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Universidade Lúrio

Faculdade de Ciências Agrárias


Disciplina: Zootecnia de Ruminantes e Suínos
3ºAno/2º Semestre
3º Grupo
PEQUENOS RUMINANTES: PRINCIPIAS RAÇAS DE CAPRINOS E OVINO
MANEIO REPRODUTIVO, NUTRICIONAL E SANITÁRIO.
INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS

Estudantes:
Angelica Mueleia
Dércio Neves Docente:
Gerônimo Acácio Enga. Rabia Bramugi Chande
Jermias Zalema Outubro de 2023
Principais raças de caprinos e ovino
Raças de caprinos
A criação de caprinos exige cuidados especiais, a começar pela escolha da raça de animais com
melhores condições de adaptação à região, tornando-se assim mais produtivos. Veja a seguir as
alternativas que existem para iniciar ou melhorar um plantel.
Raças nativas
São animais de alta resistência ao meio ambiente (rusticidade). No semiárido, as raças nativas são
muito importantes para os programas de melhoramento da criação de caprinos em regime extensivo
ou semiextensivo. As raças nativas mais importantes são:
 Moxotó;
 Repartida ou Surrão;
 Marota ou Curaça;
 Canindé;
Raças nativas
 Moxotó - tem origem no vale do rio Moxotó, em Pernambuco. É
boa para produção de pele e de carne, de cada 100 cabras paridas
nascem cerca de 150 crias por ano. Ao nascer, pesam em torno de 2
quilos e ao serem apartadas (desmamadas) pesam até 10 quilos. Os
machos adultos pesam, em média, 35 a 40 quilos e as fêmeas, 25 a
30 quilos
 Repartida ou Surrão - É uma raça formada nos sertões da Bahia.
É boa para a produção de pele e carne, de cada 100 cabras paridas
nascem, aproximadamente, 150 crias por ano. Ao nascer, cada cria
pesa 2 quilos e ao ser apartada, pesa entre 9 e 10 quilos. O peso
médio dos machos adultos é de 36 a 40 quilos e o das fêmeas é de
26 a 30 quilos;
 Marota ou Curaça - Essa raça também veio do sertão Semiárido
baiano. É uma raça criada para produzir pele e carne, em que a
cada 100 cabras paridas nascem 150 crias por ano. Ao nascer, cada
cria pesa em média 2 quilos, e ao ser apartada, pesa entre 9 e 10
quilos. Os machos adultos pesam de 36 a 40 quilos e as fêmeas de
26 a 30 quilos;
Raças nativas (Cont…)
 Canindé - Raça formada nos sertões do Piauí. É criada
para a produção de peles e carne, de cada duas cabras
paridas nascem três crias por ano. No nascimento, o peso
médio da cria é em torno de 2 quilos e, ao desmame, em
torno de 10 quilos. Os machos adultos pesam de 33 a 40
quilos e as fêmeas de 25 a 35 quilos;
 Existem também as cabras e bodes Sem Raça
Definida (SRD) - São animais que resultam do
cruzamento indiscriminado, entre si, das raças nativas
das diversas regiões do Nordeste do Brasil e com as
raças exóticas introduzidas. Mais de 70 % do rebanho da
região não têm raça definida. Servem tanto para a
produção de leite como para carne e pele, o número de
crias nascidas por cabra parida é bastante variável, mas
em geral dão 3 crias a cada 2 partos com o peso médio
ao nascer é de 2,2 a 2,5 quilos ao desmame e de 10 a 12
quilos. Os machos adultos pesam de 35 a 40 quilos e as
fêmeas de 28 a 32 quilos.
Raças exóticas
Para Embrapa (2007) raças especializadas são aquelas que vêm de outros países e que
possuem maior capacidade de produção de carne ou de leite; porém, têm menor
resistência ao ambiente Semiárido. Desta forma, são mais exigentes em relação ao trato
e à alimentação. Essas raças são utilizadas cruzadas com as raças nativas para melhorar
a produção de carne e de leite. As mais importantes são:

