.000km² Caatinga do tipo arbóreo. Os autores
(BRASIL, 2006). Ao particularizá-la ressaltam ainda a presença de cerca de
como parte integrante do semiárido, 596 espécies arbóreas e arbustivas, das
Lima (1981) a considerou como domínio quais 180 endêmicas, número de espécies
e a delimitou em 835.000km² de que tende a aumentar, sobremaneira, se
extensão, contudo o Ministério do Meio considerado o estrato herbáceo. Por
Ambiente a considera um importante último, tais pesquisadores reafirmam o
bioma do Brasil, abrangente apenas de grande potencial forrageiro, madeireiro,
734.000km² (SILVA et al., 2004). frutífero, medicinal e faunístico da região.
Independentemente da extensão do Pereira Filho & Bakke (2010) destacam
semiárido e de acordo com a que a ação do homem tem conduzido a
classificação de Koppen, predominam vegetação da caatinga a um processo de
três tipos de clima na região, por ora sucessão secundária e que na maioria
listados: o BShw - semiárido, com curta dos levantamentos feito, dentre as
estação chuvosa no verão e espécies lenhosas, as pioneiras como
precipitações concentradas nos meses marmeleiro (Croton sonderianus) e
de dezembro e janeiro; o BShw’ - jurema-preta (Mimosa tenuiflora) são as
semiárido, com curta estação chuvosa mais frequentes, com destaque ainda
no verão-outono e maiores precipitações para a presença de outras espécies como
nos meses de março e abril e; o BShs’ - catingueira (Caesalpinia bracteosa),
semiárido, com curta estação chuvosa mororó (Bauhinia cheilantha),
no outono-inverno e precipitações mofombo (Combretum leprosum),
concentradas nos meses de maio e dentre outras. Os autores destacam
junho. ainda que no estrato herbáceo as
A precipitação anual varia de 150mm a espécies comuns são: as gramíneas
1300mm e média de 700mm. A milhãs (Brachiaria plantaginea e
temperatura média está em torno de Panicum sp.), capim-rabo-de-raposa
280C, com mínima de 8 e máxima ao (Setária sp.) e capim-panasco (Aristida
redor de 40ºC, e umidade relativa do ar setifolia) e; as dicotiledôneas, mata-
em torno de 60%. Os solos pasto (Senna obtusifolia) alfazema-
predominantes da região são classificados brava (Hyptis suaveolens), malva-
como latossolos, litólicos, podzólicos, branca (Sida cordifolia), feijão-de-rola
brunos não cálcicos, areias quartzosas e (Phaseolus patyróides L.), centrosema
os planossolos solódicos. Quimicamente, (Centrosema sp), erva-de-ovelha

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(Stylosanthes humilis), manda-pulão e ramos das espécies herbáceas. É


