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BOVINOCULTURA DE CORTE:

CONTEXTO PRODUTIVO

(Criação de bovinos de corte)

ASPECTOS HISTÓRICOS DA PECUÁRIA:

ASPECTOS EM COMUM (LEITE E CORTE): nas duas se trabalha com bovinos por isso se
trabalha com a pastagem como base no sistema alimentar, mas ela aparece de forma distinta
em cada área.

ORIGEM DOS BOVINOS: alguns da Ásia e Europa. Gado europeu (maior potencial produtivo
nos sistemas leiteiros, Holandês, Jersey) e gado zebuíno (mais no corte, regiões quentes, se
adaptaram bem ao Brasil, Nelore).

Vieram com os portugueses e espanhóis para o Brasil. Produção para alimentar quem
trabalhava no nordeste e sudeste do Brasil. Estancias para produção de gado. A pastagem
determina o formato da produção pecuária.
Necessidade de grande território para criação: o campo nativo não nasce o ano todo, então
precisam percorrer uma área maior para se alimentar.

Pecuária nasceu no país de forma extensiva e como atividade secundária.

O QUE DIFERENCIA AS PROPRIEDADES DO CENTRO-OESTE/SUDESTE DO SUL: característica


histórica porque a pecuária iniciou no sul e muitos fazem como atividade secundária
(produção mais por tradição) e se executando como antes (de forma não técnica); clima,
vegetação, maiores áreas.

• Taxa de natalidade dos rebanhos da serra catarinense (40-50%), isso acontece pela
dificuldade de se ter uma profissionalização para atuar nessa atividade, gestão.
• Não se tem controle do que acontece dentro da propriedade.
• Pecuária de corte de tradição. Serra, oeste de SC. Homem campeiro, cavalo.

GADO SEMPRE ACOMPANHA A AGRICULTURA: abertura de novas áreas, melhores terrenos =


agricultura, pecuária de corte como atividade marginal (se não em o que fazer com a terra
coloca o gado).

COMO MELHORAR OS ÍNDICES DA PROPRIEDADE: organizar a propriedade, tecnificação, organização


de calendário reprodutivo, seleção dos animais, da pastagem, do touro.
• Os índices servem para ter uma moeda de troca com o produtor. O que está deixando de
ganhar.
• O que não está bem e o que tem que melhorar, parâmetros de onde se quer chegar.
• Olhar a propriedade como sistema de produção.
• Dificuldade dos profissionais de trabalhar com manejo de pastagem.

BOVINOCULTURA LEITEIRA: espaço pequeno e definido. Mais no oeste de SC, também no sul.
Sistemas altamente tecnificados nessas regiões. Renda diária (corte produção estacional, efeitos de
manejo em longo prazo).

REBANHO BRASILEIRO: Taxa de desfrute (diz respeito ao tamanho do rebanho e o quanto se


está produzindo/comercializando em relação ao total, quanto se está abatendo do total, valor
médio, indicativo da produtividade) baixa, taxa de lotação baixa (indicativo, média de 1 UA por
ha), uma pastagem de inverno no sul pode se trabalhar de 2 a 5 UA, nas de verão pode dobrar,
campos nativos geralmente se trabalha com 0,5 UA no inverno.

• Taxa de lotação variável de acordo com espécie, estação do ano, como se está trabalhando
essa forragem.
• Índices produtivos baixos = pecuária extensiva (níveis baixos a médios).

• Crescimento pequeno/continuo na região sul e sudeste. Maior crescimento na


região norte (abertura de novas áreas).
• Maiores rebanhos (maior concentração de animais por m²): Mato Grosso, Mato Grosso
Do Sul E Pará  regiões onde se trabalha com confinamento e maiores rebanhos pelas
maiores extensões de áreas. Ou áreas com integração de lavoura (uso compartilhado).
• Região sul mais intensificação de confinamento para bovinos leiteiros
• Sul do RS  maior importância da pastagem nativa.
• Efetivo de SC pequeno em comparação com outros estados

• Maiores efetivos: Mato Grosso quase exclusivamente de bovinos de


corte, Minas Gerais quase exclusivamente de leite e Goiás os dois
(confinamento).
• Mato Grosso e Mato Grosso do sul: rebanhos distribuídos em menor quantidade de
propriedades, já no sul em maior quantidade (muitas famílias dependem dessa
atividade, maioria de propriedades leiteiras).
• Maior produtor mundial de carne: Estados Unidos (com 5,6% do rebanho mundial),
Brasil (2° maior produtor mundial) tem quase 15% e produz bem menos  indicativo
de intensificação de sistemas que são usados nos Estados Unidos e que aqui não é a
realidade da maioria dos sistemas de produção.
• Maiores rebanhos de SC: Lages, Concórdia, Campos Novos.
Números elevados de estabelecimentos/produtores.

ABIEC SUMÁRIO 2018: o Brasil possui 221,81 milhões de cabeças de gado, distribuídos em
164,96 milhões de hectares. 39,2 milhões são abatidas por ano, produção de carne de 9,71
milhões.

PARA ONDE VAI TODA A CARNE: 2,032 milhões (20,9%) para exportação. Principais destinos:
Hong Kong (26%), China (14%), Egito (10%), Rússia (10%). A pecuária movimentou em 2017 R$
523,25 bilhões.

