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SUINOCULTURA

Cenário Mundial:

● Maior cadeia de proteína animal do mundo.


● Ocupa lugar de destaque na matriz produtiva do agronegócio.
● Não está presente em todos os países, um exemplo são os países muçulmanos.
● Nos últimos 17 anos houve um crescimento de 42.7% na produção mundial de carne suína, passando de
78.2 milhões de toneladas em 1995 para 111.7 milhões de toneladas em 2012. Nesse mesmo período o
plantel mundial de suínos cresceu apenas 7.1%, passando de 900 para 964 milhões de cabeça – diferença
se deve a melhora na produtividade e o aumento do peso de abate dos plantéis mundiais.
● A produção está localizada, basicamente, nos países consumidores, sendo que a exportação é baixa,
apenas 8 milhões de toneladas.
● O consumo é diferenciado entre países desenvolvidos e países em desenvolvimento.
● Maiores produtores mundiais:
✔ China: 46.9%
✔ EUA: 8.9%
✔ Alemanha: 4.9%
✔ Espanha: 3.1%
✔ Brasil : 3.0%
● Exportadores de Carne suína:
✔ EUA: 38.9%
✔ União Europeia: 28.1%
✔ Canadá: 14.8%
✔ Brasil: 7.2%
● Consumo:
✔ Mundial – 16 Kg per capita/ano.
✔ Espanha – 67 Kg per capita/ano.
✔ União europeia – 40 Kg per capita/ano.
✔ EUA – 27.9 Kg per capita/ano.
✔ Brasil – 14/15 Kg per capita/ano.

Cenário Nacional:

● 3,4 milhões de toneladas, que corresponde a 3% do mercado mundial.


● Em 2012 eram abatidos aos 140-150 dias de idade, com conversão alimentar de 1:2,4 Kg e peso vivo de
abate de 110 a 120 Kg.
● Em termos qualitativos o Brasil é muito eficiente e isso se deve a grande disponibilidade de grãos,
genética, disponibilidade de água, temperatura não oscila muito, o que reduz custos com a climatização,
mão de obra disponível e barata e bons índices zootécnicos.
● No Brasil o custo de produção é mais barato devido a água ser barata ,os insumos para fabricar a ração
serem produzidos no próprio país e o custo para o tratamento de dejetos ser baixo.
● A região sul é tradicionalmente a de maior expressão na produção de suínos, seguida pelo Sudeste
(MG), e Centro Oeste (GO, MT).
Pontos Negativos da Suinocultura Nacional:

● Instabilidade no Setor – Alto dólar aumenta preço de insumos importados, a ração, diminuição do
consumo.
● Uma forma de “superar” a instabilidade é a criação de Organizações (Cooperativas e Integradoras), onde
cria uma garantia de preço da venda e também o preço dos insumos.
● Cooperados + Integrados corresponde a mais de 65% dos produtores de suínos.
● Baixo consumo – Fontes de alimentos mais baratos, hábito de consumo, pouca variedade de cortes, a
maior parte do consumo é de processados.

Mitos e Verdades:

I. É uma carne gorda.


✔ Óleos saturados são piores para a saúde humana.
✔ A quantidade de óleos saturados é quatro vezes maior em bovinos do que em suínos (pois os suínos
depositam em forma de gordura basicamente o que consomem).
✔ A gordura suína é facilmente retirada – carne com menos de 1% de gordura.

II. Cisticercose e Teníase


✔ A cisticercose é o estágio larval da Taenia.
✔ O suíno não causa a cisticercose no homem.
✔ O suíno apenas participa do ciclo da doença abrigando o cisticerco.
✔ O homem é o hospedeiro definitivo, pois possui a fase adulta da taenia.
✔ O homem contamina o meio ambiente (pastagens, verduras, águas) através de suas fezes liberando ovos
do parasita.

CARACTERIZAÇÃO RACIAL

Sus domésticos ( Suínos):

● Sus vittatus ( Javali Asiático) – É pequeno, com grande acúmulo de gordura, é um animal dócil.
● Sus scrofa ( Javali Europeu) – É um animal grande, não acumula muita gordura, animal agressivo.
● Sus mediterraneus ( Javali do norte da África) – É o intermediário entre os outros dois animais.

● Através da seleção natural e/ou artificial e através de cruzamentos, preservando características básicas,
essas espécies originaram o Sus domesticus.
● Animal moderno é voltado para a produção de lombo e pernil e carnes magras, prevalecendo a parte
posterior do animal.
● As raças europeias são as mais importantes comercialmente, isso se deve ao pouco acúmulo de gordura.
● Vindo para o Brasil – Veio como fonte de alimente, eram as raças mediterraneus e vittatus, de pequeno
médio porte, com tendência a acumular mais gordura.
EZOOGNÓSIA- CONFORMAÇÃO EXTERNA DOS ANIMAIS

1. Cor da Pelagem:
● Branca – Large White ( LW), Landrace ( LD).
● Negra – Nilo/ Large Black.
● Vermelho – Marrom claro – marrom escuro – Duroc/Tam worth/Sorocaba.
● Malhado ( cor clara com manchas negras) – Piau/ Pietrain/ Caruncho.
● Negro com extremidades brancos – Polland China.
● Negro com uma faixa branca nos membros – Wessex/Hampshire.

2. Tipo de Orelha:
● Grande, pendular, caída sobre a face – céltica.
● Pequena, ereta – Asiática.
● Delgada, semi ereta – Ibérica ( Mediterraneus).

3. Perfil Cabeça (Fronto nasal):


● Retilíneo.
● Sub- concavilineo – focinho mais longo.
● Concavilineo.
● Ultra Concavilineo – focinho bem curto.

4. Porte:
● Pequeno – Até 100 Kg.
● Médio – 100/250 Kg.
● Grande – Acima de 250 Kg.

LARGE WHITE E LANDRACE:

● São as raças mais importantes do mundo devido a harmonia nas características:


✔ Produtivas – ganho de peso, conversão alimentar.
✔ Reprodutivas – nascidos totais, número de desmamados, peso ao nascimento e desmame.
✔ Carne/carcaça – porcentagem de carne magra, baixa espessura de toucinho, equilíbrio na qualidade
de carne.

LARGE WHITE

● Apresenta orelhas eretas, do tipo asiático .


● Pefil fronto-nasal sub-concavilineo a concavilineo.
● São sexualmente precoces, tem alta prolificidade, excelente taxa reprodutiva e de crescimento diário,
excelente eficiência alimentar e produzem carcaças com alto rendimento e qualidade de carne para
consumo in natura.
● Em alguns países a raça tem sido utilizada para desenvolver linhas hiperprolíficas e para a produção de
suínos com peso elevado de abate.
● Nos EUA é conhecido como Yorkshire.
LANDRACE:

● Perfil fronto-nasal retilíneo, orelhas do tipo céltico, grande profundidade e comprimento corporal.
● São sexualmente precoces, muito prolíficos, tem grande capacidade de produção de leite e habilidade
materna.
● Alta taxa de crescimento e eficiência alimentar, baixa disposição de gordura e alto rendimento de carne
de boa qualidade.
● A presença de raças belgas faz com que possua grande conformação de pernil, alto rendimento de carne
e alta frequência do alelo Hal.

DUROC:

● Orelha do tipo Ibérico, perfil fronto-nasal subconcarríleo, e bom comprimento e altura corporal.
● Apresentam boa taxa de crescimento diário e boa conversão alimentar.
● Produzem em média 10 leitões nascidos por leitegada. As fêmeas, no entanto, geralmente apresentam
limitações quanto á produção de leite e á habilidade materna.
● Uma das características mais importantes da raça é o teor de marmoreio na carne (gordura intramuscular
–GIM), que é fundamental para obter carne saborosa e suculenta e está associada á menor perda de
água por gotejamento das carcaças.
● Ponto negativo – Nesta raça é mais prevalecente a presença maior de Fimose nos machos ou tetas cegas
ou invertidas (em ambos os sexos, que gera problemas na produção de leite).

PIETRAIN:

● Orelhas do tipo asiático, perfil fronto-nasal subconcarrilíneo, baixa espessura de toucinho, grande
musculosidade e conformação de carcaça.
● Menor deposição de gordura e maior disposição de carne na carcaça.
● A grande musculosidade da raça deve-se á presença da alta frequência do gene Hal, que também é o
responsável genético pela PSS, que torna muito susceptíveis a problemas causados por temperaturas
elevadas e o manejo incorreto.
● Alto ganho de peso e conversão alimentar e baixo em termos reprodutivos e qualidade de carcaça.

HAMPSHIRE/WESSEX:

● Hampshire – Orelha do tipo asiática.


● Wessex – Orelha do tipo céltico.
● São raças medianas para as características produtivas, reprodutivas e de qualidade de carne/carcaça.
● Não participam quase dos cruzamentos.

RAÇAS NACIONAIS

● Não participam da suinocultura industrial, sendo utilizada basicamente para a subsistência.


● São raças com grande acumulo de gordura, são raças que ovulam pouco, então reproduzem pouco (
baixa prolificidade).
ÍNDICE DE SELEÇÃO

● É um conjunto de características, que recebem valores.


● Best linear umbisied program – programa de seleção aleatório, onde é predito a prole que irá nascer com
base em seus parentes. Determinando a pressão de seleção.
● Para os machos são criados mais extratos, pois neles os investimentos genéticos são maiores, isso se
deve basicamente ao fato de que o macho dissemina seus genes para uma gama de fêmeas.

Gene Halotano ou gene Hal:

● Responsável genético pela Síndrome do Estresse em suínos (PSS) e pela ocorrência de carne Pálida, Mole
ou Exudativa (PSE).
● É problemático em homozigose recessiva, sendo que a incidência é maior em carnes com alto índice de
carnes magras, mais musculosas e com crescimento rápido, como Landrace e Pietran.
● O halotano é um gás anestésico derivado da família do éter, e em animais recessivos quando submetidos
ao gás, tenha convulsões. As convulsões eram uma forma de eliminar estes animais do plantel, porém
animais heterozigotos não eram detectados, o que podia vir a gerar uma progênie com homozigose
recessiva para o gene Hal.
● Contração – aumento do ácido lático que faz com que a carne fique acida, causando desnaturação das
proteínas, diminuindo a retenção de água (a água que confere a estruturação da carne), fazendo com
que a carne fique “soft”, perdendo também a coloração, deixando a carne clara.
● Essa condição também ocorre em animais mal transportados (manejo excessivo pré abate), onde eles
caminham mais do que estão acostumados, recorrendo a fontes anaeróbias, gerando assim, ácido lático.
● O pH reduz um pouco quando o animal é abatido, pois os tecidos musculares ainda tem uma certa
atividade sem a presença de 02, o que produz um pouco de ácido lático.
● A ração é determinada que não seja administrada por 12 horas antes do transporte. Se o transporte
atrasa para acontecer, o animal consome reservas de glicose e no abate não tem mais substrato para
gerar ácido lático, o que não reduz o pH, obtendo uma carne DFD ( Escura, firma e sem exudato).

