Você está na página 1de 63

ASPECTOS GERAIS DA PRODUÇÃO

DE BOVINOS DE CORTE
Prof. Giovani Fiorentini
HISTÓRICO
→ Introdução do gado bovino no Brasil em 1534 por Martin Afonso de Souza que se destacou
pela prosperidade nas Capitanias do Sul.
→ Primeiras raças introduzidas foram espanholas e portuguesas.
• Minhota; • Alantejana;
• Caracu; • Arouquesa;
• Mirandesa; • Franqueiro;
• Mocho Nacional; • Transtargana.
• Curraleira;
→ Introdução começou no Nordeste(chegada dos portugueses) e Sul(missões jesuíticas na
Argentina) e depois chegou ao Centro-Oeste pelo movimento Bandeirante.

Fases de Introdução de Bovinos no Brasil


1) Colonial – animais sem nenhuma especialização de função
• Serviam tanto para leite, quanto para corte, mas principalmente para couro
2) Antiga – tentativa de seleções funcionais para aptidões, principalmente leite na região
sudeste.
3) Contemporânea – Surgimento dos primeiros processos capazes de conservar carne 
interesse pelo tipo de corte e aumento de produtividade  Importação de raças
especializadas da Inglaterra, Europa e gado zebuíno indiano.

Evolução de Produção:
→ Combinação entre dois fatores: Brachiária e Nelore.
1) Ciclo das Brachiarias
→ Graminea muito cultivada e utilizada no Centro-Oeste  se desenvolveu muito bem 
animais se alimentaram bem  engorda.
2) Ascensão de Gado Nelore.
→ Raça se adaptou muito bem no Centro-Oeste, aumentando a produção.

Produção
→ Década de 20 até a 1ª Guerra Mundial;
→ Chegada de grandes frigoríficos estrangeiros;
→ Boom da pecuária (entre décadas de 40 e 70) – rebanho dobrou;

1
• Produção de alimentos para pessoas da cidade
→ Década de 70 – 3º maior rebanho do mundo;
→ Atualmente
• Maior rebanho comercial do mundo (criação de animais para abate)
• Maior exportador de carne bovina do mundo.
o 20% do que é produzido é exportado – principalmente carne in natura
o 80% é comercializado para o mercado interno
• Consumo brasileiro: 35kg/pessoa/ano
• 10% dos animais abatidos são terminados em confinamento (silagem, cana picada
e ração a base de milho, farelo de soja ou algodão)
o 30% volumoso e 70% concentrado energético ou proteico
→ Principais compradores de carne brasileira – Hong Kong, China, União Europeia, Rússia
→ Idade média de abate no Brasil – 4 anos e meio
• Nutrição deficiente – boi sanfona

Políticas
→ 1996 – Grande salto do mercado internacional
→ Aplicação da Portaria 304 (MAPA).

Importância
→ Atualmente - 220 milhões de cabeças de bovinos no Brasil
• 75% - bovinos de corte
• 80% desse rebanho tem sangue zebuíno – por questões de adaptação (calor e
parasitas)
o O que mais se tem – cruzamento industrial (F1)
 Sudeste, Centro-oeste – Fêmeas nelore x touro angus – grande parte
dos animais abatidos no Brasil.
→ Pecuária corresponde a 31% do PIB do agronegócio brasileiro;
→ Pecuária de corte movimentou cerca de 523,25 bilhões de reais em 2017;
→ Em 2017 gerou 353 725 empregos;
→ Corresponde a 26% do trabalho rural.
→ Taxa de desfrute = 20%
• Taxa de desfrute = taxa de abate
• Nos EUA a taxa é de 40% porque eles abatem animais mais jovens (2 anos) – criação
mais intensiva

ATENÇÃO: ORDEM DE DEPOSIÇÃO DE GORDURA


Intermuscular  subcutânea  intramuscular

2
**TEC = Tonelada equivalente de Carcaça – Medida de padronização da pesagem da carne in
natura industrial .
**Ordem de terminação por sexo:
Fêmea  macho castrado  macho inteiro
• Macho inteiro é muito vendido pro Oriente/Turquia  não gostam de gordura.

Evolução da produção
→ Bem-estar animal
→ Ética e respeito ao contrato (principalmente produtor-frigorifico)
→ Superar as barreiras de exportação
→ Boi Verde
→ Investimento em tecnologia

CADEIA PRODUTIVA E SISTEMAS


DE PRODUÇÃO
Prof. Giovani Fiorentini
CONTEXTO DO AGRONEGÓCIO
→ Transformações socioeconômicas no mundo.
• Países em desenvolvimento estão comendo cada vez mais proteína animal
→ Urbanização e mudança na demanda (consumidor)
→ Mudança na produção.
• Aumento de preço das commodities agrícolas estimula a produção de novas áreas
→ Depois de forte alta nos preços, tendência de queda ou acomodação.
• Solução: agregar valor ao produto e reduzir custos.
Exemplo: Ao invés de exportar rações, exportar carnes para a China.
→ Quem entender melhor o consumidor terá mais condições de sucesso.

Produtos que eram importados até 1970


→ Arroz – Ásia → Leite – Europa
→ Feijão – México → Carne – Argentina
→ Trigo – Canadá e Argentina
**A base da alimentação brasileira era importada
• Solução – Inovação agropecuária

Brasil – Diversidade e Desafios


→ Até anos 60 – Brasil enfrentava forte problema de segurança alimentar.

3
Inovação agropecuária Brasileira
→ Embrapas espalhadas pelo Brasil – centros de pesquisa
→ Brasil – um dos maiores exportadores de alimentos do mundo.

MERCADO
Conceitos importantes:
→ Carne: Todo e qualquer tecido animal in natura, processado ou elaborado, principalmente
muscular propício ao consumo humano
→ Commodity: Produto básico, homogêneo, ideal ao consumo, pouco industrializado.
Produzido e negociado por diversas empresas. Qualidade quase uniforme.
Exemplo: soja, milho, petróleo, boi gordo, minérios
→ Produtos in natura: Alimento de origem animal ou vegetal comercializado em seu estado
natural
→ Produtos industrializados: Aqueles que passam por algum tipo de processamento e
possuem maior prazo de validade.
→ Mercado futuro: Mecanismo de proteção para produtores e compradores das oscilações
de preços (impacto das commodities).
**Contratos futuros de compra e venda negociados com base na expectativa do futuro.

CADEIA DE PRODUÇÃO

→ Cadeia produtiva tem uma divisão sistêmica


Insumos
→ Genetica, mão de obra, ração, vacina, acesso a tecnologia

Fases da Produção
→ Cria – produção de terneiro (touro + fêmea)
• Terneiro vai ficar de 6 a 7 meses mamando na vaca depois vai para recria

4
• Desmame por voltar de 120kg
→ Recria – Terneiro vai se desenvolver
• Geralmente é a fase mais longa da produção
• Permanece nessa fase até 380/400kg e vai para terminação
o É quando o animal atinge todo o crescimento muscular e começa a deposição
de gordura.
→ Terminação – Engorda do animal para abate

Processamento do frigorífico
→ Abate e inspeção sanitária
→ Desossa
→ Separação dos quartos
→ Toalete

Distribuição
→ Feita por frigoríficos que vendem para outros países
→ Supermercados, açougues vendam para o consumidor interno

Consumidor final
→ Renda de 10 a 15 SM – cortes nobres, carne de primeira
→ Renda de 5 a 10 SM – carne industrializada, menos nobres
→ Renda de até 5 SM – carne de segunda
**Antigamente o consumidor prezava pelo preço – comprava o mais barato
**Novo consumidor – o que influencia é a segurança, qualidade, variedade de corte,
sustentabilidade...

Interesses do Produtor
→ Preços satisfatórios
→ Giro de capital
→ Bonificações
→ Transparências

Interesse do Frigorífico
→ O que é SISBOV?

5
• Normativa do MAPA (2006) – objetivo de padronizar a produção de carne bovina
com garantia de qualidade  todos os animais deveriam ter rastreabilidade
o Carnes teriam o selo – acesso ao sistema daria informação à genética, sexo,
idade de abate, etc...
• Sistema de identificação e certificação de bovinos e bubalinos.
o Não funcionou muito bem, apenas em algumas propriedades
*O estado de Goiás possui maior número de propriedade com rastreabilidade, seguido de
MT e MS, depois RS.
*MT possui a maior quantidade animais abatidos rastreados, seguido de GO, MS, SP e RS.
*Carnes certificadas de exportação têm controle e rastreabilidade bem maior

→ Pagamento por qualidade – Brasil:


• Restrita a grandes grupos de pecuaristas (quantidade e regularidade de oferta)
• Cada frigorífico tem seu critério – rendimento de carcaça, acabamento de gordura...
• Premiação máxima – 6 a 10 % do valor da @.

IMPORTANTE: Mato Grosso do Sul – 3 iniciativas visando a melhora no processo produtivo,


com identificação de gargalos/problemas e posterior propostas de soluções:
1. Pacto do Sinal Verde para qualidade de carne.
• Verde – desejável
o Maturidade – 0 a 6 dentes.
o Gordura de acabamento – 3 a 10mm
o Peso – 16 a 22@
 JBS – animais verde – cada @ teria bonificação de 12 reais
• Amarelo – aceitável
o Maturidade – até 8 dentes
o Gordura de acabamento – 2,5mm
o Peso – 16 a 26@
• Vermelho – indesejável – era a maioria dos animais abatidos antes do Pacto
o Idade avançada – mais que 8 dentes
o Acabamento de gordura – mínimo de 1 mm
o Peso abaixo de 16@ ou acima de 26@
 JBS – penalização de 3 reais por @
2. Reformulação do programa Novilho Precoce do estado do MS – Melhoramento
genético do Nelore para conseguir precocidade.
3. Criação do Centro de Inteligência da Carne Bovina (CISCARNE) – Disponibilizar
informações aos agentes da cadeia produtiva de carne bovina.
• Dados sobre insumos usados na atividade pecuária, rebanhos por regiões,
índices zootécnicos da atividade e variações das exportações de carne.

6
*Gasta-se mais energia para depositar 1 kg de gordura do que 1kg de musculo
(principalmente porque gordura tem menos água)

Desafios
→ Ociosidade das plantas frigoríficas.
• Excesso de plantas – muitas ficam inativas.
• Concentrações em algumas regiões – as plantas acabam ficando distantes das
propriedade  afeta o pré-abate - jejum
• Capacidade de abate maior que oferta de animais.
→ Problema de estruturas.
→ Consumidor
• Renda
• Carne mais consumida: de primeira e moída.
• Desconfiança com o produto final (Manuseio).
• Expansão de carne à vácuo.
• Gordura aparente não desejada – amarela.
o Consumidores de modo geral não gostam de gordura amarela
→ Desafios Sanitários
• Febre aftosa.
o Santa Catarina – Zona livre sem vacinação.
o Norte do Brasil – Zona não livre.
• Encefalopatia Espongiforme Bovina (BSE) – Doença da Vaca Louca.
• Até 50% de abates clandestinos no Brasil
→ Sustentabilidade
• Eliminar qualquer relação entre produção de carne e floresta amazônica.
o Desvincular a ideia de desmatamento a produção de carne
• Bem-estar animal.
→ Mercado
• Acesso aos mercados da América do Norte e Ásia – mercados que remuneram
muito bem, principalmente Japão, coreia, EUA e UE (muito fechados) e que exigem
rastreabilidade.
• Expansão vertical (produtividade) e horizontal (terras).
• Subsídios
• Barreiras tarifárias

Perspectivas e Projeções
→ Rebanho – 221 milhões.
→ Médio prazo – valor em alta para todas as carnes.
→ Inflação campo > cidade.

7
→ Crise atual no país.
→ Operação carne fraca.
→ Pagamos 20 a 30% mais pela carne, enquanto o produtor paga 67 a 85% a mais no milho
e suplementos minerais.
→ Financiamento de frigoríficos para fornecedores (Similar a Sistema Integrado de Suínos)

Incertezas
→ Recessão mundial.
→ Mudança Climática
• Austrália – principal concorrente de exportação – problema com chuvas  Brasil
tende a exportar mais em 2019
→ Aumento do protecionismo nos países importadores (barreiras não tarifárias).

SISTEMAS DE PRODUÇÃO
PECUÁRIOS
Prof. Giovani Fiorentini

→ Modelos:
• Intensivo
• Semi-intensivo
• Extensivo ATENÇÃO: Os tipos de modelos e fases da produção serão
→ Fases: cobrados em prova (o que acontece, as diferenças e etc).
• Cria
• Recria
• Engorda/terminação

FASES
Cria
→ Rebanho em reprodução e terneiros mamando/se desenvolvendo até o desmame (7 a 8
meses)
• Vacas primíparas e multíparas, touros e terneiros mamando
→ O rebanho deve apresentar estações bem definidas para acasalamento, parição e
desmame.
→ Segmento mais importante da vida do animal, pois o bezerro consegue em sete meses
atingir cerca de 25 a 50% de seu peso final de abate.

8
Importante – recria fase mais longa do processo produtivo e o que vai definir o sucesso ou
fracasso do sistema  presença apenas de bezerros e bezerras recriando (desmamados).