(Croton sp.), bredo (Amaranthus sp.), importante ressaltar que nem toda
dentre outras. Diante dessas forragem produzida fica disponível para
características, parece natural que todos o animal, bem como ocorre grande
os caminhos apontem em direção a variação dessa produção em função de
pecuária como uma das alternativas de fatores ambientais, tais como: a estação
exploração sustentada da Caatinga. do ano e a ação antrópica, especialmente
quanto à forma e à intensidade de uso dos
recursos forrageiros. Normalmente, a
MANEJO PASTORIL DA CAATINGA: maior disponibilidade de forragem
POTENCIALIDADES E UTILIZAÇÃO ocorre na estação chuvosa e é fornecida
pelo estrato herbáceo. À medida que se
caracteriza o período de estiagem, as
Santos et al. (2010), em revisão sobre o folhas senescentes das plantas lenhosas
potencial de plantas forrageiras da são incorporadas à dieta dos animais e
Caatinga na alimentação de ruminantes, podem representar o único recurso
destacam a variabilidade nos resultados forrageiro disponível a estes em alguns
das avaliações qualitativas e tipos de Caatinga.
quantitativas dos recursos forrageiros Por outro lado, a manutenção de bons
desta. Nesse sentido, é importante índices de produção animal a partir da
ressaltar aspectos como: o nível de vegetação da Caatinga, sem comprometer
manipulação da vegetação da caatinga a sua sustentabilidade, é o grande desafio.
(ARAÚJO FILHO et al., 2002); o hábito Os estudos de manipulação da
de pastejo dos ruminantes e a Caatinga (ARAÚJO FILHO, 1992)
necessidade de avaliação a longo prazo destacam os seguintes níveis de
(PEREIRA FILHO et al., 2007); a manipulação da vegetação lenhosa
possibilidade de conservação da (Tabela 1): rebaixamento, raleamento e
forragem da caatinga produzida nas enriquecimento.
chuvas (FERREIRA et al., 2009) na O rebaixamento das plantas lenhosas da
forma de silagem (SILVA, et al., 2004) Caatinga corresponde ao que o homem
e de feno (PEREIRA FILHO et al., do campo tradicionalmente conhece
2003) como estratégia de suplementação como broca, ou seja, corta todas as
com volumoso na época de estiagem. espécies lenhosas a uma altura de 30 a
Outro aspecto importante é a 40cm do solo. A Caatinga deve ser
possibilidade de terminação de caprinos rebaixada no terço final do período de
(CARVALHO JUNIOR et al. (2009) e estiagem e, dessa forma, tão logo se
ovinos (DANTAS et al., 2008) em iniciem as chuvas, as plantas cortadas
Caatinga raleada e submetidos a poderão utilizar suas reservas de
diferentes níveis de suplementação, o carboidratos para rebrotarem, de modo a
que pode trazer respostas positivas no disponibilizarem forragem para os
consumo total de matéria seca. animais, além de proporcionar,
Segundo Araújo Filho (1992), o especialmente nos locais com menos
potencial de produção de matéria seca rebrotas, o desenvolvimento do estrato
(MS) da Caatinga atinge em média herbáceo. Assim, costuma-se dizer que
4000kg/ha/ano. Essa produção é o rebaixamento tem o objetivo claro de
resultante do somatório da porção disponibilizar a produção de massa
forrageira da parte aérea das plantas verde dos arbustos e árvores, a qual de
lenhosas (árvores e arbustos), das folhas outra maneira estaria indisponível para

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o ramoneio/pastejo, de forma a situá-la da caatinga e na maioria das vezes fica


ao nível do alcance dos animais, totalmente disponível aos animais. É
principalmente dos caprinos. uma espécie de corte seletivo, no qual
O raleamento consiste no controle de as plantas invasoras e tóxicas aos
plantas lenhosas indesejáveis, o que animais são as primeiras a serem
reduz o sombreamento do solo por controladas. Na prática, costuma-se
estas, para patamares em torno de 30 a afirmar que o raleamento transfere a
40%, de modo a permitir a penetração produção de biomassa dos arbustos e
dos raios solares e, ao iniciarem as árvores para o estrato herbáceo. O mais
chuvas, as sementes das plantas importante é que essa técnica aumenta
herbáceas germinem e se desenvolvam consideravelmente a matéria seca
satisfatoriamente. Dessa forma, o pastável, oriunda de gramíneas e
estrato herbáceo torna-se mais dicotiledôneas herbáceas, o que a torna
representativo na produção de forragem mais indicada para ovinos e bovinos.

Tabela 1. Produção de matéria seca nos diferentes níveis de manipulação da Caatinga

Produção (kg Distribuição da fitomassa Fitomassa Cobertura


Nível de manipulação
MS/ha/ano) Lenhosa (%) Herbácea (%) pastável (%) Lenhosa (%)
Caatinga nativa 4000 90 10 10 (400kg) 30-100
Caatinga rebaixada 4000 60 40 40 (1600kg) 50-60
Caatinga raleada 4000 20 80 60 (1600kg) 30-40
Caatinga enriquecida 4000 10 90 90 (3600kg) 10-15
Fonte: Adaptado de: Araújo Filho & Crispim (2002), Araújo Filho (1992).

O sucesso do raleamento e a manutenção cortadas quando atingirem 75 a 100cm


de bons índices de disponibilidade de de comprimento. Com essa prática, os
forragem herbácea exigem controle da autores verificaram que uma densidade
rebrota das plantas lenhosas, que deverá de 12048 marmeleiros/ha possibilitou
ser realizado durante a estação chuvosa. apenas 527,6kg de MS proveniente do
Carvalho et al. (1998) avaliaram as estrato herbáceo, mas com o controle
flutuações dos níveis dos carboidratos desta o número de plantas/ha foi
de reserva nas raízes e no caule do reduzido para 600 e a disponibilidade de
marmeleiro (Croton sonderianus) e MS subiu para 3932,3kg/ha. Já em
observaram que esta espécie apresenta relação à jurema-preta, Pereira Filho &
curva de carboidratos em forma de “U”, Bakke (2010) recomendam cortar as
ou seja, se ocorrer cortes no período rebrotas quando a maioria atingir sete
compreendido entre o intumescimento milímetros de diâmetro. Com esse
das gemas e a frutificação (80 a 100 procedimento, os autores observaram
dias) em que estas reservas são que, em áreas com 1731 espécimes de
mantidas baixas a capacidade de jurema-preta/ha, a disponibilidade de
recuperação das plantas é prejudicada, o matéria seca foi 847,7kg/ha, e, após o
que facilita assim o controle. raleamento e controle das rebrotas, a
Para Carvalho et al. (2001), se a densidade de jurema foi reduzida para
principal lenhosa a ser controlada for o 500 a 600 plantas/ha, e a disponibilidade
marmeleiro, esta deve ter suas rebrotas do estrato herbáceo aumentou para