Principais Raças Maternas:

● Landrace, Large White, Wessex ( melhor).

Características:

● Aptidão materna.
● Alta prolificidade.
● Boa capacidade de produção de leite.
● Pequena espessura de toucinho.
● Boa conversão alimentar.
Principais Raças Paternas:

● Durox e Hampshire.

Características:

● Ótima conversão alimentar.


● Elevada capacidade de produção de carne.
● Boa qualidade de carcaça.
● Alta precocidade.

Raças Chinesas:

● Jiaxing, Meishan, Taihu – Ambas são extremamente prolíferas, sendo utilizadas no cruzamento industrial
na linha fêmea devido á prolificidade e alta produção de leite.

MANEJO DE LEITÕES LACTENTES

● Porca + leitões – qualidade do leitão depende da gestação.


● Gestação + lactação – interagem entre si e influenciam na qualidade dos leitões obtidos.

- Os leitões são anatômica e morfologicamente imaturos.

- Possuem manejos que são obrigatórios e outros que não.

❖ Alvos:
I. Peso ao desmame: Acida de 5.5 Kg em 21 dias – depende da habilidade materna para a produção de
leite.
II. Peso ao nascer: Acima de 1.400 g.
III. Número de nascidos totais: Acima de 13.
IV. Número de nascidos vivos: Acima de 12.5
V. Natimortos: Abaixo de 4% - são leitões que nascem mortos ou que nascem vivos e vem a morrer nos
primeiros minutos.
VI. Mumificados: Abaixo de 2% - o leitão nasce com aspecto seco, escurecido, onde há uma absorção dos
seus tecidos não ósseos.
VII. Número de desmamados: Acima de 12.

❖ Manejo de leitões
1.Preparação da maternidade:
● Local de permanência dos porcos durante o parto e lactação.
● Sempre limpo e sem ruídos.
● Separado de outros barracões da granja.
● Dividido em salas: Permite o manejo em lotes e facilita no vazio sanitário (todos dentro – todos fora) que
deve ser feito no mínimo 5 dias antes de receber a fêmea gestante.
● Fêmeas transferidas para a maternidade em torno de 7 dias pré parto (adaptação ao novo ambiente).
Mudanças:

✔ Modo de contenção – sela de parição que evita o esmagamento dos leitões, que é a maior causa de
mortes.
✔ Troca de ração.
✔ Tipo de bebedouro.
✔ Tipo de piso.
✔ Alterações de temperatura.

2.Parto:
● O parto leva de 2-6 horas (eventualmente 8 h).
● O parto deve ser 100% assistido (assistência aos recém-nascidos).
● Ambiente limbo, desinfectado, seco e aquecido para os leitões.
● Leitões – sistema termorregulatório (aquecimento) e imunitário (ingestão de colostro) pouco
desenvolvido.
● Causas de morte nas primeiras horas de vida:
✔ Leitões que nascem fracos.
✔ Leitões engasgados (envolvidos na placenta).
✔ Esmagados pelas porcas.
✔ Partos prolongados.
✔ Os últimos leitões ao nascerem aspiram líquido amniótico devido ao rompimento do cordão
umbilical, o que ocorre em torno de 30% dos leitões.

3. Recuperação de leitões aparente mortos.

4. Enxugar os leitões:
● Leitões devem ficar limpos e secos (evitar perda de calor).
● Utilizar papel toalha, panos desinfetados (papel toalha – mais higiênica e descartável).
● Ao nascer, primeiramente verificar se o leitão está sufocado (obstrução das vias respiratórias).
● Enxugar inicialmente a cabeça (desobstruir as vias respiratórias).

Obs:

✔ Deve ser realizado principalmente quando antecede dias frios, pois a superfície molhada faz aumentar a
perda de calor.
✔ Hoje é muito utilizado pós secante ao invés de papel toalha.
✔ Se o leitão for submetido a mais de 12 h de frio, ele desenvolve hipoglicemia, pois como a temperatura
cai, o leitão gasta energia para se aquecer. O quadro de hipoglicemia pode avançar para hipotermia e
levar e a morte.
✔ Leitões tem poucos pelos.
✔ Tem baixa gordura subcutânea.
✔ Tem baixa reserva de energia na forma de glicogênio.

5. Corte e desinfecção do umbigo (Manejo Optativo):


● Umbigo – ligação entre mãe e feto durante a gestação – nutrientes e oxigênio são levados ao feto pelo
cordão umbilical.

Rompimento:

Antes do nascimento: Partos prolongados (últimos leitões) – Hemorragias e sufocamentos.

Após o nascimento: tração pelo leitão (alcançar os tetos) – Hemorragias.

● Cicatrização do cordão umbilical é rápida (3 a 5 dias).


● Possibilidade de contaminações (porta de entrada por infecções) – localizadas ( onfalites e artrites) ou
generalizadas ( septicemia).
● Ligadura e corte do cordão umbilical:
✔ Ligadura: Usar barbante desinfectado ou embebido em desinfetante.
✔ Corte: 3 a 5 cm da sua inserção ( tesoura previamente desinfectada).
✔ Desinfecção do umbigo: Iodo 5 a 7% ou glicerinado – deve atingir todo o umbigo.
✔ Só terá valor se realizado nos primeiros minutos após o nascimento.

Obs:

✔ A desinfecção do umbigo é realizada para evitar que os vasos abertos não sejam porta de entrada de
patógenos.
✔ Se não há histórico de infecção no umbigo na granja, não há necessidade de realizar a desinfecção.
✔ O pó secante tem favorecido para que a desinfecção do umbigo não se torne necessária.

6.Corte dos Dentes (Manejo Optativo):


● Leitões nascem com 8 dentes ( 4 caninos e 4 pré molares).
● São pontiagudos e crescem para fora da cavidade bucal.
● Os dentes lesam os tetos da porca (primeiros dias de lactação).
● Causam ferimentos nos leitões – brigas por tetos – leitegadas grandes, transferência de leitões de uma
porca para outra, baixa produção de leite.
● Realizado a partir de 6-8 horas após o parto.
● Ingestão de colostro (1° mamada é extremamente importante).
● Importância de se cortar os dentes dos leitões:
✔ Porca - lesão nos tetos e/ou úbere (mastite, hipo ou agalaxia).
✔ Podem deixar a porca impacientes e agitadas (esmagamento de leitões).
✔ Leitões – ferimentos por brigas (porta de entrada para infecções secundárias).
● Retirada da fração pontiaguda do dente.
● Cortar os dentes rentes à gengiva (mais comum menor chance de erros).

Cuidados:

✔ Lesões na gengiva e/ou língua (aftas).


✔ Permanência de pedaços de dentes na boca do leitão (necrose alveolar) – ferem mais os tetos da porca
e dificultam o leitão de mamar.
✔ Técnica alternativa: Desgaste dos dentes (substitui o alicate) o mais indicado, pois só lixa a parte
pontiaguda dos dentes.
✔ Algumas pessoas não recomendam cortar : importância dos dentes na sucção do leite.
✔ Na Europa esse manejo é proibido.

7. Primeira mamada e manejo de colostro (Essencial):


● Ingestão de colostro até as primeiras 6 a 8 horas pós-parto.
● Após esse tempo baixa a absorção e aumenta risco de doenças com a diminuição da imunidade do leitão.
● Porca: 12 a 16 tetos.
● Glândulas:
✔ Peitorais ou torácicas (produzem mais leite e de melhor qualidade, são mais flácidas e compridas, sendo
as preferidas),
✔ Abdominais ou medias.
✔ Inguinais.

Obs:

✔ Recomendação é que os leitões menores e letárgicos devem ser conduzidos aos tetos peitorais.
✔ Em algumas granjas, os primeiros leitões que nascem mamam e são separados, os últimos leitões, que
nascem mamem e também são separados, fazendo um rodízio para que todos os leitões mamem bem
durante 1 hora.
✔ Placenta Epiteliocorial: Possui 6 membranas, criando um ambiente estéril, onde poucos patógenos
passam através dela, porém os anticorpos não conseguem ser transferidos da mãe para o leitão. Os
anticorpos só podem ser adquiridos através do colostro.

✔ Colostro – Anticorpos – Imunoglobulinas.


✔ O primeiro colostro possui enzimas que inibem a tripsina, que é uma enzima proteolítica, fazendo com
que o anticorpo não seja degradado.
✔ O intestino tem uma permeabilidade maior, absorvendo mais anticorpos, o que reduz com o passar do
tempo.
✔ Após 3 horas do nascimento a absorção de colostro cai.

8. Transferência de leitões entre porcas:


● Manejo realizado para uniformizar leitegadas em n°, peso e tamanho.
● Motivos:
✔ Agressividade da porca/rejeição.
✔ Refugos.
✔ Morte da porca.
✔ Parto de grande número de leitões.
✔ Agalaxia da porca.
● Evitar o 1° dia – para ingerir o colostro da sua mãe.
● A partir do 2° e até o 3° dia no máximo – antes que cada leitão determine o seu teto ( leitão mama em
uma mesma teta até o desmame) e tem menor chance de rejeição pela porca.
● Recomendado realizar a transferência sempre o mais cedo possível – para que as tetas não utilizadas
não sequem.
● Rejeição: é mais comum em porcas de primeiro parto, sendo atribuído os processos de stress ( dor, calor,
frio, ressecamento, processos hormonais). Quando a porca rejeita ela mata o leitão, porém ela não come
ele.

Como transferir ?

● Juntar os leitões da porca receptora ao leitão transferido.


● Seja em um balaio ou em um escamoteador fechado – permanência por 2 horas.
● Colocar placenta e urina da fêmea receptora no leitão.
● Pulverizar a porca com solução de cleolina.
● Mistura de cheiros – engana a porca e diminui as rejeições.

9. Corte da Cauda (Optativo):


● Previne o canibalismo (sérios danos aos animais).
● Cauda íntegra + fatores estressantes – canibalismo.

Métodos de corte:

✔ Cortar o último terço de uma vez com um alicate (solução de iodo para desinfetar o local) – Risco de
sangramento, não é recomendado.
✔ Esmagamento com alicate (queda em 3 a 4 dias).
✔ Corte e cauterização simultâneos- não necessita de desinfecção local, não há sangramentos, método
ideal.

Medidas para o controle do canibalismo:

✔ Brinquedos para os animais.


✔ Pneus e correntes nas baias.
✔ Maior inclusão de sal na ração: Maior ingestão de água, estômago cheio, mais tempo deitado.
✔ Mais comum no crescimento e terminação.