EVOLUÇÃO DO REBANHO BOVINO BRASILEIRO POR REGIÃO

BOVINOS BRASIL: 171.858.168 cabeças

MAIORES REBANHOS E MAIORES PRODUTORES DE CARNE NO MUNDO EM 2017: Brasil (221.8,


14.4% da produção
mundial), índia (186.8, 4.3% da produção mundial), China (83.6, 10.5% da produção mundial).

CONSUMO MUNDIAL DE CARNE BOVINA: EUA (12.168,8 e 37.2 por habitante), China (7.959,7
e 5,7 por habitante) e Brasil (7.797,6 e 37,5 por habitante).

EXPORTAÇÕES MUNDIAIS DE CARNE BOVINA: Brasil (20,93%), Índia, Austrália e EUA.

NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS NO BRASIL: 167.487.880 hectares de pastagens. 2.678.392


estabelecimentos, maior parte menor que 20 hectares.

USO DA TERRA NO BRASIL: 19% de pastagens em condições de uso.

REBANHO POR TAMANHO DA PROPRIEDADE NOS ESTADOS BRASILEIROS: estados com maiores
áreas de pastagens
• Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás + DF. Maiores rebanhos em propriedades
entre 20 e 200 hectares e entre 200 e 1000.

PORCENTAGEM DE BOIS TERMINADOS COM MAIS DE 36 MESES: foi de 52,18% em 1997 para 6,94%
em 2015.

REBANHO EM SC:

FRIGORÍFICO: 85% carne.

49 SEGMENTOS INDUSTRIAIS DEPENDEM DO FLUXOGRAMA DOS BOVINOS:

• Antes das fazendas (48,98 bilhões): Nutrição, protocolos e sêmen, sanidade animal,
diesel, insumos agrícolas, energia elétrica (exportações gado em pé),
manutenções/serviços e peças, funcionários e encargos, despesas administrativas,
reinvestimentos.
• Nas fazendas (98,05 bilhões): animais de reposição, gado abatido.

• Insumos e serviços indústria (6,92 bilhões): embalagem, energia elétrica, peças,


equipamentos, manutenção, óleos para cadeiras, produtos de limpeza, gases
refrigerantes, filtros de água, EPIs, óleos e graxas lubrificantes, salários e encargos.
• Faturamento frigoríficos (138,96 bilhões): carne mercado interno, exportação de
carne, exportações de couro, couro no mercado interno, sebo no mercado
interno, demais subprodutos.
• Varejo total (176,36 bilhões): carnes no varejo, varejo de outros produtos.
• Agentes facilitadores: serviços terceiros, frete e diesel interno, rastreabilidade, transporte
exportação, P&D.

COMMODITY X PRODUTO DIFERENCIADO: Um produto é considerado uma commodity


quando é oferecido em grande quantidade, em escala mundial, obedecendo a padrões que
determinam seu preço. É um produto sem marca, portanto não diferenciado, e seu produtor
não consegue interferir no preço de venda.

PRODUTO DIFERENCIADO: A diferenciação do produto pela sua transformação em um bem


com características e identidade própria (por exemplo, um corte especial de carne maturada,
embalado a vácuo, com marca própria) é capaz de quebrar essa natureza de commodity,
agregando valor e permitindo que o produtor passe a administrar o preço de venda.

SISTEMAS DE PRODUÇÃO
(bovinocultura de corte)

Conjunto de ações/fatores para produzir determinado produto, todo o sistema tem um


objetivo em comum. Dependendo das características da produção/propriedade vai estar
inserido numa etapa desse processo ou em todas. O sistema de produção pressupõe que
tenha etapas. Qual a importância de saber o objetivo? Ter a estrutura necessária para atender
a atividade.

PRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE – objetivo de produção é produzir carne.

•Primeira coisa é identificar os produtos finais

•Cadeia produtiva – dentro da porteira

•Sistemas de produção – CARACTERÍSTICAS:

• Categorias – novilhas, matrizes (de acordo com o objetivo)


• Raças – adequadas para o objetivo de produção
• Instalações – confinamento (terminação), criação de animais jovens.

•Maneo - manejo reprodutivo, alimentar Fatores de produção

ETAPAS DO CICLO DE PRODUÇÃO

• CRIA – é a base da pecuária de corte (se não produzir terneiros não tem as demais
ases do sistema de produção), nessa fase ocorre a reprodução do rebanho, produto
dessa fase é o terneiro, objetivo é produzir novos animais para o rebanho. Necessário
as categorias: matrizes, touros (pode-se ter apenas a inseminação). Para ser suficiente
tem que se ter bons índices reprodutivos como taxa de natalidade e desmame
(dificuldade de se ter pela dificuldade de se trabalhar com a nutrição desses animais).
•É a fase mais critica, exige mais manejo justamente porque envolve a reprodução do
rebanho.

•Número menor de propriedades especializadas nessa fase do ciclo do que nas


outras fases. Essa fase determina o sucesso das outras seguintes.
• RECRIA – terneiro que saiu da cria e vai ocorrer o crescimento. Pode acontecer no
mesmo local que ocorreu a cria, mas são momentos distintos. Essa fase só tem
animais jovens (inicia no desmame e termina na puberdade quando o animal tem seu
desenvolvimento reprodutivo e é preciso escolher se esse animal vai para reprodução
ou para terminação). Foco: ganho de peso (na cria era em índices reprodutivos como
natalidade e desmame).
- Categorias: terneiros que vão se transformar em novilhos ou novilhas. Flexibilidade no
período de duração.