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3098,6kg/ha. Pereira Filho et al. (2010) (Capim-Corrente). Em termos de


ao estudarem a altura de corte como enriquecimento da Caatinga com
forma de controle da jurema-preta, utilização de leguminosas, existem
concluíram que esta pode ser controlada poucos trabalhos e as mais usadas são
através do corte realizado no meio do Leucaena leucocephala (Leucena),
período de estiagem (setembro), na Critoria ternatea (Cunhã), Stylosanthes
altura de 75 e 100cm, com as rebrotas humilis (erva-de-ovelha) e Cajanus
cortadas no período das chuvas, quando cajans (Feijão guadu).
atingirem diâmetro de sete milímetros, A maioria dos trabalhos que avaliam a
mas o controle da jurema-preta disponibilidade de matéria seca da
com corte de uniformização, em vegetação da Caatinga destaca valores
dezembro, apresentou baixa eficiência, de 1500 a 4000kg/ha e que a depender
independentemente da altura de corte das características de cada área,
utilizada. especialmente da cobertura do solo por
O enriquecimento da Caatinga consiste plantas lenhosas, e da época de
em fazer um raleamento mais intenso, avaliação, a participação de gramíneas e
de modo a deixar cerca de 15% do solo dicotiledôneas herbáceas apresenta
coberto por plantas lenhosas e, em variações acentuada (Tabela 2). Além
seguida, se faz a introdução de espécies do efeito do pastejo de caprinos, Pereira
forrageiras exóticas e/ou nativas, com o Filho et al. (1997) destacam possíveis
objetivo de aumentar a produção e a variações na composição florística da
disponibilidade de MS pastável, assim vegetação, quando ovinos passam a
como, a melhoria na capacidade de ocupar áreas anteriormente pastejadas
suporte. A maioria dos trabalhos por caprinos. Todos esses aspectos são
realizados com gramíneas na região corroborados no relatório técnico de
semiárida indica que melhores resultados Soares & Pereira Filho (2009), produzido
são obtidos quando da utilização das quando avaliaram a disponibilidade de
espécies Cenchrus ciliaris (Capim- matéria seca do estrato herbáceo em
Buffel), Cynodon dactylon (Capim- Caatinga raleada e enriquecida com
Gramão), Andropogon gayanus (Capim- capim buffel (Tabela 3).
Andropogon) e Urochloa mosambicensis

Tabela 2. Disponibilidade de matéria seca do estrato herbáceo em Caatinga raleada e


pastejado por caprinos

Disponibilidade de MS (kg/ha) Composição Florística (%)


Época do ano Referência
Gramíneas Dicotiledôneas Total Gramíneas Dicotiledôneas
Início (28/05/2007) 1102,9 1759,5 2862,4 38,5 61,5
Carvalho
Meio (09/07/2007) 1417,9 1929,9 3347,8 42,4 57,6 Júnior et al.
(2009)
Final (06/08/2007) 1494,8 236,8 1731,6 88,6 11,4
Início (01/06/1994) 1677,2 525,9 2203,1 76,1 23,9
Pereira Filho
Meio (01/09/1994) 1271,6 409,5 1681,1 75,6 24,4
et al. (2007a)
Final (01/11/1994) 1263,2 258,6 1521,8 83,0 17,0

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Tabela 3. Disponibilidade de matéria seca e composição florística do estrato herbáceo


de uma Caatinga raleada e enriquecida com capim-buffel no sertão da Paraíba
em 2008

Disponibilidade de matéria seca (kg/ha) Composição Florística (%)