10. Fornecimento de calor aos leitões:


● Extremamente importante para leitões recém-nascidos.
● Vida intrauterina (alta temperatura e constante).
● Recém nascido: Baixa capacidade de controlar a temperatura.

Fatores que influenciam a volta dos valores fisiológicos normais:

✔ Temperatura externa (adequada ou não).


✔ Tempo que o leitão leva para começar a mamar.
✔ Peso e tamanho do leitão.
✔ Problemas no parto.

Temperatura de conforto para os leitões: Recém-nascido (34°C), 1° Semana (32°C), 2° Semana (30°C),
Desmame (28°C) – A cada semana de vida, a temperatura de conforto diminui 2°C.

Perda de calor após o nascimento:

A. Aumento na taxa metabólica:


● Uso de energia para produção de calor ao invés de usa-la para desenvolvimento.
● Conversão alimentar ruim.
● Não cresce e não deposita gordura subcutânea - isolante térmico.

B. Morte nas primeiras horas de vida:


● Hipotermia (leitão permanece úmido por muito tempo após o nascimento).
● Esmagamento (aumenta a predisposição).

C. Suscetibilidade a infecções enteropatogênicas:


● Alterações na função imune (estresse pelo frio).
● Frio: Aumento cortisol no plasma – menor resistência – Doenças.
● Alternativa: Fornecer um microambiente adequado aos leitões.
● Problema: Temperatura de conforto da porca é diferente da temperatura conforto dos leitões.
● Solução: Utilização de escamoteadores (creep, casinha, abrigo) – espaço exclusivo para os leitões.

Benefícios do escamateador:

✔ Microambiente para os leitões.


✔ Calor distribuído uniformemente a toda leitegada.
✔ Evita as correntes de convecção e correntes de ar.
✔ Evita esmagamentos dos leitões.
✔ Economia com o custo de aquecimento.
✔ Menor mortalidade e morbidade dos leitões.
✔ Instinto do leitão ao nascer: permanecer próximo ao úbere da porca – problema: área de perigo –
esmagamento.

Como diminuir o problema?

✔ Tornando atrativo o escamoteador ao leitão.


✔ Fornecimento de luminosidade – atrai os leitões.
✔ Nos primeiros 3 dias de vida – fornecimento de cama – trocar sempre que estiver úmido.
✔ Cuidados com a temperatura interna nos escamoteadores – observar o comportamento dos animais em
relação à fonte de calor.

Alternativa:

✔ Utilização de termostato – mantém a temperatura e economiza energia.


Outra forma de calor suplementar no escamoteador:

● Aquecedores elétricos – mantas colocadas em cima do piso (móveis) ou embutido no piso do


escamoteador (fixo).
● Calor distribuído mais uniformemente.
● Sempre deve ser associado com lâmpadas – luminosidade.
● Em dias muito frio – uso de fontes de calor (placas, tapetes aquecidos ou lâmpadas) – durante o parto
evita o choque térmico e quando estão mamando possibilita maior ingestão de colostro.

11. Administração de Ferro (Obrigatório):


● Crescimento normal do leitão – necessidade de 5 a 10 mg/dia.
● Leite é pobre em ferro (única fonte de alimento) – supre de 10 a 20% das necessidades reais ( 1 a 2
mg/dia/leitão).
● 80 a 90% são retirados dos depósitos de ferro do organismo (20 a 40 mg) – que resulta no esgotamento
da reserva em 2 dias levando a anemia hipocrômica microcítica ferropriva.
● Leitões caipiras não necessitam de suplementação de ferro.

Solução:

✔ Fornecimento profilático de ferro suplementar.


✔ Ferro orgânico + dextrano (carboidrato) - O ferro orgânico isolado apresenta alta toxicidade.
✔ Aplicado via intramuscular no 3° dia de vida ( dose única) - Dose: 100-200 g/mL.
✔ Supre as necessidades do leitão até a primeira ração (1 semana).
✔ Associação com Fe – Vitamina B12, cobalto ou alguns antibióticos – atuam como melhoradores de
desempenho.

12. Administração de solução glicosada 5%:


● Deficiência de reserva hepática de glicogênio.
● Voltada para leitões de pequeno porte ou fracos (< 1500 g), ou aqueles que perderam muito sangue ao
nascimento.
● Dose: 3 a 5 mL intraperitoneal (ultimas tetas inguinais) no 1° dia de vida.
● Manejo perigoso – cuidado – peritonite.

13. Identificação dos Animais:


● Matrizes e Reprodutores: Obrigatório para o registro dos animais – persistem no plantel (4 anos) –
marcados individualmente – brincos ( não aceito oficialmente) ou tatuagens.
● Leitões – Sistema de identificação:
✔ ABCS – Associação Brasileira de Criadores de Suínos – Mossa australiana (picote na orelha).
✔ Vantagens: Durabilidade, fácil leitura.
✔ Desvantagens: Numeração limitada ( até 1621), agressivo ( bem estar).
● Outro método de identificação utilizado: Tatuagem
✔ Pouco usado em granjas comerciais.
✔ Usado em granjas de melhoramento genético.
✔ Problema: Elevado custo (tinta e tatuador) e com o tempo a leitura se torna difícil.

14. Castração:
● Caráter cirúrgico – exigência do Ministério da Agricultura – evitar venda de animais inteiros ao
consumidor.
● Presença de odor e sabor desagradáveis na carne (Androsterona e escatol) – não eliminado pela cocção
e industrialização.
● Maturidade sexual – Androsterona (produzido no testículo) + Escatol na gordura – o processamento
quente da carne – gera cheiro e sabor desagradáveis.

Possibilidade:

✔ Animais abatidos com menos de 75 Kg.

Vantagens do macho inteiro:

✔ Melhor conversão alimentar.


✔ Comprimento de carcaça menor.
✔ Menor espessura de toucinho e % de gordura.
✔ Menor quantidade de carne e maior rendimento de carcaça.

Testosterona: Direciona mais os nutrientes para a formação muscular.

Castração:

● Visa a eliminação da Androsterona, pois o escatol sozinho não gera problemas.


● Realizado geralmente entre 7-14 dias de vida: Testículo mais firme, fácil mão de obra, cicatrização rápida
(3 dias), menor mortalidade.
● 2 procedimentos simples de extirpação
✔ Castração escrotal: Mais comum – incisão em cada testículo – túnica rebatida – exteriozação dos
testículos – tracionamento do cordão espermático - vasos, nervos e ducto deferente rompido – não
realiza a ligadura do cordão.
✔ Castração inguinal: Incisão no ultimo par de tetos – traciona-se o cordão espermático – exposição
dos testículos envolta pela túnica - vasos, nervos e ducto deferente rompido – não realiza a ligadura
do cordão.
● Raramente se usa anestesia local.
● Após a castração – uso de pó cicatrizante, repelentes e larvicidas – cuidados com Sprays – irritantes.

Problema da castração:

✔ Bem estar animal.


✔ Em muitos países não se castra mais.

Castração Imunológica:

● Castração cirúrgica – função testicular removida permanentemente.


● Castração imunológica – função testicular suprimida temporariamente.
● Vacina para castração – Antígeno (GnRF) ligado a uma proteína inerte – estimula o sistema imunológico
do suíno a produzir anticorpos contra seu próprio fator de liberação de gonadopropinas (GnRF) –
Estimula a hipófise a liberar FSH e LH (desenvolvimento e função testicular).
● Testículos – produção de esteroides (Androsterona) – Controla fertilidade, líbido, comportamento, odor
desagradável presente na carne.
● Escatol – Metabolização do triptofano no intestino.
● Efeito da vacina: Neutralização do GnRF liberado pelo hipotálamo – Atividade do GnRF bloqueada na
hipófase (inibição da liberação de FHS e LH) – Redução na morfologia testicular (redução no tamanho)-
produção de esteroides pelos testículos é suprimida - metabolismo da androsterona e escatol na
gordura.
● Vacina com 2 doses injetáveis: Fase de Recria/Terminação: 1° dose (2 meses antes do abate) e 2° dose
(1 mês antes do abate).

Benefícios da Castração Imunológica:

✔ Eliminação dos odores sexuais do macho presente na gordura.


✔ Aproveitamento das características de macho inteiro (melhora no desempenho e características da
carcaça).
✔ Diminui a mortalidade.
✔ Preserva o bem estar animal.
✔ Problema: Alta mão de obra.

15. Fornecimento da Primeira Ração:


● Normalmente fornecida a partir dos 7 dias.

Objetivos:

● Habituar os leitões a ingerirem alimento seco antes do desmame.


● Quanto mais cedo o leitão digerir uma ração, menor o estresse no desmame.
● Antes dos 7 dias o consumo é mínimo.
● Normalmente o desmame é com 21-24 dias.
● Mudança total na forma física do alimento.
● Aparelho digestivo despreparado para receber ração.
● Leitões apresentam quadro enzimático adaptado para um tipo de alimento (leite).
● Leite: Caseína (proteína), gordura e carboidrato (lactose) – Especificidade enzimática.

Atividade enzimática

✔ Lactose- degrada carboidrato.


✔ Lipase – degrada gordura.
✔ Quimosina ou renina – degrada a caseína.
● Na 3° a 4° semana de vida ocorre a fase de transição das enzimas de primeira fase para as de segunda
fase.
● A oferta de ração faz modulação (mais precoce) da curva de transição enzimática, de forma que quando
separa o leitão da mãe as enzimas da segunda fase já estejam mais ativas.
● Ração deve ter certa compatibilidade da segunda fase (maturação).

Características da Primeira ração:

● Ração complexa – relativamente cara – persiste por 7 a 14 dias após o desmame.


● Não somente milho e farelo de soja – estimula a formação de novas enzimas.
● Derivados do leite (leite em pó, soro de leite em pó, lactose pura) – são também palatabilizantes.
✔ 15-25 % de lactose – Ração pré inicial – até 1 semana após o desmame.
✔ 10-14 % de lactose – Ração inicial.
✔ Até 4 % de Plasma sanguíneo desidratado ( aves, suínos ou bovinos) – aumenta a qualidade
nutricional.
● Outros produtos: proteína texturizada de soja, proteínose de milho.
● Ração extrusada ou peletizada.
✔ Extrusada: cozimento á alta pressão, umidade e temperatura em curto espaço de tempo – Quebra
dos carboidratos em moléculas menores.
✔ Peletizada: Forma granulada – menor densidade, menor palatabilidade e menor seletividade.
Possibilidade de adição de probiótico, enzimas, acidificantes e outros aditivos.

Manejo Alimentar:

● Curiosidade e afinidade por doces.


