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Título: Raças Leiteiras

Palavras-chave: RAÇAS. HOLANDÊS. JERSEY. GIR.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

MELHORAMENTO GENÉTICO

RAÇAS EUROPEIAS PURAS

RAÇAS ZEBUÍNAS

RAÇAS SINTÉTICAS

RAÇAS MISTAS

CRUZAMENTO TRIPLO

CONSIDERAÇÕES

REFERÊNCIAS

INTRODUÇÃO

Há algumas dúvidas quando se dá início ao projeto leiteiro, dentre elas saber


com qual raça devo trabalhar, é uma questão fundamental. Dentro dessa
indagação, qual a raça que se adapta melhor, qual a indústria prefere, somente alta
produção já não é mais suficiente. A escolha acertada pode garantir mais lucros a
empresa rural.

Cada raça bovina leiteira possui determinadas características, desta forma o


empresário do leite deve escolher aquela que oferece as qualidades desejadas de
acordo com a realidade de cada propriedade, no quesito alimentação, manejo,
sanidade, topografia e temperatura.

O gestor da empresa leiteira pode optar pelos cruzamentos ao invés de


raças puras, daí a importância de entender o melhoramento genético, sobre quais
características são necessárias imprimir no rebanho, sejam elas: maior produção,
aumento da rusticidade, saúde da glândula mamária, longevidade ou pernas e pés.
Provavelmente, pode-se utilizar qualquer raça ou qualquer cruzamento em
todas as propriedades, entretanto, conforme o sistema de produção adotado na
propriedade e as características de solo e clima a rentabilidade pode variar.

A raça mais utilizada no mundo para a produção de leite é a Holandesa, por


ser a raça mais especializada e de maior produção, porém, são os animais de maior
exigência em termos de cuidados, conforto, manejo e principalmente sofrem mais
com bernes e carrapatos.

No Brasil predominam as raças puras Holandesas, Jersey e Gir já a cruzada


Girolando (Gir com Holandês), nasceu no país e tem a maior população de bovinos
leiteiros. Cerca de 80% de toda a produção de leite no Brasil provém de raças
mestiças holandês-zebu.

A pecuária leiteira brasileira vem passando por diversas modificações, uma


das principais o leite não é valorizado somente pelo volume, hoje, elementos que
definem a qualidade como sólidos totais, células somáticas e contagem bacteriana
também compõe o preço pago ao produtor. Essa realidade provoca mudanças na
gestão das empresas leiteiras, o melhoramento genético focado apenas no aumento
do volume do leite, já não é suficiente, nem mesmo viável.

MELHORAMENTO GENÉTICO

O melhoramento genético é uma das principais ferramentas para alcançar


maior rentabilidade e eficiência. É importante que se entenda que qualquer trabalho
de melhoramento é individual e particular para cada propriedade.

O trabalho de melhoramento genético deve ser focado sobre o correto


diagnóstico do sistema de produção, da capacidade de investimento, do mercado
atual e futuro, da base inicial do rebanho, das pretensões e desejos do proprietário.

Na escolha da raça, devem ser considerados vários fatores, dentre eles:

- sistema de produção a ser adotado na propriedade (a pasto ou confinado);

- clima (temperatura, ventos, radiação solar, umidade relativa do ar, precipitação


média anual);

- fertilidade do solo;

- topografia do terreno;

- preço dos animais;


- preferência pessoal do produtor;

- capacidade de investimento.

Para avaliar uma empresa rural leiteira é preciso comparar parâmetros, o


principal deles é a produção por vaca por lactação, considera-se:

- Muito alta- produção acima de 8.000 kg/lactação. Para atingir tal produção
prioritariamente devem-se utilizar raças europeias especializadas, sendo a
holandesa a mais indicada, pois se trata geralmente de sistemas confinados;

- Alta- produção entre 7.000 kg a 6.000 kg/lactação. Para essa produção podem
ser utilizados animais da raça Holandesa, Jersey e Parda-Suíça, além dos
cruzamentos de origem de alta genética, já que são sistemas semi-confinados;

- Média- produção de 4.500 kg a 3.500 kg/lactação. Nessa produção podem ser


usados animais, Girolando, Jersolando e cruzamentos triplos como o tricross
(Holandês, Gir e Jersey), são sistemas de produção a base de pasto, com
suplementação quando necessário; (para mais informações ver relatório Leite a
Base de Pasto, tópico vacas para produção a base de pasto)

- Baixa- produção abaixo de 3.000 kg/lactação. Nesses sistemas de produção mais


simples, geralmente apenas a pasto, podem ser utilizadas raças menos exigentes
como Gir e Guzerá.

