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Zootecnia de Bovinos

ZOOTECNIA DE BOVINOS - CORTE


Prof Giovani

1534: introdução de bovinos no Brasil;


1550: bovinos no nordeste utilizados para força
2019: Brasil possui aproximadamente 220 milhões de cabeças; 80% possuem sangue zebuíno.
História dos bovinos possui 3 fases: 1ª: colonial (animais sem especialização)
2ª: antiga (tentativa de seleção – leite)
3ª: contemporânea (início da conservação da carne)

Histórico: evolução da produção ocorreu com o ciclo das Brachiarias + ascensão do gado Nelore.
Década 20 até I Guerra Mundial: chegada de grandes frigoríficos estrangeiros.
Década 40 a 70: boom da pecuária.
Década 70: Br possuía 3º maior rebanho mundial.
Hoje: Br possui maior rebanho comercial do mundo.
Br maior exportador de carne bovina do mundo. Maioria é exportada in natura.
Br consumo 36 Kg/ per capita (maior consumo é da Ar: 56 Kg/ per capita).
Idade média de abate no Br: 4 anos (ideal 2).
No Brasil, agronegócio representa 22% PIB, a pecuária representa 31% do PIB do agronegócio e 7% do
PIB nacional.
Rúmen: 37 – 39° C e pH 5,9 – 7,2
Metano: quanto pior o volumoso, mais metano será liberado.

MERCADO
Todas as partes/porções dos bovinos são utilizadas. TEC: Tonelada Equivalente Carcaça (medida
utilizada para padronizar a pesagem de carne bovina).
Comodities: mercadoria
Produtos in natura x produtos industrializados
Mercado futuro: mecanismo de proteção pra produtores e compradores das oscilações de preços.

CADEIA DE PRODUÇÃO DA CARNE BOVINA


1. Insumos;
2. Produção de bovinos (diferentes categorias: terneiros, matrizes, touros, boi magro);
3. Processamento;
4. Distribuição; 1 @ = 15 Kg
5. Consumidor. 1 UA = 450 Kg

CADEIA – interesse do produtor


Preços satisfatórios (venda com melhor preço no final do inverno)
Giro de capital
Bonificação (acabamento de carcaça)
Transparência

MERCADO – interesses do frigorifico


Gado rastreado (bonificação 0,5 -1,0 %) – SISBOV
Mínimo de cobertura de gordura: 3mm
Peso carcaça mínimo: 180-200 Kg
Padronização
Exigências variam de acordo com cada frigorifico.

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Aline Bervian
Zootecnia de Bovinos

Pagamento por qualidade – Brasil:


Restrito a grandes grupos pecuaristas
Cada frigorifico estabelece seu critério
Premiação máxima 6 – 10% do valor da @
RS não paga por qualidade
MS: Programa de qualidade “Pacto Sinal Verde para Qualidade” (2014)

DESAFIOS E PERSPECTIVAS
5 maiores problemas:
1. Energia
2. Água
3. Alimento
4. Ambiente
5. Pobreza

BR: estima-se que 40% dos abates são clandestinos.


Ociosidades de plantas frigoríficas
Custo do Brasil é alto (infraestrutura, encargo trabalhista, transporte, burocracia, impostos)
Consumidor (renda; manuseio do produto final, expansão da carne a vácuo, gordura amarela não é
desejada; mais consumida: primeira e moída)
Sanitários – aftosa, BSE
Sustentabilidade – BEA, eliminar carne na Amazônia
Mercado (acesso à América do Norte e Ásia; subsídios; barreiras tarifárias)

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Aline Bervian
Zootecnia de Bovinos

SISTEMAS DE PRODUÇÃO PECUÁRIOS

Modelos: intensivo, semi-intensivo, extensivo


Diferentes alimentações caracterizam os diferentes sistemas. Além do nível de tecnificação e
produtividade.

Fases: cria, recria e engorda.


I. Cria:
Época de início de cobertura: Sul→ ½ outubro – novembro
Entouramento por 3 meses Centro-oeste → dezembro

II. Recria:
Fase mais custosa, maior parte da vida. É nessa fase que se define quando o animal será abatido, se
houver atraso no desenvolvimento aqui, irá impactar na idade de abate.

III. Engorda/ terminação:


Boi magro: 10 – 12 @ x Boi gordo: 15 – 17 @
Suplementação: proteica e/ou energética (milho, arroz). Pro rúmen, é importante que haja equilíbrio entre
energia e proteína e, por isso, o tipo de suplementação vai depender da época.
No Brasil, 10% dos animais são terminados (últimos 100 dias) em confinamento.

Sistemas de Produção – Euclides Filho (2000)

Definição: qual raça? Há forrageira? Instalações? Expectativa de desempenho, intensidade do use de


concentrado, intensidade do uso da terra.
Intensivo: confinamento.
➔ Novilho precoce (24 meses)
➔ Novilho super precoce (14 meses)
Semi - intensivo: abate 18-24 meses
Extensivo: abate +30 meses.

EXTENSIVO
− Baixa produtividade por área e alta − Gado a campo, suplementação com sal
variação de desempenho; mineral (se houver)
− Baixa taxa de lotação − Animais mestiços
− Poucos investimentos em pastagens − Sem/ com pouco planejamento alimentar,
− Corresponde a 80% dos sistemas de profilático e sanitário
pecuária brasileira. − Controle de produção e reprodução
− Utilização maciça de recursos naturalistas inadequados.
− Produção longe dos centros consumidores
CAR: Consumo Alimentar Residual
CAR (-) → consome - , engorda +

SISTEMA SEMI – INTENSIVO


− Animais criados a pasto + silagem e/ou suplementação
− Suplemento alimentar concentrado ao longo do ano ou em partes;
− Suplemento mineral ao longo de todo o ano
− Maior controle zootécnico, profilático e reprodutivo
− Maior investimento por área
− Pastagens exóticas, as vezes integração lavoura-pecuária

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Aline Bervian
Zootecnia de Bovinos

SISTEMA INTENSIVO
− Alimentos totalmente fornecidos. Emprego de alimentos concentrados e minerais.
− Propriedades rurais altamente especializadas, ditas empresas rurais.
− Geralmente estão mais próximos aos centros, onde o preço da terra é alto e os conhecimentos
mercadológicos são chaves para manutenção;
− Necessário que se tenha planejamento de recursos alimentares, sanitários, produtivos e
reprodutivos, administrativos e outros.
− Pastos explorados intensamente, principalmente para matrizes; quando utilizado para engorda
pode estar associado a irrigação e/ou suplementação e/o integração lavoura pecuária.
− Confinamento logo após desmama: alta produção e alta produtividade = alto custo.
− Mao de obra especializada;
− Exploração máxima do potencial genético animal.

Concentrado → fibra bruta < 18%;


+ 20% proteína → proteicos
- 20% proteína → energéticos

OUTROS SISTEMAS
Pecuária orgânica – (boi orgânico x boi verde) produção cresce 25%/ano.
Maiores mercados: europeu, japonês, norte americano.
Maiores produtores: Argentina, Brasil, Austrália e NZ.

Integração lavoura-pecuária.
Silvipastoril.
Novilho super precoce – abate até 15 meses, mínimo 450 Kg e 4mm de EGS.
Novilho precoce

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Aline Bervian
Zootecnia de Bovinos

RAÇAS
Profº Daniel Duarte
Gordura no animal possui 4 formas (em ordem de deposição): cavitária, intermuscular, subcutânea e
intramuscular.
Cruzamento entre raças → heterose (média do valor genético de F1 é superior que dos pais. Quanto maior
a distância genética dos pais, maior o grau de heterose→ zebuíno + taurino = heterose máxima).

ORIGEM DOS BOVINOS DE CORTE


Europa e Ásia
Bos tauros taurus (manipulação humana mais precoce) x bos taurus indicus
“Raça é um grupo de animais que tem a mesma origem e possuem fixas certas características, que
são comuns a outros exemplares da mesma espécie, e que se transmite de maneira uniforme.”
Grupamentos raciais: variam de acordo com o tamanho, gordura, precocidade e qualidade de carcaça.

Britânicas Continentais Adaptadas


Tamanho Pequenas Grandes Médias
Gordura Gordas Magras Pouca gordura
Precocidade Precoces Tardias Mais tardias
Qualidade de Alta qualidade Carne mediana Sem qualidade
Carcaça (marmoreio) (hipertrofia mm)
Exemplos Angus, Hereford Charolês, Limousin Nelore, Caracu

Bos tauros
Primeira raça fixada (1822) → Shorthorn (Durham).
Bovinos “Old Type” (anos 60 - 70): bovinos pequenos, criados pela função de tamanho de carcaça e
precocidade; haviam problemas genéticos de nanismo.
Relação altura x precocidade x deposição de gordura (quanto menor + precoce + deposição de gordura
mais cedo).
Bovinos “New Type” (anos 70 – 80): bovinos muito altos (maior consumo alimentar).

RAÇAS TAURINAS BRITÂNICAS


Shorthorn
Hereford
Aberdeen Angus
Devon (+ rústico)

SHORTHORN
Primeira raça a ter suas características fixadas (1822)
Rusticidade: baixa (é a menos rustica) → alta precocidade → alta capacidade materna → alta exigência
alimentar.
Carcaça: gordura de cobertura desuniforme.
Estigma: doença das novilhas brancas.
Porte: grande
Pelagem: branca, vermelha ou fenótipo intermediário (rosilho, manchado)

HEREFORD
Rusticidade: média → média precocidade → habilidade materna média
Carcaça: gordura de cobertura desuniforme.
Estigma: cancer de olho (carcinoma) – falta de pigmentação no olho.
Porte: grande.
Pelagem: cabeça branca, manto vermelho, patas, ventre, cruzes e vassoura da cola brancos.
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Aline Bervian
Zootecnia de Bovinos

ABERDEEN ANGUS
Originalmente mocho
Rusticidade: média → média precocidade → habilidade materna média
Carcaça: excelente distribuição de gordura
Estigma: temperamento muito nervoso
Porte: médio
Pelagem: preta (dominante) e vermelha (recessiva)

DEVON
Rusticidade: alta (mais alta das britânicas) → precocidade baixa (a mais tardia britânicas) → habilidade
materna média
Carcaça: boa distribuição de gordura
Estigma: animais tardios, principalmente novilho pós desmama
Porte: médio
Pelagem: vermelho escuro (rubi)

RAÇAS TAURINAS CONTINENTAIS


Charolês
Limousin
Belgian Blue
Piemontês

CHAROLÊS
Origem: França
3 diferentes linhagens
* Grande utilização em cruzamentos industriais
Rusticidade: alta → animal tardio → boa habilidade materna
Carcaça: grande quantidade de porção comestível de qualidade
Estigma: parto distócito
Porte: grande
Pelagem: branca