→ Bovinos jovens apresentam melhor conversão alimentar, o que reflete positivamente na


rentabilidade das operações que envolvem cria e recria de machos e fêmeas
• Esquemas de suplementação devem ser prioritariamente utilizados nos períodos
pré e pós-desmame, onde machos e fêmeas apresentam grande potencial de ganho
de peso e melhor conversão alimentar.

Recria de fêmeas
→ Categorias
• Bezerras desmamadas e as novilhas jovens (1 a 2 anos) são vendidas para reprodução
• Novilhas de 2 a 3 anos que não serviram para reprodução
ABATE
• Vacas de descarte
→ Bezerras desmamados até atingirem a maturidade sexual e de crescimento muscular.
→ Fase de produção de maior custo – principalmente na época de seca/inverno

Recria de Machos
→ Maior parte da vida animal.
→ Touros que não foram selecionados para reprodução
→ Animais castrados
→ Maiores custos
→ Seca/inverno
→ Atraso de desenvolvimento
→ Define quando o animal será abatido.

Terminação
→ Animal deve atingir o peso e acabamento de carcaça adequados, agregando valor a todo
o trabalho desenvolvido na cria e recria.
→ Crescimento já não é tão eficiente
• à medida que o animal se aproxima de seu peso maduro o ganho de peso e a
eficiência alimentar diminuem.
o Maior deposição de tecido adiposo no corpo do animal (acabamento da
carcaça)  Maior exigência de energia para ganho de peso  conversão
alimentar menos eficiente;
→ Boi magro – entre 10 e 12@.
→ Boi terminado – entre 15 e 17@.
→ Fase de produção que evolve mais custos (mais gasto com nutrição, por exemplo)
→ Venda para frigoríficos e açougues.

9
→ Extensivo
• Abate acima de 30 meses
→ Semi-intensivo
• Abate entre 18 a 24 meses
→ Intensivo – confinamento.
• Novilho precoce – 24 meses
• Super precose – 14 meses

SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE


Conjunto de técnicas e práticas de manejo, bem como tipo de animal, proposito da
criação, raça ou grupamento genético, ecossistema em que a atividade é exercida.
Considera-se, ainda, ao se definir um sistema de produção, os aspectos sociais,
econômicos e culturais.

→ Quantos existem?
• Subsistema tradicional (extensivo)
• Subsistema intensificado (semi-intensivo ou intensivo).
→ Qual o melhor sistema?
• Depende do objetivo. É necessário responder às perguntas:
o Qual raça?
o Qual forrageira?
o Como são as instalações?
o Qual a expectativa/desempenho?
o Qual a perspectiva de preço e comercialização? Gosto do consumidor, etc..

Sistema de Produção Intensivo


→ Confinamento.
→ Novilho – 24 meses.
→ Super precoce – até 15 meses.
→ Propriedades rurais altamente especializadas
(geralmente próximas a grandes centros)
→ Necessidade de planejamento de recursos,
sanitários, produção e reprodução, administração,
etc.
→ Pastos explorados intensivamente, principalmente para rebanho de matrizes, quando
utilizados para fase de engorda, podem estar associados a irrigação e/ou suplementação.
→ Adoção do sistema de confinamento pode ser logo após a desmama
→ Devido ao alto grau de especialização dos animais é característica a alta produção animal
e alta produtividade.

10
→ Emprego de alimentos concentrados e minerais.
→ Manejo geral dos animais é mais detalhado e laborioso
→ Manejo sanitário é mais complexo
→ Custos de produção são mais elevados.
→ Quanto às características genéticas – pode ter base zebuína, mas também pode ocorrer
maior utilização de animais de origem europeia, essa variação é dependente do objetivo
da produção, que geralmente está associada ao mercado consumidor final.
→ Exploração do máximo potencial genético dos animais.
→ Mão-de-obra especializada com necessidade de especialista nas áreas que circundam o
sistema de produção de carne.
→ Surgimento de uma nova modalidade – CONFINAMENTO EXPRESSO
• Animais ficam em pastagem recebendo suplementação de 2%PV
Exemplo: animal de 400kg vai receber 8kg de concentrado

EXEMPLO: JBS – Fazenda Floresta

Sistema de Produção Semi-Intensivo


→ Abate entre 18 e 24 meses
→ Propriedades rurais especializadas, ditas empresas rurais.
→ Podem ou não.
→ Maiores investimentos em terra.
→ Funcionários mais capacitados.
→ Pastagens são exóticas e, às vezes, com manejos apropriados do pastejo e pastagem
• Em alguns casos ILP.
→ Zebu ainda predominante.
→ Não é rara a utilização de raças europeias.
→ Controle de enfermidades e parasitas.

Sistema de Produção Extensivo


→ Criação a pasto.
→ Abate acima de 30 meses
Menor produtividade /área e maior variação no
desempenho.
→ Menor taxa de lotação.
→ Menor investimento em pastagem (pampa,
pantanal e caatinga).
→ 80% de todos os sistemas brasileiro.
→ Exclusivamente pastagens nativas e cultivadas
com sais minerais.

11
→ Utilização maciça de recursos naturais (algumas vezes de forma extrativista).
→ Maioria das propriedades rurais – longe dos centros consumidores.
→ Gado a campo
→ Animais mestiços (azebuados)
→ Sem ou com diminutos planejamentos.
→ Controles de produção e reprodução inadequados ou inexistentes.
→ Instalações inadequadas, muitas vezes somente o curral de manejo.

OBSERVAÇÃO: Sistema extensivo em pastagem nativa.


• Norte/Nordeste/Centro-Oeste/Sul
• Regiões tropicais.
• Capacidade de suporte: 0,1 a 0,3 UA/ha

Curva de crescimento no Sistema de produção animal tradicional.


→ Boi Sanfona
→ Por que isso acontece?
• Diminui a qualidade genética (animais SRD).
• Diminui a qualidade do pasto.
• Estacionalidade na produção de forragens.
• Mineralização deficiente.
• Mão-de-obra não qualificada.
→ Que recomendações zootécnicas poderiam alterar esse quadro?
• Suplementação com animais no período seco/inverno.
• Utilização de programas de melhoramento genético nos rebanhos.
• Treinamento da mão-de-obra.
• Adoção de confinamento.
• Utilização de gramíneas melhoradas.
• Adoção de outras técnicas que melhoram a condição nutricional.

Pecuária Orgânica
→ Mais lucrativa em pastagens nativas (intenso apelo ecológico)
• Pantanal
• Ilha de Marajós
• Pampas gaúchos
→ Mercados dos orgânicos cresce 25% por ano
• Convencional – menos de 1%
→ Consumidores estão dispostos a pagar 20% a mais por um produto que contribui para
preservação ambiental
→ Maiores mercados: Europa, Japão, EUA

12
→ Brasil – em caso de oferta – mercado deve atingir 10% do total de carnes
→ Maiores produtores: Brasil. Austrália, Argentina, Nova Zelândia – países que tem área pra
isso

ATENÇÃO: BOI ORGANICO x BOI VERDE


O “boi verde” - animal advindo de um sistema de criação basicamente em pasto sem
agrotóxico, que pode ser suplementado com alimentos de origem vegetal.
BOI ORGANICO BOI VERDE
Somente adubação orgânica Adubação verde + fertilizantes sintéticos
Proibido uso de ureia Aplicação de ureia permitida
Suplementação exclusivamente com Suplementação exclusivamente com
alimentos de origem vegetal – 80% devem alimentos de origem vegetal, mas
ser orgânicos provenientes de culturas convencionais
Tratamento veterinário restrito a produtos Tratamento veterinário permitido com
fitoterápicos e homeopáticos produtos alopáticos
Proibido uso de fogo para manejar Permitido uso de fogo para manejar
pastagens pastagens
Transferência de embriões proibida Transferência de embriões permitida
Confinamento para animais até 90 dias Confinamento para animais até 90 dias
antes do abate é permitido antes do abate é permitido
Vacinações oficiais obrigatórias Vacinações oficiais obrigatórias

Integração Lavoura Pecuária (ILP)


→ Exploração de atividades agrícolas e pecuárias, de forma integrada, em rotação ou
sucessão, na mesma área e em épocas diferentes
• Aumenta a eficiência no uso dos recursos naturais, com menor impacto sobre o
meio-ambiente - Processos de degradação são controlados por meio de práticas
conservacionistas.
→ Normalmente, a integração Lavoura-Pecuária é implantada em duas circunstâncias:
quando a lavoura é cultivada em áreas de pastagens ou quando a pastagem é introduzida
em áreas de lavoura.
→ Entre os objetivos desse sistema estão:
• recuperar a capacidade produtiva do solo;
• intensificar o uso da terra;
• disponibilizar alternativas de produção para agricultura de baixo carbono;
• contribuir para diminuir o desmatamento e melhorar o nível tecnológico e gerencial
de técnicos, produtores e colaboradores.

Sistema Silvipastoril
→ Envolve: animal, espécie forrageira, espécie arbórea
→ Integra componentes pecuários e florestais.

13
→ Diversificação cultural
→ Sistema interessante do ponto de vista de Bem-estar animal
• Muita árvore/sombra, umidade, etc...
→ Pode ter aumento de rentabilidade, dependendo do tipo de forrageira utilizada

Novilho Super Precoce


→ Animais abatidos de 12 a 14 meses com, no mínimo, 450kg e 4mm de gordura
• Animal mamando e comendo pasto de qualidade ao mesmo tempo
• Recria rápida e terminação em confinamento
→ Sistema de produção: Intensificação
→ Uniformidade de carcaça
→ Importante: Escolha de genética precoce e de boa habilidade materna
• Terneiro deve mamar bastante para crescer em e depois ir direto para terminação
→ 6 meses de cria (terneiro vai ser desmamado com 6 meses)
• Consumo de leite materno + pasto + suplemento  DESMAME COM 200 a 230kg
• Commum utilização de creep feeding
→ Confinamento e terminação na época de seca
→ Quanto mais pesado desmamar este bezerro, menor será seu tempo de abate, reduzindo
seu custo de permanência na propriedade, ou maior será seu valor de venda.
Creep Feeding
→ Utilização de um cocho privativo, dentro de um cercado, ao qual só o bezerro tem acesso.
→ Estando o bezerro, ainda mamando, recebe um reforço alimentar com uma ração
concentrada balanceada.
• O consumo desta ração pode ser controlado mediante fornecimento em conjunto
com o sal mineral.
→ O creep-feeding ajuda a tornar o bezerro menos dependente da mãe, diminuindo o
número de mamadas e minimizando efeitos negativos da mamada na vaca.

MANEJO REPRODUTIVO DE
BOVINOS DE CORTE
Prof. Cássio Cassal
CATEGORIA DE FÊMEAS E SUAS EXIGÊNCIAS
→ No RS, bovinos de corte têm basicamente 3 categorias:
• Primípara
o 1º parto – vaca nova
• Multípara

14
o Mais que um parto - Vaca adulta com terneiro ao pé
o Mais magra de todas as categorias
• Solteira
o Vaca falhada/sem terneiro ao pé
→ Observar terneiros, tamanho e condição corporal das vacas
→ Período de acasalamento – de Novembro a Fevereiro
→ Primípara e multípara têm maior demanda de energia para produção de leite  por isso
possuem menor ECC

Exigências Nutricionais
(VAI CAIR NA PROVA: saber diferenciar as exigências)
1. Multípara
→ Mantença – energia para se manter
→ Lactação – principal exigência nutricional
→ Reprodução – só em último caso
• Precisa sobrar nutriente para isso.
2. Primípara
→ Mais exigência que a vaca adulta por conta do crescimento – a sobra de energia para
reprodução é mais dificil
→ Mantença
→ Crescimento
→ Lactação
→ Reprodução
3. Solteira
→ Mantença
Melhor condição corporal porque tem menos exigências
→ Reprodução
4. Novilhas
→ Vacas jovens, prestes a serem colocadas em acasalamento
→ Mantença
→ Crescimento
→ Reprodução
→ ECC de novilhas pode ser equiparável às solteiras

ATENÇÃO: Vaca mais ineficiente do rebanho?


A solteira, porque falhou uma vez e vai demorar, no mínimo, 2 anos para gerar um terneiro.
Mas falando isoladamente de reprodução, a vaca solteira é a mais bem preparada para a
estação pelo ECC – espera-se 100% de concepção

15
MANEJO DE NOVILHAS
→ Terneiros machos que não foram selecionados para reprodução passarão pela recria e
terminação para abate.
→ Fêmeas – objetivo quase sempre – reprodução (devem chegar a puberdade o mais rápido
possível).
→ Puberdade – transição de imaturidade para maturidade sexual – mudança de
características físicas, gametogênicas e comportamentais, permitindo, assim, um serviço
fértil.
• Físicas – nota-se bastante no macho, quando começa a secretar grande quantidade
de testosterona – modificação de padrão muscular (trem anterior aumenta mais)
• Comportamentais – fácil de detectar na fêmea o comportamento de cio
→ Puberdade – sempre uma relação entre peso e idade
• Peso – depende do ambiente – geralmente 65% peso adulto
• Idade – depende a precocidade
→ Esquema do que acontece com a fêmea até chegar na puberdade:

Sistema de produção A – manejo ineficiente, vazio forrageiro, boi sanfona


Sistema de produção B – bom, pequeno ajuste na alimentação, muito comum
Sistema de Produção C – super precoce, tecnificado, alimentação suplementada

IMPORTANTE:
1. No momento em que o terneiro passa para a recria, é importante definir uma dieta
eficiente para que o animal continue crescendo
2. Sistema precoce, de terneiras que entram em puberdade muito jovens
• Quanto mais jovem emprenhar, maior vai ser a exigência nutricional quanto
primípara – tem que ter estrutura pra isso, pasto de boa qualidade, etc..