● Comem melhor a ração mais adocicada, de melhor paladar.
● Fornecer a ração em menor quantidade e com alta frequência.
● Evitar desperdícios e consumo de ração estragada.
● Sempre manter o comedouro limpo.
● Cocho deve ser pequeno, do tipo prato.
● Misturar água na ração (proporção 1:1) – aumenta o consumo e também a mão de obra.
● No desmame o leitão é privado de leite e se não passar por esse manejo ele perde muito peso.

16. Fornecimento de Água:


● Extremamente importante.
● Necessidade de água do leitão não é satisfeita pelo leite da porca.
● Deve ser fornecida água limpa e de boa qualidade nos primeiros dias de vida.

Características da água para o leitão:

✔ Constitui 65-70% dos tecidos formados durante o crescimento.


✔ Decisiva na digestão e absorção dos alimentos.
✔ Regulação da temperatura corporal.
✔ Eliminação de substâncias tóxicas do organismo.
✔ Profilático contra a diarreia.
✔ Estimula um consumo maior e mais precoce da 1° ração.
✔ Leitões geralmente bebem menos água do que necessitam – adição de saborizantes na água –
estimula o consumo de água.
✔ Bebedouros: Tipo chupeta, tipo taça (mais recomendado) – vazão – 0.5 l/min.

DESMAME

● Separação dos leitões da porca.


● Problema – Fatores estressantes:
✔ Troca de alimentação.
✔ Queda da imunidade passiva.
✔ Troca de ambiente.
✔ Tensões sociais.
✔ Dificuldades de adaptação com cochos e bebedouros.
✔ Problemas no alojamento.

● Desenvolvimento do leitão nesta fase é fundamental:


✔ Fase de crescimento e ganho de peso acelerado.
✔ Reflexo nas fases posteriores (crescimento e terminação).

Cuidado especial com pós desmame:

❖ Desmame natural:
● Entre 50 e 60 dias.
● Desinteresse do leitão e da porca – separação.
● Sem interferência do homem.
● Desmame artificial.
● Separação do leitão provocado pelo homem.
● Forma abrupta.

❖ Tipos de Desmame Artificial:


● Desmame precoce – com o objetivo de otimização da fêmea – desmame entre 21 a 28 dias.
● Forma mais praticada – desafiador.
● Quadro enzimático imaturo – corrigido com:
✔ Boas instalações.
✔ Mão de obra qualificada.
✔ Assistência técnica.
✔ Boa nutrição.
● Vantagens:
✔ Melhor aproveitamento das instalações.
✔ Aumento do número de leitões/porca/ano.
✔ Diminui o número de dias não produtivos da fêmea.

Obs:

✔ O objetivo é iniciar o cio na porca o mais rápido possível, e os hormônios produzidos na lactação
impedem que isto ocorra.

Exemplo – 1000 porcas

Exemplo 1 Exemplo 2
Gestação 115 dias 115 dias
Lactação 21 dias 28 dias
Intervalo Desmama – Cio 13 dias 13 dias
149 dias 156 dias
2,44 partos/ano 2,33 partos/ano
1000 porcas 2440 partos/ano 2330 partos/ano
12 leitões/parto 29.280 leitões/ano 27.960 leitões/ano

Desmame precoce segregado:

● Objetivo: Cuidado sanitário.


● Realizado entre 10 e 14 dias.
● Separa o leitão do porco antes que a imunidade passiva caia a níveis não protetores.
● Imunidade ativa começa a aumentar antes que a passiva caia.
● Transmissão de patógenos ocorre inicialmente da porca para o leitão após a queda dos níveis dos
anticorpos colostrais.
● Menor contato com os possíveis patógenos causadores das doenças nos leitões.

Vantagens:

✔ Aumento do nível de saúde dos animais pós desmame.


✔ Menor mortalidade pós desmame.
✔ Aumento da utilização de salas de maternidade.
✔ Menor gasto com antibióticos e outros medicamentos.

Desvantagens:
✔ Aumento da mão de obra e cuidados intensivos (creche).
✔ Menor performace reprodutiva da porca.
✔ Aumento de custos na creche.
✔ Aparelho digestivo muito despreparado.
✔ Menor ingestão de ração na creche.

Desmame antecipado por peso

● Objetivo – viabilizar leitões mais fracos da leitegada.


● Utiliza-se um peso específico como parâmetro.
● Por exemplo – leitões com peso > 6 Kg serão desmamados.
● Há leitões que chegam com esse peso antes de 21 dias (tradicional).
● 17/18 dias – desmama os que atingiram o peso.
● Leitões que não atingem o peso antes ficam até os 21 dias.

Vantagens:

✔ Resgatar leitões de peso leve – menos disputas.

Desvantagens:

✔ Mão de obra.
✔ Dificuldade em formar lotes na creche.

Características do Desmame:

● Deve ser realizado nas horas mais frescas do dia – preferência á noite – facilita a adaptação dos leitões,
menos brigas e estresse do reagrupamento.
● Desmame realizado em grupos de leitegadas – permite divisão em lotes (+/- a mesma idade – 21 a 24
dias) – uniformidade.
● Realizar o desmame de forma que a data de cio não ocorra em finais de semana, o que leva em torno de
3-4 dias.

CRECHE OU RECRIA

Introdução:

● Fase clássica – desafio para o leitão e o produtor.


● Inicia com o desmame (21 a 24 dias em média) – peso de entrada entre 5 e 6,5 Kg.
● Permanece na creche até 56-70 dias.
● Tendência contínua em reduzir os dias de permanência.
● Leitão com 63 dias – 26 Kg de peso (GPD = acima de 420 g).
● No início da creche a conversão alimentar pode ser próxima a 1:1 porém com o tempo a Conversão
alimentar cai.
● É a melhor fase feita para transformar ração em carne.

Primeiros dias de creche:


● Crítica para os leitões.
● Fatores estressantes – Imunossupressão – doenças respiratórias entéricas e neurológicas – cuidado com
a mortalidade (menor 2%).

Atenção especial aos animais em todos os pontos:

● Evitar ao máximo os fatores estressantes.


● Lotes uniformes (evitar disputas).
● Alimentação adequada para a fase.
● Instalações corretas (divididas em salas).
● Controle eficiente de temperatura (varia entre salas).
● Comedouros e bebedouros adequados.
● Água de ótima qualidade.
● Aproveitar a melhor conversão alimentar do suíno (duas primeiras semanas em torno de 3.5).

Importância do desempenho dos leitões quando na maternidade:

● Reflexo na creche – leitões desmamados pesados – se sairão bem na creche.


● Leitões ruins na creche – foi um leitão ruim/leve na maternidade.

Fornecimento de ração aos leitões recém desmamados:

● Poucas quantidades várias vezes ao dia com adição de água para aumentar a palatabilidade – semelhante
a primeira ração oferecida na maternidade.

Metas:

● Conversão alimentar inferior a 16.


● Ganho de peso diário (GPD) > 0,400-0,460 Kg/dia.
● Taxa de mortalidade < 2%.
● Peso final: 24 a 25 Kg.

Manejos:

1. Formação de Lotes
● Formar lotes o mais uniforme possível.
● Binômio peso/idade.
● Leitões pequenos, médios e grandes.
● Quanto mais uniforme, melhores serão os resultados.
● Menos disputas/hierarquias entre leitões – mais intensos no começo.
● Divisão por sexo – manejo opcional.
● Macho (25.5 Kg), Fêmea (24,5 – 25 Kg).

Dimensionamento:

● Área/leitão na creche – 0,33 a 0,5 m2.


● Recomendado – 10 a 40 animais/baia.
● Lotes pequenos – demanda de mais investimentos em construção, lotes grandes – desuniformização do
lote.
● Cada sala de creche terá várias baias.
● Uma sala é considerada um lote.
● Cada sala terá uma ficha de preenchimento – Data do desmame, idade média de entrada, peso médio
de entrada, número de leitões, anotações de eventuais tratamentos realizados, número de leitões
mortos e suas possíveis causas, controle de arraçoamento, peso de saída do lote, data de saída, idade
média de saída, GPD.

Alternativas contra as brigas:

✔ Mistura de cheiros no desmame – pulverização de pós que impedem os leitões distinguir cheiros entre
leitegados.
✔ Palhas, brinquedos, pneus e correntes – forma de os leitões distraírem – menor estresse e disputas.

Tipos de alojamentos utilizados na creche:

A. Piso compacto:
● Piso todo de concreto.
● 1 a 3% de inclinação para o fundo da baia – facilita o escoamento dos dejetos.

Vantagens:

✔ Economia com a instalação.


✔ Baixo custo de manutenção.

Desvantagens:

✔ Mão de obra para a limpeza da baia.


✔ Excesso de umidade na baia.

B. Piso parcialmente ripado:


● 1/3 a ¼ do piso da baia é ripado.
● Ripas de ferro, concreto ou plástico (mais utilizado).
● Baias elevadas do chão.

Vantagens:

✔ Maior redução da umidade.


✔ Maior facilidade de limpeza.

Desvantagens:

✔ Maior custo de instalação.


✔ Médio custo de manutenção.

● O bebedouro fica na parte ripada, que é definida com zona suja, sendo que a parte compactada é a zona
limpa, onde fica o comedouro e ele se deita.
● As fezes caem em um fosso, onde são passíveis de fermentação, produzindo gases tóxicos.

C. Piso Totalmente ripado


● Geralmente feito em plástico – confere maior resistência.
● Tanques de dejetos espassados.

Vantagens:

✔ Menor mão de obra.


✔ Baias mais limpas.
✔ Sem umidade.

Desvantagens:

✔ Demora na limpeza dos tanques.


✔ Produção de gases – irritação.
D. Gaiolas suspensas:
● Feitas de metal.

Vantagens:

✔ Sem umidade.
✔ Facilidade de limpeza dos dejetos.

Desvantagens:

✔ Alto custo de instalação.


✔ Muita manutenção – rápida depreciação.
✔ Tamanho limitado das gaiolas – baias pequenas.

● Baias hospital – dimensionada para atender 5% dos animais.

2. Transferências
● Desuniformização de alguns leitões comparados ao lote.
● Transferi-los para outras baias – promover seu desenvolvimento.

3. Limpeza
● Manejo “todos dentro/todos fora”.
● Entram todos e saem todos da sala ao mesmo tempo.
● Propicia a limpeza, desinfecção e vazio sanitário da sala.
● Menor população de microorganismos nas instalações.
● Menor pressão de infecção aos lotes posteriores.

Esquema de limpeza:

● Mesmo dia que a sala for desocupada – limpeza e lavagem (jato de pressão).
● Após secagem da sala por 1 dia – desinfecção.
● Sala fechada totalmente por 5 dias ( vazia)
● Desinfetantes mais utilizados: iodo, amônia quaternária, glutaradeído, cresóis – concentrações e
diluições em água diferentes para cada princípio – rodizio de desinfetantes.