LIMOUSIN
Rusticidade: alta → precocidade: média→ boa habilidade materna
Carcaça: de muito boa qualidade
Estigma: parto distócito
Porte: grande
Pelagem: vermelho ouro
BLONDE D’AQUITAINE
Rusticidade: fácil adaptação clima tropical
Carcaça: de bom rendimento, precoce (no grupo)

SALERS
Rusticidade: média
Carcaça: bom rendimento

TARENTAISE
Dupla aptidão. Há um queijo do leite dessa raça  marketing
Porte: médio
Carcaça: bom rendimento. Leite: boa produção

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Aline Bervian
Zootecnia de Bovinos

- RAÇAS ITALIANAS: pele preta pelagem clara


PIEMONTESA
Carcaça: bom rendimento; dupla musculatura
ROMAGNOLA
MARCHIGIANA
CHIANINA
Carcaça: carne magra
Maior facilidade de parto em relação as outras da mesma categoria

GELBVIEH
Origem: alemã
Alta habilidade materna, facilidade de parto
Carcaça: boa

MAINE-ANJOU
Dupla aptidão
Alta taxa de parto gemelar (6-8%)
Distocia: 50 -55%
Pelagem: manchada

BELGIAN BLUE
Precoce → boa habilidade materna
Carcaça: alto rendimento
Estigma: distocia Britânicas Continentais
Precocidade Mais tardias
Porte menor Porte maior
Mais gordura Menos gordura
Melhor qualidade da carne Pior qualidade de carne
Hereford, angus Charolês, Limousin
Mais usados em cruzamentos terminais

RAÇAS MISTAS
NORMANDA
Oriundas do cruzamento de raças nativas escandinavas com animais Jersey e Shorthorn.
Rusticidade: boa, adapta-se ao pastoreio desde que de qualidade
Porte: grande
Pelagem: branca com manchas castanho escuras, as vezes avermelhada ou abaladas, pigmentação ocular.
Precocidade: mediana
Carcaça: boa qualidade, rendimento 54 – 60%
Produção leiteira: 3.500-4.000 Kg em 305 dias. 4,5% lactação (grande participação na produção de
queijos finos)

SIMENTAL “FLECKVIEH”
Rusticidade: mediana, não produz em campos pobres
Pelagem: castanha amarelada com manchas brancas na cabeça, ventre, paras e vassoura da cola.
Precocidade: boa (touros 18 meses 600 Kg; Vacas: 24 meses 500Kg)
Prolificidade: boa
Carcaça: boa qualidade, rendimento 54-60%
Leite: 5.623 Kg leite. 4,12% gordura, 3,49% proteína.

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Aline Bervian
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RAÇAS ZEBUÍNAS
IMPORTÂNCIA
Socio econômica: rebanho e exportação (Brasil: 200 milhões), agronegócio, maior rebanho comercial do
mundo.
Zebu: > 90% do rebanho
Brasil: melhor
Origem asiática → Nelore. Gir, Guzerá, Sindi
Zebu do mundo Composto x sintético
Origem americana → Brahman
Composto não tem grau de
Origem brasileira → Indubrasil, Tabapuã
sangue definido

Zebuínos diferem dos taurinos por características de: mais pele, cupim, maior densidade de folículos
pilosos, pelo mais curto. melhor dissipação de calor (pele escura e pelo claro), adaptados a ingerir forragem
de menor qualidade, TGI menos volumoso, passagem do alimento mais rápido→ gerando menos tempo de
fermentação e com isso menos calor. Temperamento. *Conformação: cupim. Cabeça (mais alongada, maior
largura). Orelhas (maiores). Pescoço (mais comprido). Linha superior (garupa caída). Costelas (menos
arqueadas). Gordura de cobertura (desuniforme). Pele (maior área de pele).
Seleção natural!
Causa da maior adaptabilidade aos trópicos e características: melhor eficiência alimentar. Resistência a
enfermidades (tristeza, aftosa, tuberculose, ceratoconjuntivite). Resistência aos ectoparasitas.
Comportamento gregário.
Adaptação x Aclimatação
Genético Acostumar
Adaptação → prole
Grupo I: guzerá
Cinzentos, chifres em lira, perfil côncavo ou plano, fronte larga e orbitais proeminentes.
Grupo II: nelore
Gado grande, branco ou cinza claro, chifres curtos e perfil ligeiramente convexo.
Grupo III: Gir, Sindi
Testa proeminente, chifres laterais (pra baixo e trás), barbela, pelagem vermelha e branca
manchada.

RAÇA GIR

RAÇA NELORE
Cores branco, acinzentado, manchado. Característica aspas curtas e cônicas.

RAÇA GUZERÁ
Cabeça côncava. Dupla aptidão. Pelagem característica branco com anterior e posterior escuros, mas pode
ser de todas as cores. Podem ser mochos.

GUZOLANDO

RAÇA TABAPUÃ
Sangue Nelore, Guzerá, Mocho nacional. Com relação ao Brahman, tem a orelha mais pesada.

RAÇA INDUBRASIL
Sangue nelore, gir, guzerá

RAÇA BRAHMAN
“Nelore americano”. Mistura de várias raças zebuínas.

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Aline Bervian
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RAÇAS SINTÉTICAS
1. Tecnicamente:
Heterose (dominância, sobre dominância, epistasia) – complementariedade e facilidade de manejo
2. Marketing – comercialização.

Esquema para formação da raça BRAFORD


1° Hereford x Brahman puros = Gera F1 ½ B ½ H
2º F1 x Brahman = gera F2 ¾ B ¼ H
3° F2 x Hereford = gera F3 3/8 B 5/8
4° F3 x F3 = Bi mestiçagem
Braford ¼ → ¼ zebuíno
RAÇA SANTA GERTRUDIS
3
/8 Brahman e 5/8 Shorthorn
Estigma: exigência (shorthorn) e consanguinidade

RAÇA BRANGUS
3
/8 Brahman ou nelore e 5/8 A. Angus
Estigma: temperamento nervoso.

RAÇA BRAFORD
3
/8 Brahman ou Nelore e 5/8 Hereford
Estigma: pelagem desuniforme

RAÇAS COMPOSTAS
Ideia de receita. Início com o Santa Gertrudis (1910)
Aproveitamento das diferentes características dos grupamentos raciais. Alto grau de retenção heterose.
Complementariedade. Performance uniforme para a próxima geração.
Conceito: é uma nova população estabelecida pela contribuição de duas ou mais raças existentes.
Bases da heterose: efeitos de dominância, sobre dominância e epistasia.
Heterose, vigor hibrido ou luxuriância:
𝑋̅𝐹 − 𝑋̅𝑃
𝐻= 𝑥100
̅̅
𝑋̅̅̅
𝑃
Onde 𝑋̅𝐹 = fenótipo dos filhos; 𝑋̅𝑃 = fenótipo dos pais
A heterose de ou em um certo caráter se expressa em porcentagem e mede o grau em que os indivíduos
cruzados ultrapassam as qualidades das duas raças paternas puras.
A heterose pode causar: maior ganho de peso; resistência a doenças; maior produção; maior fertilidade.
Teoria dos compostos: quando aumenta o n° de raças (genótipos) envolvidas em um cruzamento,
aumenta a heterose.
Homozigose: menor resistência a doenças especificas; menor fertilidade (ou esterilidade).

MONTANA
Características: pelagem avermelhada, rusticidade, adaptação ao clima tropical, precocidade sexual,
excelente acabamento de carcaça.
Machos e fêmeas estão aptos a reprodução aos 12-13 meses de idade, e os bois podem ser abatidos
com 18-20 meses, quando mantidos somente a pasto, ou por volta de 1 ano de idade, se confinados.
Taurinos adaptados ao clima subtropical, maior docilidade.
Seleção objetiva: facilidade de parto, fertilidade, crescimento, precocidade e qualidade de carcaça.

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CATEGORIAS DE FEMEAS E SUAS EXIGÊNCIAS

Período de acasalamento: novembro até final de março.


Primípara – primeiro parto
Exigências nutricionais: mantença, crescimento, lactação, reprodução
Multípara – vários partos
Exigências nutricionais: mantença, lactação, reprodução
Solteira – vaca falhada no último ciclo. Vazia
Exigências nutricionais: mantença, reprodução
Novilhas
Exigências: mantença, crescimento, reprodução

Na reprodução: solteira é a mais eficiente. Multíparas é muito variável. Novilhas média eficiência.
Primíparas tem baixíssima eficiência.

CRIAÇÃO DE NOVILHAS
Puberdade: fase de transição de imaturidade para maturidade sexual, onde se modificam características
físicas, gametogênicas e comportamentais, permitindo assim um serviço fértil.

Cria – período: 6 meses


PN: 35 Kg
PD: 150 Kg
GMD: 0,638 Kg – Principal fator para o ganho de peso: leite (habilidade materna)

Recria – Puberdade é uma relação entre peso (ambiente) e idade (precocidade, genética).
Peso da puberdade é igual a 65% do peso adulto e idade varia entre 14 – 24 meses.

Exemplo: peso alvo 300Kg


14 meses: GMD = ±625 g
24 meses: GMD = ±250 g
36 meses: GMD = ±150 g
Influências:
• Raça: raças mais precoces que outras
• Heterose: pode reduzir a idade da puberdade em alguns cruzamentos
• Nível alimentar: conduz a novilha mais rápido a puberdade
• Bioestimulação: efeito da presença do macho na antecipação da puberdade (pouco utilizado)

Recomendações de manejo para novilhas


• Exames ginecológicos pré-serviço: meta 80-90% de novilhas ciclando
• Época do acasalamento: coincidir a época do acasalamento com a época de maior produção de
forrageira da propriedade.
• Duração do período de acasalamento: cerca de 21 dias (um ciclo) antes das vacas.

Para evitar distocia, o que se pode fazer:


• Na mãe
Evitar escore corporal extremo (nem muito gorda, muito magra).
Selecionar por área pélvica (pelvímetro/ olho).
Controle dos partos (auxiliar).
• Terneiro
Escolha do pai (DEP (-)). Tamanho. Raça.