16
3. Avaliar a habilidade materna – produção de leite
• Interfere no peso ao desmame (terneiros mais ou menos pesados)
• Principal fator para se ter um bom GMD
o Hereford – péssima habilidade materna
o Angus – boa habilidade materna e precocidade

Fatores que influenciam


→ Raças mais precoces que outras
• Precoces – Hereford/Braford
• Tardias – Charolês
→ Heterose
• Pode reduzir a idade de entrada na puberdade em alguns cruzamentos
→ Nível alimentar/nível de crescimento
• Conduz a novilha mais rapidamente à puberdade
→ Bioestimulação
• Efeito da presença do macho na estimulação/antecipação da puberdade
• Pouco utilizado em bovinos de corte

Recomendações de manejo para novilhas


→ Exame ginecológico (antes do acasalamento)
• 60 a 45 dias antes do acasalamento – palpação retal.
• Determina se a novilha já entrou na puberdade ou está próxima
• meta de 80 a 90% de novilhas ciclando
→ Época de acasalamento – coincidir com época de maior produção forrageira da
propriedade
→ Duração do período de acasalamento - Cerca de 21 dias (1 ciclo) antes das vacas

IMPORTANTE: DISTOCIA (vai cair na prova)


→ 90% das vezes o terneiro morre
→ 50% da vezes a vaca fica com alguma sequela

1. Distocia pela mãe


→ Evitar peso elevado/gordura – redução do canal do parto
→ Evitar condição corporal baixa – falta de força para expelir o terneiro
→ Selecionar mães pela área pélvica
• Pelvímetro – pouco utilizado
→ Avaliação de via fetal
• Via fetal dura – óssea (dilatação)
o Ílio

17
o Ísquio
o Púbis
o Sacro
o Primeiras vértebras coccínenas
• Via fetal mole – contração
o Cérvix
o Vagina
o Vestíbulo vaginal
o Vulva
o Ligamentos sacro-isquiáticos
→ Controle de parto – no mínimo 2 visitas por dia a fêmeas que entraram em trabalho de
parto

2. Distocia pelo terneiro


→ Seleção do pai
• Evitar cruzamentos absurdos, como fêmea angus (pequena) e macho charolês
(grande) – o terneiro vai ser muito grande para a mãe
→ DEP (diferença de peso ao nascer)
• Garante a adequação/escolha de um pai leve
• Ideal que seja negativa – que o peso seja menor que a média

MANEJO DE VACAS
Nutrição
→ Qualidade e quantidade alimento ingerido
• Nunca deixar o campo baixo/rapado
• Evitar vazio forrageiro – trabalhar com pastagens de inverno
→ Melhor forma de avaliação – pesagem, porém muito difícil
• Poucas propriedades possuem balança
• Exige sempre, pelo menos, 2 pesagens em um intervalo de tempo (pra saber o
GMD)
→ Reservas corporais – condição corporal (mais importante)
• Dá uma noção do status do campo, se é suficiente, de boa qualidade...
→ Competição por nutrientes, entre outras funções fisiológicas

Escore de Condição Corporal – ECC


→ Sistema subjetivo para medir quantidade de reservas corporais que os bovinos acumulam
sob forma de gordura
→ Vantagens
• Facilidade de aprendizado

18
• Simplicidade – sem necessidade de equipamentos especiais
• Melhor precisão do que “peso vivo”
o Animais de tamanhos diferentes
• CC reflete atividade ovariana
o Vaca magra – não está ciclando
o Vaca com bom ECC – deve estar ciclando
Lembrar:
**Vaca NÃO tem anestro – deve ciclar o ano inteiro, não tem interferência de fotoperíodo
• Apenas 1 grande problema para vacas de corte – Anestro pós parto
o Muito relacionado ao ECC – se tiver boa, volta a ciclar mais rápido.

→ Escalas adotadas:
• Inglesa (1 a 5) –Entre um escore e outro há uma diferença, aproximadamente, de
40kg de peso vivo

1) Muito raro – caquéticas


2) Osso da coluna e costelas bem visíveis, com pouca cobertura de carne e
fossas da cauda se apresentam bem marcadas. Deve-se tomar alguma
atitude o mais rápido, possível, ou a vaca irá falhar/ter distocia
3) Alguma cobertura de carne na coluna, costelas e quadris, porém com ossos
ainda visíveis. A inserção da cauda ainda apresenta fossas de cada lado.
Possivelmente já estará ciclando, depende do dia da última parição.
4) Boa cobertura muscular na coluna e costelas. Inserção da cauda repleta de
carne e quarto arredondado – Vaca ideal para reprodução.
5) Animal gordo – estrutura óssea coberta de músculos e gordura. Animal
adequado para abate e não para reprodução.

Produção de terneiros
→ Meta = 1 terneiro/vaca/ano
• 100% de natalidade
• Praticamente impossível – sempre tem uma vaca que dá problema
→ Atual realidade do RS – 55% de natalidade
• Produz metade do que deveria
• Determinantes:
o Nutrição deficiente
o Doenças reprodutivas
o Falta de investimentos
 Problema cultural, relutância para adquirir tecnologias
→ Fluxograma de gestação e produção forrageira (campo nativo)
• Outras regiões do brasil são iguais - problema de seca ao invés de inverno

19
→ Deveria-se ajustar época de parição com época de maior produção forrageira
• Problema de ECC ao parto – últimos 3 meses de gestação = inverno  perda de
peso.
• 1/3 final de gestação – terneiro cresce 70% - maior demanda energética.
• Pico de lactação – quase 10L de leite por dia – dobra as exigências energéticas
→ Fator chave = Nutrição

→ A vaca cicla o ano todo


• Quando chega próximo a época do cio, ovário libera estradiol  feedback positivo
 hipotálamo  GNRH  hipófise  LH
• LH – fundamental para que ocorra a
ovulação
• Vaca com baixa ECC – falha na liberação de
estradiol e LH
→ Se faltar LH  vaca não ovula  não entra em cio
 ANESTRO PÓS PARTO (NÃO É FISIOLÓGICO)
• A vaca pare com uma nutrição deficiente e
baixa condição corporal, o que pode causar na
ausência de LH
• Principal fator de infertilidade de vacas pós
parto
**Isso vai continuar acontecendo até que a vaca ganhe
peso e volte a ciclar.

→ Principais causas de anestro – nutrição e amamentação/presença do terneiro.

Ferramentas para melhorar a produção


→ Aumentar a oferta de forrageira
• pastagem de inverno (aveia-azevem)

20
• dificuldade – planejamento e mercado (retorno demora)

→ Nutrição
• Objetivo = ECC > 3 ao parto
o Suplementação
o Utilização de feno
→ Amamentação
• Princípio de manejo – Tirar o terneiro do pé da vaca
o Vaca vê/ouve o terneiro  libera peptídeos opioides endógenos (POE)
 Influencia de forma negativa o hipotálamo  diminui/impede
liberação de LH
 Cada vez que a vaca amamenta, libera mais POE
 Em vacas gordas/saudáveis não tem muita influência  organismo
não percebe problema, porque há energia para lactação e reprodução.
Geralmente são vacas ECC 4 e não precisam de nenhum tipo de
manejo, retornam ao cio naturalmente.
o Problema – baixo desenvolvimento do terneiro (com certeza irão falhar na
primeira concepção).
• Reduzir o efeito da mamada em vacas de médio score
1. Desmame Precoce
→ Separar o bezerro, definitivamente, aos 90-120 dias de vida.
→ Recomendada para períodos de escassez de forragem e tem a finalidade de reduzir o
estresse da amamentação e os requerimentos nutricionais da vaca, permitindo que estas
recuperem seu estado corporal e manifestem o cio.
→ Novilhas de primeira cria - desenvolvimento ainda é incompleto - o desmame precoce
pode ser uma boa opção
→ Para que não afete o desenvolvimento do terneiro:
• desmama de bezerros com peso > 90 kg

21
• desmama em época adequada
• pastos diferenciados para animais desmamados precocemente;
• suplementação com ração concentrada até 5-6 meses de idade;
• uso de "creep-feeding" ou "creep-grazing" na fase pré-desmama.

2. Desmame temporário ou interrompido


→ Técnica de fácil adoção e custo zero
→ Separar o bezerro da vaca por um período de 48 a 72 horas, a partir de 40 dias após o
parto.
→ Restabelecimento do ciclo estral/cio, podendo melhorar a taxa de concepção das vacas
em até 30%.
→ Depende do ECC da fêmea
• Vacas em péssimo ECC não respondem satisfatoriamente à desmama temporária.
(desmama precoce é mais recomendada).
→ Os bezerros podem permanecer na mangueira, por 48 a 72 horas, durante a separação
temporária, com água e forragem (feno, capim fresco ou ração) à vontade, enquanto as
mães pastam e descansam do lado de fora.
• Essa proximidade serve para "acalmar" os animais.
3. Tabuleta
Dispositivo aplicado no focinho do bezerro, durante cerca
de sete dias
• Permite o pastejo e ingestão de água, mas impede
as mamadas
→ Entretanto, sua viabilidade prática para grandes
rebanhos de corte é discutível.
• Mais eficaz quando o terneiro está mais velho

Ordem de partição dos nutrientes na fêmea:


→ Metabolismo basal → Lactação
→ Atividade → Energia adicional de reserva
→ Crescimento e desenvolvimento → Ciclo estral e inicio de gestação
→ Energia básica de reserva → Excesso de energia
→ Gestação
Intervalo entre Parto/Concepção
→ Ano = 365 dias
• 283 dias gestando  Sobram 82 dias para intervalo
→ Máximo = 82 dias
• Primeiros 40 dias = recuperação pós-parto (infertilidade natural pós parto)
o Sobram 42 dias para o período de acasalamento

22
Causas de infertilidade pós-parto – ocorrendo no período de 82 dias
→ Involução uterina – diminuição do tamanho do útero
Normal
→ Ciclos estrais curtos
→ Anestro
→ Infertilidade geral – doenças reprodutivas

Princípio do Manejo Práticas


- Encurtar 15 dias/ano
Diminuir o período de acasalamento
- Sincronização de cio
- Desmame completo (limite de mamada – 2
Diminuir o efeito da mamada x dia)
- Desmame interrompido
Melhora na nutrição de vacas - Monitoramento de CC
Bioestimulação - Rufião, touro/vaca andrógeno
- Touro = DEP
Diminuir distocias
- Vacas = CC

Principios para incrementar a fertilidade de vacas de corte


→ Condição nutricional
• Diferimento de Campo Nativo
• Utilização de fenos
→ Intervenção da mamada
• Desmame temporário
• Desmame interrompido
→ Protocolos hormonais
• Utilização da progesterona para impedir o aumento de LH e crescimento folicular
controlado
o Indução de ciclicidade – se retira a progesterona e causa um pico de LH
**SEMPRE levar em consideração a condição da dieta e os nutrientes disponíveis para o
animal

TIPOS DE ACASALAMENTO
Monta Natural
→ Mais utilizado
→ touro faz detecção de cio  cópula, escolhendo naturalmente o melhor momento.
→ 4% - 1touros para 25 vacas
→ Levar em consideração o número de hectares, a vegetação do local, manejo das vacas.

23
Monta Controlada
→ Menos utilizado
→ O ser humano deve detectar o cio (desafio), e leva a vaca até o touro
→ Desvantajoso, pois quando se detecta o cio geralmente se faz inseminação ao invés de
levar até o touro.

Inseminação Artificial
→ Segundo mais utilizado
→ Com a vaca no cio, ela é inseminada artificialmente pelo homem.
→ Muito utilizada – em comparação a outras espécies
→ Cio fácil de detectar em bovinos, além de protocolos hormonais.
→ Geralmente se faz repasse das vacas que não tiveram sucesso na inseminação

MANEJO NUTRICIONAL DE
BOVINOS DE CORTE
Prof. Giovani
→ Animal precisa comer para depositar músculo e gordura
• Precisa-se de muito mais energia para depositar 1kg de gordura do que 1kg de
músculo.

CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
→ Hipertrofia ≠ Hiperplasia
• Hipertrofia = Aumento de células musculares
• Hiperplasia = Aumento no número de células musculares
→ Processo e desenvolvimento dentro do útero até o nascimento = HIPERPLASIA
→ Depois do nascimento = HIPERTROFIA
→ Principal componente muscular – Fibras
• Massa muscular
o Número de fibras
o Tamanho das fibras
→ Crescimento = Aumento de massa corporal em um determinado espaço de tempo.
• Envolve crescimento ósseo, muscular, visceral e adiposo.
→ Sistema de produção de carne = ênfase no crescimento muscular.
• Gordura – principal determinante de ponto de abate

24
o Mercado e remuneração diferenciada ditam o grau ótimo de gordura na
carcaça.
Classificação de alimentos
→ Volumosos (≥ 25% FDN) - mínimo 15% da dieta com fibra fisicamente efetiva
• Forragens secas – fenos e palhas
• Forragens aquosas
o Silagens
o Forragens verdes
o Raízes
o Tubérculos
→ Concentrados
• Energéticos (-20% proteína) – cereais e subprodutos
• Proteicos (+20% proteína)
o Origem vegetal
o Origem animal
→ Outros – Suplementos vitamínicos, suplementos minerais, aditivos

Lembrar: Primeiro tipo de energia que o animal tem contato – EB (energia bruta)
Energia Digestível – Energia da urina – Energia dos gazes = Energia Metabolizada
Energia Metabolizada – Incremento Calórico (gasto na digestão) = Energia Líquida
Energia Líquida = leite + músculo + reprodução

→ Ingestão de alimento (ruminantes):


• Proteína – gera nitrogênio
o substrato para a microbiota  fermentação
• CHO – monossacarídeo (glicose)
• Lipídios – ácido graxo  hidrólise
→ Dieta (consumo de alimento em 24h)
• Dieta formulada
• Dieta ofertada
• Dieta consumida
→ Deposição de gordura
Gordura interna/visceral  Intermuscular  Subcutânea  Marmoreio (intramuscular)

Principais fatores que afetam crescimento e composição corporal


→ Alimentação pré-parto da vaca
• Afeta crescimento e desenvolvimento pré e pós natal
• Impacto na qualidade da carne

25
IMPORTANTE: Programação fetal
→ Alterações na dieta materna visando alterar características metabólicas e produtivas da
progênie
→ Fase mais importante para hiperplasia – gestação (primeiros 6 meses)
→ Fase mais importante para adipogênese – final da gestação e 15 dias pós parto
→ Suplementação proteica (sal proteinado 0,5kg/dia/animal)
→ Necessidade de controle nutricional durante toda a gestação (sem restrições alimentares)

→ Grupo genético
• Taurinos/Zebuínos
• Precocidade
o Raças de pequeno porte (Angus/Hereford)
o Raças médias
o Raças grandes ou tardias (Charolês)
Exemplo: Nelore a pasto se desenvolve melhor que Angus, por ser tardio e ter baixa
exigência nutricional, enquanto em confinamento o Angus se desenvolve muito
melhor
→ Classe sexual
• Fêmeas  machos castrados  Inteiros
o Região traseira é maior na fêmea
o Região dianteira é maior no macho
→ Idade
• Maturidade fisiológica – aumenta quantidade de gordura, diminui água, proteínas
e cinzas
• Deposição de gordura exige mais energia que músculo (pior conversão alimentar)
– músculo tem 78% de água e gordura tem 10% de água
o Animais mais velhos necessitam mais consumo para boa camada de gordura
ATENÇÃO: Eficiência alimentar é inverso de conversão alimentar
Deposição relacionada com o consumo (deposição/consumo) – quanto maior o número é
melhor  Animais jovens consomem mais e depositam mais

→ Nível nutricional
• Energia para a microbiota – conversão em proteína microbiana (alimento para o
animal)
o Equilíbrio entre energia e proteína
→ Consumo
• Volumoso
o Pasto 1,5-2,5% PV
o Silagem 2,0-2,5% PV

26
o Cana de açúcar 1,8-2,0% PV
o Fenos 2,5-3,0% PV
• Vacas em lactação 3,0-4,0% PV em MST
• Bovinos de corte 2,0-2,5% PV em MST
• Qualidade nutricional do pasto interfere na quantidade de consumo
→ Exigência do animal
• PV
• Categoria
• Estado físico
• Promotores de crescimento
• Fatores ambientas (relevo, clima)
→ Gráfico de conversão alimentar

ENGORDA DE BOVINOS PARA ABATE


Estratégias de manejo para evitar boi-sanfona
→ Suplementação
→ Conservação de pastagem
→ Pastos diferidos
→ Banco de proteínas
→ Manejo de pastagem
• Irrigação (exemplo Centro-oeste)
• Adubação

Suplementação no inverno
→ Sal proteinado + ureia (manter peso)
• Mínimo 0,3% PV
• Máximo 2% PV

27
→ Suplemento proteico (aumentar peso)
→ Ração de semiconfinamento (aumentar peso)
• Ganha muito peso
• Mais caro
OBSERVAÇÃO: Se o animal para de consumir
• Tamanho de fibra (muito grande)
• Quantidade de energia ingerida

Uso de ureia
→ Máximo 30% da proteína diária
→ Problema: Cocho coberto
• Sem evaporação
• Sem mistura com água (intoxicação)
→ Necessário adaptação
→ 45% de nitrogênio
→ Em caso de intoxicação – utilizar ácido acético (vinagre)
• Se liga a amônia livre no sangue

Necessidade individual
→ Animal inteiro – mais proteico
→ Animal castrado – mais energético

Desordem metabólica
→ Acidose ruminal
→ Timpanismo
→ Laminite

Cuidados
→ Lote homogêneo
→ Cocho adequado
→ Adaptação ao manejo

28
RAÇAS LEITEIRAS
Msc. Andressa Miranda
→ Bos taurus taurus - gado taurino de origem europeia:
• Holandês • Normando
• Jersey • Simental
• Pardo Suíço
→ Bos taurus indicus - gado zebuíno de origem asiática:
• Gir Leiteiro
• Guzerá
RAÇA HOLANDESA
→ Origem – não há um acordo sobre a origem desta raça, possivelmente:
• Holanda • Alemanha
• Frísia • Grécia
→ Segundo dados históricos a raça chegou ao Brasil entre 1530 – 1535
→ Peso ao Nascer: 38 – 40 Kg
→ Peso Adulto:
• Fêmea: 500 – 700 Kg
• Touros: 900 – 1.000 Kg
→ Altura:
• Fêmea: 1,30 – 1,40 m
• Touros: 1,40 – 1,45 m.
→ Pelagem branca e preta ou vermelha e branca;
→ Ventre e vassoura branca;
→ Barbela e umbigueira pouco pronunciada;
→ Cabeça bem moldada e sub-concava;
→ Focinho amplo com narinas bem abertas e coloração negra;
→ Olhos salientes;
→ Pescoço longo;
→ Peito profundo;
→ Costelas arqueadas com abdômen desenvolvido e de grande capacidade.
→ Garupa comprida e larga, largura entre a ponta das nádegas é ligeiramente inferior à
distância entre os jarretes, cedendo lugar para o úbere
→ Ossatura é bastante forte
→ Pernas com ossatura limpa
→ Desenvolvimento dos tetos dianteiros
→ Pele fina e pregueada
→ Pêlos finos e macios

29
Vantagens
→ Alta produção leiteira → Persistência na lactação
→ Adaptação a região → Rebanhos grandes
→ Habilidade materna → Muitas organizações (produtores)
→ Gado dócil → Genética avançada

Desvantagens
→ Predisposição mastite → Desvalorização dos machos (demora
→ Predisposição ectoparasitas fazer acabamento de gordura)
→ Predisposição a úbere caído → Problemas de casco
→ Adaptabilidade ao calor.

JERSEY
→ Origem: Os primeiros animais Jersey introduzidos no Brasil foram adquiridos por Joaquim
Francisco de Assis Brasil, grande pecuarista e embaixador plenipotenciário em Lisboa, no
ano de 1895 do rebanho Windsor, da Rainha Vitória, Inglaterra
→ Peso ao Nascer: 22 –26 kg
→ Peso Adulto
• Vacas: 320 – 450 Kg
• Touros: 600 – 700 Kg
→ Altura: 115 a 120 cm nas vacas
→ Idade à Cobertura: 13- 17 meses
→ Pelagem amarela fosca e pode ir do cinzento ao pardo escuro até quase negro;
→ Focinho possui um anel de pelos claros, apresentando manchas escuras na face e nas
extremidades do corpo;
→ Focinho e língua são pretos ou cor de chumbo;
→ Pele é fina e amarela, pelos curtos e brilhantes;
→ Cabeça delicada, curta e côncava.
→ Orelhas são médias e finas;
→ Olhos são grandes e pouco proeminentes;
→ Corpo tipicamente leiteiro;
→ Úbere bem irrigado, volumoso, com tetas pequenas e espaçadas;
→ Membros delicados e ossatura fina.

Vantagens
→ Rusticidade; → Ótima conversão alimentar;
→ Elevada qualidade de leite (alto teor de → Mantegueira;
gordura e alto teor de proteína) → Elevada tolerância ao calor
→ Precoce novilha leiteira;

30
GIR LEITEIRO
→ Raça zebuína.
• Originária da Índia, das regiões de Gir na Península de Kathiawar.
• Juntamente com as raças do tipo Misore, ao sul, e as raças das regiões
montanhosas, ao norte, é considerada de criação mais antiga.
→ Os primeiros exemplares da raça Gir, provavelmente, devem ter sido introduzidos no
Brasil por volta de 1906, em uma das importações efetuadas por Teófilo Godoy.
→ Na década de 30, alguns criadores identificaram em diferentes plantéis, exemplares Gir
que se destacavam por sua capacidade leiteira. O Gir Leiteiro é resultado da seleção
efetuada por entidades e por criadores particulares nos estados de São Paulo, Minas
Gerais e Rio de Janeiro, que fundamentaram seu trabalho dando ênfase na seleção para
leite.
→ Perfil convexo e ultra-convexo;
→ Testa proeminente;
→ Chifres laterais e normalmente retorcidos;
→ Barbela desenvolvida;
→ Pelagens - pêlos brancos, vermelhos, amarelos e
pretos em combinações variadas.

GIROLANDO
→ Origem: Brasil (reconhecida 1996 MA);
→ Década de 40;
→ Raça sintética:
• Cruzamento do Gir com o Holandês:
o 5/8 Hol + 3/8 Gir
o As duas raças se complementam pela rusticidade e produtividade
→ Alta produtividade e eficiência reprodutiva;
→ Dupla aptidão.
→ Peso ao Nascer: 35 kg
→ Peso Adulto
• Fêmea: 400 a 600 kg
• Macho: 700 a 900 kg
→ Altura
• Fêmea: 1,30 a 1,40m
• Touro: 1,40 a 1,50m
→ Produção leiteira
• 3.600 a 9.000 kg • 4% de gordura • 210 dias
por lactação lactação
→ Pelagem: Preto e branco e marrom mesclado

31
Vantagens
→ Ótima adaptação ao clima; → Ótima fertilidade;
→ Capacidade de auto-regulação do calor → Precocidade
corporal; → Não tem problemas de parto;
→ Aprumos e pés fortes; → Alta resistência a ectoparasitas;
→ Longevidade; → Terminação dos machos
→ Raça mais utilizada como receptora de
embrião.

Desvantagens
→ Período curto de lactação;
→ Dificuldade de descer o leite quando não há o bezerro ao pé;
→ Pouco dócil;
→ Algumas vacas têm dificuldades na ordenha (tetos duros)

32
GUZERÁ
→ Origem: norte da Índia;
→ Características raciais:
• Pelagem variando do cinza claro ao cinza escuro
• Chifres em forma de lira
• Pêlos curtos
• Pele escura.
→ Região Nordeste do país, raças de extrema rusticidade
→ Dupla aptidão
→ Animais adultos chegam a atingir
→ 1.300 kg e 950 kg (machos e fêmeas respectivamente);
→ Produção leiteira de 4.500 kg na lactação

PARDO SUÍÇO
O Pardo Suíço foi introduzido no Brasil em 1905, com a importação do touro ‘Kuno’ pelo
visconde de Ribeiro Magalhães (1840-1926), de Bagé (RS). Na mesma década houve outras
importações também para o Rio Grande do Sul.
O Pardo Suíço pode ser a raça mais antiga da Suíça, a raça de boi europeu mais antiga do
mundo. 'Braunvieh’ é o nome da raça em alemão e significa ‘Gado Pardo’.
→ Peso ao Nascer: 26 – 30 Kg
→ Adulto
• 597 Kg nas fêmeas
• 930Kg nos machos
→ Altura
• Fêmeas: 1,30 – 1,40 m
• Touros: 1,40 – 1,50 m
→ Produção Leiteira: 3 642 a 9 000 Kg com 3,88 % GB
→ Características raciais
• Pelagem parda clara, cinzenta, escura;
• Partes internas dos membros e das orelhas mais claras;
• Língua e o focinho são azulados, quase pretos;
• Cascos pretos;
• Chifres brancos com as pontas pretas;
• Cabeça grande, perfil direito, com a fronte larga entre os olhos e estreita entre os
chifres.
• Orelhas grandes e atentas e focinho largo;
• Pescoço bem musculoso e barbela;
• Garupa larga, longa e regularmente cheia;
• Cauda grossa e curta;

33
• Tetas de tamanho médio.