O rebanho leiteiro brasileiro é composto por cerca de 20 milhões de vacas,


das quais 6% são compostos de raças especializadas, produzindo em média 4.500
kg por lactação. Mas a grande maioria, 74% é composta de raças mestiças, com
produção de 1.100 kg por lactação e os 20% restantes são de vacas sem qualquer
especialização leiteira, com produção de 600 kg por lactação.

Vale lembrar que há diferentes soluções tecnológicas para cada propriedade,


sejam elas, pequenas, médias ou grandes. Quanto mais especializado o rebanho,
maiores deverão ser os cuidados de manejo e quanto mais simples e menos
especializado o sistema de produção, mais rústicos podem e devem ser os animais.

RAÇAS EUROPEIAS PURAS


Raça Holandesa

Fonte: holandesparana.com.br

Essa importante raça é de origem dos Países Baixos, principalmente norte da


Holanda e norte da Alemanha. A raça Holandesa é o resultado de uma série de
cruzamentos entre bovinos de diversas regiões da Europa.

A raça Holandesa é conhecida mundialmente como a de maior potencial para


produção de leite. É a única raça realmente cosmopolita, ou seja, com presença na
maior parte dos países com pecuária. A vaca preta e branca é símbolo do leite.

Apresenta pelagem branca e preta ou branca e vermelha. Seu úbere possui


grande capacidade e boa conformação. As novilhas podem ter sua primeira cria por
volta dos dois anos de idade. Os bezerros nascem com 38 kg em média.

Grande aptidão leiteira, 7.700 kg de leite em 305 dias, com 3,67% de


gordura. O recorde mundial da raça é de produção em 365 dias á de 34.144 kg de
leite, mais de 93 kg de leite por dia.

Há 3 tipos de holandês:

1- Preto e branco, que representa cerca de 80% do total;


2- Vermelho e branco, com 18%;
3- Cabeça branca, com 2%.

Raça Jersey

Fonte: manera.feis.unesp.br

Originário da pequena ilha de Jersey, entre a Inglaterra e a França, formada


há séculos, pelo cruzamento de animais provenientes da Normandia e da Bretanha.
É uma raça criada em quase todo o mundo. No Brasil o gado Jersey chegou em
1896.

Apresentam uma estatura baixa, em torno de 120 cm nas vacas. O úbere é


quadrado, bem irrigado, volumoso, com tetas pequenas e espaçadas. Seu leite é o
mais apreciado para a produção de manteiga. Produzem em média 5.000 kg de
leite com 4,87% de gordura e 3,74% de proteína. O recorde da raça é de 17.938
kg em 365 dias.

É a mais precoce das vacas leiteiras. Em geral a primeira cobertura é feita


dos 15 aos 18 meses de idade. Sua longevidade é também bastante grande, é
comum encontrar fêmeas em produção com mais de 15 anos. Nas regiões tropicais
mostra elevada tolerância ao calor. É uma raça popular em quase todos os países
produtores de lacticínios, também chamada de raça manteigueira devido ao
elevado teor de sólidos no leite, o que confere alto rendimento industrial.

A raça Jersey é muito eficiente na conversão de pasto em leite, o que lhe


confere alguma preferência em sistemas de pastoreio, pois requer menos área de
pasto por vaca.

Raça Guernsey

Fonte: correiogoumand.com.br

É originário da ilha de Guernsey. Admite-se a hipótese de que seja derivado


do cruzamento do gado Bretão com o Normando.