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Aline Bervian
Zootecnia de Bovinos

VACAS
NUTRIÇÃO
Em bovinos de corte é muito variável.
• Qualidade e quantidade de alimento ingerido. Forragem: pastoreio rotativo, pastagem de inverno,
campo diferido.
• Reservas corporais (condição corporal). Vê-se o ECC e aí ajusta-se o campo. Vantagens:
facilidade de aprendizado, simplicidade, sem necessidade de equipamentos especializados. CC reflete a
atividade dos ovários das vacas (vacas em melhores condições possuem maior número de folículos, bem
como de diâmetro maior)
• Competição por nutrientes entre outras funções fisiológicas

MANEJO DE VACAS
Meta: 1 terneiro/ vaca/ ano, isso é igual a 100% de natalidade.
RS atualmente: 55%

Realidade no RS

7
6
5
4
3
2
1
0 Produção forragem Acasalamento Parição Pastagem Desmame | DG
J F M A M J J A S O N D

O que leva as perdas? Nutrição → baixo EC → anestro pós-parto.


Objetivo: EC >3 ao parto
Anestro: nutrição, amamentação
Cio pós-parto: leiteiras – 30 dias; corte – 120 dias (efeito do terneiro presente ou não)

Vaca vê/ ouve/ sente terneiro → libera Peptídeos Opioides Endógenos (POE) → influencia negativamente
o hipotálamo → influencia negativamente a liberação de LH. Se a vaca estiver em bom EC não há tanta
influência da liberação de POE e ela pode ovular mesmo com o terneiro ao pé.

PRINCÍPIOS DE MANEJO
Pastagem: produtor demora pra ter resultado (15 meses)
Princípio de Manejo Prática de Manejo
Encurtando dias/ ano
Redução do período de acasalamento
Sincronização de cio
Desmame completo
Redução do efeito de mamada Limite da mamada (2x dia)
Desmame interrompido
Melhorar a nutrição da vaca Monitoramento da CC → 3
Bioestimulação Rufião, touro ou vaca andrógena
Redução de distocias Touro DEP, CC vacas

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Zootecnia de Bovinos

Short et al. (1990)


Meta: 1 terneiro/ vaca/ ano, isso é igual a 100% de natalidade → 82 dias entre parto e concepção
➔ Recuperação pós-parto 40 dias – involução uterina (9Kg → 700 g), ciclos estrais curtos
➔ Causas de infertilidade pós-parto: involução uterina, ciclos estrais curtos, anestro, infertilidade
geral.

Grande desafio: vaca EC 2-2,5 com terneiro 2 meses ao pé → melhoria de pastagem (tem que ser prévio),
suplementação (em momento estratégico, a curto prazo e baixo custo → pós pico de lactação).
Princípios para incrementar a fertilidade de vacas de corte: condição nutricional, intervenção da mamada,
protocolos hormonais¹.

¹Protocolos podem ser utilizados, mas a vaca deve ter boa condição. BOA CONDIÇÃO SEMPRE
¹P4: indutor de ciclicidade. P4 represa LH, e aí se tem controle da ovulação, acaba P4→ pico LH→
ovulação

Condição nutricional:
Diferimento de campo nativo, utilização de fenos
Intervenção da mamada

TIPOS DE ACASALAMENTO
De acordo com utilização:
1º -Monta natural: touro faz tudo. 4% touros
2° -IA: necessário fazer detecção de cio + inseminação. Muito utilizado: IATF + repasse dos touros
3° -Monta controlada: necessário fazer detecção de cio, touro monta

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MANEJO NUTRICIONAL

Diferentes exigências nutricionais entre zebuínos e taurinos; categorias e raças.


Etapas da produção de bovinos de corte
Recria→ + proteína – desenvolvimento de musculatura
Terminação → + energia – precisa de mais energia pra depositar gordura (comparado ao desenvolvimento
de musculo).

Crescimento e desenvolvimento: processo de crescimento dentro do útero até o nascimento se dá


principalmente por hiperplasia e, após o nascimento, sobretudo pelo aumento do tamanho dessas células –
hipertrofia – 1/3 inicial da gestação é muito importante para hiperplasia.

Principal componente do musculo – fibras mm


Massa mm – número e tamanho das fibras
Componentes do mm: fibras mm, adipócitos, vasos, terminações nervosas.
Ponto de vista de qualidade de carne: maior número de fibras musculares de tamanho moderado.

Crescimento pós-natal das fibras mm: hipertrofia, raramente hiperplasia.


Na maioria dos mamíferos, hiperplasia ocorre quase que integralmente na gestação, atingindo seu
máximo no momento do nascimento dos animais. Vários fatores ambientais influenciam o tamanho das
células fixadas ao nascimento. (temperatura, alimentação da mãe...)

Crescimento: processo caracterizado pelo aumento da massa corporal em determinado espaço de tempo.
Envolve: nervoso, ósseo, muscular e adiposo (nessa ordem).

Sistema de produção de carne: ênfase no crescimento muscular – alta proporção de mm (50+%), gordura
(28%, min 3mm), mínimo de osso (20%).
Gordura: principal determinante do ponto de abate.

Energia Bruta (primeira forma de energia): não é toda utilizada, é fracionada.


Energia Digestiva → EB – Energia fezes
Energia Metabolizada → ED – Eurina – Egases
Eg: perda de 2-12% do total de energia consumida
Energia líquida (utilizada para formação de leite, deposição de gordura, formação de massa, reprodução)
→ EM – Incremento Calórico

Animal ingere: pasto (proteína, carboidratos – fibrosos e não fibrosos, lipídeos)


*proteína: origem verdadeira (farelo de soja) ou não proteico (ureia) → N
*CHO: glicose precursora de AGV (quebrada até monossacarídeo)
*lipídeos: não fermentada no rúmen, ocorre hidrólise separando monoacil glicerol em AG e ___
(AG saturado e insaturado – saturado é transformado em insaturado)
N → NH3 + C → sai como proteína microbiana (pode representar até 75% da exigência proteica diária,
dependendo da categoria animal)

Qual a ordem de deposição da gordura corporal: gordura interna, gordura intermuscular, subcutânea,
intramuscular

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Zootecnia de Bovinos

Principais fatores que afetam o crescimento e a condição corporal em bovinos:


Alimentação pré-parto da vaca: afeta crescimento e desenvolvimento pré e pós-natal; impacto qualidade
da carne.
Grupo genético
Classe sexual (fêmeas, castrados, inteiros)
Idade
Nível nutricional

❖ Alimentação pré-parto da vaca


PROGRAMAÇÃO FETAL: alterações na dieta materna visando alterar características metabólicas e
produtivas da progênie.
Efeitos da nutrição materna inadequada: mortalidade neonatal, disfunções respiratórias e intestinais,
crescimento neonatal retardado, aumento deposição gordura, diferença diâmetro fibras mm, reduzida
qualidade da carne.

Terço inicial da gestação: miogênese (6 primeiros meses)


Terço final da gestação: adipogênese (até 15 dias depois) e hipertrofia

Suplementação proteica
- Arginina: efeito de maior crescimento, pois aumenta o fluxo sanguíneo ao útero.
O problema das dificuldades encontradas pra implementação do sistema de programação fetal se dá
porque por muitos anos se achou que o aporte nutricional maior deveria ser no terço final da gestação.
Contudo, não se pode deixar de refletir o quão é importante que a vaca receba atenção nos outros meses
da gestação, incluindo aqueles que antecedem esse crescimento de maior intensidade. Para tal, será
necessário que as exigências de proteína e energia sejam supridas durante toda a gestação do terneiro.

Tipos de suplementação: pode ser feita com sal proteinado PB 30-40%, fornecido de 0,5Kg/ dia/ animal.

❖ Grupo genético
Taurinos – maior exigência, melhor carcaça.
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Zebuínos – mais tardios, menor taxa de maturação

Crescimento e desenvolvimento
Raças precoces ou de pequeno porte – angus, braford, shortorn,
Raças medias – nelore, brahman
Raças tardias ou de grande porte – charolês, chianina.
Melhor desenvolvimento: confinamento → taurinos; pasto → zebuínos.
Zebu: menor degradação muscular → menor proteólise post-mortem → carne mais dura
< quantidade de Calpaína e > calpastatina → proteínas que quebram as fibras

❖ Classe sexual
Dois principais aspectos: início da fase de maior deposição de gordura, taxa de acumulo de gordura.
Melhor eficiência alimentar de machos inteiros porque gastam energia para depositar musculo (menos
energia para depositar mm que para depositar gordura). Machos castrados e fêmeas tem maior deposição
de gordura → maior gasto energético → pior eficiência alimentar.

❖ Idade
Peso – principais componentes: tecido adiposos, muscular, ósseo
Taxa de crescimento
Maturidade fisiológica: maior proporção de água, menor de cinzas, ...
Tec. adiposos é 2,5 vezes mais caro nutricionalmente para ser depositado.
Pior CA de acordo com crescimento, porque gordura gasta mais.

Animais jovens:
Consomem mais alimento por unidade
Melhor EA

❖ Nível nutricional
Tipos de suplementação – fornecer nutrientes pro rúmen, sempre manter equilíbrio proteico – energético
Pasto ruim – não adianta suplementar com ureia (rápida fermentação/ utilização) porque ureia não vai
otimizar fermentação já que pasto é ruim (fermentação demorada)
Suplementação energética – caso de pasto aveia e azevém, Brachiarias (muita proteína)
Suplementação proteica – pasto nativo
Farelo de soja (melhor) x ureia. Pasto ruim demora pra degradar → suplementa com farelo que
também vai demorar pra degradar (mais que ureia) → melhor fermentação e otimização.

Nutrição: do volumoso fornecido, 15% Fibra fisicamente efetiva.


Valor alimentar: importância da determinação de MS
Pesagem → estufa 3 dias, 55°C → pesagem

“Existem 3 dietas: a que formulamos, que fornecemos pro animal e efetivamente o animal ingere”

Fatores que influenciam o consumo:


Tamanho físico da partícula fornecida (qualidade da fibra: fibra boa→ demora menos pra sair do rúmen).
Quimiotática (muita fibra → receptores → consumo diminui ou cessar)

A exigência de um animal varia em função de fatores como:


Raça, sistema de produção, categoria, estado fisiológico, uso de promotores de crescimento, fatores
ambientais.