•A puberdade é o momento certo porque há maior deposição de gordura e as fêmeas


já estão aptas para entrar no rebanho de cria. Puberdade = combinação de fatores 
IDADE E DESENVOLVIMENTO CORPORAL. Ocorre quando tem 40 a 50% do peso
adulto.
•Desmame ocorre por volta dos 7 meses, e a puberdade por volta dos 12 meses
(um pouco depois nos zebuínos, 14 meses; raças europeias podem ser antes).
•ETAPA CHAVE PARA ENCURTAR O PERÍODO/CICLO DE PRODUÇÃO: encurtar
duração do período de produção. Encurtar intervalo entre gerações, há período
fisiológico de gestação, crescimento. No crescimento é que se consegue mexer
mais.
- Fase mais maleável quanto a duração.

• TERMINAÇÃO – engorda do animal, essencialmente animais jovens (maior


desempenho na engorda) e outros também como animais de descarte (adultos,
animais mais velhos). Índices de ganho de peso e escore corporal (mensuração de
gordura corporal). Categorias: principalmente machos, mas também fêmeas e animais
de descarte.
•São abatidos com média de 4 anos. Por que demora tanto se com 12 meses já estão
preparados para vir para terminação, com 18 meses já estaria apto para ser abatido?
Ineficiência no manejo alimentar na fase de recria, mas já começa antes disso pela
baixa quantidade de terneiros produzidos (média de 40-50% de natalidade na serra
catarinense). As fêmeas estão indo mais tardiamente para a reprodução (saindo da
recria para ir para cria) por volta de 4 anos de idade.
•Ciclo de geração de um terneiro: 4 anos para ter a novilha, 1 ano de gestação.

•Essas três etapas podem ocorrer no mesmo local (ciclo completo) ou em propriedades
distintas (especialização da produção, pode se especializar em uma ou duas fases, ou em
períodos, em algum momento faz cria, outros a recria, de acordo com a situação do mercado,
mudando o objetivo da produção). Geralmente se vê propriedades de cria que fazem recria ou
as que fazem recria de animais de reposição, ou os que trabalham somente com terminação
ou recria e terminação.

•Geralmente o produtor que faz cria dificilmente vai deixar, um que faz só terminação
dificilmente conseguirá fazer a cria porque vai ter se desfeito de todo o seu rebanho inicial.

•É possível pular da cria para a terminação  a recria tem maior flexibilidade de duração,
manejo diferente dos terneiros, como desmamar mais tardiamente para que eles já tenham
um peso suficiente e um crescimento bom e poderem ir para a terminação. Ou desmamar os
terneiros jovens e fazer um alto manejo alimentar (intensivo).

SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE

•Intensivo: em confinamento, mais rápido. Extensivo: a campo, demora mais. – quando


se fala desses pontos está se levando em conta a densidade de animais e alimentação.
Mas precisa pensar também na duração do ciclo, o confinamento é mais rápido por
causa da alimentação que é por concentrado e volumoso (silagem) otimizando seu
ganho de peso. O animal que está na pastagem escolhe oque vai comer e precisa se
deslocar na área para comer influenciando no gasto energético (diminui).

DIFERENÇAS: dieta (confinamento controla o que o animal come), exigência de


mantença (animal confinado tem menor espaço físico gastando menos energia, animal
a campo gasta mais energia no processo de alimentação), tipo de problema
(confinamento grãos, concentrado, se preocupa mais com o fornecimento de energia)
 esses fatores mexem no desempenho do animal.

•Classificação baseada no nível tecnológico

•Intensificação da produção: Produção intensiva  pode ser a pasto, em confinamento.

•O que muda do extensivo para o intensivo a pasto: no momento que se controla os fatores,
mede desempenho dos animais e se estabelece metas quer dizer que está intensificando o
sistema de produção, tem que levar em conta a rentabilidade da produção para classificar em
extensivo ou intensivo. Pode-se ter intensivo só a pasto. Então o que diferencia os dois é o alto
desempenho.

•Extensivo: pecuária tradicional

•Semiconfinamento = suplementação + alta taxa de lotação. Confinamento à past

SISTEMA DE PRODUÇÃO À PASTO

Intensificação da produção: Melhora dos índices produtivos = Aumento da


eficiência produtiva. Campo nativo é a base da pecuária tradicional.

Kg/PV por hectare – mensurar produtividade, quanto se tira de produção nos hectares.

• Nível 1 – sistema de recria e terminação, se espera altos índices de produção pelo alto
desenvolvimento dos animais. Nesse sistema se produz menos de 100 kg.
• Nível 2 – controle da oferta (disponibilidade é todo o material que está acima do limite
mínimo e que está disponível para o pastejo dos animais e carga é a lotação de
animais, a oferta é a relação entre essas duas variáveis), oferta é a quantidade de
pasto que está sendo ofertada/disponibilizando para determinada quantidade de
animais. Nesse nível se avaliou a capacidade de produção de pasto e se ajustou a
quantidade de animais em função a produção de alimentos.
• Controlar quantidade de animais tendo controle do quanto eles comem
– subdivisão de áreas (quanto maior a área mais difícil controlar quanto
esses animais comem).
• Mudou para mais de 200kg

• Nível 3 – fertilização para melhoramento da pastagem, não está pensando diretamente


nos animais e sim no pasto. Otimiza a produção forrageira na área
• Nível 4 – depois da correção coloca N para potencializar a produção de forragem.