Vantagens
→ Rusticidade; → Maior fertilidade;
→ Adaptação ao clima e topografia; → Dupla aptidão;
→ Puberdade precoce das novilhas; → Carne de boa qualidade;
→ Longevidade e docilidade;
SIMENTAL
A raça Simental tem origem na Suíça, na montanhosa região do vale do rio Simen, de onde é
derivado o seu nome.
Os primeiros animais da raça Simental chegaram ao Brasil em 1904, importados pela
Secretaria de Estado da Agricultura de São Paulo, com o objetivo de intensificar o fomento à
Pecuária.
→ Peso ao nascer
• Fêmeas 42 kg
• Machos 50 kg
→ Peso adulto
• Vacas - 750 kg
• Touros - 1050 kg.
→ Altura
• Fêmeas - 1,35 a 1,40 m
• Touros - 1,40 a 1,50 m
→ Caracteristicas:
• Pelagem castanha amarelada ou vermelhada, com manchas brancas;
• Couro é um pouco grosso, porém macio e elástico;
• Mucosa rosada tanto nas pálpebras como no focinho;
• Cascos amarelados, pigmentação preta é indesejável;
• Cabeça média, perfil convexo, larga;
• Orelhas são médias;
• Corpo grande, robusto e pesado;
• Garupa é bem desenvolvido;
• Úbere quadrado, glanduloso, tetas médias e separadas;
• Veias mamárias grossas, compridas e sinuosas.

Vantagens Desvantagens
→ Docilidade; → Maior preço do sêmem;
→ Rusticidade; → Animal muito grande;
→ Dupla aptidão; → Menor produção de leite ( 3.050 Kg
→ Ótimo desempenho; /lactação);
→ Excelente comercialização; → Persistência na lactação por 8 meses.
→ Bom acabamento de carcaça;

34
NORMANDO
→ Década de 20;
→ Produção de carne e de leite;
→ Alto teor de gordura para produção de queijos finos (camembert);
• Produção média: + 4.500 kg leite/lactação, com 4% gordura;
→ Riqueza do leite em proteínas;
→ Apresenta uma originalidade genética a respeito das características tecnológicas do leite
que são:
• equilíbrio fosfocalcitíco;
• menor diâmetro das partículas de caseínas;
• frequência das variantes favoráveis das caseínas.
→ Características:
• Coloração de 3 cores:
o vermelho ou ruivo
o castanho escuro
o pardo e o branco;
• Orelhas com pelagem escura, mas separadas na inserção com a cabeça por pelagem
branca;
• Linha dorso-lombar plana, larga e musculosa;
• Óculos ao redor dos olhos;
• Estrutura e conformação de úbere são equilibradas permitindo uma fácil ordenha
mecânica.
• Criação extensiva de manejo;
• Sobressai em musculosidade;
• % gordura e % proteina no leite;
• Facilidade de manejo;
• GPD;
• Facilidade de parto;
• Precocidade sexual.

GLÂNDULA MAMÁRIA E
PRODUÇÃO DE LEITE
→ A glândula mamária - evolução das glândulas da pele, provavelmente das sudoríparas.
• Desenvolvimento maior durante a puberdade do animal  somente começa a
produzir leite com a presença da gestação
o Ação de diversos hormônios, entre eles, a progesterona.
• Tipo secretório holomerócrino ou apócrino
→ O úbere é composto por quatro quartos/tetos

35
• Posteriores são um pouco maiores que os anteriores - produzem 20% - 30% mais
leite.
→ Entre os quartos, existem:
1. Uma fina camada de tecido conjuntivo separando-os.
• Essas camadas de tecido conjuntivo podem delimitar as inflamações localizadas
o As inflamações podem ficar restritas a apenas um quarto mamário.
2. O ligamento suspensório medial
• Principal sustentação do úbere
• Formado por tecido conjuntivo elástico disposto no plano sagital mediano,
dividindo o úbere em porções direita e esquerda.
3. Ligamentos suspensórios laterais direito e esquerdo.
• Tiras fibrosas que originam lamelas que penetram na glândula por suas duas
porções laterais; unidos ao tendão subpélvico.
• Esses ligamentos vão se relaxando gradativamente com o avançar da idade e das
lactações.
4. Fáscia superficial
• Tecido conjuntivo difuso que reveste as glândulas mamária.

→ O úbere possui uma rica irrigação sanguínea, o que vai ajudar na disseminação de
medicamentos, como antibióticos.
→ A principal artéria para úbere da fêmea bovina = Artéria pudenda externa.
→ O sistema venoso forma um plexo na base abdominal do úbere.
• A anastomose da Veia epigástrica superficial caudal com a Veia epigástrica
superficial cranial, a denominada veia do leite, aumenta seu diâmetro durante a
primeira lactação.
o Dessa forma, as valvas, nessas veias, permitem que o fluxo venoso seja
realizado nas duas direções.
→ Inervação - Os nervos que inervam as várias estruturas do úbere são mistos quanto à
origem:
• Da medula espinal (aferentes)
• Do sistema simpático (eferentes).
o Sistema simpático provêm do plexo mesentérico (simpático lombar) e induz
vasoconstrição.

36
CRESCIMENTO MAMÁRIO E FORMAÇÃO DO LEITE
→ O crescimento mamário, sua diferenciação e lactação envolvem os seguintes processos:
• Mamogênese - crescimento e desenvolvimento da glândula mamária
• Lactogênese - células alveolares mamárias adquirem a capacidade de secretar leite
• Galactpoiese - manutenção da secreção de leite e/ou intensificação da lactação
estabelecida.
Mamogênese
→ Inicia-se no desenvolvimento fetal do animal.
• Ao final – formação de um sistema de ductos rodeado por tecido conjuntivo e
adiposo.
→ Durante o crescimento corporal de novilhas (nascimento até o primeiro parto), ocorrem
duas fases distintas de desenvolvimento da glândula:
• Crescimento isométrico
o 1ª fase – nascimento até puberdade - desenvolvimento da glândula
proporcional aos demais tecidos.
• Crescimento alométrico
o 2ª fase – puberdade até época de parto - crescimento da glândula duas a
quatro vezes mais rápido que os demais tecidos corporais.
→ No início do ciclo estral (puberdade) há liberação do hormônio folículo-estimulante (FSH)
e hormônio luteinizante (LH) pela glândula pituitária anterior, devido ao estímulo de
hormônio regulador das gonadotropinas (GnRH) liberado pela glândula hipotalâmica.
• Atividade do FSH sobre o ovário durante a fase folicular:
o Influencia as células da granulosa do ovário converteram androgênios
produzidos pela teca interna do folículo em estrogênios.
• Atividade do LH sobre o ovário, durante a fase luteínica:
o influencia o crescimento de corpos lúteos no ovário, convertendo os
estrogênios em progesterona.
 Ação conjunta de estrogênio e progesterona nessa fase causa a
estimulação das células glandulares (proliferação).
ATENÇÃO: A atividade desses dois hormônios depende do sinergismo dos mesmos com a
somatotropina (STH) e a prolactina (PRL), ambos hormônios da pituitária anterior.
• Esse sinergismo promove alongamento, espessamento e ramificações dos ductos
mamários.
• A diferenciação dos ductos em alvéolos continua com cada ciclo estral posterior.
o O máximo de crescimento de lóbulos e alvéolos nos ciclos estrais somente
ocorre com cerca de 30 a 36 meses de idade.
→ Soma-se aos hormônios anteriormente descritos, a ação dos glicocorticóides.
• A maior parte do crescimento da glândula mamária se dá durante a gestação.

37
Lactogênese e Galactopoiese
→ Total desafio para o metabolismo energético da fêmea.
• Aumento na atividade enzimática mamária e diferenciação das organelas celulares
dos alvéolos por meio de controle endócrino
o Produção de leite em detrimento a outras atividades metabólicas
→ Principais hormônios requeridos para a mantença da lactação:
• Prolactina • Adrenocorticotrópico
• Somatotropina (glicocorticóides)
• Insulina • Tireoestimulante (T3 e T4)
• Paratormônio

Prolactina
→ Hormônio peptídico produzido na hipófise anterior.
→ Fundamental no processo de diferenciação das células da glândula mamaria e controle de
passos bioquimicos envolvidos na síntese do leite.
• Induz o acumulo de RNAm da caseína, estimulando a expressão de genes dessa
proteína e de outros genes.
→ Liberação influenciada também por estímulos sensoriais durante o manejo do teto na
ordenha: estímulos são conduzidos até o hipotálamo
• Síntese de dopamina é bloqueada
o Inibidor de secreção de prolactina
• Estímulo para a produção de peptídeo intestinal vasoativo
o Estimulante para liberação de prolactina).

Hormônio do crescimento (GH) ou somatotropina (ST) ou STH


→ É sintetizado e liberado em resposta ao hormônio regulador do STH, produzido e liberado
pelo hipotálamo.
→ STH é um hormônio hiperglicemiante (aumentando a glicogenólise)
• Favorece um maior aporte de glicose ao tecido mamário, sem reduzir os níveis
basais;
• Faz lipólise e aumenta quantidade de AGCL no leite.
→ Influencia diretamente no equilíbrio entre células alveolares secretoras e células
alveolares mortas
• Ação na mitose celular em tecidos com células somáticas.

Insulina
→ Age em resposta à ingestão de alimento (anabolismo).
• Efeito sobre o metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteína, promovendo a
entrada de glicose dentro de células do organismo
→ Estimula glicogênese e lipogênese, além de desnaturar enzimas que catalisam a
glicogenólise.
→ Aumenta o transporte da maioria dos aminoácidos para o músculo

38
→ Estimula síntese de proteína e inibe catabolismo proteico
→ Induz a síntese de lipase lipoproteica, inibe a lípase intracelular e aumenta esterificação
de ácidos graxos.
→ Ou seja, baixa as concentrações sanguíneas de glicose, ácidos graxos e aminoácidos e
promove a conversão intracelular desses compostos em sua forma de armazenamento.
→ Na espécie bovina, a glândula mamária utiliza glicose, acetato, β-OH-butirato e
triglicerídeos de forma independente a insulina.

Paratormônio (PTH):
→ Produzido pelas células da paratireóide
→ Liberado para manter a homeostasia mineral sérica do organismo.
→ Ação sobre o metabolismo de cálcio nos ossos:
• Atividade aumentada de osteoclastos - gerando lise de matriz extracelular óssea
• Atividade diminuída de osteoblastos - evitando o uso de minerais séricos para
síntese de matriz extracelular óssea
→ Age nos túbulos contorcidos dos rins para aumentar a absorção de cálcio.
• Como efeito secundário no intestino, converte a vitamina D em sua forma ativa
(1,25 diidroxicolecalciferol)  estimula a absorção de cálcio pelos enterócitos.
→ Em virtude do elevado conteúdo de cálcio no leite, a concentração de 1,25
diidroxicolecalciferol é aumentado durante a lactação.

Hormônio adrenocorticotrópico:
→ Essencial para regular a liberação de corticoesteróides (glicocorticóides e
mineralocorticóides) pela córtex da glândula adrenal.
→ Durante a lactogênese, o principal corticoesteróide é o cortisol.
• Cortisol: aumento nos níveis séricos no final da gestação, parto e durante a lactação
é considerado normal
• Mediador de metabolismo intermediário: estimula gliconeogênese hepática
(conversão de aminoácidos em carboidrato) e aumenta os níveis de glicose
sanguínea
• Inibe a captação e metabolismo de glicose principalmente em músculo e células
adiposas
• Aumenta taxa de lipólise.
• Desta forma, disponibiliza mais glicose e ácidos graxos para síntese láctea.
→ A maior concentração de cortisol encontra-se durante a segunda semana de lactação

OBSERVAÇÃO: Não pode-se deixar de relacionar a alta taxa de cortisol sérico durante a
lactação da fêmea ao estresse sofrido por esta durante a ordenha. O estresse crônico
aumenta significativamente o nível plasmático médio de cortisol.

39
Estrutura do úbere
→ O úbere é formado por duas estruturas
• Cisterna da glândula
onde o leite fica armazenado dentro da glândula mamária
• Cisterna do teto
→ O tecido mamário é formado por lóbulos, cuja unidade funcional é o alvéolo.
Os alvéolos possuem células secretoras  unidades funcionais responsáveis pela
produção de leite.
• Essas células recobrem todo o alvéolo sintetizando e excretando os componentes
lácteos.
o Os nutrientes que chegam até os alvéolos mamários pelos capilares
sanguíneos são transformados em componentes que fazem parte do leite.
 A glicose é transformada em lactose
 Os aminoácidos vão compor as caseínas do leite
 Os ácidos graxos vão compor a gordura do leite.

OBSERVAÇÃO: Nem todos os componentes do leite sofrem esse tipo de transformação.


 Imunoglobulinas, vitaminas, sais e albumina, são transportados do
sangue ao leite sem sofrer essas transformações.