A vaca Guernsey possui uma conformação tipicamente leiteira. Com um


úbere grande, bem conformado e irrigado, é especializada na produção de leite com
altos teores de sólidos, por isso também é classificada como raça manteigueira.

São animais dóceis com boa longevidade produtiva e com vocação para a
produção de leite, em torno de 5.200 kg com 4,66% de gordura.

É considerada mais rústica que a Jersey. Sua longevidade é notável,


servindo na reprodução até avançada idade. Nos cruzamentos revela grande
prepotência na transmissão de suas qualidades. Sua criação tem sido recomendada
ao lado de vacas de leite magro para operar misturas de compensação.
Raça Ayrshire

Fonte: animall.com.br

A raça Ayrshire é de origem escocesa, do condado de Ayr. O melhoramento


da raça teve início em 1750. A Ayrshire recebeu sangue de várias raças
especializadas, entre elas a holandesa. Essa raça é criada principalmente na
Escócia, Irlanda e nos Estados Unidos.

A aptidão dominante da raça Ayrshire é leiteira, sua pelagem é malhada de


vermelho, bem definido. Produz em média 3.900 kg de leite por lactação, com
3,8% de gordura. Seu leite apresenta alto teor de sólidos, sendo próprio à
fabricação de queijos.

RAÇAS ZEBUÍNAS

Raça Gir

Fonte: mercadoleiteiro.wordpress.com

A raça Gir tem origem na Índia. É uma raça mista, produtora de carne e com
boa aptidão leiteira. Essa notável raça chegou ao Brasil em 1911.

No passado, muitos criadores deram importância exclusiva a caracteres


raciais, de menor importância econômica, depois, evoluíram para a seleção de
rebanhos e linhagens dotados de maior capacidade produtiva, tanto para carne
como para leite. As qualidades leiteiras das vacas são bastante pronunciadas.
Em alguns rebanhos a produção é regular em regime de meia estabulação.
São vantajosos cruzamentos do Gir com raças leiteiras mais especializadas, como,
por exemplo, a Holandesa. O bezerro é pequeno, mas muito resistente.

Raça Guzerá

Fonte: agrosoft.org.br

A raça Guzerá é muito utilizada em cruzamentos com as raças europeias


para a produção de novilhos precoces e também para a obtenção de animais
produtores de leite.

É reconhecida, no Brasil por entrar na maioria das raças bimestiças de


sucesso, tais como Lavínia, Pitangueiras, Riopardense, Cariri, Xingu, Santa Mariana,
Indubrasil, Guzonel e Guzolando. No exterior, o Guzerá entrou na formação das
raças Brahman e Santa Gertrudis.

Raça Sindi

Fonte: sindi.blogspot.com

É originária do Paquistão. Os animais Sindi são em geral pequenos, de bela


aparência. A pelagem é vermelha, variando do tom mais escuro
ao amarelo-alaranjado, observando-se, às vezes, pintas brancas na barbela, na
testa e no ventre, mas não tem manchas grandes. Nessa raça, o branco é
recessivo, aparecendo, ocasionalmente, mesmo em rebanhos puros, mas não é
apreciado.

A aptidão principal é a produção de leite. A média de produção leiteira é


de 2.562 litros em 286 dias de lactação, com 2,5% de
gordura, mas existem alguns animais com lactação superior a 3.100 litros. Hoje, a
maioria do rebanho Sindi está localizado na região semiárida do Nordeste, onde os
criadores afirmam que o gado Sindi é notável pela rigidez dos cascos, pela
rusticidade nos campos ressequidos, sem perder crias e sem deixar de produzir
leite.

A conversão de vegetais secos e fibrosos é quase prodigiosa na fêmea


Sindi, principalmente quando está sem o bezerro na caatinga. O gado Sindi surge,
também, como ideal para cruzamentos leiteiros no Nordeste, podendo espalhar
suas virtudes pelo restante do Brasil.