• Nível 5 – introdução de outras espécies no sistema de alimentação, coloca para


uniformizar a produção, para produzirem em períodos que as espécies nativas não
produzem, para equilibrar disponibilidade. Ultima etapa por se um desembolso maior.

•Primeiro usa os recursos que tem para usar o máximo da capacidade dos alimentos,
quando se chega no máximo que se pensa em outras coisas, outros investimentos.

COMO?
• Alimentação
• Sanidade
• Aspectos reprodutivos
• Estrutura física
• Padrão racial

ÍNDICES ZOOTÉCNICOS:

CRIA: taxa de natalidade (n° de terneiros nascidos ou n° de fêmeas paridas dentro do n° de


fêmeas que deveriam ter parido/rebanho de cria), taxa de prenhez (n° de fêmeas com prenhez
confirmada, diagnóstico de gestação), taxa de desmame (n° de terneiros desmamados no n°
total de fêmeas paridas – reflete a mortalidade até desmame), taxa de mortalidade, idade à 1ª
cria (avalia o rebanho), intervalos entre partos (dificilmente calculado pelos produtores porque
não são muito registradas as datas do parto).

- Intervalo entre partos: na tabela está em 21 meses, mas a meta é de 12 meses, Brasil não está
sendo eficiente. Porque isso acontece? Tem o período de anestro pós-parto (puerpério) no
mínimo de 30 dias e a partir daí ela volta a apresentar cios (maior em bovinos de corte que
pode ir até 120 dias), mas deve ser no máximo de 90 dias. Passaram esses 90 dias ela começa a
ciclar, ocorre a cobertura e a concepção. A média para um sistema de tecnologia avançado é de
14 meses (para bovinos de leite, para corte 18 meses). Leva mais tempo porque a lactação
exige muita energia do animal, geralmente não se faz o manejo alimentar correto, afetando o
período de serviço (intervalo entre o parto e a concepção), fazendo com que ele fique mais
longo demorando 21 meses entre partos. Índice essencial para avaliar o rebanho de cria e para
avaliar a eficiência reprodutiva do rebanho, dá a noção de quanto tempo está levando para
completar o ciclo (mais tempo da vaca no rebanho sendo improdutiva).

- Diagnostico de gestação importante para tirar esses animais improdutivos, identifica o real problema
do rebanho.

RECRIA: idade à 1ª cria (diz em que momento os animais saem daqui e vão para o rebanho de cria),
idade ao abate
(diz quanto tempo os animais ficam na recria), ganho de peso diário ou por área.

Troca do sistema extensivo tradicional para


o intensivo:
•Redução taxa de mortalidade: alimentação e sanidade

•Tecnologia do sistema de produção


tradicional para o intensivo:
tecnologia de processo (lotação,
melhoramento de pastagem,
manejo sanitário e reprodutivo,
insumos).

Depois disso que se insere tecnologias


(inseminação, irrigação), mas para isso
precisa de animais saudáveis, com bom
desempenho e bem alimentados.

•Essas tecnologias só vão ser eficientes se já se esgotou os recursos que se tinha na


propriedade – necessidade de um planejamento.

Disponibilidade de MS: kg/MS ha Carga animal  kg/PV ha

EXERCÍCIO

Rebanho de cria: 1.000 fêmeas

% de fêmeas
prenhes em
Taxa de prenhez relação ao total do
Categoria N° de animais N° de animais (%) rebanho de cria
acasalados prenhes (EM RELAÇÃO À (EM RELAÇÃO AO
CATEGORIA) TOTAL DO
REBANHO)

Novilhas acasaladas os 2 280 230 82,14% 23%


anos de idade
Fêmeas primíparas 230 41 17,83% 4,1%
Vacas de 2 ou mais crias 490 372 75,92% 37,2%
Total 1000 643 64,3% 64,3%

% de fêmeas prenhes em relação ao total do rebanho de cria


1.000 – 100% 1.000 – 100% 1.000 – 100% 1.000 – 100%

230 – x 41- x 372- x 643 – x

X = 23 X= 4,1 X= 37,2 X = 64,3

Taxa de prenhez (%)

280 – 100% 230 – 100% 490 – 100% 1.000 – 100%

230 – X 41 – X 372 – X 643 – X

X = 82,14 X = 17,83 X = 75,92 X = 64,3

•Problema pode estar no manejo alimentar

•Divisão em categorias para poder avaliar o rebanho e ver onde está o problema.

RAÇAS - BOVINOCULTURA DE
CORTE

RAÇA: grupo de indivíduos da


mesma espécie, que possuem características comuns, distintos de outros da mesma espécie,
sendo as características transmissíveis.

• Morfológicas: cor pelagem, formato orelha.

• Fisiológicas: precocidade, rusticidade.