4. Programas de Alimentação dos leitões


● Programas mais complexos – 4 a 5 tipos de rações diferentes.
✔ 7 a 28 dias – ração pré-maternidade
✔ 28 a 35/42 dias – ração pré-inicial I.
- Fomenta a mudança enzimática – nível de proteína (20 -22 %)
✔ 35/42 a 49/56 dias – ração pré-inicial II.
✔ 49/56 a 63/70 dias – ração inicial.
- A base de milho e soja – nível de proteína (18-19%).

Programas conservadores:

● 3 tipo de ração no máximo – só que o mais fracionado possível tem mais fidelidade com a exigência
nutricional.

Consumo de ração:

● Fase de creche – 30 a 35 Kg de ração animal.


✔ Pré-maternidade – 2 Kg/animal.
✔ Pré-inicial I – 4 Kg/animal – aditivos e derivados lácteos, rações com mais proteínas – alto custo.
✔ Pré inicial II – 8 Kg/animal.
✔ Inicial – 16 a 20 Kg/animal.
● As rações ficam mais baratas com o avançar da idade dos animais.
● Pré-maternidade > Pré-inicial I > Pré-inicial II > Inicial.

Tipos de comedouros:

A. Convencional:

Vantagens:

✔ Baixo custo.
✔ Maior número de animais tem acesso.

Desvantagens:

✔ Não permite regulagem do caimento.


✔ Alto desperdício.

B. Tipo cônico:

Vantagens:

✔ Regulagem de caimento.
✔ Menor desperdício.
✔ Armazena mais ração.
✔ Possibilidade de associar bebedouros – ração úmida – estimula o consumo.
Desvantagens:

✔ Maior custo.
✔ Gasto com manutenção.

5.

● 21 dias – 30-28°C.
● Granjas maiores – aquecedores do ambiente.
● Abofadores: Estruturas móveis dentro das baias, que cobrem um parte dela, não há necessidade de fonte
de calor, o cocho e bebedouro ficam fora do esbafador.

CRESCIMENTO E TERMINAÇÃO

● Integração e Cooperativa:
● Unidade Produtora de Leitões (UPL) – Maternidade e Gestação + Creche obtendo como produto final em
leitão com aproximadamente 24 Kg.
● Unidade de Terminação (UT) – Crescimento e Terminação (Engorda).
● Lean To finish – Creche + Crescimento/Terminação.

Introdução:

● Produzir leitões agrega mais valor, porém os gastos (investimentos) iniciais são altos.
● O crescimento e a terminação consomem 70% do total de ração consumida durante todo o ciclo do suíno
e corresponde a 80% dos custos (a ração).
● Crescimento – 63 dias até 105 – 110 dias.
● Terminação: 105 – 110 dias até o abate: Alto peso (120 Kg – 165/170 dias), baixo peso (100 Kg – 150 dias)
– a tendência é que os animais sejam abatidos com 125-130 Kg.
● Para a industrialização são utilizadas carcaças mais pesadas, pois seus cortes serão maiores, porém tem
mais gordura.
● Para carne vendida fresca (corresponde a 11% do consumo de carne suína) são utilizadas carcaças de
baixo peso, isso se deve ao fato de possuir uma menor quantidade de gordura.

Manejos:

1. Formação dos Lotes


● É muito semelhante ao mesmo manejo na creche.
● Neste período as brigas são mais intensas, levando a ferimentos.
● 20-60 animais por lote.
● Muito utilizado o piso parcialmente ripado como forma de amenizar o custo de instalação.
● É essencial separar os lotes por sexto, pois nesta fase os machos ganham mais peso que as fêmeas.
● Área de 1 m2/ animal no crescimento/terminação, porém a tendência é elevar esta área para 1-1.2 m2,
devido ao maior tamanho dos animais.

2. Manejo Alimentar
● Pode usar sistemas alimentares : Restritivo ou Com uso de aditivos.

Restritivo:

● Para que o animal não coma em excesso, e este excesso de ração poderia acarretar em maior deposição
e gordura. Esta forma é inviável para uma baia, na prática é devido a operacionalidade, pois alguns
animais virão a comer mais que outros. Se for utilizado, este sistema deve ter um cocho linear que tenha
32 cm/animal, para que atenda todos os animais simultaneamente.

Alimentação não restritiva:

● Avalia todas as exigências nutricionais dos animais para cada fase de desenvolvimento.

Rações Multifases:

● São utilizadas rações que são específicas para cada fase ( alojamento, crescimento, terminação e abate).
● Algumas granjas utilizam de 5-10 rações.
● As exigências nutricionais dos animais caem conforme o avançar nas fases de desenvolvimento.
● As cooperativas utilizam uma menor gama de rações, isto se deve, basicamente a logística.
● No abate a exigência nutricional volta a se elevar devido a um aditivo utilizado (Ractopamina).
● Para realizar a troca de rações, nos primeiros dias se mistura a ração da fase anterior com a ração da fase
nova, isto para que o suíno não note drasticamente a diferença.

Ractopamina:

● Potencializa a entrada de aminoácidos para o interior da célula muscular, o que aumenta o anabolismo
proteico (aumenta a demanda energética) – metabolizando a glicose.
● É um antibiótico promotor de crescimento (APC) – Como há restrição deste aditivo em alguns países o
Brasil vem deixando de usá-lo.
● Repartidores de energia (hormônios) – Agonistas beta adrenérgicas:
✔ Aumento da deposição de tecido magro.
✔ Diminuição de deposição de tecido adiposo.
✔ Aumento da síntese de proteínas.
✔ Aumento da degradação de gorduras.
● A ractopamina melhora o ganho de peso em 3-5%.
● Aumento dos batimentos cardíacos, isso ocorre porque ela mimetiza os hormônios da adrenalina (causa
o estresse), onde se liga ao mesmo receptor de adrenalina e em pequenas doses na célula muscular faz
com que ela absorva mais glicose, aumenta o metabolismo e causa hipertrofia.
● É utilizada nos últimos 21-28 dias, pois chega em um ponto em que a célula está saturada e não tem mais
capacidade de responder á ractopamina.
● Dose recomendada é de 5-20 ppm na ração, porém o mais praticado é o de 5-10 ppm devido aos custos.
● Pode causar problemas de carne ácida.
● Não pode ser utilizada em animais destinados á exportação.
● Melhora a CA, diminui a gordura na carcaça, aumenta os músculos, aumenta o ganho de peso.
● Deve-se aumentar a Proteína bruta na ração nesta fase devido ao aumento do metabolismo, pois a célula
irá absorver mais aminoácido, então, se fornecer mais aminoácido a célula responderá mais.

ABATE

● Pré Abate:

1° Inspeção das baias

● Avaliar se há animais doentes e magros, que não serão carregados.

2° Carregamento

● É feito pela manhã ou no final da tarde, para evitar altas temperaturas.


● Se vai carregar para um local longe, deve carregar à tarde para viajar a noite toda.

3° Manejo Alimentar e fornecimento de água

● Fornecer água em abundância.


● Cortar a ração 12 horas antes do carregamento, para evitar indigestão, pois o estômago causa uma
compressão no diafragma, retirando o espaço para os movimentos pulmonares e batimentos
cardíacos. E o carregamento exige um esforço pulmonar e cardíaco do animal e estes dois órgãos não
conseguiram funcionar com sua plena capacidade.
● Na linha de abate, no momento que vai eviscerar o animal ocorre o risco de cortar alguma víscera e
vazar seu conteúdo na carcaça, o que faria com que ela fosse condenada.
● Conduzir grupos pequenos (4-6 animais) com paciência, utilizando pranchas de madeira para fechar
seu campo de visão.
● Evitar que os corredores tenham curvas ou subidas e com a sensação de interrupção.
● Rampa com no máximo 20% de inclinação.
● Caminhão: lote de 8-10 animais, com 0.45-05 m2/animal.
● Durante o carregamento é fundamental molhar bem os animais, para evitar a subida de temperatura
devido ao esforço de subir e andar – salvo em dias frios.

4° Descarregar

● Deve ter baias de espera, com banho e água á vontade.


● Descanso de 6 horas antes do abate.

5° Insensibilização

● Elétrica – descarga de 3 segundos, pode ser no pescoço ou de 3 pontos ( Pescoço e Coração – essa
forma causa a morte do animal) – é a forma mais barata.
● Gás Carbônico (CO2) – 130 segundos de exposição com concentração atmosférica acima de 85%, tempo
entre a saída do equipamento e a sangria deve ser inferior a 30 segundos.

❖ Agregação de Valor – Indústria


● Apresentação da carcaça, padronização e cortes fatores de valorização.
● Agregação – carrega os benefícios provenientes do produtor.
● Cortes nobres e industrialização de produtos – maior agregação.

❖ Pagamentos dos Produtores


● É baseado no Peso Vivo (R$/Kg) ou em arroba.

Ex: Animal de 100 Kg – perde 20%

80 Kg de carcaça – 16 Kg.

❖ Tipificação da Carcaça
● Caraça – osso + músculo + gordura.
● Estabelece a relação de carne magra (músculo) que o animal possui, através de uma equação.
● É renovada anualmente ou a cada 2 anos, devido a mudanças na genética , no ambiente, no programa
alimentar – cada empresa tem a sua equação.
● Para criar a equação é feita uma amostragem de 100-200 cabeças, que representa o total de animais
abatidos num ano.
● A carcaça é cortada em regiões conhecidas (P1, P2 e P3) no lombo, onde é medido a profundidade do
lombo e a espessura de toucinho.
● Em cada carcaça separa o que é carne, o que é osso e o que é gordura.
● Nesta forma é pago pela eficiência, onde premia ou penaliza o suinocultor que realiza o manejo da
alimentação.

Exemplo:

Carcaça de 80 Kg – 60 Kg de carne.

CM (%): 50 + PML (Profundidade do músculo lombar) x 0,03 – ET (Espessura de toucinho) x 0,008

MANEJO DE MARRÃS

Caracterização:

● Leitoa ou culpara – não teve nenhum parto.


● Importância – é uma categoria de elite, pois irá substituir uma porca velha ou doente.
● Devem ser melhores que as porcas que estão sendo substituídas.
● Em termos genéticos as marrãs são melhores.
● Elevada participação no plantel.
● Taxa de reposição – 40 a 50% ao ano, isso se deve a questões produtivas basicamente.

Curva de produção de Matrizes

● Menor taxa de reposição – um plantel com mais de 6 ciclos.