Transporte de Nutrientes ao leite


→ As vias de transporte de nutrientes ao leite são diferentes para cada componente.
1. Transporte por exocitose:
→ Componentes são sintetizados no Complexo de Golgi e excretados pela célula secretora
para a luz do alvéolo através de vesículas.
Exemplos: proteínas, água, lactose, oligossacarídeos e sais (fosfato, cálcio e citrato).

2. Transporte via membrana:


→ Os componentes do leite atravessam a membrana da célula secretora.
• Isso requer transportadores específicos, como bombas de sódio e potássio, com
gasto de energia.

40
Exemplos: íons, glicose e aminoácidos.

3. Transporte via transcitose:


→ Componentes atravessam toda a célula secretora.
• Na parte basal da célula acontece a endocitose dos componentes
o Podem sofrer uma maturação nos endossomos, sendo excretados via
exocitose na parte apical da célula.
Exemplos: imunoglobulinas, proteínas séricas, enzimas e hormônios.

4. Transporte via paracelular:


→ Não há a passagem dos componentes pelo interior das células, mas sim, pelos espaços
entre as células.
→ Não há transformações bioquímicas durante o transporte desses componentes.
→ Esse tipo de transporte é fechado durante a lactação e aberto durante a gestação
• Não existe durante a lactação, apenas durante a gestação.
→ Esse transporte também pode ocorrer nos casos de mastite, onde há inflamação e
extravasamento de plasma no espaço intersticial.
Exemplos: leucócitos e plasma. O transporte de caseínas, proteínas séricas, lactose e
sais é constante durante toda a excreção do leite.

5. Transporte via destacamento ou brotamento:


→ Os glóbulos de gordura são sintetizados no retículo endoplasmático liso na parte basal ou
medial da célula.
• Esses glóbulos, à medida que vão sendo formados, se unem e formam um único
glóbulo que vai até a parte apical (superior) da célula.
• Ao chegarem na parte apical da célula, os glóbulos começam a fazer uma pressão,
alcançando a luz alveolar através de um destacamento, também chamado de
brotamento.
→ Quando o úbere está cheio de leite, a pressão na parte apical será tão grande que a
excreção de gordura cessa.
ATENÇÃO: É por isso que a concentração de gordura no início da ordenha (1%) é diferente
da concentração no final da ordenha (11%)  essencial fazer a ordenha completa e misturar
bem o leite total.
→ A secreção do leite é um processo contínuo e está sob controle de um feedback negativo
responsivo à alta pressão intra-alveolar.
• A capacidade de armazenagem de leite determina a velocidade de secreção e a
produtividade da glândula.
o Se o leite não for removido dentro de 16 horas em vacas leiteiras, a síntese
de leite pode ser suprimida.
o A maior parte do leite contido no úbere no momento da ordenha está
localizado dentro dos ductos e dos alvéolos.

41
→ Para facilitar o processo de remoção do leite, as células mioepiteliais rodeiam os alvéolos
e ductos. As células mioepiteliais são particularmente responsivas à oxigenação e se
contraem quando exposta aos hormônios.
→ Todo esse mecanismo é influenciado por hormônios:
• Prolactina (principal) - tem um pico de produção na terceira semana após o parto.
• Ocitocina, que é responsável pela contração dos alvéolos
o Quem controla a “descida” do leite.
 Qualquer estímulo positivo como a presença do bezerro, a voz do
ordenhador, estimula a produção de ocitocina pela vaca.
• Em situação de estresse o animal produz adrenalina
o Impede a contração dos alvéolos.

Ciclo de Lactação
→ Produção de leite tende a aumentar nas primeiras 3 a 4 semanas de lactação e então
começa a declinar lentamente até o final da lactação.
→ Os animais normalmente estarão “secos” após 305 dias de período lactacional.
→ A pressão retrógrada dentro do alvéolo causada pelo leite inibe gradualmente a secreção
do leite pelas células epiteliais alveolares, com resultante regressão das células alveolares
e dos pequenos ductos.
→ O processo denominado involução, requer pelo menos 1 mês, havendo necessidade de
um período mínimo de 6 semanas de intervalo entre uma lactação e outra.
• Dentro de um período de 1 a 2 meses os sistemas secretor (alvéolos) e excretor
(ductos) regridem e são substituídos.
→ Primíparas que não atingem seu pico por falta de aporte nutricional, jamais conseguirão
expressar em 100% seu potencial.
→ Pico de lactação: 3 – 4 lactações
→ Dentro das lactações: pico é 30 a 60 dias

IMPORTANTE: Nutrição - aminoácidos no leite


→ Acetato  gordura
→ Ácido propiônico  sangue  propionato  fígado  glicose  tecidos  leite

CRIAÇÃO DA TERNEIRA E DA
NOVILHA
Prof. Rogério Bermudes
→ Terneiras: colostro até 6 horas.
• Maior absorção intestinal
• Até 12 horas: o abomaso ainda não secreta protease - degrada imunoglobulinas.

42
o Por não estar adequadamente desenvolvido
LEMBRAR: Bovinos NÃO passam imunidade pela placenta.
→ Criação de terneiras se inicia na seleção do touro
• Custo da produção já deve levar em conta sêmen, serviço.
o O que se deseja? Aumento na produção de leite? Aumento na produção de
sólidos?
→ Nutrição da vaca: levar em consideração custos com a manutenção dela, desenvolvimento
do feto e produção de colostro.
→ Importante garantir que o terneiro nasça com bom ECC
• Desmame mais cedo
• Bom manejo pré-parto
→ Procurar introduzir ração aos poucos na alimentação das terneiras
• A partir do 14º dia
• Concentrado estimula o desenvolvimento de papilas ruminais  acelera a absorção.
• Estimula a produção de saliva – tamponante.
→ Deve ser fornecido volumoso para estimular musculatura ruminal  para torná-la
“pançuda”  maior capacidade de consumo  maior produção.
→ Se a vaca não fizer a higienização da terneira
• Veterinário faz - luva, pano limpo, iodo 7% (para secagem do umbigo)
→ Terneiras mamam cerca de 10% do seu peso
• 4L - Holandês
• 3L – Jersey
ATENÇÃO: A qualidade de leite é diferente, então deve-se ter esse cuidado.

→ A quantidade de leite que as terneiras mamam é variável, ainda, de acordo com raça,
clima, temperatura.
• Deve-se adequar a quantidade de acordo com a necessidade da terneira.
• Só vai conseguir aumentar consumo com concentrado depois de 45 dias.
DESMAME
→ O desmame pode ser feito de duas formas:
• Troca brusca: aos 60 dias
o Quando há corte abrupto, o animal vai demorar mais pra ter um bom
consumo de concentrado
• Gradativa: a partir dos 15 dias.
o Substituir aos poucos: água por leite
OBSERVAÇÃO: Ao chegar na propriedade é importante coletar dados como PV ao nascer,
índices de mortalidade, GPD, critérios de desmame...
• Facilita a identificação e solução dos problemas na propriedade para,
posteriormente, apresentar resultados.

43
Metas de Criação de Terneiras e Novilhas

FATOR ESPERADO
% terneiros nascidos mortos ou morte nas Novilhas <8%
primeiras 24h Vacas <6%
Mortalidade nos primeiros 3 meses de vida <5%
Mortalidade entre 3 e 14 meses de vida <2%
Descarte por problemas reprodutivos,
<10%
acidentes, características anormais
H – 680g
GPD
J – 500g
H – 14 a 18m
Idade à cobertura (em meses)
J – 13 a 15m
H – 340 a 385kg
Peso à cobertura (em kg)
J – 250 a 275kg
H – 23 a 25
Idade ao parto (meses)
J – 22 a 24
H – 545 a 590kg
Peso vivo ao parto (em kg)
J – 365 a 385kg
H – 3,5
ECC ao parto
J – 3,5

Exemplo: Terneira nasce com 45 kg e tem que chegar a 90Kg em 60 dias


• Precisa, no mínimo, dobrar o peso de nascimento aos 60 dias.
1ª IA: 340 Kg aos 14 meses
• Precisa ganhar 250 Kg em 12 meses
o GPD = 700 gramas

Vantagens da criação de terneiras


→ 20-30% reposição/ano
• descarte de vacas velhas, com problemas casco, mastite, menos produtivas
o Vacas descarte vende pro frigorifico
o Vacas jovens “sobrando” no rebanho: vende-se como vaca produtiva por 3x
mais que vaca descarte.
→ Economia na reposição
→ Reduzir índices mortalidade

IMPORTANTE: Exemplo com taxa de reposição de 25% - TEORIA É DIFERENTE DE PRÁTICA.


Rebanho de 28 vacas em lactação  reposição 25 %  7 novas vacas (novilhas) em lactação

Esperado com a taxa de 25%

44
Porém.....arredondando pra 30% a taxa de reposição, tem-se 9 nascidos.
• Desses 9 animais  3% mortalidade  8 nascidos.
o 8 nascidos = 4 machos e 4 fêmeas (aleatório)  TEM-SE 4 NOVILHAS, AO
INVÉS DAS 7 ESPERADAS.
Assim...deve-se tentar elevar o índice de reposição para 60%
• 18 animais nascidos  3% mortalidade  14 nascimentos
o 7 fêmeas e 7 machos.

Cuidados com a vaca antes do parto


→ Alimentação adequada para manutenção, desenvolvimento do feto e produção de
colostro e produção de leite
• Colostro - produzido por 3 a 5 dias
o Quantidade e qualidade diminuem de acordo com as mamadas
→ 30 dias antes do parto: colocar em um piquete limpo, próximo da casa.
• Importante garantir abrigo contra chuva e frio, cocho para concentrado, fenil e
bebedouro.
→ Manejo da vaca com cuidado/calma
→ Lavar o posterior da vaca com água e sabão
→ Lavar o úbere com detergente.
→ Material para nascimento das terneiras:
• Panos limpos e secos • Desinfetante
• Tesoura desinfetada • Iodo 5 a 7%
• Balde com água • Cordas limpas
→ Como saber se a terneira nasceu morta ou morreu: cascos tem uma gordurinha que se
desgasta ou arranha quando a terneira caminha
• Se não tiver ranhuras ela não caminhou.
→ Acompanhar o parto e intervir quando for necessário.

Colostro
→ Primeiro produto da glândula mamária
→ A terneira deve mamar cerca de 5 a 10% do PV em até 6 horas
• Primeiros 30 minutos tomar colostro à vontade
o Ou tirar da vaca e fornecer 2L de colostro na mamadeira
 Pode ser do banco de colostro ou da própria mãe
 É melhor, pois se tem certeza que a terneira mamou.
o Passado 1 hora: fornecer mais 1L
→ Não se pode dar colostro demais porque pode dar diarreia  abomaso não suporta
toda a quantidade e o colostro vai pro rúmen
→ Qualidade de transmissão de imunidade passiva colostral depende:
• Fatores ligados a vaca - qualidade do colostro

45
• Fatores ligados a terneira
o Atitude de mamar
o Capacidade de absorção das Igs
• Fatores ligados ao criador - forma de administração do colostro
→ Colostro é uma boa fonte de lactoferrina – proteína ligada ao ferro.
• Limita o crescimento de certos organismos que necessitam de Ferro para seu
crescimento/metabolismo
Exemplo: E. coli

Banco de colostro
→ Se faz na propriedade e se fornece junto com o leite.
• Colostro congelado - descongelar em banho-maria
o Cuidar porque o estresse térmico diminui a qualidade do colostro.
• Silagem de colostro
o Vantagem – não precisa de freezer
• No caso do fornecimento junto com o leite, as terneiras podem ter diarreia, que
no caso vai ser nutricional e não patológica.
→ Como produtor sabe que não é mais colostro: pega uma amostra e ferve  se coalhar
é colostro.
→ Qualidade de colostro: colostrômetro.
• Verde = graduação superior – alta qualidade
• Amarelo = graduação moderada – média qualidade
• Vermelho = graduação inferior – qualidade ruim.
→ Como congelar o colostro?
1. Lavar bem a garrafa
2. Lavar bem o úbere
3. Retirar o colostro
4. Etiquetar recipiente
5. Levar ao freezer

ATENÇÃO – QUESTÃO DE PROVA: Como e porque monitorar colostragem?


→ Necessário avaliar a eficiência da colostragem (em propriedades que estejam com alta
taxa de mortalidade, por exemplo)  refratômetro  mínimo 6 mg/dl.

→ Diferença entre Mecônio e Diarreia:


• Mecônio
o Pastoso, amarelado.
o Primeiras fezes da terneira  colostro é laxativo.
• Diarreia
o Verde
o Líquido

46
o Com ou sem sangue (diferenciar se é sangue vivo ou digerido).
→ Se não souber a diferença de diarreia e mecônio -- vai gastar a toa com antibiótico.