Época Capim Outras Capim Outras
Dic.² Total Dic.²
buffel Gram.¹ buffel Gram.¹
Área pastejada por caprinos
Maio/2008 227,2 568,7 2349,9 3145,8 7,2 18,1 74,7
Junho/2008 437,4 143,7 2874,0 3455,1 12,7 4,2 83,1
Julho/2008 352,3 130,3 1690,4 2173,0 16,2 6,0 77,8
Setembro/2008 481,2 306,3 367,4 1154,9 41,7 26,5 31,8
Área pastejada por ovinos
Maio/2008 742,7 199,5 1536,1 2478,2 30,0 8,0 62,0
Junho/2008 971,6 122,8 1767,6 2862,1 33,9 4,3 61,8
Julho/2008 1039,9 606,4 1340,4 2986,7 34,8 20,3 44,9
Setembro/2008 868,6 274,5 780,6 1923,8 45,1 14,3 40,6
¹Gramíneas; ² Dicotiledôneas; Fonte: Soares e Pereira Filho (2009)

São poucos os estudos que avaliam a objetivo for associar qualidade e


disponibilidade de matéria seca de quantidade da matéria seca, os galhos
arbustos e arvore da Caatinga e os devem ser cortados com 6mm.
trabalhos existentes não avaliam o Normalmente, os trabalhos de
conjunto das plantas lenhosas e sim composição química de plantas
aquela espécie mais representativa. forrageiras da Caatinga são feitos com
Bakke et al. (2010), ao avaliarem espécies lenhosas, avaliadas de forma
espécies arbóreo-arbustivas nativas da individual, com destaque para as
Caatinga na alimentação de pequenos leguminosas (Tabela 4). Todavia, o
ruminantes, afirmam que os ramos finos estrato herbáceo é avaliado como um
de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia), todo, porém Silva et al. (2010) e
jurema-preta (Mimosa tenuiflora) e Carvalho Júnior et al. (2009) destacam a
favela (Cnidoscolus phyllacanthus) necessidade de separar e avaliar o
podem contribuir significativamente na estrato herbáceo em gramíneas e
porção volumosa da dieta desses dicotiledôneas (Tabela 5).
animais. Característica que possibilita Comumente, as dicotiledôneas
manejá-las através de podas para apresentam teor de FDN inferior ao das
produção de feno (BAKKE et al,. gramíneas e de PB superior ao mínimo
2010). Fato observado por Bakke et al. exigido (7%) pelos microorganismos do
(2007) que obtiveram uma produção de rúmen. Ocorre o contrário com as
matéria seca de folhas e ramos gramíneas, cujo teor de PB pode
(diâmetro ≤10mm), cuja variação foi de comprometer a saúde dos animais à
2067 a 6467kg/ha. Formiga et al. (2011) medida que se caracteriza o período de
avaliaram a relação entre diâmetro do estiagem. Esse comportamento foi
caule e a desidratação, composição observado em áreas de Caatinga da
química e produção do feno de jurema- Paraíba pastejada por caprinos
preta (Mimosa tenuiflora) concluíram (CARVALHO JÚNIOR et al., 2009) e
que diâmetros inferiores a 6mm permitem por ovinos (RUFINO, 2005; SANTOS
obter feno de melhor qualidade, mas se o et al., 2010).

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Tabela 4. Matéria seca (MS), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA) e tanino de algumas
leguminosas avaliadas por diferentes autores

% na MS
Nome vulgar/científico MS (%) Referência
PB FDN FDA Tanino
Catingueira (Caesalpinia bracteosa)** 87,9 11,25 45,47 37,08 6,3 Gonzaga Neto et al. (2001)
Cipó-de-escada (Bauhinia guianenseis)* 48,7 21,1 64,7 43,1 - Zanine et al. (2005)
Jurema-preta (Mimosa tenuiflora) ** 91,2 14,3 44,5 29,5 21,92 Pereira Filho et al. (2007b)
Mata-pasto (Senna obtusifolia) ** 90,9 7,6 66,7 - - Barros et al. (1991)
Mororó (Bauhinia cheilantha) ** 90,1 19,0 40,3 20,8 12,73 Beelen et al. (2002)
Pau-rato ( Caesalpinia pyramidalis) * 37,0 19,7 52,3 37,6 - Zanine et al. (2005)
Sabiá (Mimosa caesalpinifolia) ** 94,7 17,8 40,0 22,0 20,1 Beelen et al. (2002)
Vaqueta (Aspidosperma cuspa) * 54,0 13,0 48,5 38,2 - Zanine et al. (2005)
*Material in natura; ** Feno