● Reposição intensa (> 100%) – os animais não atingem a maturidade imunológica. É feita para acelerar os
avanços do perfil produtivo, melhorando a genética do plantel. Essa forma é voltada para granjas
genéticas (melhoradas).
● Reposição se dá por dependência genética.
● 1° ano (2,5 ciclos) 2° ano (2,5 ciclos) – 5 ciclos = 2 anos.

Alvos:

● Longevidade para atender a curva de produção.


● Produtividade.
● Superar as “matrizes” – fêmeas que já tiveram partos).

Parâmetros:

Para que as marrãs sejam cobertas

Idade Cronológica Condição Corporal Idade Reprodutiva Quantidade de Gordura


220 – 240 dias 130 – 145 Kg 3° - 4° cio 13 – 22 mm

Manejos:

1. Preparo e Seleção:
● O processo é precoce, para realizar uma conduta diferenciada desde a creche, para que essa categoria se destaque,
utilizando baias menores (10-20 animais) gerando uma hierarquia menor, peso igualado, tendo menor
competição.
● A seleção se inicia na creche e se estende até a terminação.
● A pressão de seleção varia de 30-50 %, 50% é um momento de alta demanda.
● Quanto antes realizar a seleção mais cedo inicia um manejo diferenciado.

Critérios de Seleção

● Condição Corporal (desenvolvimento dos membros, peso do animal, fraturas e aprumos (parte locomotora).
● Aparelho mamário – n° de tetas viáveis (no mínimo 12, porém se há expectativa de muitos nascidos deve-se ter
mais que 14 tetas).
● Aparelho reprodutivo – parte externa, é referenciado pelos animais da mesma idade, também é descartado a
“relva tipo cachimbo”.
● Aprumos + no joelho (parte frontal) ou jarrete (parte detrás) traça uma linha imaginária até o outro joelho,
devendo formar um H simétrico e perfeito, não vindo a gerar tantos problemas de desgaste de cascos ou fraturas.
Visto lateralmente traça uma linha central nos membros traseiros e dianteiros, que deve ser reta ou ligeiramente
arqueada (melhor), não devendo fugir da região central.
● Não vale a pena utilizar marrãs que foram selecionadas dentro da granja, sendo que se deve obtê-las de granjas
melhoradas.
● Os leitões obtidos através das marrãs são piores, pois a fêmea ainda não está matura, os leitões terão baixo
sistema imunológico, devendo ser criados separados dos demais leitões.

2. Alimentação:
● Objetivo: Fazer com que a fêmea tenha um desenvolvimento corporal sem excessos – baixo acúmulo de gordura
(possua base genética para esta característica e transmita para a sua progênie).
● Se a fêmea não tem propensão em acumular gordura pode ofertar ração sem restrição.
● Visualmente a fêmea gorda apresenta ventre caído e papada, e como é visual pode levar erros, que também
podem ser induzidos pela variação genética. A forma mais segura é realizar um ultrassom na P2 e medir a espessura
do toucinho.
● O mais comum é ofertar uma dieta com restrição, onde se realiza o Flushing (aumenta 30-50% da energia dietética
10-14 dias antes da cobertura), causando um aumento do metabolismo, fomentando energia para o sistema
hormonal deste animal (aumentando a ovulação e o n° de leitões nascidos).

● Hipotálamo GnRF Hipofise FSH Gonada (ovários)

● Em marrãs com dietas sem restrição alimentar não tem como realizar o Flushing , pois elas já comem á vontade.

3. Reprodutivo:
● São cobertas marrãs em 3° ou 4° Cio.
● 3° Cio ____21 DIAS________ 4° Cio
● Objetivo: Induzir o primeiro cio, que iniciará o processo cíclico dos demais cios.
● O que é Cio? Tem a duração de 1-4 dias, onde ocorre a ovulação, onde a fêmea estará mais receptiva para a
cobertura.

Fatores que interferem no 1° cio:

✔ Luminosidade – dias crescentes adiantam o cio.


✔ Latitude – regiões mais próximas ao equador adiantam o cio.
✔ Altitude – Regiões mais baixas adiantam o cio.
✔ As marrãs devem apresentar o cio por volta dos 160 dias, não podendo ser antes pelo fato de ela não responder
bem aos estímulos, que se forem constantes passará a ser um hábito e não estimularão mais a fêmea. Então ela
deve estar receptiva, que vem da maturidade do hipotálamo, através do estrogênio que sinaliza a produção de
GnRH, desencadeando a ovulação.

Sinais do Cio:

✔ Inchaço da vulva, que ficará mais úmida e avermelhada.


✔ Presença de muco – secreção.
✔ Aumenta a frequência urinária.
✔ Inquietação.
✔ Come menos.
✔ Monta outras fêmeas (a que deixa ser montada é 100% que está em cio).
✔ Reflexo de tolerância ao cachaço ou ao homem.
● Mistura de porcas – estresse que abala o equilíbrio hormonal, podendo levar a um ciclo de 10 dias.
● Apresentação do macho por 10-15 minutos, 2 vezes ao dia, em um grupo de até 12 matrizes, fazendo com que o
macho tenha contato com todas as matrizes da baia. O macho liberará ferormônios via saliva, sendo sentido pelo
olfato das fêmeas (é o sentido mais importante, mas os outros também são essenciais).
● Macho – deve ter o máximo contato com as fêmeas, utilizar machos alternadamente para apresentar, macho mais
velho (te mais líbido e interesse), evitar machos com menos de 10 meses. Não deixar ração nos cochos, para que
o macho não coma. Deve ter sempre alguém acompanhando a apresentação, para que o macho não faça a
cobertura em fêmeas de 1° cio.
● Quando uma fêmea não entra em cio pode fazer uma nova mistura com um lote que está chegando ou recorrer a
hormônios (á base de GnRH, FSH ou estrogênio). Se aplicar o hormônio e não obtiver o cio deve-se descartar a
fêmea.
● Para concentrar os cios pode utilizar hormônios que segurem ele, um exemplo é a administração de progesterona
(Progestina- sintético, que é o hormônio da gestação), sendo retirados 3 a 4 dias antes da data que pretende a
ocorrência do cio.
● Por que não utiliza o 1° e 2° cio? Pois a fêmea apresenta baixa taxa de ovulação, que é em torno de 5-10 % tendo
menos chances de ficar gestante.

GESTAÇÃO
● É uma fase longa, que dura de 114-115 dias.
● Fase anabólica, ou seja, há ganho de peso (acumula reservas para a próxima fase, que é catabólica – lactação).

Alvos:

✔ Nascidos totais.
✔ Taxa de repetição < 10% - são fêmeas que foram cobertas ou inseminadas e não gestaram. O cio pode repetir
devido à fêmea ou o cachaço estarem doentes, receberem menos nutrição ou gordos ou ainda ter acontecido um
diagnóstico errado.
✔ > 90% de cios regulares – apresentar cio de 21-22 dias. Se o cio não for regular pode ser que a fêmea gestou,
porém perdeu a gestação.
✔ Taxa de parição > 90% razão partos (%) – (número de porcos que pariram / n° de porcas cobertas ou inseminadas)
/100.
✔ Morte < 3%.
✔ Ganho progressivo de 10-20 Kg.
● É uma das fases mais polêmicas dentro do bem estar animal (BEA) que recomenda o alojamento coletivo das
gestantes ao invés das gaiolas individuais.
● É fertilizado o dobro de óvulos do que o número de leitões que nascem. Exemplo: Nasceram 15 leitões, então 28-
30 óvulos foram fertilizados, isso se deve aos óvulos que não se fixaram ou aos que se fixaram (o processo leva de
10-14 dias) e foram absorvidos.
● As maiores perdas ocorrem no 1° mês de gestação, pois o feto ainda não está fixado completamente. Se fixarem
< 4 óvulos a gestação não prossegue, pois não há quantidade suficiente de progesterona para reconhecer a
gestação (cada embrião libera progesterona em pequenas doses).

Manejos:

1. Reprodutivo:
● Diagnóstico de prenhez – forma mais comum é passar o cachaço na frente da fêmea 18 a 21 dias depois da
cobertura.
● Deve realizar uma contínua observação, pois a fêmea pode reabsorver os óvulos e repetir o cio.
● Ultrassom – é um equipamento que demanda mão de obra treinada, sendo mais utilizado para identificar
problemas na gestação. Capta os sons emitidos pela gestação a partir de 21-24 dias, onde pode ter o problema de
procurar errado. Fluxo sanguíneo da artéria uterina e umbilical é contínuo, ou o batimento do feto é bem mais
rápido.

2. Sanitário:
● Principalmente quando a fêmea é alojada em baias ou gaiolas individuais a atenção deve ser maior, pois passa
grande parte do tempo deitada em um ambiente sujo e úmido, uma forma de contornar esse problema é com
pisos ripados na parte detrás e, se for piso compacto deve realizar uma limpeza rigorosa frequentemente.
● O contato prolongado com o ambiente sujo e úmido faz com que agentes bacterianos causem infecções no trato
reprodutivo. Para evitar devem-se erguer os porcos 2-3 vezes ao dia além das vezes que ela levanta para comer.
Uma forma de prevenção é utilizar cloreto de amônio, que altera o pH da urina, sendo utilizado 2 Kg/ tonelada de
ração, por 10 a 30 dias.
● Em ambientes coletivos cria mais oportunidade e situações para a fêmea se movimentar, prevenindo este quadro.