Limpeza do umbigo
→ Umbigo é composto por: 2 artérias, 1 veia e o úraco.
→ Complicações das infecções de umbigo:
• Artérias: pneumonia, artrite, septicemia
• Veia: diarreia, abcessos no fígado, septicemia
• Úraco: infecções nos rins e bexiga

Identificação da terneira
→ Brincagem
• Identificar após nascimento – geralmente nº da terneira e atrás nº mãe.
→ Vantagens:
• Avaliar PV
• Controle sanitário
• Idade/cobertura

Descorna
→ Descornador – ferro quente: recomendado até 2 meses de idade
→ Bastão químico: recomendado até a primeira semana de vida

Retirada de tetas suplementares


→ 15 – 30 dias
→ Identificar a teta suplementar – geralmente é desparelha
→ Desinfetar  pinçar e cortar com tesoura  aplicar cicatrizante

Aleitamento
→ Grandes propriedades têm pasteurizador pro leite que será fornecido as terneiras.
→ Até 12h com vaca
• Depois tira terneira  o aleitamento é feito com balde ou mamadeira.
o Mamadeira - mais próximo do que seria o ato de mamar do ponto de vista
anatômico e fisiológico
 Dificuldade: limpeza da mamadeira.
o Balde: tem que ensinar a tomar leite no balde e possui maior facilidade de
limpeza.
→ Fornecer 3 a 4 L/dia dividido em 2 tomadas
• Preocupar-se com a quantidade de sólidos que a terneira vai tomar  as vezes
adiciona-se leite em pó junto pra aumentar sólidos
• Temperatura do leite: se ficar variando muito pode ser um fator para diarreia.

47
Leite em pó:
→ Qualidade
• Quanto maior a quantidade de lactose, melhor e mais caro
o Menos se consegue diminuir a gordura vegetal a ser fornecida
 Fígado não tem condição ainda pra tanta gordura
→ Solubilidade: copo – homogeneíza – espera um tempo – vê quanto decanta.
→ Quantidade máxima por espécie:
• Holandesa - 6 L por animal
• Jersey – 4 a 5 L por animal

→ A partir do 5º dia de vida – fornecimento de concentrado


• Deve ser aos poucos
• Nunca deixar ficar no cocho muito tempo  saliva molha  fungos
• Nunca ultrapassar 2kg de concentrado.
• Principal objetivo: desenvolvimento de papila ruminal  estimula absorção 
maior produção.

→ Do 10º ao 14º dia começar a fornecer feno


• Objetivo: aumentar capacidade de volume ruminal.
• Desmame aos 60 dias.

→ Leite em pó: 1kg/9 água


• Vantagem:
o Mais barato
o Certeza da quantidade de sólidos.
• Desvantagem:
o Mão de obra
o Aquecer água até 39°C
o Homogeneizar muito bem.

Qualidade do sucedâneo
→ Origem láctea (que tenha muita quantidade de lactose)
→ Quantidade de fibra < 2%
• Importante porque quanto mais cedo começar a ruminar, mais cedo a terneira
vai entrar pra produção
→ Diluição de água morna.
→ Proteína: 18-22% (quanto mais, melhor)
→ Gordura: 10-25%
→ Carboidrato 0,2% de fibra bruta vegetal
→ Vitaminas A, D, E.

48
→ Melhor desempenho da terneira: leite in natura (digestibilidade 95%).
→ Desenvolvimento do processo digestivo  pré ruminante, ruminante em
desenvolvimento e ruminante.

ALIMENTAÇÃO
→ Leite
→ Ração balanceada a partir do 4° a 5° dia (<60 dias):
• Grãos moídos com peneira grossa
• 70% NDT (Nutrientes Digestíveis Totais) e 20% PB
→ Água à vontade e de boa qualidade
→ Feno a partir do 14° dia de vida
→ Silagem só depois de 30-45 dias de vida

Vantagens do desenvolvimento do retículo-rúmen


→ Menor custo da criação
→ Melhor aproveitamento de alimentos fibrosos – mais barato.
→ Simbiose ruminal.

Simbiose ruminal
→ Síntese de proteína microbiana
→ Utilização de NNP (Nitrogênio não proteico)
→ Síntese de AAE (Aminoácidos essenciais)
→ Digestão de fibra
→ Síntese de vitaminas hidrossolúveis e K
→ Detoxificação (soja: fator anti tripsina  rúmen inibe soja).
→ Desvantagens da fermentação: ótima proteína vai ser absorvida pelos microrganismos
ruminais, produção de gás.
Relação dieta x população microbiana

49
→ Transição para ruminante
• Concentrado <20% fibra
• PB +18%
→ Papila mais escura = volumoso
→ Papila mais clara = concentrado
→ Transtornos digestivos:
• acidose, diarreia, timpanismo  menor desenvolvimento, pneumonia, artrose,

→ Instalações: características, conforto, proteção.


• Casinhas coletivas x individuais

Fatores para levar em conta no momento de desmame


→ Peso vivo e estado corporal
• Holandesa: 70 a 100 kg
• Jersey: 50 a 70 kg (dobrar peso de nascimento)
→ Consumo de ração: aproximadamente 700g/3 dias consecutivos
→ Idade: aproximadamente 60-90 dias
→ Custo de alimentação x custo de arraçoamento

Desmame:
→ Métodos de desmame
• Desaleitamento precoce (4-8 semanas):
o Vantagens: diminui consumo leite, diminui mão-de-obra, custo de
alimentação, reduz problemas de saúde.
o Desvantagens: menor GPD, maior exigência de qualidade nutritiva dos
alimentos, maior qualidade quanto as pastagens, maior consumo de
concentrado, maior incidência de mortalidade na criação.
→ Duração de aleitamento
→ Manter as terneiras na ração inicial por alguns dias antes da mudança
→ Fornecer feno de excelente qualidade
→ 2 semanas antes do desmame juntar pequenos grupos de 4-10 animais porte similar
(máximo variação de 45 kg)
→ Para desmamar:
• Saúde impecável
• Peso vivo (80 kg)
• Consumo mínimo diário de 1 a 1,5 kg de concentrado por 3 dias consecutivos
o Evitar dias chuvosos e muito frios.
Para desmame: idade, peso, consumo de ração (3 dias consecutivos comendo 1Kg)

50
MANEJO DA RECRIA
Prof. Rogério Bermudes
→ Recria: tempo desde o desmame até primeiro parto.
→ Objetivo:
• reposição de rebanho
• atingir PV à puberdade e a cobertura o mais cedo possível
• aumentar vida produtiva ao longo da vida
• mortalidade <5% no 1° ano de vida.

ATENÇÃO:
→ VL - vacas em lactação
→ %VL/ VT = ~80-85%
→ VS - vacas secas
→ %VL/rebanho = ~50-55%
→ VT - vacas totais (VS + VS)

rebanho = VL + VS + terneiras + novilhas


Problemas:
→ Idade avançada ao primeiro parto
• Aumento o nº de dias até primeiro parto
• Consequentemente aumenta o número de novilhas
• Diminui potencial de produção de leite.
Consequências:
→ Atrasa melhoramento genético, diminui taxa de descarte das vacas.
→ Taxa de reposição ideal: 25%
Peso Vivo (Kg)
Raças
Puberdade Inseminação
Holandês 270 a 280 340 a 360
Jersey 200 a 220 230 a 250
HxZ 300 a 310 330 a 350

IMPORTANTE - Exemplo: HOLANDES


Objetivo: concepção 15 meses. PD: 70kg, PC: 340kg
GPD?
340 Kg – 70 Kg = 270 kg
(13×30): Desmama aos 60 dias  sobram 13 meses, multiplicados por 30 dias = 930 dias.
270 Kg÷ 930 = 692g
→ Volumoso de excelente qualidade
• 1-2 kg de concentrado/animal/dia e sal mineral (60g P)
→ Ganhos excessivos de peso na fase pré-puberdade
• Maior deposição de gordura no úbere

51
• Menos parênquima
• Menor produção de leite nas primeiras lactações

CUSTO DE PRODUÇÃO

Instalação ou pasto, alimentação


→ Do nascimento ao desaleitamento
volumosos, concentrado, sal mineral,
→ Do desaleitamento a inseminação assistência veterinária, preventivos,
→ Da inseminação ao parto medicamento, IA, mão de obra,
mortalidade.

Puberdade
→ 1º estro seguido de 1ª faz luteal normal.
→ É o peso vivo e não idade que determina a puberdade

IMPORTANTE: 4ª lactação >= 3ª; 5ª = 4ª”

→ Qual o número adequado de novilhas em uma propriedade leiteira?


Nº = A x B x C
A: taxa de descarte anual de vacas
B: fator de mortalidade (7% descarte involuntário)
C: fator de idade no parto (meses)

OBSERVAÇÃO: Altos ganhos no período alométrico = precocidade, maior quantidade


tecido adiposo, menor produção leite.

→ Lotes: grupo de reprodução


• identificar cio
• Primeiro parto dos 21 aos24 meses
• PV mínimo por raça.
• Alimentação - sal mineral, pasto, água
• Instalações
• Sanidade - vermifugação, vacina brucelose...

Vantagem cria e recria de novilhas


→ Melhoramento genético
→ Evita contaminação no rebanho vindo de fora
→ Maximizar instalações, áreas e mão de obra da propriedade.
→ Vantagem de comprar: especializa só em produção, melhora rebanho em menor
tempo.

52
Como avaliar se a recria está sendo bem conduzida?
→ Idade e peso a primeira cobrição
→ Idade e peso a primeira parição

MANEJO PRÉ E PÓS PARTO DA


VACA
Prof. Rogério Bermudes
→ Mudança de alimentação do período seco  produtivo
→ Principais problemas metabólicos:
• Acidose: pH - papilas ruminais pequenas  propionato  AGV  papilas não
conseguem absorver tudo  acidose;
• Cetose: falta de alimento  lipólise  sobra 2 AG do triglicerídeo  corpos
cetônicos;
• Laminite;
• Hipocalcemia: para evitar  diminuir 10% do Calcio nos 10 dias pré-parto;
• Retenção de placenta: (+24h);
• Metrite;
• Deslocamento de abomaso.

→ Funções do período seco:


• Desenvolvimento fetal
• Recuperar ECC
• Produção colostro
• Reorganização glândula mamária

IMPORTANTE: Produção leite > consumo = BEM (balanço energético negativo)

Mudanças
→ Período seco → Mudanças de dieta
→ Reinicio de lactação → Mudanças no sistema hormonal
→ Mudanças de lote → Mudanças metabólicas.

Fases do período pré-parto


1ª fase: secagem
→ 60 a 45 dias antes do parto – objetiva descanso do rúmen, cascos, glândula mamaria
→ dieta rica em volumoso boa qualidade, ganho peso.

53
2ª fase:
→ 21 a 30 dias antes ao parto – prepara nova lactação, minimiza perdas PV, aumenta CMS
→ Fornecer concentrado pra adaptar à microbiota rúmen
→ Utilizar mesmos alimentos pra vaca em lactação
→ Evitar uso de bicarbonato e sal comum, se possível fornecer dieta total.

Fatores que influenciam na ingestão dos alimentos durante o período de transição:


→ Consumo MS
→ ECC
→ Quantidade de energia nos períodos de transição e pós parto
→ Quantidade proteína.

ATENÇÃO: 20 dias antes do parto a vaca começa a diminuir consumo.


→ Aumenta necessidade proteína e energia

→ Desafios da vaca na transição:


• Crescimento do feto • Produção de leite
• Reestruturação da glândula • Recuperação do trato
mamaria reprodutivo
• Parto • Crescimento (novilhas)
• Produção de colostro • Ben

PRINCIPAIS DESAFIOS ENFRENTADOS NO PÓS-PARTO


→ Pico de lactação ocorre entre 50 e 60 dias após o parto
→ Déficit máximo de energia ocorre nas três primeiras semanas de lactação (útero, dieta
diferente e PL)
→ Em torno de 1/3 das vacas de alta produção apresentam acetonemia
• Acidose ruminal predomina em VL
→ Fêmeas boas reprodutoras devem apresentar cio em torno de 25 dias (não emprenhar).

→ Período seco: 60 dias


→ Período seco em vacas de alta produção: tentar 45 dias.

Processo de secagem de vacas leiteiras


→ Restrição alimentar em quantidade ou qualidade
• diminui a produção
→ Nunca restringir água
→ redução do número de ordenhas gradativamente (3 a 5 dias oscilando).

54
Metas fisiológicas para as vacas no pré-parto
→ Adaptar o rúmen para alta energia no pós-parto
→ Manter níveis de Ca sanguíneo normais
→ Desenvolver e estimular sistema imune (mastite no inicio da lactação muitas vezes é
sem bactérias)
→ Manter um BE pra evitar infiltração de ácidos graxos e cetose subclínica.