Produtividade x Impacto ambiental x Rentabilidade


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Aline Bervian
Zootecnia de Bovinos

ENGORDA DE BOVINOS PARA ABATE


Evitar efeito sanfona – soluções → planejamento: de pastagens, suplementação
Estratégias de manejos devem ser realizadas para se quebrar o efeito sanfona como:
Suplementação proteica ou energética
Conservação de forragens (silagens, fenos)
Pastejos diferidos
Banco de proteínas (trevo, leucena)
Irrigação de pastagens e outros manejos para o período de escassez de forragem

Suplementos
São classificados como concentrados (<18% fibra bruta na MS), proteicos (>20% PB) e/ou energéticos.
Eficiência do uso de suplementos depende das relações estabelecidas entre consumo suplemento x
forragem

Principais formas de suplementação inverno/ seca:


Sal mineral com ureia
Proteinado ou mistura múltipla
Ração de semiconfinamento

Concentrado: 0,3 – 2% PV
Pastagem + sal mineral → efeito sanfona
Pastagem + sal com ureia → animal ganha no verão e não perde no inverno
Pastagem + proteinado → sempre ganha peso

Efeitos da suplementação no consumo de pastagem:


Substitutivo, aditivo, combinado PB tem 16% de N

Sal mineral + ureia → adaptação. Pode-se usar até 30% de ureia da necessidade proteica/ diária
Adaptação: 1ª semana 25% do total → 2ª semana 50% → 3ª semana 75% → 4ª semana 100%
Intoxicação por ureia: vinagre ou solução de ácido acético a 5%

O que define quanto usar: desempenho animal desejado, custo, capacidade de acabamento de carcaça

Semiconfinamento: nutrição representa 1/3 dos custos


Formulação de dietas: depende de raça, objetivo, desempenho, custo...
Depende de: quais alimentos/ preços disponíveis. Quais animais a serem terminados (sexo, ração, idade,
castração). Qual peso de entrada no confinamento. Qual peso de abate pretendido.

*Rúmen funcionar: mínimo de 15% FDNfe

Formulação dieta confinamento


Quais ingredientes serão utilizados e qual sua proporção. Qual oferta diária de ração...

Distúrbios metabólicos de origem nutricional


Acidose (formulação de dieta), timpanismo, laminite.

Cuidados: lotes homogêneos, disponibilização de espaço de cocho adequado, adaptação previa a dieta,
fornecimento mínimo de FDNfe, utilização de aditivos, manutenção dos horários de fornecimento,
manutenção dieta.

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Aline Bervian
Zootecnia de Bovinos

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Aline Bervian
Zootecnia de Bovinos

ZOOTECNIA DE BOVINOS – LEITE


EMENTA
− Agronegócio do leite − Manejo da vaca em lactação
− Raças de bov leiteiros − Bioclimatologia na bov leiteira
− Desenvolvimento da gl mamária − Manejo da ordenha e da ordenhadeira
− Manejo das terneiras − Instalações
− Manejo da novilha / vaca seca

PROVA 09/07 2ª chamada 12/07 Exame 16/07


Material: material de apoio, sites, biblioteca

RAÇAS

Bos taurus – holandês, Jersey, normando, pardo suíço.


Bos – Gir leiteiro, guzerá.

RAÇA HOLANDESA
PN: 38 – 40 Kg
PA: F 500 – 700 Kg, M 900 – 1.000 Kg
Altura: F 1,30 – 1,40 m, M 1,40 – 1,45 m.
Pelagem branca e preta, ventre e vassoura branca, barbela e
umbigueira pouco pronunciadas, cabeça bem moldada e sub
côncava, olhos salientes, focinho amplo com narinas bem
abertas e coloração negra, pescoço longo, peito profundo, costelas arqueadas com abdômen desenvolvido
e de grande capacidade. garupa comprida e larga, ossatura é bastante forte, pernas com ossatura limpa,
desenvolvimento dos tetos dianteiros (o maior desenvolvimento é dos tetos traseiros), pele fina e
pregueada e pelos finos e macios.

Vantagens
Alta produção leiteira, Adaptação a região, Habilidade materna, dócil, Persistência na lactação, muitos
rebanhos e grandes, genética avançada.
Desvantagens
Predisposição a mastite, ectoparasitas, úbere caído. Desvalorização dos machos, Problemas de casco,
adaptabilidade ao calor.

RAÇA JERSEY
PN: 22-26 Kg
PA: F 320 – 450 Kg, M 600 – 700 Kg
A: 115 – 120 cm
Idade a cobertura: 13 – 17 meses

Focinho tem anel de pelos claros


Focinho e língua negros
Pelagem amarela fosca e pode ir do cinzento pardo escuro até
quase negro. Corpo tipicamente leiteiro. Úbere bem irrigado,
volumoso, com tetas pequenas e espaçadas. Membros delicados e ossatura fina.

Vantagens: Rusticidade, Maior qualidade de leite > gordura > proteína → manteigueira, precoce novilha
leiteira, Ótima CA, elevada tolerância ao calor.
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Aline Bervian
Zootecnia de Bovinos

RAÇA PARDO SUIÇO


Pelagem parda clara, cinzenta, escura. Tetas de tamanho médio.
PN: 26-30 Kg
PA: F 600 Kg, M 930 Kg
Produção leiteira: 3.642 – 9.000 Kg, 3,88% GB
Vantagens
Rusticidade, adaptação ao clima e topografia, puberdade precoce das
novilhas, longevidade e docilidade, alta fertilidade, dupla aptidão (carne de boa qualidade).

RAÇA SIMENTAL
PN: 42 -50 Kg
PA: F 750 Kg, M 1050 Kg

Vantagens: docilidade, rusticidade, dupla aptidão, ótimo desempenho,


excelente comercialização, bom acabamento de carcaça.
Desvantagens: alto preço de sêmen, animal muito grande, baixa produção
leiteira (3.050 Kg/ lactação), persistência da lactação por 8 meses.

RAÇA NORMANDO
Dupla aptidão. Alto teor de gordura (queijos finos: camembert);
Produção média: 4.500 kg leite/lactação, 4% gordura; Riqueza do leite em
proteínas;

RAÇA GIR LEITERO


Perfil convexo e ultra convexo, Testa proeminente, Chifres laterais e
normalmente retorcidos, Barbela desenvolvida, Pelagens - pêlos brancos,
vermelhos, amarelos e pretos em combinações variadas.

RAÇA GIROLANDO
5/8 Holandês + 3/8 Gir
PN: 35 Kg
PA: F 400-600 Kg M 700-900 Kg
Produção leiteira: 3.900 – 9000 Kg, 4% gordura, 210 dias lactação

Vantagens:
Ótima adaptação ao clima (capacidade de auto regulação do calor corporal), Aprumos e pés fortes,
Longevidade, Raça mais utilizada como receptoras de embriões, ótima fertilidade, precoces (alta
produtividade e eficiência reprodutiva), não tem problemas de distocias, alta resistência a ectoparasitas,
Terminação dos machos (Dupla aptidão).

Desvantagens:
Período curto de lactação, dificuldade de descer o leite quando não há o terneiro ao pé → *comum aos
zebuínos, pouco dócil, algumas vacas tem dificuldades na ordenha – tetos duros

RAÇA GUZERÁ
Pelagem variando do cinza claro ao cinza escuro, chifres em forma de lira,
pelos curtos, pele escura. Região nordeste do país tem maior criação
Dupla aptidão: adultos chegam a atingir M 1.300 kg e F 950 kg. Produção
leiteira de 4.500 kg na lactação;

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Aline Bervian
Zootecnia de Bovinos

GLANDULA MAMÁRIA
ARAÚJO, G.D. et al. Aspectos morfológicos e fisiológicos de glândulas mamárias de fêmeas bovinas – revisão de literatura. PUBVET, Londrina,
V. 6, N. 36, Ed. 223, Art. 1478, 2012.

Sob o ponto de vista anatômico-microscópico, a glândula mamária é uma glândula sudorípara exócrina
modificada, tubuloacinosas compostas com tipo secretório holomerócrino ou apócrino, separadas por
tecido conjuntivo.

Entre os ligamentos suspensores da glândula mamária dos bovinos, cabe destacar os seguintes: ligamento
suspensor lateral da mama (tiras fibrosas que originam lamelas que penetram na glândula por suas duas
porções laterais; unidos ao tendão subpélvico); ligamento médio (tecido conjuntivo elástico disposto no
plano sagital mediano, dividindo o úbera em porções direita e esquerdo); cordões conjuntivos (tecido
conjuntivo disposto dorsalmente à mama, fixando-a na parede do abdome); e fáscia superficial (tecido
conjuntivo difuso que reveste as glândulas mamárias).

A principal artéria para úbere da fêmea bovina é a Artéria pudenda externa. Sistema venosos forma um
plexo na base abdominal do úbere. A anastomose da Veia epigástrica superficial caudal com a Veia
epigástrica superficial cranial, a denominada veia do leite, aumenta seu diâmetro durante a primeira
lactação. Dessa forma, as valvas, nessas veias, permitem que o fluxo venoso seja realizado nas duas
direções.
Inervação: Os nervos que inervam as várias estruturas do úbere são mistos quanto à origem, pois emanam
da medula espinal (aferentes) e do sistema simpático (eferentes). Sistema simpático provêm do plexo
mesentérico (simpático lombar) e induzem vasoconstrição.

O crescimento mamário, sua diferenciação e lactação envolvem os processos de mamogênese


(crescimento e desenvolvimento da glândula mamária), lactogênese (células alveolares mamárias
adquirem a capacidade de secretar leite) a galactopoese (manutenção da secreção de leite e/ou
intensificação da lactação estabelecida).
• Mamogênese: inicia-se no desenvolvimento fetal do animal. Formando ao final, um sistema de
ductos rodeado por tecido conjuntivo e adiposo. Durante o crescimento corporal de novilhas (nascimento
até o
primeiro parto), ocorrem duas fases distintas de desenvolvimento da glândula:
- Crescimento isométrico (1ª fase – nascimento até puberdade): desenvolvimento da glândula
proporcional aos demais tecidos
- Crescimento alométrico (2ª fase – puberdade até época de parto): crescimento da glândula duas a quatro
vezes mais rápido que os demais tecidos corporais.
Início do ciclo estral (puberdade) há liberação do hormônio folículo-estimulante (FSH) e hormônio
luteinizante (LH) pela glândula pituitária anterior, devido ao estímulo de hormônio regulador das
gonadotropinas (GnRH) liberado pela glândula hipotalâmica. A atividade do FSH sobre o ovário, durante
a fase folicular, influencia as células da granulosa do ovário converteram androgênios produzidos pela
teca interna do folículo, influenciados por LH) em estrogênios. Já a atividade do LH sobre o ovário,
durante a fase luteínica, influencia o crescimento de corpos lúteos no ovário (pela luteinização da
granulosa); desta forma, essas células convertem os estrogênios em progesterona. Ação conjunta de
estrogênio e progesterona nessa fase causa a estimulação das células glandulares (proliferação). Porém, o
trabalho desses dois hormônios depende do sinergismo dos mesmos com a somatotropina (STH) e a
prolactina (PRL), ambos hormônios da pituitária anterior; esse sinergismo promove alongamento,
espessamento e ramificações dos ductos mamários. A diferenciação dos ductos em alvéolos continua com
cada ciclo estral posterior. O máximo de crescimento de lóbulos e alvéolos nos ciclos estrais somente
ocorre com cerca de 30 a 36 meses de idade. Soma-se aos hormônios anteriormente descritos, a ação dos
glicocorticóides. A maior parte do crescimento da glândula mamária se dá durante a gestação.