RAÇAS SINTÉTICAS - cruzamentos

Raça Girolando

Fonte:fundacaoruraldecampos.com.br

Para formar o Girolando é usado um touro 5/8 holandês + uma vaca 3/8 Gir,
onde é possível conjugar a rusticidade do Gir e a produção do Holandês, o que lhe
confere desempenho econômico muito satisfatório. Estes cruzamentos surgiram em
meados da década de 40. A raça Girolanda é a mais versátil nos trópicos.

Essa raça é responsável por 80% do leite produzido no Brasil, é evidente


que há afinidade do Girolando com o tipo de exploração, propriedades, mercado e o
produtor nacional, principalmente nos trópicos. A bezerra Girolando ao nascer pesa
em média 35 kg. A docilidade de sua mãe juntamente com outras qualidades
maternais, torna sua raça a mais utilizada como receptora de embrião em nosso
país.

É uma das melhores raças para a criação a pasto, por ter boa resistência
para andar bastante, além de resistência a parasitas internos e externos.
Raça Jersolanda

Fonte: pecuaria.com.br

O acasalamento de animais Holandeses com Jersey dá origem ao Jersolando.

O objetivo desse cruzamento é diminuir o tamanho e o peso das vacas em


relação ao holandês puro, melhorar a qualidade do leite em relação ao teor de
sólidos devido à participação da raça Jersey.

As fêmeas Jersolando podem ser cobertas com uma terceira raça, formando
assim o tricross, preferencialmente com raças zebuínas, que devido à heterose
pode originar animais mais rústicos ainda e há possibilidade de aproveitar os
machos para corte.

Raça Girsey

Fonte: boiapasto.com.br

É o cruzamento da raça Gir com Jersey. Tem a idade ao primeiro parto aos
28 meses, o que diminui o custo e aumenta a vida útil do animal.

Esse cruzamento incorpora a precocidade do Jersey. O que lhe confere duas


lactações a mais, por consequência dois bezerros a mais. Além de proporcionar
menor peso as vacas e maior produção de sólidos.

Já o Gir entra com a rusticidade, adapta-se melhor aos trópicos, apresenta


resistência a ectoparasitas e menor incidência de mastite.
Raça Guzolando

Fonte: marcasol.com.br

Desde 1930, já era utilizado o cruzamento da raça Guzerá com a raça


Holandesa. Essas duas raças se completam, gerando a rusticidade e a
produtividade do Guzolando, além, é claro, de uma produção econômica para as
diversas regiões brasileiras.

A raça Guzolando é de grande porte, geralmente de pelagem preta; mas,


quando o touro for Holandês vermelho e branco, a pelagem será amarelada. O
úbere é firme, permitindo lactações superiores a 5.000 litros, com produções
diárias acima de 20 litros.

Raça Simbrasil

Fonte: gertecembrioes.com.br

A raça Simbrasil foi formada na Fazenda Sabiá, em Muqui, no Espírito Santo,


em 1950. Aliando-se à dupla aptidão do gado Simental ao duplo propósito da raça
Guzerá, assim formou-se a raça Simbrasil.

As fêmeas Simbrasil apresentam excelente capacidade materna, dando a 1ª


cria em média entre 24 e 30 meses, com produção de leite média de 10 litros/dia.
Pesam em média 500 e 700 kg.

RAÇAS MISTAS - dupla aptidão


Raça Parda-Suíça

Fonte: apoiogenetica.com.br

A raça Parda-Suíça, constitui uma das raças bovinas mais antigas. Teve
origem 1800 anos antes de Cristo. Sua origem vem do sudeste da Suíça.

Possui pelagem parda clara a cinzenta escura, as vacas Pardo-Suíças


apresentam ventre desenvolvido, sustentando um úbere típico de gado leiteiro,
com tetas de tamanho médio, bem colocadas. A aptidão predominante é a leiteira,
mas também possui uma boa capacidade para produção de carne.

Animais muito dóceis e rústicos, bem adaptados ás condições de montanha,


pernas e cascos fortes, reconhecida raça melhoradora de aprumos, animais de
grande porte com aptidão leiteira 6.200 kg de leite em 305 dias, com 4,09% de
gordura. Em controles oficiais a Parda-Suíça já é a segunda maior entre as raças
leiteiras.