Boer

Anglo-nubiana

Saanen

Parda-alpina
Raças exóticas
 Boer - A raça Boer é originária da África do Sul. É a melhor
raça caprina para produção de carne. Produz em torno de 3
crias a cada 2 anos. O peso médio, ao nascer, é 4 quilos e, aos
10 meses de idade, 40 quilos e os machos adultos pesam, em
média, 95 quilos e as fêmeas, 85 quilos;
 Anglo-nubiana - é uma raça que tem como o seu país de
origem a Inglaterra. É considerada uma raça mista, com
aptidão para carne e para leite. A cabra produz, em média, 3
crias a cada 2 anos com um peso médio ao nascer de 3 quilos, e
ao desmame, 15 quilos. O peso médio para os machos adultos
é de 60 a 70 quilos e de 40 a 50 quilos para as fêmeas;
Raças exóticas
 Saanen - raça originaria da Suíça. Cada cabra produz até 3
crias a cada dois partos. A cabra Saanen pode produzir, em
média, 2,5 quilos de leite por dia, durante um período de
lactação de 150 dias, em um sistema que combina pasto nativo
(durante o período chuvoso) e estabulação total (no período
seco), recebendo suplementação de silagem de sorgo e de
concentrado de milho e farelo de soja. O peso médio dos
machos adultos é de 70 a 80 quilos, e das fêmeas, 50 a 60
quilos;
 Parda-alpina - Originária também da Suíça, região sul dos
Alpes, é considerada tão boa para produzir leite quanto a
Saanen. Produz aproximadamente 4 crias a cada 3 partos. A
produção de leite pode chegar, em média, a 2,4 quilos por dia,
em um período de lactação de 150 dias, em sistema que
combina o uso da vegetação predominantemente seca com
suplementação alimentar em confinamento, no período seco.
Os machos adultos pesam em média 65 quilos, e as fêmeas, 45
quilos.
Raças de ovinos

Existem muitas raças de ovinos em todo o mundo, cada uma com


características distintas que as tornam adequadas para diferentes
finalidades, como produção de carne, lã, leite ou para fins ornamentais.
Abaixo estão as principais raças de ovinos:
 Merino australiano
 Raça Corriedale
 Raça Suffolk
Raças de ovinos
Merino australiano
Origem: não é uma raça de ovinos com origem na Austrália, mas sim uma sub-raça ou
variedade da raça Merino (Polwarth) que foi desenvolvida na Austrália. A raça Merino,
tem origem na Espanha, especificamente na região de Castela

Características:

 Produtora de lã fina por excelência.


 Lã de grande qualidade e valor industrial
 Elevado grau de rusticidade e adaptabilidade em regiões pobres, clima
desfavorável.
 Longeva, produzindo economicamente até idades avançadas - Não se adapta bem
em campos húmidos e baixos
 Os cordeiros são bastante vulneráveis ao nascerem, tem pouca cobertura de lã e
muito pouco tecido adiposo
 Os machos do tipo médio e forte, quando bem alimentados podem produzir
capões pesados
Raças de ovinos
Raça Corriedale
Origem: originou-se na Nova Zelândia, onde eram comuns os
cruzamentos alternativos entre ovinos Merinos, Romney
Marsh, Lincoln e Leicester, com a finalidade de produzirem
animais com boa produção de lã de finura média, com
comprimento de mecha e de carcaças de bom peso e qualidade.
Características
O ovino Corriedale tem bom porte e deve dar a impressão de
um animal de grande vigor e ótima constituição, que se
manifesta em sua conformação, própria para a produção de
carne e lã. Sendo um ovino de duplo propósito, com um
equilíbrio zootécnico orientado 50% para a produção de lã e
50% para a produção de carne, deve ser um animal muito
equilibrado, apresentando um esqueleto bem constituído e um
velo pesado, extenso e de boa qualidade.
Raças de ovinos
Raça Suffolk

Origem: oriunda dos condados de Norfolk, Cambridge, Essex


e Suffolk, no sudoeste da Inglaterra, foi formada a partir do
cruzamento de carneiros Southodown com ovelhas selvagens
de Norfolk. Estes ovinos nativos caracterizavam-se por terem
e membros pretos, serem ambos os sexos aspados.