20
Aline Bervian
Zootecnia de Bovinos

• Lactogênese e galactopoese: total desafio para o metabolismo energético da fêmea. Aumento na


atividade enzimática mamária e diferenciação das organelas celulares dos alvéolos, através de adaptações
fisiológicas que ocorrem por meio de controle endócrino; objetivando a produção de leite em detrimento a
outras atividades metabólicas, apesar disso a homeostasia do animal deve estar garantida.
Principais hormônios requeridos para a mantença da lactação: prolactina, somatotropina, insulina,
paratormônio, adrenocorticotrópico (consequentemente, glicocorticóides) e tireoestimulante
(consequentemente, triiodotironina e tetraiodotironina).

▪ Prolactina é um hormônio peptídico produzido na hipófise anterior. Hormônio


fundamental, tem papel importante na diferenciação das células da glândula mamaria e controle de passos
bioquímicos envolvidos na síntese do leite. Induz o acumulo de RNAm da caseína, estimulando a
expressão de genes dessa proteína e de outros genes. Além de estímulos internos, esse hormônio tem sua
liberação influenciada também por estímulos sensoriais durante o manejo do teto na ordenha: estímulos
são conduzidos até o hipotálamo, onde a síntese de dopamina é bloqueada (dopamina: inibidor de
secreção de
prolactina); e há estímulo para a produção de peptídeo intestinal vasoativo (estimulante para
liberação de prolactina).

▪ Hormônio do crescimento (GH) ou somatotropina (ST) ou STH é sintetizado e liberado em


resposta ao hormônio regulador do STH, produzido e liberado pelo hipotálamo. STH é um hormônio
hiperglicemiante (aumentando a glicogenólise) e favorecendo um maior aporte de glicose ao tecido
mamário, sem reduzir os níveis basais; faz lipólise e aumenta quantidade de AGCL no leite. Além disso,
o hormônio somatotrópico influencia diretamente no equilíbrio entre células alveolares secretoras e
células alveolares mortas por meio de sua ação na mitose celular em tecidos com células somáticas.

▪ Insulina: age em resposta à ingestão de alimento (anabolismo). O efeito sobre o


metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteína, promovendo a entrada de glicose dentro de células do
organismo, a
insulina estimula glicogênese e lipogênese, além de desviabilizar enzimas que catalisam a
glicogenólise. Além disso, aumenta o transporte da maioria dos aminoácidos para o músculo, estimula
síntese de proteína e inibe catabolismo proteico; induz a síntese de lípase lipoproteica, inibe a lípase
intracelular e
aumenta esterificação de ácidos graxos. Ou seja, baixa as concentrações sanguíneas de glicose,
ácidos graxos e aminoácidos e promove a conversão intracelular desses compostos em sua forma de
armazenamento. Na espécie bovina, a glândula mamária utiliza glicose, acetato, β-OH-butirato e
triglicerídeos de forma independente da insulina.

▪ Paratormônio (PTH): produzido pelas células da paratireoide e liberado para manter a


homeostasia mineral sérica do organismo. Ação sobre o metabolismo de cálcio nos ossos: atividade
aumentada de osteoclastos (gerando lise de matriz extracelular óssea) e diminuída de osteoblastos
(evitando o uso de minerais séricos para síntese de matriz extracelular óssea). Age nos túbulos
contorcidos dos rins para aumentar a absorção de cálcio. Como efeito secundário no intestino, converte a
vitamina D em sua
forma ativa (1,25 diidroxicolecalciferol) estimulando a absorção de cálcio pelos enterócitos. Em
virtude do elevado conteúdo de cálcio no leite, a concentração de 1,25 diidroxicolecalciferol é aumentado
durante a lactação.

▪ Hormônio adrenocorticotrópico: essencial para regular a liberação de corticosteroides


(glicocorticóides e mineralocorticoides) pelo córtex da glândula adrenal. Durante a lactogênese, o
principal corticosteroide é o cortisol.
o Cortisol: aumento nos níveis séricos no final da gestação, parto e durante a lactação
é considerado normal. Mediador de metabolismo intermediário: estimula
gliconeogênese hepática (conversão de aminoácidos em carboidrato) e aumenta os
níveis de glicose sanguínea; inibe a captação e metabolismo de glicose
21
Aline Bervian
Zootecnia de Bovinos

principalmente em músculo e células adiposas; aumenta taxa de lipólise. Desta


forma, disponibiliza mais glicose e ácidos graxos para síntese láctea. A maior []
encontra-se durante a segunda semana de lactação; não se pode deixar de relacionar
a alta taxa de cortisol sérico durante a lactação da fêmea ao stress sofrido pela
mesma durante a ordenha. O stress crônico aumenta significativamente o nível
plasmático médio de cortisol.

A secreção do leite é um processo contínuo e está sob controle de um feedback negativo responsivo à
alta pressão intra-alveolar. Assim a capacidade de armazenagem de leite determina a velocidade de
secreção e a produtividade da glândula. Se o leite não for removido dentro de 16 horas em vacas leiteiras,
a síntese de leite pode ser suprimida. A maior parte do leite contido no úbere no momento da ordenha está
localizado dentro dos ductos e dos alvéolos. Para facilitar o processo de remoção do leite, as células
mioepiteliais rodeiam os alvéolos e ductos. As células mioepiteliais são particularmente responsivas à
oxigenação e se contraem quando exposta ao hormônio.
▪ Ocitocina: síntese e liberação pela hipófise posterior são iniciadas por um reflexo
neuroendócrino que envolve a estimulação táctil do úbere. Outros estímulos sensoriais promovem sua
liberação.
▪ Adrenalina inibe liberação de ocitocina.

Ciclo de Lactação: produção de leite tende a aumentar nas primeiras 3 a 4 semanas de lactação e então
começa a declinar lentamente até o final da lactação. Os animais normalmente estarão “secos” após 305
dias de período lactacionais. A pressão retrógrada dentro do alvéolo causada pelo leite inibe gradualmente
a secreção do leite pelas células epiteliais alveolares, com resultante regressão das células alveolares e dos
pequenos ductos. O processo denominado involução, requer pelo menos 1 mês, havendo necessidade de
um período de 6 semanas no mínimo de intervalo entre uma lactação e outra. Dentro de um período de 1 a
2 meses os sistemas secretor (alvéolos) e excretor (ductos) regridem e são substituídos.
Primíparas que não atingem seu pico por falta de aporte nutricional, jamais conseguirão expressar
em 100% seu potencial.
Pico de lactação: 3 – 4 lactações
Dentro das lactações: pico é 30-60 dias

Nutrição: aminoácidos no leite:


Acetato → gordura
Ácido propiônico → sangue → propionato → fígado → glicose → tecidos → leite

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Aline Bervian
Zootecnia de Bovinos

CRIAÇÃO DA TERNEIRA E DA NOVILHA


Profº Rogério Bermudes

Terneiras: colostro até 6 horas. Porque tem maior absorção intestinal e porque até 12 horas o abomaso
ainda não secreta proteases que vão degradar as imunoglobulinas.

1. Criação de terneiras inicia na seleção do touro – Custo da produção já deve levar em conta sêmen,
serviço.
2. Nutrição da vaca: manutenção dela, desenvolvimento do feto e produção de colostro.

Disponibilizar ração: concentrado estimula o crescimento das papilas ruminais → acelera a absorção.
Deve ser fornecido volumoso para estimular musculatura ruminal → para torná-la pançuda → maior
capacidade de consumo → maior produção
Se a vaca não faz a higienização da terneira → luva, pano limpo, iodo 7%.

Quanto de leite deve ser fornecido pra terneira? “4L holandês, 3L Jersey” – mas a qualidade do leite é
diferente, então deve-se ter esse cuidado. Diferentes temperaturas também modificam a quantidade de
leite que deveria ser ingerida. Então deve-se adequar a quantidade de acordo com a necessidade da
terneira. Só vai conseguir aumentar consumo com concentrado depois de 45 dias.

Índices que o técnico deve obter ao entrar numa propriedade


− PV ao nascer
− % mortalidade (0 – 60 dias) ideal ≤ 3%
− GPD (ganho de peso diário) geralmente ±500 gramas
− Critérios desmame da propriedade
− Peso a cobertura: H: 340-385 J: 250-275 Kg
− Idade ao parto: H: 23-25 J: 22-24 meses
Terneira: 90Kg aos 60 dias (tem que, no mínimo, dobrar o peso de nascimento aos 60 dias:
*nasce com 45Kg → 90kg +)
1ª IA: 340 Kg → 14 meses
250 Kg → em 12 meses
GPD = 700 gramas
*Consultoria → tem que trabalhar com planilhas

Vantagens da criação de terneiras: 20-30% reposição/ ano (descarte de vacas velhas, com problemas
casco, mastite, menos produtivas)
Vacas descarte vende pro frigorifico
Vacas jovens “sobrando” no rebanho: as menos produtivas, no teu rebanho, vender como vaca
produtiva por 3x mais que vaca descarte.
Economia na reposição
Reduzir índices mortalidade

Cuidados com a vaca pré parto


Alimentação adequada para manutenção, desenvolvimento do feto e produção de colostro¹ e PL
30 dias antes do parto: colocar em um piquete limpo, próximo da casa. Abrigo contra chuva e frio. Cocho
para [], fenil e bebedouro.

¹colostro: produz por 3-5 dias. Quantidade e qualidade diminuem de acordo com as mamadas.

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Aline Bervian
Zootecnia de Bovinos

Material para o nascimento da terneira


Panos limpos e secos, tesoura desinfetada, balde com água e desinfetante, iodo 5-7%, cordas limpas.

Como saber se a terneira nasceu morta ou morreu: casquinhos tem uma gordurinha que se desgasta ou
arranha quando a terneira caminha → se não tiver ranhuras ela não caminhou.

Colostro: primeira produção da glândula mamária


Mamar ± 5-10% do PV
Primeiros 30 minutos ela toma colostro a vontade ou tirar o colostro e fornecer 2L
Não se pode dar colostro demais porque pode dar diarreia → abomaso não suporta toda a
quantidade e o colostro vai pro rúmen.
Passado 1 hora: fornecer mais 1L
Tempo: fornecer até 6 horas.
Qualidade de transmissão de imunidade passiva depende de fatores ligados a vaca (qualidade do
colostro), terneira (atitude de mamar, capacidade de absorção das Igs) e criador (forma de administração
do colostro).
Como produtor sabe que não é mais colostro: pega uma amostra e ferve → se coalhar é colostro.
Qualidade de colostro: colostrômetro.
Excesso de colostro: banco de colostro (congelado x silagem) ou fornece junto com leite pras terneiras
(nesse caso, elas podem ter diarreia, que não vai ser patológica, vai ser de causa nutricional).
ABOMASO

Proteína Abomaso: pepsinogênio só se converte em


pepsina quando tiver pH ácido → abomaso para
Pepsinogênio pH ácido Pepsina
de secretar ácido e pepsina se auto regula. Pepsina
Peptídeos degrada proteínas e;/m peptídeos.