Possui pele pigmentada o que evita problemas com fotossensibilidade


(doença de pele provocada pela luz solar que ocorre mais em animais jovens e em
área despigmentada da pele), a Parda-Suíça adapta-se a regiões de clima quente.

Nos cruzamentos, transmite com grande fidelidade seus atributos, sendo às


vezes difícil distinguir um animal 3/4 de um puro, não só pela conformação e
pelagem como também pelas aptidões econômicas. Essa raça também possui
linhagens específicas para carne, produzindo resultados satisfatórios.

Raça Simental

Fonte: simentalsimbrasil.org.br
O nome da raça Simental vem do vale do Simme (ou vale do Simmenthal)
na Suíça, onde já existia gado vermelho e branco na idade Média e de onde saíram
animais para muitos países europeus.

A produção leiteira comprovada, na Suíça, chega a mais de 5.500 litros por


lactação e mais de 4,2% de gordura. Embora seja originalmente de tripla finalidade
(carne, leite e tração), vem sendo selecionado apenas para produção
de carne e leite.

Raça Normanda

Fonte: mercosur.com

É uma raça bastante antiga, originária na Normandia, na França. Seu


melhoramento e livros de registros são relativamente recentes.

A raça Normanda possui aptidão predominante para o leite. Sua pelagem é


malhada com fundo do amarelo claro até o escuro. As novilhas dão a primeira cria
entre 2 1/2 a 3 anos de idade e os machos começam a servir em torno de 12
meses de idade. Ao nascerem, os bezerros pesam em média 45 kg. Possui
temperamento dócil e é indicada para fazendas mistas, em regime de meia
estabulação. No cruzamento com raças zebuínas, o gado Normando dá mestiços
rústicos, de crescimento rápido, pesados, produtores de carne de boa qualidade.

A produção leiteira apresenta em torno de 5.296 kg com 4,41% de gordura,


em 305 dias, com recordes acima de 8.500 litros. É a principal raça leiteira francesa
e é a raça campeã de índice proteico no leite (3,39%), na França. Embora boas
produtoras de leite rico, as vacas somente produzem bem
quando bem alimentadas. O leite dessa raça é utilizado para a fabricação do queijo
Camembert.
Raça Montbélliarde

Fonte: berrante.com.br

Essa raça tem origem no oeste da França, para alguns essa raça tem origem
no Simental. Geralmente branca com grandes manchas vermelhas e cabeça branca.
Os animais são muito dóceis, produção e 6.921 kg de leite com 3,86 de gordura.

É uma raça mista que produz queijo de boa qualidade (queijo Comté) e
também é usada para cruzamento industrial.

CRUZAMENTO TRIPLO - tricross

Consiste na utilização de uma terceira raça em fêmeas F1 (HolandêsXGir),


com touro ou sêmen Jersey, por exemplo. Dando origem a um animal 25%
Holandês, 25% Gir e 50% Jersey.

As fêmeas oriundas desse cruzamento triplo, são bem valorizadas, já que a


raça Jersey transmite precocidade, alta fertilidade, docilidade, longevidade, além de
dar origem a animais menores, que possibilitam aumentar o número de vacas por
hectare. Também, é de destaque que a raça Jersey corrige defeitos de úbere e de
tetos, com maior teor de sólidos no leite.

O acasalamento de animais de raças diferentes é a maneira mais rápida de


fazer melhoramento genético em bovino, aproveitando a heterose, que é o
fenômeno pelo qual os filhos apresentam melhor desempenho que a média dos
pais. A heterose (choque de sangue) será maior quanto mais diferentes forem as
raças envolvidas no cruzamento, sendo que a heterose é máxima na primeira
cruza, ou seja, no F1.

Muitos produtores e pesquisadores fazem experiências com cruzamentos de


diferentes raças, porém, a comprovação é demorada. Podemos aproveitar a
experiência em outros países, como é o caso da Nova Zelândia, que tem seu
rebanho baseado no Kiwicross (Holandês Frísio com Jersey), para produzir animais
mais adaptados ao sistema de produção a pasto.
As principais vantagens dos cruzamentos estão em converter maior
quantidade de pasto em sólidos do leite, além da saúde, da aptidão e a reprodução
de animais cruzados são melhores que dos puros.