Características

O Suffolk é um ovino de grande desenvolvimento corporal, de


constituição robusta e de conformação tipicamente carniceira.
O seu corpo comprido e musculoso, as extremidades
desprovidas de lã e revestidas de pêlos negros e brilhantes. A
postura de sua cabeça e formato das orelhas fazem do Suffolk
um ovino inconfundível. Logo à primeira vista o Suffolk
impõe a sua condição de raça carniceira.
Raças de ovinos
 Raça Dorper

• A Dorper é uma raça ovina de carne desenvolvida na


África do Sul, através do cruzamento do Dorset Horn Características reprodutivas Característi cas produti vas

com o Blackhead Persian (conhecida no Brasil por  Maturidade sexual: O primeiro cio Peso vivo e ganho de peso: é de
Somális) para ser explorada em regiões semi-áridas e manifesta-se a partir dos 183 dias de rápido crescimento; os cordeiros
idade. atingem 36 Kg ao 100 e 120 dias de
áridas. idade, produzindo carcaças de 16 Kg.

• O ovino Dorper deve ser simétrico e bem


Alta Prolificidade Bom GMDP.
proporcionado ou balanceado. Um temperamento
calmo, com uma aparência vigorosa é o ideal. A
impressão geral deve ser a de um ovino robusto e bem Fertilidade: a taxa varia de 75% a 97%. Após a desmama o ganho varia de 81 a
91 g/dias.
musculoso. O Dorper foi criado com o único
propósito de produzir carne, o mais eficientemente
Intervalo entre partos: com bom maneio, o
possível, sob variadas e mesmo desfavoráveis intervalo entre partos pode ser de oito
condições ambientais. meses, resultando em até três parições em
dois anos.

Período de gestação: varia de 142 a 153


dias com uma média de 146 dias
Raças de ovinos
Raça Ile de France Características Características produtivas
reprodutivas
• O berço da raça é a França, na região da bacia
 Muito precoce; Produz uma carcaça
parisiense, denominada Ile de France. A partir  Muito prolífera, pesada e de muita
de 1816 técnicos franceses iniciaram atingindo médias de qualidade
cruzamentos de ovelhas Merino Rambouillet nascimentos de Ovelhas pesam cerca de
com reprodutores New Leicester (Dishley) 160%. - Produz 80 Kg, os carneiros atingem
importados da Inglaterra. cordeiros em pesos de 110 a 160 Kg
diferentes épocas do Após a desmama o ganho
ano. varia de 81 a 91 g/dias.
• É um ovino de grande formato, constituição . Os cordeiros têm muito
robusta e conformação harmoniosa, típica do bom ganho de peso: aos 70
animal produtor de carne. Atualmente é dias pesam 23,2 Kg. Dos 10
considerada uma raça de duplo propósito, com aos 30 dias de idade tem
um equilíbrio zootécnico orientado 60% para a ganho de peso diário médio
de 242g, dos 30 aos 70 dias
produção de carne e 40% para a produção de lã. tem ganho diário médio de
287g;
Raças de ovinos
Raça Texel
Características reprodutivas Características produtivas

• A raça Texel é originária da ilha de mesmo nome,


 Precoce. Em condições de  Rústica e sóbria, produzindo
na Holanda, cujo solo é em sua maioria arenoso,
pastagens, entre os 30 e 90 dias de bem no sistema extensivo e
sendo em parte acima e em parte abaixo do nível idade, os cordeiros machos tem semi-intensivo.
do mar. ganhos de peso médio diário de  Produz uma ótima carcaça,
300g e as fêmeas de 275gramas. com gordura muito reduzida
• O ovino é de tamanho médio, tendendo para Aos 70 dias de idade machos bem  Os carneiros atingem pesos de
grande, muito compacto, com massas musculares formados atingem 27 Kg e as 110 a 120 Kg e as fêmeas
volumosas e arredondadas, constituição robusta, fêmeas 23 Kg. adultas 80 a 90 Kg, já tendo
evidenciando vigor, vivacidade e uma aptidão  Prolífera, pois atinge índices de ultrapassado tais pesos, os
predominantemente carniceira. Atualmente é nascimento de 160%, tendo carneiros tratados já atingiram
considerada uma raça de carne e lã, pois a par de atingido na França índices de 190 160 Kg e as ovelhas também
uma carcaça de ótima qualidade e peso produz até 200%. tratadas, já atingiram mais de

ainda apreciável quantidade de lã. 100 Kg.