• Psicológicas: temperamento

• Econômicas: aptidão – produção de carne ou leite

CLASSIFICAÇÃO QUANTO A ORIGEM:


Bos taurus indicus:
• Raças zebuínas
• Nelore, Gir, Guzerá, Tapabuã, Brahman
Bos taurus taurus:
• Raças de origem européia -taurinas continentais: Marchigiana, Charolês, Simental,
Limousin, Piemontês, Blond
• Raças de origem européia -taurinas britânicas: Angus, Hereford,
Devon, Red Poll, Shortorn Raças taurinas tropicais –adaptadas:
• Bonsmara, Caracu,
Senepol, BelmontRed,
Raças sintéticas ou
compostas:
• Canchim, Santa Gertrudes,
Simbrasil, Brangus, Montana, Braford

Animais europeus/ Bos taurus:


grande importância no sul do Brasil
(restante do Brasil os zebuínos ou
cruzados)

Animais zebuínos/Bos indicus (Índia):


melhor adaptação em locais mais
quentes/tropicais (alta umidade relativa
do ar, altas temperaturas).

Tem uma parcela de raças africanas (uma


mistura das duas outras), mas que não
possuem grande importância.

DIFERENÇAS:

• Adaptação ao clima - morfológicas: quantidade de pelos, cor da pelagem, espessura


da pele. Numa região muito quente é melhor que a pele seja pigmentada (proteção
quando se tem alta radiação solar, mais resistente) e que a pele seja mais espessa
(animais sujeitos a vegetação diferenciada, muitas vezes arbustiva e essa espessura
confere proteção, também aos parasitas que dificulta fixação). Regiões frias pele clara,
menos espessa (não estava sujeito aos parasitas e quando é colocado num local que
tenha são mais susceptíveis, por isso os europeus são menos resistentes a
endoparasitas e ectoparasitas).

• Alimentação (grau de aproveitamento da dieta distinto – respostas distintas dos


animais): os europeus são mais exigentes quanto à qualidade da dieta, porque estavam
mais acostumados na sua origem a pastagens de maior qualidade (como azevém, trevo)
e são muito bons em converter o que estão ingerindo em produtos finais (velocidade
de crescimento, desempenho de carcaça). Já os zebuínos estavam em vegetações mais
hostis e de menor qualidade, esse animal desenvolveu a capacidade de aproveitar
muito bem uma vegetação com grande quantidade de fibras. *Zebuínos necessitam de
mais fibras na dieta por causa da sua seleção.

• Temperamento: as raças europeias são animais mais dóceis e tranquilos que se


submetem melhor a rotinas de manejo. Na Europa a ocupação do território é muito
intensa, poucos territórios para a criação dos animais, essas raças europeias já
passaram por processo de domesticação, ambientes mais restritos muito antes do que
os zebuínos, era preciso animais mais dóceis para confinamento em locais menores –
seleção dos animais mais dóceis, também porque muitas dessas raças foram utilizadas
para tração (necessidade de animais mais calmos). Os animais zebuínos vêm da sua
origem na índia onde viviam soltos, em ambientes mais selvagens, não estão tão
acostumados a ter contato com o homem. FATOR DE SELAÇÃO MAIS IMPORTANTE:
para animais de terminação não é tão importante, mas para rebanhos de cria e de leite
sim. Quanto mais extensiva a produção e menor o manejo desse rebanho mais
agressivos tendem a ser, menos acostumados com a presença humana.

• Rusticidade: não sofreram processo de seleção direcionada, foi uma seleção mais
natural (pelo ambiente), não tem características padronizadas, mas muito bem
adaptados ao ambiente que está. Muito relacionada com o local de origem dos
animais. Zebuínos surgiram num ambientes com mais adversidades climáticas, por isso
conseguem se adaptar a condições mais variadas. Exemplo de animal rustico: crioulo
lageano (franqueiro)  são os primeiros bovinos que vieram para o Brasil com os
espanhóis, estão sujeito a uma condição climática especifica da serra, seleção aleatória.

•A rusticidade depende do local que o animal está sendo criado

Diferença no produto final (carne) entre os dois grupos: a qualidade de carne é um reflexo de
deposição de gordura nos tecidos (maciez, sabor). Zebuíno (Nelore) – carne magra, deposita
menos gordura que os europeus e entre os europeus dos britânicos (Angus) do que os
continentais (Charolês).

MARMOREIO (gordura entremeada com músculo, principal função é deixar a carne macia e
suculenta) – Wagyu (raça especializada nessa característica do marmoreio, animal europeu,
bife mais caro do mundo) tem carne mais marmoreada, Angus médio e Nelore a que menos
tem. Característica mais importante das raças britânicas (porte menor, animais
consequentemente precoces). É uma característica genética.

TRÊS GRUPOS PRINCIPAIS: ZEBUÍNOS, CONTINENTAIS E BRITÂNICOS.

TAURINOS EUROPEUS BRITÂNICOS: Angus, Animais de locais mais confinados, característica


genética de deposição de gordura do marmoreio (não tem como fazer expressar com
alimentação, ou individuo tem ou não tem), animais de menor porte, animais precoces
(sexualmente, animal só deposita gordura depois da puberdade e com isso começa a depositar
mais precocemente do que outras raças, por ter um tamanho menor que das outras raças
atinge o peso necessário para entrar na puberdade mais cedo), animais de boa fertilidade
(facilita manejo reprodutivo), se adaptam bem ao sistema de criação a pasto (quantidade
absoluta que come é menor do que um animal grandão).

TAURINOS EUROPEUS CONTINENTAIS: Animais de grande porte (Charolês), grande velocidade


de crescimento (depositam muito tecido muscular, taxa de ganho de peso por dia muito maior
por causa dessa caraterística), mais tardiamente para deposição de gordura na carcaça, animais
muito fortes e robustos (utilizados para tração), maiores valores de ganho de peso pela
deposição de gordura, comparados com os britânicos são precoces, mas nem tanto assim.