Mas, sempre tem uma questão, o que colocar no cruzamento das F1


(Jersolanda). Alguns defendem o cruzamento rotatório, ou seja, se a vaca F1
(Jersolanda) é filha de touro Holandês em vaca Jersey, o próximo touro será Jersey
e assim por diante, alternadamente.

Além desse sistema vai e volta das duas raças principais, Holandês e Jersey,
ainda há a possibilidade da utilização de uma terceira raça, por exemplo, Ayrshire
Guersey, Gir ou Parda-Suíça, que pode ter a possibilidade da engorda viável dos
machos. Porém, há poucos estudos sobre o tricross, o que evidencia a necessidade
de mais pesquisas sobre o tema.

CONSIDERAÇÕES

É fundamental observar a zona de conforto térmico para cada raça, pois


assim o produtor poderá escolher a raça ou o cruzamento mais adequado para a
sua região. As condições ambientais influenciam muito a produção dos bovinos, se
transformando em um limitante do potencial genético do animal. Conferindo
também, a influência na produção e a qualidade da pastagem.

Raças bovinas leiteiras de origem europeia como a holandesa, por exemplo,


foram selecionadas naturalmente por centenas de anos para viverem e produzir
leite em condição de clima temperado, ameno, portanto, adaptadas a tal situação.

As condições mais adequadas para vacas europeias são de temperatura


média mensal e inferior a 20°C, em todos os meses do ano, e com umidade
relativa do ar entre 50% e 80%. A temperatura crítica, ou seja, acima da qual o
consumo cai e a produção de leite também está entre 24°C e 26°C para Holandês,
27ºC e 29°C Jersey e 29,5°C para Parda Suíça. O conforto térmico para raças
europeias situa-se entre -1°C e 21°C.

Já as raças Zebuínas se adaptaram naturalmente as condições tropicais, sua


origem é na Índia, onde o clima é quente e até árido. O conforto térmico dos
zebuínos situa-se entre 10 e 32 °C, com temperatura máxima crítica acima de 35ºC
e mínima de 0°C. Já os animais mestiços, cruzados de raças europeias com
zebuínas tem tolerância intermediária aos extremos climáticos.
A escolha da raça leiteira deve sempre ser baseada em informações técnicas
e econômicas em ambientes semelhantes aqueles onde os animais serão criados.

A respeito dos cruzamentos, alguns pesquisadores afirmam que ao cruzar as


vacas com raças zebuínas melhora a eficiência na utilização dos volumosos e maior
adaptabilidade. Já ao cruzar com raças europeias, melhora o desempenho
reprodutivo e de produção.

Quando o objetivo é produção de leite a pasto o que conta é produção por


hectare e não por animal individual, portanto, com animais de menor porte há
possibilidade de colocar mais animais por hectare.

Cada empresário rural deve achar a sua raça, mais adaptada a sua condição
em particular. A vaca leiteira é que transforma volumoso e concentrado em leite, a
eficiência dessa transformação depende prioritariamente do sistema de produção e
da raça mais adaptada a ele.

REFERÊNCIAS

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http://www.agromundo.com.br/?p=19069. Acesso em: 08/09/2012.

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http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=raças bovinas de
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08/09/2012.

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http://docentes.esa.ipcb.pt/amrodrig/racas_bov_estran.pdf. Acesso em:
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http://www.cnpgl.embrapa.br/nova/livraria/abrir_pdf.php?id=9. Acesso em:
09/09/2012.

Volume e composição do leite das raças zebuínas. Cadernos de Pós-gradação da


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http://www.cnpgl.embrapa.br/nova/livraria/abrir_pdf.php?id=9. Acesso em:
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Raças. Embrapa. Disponível em:


http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Leite/LeiteSudeste/raca
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http://www.ruralpecuaria.com.br/2010/11/cruzamentos-para-aumentar-solidos-
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