Como e porque monitorar colostragem: necessário avaliar a eficiência da colostragem (em


propriedades que estejam com alta taxa de mortalidade) → refratômetro → mínimo 6 mg/dl. prova

Mecônio x Diarreia
Pastoso, amarelado. Primeiras fezes, Verde, liquido, com ou sem sangue
colostro é laxativo. (diferenciar se é sangue vivo ou digerido).

Limpeza do umbigo
Umbigo é composto por: 2 artérias, 1 veia e o úraco.
Complicações das infecções de umbigo:
Artérias: pneumonia, artrite, septicemia
Veia: diarreia, abcessos no fígado, septicemia
Úraco: infecções nos rins e bexiga

Identidade da terneira → brincar


Identificar após nascimento – geralmente nº da terneira e atrás nº mãe.
Vantagens: avaliar PV, controle sanitário, idade/cobertura → ficha

Descorna
Descornador – ferro quente até 2 meses de idade
Bastão químico – primeira semana

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Aline Bervian
Zootecnia de Bovinos

Retirada de tetas suplementares (15 – 30 dias)


Desinfetar → pinçar e cortar com tesoura → aplicar cicatrizante

Aleitamento
Grandes propriedades têm pasteurizador pro leite que será fornecido as terneiras.
Até 12h com vaca, depois tira terneira e mamadeira: mais próximo do fisiológico, dificuldade de limpeza
da mamadeira.
Balde: tem que ensinar a tomar do balde, maior facilidade de limpeza.

Fornecer 3-4 L/dia /2 tomadas - preocupar-se com a quantidade de sólidos que a terneira vai tomar (as
vezes, é adicionado leite em pó junto ao leite pra aumentar sólidos).
Temperatura do leite: se ficar variando muito pode ser um fator para diarreia.
++ Máximo de leite fornecido: 6 L/ Holandesa, 4-5 L/ Jersey.

A partir do 5º dia de vida se começa a fornecer concentrado, aos poucos (nunca deixar ficar no cocho
muito tempo → saliva molha → fungos), nunca ultrapassar 2Kg (≤ 2kg []).
[] pra terneira: desenvolvimento de papila ruminal → estimula absorção → maior produção.
10-14º dia começar a fornecer feno → aumentar capacidade/ volume ruminal.
Desmame aos 60 dias.

Sucedâneo - 1kg : 9L água = 10 litros


Vantagem: mais barato (nem sempre vai ser mais barato que o preço do leite), quantidade de sólidos certa
no sucedâneo (diferente do leite que pode variar).
Desvantagem: mão de obra, aquecer água até 39 °C, deve-se homogeneizar muito bem.

Sucedâneo – avaliar qualidade:


1. Quanto maior a quantidade de lactose melhor e mais caro (mais lactose → se consegue diminuir a
gordura vegetal a ser fornecida* - fígado não tem condição ainda pra tanta gordura).
2. Solubilidade: em um copo homogeneizar sucedâneo + água → espera um tempo → ver quanto
decanta → quanto mais decantar, pior é a qualidade do produto.

Qualidade do sucedâneo → origem láctea (que tenha muita quantidade de lactose), quantidade de fibra <
2% (quanto mais cedo começar a ruminar antes ela entra pra produção), diluição de água morna.
Proteína: 18-22% (+ melhor)
Gordura: 10-25%
Carboidrato 0,2% de FB1 vegetal
Vitaminas (A, D, E) e Minerais
*Terneiras <2 semanas não conseguem digerir fontes não-lácteas de gordura, de forma que sucedâneos
com alta gordura láctea reduzem o risco de diarreias. No entanto, como a gordura de origem láctea tem
alto valor comercial, podem ser utilizadas fontes alternativas, como óleo de coco ou de palma para
terneiras >2 semanas.
Terneira <3 semanas não tem o trato digestório pronto para digerir fontes de carboidrato e proteína de
origem vegetal, como terneiras mais velhas o fazem; Fontes proteicas lácteas: soro do leite. Fontes
proteicas não-lácteas: proteínas da soja, farinha de soja, proteínas de trigo, batata e plasma animal.

2
Melhor desempenho da terneira: leite in natura (digestibilidade 95%).

1
FB: fibra bruta
2
https://www.milkpoint.com.br/colunas/carla-bittar/cuidado-com-sucedaneos-de-custo-muito-reduzido-nao-existe-almoco-
gratis-60094n.aspx
25
Aline Bervian
Zootecnia de Bovinos

Desenvolvimento do processo digestivo → tabela pré ruminante, ruminante em desenvolvimento e


ruminante.

RESUMO
MANEJOS COM A TERNEIRA:
Colostragem
Limpeza
Cura de umbigo
Identificação
Descorna
Retirada de tetas suplementares
Aleitamento
Alimentação (inserção de [] e feno)
Desmama

Qual o consumo de MS e PB da terneira ao receber o substrato lácteo?


1 Kg de substrato tem: 22% PB
MS: Matéria seca
19% EC
PB: Proteína bruta
44% Lactose
CMS: Consumo de MS
97% MS
CPB: Consumo de PB
Terneira precisa consumir 4L

MS: 10L – 0,970Kg


4L – x PB = CMS x %PB substrato Lácteo
*pois se dilui 1 Kg em 9L água = 10L PB = 388 x 0,22
x = 3,880 /10L PB = 85,4 g
x = 0,3880 Kg/ MS

Ganho de peso?
Terneira 50 Kg
Consumo diário: 500g
CMS: 1,43 Kg
CPB: 315g

Terneira CMS = 1,43 Kg Tern. CPB = 315 g


CMS subs = 0,388 Kg CPB subs. = 85,4 g
Falta = 1,042 Kg MS Falta = 229 g

Ração:
95% MS
20% PB

1 Kg – 950 g MS 1,200 Kg x 20% PB


x – 1,042 g MS x = 240g PB
x = 1,200 Kg de ração

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Aline Bervian
Zootecnia de Bovinos

ALIMENTAÇÃO DA TERNEIRA
Leite
Ração balanceada a partir do 4°- 5° dia (<60 dias):
70% NDT3 e 20% PB
Água a vontade e de boa qualidade
Feno 10-14° dia de vida
Silagem só depois de 30-45 dias de vida

Vantagens do desenvolvimento do retículo-rúmen: menor custo da criação, melhor aproveitamento


de alimentos fibrosos, simbiose ruminal¹.
¹Simbiose ruminal: síntese de proteína microbiana, utilização de NNP4, síntese de AAE5,
digestão de fibra, síntese de vitaminas hidrossolúveis e K, detoxificação (sogina: fator anti tripsina →
rúmen inibe sogina).

Desvantagens da fermentação: ótima proteína vai ser absorvida pelos microrganismos ruminais,
produção de gás.

Transição para ruminante

6
Lembrando:
[]: <20% fibra
PB: +18%

Papila mais escura→ volumoso


Papila mais clara → []

Transtornos digestivos: acidose,


diarreia, timpanismo → menor
desenvolvimento, pneumonia,
artrose...

Instalações: características, conforto, proteção.


Casinhas coletivas x individuais

Estresse pelo calor/ frio: Tº 15-25 °C – demanda energia para manter calor x energia para dissipar calor.

Fatores para levar em conta no momento de desmame:


Peso vivo e estado corporal: H 70-100 kg, J 50-70 kg (dobrar peso de nascimento)
Consumo de ração: ~700g/ 3 dias consecutivos
Idade: ~60-90 dias
Custo de alimentação x custo de arraçoamento

3
Nutrientes digestíveis totais
4
Nitrogênio não proteico
5
Aminoácidos essenciais
6
Fonte: https://ppgca.evz.ufg.br/up/67/o/semi2011_Flavia_Martins_1c.pdf
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Aline Bervian
Zootecnia de Bovinos

DESMAME
Métodos de desmame (gradativo ou abrupto)
Gradativo: a partir dos 15 dias. Quando cortam, demora mais para terem bom consumo de [].
Abrupto: aos 60 dias, aos 7 dias já tem bom consumo de [].
Duração de aleitamento (30, 60, 90, ..., dias)
Importante:
Manter as terneiras na ração inicial por alguns dias antes da mudança
Fornecer feno de excelente qualidade
2 semanas antes do desmame juntar pequenos grupos de 4-10 animais porte similar (no máximo, deve
haver variação de 45 kg entre as terneiras do mesmo grupo).

1. Desaleitamento precoce (4-8 semanas):


Vantagens: diminui consumo leite, diminui mão de obra, custo de alimentação, reduz problemas de saúde.
Desvantagens: menor GPD, maior exigência de qualidade nutritiva dos alimentos, maior qualidade quanto
as pastagens, maior consumo de [], maior incidência de mortalidade na criação.

Para desaleitar: saúde impecável, peso vivo (80 kg), consumo min diária de 1-1,5 kg [] por 3 dias
consecutivos, evitar dias chuvosos e muito frios. Desmamar: idade, peso, consumo de ração (3 dias
consecutivos comendo 1Kg).

Consideração final
Sucesso da criação depende do tempo, quantidade de colostro e cura de umbigo, temperatura de leite
consumido. Pra atingir bom GPD tem que aumentar o consumo.
Problema: depende de tecnologia de dieta → produtor não quer adotar.

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Aline Bervian
Zootecnia de Bovinos

MANEJO DA RECRIA
Recria: tempo desde a desmama até primeiro parto.
Objetivo: reposição de rebanho, atingir PV à puberdade e a cobertura o mais cedo possível, aumentar vida
produtiva ao longo da vida, mortalidade <5% no 1° ano de vida.