ZEBUÍNOS: Nelore, mais tardio (sexual – puberdade acontece mais tarde e a deposição de
gordura demora mais também, acabamento de carcaça demora mais), menor velocidade de
ganho de peso, conformação característica (barbela).

RAÇAS SINTÉTICAS E COMPOSTAS: cruzamentos, Canchim (muito comum na nossa região) 


nesse cruzamento vai ter um animal mais resistente a parasitas (Nelore), boa velocidade de
ganho de peso (Charolês), mais precoce e mais fértil (Charolês), mais arredio (Nelore).

•Braford (Hereford + zebuíno), Brangus (Angus + zebuíno), Simbrasil (Simental + zebuíno).

A decisão de usar raça pura ou cruzada depende do local, do sistema de criação (a campo,
confinado), do que se precisa de características desses animais (adaptações).

MANEJO REPRODUTIVO
1º  caracterizar o objetivo  carne. A organização da produção depende do objetivo.

• Uma característica muito importante são os índices produtivos (que avaliam cada etapa).

Um dos fatores que mais influencia na eficiência do rebanho é o manejo: condições do local
(mão de obra, organização da propriedade), características da produção, dos animais (animais
velhos, novos), manejo reprodutivo do rebanho (determinante), alimentação (avaliação
nutricional do rebanho com o escore corporal).

ECC = estado alimentar (deposição de gordura, avaliar o manejo) + estado reprodutivo.

ECC: pela deposição de gordura (acabamento corporal) vai se dar um número. 1 – muito
magra, 9 – muito gorda. Numa escala de 1-5 o 3 é o animal ideal (condição intermediária).
Esse ECC geralmente se faz com as fêmeas (animais que permanecem mais tempo no
rebanho), se olha a garupa da vaca, se olha com relação à musculosidade e depois com relação
a deposição de gordura (se vê se a ossatura está bem aparente e se olha na inserção da cola).
As vacas de corte possuem uma boa deposição e para chegar ao 1 tem que estar bem mal. O
que se vê mais no campo são ECC 2,3.

ESCORE PARA O LOTE: Sempre separar os animais por idade (vacas adultas de novilhas), por
raças (europeu tende a ser mais arredondado e profundo e zebuíno é mais quadrado), tirar
fora os extremos (animais doentes, animais muito magros e muito gordos 4-5), bom ter
animais de referência. Idade, sexo, pelagem interferem na avaliação.

O ECC vai variar de acordo com o clico reprodutivo dos animais (lactação, gestação), o ECC
também é uma avaliação do estado fisiológico do animal. A lactação faz o animal perder peso
após a gestação  BEN (balanço energético negativo – demanda de energia alta, mas não esta
consumindo energia suficiente para isso e então consome energia da reserva), essa reserva é o
que ela ganha de peso até o final da gestação.

LACTAÇÃO: processo que mais demanda energia das fêmeas.

A fêmea tem sua exigência de mantença + exigência de ganho (lactação, gestação). No


momento que ela está só em mantença não se espera um animal magro e sim com boa
condição corporal, diferente dos primeiros meses depois da gestação quando está em lactação,
ou logo após o desmame.

Tentar associar o ECC com as fases do ciclo de


produção (lactação, seca, inicio ou final de gestação), para cada fase tem um ECC ideal.
BALANÇO ENERGÉTICO NEGATIVO (durante a lactação): demanda alta de energia (retira das
reservas), principal fonte é o pasto que tem fibras que dentro do rúmen ocupam o espaço e
dão sensação de saciedade (diferente do que acontece quando é alimento concentrado), no
final da gestação o rúmen está “esmagado” por que há um terneiro de uns 30kg ocupando
espaço, isso faz com que a vaca tenha uma limitação física de ingestão

(principalmente no terço final), e depois do nascimento de uma hora para outra precisa
produzir leite e seu rúmen ainda está pequeno, leva um tempo até tudo voltar para o lugar. O
animal fica em catabolismo – queimando toda a sua reserva para a lactação, isso vai
desgastando o animal.

•Lactação é o que mais demanda energia (maior o balanço energético negativo).

Para aumentar a quantidade de energia (densidade energética) para o animal que está
comendo só o pasto: colocando grãos energéticos (milho)/alimento concentrado, maioria não
faz isso por questão de custos, logística que atrapalham esse fornecimento (umas comem mais
que as outras), rotina de manejo, quantidade limitada de concentrado/precisa de adaptação.
Pode-se suplementar essa vaca quando ela estiver em momentos mais propícios a ganhar peso,
momentos mais estratégicos de preferencia em momentos próximos a reprodução (sal
proteinado – NNP, grãos), não vai suplementar vaca com cria ao pé.

No final da gestação ela tem que estar no ECC entre 3 e 4 (pode-se fracionar de 0,5 a 0,5), não
se quer um animal gordo por causa da deposição de gordura que vai interferir na eficiência
reprodutiva dela depois (deposição de gordura no úbere, deposição de gordura em órgãos
internos) e desperdício de energia.

2 -2,5 é o limite inferior do ECC de animais que se quer ter no rebanho, se o animal passa por
um balanço energético muito intenso isso compromete a função reprodutiva do animal.