3. Alimentar e Nutricional:
● Tem a manutenção e a gestação.
● Grande demanda nutricional, porém é utilizada a pior ração da granja (baixo PB e energia), pois a fêmea nesta fase
tem grande habilidade em ganhar peso.
● Progesterona é um hormônio anabólico, levando a um grande poder em aproveitar os nutrientes.
● O trato digestivo tem o “trânsito“ reduzido – que aumenta a absorção de nutrientes deve ser uma alta quantidade
de fibras na ração.
● Porca consome 2-3 Kg ração/dia – 13,5/15,5 % PB – 2900 Kcal de energia metabolizada.
● Restrição alimentar – come de forma controlada para controlar o anabolismo.
● 0-90 dias: Ocorre metade do desenvolvimento fetal (700 gramas).
● 90-115: O feto dobra de peso – aumenta a conversão de nutrientes.
● Até 35° dia: Fase embrionária – apenas tecido mole, facilmente absorvido.
● A partir do 35° dia: Fase fetal.
● A maioria das granjas realizam o fornecimento de ração 1 vez ao dia.
● Flexibilidade da quantidade de ração variando na individualidade – é difícil ser aplicado em gaiolas individuais em
larga escala manualmente.
● Ambientes coletivos – no momento de tratar e individualizar a fêmea em gaiolas deve ser realizado o tratamento
de forma manual. Utilização de sistemas eletrônicos, onde um chip na orelha da fêmea indica a quantidade que
deve ser fornecida a esta fêmea, sendo este o sistema mais utilizado, pois fornece um registro detalhado da
alimentação do animal. Outra opção é um sistema de caída lenta, onde individualiza a alimentação, só que fornece
a mesma quantidade de ração para todas as fêmeas.
● No sistema eletrônico deve treinar a matriz durante 3 semanas, pois neste caso ela deve ir até o alimento. Neste
sistema é possível misturar água na ração, utilizar 2 tipos de ração ao mesmo tempo, fornecer aditivos.
● Pode ser feito uma baia para cachaço ao lado do alojamento, com uma abertura para a cabeça da fêmea com um
leitor de chip, pois pode indicar se alguma fêmea busca o cachaço várias vezes.
● No BEA o alojamento coletivo é obrigatório a partir dos 30 dias de gestação, pois antes deste período é a fase em
que ocorrem mais perdas na gravidez, sendo agravado por brigas. Pode ser realizado o alojamento coletivo neste
período no modelo cobre-solta, onde há gaiolas individuais para as porcas comerem.
● Lotes homogêneos – Grupos pequenos (até 12 fêmeas), somente marrões em uma baia, mesmo índice corporal,
evitar a introdução de novos animais numa baia (se for estritamente necessário deve realizar a adaptação, onde
por 3 dias introduz a matriz na baia e retira).
● Grupos dinâmicos – pode realizar a introdução de novas fêmeas, porém em grupos de no mínimo 3 fêmeas juntas.
São grupos de até 200 animais, pois há rotatividade no grupo.
● 2.25 m2 (fêmea adulta), 1.64 m2 (marrãs) – área de piso ripado de no máximo 1/3 da área total.

PARTO

● É um momento curto – cura de 2-8 horas.


● Acontece por volta de 114-116 dias de gestação.
● Aumenta o desgaste da fêmea que demanda alta energia.
● O que é o Parto? Processo fisiológico regido por diversos hormônios:
✔ Progesterona é um hormônio que mantém a gestação.
✔ Final da gestação – Diminui a progesterona e aumenta o estrogênio (só está presente no parto).
Aumenta a ocitocina (hormônio que realiza a contração uterina, isto mediante ao aumento do
estrogênio e também na ejeção do leite). Este quadro ocorre devido à ruptura do corpo lúteo, que
produz a progesterona.
● No final d gestação, com o aumento no tamanho dos leitões, há problemas por falta de espaço, liberando
adrenalina e cortisol, que são hormônios gerados pelo estresse nos leitões, o que colabora com o quadro
hormonal citado acima.
● Reflexo de Ferguson – á medida que os fetos se insunuam no canal de parto, a distensão por eles
provocada, desencadeia contrações, que facilita a expulsão.
● É esperado expulsões em até 30 minutos para que os primeiros 70% dos leitões e a cada 40-45 minutos
para os últimos 30%.
● Ondas de contração que duram 1-2 segundos, com intervalos de 5-10 minutos, e à medida que o parto
avança os intervalos ficam maiores.
● O leitão nasce e em seguida vai mamar, causando uma maior liberação de ocitocina, que estimula a
contração.
● Parto: Expulsão (leitões) + Livramento (Placenta – 2 a 4 horas depois).

Parto Distócico:

● Duas opções:
✔ Há contração, porém não ocorre a expulsão.
✔ Não há contração, porém ainda há leitões – a fêmea entra em estado de fadiga e não tem mais
capacidade de responder as contrações.

● 1° medida – Muda a fêmea de posição.


● 2° medida – Massagear o ventre da fêmea (para estimular as contrações).
● 3° medida – Realiza o toque, onde pode vir a puxar o leitão que pode ser grande ou estar mal
posicionado.
● 4° medida – Somente em caso de contração ausente ou fraca – Administrar ocitocina sintética (1-2 mm)
intramuscular – resposta leva aproximadamente 25 minutos ou intravenoso – resposta imediata, que
estimulará as contrações, ou Carbitocina, que possui um efeito mais duradouro e gera contrações mais
intensas.
● Após o toque deve ser ministrados antibióticos na fêmea, pois ocorre um arraste de bactérias de um
local para outro, o que gera infecções.
● Se a fêmea não conseguir prosseguir o parto depois de realizado estes passos deve ser realizado o abate
técnico, onde sacrifica a porca para retirar os leitões, podendo realizar o aproveitamento da carcaça.
Porém se for realizado uma Cesária, que além de caro, deve ministrar antibióticos, a fêmea também não
poderá amamentar e terá que ser descartada, porém se morrer antes de passar o efeito residual do
antibiótico, não poderá ser feito o aproveitamento da sua carcaça.

Sinais:

✔ Primeiro é verificado o registro na ficha, onde transfere a porca para a maternidade uma semana antes
da provável data do parto. Um manejo opcional que pode ser realizado é lavar a porca antes de ela entrar
na maternidade.
✔ Dilatação da vulva.
✔ Úbere aumentada demasiadamente (aperta o local e demora a voltar ao normal).
✔ Cauda se sobressai devido ao relaxamento dos ligamentos.
✔ Presença de leite nas tetas (grandes chances de o parto ocorrer 24 horas após notar este fato).
✔ Alternância de comportamento (inquieta- calma).
Manejos Regulares:

1. Indução do Parto – adiantar:


● Vantagem: Pode-se acompanhar o parto e faz com que ele não ocorra em períodos noturnos e dias
incomuns (fim de semana e feriados), onde há pouca mão de obra.
● O parto deve ocorrer a partir dos 111 dias de gestação, evitando a perda de leitões precoces, que são
muito imaturos.
● Administra Luteolitico (1-2 mL / 10-20 mL do produto) na mucosa da vulva ou intramuscular, ele realiza
a quebra do corpo lúteo, finalizando a gestação.
● 24-30 horas após administrar a droga há o início do parto.
● Naturalmente, a maioria dos partos ocorre a noite, isto se deve ao fato de ser mais fresco, com menos
barulho e movimento.
● Para realizar a indução deve saber avaliar bem os sinais de parto, ter anotado a data de cobertura
corretamente realizando a indução no momento certo.

2. Prorrogar o Parto – Adiar:


● Progesterona administrada via oral (Regumate).
● Evitar partos em dias incomuns (fim de semana e feriados).

LACTAÇÃO

● Fase curta: 21-28 dias.


● Altamente catabólica (animal perde peso).
● Alta produção de leite – 10/13 l/dia/porca.
● Alta demanda por nutrientes, devido à qualidade do leite, pois tem mais gordura, carboidratos e
nutrientes que o leite da vaca.
● É mais grave em climas quentes, onde as fêmeas comem menos e não há reposição da perda de
nutrientes – uma forma de amenizar esta situação é com climatização da maternidade pensando na
fêmea, que deve ser de 11-13°C, podendo chegar até 18°C.
● Alta demanda nutricional.
● Curva de lactação – pico aos 21 dias de lactação.
● Porca gorda: Maior espessura de toucinho, tendo mais dificuldade em perder calor, diminui o consumo
de ração, consequentemente a quantidade de leite. As concentrações destas fêmeas são mais fracas,
pois não há quase elasticidade no útero, dificultando o parto.

Manejos:

1. Sanitário:
● 2-3 dias a porca já deve ter voltado a andar e comer normalmente.
● Lóquio – é um corrimento normal, que não tem cheiro, esbranquiçado á ligeiramente transparente.
Porém se ele não tiver essas características à fêmea apresenta infecção, com alta temperatura (normal
seria 39-39.5°C).
● O principal sinal que a porca não está bem é avaliando o leitão, pois nestas situações a porca reduz a
produção de leite, deixando o leitão mais fraco.

2. Alimentar:
● Dos 10 a 21 dias a produção de leite é totalmente dependente do consumo de ração. Antes deste
período um bom consumo de ração reduz o catabolismo, dando equilíbrio na curva entre anabolismo x
catabolismo.

Formas para elevar o consumo de ração:

✔ Renovar a ração, realizando vários tratos ao dia.


✔ Umedecer a ração.
✔ Utilizar aditivos – açúcar (fonte energética, que confere sabor), palatabilizantes, óleo e aminoácidos
sintéticos.
✔ Ração é à base de milho, soja e trigo, que são alimentos formados por determinados aminoácidos.
✔ Complementa com aminoácidos, que fornecerá os aminoácidos que a combinação de ração não fornece.
Uma estratégia é diminuir a % de PB e fornecer aminoácidos puros, que estão totalmente disponíveis,
aumenta a digestão da ração, reduzindo o gasto energético, diminuindo o calor produzido e aumentando
o consumo de ração.
✔ Óleo até 5% na ração é uma fonte de energia que é facilmente digerida e não gera uma alta produção de
calor.
✔ Manejo mais importante no verão, devido o calor ser ponto crítico que afeta no consumo de ração.

3. Limpeza:
● Maternidade suspensa com peso parcial ou totalmente ripado.
● É um período onde a fêmea está mais frágil, que favorece a entrada de patógenos no seu interior.
● Os leitões também demandam de um ambiente limpo.

4.Data de desmame:
● Processo artificial, onde realiza o rompimento da mãe com a leitegada.
● A mãe será estimulada a iniciar um novo cio.
● Separação ocorre nas quintas e sextas, pois o ciclo ocorre 3 a 4 dias depois do desmame, então a
cobertura não acontecerá em finais de semana.
● Pode vazar leite do úbere por 2-3 dias após o desmame, isso se deve a elevada pressão no úbere.
● É fundamental a apresentação do macho após o desmame, para estimular a entrada em cio.

REPRODUTOR

● Amplitude de programação de seu material genético.


● Monta natural – 20 porcos/ano x 12 leitões x 2,5 anos de uso = 600 leitões.
● Inseminação artificial – 200 porcas/ano x 12 leitões x 2,5 anos de uso = 6000 leitões.
● Taxa de reposição: 40-45 % ao ano.

Características:

● Induzir o cio.
● Identificar o cio.
● Utilizado na monta natural ou Inseminação artificial (é utilizado pela maioria das granjas comerciais).
● Possui 3 conjuntos de glândulas anexas – glândulas bulbouretrais, próstata e vesícula seminal – que
produzem secreções que compõem o sémen.
● Essas glândulas anexas são grandes, pois devem produzir muitas secreções, devido ao fato do ejaculado
ter grande volume.

Manejos:

1.Alimentar:
● O macho deve ser forte, ativo, sem excesso de peso.
● Priorizar a condição corporal.
● Atenção na condição de alojamento/climatização.
● Valores diários – 2/3.5 Kg de ração/dia.
● Atender exigências específicas.
● Líbido e produção de sêmen.
● É comumente utilizado nesta categoria a mesma ração da gestação, significando que o macho é eficiente
no aproveitamento de nutrientes.
● A ração é complementada com lisina, utilizado na produção de sêmen.