→ Estimular consumo:
• Manter animais saudáveis em ambiente de conforto, sem estresse.
• Acesso a água fresca
• Acesso ao espaço de cocho e constante ao alimento
• Alimento fresco disponível pelo menos 20h/dia
• Cocho limpo pra evitar fermentação de alimentos
• Ajustar CC

DINAMIZANDO A GESTÃO PARA


OBTENÇÃO DE UM LEITE DE
QUALIDADE
Prof. Rogério Bermudes
Procedimentos de ordenha
Pré ordenha:
→ Entrada da vaca
→ Preparação inicial
→ Pré-dipping
→ Retirada dos 3 primeiros jatos

Manejo do coletor de ordenha:


→ Secagem
→ Colocação das teteiras
→ Fim da ordenha
→ Remoção das teteiras

Pós-ordenha:
→ Pós-dipping
→ Remoção do esterco

55
ATENÇÃO: Tomar cuidado com o espaço por animal na sala de espera - 12m²/ vaca

→ Disponibilizar água depois da ordenha (ordenha desidrata as vacas)


→ Nunca lavar úbere, pois os pelos retém água  contaminação no copo coletor  teto/
leite

Pré-dipping
→ Eliminação de 80-90% dos MO do teto
• Tem que deixar agir por 20 a 30 segundos.
→ Eliminação dos 3 primeiros jatos em caneca de fundo preto
• Eliminação bacteriana (varia)
• Observar grumos e sangue (mastite subclinica)

IMPORTANTE: Troca de borrachas e mangueira da teteira – após 2500 ordenhas ou 6


meses. A mangueira do vácuo deve ser trocada a cada ano.

Pós-dipping
→ Cobrir 75-90% da superfície do teto
• Quanto maior a quantidade de glicerina no produto, melhor formação da gota na
ponta do tento.
→ Função: formar gota na ponta do teto.

OBSERVAÇÃO: Efeito da temperatura de manutenção do leite na multiplicação de


bactérias  crescimento de bactéria.
• Ideal: máximo 3h para leite cru alcançar 4°C.

Procedimento de limpeza
→ Processo eficiente de higiene requer observação de alguns parâmetros:
• Ação mecânica
• Ação química (detergentes alcalino e ácido)
o Detergente alcalino: todas ordenhas, pois remove gordura e proteína
o Detergente ácido: depende da qualidade de água da propriedade
 se tiver muitos minerais, deve ser utilizado todos os dias, se não 2 a
3x/sem, pois remove minerais
• Tempo
• Temperatura
o 70-75°C – detergentes sempre vinculados a temperatura
→ Redução CCS – mastite
CBT – sujidades ordenhador, ordenha, úbere, infecção glândula mamária.

56
ASPECTOS BIOCLIMÁTICOS QUE
INFLUENCIAM NA
BOVINOCULTURA BRASILEIRA
Prof. Rogério Bermudes

Melhores condições para a criação de animais


→ Temperatura: 13-18 °C
• Jersey até 23°C
→ Umidade relativa: 60-70%
→ Velocidade dos ventos: 5-8 km/h
• compost: 3-3,5 km/h

IMPORTANTE: Estresse ambiental  altera comportamento


• Come menos, quietude – não há demonstração de cio
• Estado imune comprometido – mastites
• Fisiologia alterada - baba mais
o acidose, vasodilatação periférica, suor, aumenta FR.

Mecanismos de produção e dissipação de calor


→ Diminui consumo de MS
→ Modificação da quantidade metabólica
→ Fluxo de sangue na pele – vasoconstrição central e dilatação periférica
→ Sudoração (aumentar, na dieta, Cl, Na e K)
→ Aumenta FR
→ Temperatura

PL ↓ com T° ↑ (29°C) e nos 60 dias pós-parto (BEN)


10°C 21°C 32°C
Estágio de
Consumo de água (L/
produção
dia)
Secas de 635 kg 25 31 33
Final de lactação 37 48 55
Produzindo 18 kg/
65 81 100
dia
Produzindo 36 kg/
103 130 170
dia

57
Considerações:
→ Vacas de alta produção tendem a ter mais alterações na composição do leite, pois
sentem mais alterações bioclimaticas
→ Melhor PL entre 5-21°C
→ Variação entre raças e individualmente

→ Estresse pelo calor e composição do leite – depressão de PL, gordura, lactose, proteína,
Ca e K.

→ Coloração da pelagem: quanto maior a quantidade de pelagem branca, menor a


absorção de calor.

→ Mecanismos para amenizar o estresse calórico:


• Sombra (10-12m²/ animal)
• Ar
• Vento
• Água

Prioridades dos lotes para resfriamento de ambiente:


→ Sala de espera
→ Baia maternidade
→ Recém paridas
→ Em lactação

Alternativas:
→ Aspersores (linhas do cocho)
• 0,270 l/m²
Exemplo: 21°C por 1 a 2 min, ligando a cada 6 min  Em cima dos canzis, a
1,8m do chão.
→ Ventiladores (cama, freestall compostbarn)
• No mínimo a 2,4m do chão.
• Distancias entre ventiladores de 90 cm de diâmetro = 6 a 7m.
• Ângulo 15 a 30°.
→ Coçadores: 1/30 animais.
→ Bebedouro: 4cm/animal (vazão 50l/ vaca)
→ Saleiro: 2cm/ animal

58
CONFINAMENTO EM
COMPOSTBARN
História
→ Grande gasto com cama
• Ambiente anaeróbico: multiplicação de bactérias patogênicas e aumento de
amônia.
→ Composto: usou o mesmo sistema, mas com fermentação aeróbica  menos bactérias
patogênicas, gerando calor que ajuda a secar a cama.

Por que construir compost?


Aumento da produção de leite, incremento na longevidade da vaca, facilidade de adicionar
manejos e facilidade de trabalho, menor CCS e CBT, menos problemas de casco e sanitários,
melhor observação de cio.

Como planejar?
→ Animais com problemas devem ser → Dias em lactação
descartados. → Qualidade da dieta
→ Incremento de produção → Manejo
→ Potencial genético

→ Vacas em compost, bem manejadas, são tão limpas quanto em free stal.
• Compost pode ser tão bom pra saúde da glândula mamaria quanto em um free
stal bem manejado.

IMPORTANTE:
→ Característica do compost - produzir calor (cama seca)
→ Manejo - revirar a cama  fermentação aeróbica
→ Iniciar a compostagem: Fazer a cama com 30 a 50 cm de profundidade
• Isolar o calor da compostagem
• Repor 10 a 15 cm a cada 15 ou 30 dias (depende da umidade do local)
• Recomendado: serragem e maravalha, casca de café, de amendoim
• Não recomendado: palha e casca de arroz, bagaço de cana

Parâmetros de compostagem:
→ Temperatura em °C
→ Aeração da cama:
• Escarificador (atinge grandes profundidades)

59
• Enxada rotativa (quebra torrões da cama)
→ Umidade: 30 a 45%
• Teste da mão: se não formar bolo denso na mão, umidade está boa
• Micro-ondas: igual silagem

Implementos necessários:
→ Trator (preferencia com tração nas 4 rodas)
→ Enxada rotativa
→ Escarificador
→ Escarificador acoplado a enxadas rotativas.
• escarificador deve ter o tamanho do trator: roda a roda.

Porque usar ventilação sobre a cama?


→ Boa secagem da cama (evaporar água da superficie)
• cada vaca deixa 4,5 L/ m²/ dia de cama.
• Velocidade de 1.7 m/s  evapora 4,3L/m²/dia
• Aferição com anemômetro  ventilação sobre a cama 2,5 m/s:
o Ventilador axial – 15-30°
→ Deve-se alojar o máximo de animais possíveis no galpão - ventilação se torna eficiente
pois forma uma corrente e gasta menos energia.

→ Ventilador HVLS: consome menos energia, forma ventilação mais dispersa, indicado pra
galpões com boa troca de ar com o meio externo.

Pontos a serem considerados no galpão


→ Sempre planejar um galpão pensando que um dia irá expandir
→ Realizar expansão de forma longitudinal.
→ Localizado em área com boa circulação de ar.
→ No sentido leste-oeste.
→ Primeiro lote a ser alojado: pré-parto
• Lote que tenha menor investimento agregado e um melhor retorno
• Uma vaca pre-parto bem alojada pode vir a produzir até 1500 kg a mais na lactação
seguinte.
→ Segundo lote: recém paridas
→ Terceiro lote: vaca com maior DEL.

Como dimensionar corretamente a cama e corredores


→ Parede que segura a cama: 60cm de profundidade
→ Piso da cama: concreto ou terra batida.

60
→ Tamanho da cama: proporcional a umidade que a vaca deixa sobre a cama.
• Uma vaca de 40l  70 kg de esterco/ dia; deixando 60 kg de umidade.
• Uma vaca de 25l  50 kg de esterco/ dia; deixando 45 kg de umidade.

IMPORTANTE: De maneira geral, usar cama de 12m²/ vaca


→ Cama será mais seca
→ Menos chance de erros até que se aprenda a manejar a cama.

→ Corredor de alimentação: 4m de largura (que possa passar por trás uma vaca indo e outra
voltando).
• Linha de cocho: 65-75 cm/ animal
→ Corredor de serviço (onde animais são retirados para ordenha e manejos.): 2,5m
→ Outros corredores
• Pista de alimentação central (onde trator vai passar pra fornecer comida pros
animais): 5,5 a 6m largura.
• Pista de alimentação lateral: 3-3,5m de largura.
→ Muro que separa pista de alimentação corredor central: 55cm da pista, 45 cm e altura
do corredor
→ Cano de proteção 20cm pra frente do muro, 1,2m do casco das vacas.
→ Contenção: canzil x livres
→ Pé direito: 5-5,3m
→ Inclinação de telhado: 30-33%  escoamento de ar quente do interior para fora
→ Beiral: 2,5-3m  que proteja corredor de serviço
→ Piso frisado (sentido longitudinal): 5 a 7 cm com 1,25x1,25 ou 1,5x1,5
→ Bebedouros:
• mínimo 2 por lote na pista de alimentação
• 10cm/ vaca com proteção pra não molhar a cama.
• Altura 70-80 cm.

SISTEMA DE DEJETOS NO COMPOST BARN


→ Limpeza da pista de alimentação:
• Flushing - limpeza total do piso porem tem alto consumo de água
• Scrape - não utiliza agua, mas o piso não fica totalmente limpo
• Plaina - motorizada ou não; é a mais barata.
→ Canaleta de dejetos: 60x60 cm com inclinação de 0,5%

Detalhes do sistema de aspersão


→ Aspersão e ventilação – ciclos a 16° C e ventilação
→ Quanto mais ciclos (molhar e secar)  mais eficiente é o resfriamento da vaca.

61
→ Aspersores acima da linha de alimentação e cabeça das vacas: a 1,9m dos cascos.
• Maior eficiência: bicos duplos na pista atrás.
→ Vasão de 4 litros de água/ min
• 700 a 1200 ml água/ciclo
→ Ventiladores distribuídos em linhas
• Quanto mais longo for o galpão mais eficiente é a ventilação

CONFINAMENTO EM FREE STALL


→ Preocupação com tratamento de dejetos

MODELOS
→ Cama dupla - cabeça com cabeça
→ Traseiros com traseiro - não há preferência pelas camas da pista)
→ Camas triplas: cabeça com cabeça + traseiro – sem canzil, maior área de cocho por animal.

→ Ideal = 1 cama/ vaca

→ Terreno = áreas mais altas, orientação leste-oeste;


• Declividade 1-3%
• Quando cama de areia + flushing: 2,5-3%
• Trator de raspagem: 1-1,5%
• Scraper: 2%

→ Estruturas: madeira, metálica ou concreto


→ Pé direito 4-4,5m
→ Beiral pode ser mais curto que no compost
→ Pilar intermediário:
• na pista de alimentação/cochos  cuidado para não propiciar local de acumulo de
restos comida nas camas
• declividade telhado 20-50%
→ Lanternim (permite passagem de ar): 5cm a cada 3m de telhado
• Aberto
• Aberto com capote - mais recomendado, não entra chuva
• Transpassado - permite passagem de água também
→ Corredor de alimentação: 4-4,5m
→ Corredor externo: 3-3,5m
→ Corredor transversal - onde animais transitam de um lado para o outro):
• 3-3,5m;

62
• altura 15-20 cm.
→ A cada 20 camas fazer 1 corredor transversal (evita a preferência de camas próximo ao
alimento)

Design de camas
→ Camas: medir altura e largura das vacas
→ Tubo mais baixo da contenção das camas: 15-30cm
→ Barra de pescoço: 1,2-1,25m altura
→ Distancia do beiral da cama até a barra de pescoço: 1,68-1,72m
→ Do centro até a mureta: 2,60m
→ Altura da mureta: 15-20 cm
→ Tipos de cama: casca de café, palha, feno, serragem, areia...

Pista de trato
→ Cocho (revestido de lajota): 0,9-1m
• Sem muretas pra conter o alimento, para que se possa empurrar ó alimento pra
dentro e estimular o consumo
→ Largura dos corredores: 3,5m

Bebedouros
→ Na saída da ordenha
→ 10cm lineares/vaca, a 70-80 cm altura
→ Quanto mais próximo da pista de alimentação melhor
→ Largura 40-45 cm
→ Profundidade 25cm

Custos
Free stall: R$ 4.278,00/ vaca manutenção mensal: R$ 8.050,00
Compost: R$ 4.224,00/ vaca manutenção mensal: R$ 15.232,00 (disponibilidade de
camas)

Galpões de ventilação cruzada e ventilação tipo túnel


→ Problema: dias de chuva a capacidade de resfriamento cai 20%
→ Cuidados com iluminação (lactação 200 lux/16h; secas 200lux/ 8h ou 100/16)

63

Você também pode gostar