CALENDÁRIO REPRODUTIVO DO REBANHO:

• Cobertura – acasalamento: definir quando acontece a estação de monta. O dia 1 do


calendário tem que ser a cobertura para poder se definir as outras datas. Ajusta-se
aqui o momento que se quer o nascimento (época com maior disponibilidade de
alimento). Já se faz uma avaliação de ECC no início da estação de monta para se
selecionar as matrizes (separar em =< 3 OU => 3). Quanto mais longa a estação de
monta maior o período de distribuição dos partos, tempo maior para as vacas
ciclarem, para ocorrer a cobertura. Fêmeas parindo mais próximas, facilita manejo,
lotes mais uniformes de terneiros.

• Duração da estação de monta em torno de 90 dias (se começa com período


maior como 120 dias para identificar o padrão dos animais, para os animais se
adaptarem)
• O calendário tem que começar quando essas vacas mais ciclam naturalmente
(saber quando nascem a maioria dos terneiros) – implementação onde ainda
não há esse manejo.
• Se quer a maioria das fêmeas prenhes no inicio para parirem no inicio da estação de
parição – o animal ficará mais tempo com alimentação disponível.

• Diagnóstico de gestação – 2º manejo, entre 30-60 dias após estação de monta,


seleção dos animais por fertilidade (assim como na cobertura), avaliação do ECC
(abaixo ou acima de 3), ainda consigo ajustar seu consumo e estimular ganho de
peso porque ainda não possuem altas exigências, estão praticamente em
manutenção.

• Parto – estação de parição: é conveniente acontecer no momento em que mais tem


oferta de alimento (mais pasto). Tem que chegar nesse momento com ECC entre 3-
3,5. É importante a fêmea parir no começo da estação de parição por que se está
calculando para o momento que mais tem disponibilidade de alimento, se ela tiver
no inicio vai ter mais tempo de disponibilidade de pasto. Avaliação do ECC (só para
conferir, porque não vai dar para corrigir).

• Desmame dos animais - avaliação do ECC. Mais variável no calendário (pode


ocorrer antes ou depois da estação de monta), em média aos 7 meses do terneiro.
• Se o desmame ocorre depois da estação de monta o diagnostico de gestação e o
desmame vão acontecer no mesmo momento ou muito próximos.

Boa parte das propriedades não usa a estação de monta, não há seleção dos animais por fertilidade.

ESTAÇÃO DE MONTA

Conciliar o calendário reprodutivo com o calendário alimentar do rebanho. ECC para seleção de
fêmeas e para avaliar o manejo nutricional (ECC meta é de 3,0-3,5). A estação de monta
geralmente ocorre no período quente e as parições geralmente na estação fria, maior parte
entre novembro – março.

A estação de monta dura até 90 dias (organizada, geralmente monta a campo), mas o ideal é
que seja de 60 dias (quanto mais organizada a propriedade menor esse período).

O mais interessante é ter um PERÍODO DIFERENTE PARA AS NOVILHAS, deve começar de 15 a


30 dias antes do restante do rebanho (separar essas novilhas das vacas, manter separadas
depois do primeiro parto ainda). Novilha diferente na questão hormonal e ainda está em
crescimento (mais exigência nutricional). Elas têm mais dificuldade, então teria que deixar
maior tempo com os machos, mas se faz isso para a seleção de fêmeas mais férteis para o
rebanho (as que conseguirem em pouco tempo são mais férteis).

Parir no início da estação de parição é melhor porque vão ter mais tempo de disponibilidade
de alimentos, também para ter mais tempo para se recuperar entre estações de monta,
terneiros menores que vão ter mais tempo para se desenvolver e ficar parelhos com os outros
terneiros.

INTERFEREM NA ECC DA FÊMEA: Período de lactação, sanidade (principalmente em relação ao


parto), pasto (qualidade), taxa de lotação (muito alta tem menor oferta de alimentos para cada
animal).
Sempre tentar ofertar de 3 a 4 vezes mais de alimento do que a capacidade do animal para permitir a
seletividade.

TIPOS DE ACASALAMENTO: interferem na forma com que se lida com o calendário

•Monta natural: fêmeas junto com os reprodutores no piquete, avaliar a ECC, avaliação de
aprumos (capacidade de monta), de sanidade, exame andrológico dos machos. Observar o
comportamento dos animais para saber se está acontecendo a monta.

•Monta controlada: rebanho selecionado, observar o cio das fêmeas e levá-las até o touro
(economiza os touros porque não ficam o tempo todo com as matrizes), rebanhos menores
(geralmente rebanhos leiteiros).

•Inseminação artificial: sincronização de cio (otimiza o uso de mão de obra),


normalmente é a IATF (protocolos hormonais), rebanhos grandes.

Associar diferentes tecnologias de acordo com a disponibilidade de recursos para realizar o manejo.

•Relação touro/vaca: 1/25-30

•Trocar reprodutor a cada 2, 3 anos para evitar consanguinidade.

NOVILHAS: como sei que posso colocar ela na cobertura  leva em consideração peso e idade
(levam ao aparecimento da puberdade), de forma complementar se avalia ECC (o ideal é a
partir de 3,5), é possível avaliar o desenvolvimento reprodutivo por ultrassom (avaliado
deposição de gordura, se tiver ela já passou pelo cio)

•É interessante que tenham atingido 65% do PV que terão quando adultas (de acordo com a
raça e padrão do rebanho da propriedade) para que possam ir para reprodução, em torno de
14-15 meses seria o acasalamento precoce (só vai utilizar quando o manejo é bem organizado,
quando se tem animais precoces no rebanho como raças britânicas e alimentação disponível).
Esse acasalamento de 14-15 meses o maior ponto é o ganho de peso da novilha no período de
recria.