Proporções:
𝑽𝑳
= 80-85% VL: vacas em lactação
𝑽𝑻
𝑽𝑳 VS: vacas secas
= 50-55%
𝑹𝒆𝒃𝒂𝒏𝒉𝒐 VT: vacas totais (VL + VS)
“rebanho = VL + VS + terneiras + novilhas”

Problemas:
Idade avançada ao primeiro parto → aumento o nº de dias até primeiro parto, consequentemente aumenta
o número de novilhas e diminui potencial de produção de leite.
Consequências: atrasa melhoramento genético, diminui taxa de descarte das vacas.
Taxa de reposição ideal: 25% Peso Vivo (Kg)
Raças
Puberdade Inseminação
Ex.: HOLANDES Holandês 270 a 280 340 a 360
Objetivo: concepção 15 meses. PD: 70kg, PC: 340kg Jersey 200 a 220 230 a 250
GPD? H x Z 300 a 310 330 a 350
340 Kg – 70 Kg = 270 kg
(13×30): Desmama aos 60 dias → sobram 13 meses, multiplicados por 30 dias = 930 dias.
270 Kg÷ 930 = 692g
Volumoso de excelente qualidade, 1-2 kg de [] / animal/ dia e sal mineral (60g P)

Ganhos excessivos de peso na fase pré-puberdade


Maior deposição de gordura no úbere → menos parênquima → menor produção de leite nas primeiras
lactações.

Custo de produção
Nascimento ao Desaleitamento
Desaleitamento a inseminação
Inseminação ao parto
➔ Instalação ou pasto, alimentação volumosos, [], sal mineral, assistência veterinária, preventivos,
medicamento, IA, mão de obra, mortalidade.

Puberdade: determinada pelo peso vivo, e não pela idade.

Qual o número adequado de novilhas em uma propriedade leiteira?


Nº = A x B x C
A: taxa de descarte anual de vacas
B: fator de mortalidade (7% descarte involuntário)
C: fator de idade no parto (meses)

Altos ganhos no período alométrico7: precocidade, maior quantidade tecido adiposo, menor produção
leite.

Lotes: grupo reprodução – identificar cio, primeiro parto 21-24 meses, PV mínimo por raça.
Alimentação (sal mineral, pasto, água), instalações; sanidade (evermifugação, vacina brucelose...)

7
Crescimento da glândula mamária proporcionalmente maior em relação ao corpo.
29
Aline Bervian
Zootecnia de Bovinos

Vantagem cria e recria de novilhas: melhoramento genético, evita contaminação no rebanho vindo
de fora, maximizar instalações, áreas e mão de obra da propriedade.
Vantagem comprar: especializa só em produção, melhora rebanho em menor tempo.

Como avaliar se a recria está sendo bem conduzida?


Idade e peso a primeira cobrição
Idade e peso a primeira parição

Considerações finais
Sucesso do rebanho depende do melhoramento genético.
Manter cria e recria satisfatório para aumentar longevidade e produtividade
Pra isso, usar tecnologias existentes.

Picos na lactação:
Na lactação: 50-60 dias
Na vida da vaca: 4ª, 5ª

Nutrição geral da vaca:


Figura. Relação pH ruminal x AGV

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Aline Bervian
Zootecnia de Bovinos

MANEJO DO PRÉ E PÓS-PARTO DA VACA

Mudança de alimentação do período seco → produtivo


Principais problemas metabólicos:
Acidose: pH - papilas ruminais pequenas → propionato → ac graxo → papilas não conseguem
absorver tudo → acidose;
Cetose: falta de boia → lipólise → sobra 2 ac graxos do triglicerídeo → corpos cetônicos;
Laminite;
Hipocalcemia: para evitar, diminui 10% do Ca 10 dias pré-parto;
Retenção de placenta: (+24h);
Metrite;
Deslocamento de abomaso.

Funções do período seco: desenvolvimento fetal, CC, produção colostro, reorganização glândula
mamária
Produção leite > consumo = BEN (balanço energético negativo)

Mudanças:
Período seco, reinicio de lactação, mudanças de lote, mudanças de dieta, mudanças no sistema hormonal,
mudanças metabólicas.
Mudanças que ocorrem no perfil endócrino (homeorréticos): aumento da [] de GH, queda dos níveis de
insulina → aumento da lipólise e gliconeogênese hepática (isso ocorre pra que tenha disponibilidade de
glicose pro feto no final da gestação e pra gl mamária¹)
¹Gl mamária é um tecido insulina independente, por isso consegue captar glicose mesmo que os
níveis de insulina estejam baixos.
8
Na vaca em lactação, enquanto que os níveis de insulina estiverem baixos e houver resistência a sua
atividade, a gl. Mamária é favorecida pois tem menos disputa por nutrientes. Os outros tecidos passam a
utilizar corpos cetônicos pra suprir as necessidades. São observados altas [] de glucagon.
Principal mecanismo homeorrético que ocorre no metabolismo lipídico na lactação é a mobilização de
gordura corporal para suprir as exigências energéticas impostas pela nova condição de lactante,
principalmente durante o início da lactação.

Fases do período pré-parto:


1ª fase: secagem 60 a 45 dias antes do parto – objetiva descanso do rúmen, feto, gl mamaria →
dieta rica em volumoso boa qualidade, ganho de peso.
2ª fase: 21-30 dias antes ao parto – prepara nova lactação, minimizar perdas PV, aumentar CMS
→ fornecer [] pra adaptar microbiota rúmen, utilizar mesmos alimentos pra VL, evitar uso de bicarbonato
e sal comum, se possível fornecer dieta total.
Fatores que influenciam na ingestão dos alimentos durante o período de transição: consumo MS, ECC,
quantidade de energia nos períodos de transição e pós-parto, quantidade proteína.

20 dias antes do parto a vaca começa a diminuir consumo. Ao mesmo tempo em que aumenta as suas
necessidades proteína e energia.

Desafios da vaca na transição: crescimento do feto, reestruturação da glândula mamaria, parto, produção
de colostro, produção de leite, recuperação do trato reprodutivo, crescimento (novilhas), BEN.

8
https://www.milkpoint.com.br/artigos/producao/fisiologia-do-periodo-de-transicao-i-metabolismo-energetico-
84714n.aspx
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Aline Bervian
Zootecnia de Bovinos

PRINCIPAIS DESAFIOS ENFRENTADOS NO PÓS-PARTO


Pico de lactação ocorre entre 50 e 60 dias após o parto.
Déficit máximo de energia ocorre nas três primeiras semanas de lactação (útero, dieta diferente e PL)
Em torno de 1/3 das vacas de alta produção apresentam acetonemia. Acidose ruminal predomina em VL.
Fêmeas boas reprodutoras devem apresentar cio em torno de 25 dias (não utilizar esse cio).

Período seco: 60 dias


Período seco em vacas de alta produção: tentar 45 dias.

Processo de secagem de vacas leiteiras: restrição alimentar em quantidade ou qualidade (pra ela
diminuir a produção), nunca restringir água, redução do número de ordenhas gradativamente (3 a 5 dias
oscilando).

Metas fisiológicas para as vacas no pré-parto:


Adaptar o rúmen para alta energia no pós-parto
Manter níveis de Ca sanguíneo normais
Desenvolver e estimular sistema imune (mastite no início da lactação muitas vezes é sem bactérias)
Manter um balanço energético pra evitar infiltração de ácidos graxos e cetose subclínica.

Estimular consumo:
Manter animais saudáveis em ambiente de conforto, sem estresse.
Acesso a água fresca
Acesso ao espaço de cocho e constante ao alimento
Alimento fresco disponível pelo menos 20h/dia
Cocho limpo pra evitar fermentação de alimentos
Ajustar CC

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Aline Bervian
Zootecnia de Bovinos

DINAMIZANDO A GESTÃO PARA OBTENÇÃO DE UM LEITE COM QUALIDADE

Processo ordenha: vaca, ordenha, ordenhador.

Procedimentos de ordenha:
Pré ordenha: entrada da vaca, preparação inicial, pré-dipping, retirada dos 3 primeiros jatos
Manejo do coletor de ordenha: secagem, colocação das teteiras, fim da ordenha, remoção das teteiras
Pós-ordenha: pós-dipping, remoção do esterco

Cuidar espaço por animal na sala de espera → 12m²/ vaca


Disponibilizar água depois da ordenha (ordenha desidrata as vacas)
Nunca lavar úbere, pois pêlos retém água → contaminação no copo coletor → teto/ leite

Pré-dipping – eliminação de 80-90% do MO do teto → tem que dar 20-30 segundos pro produto agir.
Eliminação dos 3 primeiros jatos em caneca de fundo preto – eliminação bacteriana (varia), observar
grumos, sangue (mastite subclínica)

*troca de borrachas e mangueira da teteira: 2500 ordenhas ou 6 meses;


mangueira do vácuo: a cada ano.

Pós-dipping: cobrir 75-90% da superfície do teto (quanto maior a quantidade de glicerina no produto,
melhor formação da gota na ponta do tento). Função: formar gota na ponta do teto.

Efeito da temperatura de manutenção do leite na multiplicação de bactérias → crescimento de bactéria.


Ideal: máximo 3h para leite cru alcançar 4°C.

Procedimento de limpeza: processo eficiente de higiene requer observação de alguns parâmetros: ação
mecânica, ação química (detergentes alcalino e ácido), tempo, temperatura.
Detergente ácido: remove minerais
Detergente alcalino: remove gordura e proteína
70-75°C – detergentes sempre vinculados a temperatura

D. alcalino: todas ordenhas;


D. ácido: depende da qualidade de água da propriedade – se tiver muitos minerais, deve ser utilizado
todos os dias; se não 2-3x por semana.

CCS provém de mastite → sanitário dos animais


CBT provém de sujidades ordenhador, ordenha, úbere, infecção glândula mamária → higiene na ordenha.

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Aline Bervian
Zootecnia de Bovinos

ASPECTOS BIOCLIMÁTICOS QUE INFLUENCIAM A BOVINOCULTURA LEITEIRA

Quais as melhores condições para a criação de animais?


Temperatura: 13-18 °C (Jersey até 23°C)
Umidade relativa: 60-70%
Velocidade dos ventos: 5-8 km/h (compost: 3-3,5 km/h)

Estresse ambiental → altera comportamento (come menos, fica mais quieta → não há demonstração de
cio), estado imune comprometido (predispõem a mastites), fisiologia alterada (baba mais → o que pode
levar a uma acidose, tem vasodilatação periférica, suor, aumenta FR).

Mecanismos de dissipação de calor:


Diminui consumo de MS
Modificação da quantidade metabólica
Fluxo de sangue na pele – vasoconstrição central e dilatação periférica
Sudoração (aumentar, na dieta, Cl, Na e K)
Aumenta FR
Temperatura

PL  com Tº  (29°C) e nos 60 pós-parto (BEN)


10°C 21°C 32°C
Estágio de produção
Consumo de água (L/ dia)
Secas de 635 kg 25 31 33
Final de lactação 37 48 55
Produzindo 18 kg/ dia 65 81 100
Produzindo 36 kg/ dia 103 130 170
Considerações:
Vacas de alta produção sentem mais
Ocorrem alterações na composição do leite
Há variação entre raças e individual
Melhor PL entre 5-21°C

Estresse pelo calor e composição do leite: depressão de PL, gordura, lactose, proteína, Ca e K.