Tabela 5. Composição química das gramíneas e dicotiledôneas herbáceas de três áreas de Caatinga raleada no sertão da Paraíba
Componente florístico MS(%) MM¹ PB¹ EB² FDN Época de coleta/ Fonte
Gramíneas 30,67 9,14 9,8 4,21 77,51
Maio de 2007/Carvalho Júnior (2008)
Dicotiledôneas 28,91 7,36 12,42 4,21 60,60
Gramíneas 51,75 6,15 4,35 4,14 79,64
Junho de 2007/Carvalho Júnior (2008)
Dicotiledôneas 71,48 5,98 8,29 4,27 66,35
Gramíneas 70,51 6,85 5,71 4,16 80,31
Julho de 2007/Carvalho Júnior (2008)
Dicotiledôneas 44,72 6,35 13,43 4,57 67,12
Gramíneas 43,26 7,68 6,84 4,52 66,53
Maio de 2004/Rufino (2005)
Dicotiledôneas 47,35 6,96 14,42 4,18 51,36
Gramíneas 66,54 7,30 4,08 4,48 79,27
Setembro de 2005/Santos et al. (2010)
Dicotiledôneas 50,63 6,70 9,22 4.42 68,31
Gramíneas 43,6 7,5 3,3 83,8
Julho de 2008/Silva et al 2010
Dicoyiledôneas 25,6 8,0 8,7 61,8
Gramíneas 76,9 6,4 1,4 83,1
Setembro de 2008/Silva et al 2010
Dicoyiledôneas 77,1 4,5 4,1 80,1
1
Dados expresso em percentagem da matéria seca; ² = Mcal/kgMS

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A composição botânica da vegetação da transição estações úmida/seca que foi de


Caatinga pode ser alterada pelo pastejo 75,9%. Isso levou os autores a afirmarem
dos animais, o que torna importante que caprinos e ovinos apresentam elevado
avaliar a participação das plantas na grau de aproveitamento da Caatinga.
dieta e na vegetação. Araújo Filho et al. Pereira Filho et al. (1997) observaram
(1996) avaliaram a composição botânica que no pico das chuvas dos anos de
e química da dieta de ovinos e caprinos, 1988 (início do pastejo de ovinos), 1992
em pastagem nativa no sertão dos (final do pastejo de ovinos e início do
Inhamuns-CE, e observaram que, no pastejo de caprinos) e 1994 (final do
início da estação seca, os ovinos pastejo de caprinos) a frequência das
preferiram mais gramíneas e menos dicotiledôneas aumentou e a das
espécies lenhosas do que os caprinos. gramíneas de maior valor forrageiro
Todavia, essa diferença desapareceu à como milha-roxa (Panicum spp)
medida que esse período se prolongou, o tenderam a cair com o pastejo dos
que levou a classificá-los como ovinos, enquanto que as dos capins de
selecionadores intermediários de elevada pouco ou nenhum valor forrageiro como
flexibilidade alimentar em função da panasco (Aristida setifolia) cresceram.
época e da disponibilidade de forragem. No período de pastejo dos caprinos,
Por último, concluíram que a combinação todas as gramíneas apresentaram
dessas duas espécies aumenta a pressão aumento nas suas frequências com
de pastejo sobre as gramíneas. valores superiores ao do início do
Santos et al (2008), ao trabalharem com pastejo de ovinos; já as frequências das
ovinos em pastejo na Caatinga, dicotiledôneas herbáceas permaneceram
concluíram que o mês de coleta é o constantes. Tais resultados reforçam a
principal responsável pela variação na afirmação de Baumont et al. (2000), de
composição botânica da dieta e na que em condições favoráveis, os
proporção de folha, caule, fruto, ovinos exercem uma maior pressão de
semente e flores selecionada pelos pastejo sobre as gramíneas de melhor
ovinos. Silva et al. (1999), ao estudarem valor nutricional. Para Heady (1975),
ovinos em pastejo de curta duração, esses resultados indicam perda na
verificaram que mesmo com elevados biodiversidade durante o pastejo dos
índices de produção, o pastejo contínuo ovinos e que o pastejo dos caprinos
e exclusivo por ovinos reduziu a favoreceu a diversidade de espécies
presença das gramíneas, de modo a vegetais.
desestabilizar a composição florística do Quanto a um provável efeito do pisoteio
estrato herbáceo. A análise desses animal sobre atributos do solo, Parente
estudos sugere que o pastejo alternado et al. (2010), no trabalho com caprino
de ovino e caprino possa contribuir na em área de caatinga e em avaliação de
recomposição florística do estrato três taxas de lotação contínua e fixa de
herbáceo da Caatinga. 3,1 caprinos/ha, 1,5 caprino/ha e 0,0
Quanto à similaridade entre as dietas de caprinos/ha, concluíram que a variação
caprinos e ovinos Araújo Filho et al. dos atributos físicos do solo nas áreas
(1996) observaram que em termos de estudadas foi mais decorrente das
grupos de espécies vegetais, as maiores características físicas do solo do que da
similaridades ocorreram na estação seca, ação do pastejo dos caprinos.
isto é, 95,8% para plantas lenhosas e Dentre as alternativas de alimentação
93,4% para gramíneas, enquanto para para caprinos e ovinos na época de
dicotiledôneas herbáceas ocorreu na estiagem, especialmente quando da