2. Treinamento dos machos:


● Realizo tanto para monta natural (fêmea dócil, em cio e menor que o macho) como para Inseminação
artificial (manequim menor que o macho).
● Início: 6-8 meses.
● 10 a 15 minutos – 2 vezes ao dia.
● Ambiente tranquilo.
● Coletas com intervalos de 3 a 4 dias.

Frequência de coleta:

✔ Até 12 meses – 1 salto/semana.


✔ De 12-15 meses – 3 saltos/ 2 semanas.
✔ A partir de 15 meses – 2 saltos/ semana.
✔ Macho em uso deve ter uma baia exclusiva, que permita a máxima interação com o homem e com as
fêmeas.
✔ Área da baia – 6/10 m2, confortável para cortejar as fêmeas, quando estas são colocadas na sua baia.

INSEMINAÇÃO ARTIFICAL (IA)

● Passou a marcar presença no Brasil na década de 80.


● É economicamente melhor.

Monta Natural:

100 fêmeas – 5 machos (x R$ 3000) – R$ 15.000,00 – Reposição de 45% - R$ 7500,00/ano – Instalação


(10m2/macho) – 50 m2 – 4 Kg ração/dia x 30 x 5 – 600 Kg/mês.
Inseminação Artificial:

100 fêmeas – 1 macho (x R$ 3000) – R$ 3000,00 – Reposição de 45% - R$ 1500,00/ano – Instalação (10
m2/macho) -10 m2 – 4 Kg ração dia x 30 – 120 Kg/mês.

✔ Monta natural: Custos – vacina dos machos aumenta da mão de obra, limpeza das baias, o que eleva os
custos mensais da granja. Uma desvantagem é que não realiza avaliações constantes nos machos.
✔ Inseminação artificial – Vantagem – semanalmente realiza uma avaliação dos machos, pode investir no
reprodutor, alto preço – alta qualidade e potencial genético do macho que gera uma boa progênie.

Programas:

● Aberto: É uma especialização dentro do processo, tem uma central de IA atendendo várias granjas,
principalmente usado em cooperativas ou integradoras.
● Fechado: Tem a própria central de IA dentro da granja, é utilizada em grandes e médias granjas.

Fatores que influenciam o sucesso da IA:

● Passagem da monta natural para a IA.


● Aspectos relacionados á qualidade do sêmen.
● Aspectos relacionados á IA propriamente dita.
● Manejo da fêmea pós-cobertura.
● Motivação pessoal.

Coleta e processamento:

Indicadores IA tradicional:

● 150-160 fêmeas/doador.
● 1500-1800 dose inseminante (Di) /doador.
● 20-30 dose inseminante/coleta.
● 90 mL/Di (3 bilhões).

Indicadores pós-cervical:

● Leitoas (100%) + porcas (5%).


● 40 – 60 Di/ coleta.
● 45 mL/Di (1,5 bilhão).
✔ Tendência é diminuir o número de espermatozoides/dose para otimizar o reprodutor.

Técnica de coleta:

Baia:

● Área 6 a 10 m2.
● Zona de fuga – local de contenção do macho onde o homem consegue escapar.
● Piso – areia ou borracha, para evitar que o macho escorregue.
● Comunicação com o laboratório.

Manequim:

● Altura.
● Limpeza.
● Apoio equipe interna – condiciona o macho a uma situação, que se for modificada causará a inibição do
macho.

Higiene Pré-coleta:

● Salas específicas.
● Limpeza Seca.

Método – Não enluvada:

● Imita o movimento da cerviz da porca.


● É aceito pela maioria dos animais.
● Produz os melhores resultados em relação á qualidade dos espermatozoides.
● Preparação prévia do copo coletor.
● Filtro para separar a porção gel – pode ser uma gaze.
● Pré aquecimento do copo 38-39°C –evita o choque térmico do sêmen.
● Preparação do diluente 2 horas antes da diluição.
✔ Estabilização: variações de pH prejudiciais aos espermatozoides.
✔ Pó – diluído em água destilada.
✔ Possui antibióticos em sua composição, para que as bactérias não contaminem a dose nem cause
infecções na fêmea.

Coleta Propriamente dita:

1. Retirada do conteúdo prepucial e limpeza externa do prepúcio com toalha de papel.


2. Salto ao manequim.
3. Fixação do pênis.
4. Desprezo dos primeiros jatos.
5. Coleta do ejaculado – cuidado para não escorrer sêmen na luva.

Fases da Ejaculação:

⮚ Uretrais: Primeiros 10-15 mL, translúcida, uretrais, descartada.


⮚ Rica: Leitoso denso, 70% dos espermatozoides.
⮚ Gelatinosa: Bulbo uretrais, eliminada, 2/3 finais da ejaculação, descartada, tem a função de vedar a
cérvix.

Final da coleta:

● Retração do pênis.
● Coleta sempre completa.
● Envio do ejaculado para o laboratório.
● Conduz o cachaço para a baia.

Análise do Sêmen:

Macroscópica:
● Cor: Escura/ secreção prepucial, rosada/sangue.
● Odor: Presença de urina.
● Aspecto: Soro, soro-leitoso, leitoso.
● Volume x peso – 500 mL – 150 g.

Microscópica:

Motilidade:

● Avalia o percentual de células móveis em relação ao total.


● Realizar no mínimo 3 amostras por ejaculado.
● Critério para utilização do sêmen.
● Mínimo 70% de motilidade.
● Sêmen conservado deve ser pré-aquecido por 10 minutos a 38°C.

Aglutinação:

● Sêmen.
● Causas – sujeira.
● Quantificação.

Concentração:

● Fotocolorímetro.
● Câmara de Neubauer – é mais efetiva.
● Espermodensímetro de Karras
✔ Praticidade.
✔ 1 mL de sêmen + 9 mL de solução fisiológica.
✔ Turbidez da dose – quanto mais opaco mais concentrado é a amostra.

Morfologia espermática:

● Frequência de exames.

- machos jovens – a cada 6 semanas.

- machos em produção – a cada 60 dias.

- machos com problema – a cada coleta.

● Verifica-se defeitos das células espermáticas.


● Alterações de cabeça, peça intermediária e cauda – podem interferir na capacidade fecundante do
espermatozoide.
● Alterações primárias:
✔ Originadas durante a espermatogênese.
● Alterações secundárias:
✔ Originada após a espermatogênese.
✔ Ex: cauda dobrada, cabeça destacada, acrossoma em destacamento.
● Alterações terciárias:
✔ Originadas na manipulação do ejaculado, envelhecimento da amostra.
✔ Ex: cabeças destacadas (cauda ao lado), perda do acrossoma.

Diluente:

● Existem várias fórmulas destinadas para diferentes períodos de armazenamento.


● Basicamente glicose + antibióticos.
● BTS – amplamente utilizado, conserva por 3-4 dias, custo razoável.

Funções:

● Aumento do volume do ejaculado.


● Nutrição das células espermáticas.
● Manutenção da viabilidade espermática por determinados períodos – quanto mais próximo da diluição
maior a viabilidade, apresentando alta motilidade e baixa aglutinação.

Características desejáveis:

● Meio isotônico ou levemente hipertônico.


● Tamponamento.
● Solubilidade.
● Efeito antimicrobiano.
● Custo x benefício.

Principais componentes:

● Suporte energético – glicose.


● Tamponamento – bicarbonato de sódio, citrato de sódio, cloreto de potássio.
● Quelantes – EDTA – atua principalmente sobre o cálcio, inibindo sua movimentação pela membrana e
também retarda a capacitação.
● Protetores de membrana – BSA, EDTA e BHT.

Características físico-químicas do sêmen suíno:

● pH sêmen ( 7.2 – 7.5) e ( 7.3 a 7.9).

Preparo do diluente:

● Temperatura média – 32/35°C.


● Tempo entre diluição e uso: solubilização, ajuste de pH e ajuste de osmolaridade.

Diluição:

Tempo:

● Até 20 minutos após a coleta.


● Sempre diluente sobre o sêmen.
● Pré-diluição 1:1 (estabilizar por 1 minuto).
● Lenta e gradual.
Temperatura:

● 32 a 35°C.
● Diferenças de até 1°C.

Transporte e Armazenamento:

● Protegido da luz.
● 15 a 18°C.
● Dose rotulada (identificação: macho e data).
● Leve rotação no período de armazenagem – 1 a 2 vezes ao dia para não formar partes sólidas e nem
aglutinação.
● Avaliação diária (controle interno).
● Uma desvantagem na IA é o curto tempo de armazenamento e comercialmente não se congela doses de
sêmen, pois cai muito a viabilidade, ocorrendo perda na qualidade.

Inseminação Propriamente Dita:

Vantagens:

✔ Aceleração do ganho genético – um macho pode inseminar várias fêmeas.


✔ Redução dos custos – menor n° de machos, menores custos com a ração, instalações, mão de obras,
medicamentos.
✔ Progresso técnico da equipe – treinamento, valorização do funcionário.
✔ Maior segurança sanitária – redução na transmissão de doenças.
✔ Eliminação de ejaculados impróprios – análise não corre na monta natural.
✔ Menor quantidade de machos permite maiores investimentos nos animais comprados.

Desvantagens:

✔ Alto custo na construção da Central de IA.

Diagnóstico de estrio:

● 1 ou 2 vezes ao dia.
● Presença de um macho adulto.

Relação macho-fêmea:

● 1 – 20/25.

Estratégia de IA:

● 12 h (1° IA), 24 h (2° IA), 36 h (3° IA), 60 h (4° IA).

Inseminação Artificial Tradicional:

● Contato com o macho (nasal – nasal) – isso se deve ao fato de que a fêmea deve ser estimulada para
absorver uma grande quantidade de sêmen.
● Estimular os flancos (sentar sobre a fêmea ou mala na garupa) – dá a sensação de monta.
● Dose de 3 bilhões.
● Volume de 100 mL – é grande devido ao fato da fêmea possuir um grande trato reprodutivo.

Inseminação Artificial Pós Cervical:

● Redução do volume por dose (45 mL – 1,5 bilhão).


● Não necessita esperar a porca sugar o sêmen.
● Não necessita da presença do macho.
● Maior velocidade na inseminação.
● Não faz em leitões (IA tradicional).
● Utiliza o cateter para entrar no útero, pois a pipeta fica aprisionada na cérvix.

Viabilidade dos gametas no trato reprodutor da fêmea:

● Viabilidade dos espermatozoides no trato reprodutor da fêmea é de 24 horas.


● O óvulo se mantém viável após a ovulação por 12 horas.
● Utiliza a IA na hora 0 em fêmeas magras, que irão demorar mais para ovular (5-7 dias) e terão cios mais
curtos.

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