Maneio reprodutivo, nutricional e sanitário
Maneio reprodutivo
É um conjunto de práticas e técnicas cujo objetivo é melhorar a eficiência produtiva, repercutindo,
favoravelmente, na fertilidade ao parto, prolificidade e na sobrevivência das crias.
Segundo Simplício (2008) a seguir são descritas algumas práticas de maneio reprodutivo a serem observados:
 Descarte orientado
É uma prática de maneio que deve fazer parte de qualquer sistema de exploração organizado e que tenha fins
lucrativos. Essa prática deve ser realizada a cada ano, especialmente nas regiões que apresentam longos
períodos de seca, ou a cada ciclo de produção, facilitando e permitindo aos produtores identificar os animais
com características negativas que comprometam o desempenho produtivo e reprodutivo do rebanho.
De modo geral, observam-se os seguintes fatores para o descarte:
 Defeitos físicos
 Defeitos genéticos
 Má habilidade materna,
 Baixo índice de fertilidade
 Reduzida taxa de sobrevivência das
 Idade avançada crias
Seleção de matrizes e reprodutores
A seleção de um animal que se destina à reprodução é fator determinante para o sucesso do desempenho
produtivo e reprodutivo do rebanho. Portanto, as seguintes variáveis devem ser consideradas:
 Padrão racial dos animais;
 Bom desempenho ponderal;
 Boa condição corporal;
 ausência de doenças infeciosas;
 Ausência de defeitos congênitos e hereditários;
 Nas fêmeas que já pariram, apresentação de boa habilidade materna e produção de leite suficiente
para sobrevivência das crias;
 Nos machos, presença dos testículos na bolsa escrotal, simétricos e de consistência firme, além da
apresentação de boa libido e aspecto dominante;
 Ausência de problemas no sistema locomotor.
Redução do Intervalo de Partos (IEP)

O intervalo de partos (IEP) é um parâmetro muito


importante para se avaliar a eficiência reprodutiva e
produtiva dos rebanhos e guarda estreita relação com os
objetivos e metas da exploração. O IEP é constituído
pelos períodos de serviço e de gestação. Como a gestação
é, mais ou menos, constante, ou seja, varia em torno de
150 dias em caprinos e ovinos, conclui-se que o IEP passa
a depender do período de serviço.

A redução do Intervalo entre Partos (IEP) garante o


aumento no número de crias nascidas ou na produção de
leite. Em uma exploração caprina e/ou ovina voltada para
produção de carne e peles, o rebanho deve ser maneado
para obter um IEP com oito meses de duração ou 1,5
parto/fêmea/ano. Para explorações voltadas para produção
de leite, o IEP pode variar de dez a 12 meses.
Estação de monta

Alguns critérios devem ser seguidos para estabelecimento da estação de monta. Em


primeiro lugar, deve-se levar em consideração o tipo de exploração adotado, se corte ou
leite, pois as decisões nestes casos são diferentes. Em seguida, serão considerados o
estado corporal e o reprodutivo das fêmeas e dos machos; a época do ano e a
disponibilidade de alimento para o final da prenhez e período de amamentação. Essas
variáveis devem ser observadas, pois delas dependem o peso das crias ao nascer e a
sobrevivência das mesmas. O controle reprodutivo do rebanho em estações de monta
possibilitará o nascimento das crias em um só período, facilitando e reduzindo os custos
do maneio sanitário e alimentar, e favorecerá a organização da produção,
proporcionando uma oferta de produto uniforme ao mercado e o monitoramento da
saúde reprodutiva do rebanho.
Maneio nutricional
Exigências nutricionais de ovinos e caprinos
• As exigências nutricionais são influenciadas por vários fatores, tais como: condições ambientais, nível
nutricional, raça, espécie.
• Atender adequadamente às exigências nutricionais de um caprino ou ovino significa fornecer-lhe
diariamente todos os nutrientes necessários, em quantidade, qualidade e proporções adequadas para
suprir as suas necessidades de manutenção, produção e reprodução, por meio de uma dieta sem fatores de
risco e com o menor custo possível.
 Consumo de matéria seca: uso de concentrados em dietas baseadas em forragem amplia, na maioria das
vezes, o consumo total de MS, porém, também promove redução com relação ao consumo de
forragemterística das regiões semiáridas.
 Energia e proteína: O suprimento adequado de energia e proteína é fundamental para o aumento da
produtividade animal, pois são os nutrientes mais relevantes para o metabolismo animal
 Minerais e vitaminas: A mineralização de ruminantes é uma prática zootécnica viável do ponto de vista
prático e econômico, quando se deseja aumentar a produtividade desta espécie.
Maneio sanitário
O maneio sanitário é realizado para manter a saúde dos animais, controlando e prevenindo as doenças,
tornando os rebanhos mais sadios e mais produtivos.