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ocorrência de sucessivos anos de seca, Boer x SRD terminados em caatinga


Silva et al. (2005) destacam as cactáceas raleada e suplementados com 1,0% do
nativas da Caatinga. Nesse sentido, peso vivo em concentrado, aumentou o
Cavalcante & Resende (2006) avaliaram ganho de peso de 103 para 147g diário,
o consumo de mandacaru (Cereus de modo a possibilitar a visualização de
jamacaru P. DC.) por caprinos sem raça um efeito quadrático sobre o consumo
definida no semiárido da Bahia e de matéria orgânica com ponto máximo
observaram que os animais que de 0,82% do PV em suplementação.
permaneceram em pastejo na caatinga, Andrade et al (2007) avaliaram a
das 7:30h às 12:30h, e receberam terminação de ovinos Santa Inês, em
suplementação de mandacaru das, caatinga nativa, enriquecida com capim-
13:30h às 17:30h, apresentaram ganho buffel e suplementados com três níveis
de 5,16% do peso vivo inicial, enquanto de concentrado e obtiveram ganho de
os animais que permaneceram na peso vivo de 77,0; 134,0 e 190,0g/dia,
caatinga durante todo o dia perderam para os níveis de suplementação 0,0, 1,0
5,25% do peso vivo inicial. Cavalcante e 1,5% de PV, respectivamente. O bom
& Resende (2007) partiram da mesma desempenho de caprinos e ovinos
metodologia, mas suplementaram com tem sido associado não apenas à
Xiquexique (Pilocereus gounellei (A. suplementação, mas a capacidade
Weber ex K. Schum.) Bly. Ex Rowl) e seletiva destes de incluírem na dieta
verificaram que os caprinos que espécies vegetais de elevado valor
pastejaram a caatinga e foram nutritivos.
suplementados apresentaram ganho de Ainda que o trabalho focalize o manejo
4,93% do peso vivo inicial, enquanto os da Caatinga para produção de caprinos e
demais animais que apenas pastejaram ovinos, é necessário frisar que o uso
perderam 6,23%. pastoril da vegetação desta não deve ser
Moreira et al. (2008) submeteram tratado de forma isolada ou pontual,
caprinos sem padrão racial definido, na deve-se considerar, então, as atividades
fase de crescimento, a três estratégias de agrícola e silvícola. Portanto, o
suplementação com ração completa com conhecimento do potencial pastoril da
30% de volumoso (fenos de Maniçoba, Caatinga e a sua utilização racional na
Leucena, Gliricídia) e 70% de alimentação animal ainda é um desafio
concentrado mais aleitamento materno e e deve-se considerar aspectos como:
o tratamento “controle” – cabritos soltos que o superpastejo é determinante
na Caatinga acompanhados da mãe, na degradação desta, mas deve-se
durante o dia – e verificaram que o reconhecer a existência de trabalhos
desempenho dos animais mantidos na técnico-científicos como rebaixamento,
Caatinga com as mães foi semelhante raleamento e enriquecimento que
aos que foram suplementados com ração apontam para a melhor utilização dos
que continha gliricidia, mas ambos recursos forrageiros da Caatinga; que os
foram inferiores aos dos animais do estudos devem levar em conta o
grupo que recebeu ração com maniçoba comportamento alimentar de caprinos e
e com leucena. ovinos, que se bem trabalhados
Uma alternativa para melhorar o permitem a estabilização da produção de
desempenho de caprinos e ovinos, bem gramíneas e dicotiledôneas herbáceas;
como as características de carcaça, é a que é importante reconhecer o valor
suplementação em pastejo. Carvalho nutricional das espécies vegetais da
Júnior (2008) observou que caprinos F1 Catinga, mas considerar a existência de

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substâncias antinutricionais que podem ARAÚJO FILHO, J.A.; CRISPIM,


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