Coloração da pelagem: quanto maior a quantidade de pelagem branca, menor a absorção de calor.
Mecanismos para amenizar o estresse calórico:
Sombra (10-12m²/ animal), ar e vento, água.

Prioridades dos lotes para resfriamento:


Sala de espera
Baia maternidade
Recém paridas
Em lactação

Aspersores (linhas do cocho), ventiladores (cama, free stall compost barn)


Aspersores (0,270 l/m²) → ex.: 21°C – 1-2 min ligado a cada 6 min. Em cima dos canzis, a 1,8m do
chão.
Ventiladores, no mínimo, a 2,4m do chão. Distancias entre ventiladores, 90 cm de diâmetro → 6-7m.
Ângulo 15-30°.
Coçadores: 1/30 animais.
Bebedouro: 4cm/ animal (vazão 50l/ vaca) Saleiro: 2cm/ animal
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Aline Bervian
Zootecnia de Bovinos

CONFINAMENTO EM COMPOST BARN


Rodrigo Chesini
História: maior gasto com cama, anaeróbico: multiplicação de bactérias patogênicas e aumento de
amônia.
Composto: usou o mesmo sistema, mas com fermentação aeróbica → menos bactérias patogênicas,
gerando calor que ajuda a secar a cama.

Porque construir compost: aumento da produção de leite (4-18 litros por vaca), incremento na
longevidade da vaca (uma lactação), facilidade de adicionar manejos e facilidade do trabalho, menor
CCS e CBT, menos problemas de casco e sanitários, melhor observação de cio.

Como planejar?
Animais problemas devem ser descartados.
Incremento de produção
Potencial genético
Dias em lactação
Qualidade da dieta
Manejo

Vacas em compost, bem manejadas, são tão limpas quanto em free stal.
Compost pode ser tão bom pra saúde da glândula mamaria quanto em um free stal bem manejado.
Característica do compost: produzir calor (cama seca)
Manejo: revirar a cama → fermentação aeróbica

INICIAR A COMPOSTAGEM
Iniciar a cama com 30-50 cm de profundidade → para isolar o calor da compostagem
Repor 10-15 cm a cada 15-30 dias (depende da umidade do local)
Recomendado: serragem e maravalha, casca de café, de amendoim
Não recomendado: palha e casca de arroz, bagaço de cana
Parâmetros de compostagem: temperatura 45-55°C
Aeração da cama: escarificador (atinge grandes profundidades) e enxada rotativa (quebra torrões da
cama)
Umidade: 30 a 45%:
Teste da mão: se não formar bolo denso na mão, umidade está boa
Micro-ondas: igual silagem
Implementos necessários: trator (preferência com tração nas 4 rodas), enxada rotativa, escarificador;
escarificador acoplado a enxadas rotativas.
*escarificador deve ter o tamanho do trator: roda a roda.
Escarificação: 25-30 cm (não revolver a terra do fundo, podendo ocasionar compactação)

Porque usar ventilação sobre a cama? Boa secagem da cama (evaporar água da superfície): cada vaca
deixa 4,5 L/ m²/ dia de cama.
Velocidade de 1.7 m/s → evapora 4,3L/m²/dia
Aferição com anemômetro → ventilação sobre a cama 2,5 m/s:
Ventilador axial – 15-30° (Promove uma grande quantidade de vento em uma área
específica, consome mais energia por m² de cama)
Deve-se alojar o máximo de animais possíveis no galpão - ventilação se torna eficiente pois forma uma
corrente e gasta menos energia.
Ventilador HVLS: consome menos energia, forma ventilação mais dispersa, indicado pra
galpões com boa troca de ar com o meio externo.

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Aline Bervian
Zootecnia de Bovinos

PONTOS A SEREM CONSIDERADOS NO GALPÃO


Sempre planejar um galpão pensando que um dia iremos expandir, realizar expansão de forma
longitudinal. Localizado em área com boa circulação de ar. No sentido Leste-Oeste.

Primeiro lote a ser alojado: pré-parto (lote que tenha menor investimento agregado e um melhor
retorno)
Uma vaca pré-parto bem alojada, pode vir a produzir até 1500 kg a mais na lactação seguinte.
Segundo lote: recém paridas; terceiro lote: vaca com maior DEL.

COMO DIMENSIONAR CORRETAMENTE A CAMA E CORREDORES


Parede que segura a cama: 60cm de profundidade; piso da cama concreto ou terra batida.
Tamanho da cama: proporcional a umidade que a vaca deixa sobre a cama.
Uma vaca de 40l → 70 kg de esterco/ dia; deixando 60 kg de umidade.
Uma vaca de 25l → 50 kg de esterco/ dia; deixando 45 kg de umidade.
➔ De maneira geral, usar cama de 12m²/ vaca – cama será mais seca, menos chance de erros até que
se aprenda a manejar a cama.

Corredor de alimentação: 4m de largura (que possa passar por trás uma vaca indo e outra voltando).
Linha de cocho: 65-75 cm/ animal
Corredor de serviço (onde animais são retirados para ordenha e pra eventuais manejos.): 2,5m
Corredores –
Pista de alimentação central (onde trator vai passar pra fornecer comida pros animais): 5,5 a 6m
largura.
Pista de alimentação lateral: 3-3,5m de largura.
Muro que separa pista de alimentação corredor central: 55cm da pista, 45 cm e altura do corredor
Cano de proteção 20cm pra frente do muro, 1,2m do casco das vacas.
Contenção: canzil x livres
Pé direito: 5-5,3m
Inclinação de telhado: 30-33% → escoamento de ar quente do interior para fora
Beiral: 2,5-3m → que proteja corredor de serviço
Piso frisado (sentido longitudinal): 5-7cm 1,25x1,25 ou 1,5x1,5
Bebedouros: mínimo 2 por lote, na pista de alimentação; 10cm/ vaca, com proteção pra não molhar a
cama. Altura 70-80 cm.

SISTEMA DE DEJETOS NO COMPOST BARN


Limpeza da pista de alimentação: flushing (limpeza total do piso porem tem alto consumo de água);
scrape (não utiliza água, mas o piso não fica totalmente limpo); plaina (motorizada ou não; é a mais
barata)
Canaleta de dejetos: 60x60 cm, inclinação de 0,5%

DETALHES DO SISTEMA DE ASPERSÃO: COMO DIMENSIONAR CORRETAMENTE


Aspersão e ventilação
Ciclos: 16˚ C = ligar o ventilador 25˚ C = aspersão a cada 10 minutos
21˚ C = aspersão a cada 15 minutos 28˚ C = aspersão a cada 5 minutos

Quanto mais ciclos (molhar – secar) → mais eficiente é o resfriamento da vaca.


Aspersores acima da linha de alimentação e cabeça das vacas: a 1,9m dos cascos. Maior eficiência: bicos
duplos: na pista atrás.
Vasão de 4 litros de água/ min → 700 – 1200 ml água/ ciclo
Ventiladores distribuídos em linhas; quanto mais longo for o galpão mais eficiente é a ventilação.

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Aline Bervian
Zootecnia de Bovinos

CONFINAMENTO EM FREE STALL


Mesmos objetivos do compost: Possibilidade de expansão, Objetivo claro em mente (onde eu quero
chegar). Foco em ganhar mais dinheiro (mais leite), ter em mente que vacas mais produtivas são
mais exigentes, separar lotes de animais.

Preocupação com tratamento de dejetos

Modelos
Cama dupla: cabeça com cabeça (as vacas tem uma predileção pelas camas mais próximas da pista de
alimentação)
vs
traseiros com traseiro (a chance de as vacas escolherem cama é menor)
Camas triplas: cabeça com cabeça + traseiro – sem canzil. Vantagem: menor custo por vaca alojada;
desvantagem: pista de alimentação passa a ter 45 cm por vaca, podendo ter uma maior restrição alimentar
por vaca, além de um maior manejo de limpeza devido a maior intensificação de animais no galpão.

Em todos os modelos, o ideal é que se tenha 1 cama por vaca

Terreno: áreas mais altas, orientação Leste-Oeste;


declividade 1-3%
quando cama de areia + flushing: 2,5-3%
Trator de raspagem: 1-1,5%
Scraper: 2%

Estruturas: madeira, metálica ou concreto


Pé direito 4-4,5m
Beiral pode ser mais curto que no compost
Pilar intermediário:
na pista de alimentação/ cochos → cuidado para não propiciar local de acumulo de restos comida
nas camas
declividade telhado 20-50%
Lanternim (permite passagem de ar): 5cm a cada 3m de telhado
Aberto x aberto com capote (mais recomendado, não entra chuva) x transpassado (permite
passagem de água também).

Corredor de alimentação: 4-4,5m


Corredor externo: 3-3,5m
Corredor transversal (onde animais transitam de um lado para o outro): 3-3,5m; altura 15-20 cm. A cada
20 camas fazer 1 corredor transversal (evita a preferência de camas próximo ao alimento)

Design de camas
Camas: medir altura e largura das vacas
Tubo mais baixo da contenção das camas: 15-30cm
Barra de pescoço: 1,2-1,25m altura
Distancia do beiral da cama até a barra de pescoço: 1,68-1,72m
Do centro até a mureta: 2,60m
Altura da mureta: 15-20 cm
Tipos de cama: casca de café, palha, feno, serragem, areia (é o mais confortável)

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Aline Bervian
Zootecnia de Bovinos

Pista de trato
Cocho (revestido de lajota): 0,9-1m
Sem muretas pra conter o alimento, para que se possa empurrar ó alimento pra dentro e estimular
o consumo
Largura dos corredores: 3,5m

Bebedouros
Na saída da ordenha
10cm lineares/ vaca, a 70-80 cm altura
Quanto mais próximo da pista de alimentação melhor
Largura 40-45 cm x profundidade 25cm

CUSTOS
Free stall: R$ 4.278,00/ vaca manutenção mensal: R$ 8.050,00
Compost: R$ 4.224,00/ vaca manutenção mensal: R$ 15.232,00 (disponibilidade de camas)

GALPÕES DE VENTILAÇÃO CRUZADA E VENTILAÇÃO TIPO TÚNEL

Painéis de celulose, exaustores, defletores (1,80m do chão), iluminação.


Problema: dias de chuva a capacidade de resfriamento cai 20%
Cuidados com iluminação (lactação 200 luxes/16h; secas 200lux/ 8h ou 100/16)

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Aline Bervian
Zootecnia de Bovinos

FIM!

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Aline Bervian

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