Higiene das instalações


Os cuidados a serem observados são:
 Limpar os chiqueiros e apriscos por meio de varredura;
 Lavar os bebedouros diariamente;
 Limpar os comedouros diariamente, não deixando alimentos velhos e estragados;
 Desinfetar, mensalmente, as instalações com creolina.
Quarentena
Período necessário para se observar doenças ainda não manifestadas em animais trazidos de outras
propriedades. Observar sinais de doenças nos animais em um intervalo de 30 a 60 dias, em local
isolado (quarentenário).
Maneio sanitário

Isolamento
Quando encontrar ou desconfiar que algum animal esteja doente, faça logo o isolamento do mesmo, para evitar
a contaminação do rebanho. O animal só deve voltar para o rebanho quando estiver totalmente curado.

Descarte
Animais com problemas devem ser descartados pelo sacrifício ou pelo abate. Animais com doença crônica,
portadores de doenças transmissíveis ao homem (zoonoses) devem ser sacrificados, enquanto animais
improdutivos devem ser abatidos. É preciso matar e enterrar (sacrificar) os animais que apresentam zoonoses,
como por exemplo, a brucelose, a raiva e o carbúnculo hemático (carbúnculo verdadeiro); a carne desses
animais sacrificados não pode ser consumida. Animais que tenham doenças causadoras de grandes prejuízos
econômicos, como a artrite encefalite caprina a vírus (CAEV), também devem ser abatidos. Ainda devem ser
abatidos, os animais com defeitos como: machos caprinos mochos (sem chifre) de nascimento; animais velhos e
improdutivos; animais que apresentem doença crônica nos cascos, mal-do-caroço (linfadenite caseosa) mais de
duas vezes, e matrizes com úbere duro (mastite crônica).
A carne dos animais abatidos por defeitos ou por artrite encefalite pode ser consumida. Os animais encontrados
mortos devem ser queimados e enterrados em cova profunda.
Maneio sanitário
Vacinação
As vacinas devem ser aplicadas para evitar as doenças nos rebanhos existentes na região.
Para estabelecer um calendário de vacinações, deve-se consultar um veterinário ou o técnico
que preste assistência aos criadores, pois apenas eles podem indicar as vacinas a serem
usadas por um rebanho na sua região. As seguintes vacinas podem ser usadas:
 Vacina contra a raiva (antirrábica): a vacinação é anual, a partir de 4 meses de idade e
apenas em rebanhos já afetados ou em regiões, frequentemente, atingidas pela doença.
 Vacina contra carbúnculo sintomático, enterotoxemia e botulismo: apenas em regiões
onde existe risco dessas doenças.
 Outras doenças para as quais existem vacinas são: boqueira, cegueira, podridão dos
cascos e doença da urina do rato.
Maneio sanitário

Algumas recomendações do artigo da


Embrapa (2007):
• Primeira vermifugação – Vermifugue
todo o rebanho no primeiro mês do
período seco ou quando as pastagens
A vermifugação consiste estão secas (final de junho ou julho).
na aplicação de • Segunda vermifugação – Vermifugue
60 dias após a primeira vermifugação
vermífugos (anti- (final de agosto ou setembro).
Vermifugação
helmínticos) para o • Terceira vermifugação –Vermifugue
controle da verminose no penúltimo mês do período seco
(final de novembro).
no rebanho • Quarta vermifugação – Vermifugue
em meados da estação chuvosa
(março).
Instalações e equipamentos
Para que caprinos e ovinos possam desempenhar adequadamente as suas funções e expressar todo o potencial produtivo, é
necessário um ambiente que assegure conforto, proteção e bem-estar. A Capacidade de lotação (cerca de 1,0 a 1,5 m²/animal
adulto).

Instalações

 Isolamento

Tal instalação deve proporcionar segurança, conforto e bem-estar aos animais e estar próximos da casa do maneador. Sua
localização deve ser estratégica com relação a facilidade e praticidade de maneio dos animais pelo funcionário responsável
durante todo o período diurno e noturno. O local deve ser destinado a isolar animais enfermos, separadamente do restante do
rebanho, para observação e possíveis tratamentos. Esta instalação deve ser meticulosamente limpa, com desinfeção a partir do
uso de vassoura de fogo e posteriormente uma camada fina de cal virgem nas paredes e piso (Oliveira, 2008).

 Quarentenário

Este ambiente é fundamental para permanência de animais que serão introduzidos ao rebanho. Uma construção isolada do
restante, composta por baias, com cochos, bebedouros e saleiros, local próprio para acesso ao pasto, onde os animais
adquiridos permanecerão por um período de observação, pré-determinado pelo médico veterinário, de aproximadamente 40
dias. Durante a permanência dos mesmos, deverão ser realizados exames clínicos e testes laboratoriais no intuito de detetar
possíveis sinais ou alterações, que indiquem a presença de enfermidade(s).
Instalações e equipamentos
Aprisco
O objetivo é a separação do rebanho por categoria animal com o intuito de planejar
e oferecer um maneio diferenciado de acordo com suas necessidades fisiológicas,
reprodutivas, nutricionais, cuidados sanitários. Tal instalação deve proporcionar
segurança, conforto e bem-estar aos animais e estar próximo ao centro de maneio
geral.
Curral de Maneio (seringa, bretes e balança)
Tais instalações têm como finalidade o maneio dos animais durante os
procedimentos de vacinação, seleção, aplicação de anti-helmínticos, pulverização,
pesagem mensal. Seu dimensionamento e características devem atender aos
diferentes objetivos de maneio, porém sempre deve proporcionar um maneio fácil e
prático, além da maior segurança aos animais e técnicos, permitindo-se observar
todos os animais do rebanho em conjunto.
Instalações e equipamentos
Sala de Ordenha
Tal instalação é para uso exclusivo de animais em lactação. Sua construção deve obedecer a critérios
e objetivos que permitam a limpeza, desinfeção, higienização, conforto e funcionalidade aos animais
e maneadores. Para sua implantação adequada, deve-se seguir orientações de construção conforme
normas estabelecidas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária e outras instituições de pesquisa e
extensão (Oliveira, 2008).
Esterqueira
A esterqueira pode ser construída de alvenaria, madeira ou escavação no solo, tipo silo trincheira.
Destina-se a armazenar os dejetos sólidos e/ou líquidos, fermentar o esterco produzido pelos
animais, o que também favorece a morte de larvas de parasitos gastrintestinais, resultando em um
produto final de qualidade, com higiene, segurança e fácil aproveitamento em lavouras e pastagens.
Instalações e equipamentos
Proteção Contra Vento, Sol e Chuva
Deve-se optar pelo plantio de ·árvores em linha, fileira ou em ziguezague (dependendo do seu
objetivo), entre as instalações, ou em áreas de descampado para proteger de ventos frios, ou a
utilização de cortinas que são colocadas ao redor das instalações ou apriscos, quando estas antigas,
adaptadas a uma nova função e onde ocorra excesso de ventos. Outra opção seria a utilização de
materiais da própria propriedade, como folha de coqueiro, ou outro material (lona, bambu, sacos de
plástico ou mesmo sombreamento por sombrites de nylon). A utilização das diferentes formas de
proteção tem por finalidade proteger os animais de correntes de vento e/ou excesso de sol e chuva.
Pedilúvios
Os pedilúvios são destinados a desinfeção de animais, trabalhadores, visitantes e veículos (rodoluvio),
evitando-se assim, que atuem como disseminadores de microrganismos causadores de doenças entre
diferentes setores de maneio e/ou entre propriedades distintas. Sua construção deve ser planejada logo
na entrada das propriedades, currais e, principalmente, nos apriscos.
Equipamentos

Comedouros, Bebedouros e Saleiros


Segundo Oliveira (2008) estes equipamentos
devem permanecer do lado de fora da
instalação/aprisco. Os comedouros podem
ser de alvenaria ou madeira, desde que de
fácil limpeza e não acumulem sobras de
alimento; sua altura deve atender a categoria
animal, adultos ou jovens. Os bebedouros
podem ser em vasos comunicantes para
prevenir contaminação por fezes na água de
bebida. Os saleiros, de preferência, devem
atender a altura do solo dependendo da
categoria animal maneada.
Muito obrigado pela
atenção dispensada!

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