Desmame temporário – estimular ciclagem dessas fêmeas.

•Avaliar padrão racial das novilhas, se tem algum problema que se precisa reduzir no
rebanho, peso de desmame (seleciona matrizes por habilidade materna). Se desmama as
terneiras bem pesadas fica mais fácil de chegar a uma idade de acasalamento precoce (o
mais utilizado é até os 24 meses)

MANEJO DO TERNEIRO

PRIMEIRA REAÇÃO DA VACA APÓS O PARTO: Lamber o terneiro  Desobstrução das vias
respiratórias, estimular circulação.

PRIMEIRA REAÇÃO DO TERNEIRO: Ficar em pé, buscar alimento na mãe (leite).

DEFICIÊNCIA NO TERNEIRO: sistema imunológico é deficiente (até 2 meses de idade) e toda a


defesa do organismo é feita pelas macromoléculas que vem do primeiro alimento (especial).
•Até 3 meses vai ter que dar ração, ainda não consegue tirar todos os nutrientes do pasto 
desmame precoce

PRIMEIRO ALIMENTO DO TERNEIRO: COLOSTRO


• Primeiro leite produzido pela vaca (parto)
• Rico em proteínas (imunoglobulinas) e vitaminas

CUIDADOS COM O RECÉM-NASCIDO: Tratamento do


umbigo e identificação

CRIAÇÃO DO TERNEIRO: Consumo de leite pelo terneiro em % do seu PC

MANEJO DO TERNEIRO-IDENTIFICAÇÃO:
Deve ser feita a identificação dos animais com:
• Marca com ferro quente (a fogo),
• Tatuagem,
• Brincos,

• Eletronicamente ou
outro método qualquer
Objetivo: controle  fichas 
escrituração zootécnica
Resultados da identificação:
seleção
TATUAGEM NA ORELHA: Com alicate próprio, com tinta de nanquim, com números ou letras
(forma de feixe de agulhas que perfuram a pele).

COLOCAÇÃO DE BRINCOS: Alicate próprio, brincos plásticos, uso de machinhos. Local: no


centro da orelha, sem prejudicar a estrutura.

MANEJO DO REBANHO DE CRIA:


• Rebanho de cria–manejo do bezerro
• Desmame

PÓS-PARTO – MATRIZ→ RETORNO DO ESTRO


• Remoção de estímulo da sucção:
• Desmame interrompido (48 a 96horas) ou parcial (2 a 3mamadas/dia) estimulam o
retorno ao estro;
• Primeira ovulação=sem manifestação do estro; seguida por ciclo estral de curta duração (8 a
12dias);
• Baixas taxas de concepção no primeiro ciclo estral pós-parto
• Uso de progestinas (progesterona ou progestágenos sintéticos)

PÓS-PARTO – PRIMÍPARAS→ RETORNO DO ESTRO:


• Altas exigências no pós-parto;
• Exigência do crescimento = lactação;
• Perda acentuada de ECC no pós-parto;
• Maior necessidade de estratégias de indução do cio pós-parto;
• ECC fator mais importante;
• Suplementação com gordura + sincronização da ovulação;

DESMAME:

• Precoce (se pensa nas fêmeas)


• 60 a 90 dias de vida dos bezerros;

• Ocorre entre o início e o meio da EM permitindo a recuperação da


matriz e reconcepção; Objetivos:
• Aumentar peso e ECC da matriz (vai poder se reproduzir de novo), melhor para
vacas que estão em uma situação pior
• Aumentar a fertilidade do rebanho (%natalidade);
• Diminuir exigência nutricional da matriz e aumentar a taxa de lotação;
• Permitir que vacas velhas (descarte) sejam vendidas gordas antes do inverno

Pode prejudicar o desenvolvimento do terneiro e até causar mortes. Manter


observação desses animais Para evitar tal problema:
• Não desmamar terneiros com menos de 70kg e 60 dias de idade;
• Manter os animais por 10 dias na mangueira, com água de qualidade, [ ] (mínimo 18% PB) e
feno;

• Fornecimento do [ ] 2x/dia – aumento gradual da quantidade até 1%PC – peletizado;


• Espaço no cocho = mínimo 30cm/terneiro;
• Observar infestação por carrapato e tristeza parasitária;

Dosificar os terneiros de 30 em 30 dias, sendo a primeira no 8º dia de mangueira; 1ª e 2ª


dosificação sem carrapaticida – permitir o carrapateamento ao pé da mãe e no período de
mangueira para adquirir imunidade;
• Os terneiros devem receber [] até atingirem 120 a 140 kg PC;
• Uso de pastagem de qualidade;
• Observar atentamente os animais durante o período de mangueira, senão se alimentar=
retornar à vaca;

USO DO CREEP-FEEDING: Alimentação suplementar do


Terneiro antes do desmame Vantagem:
• Permite maior GP durante a amamentação;
• Reduz o estresse do desmame – já adapta a uma nova dieta
• Incremento no aporte nutricional, bom ganho de peso nessa idade

Desvantagens do creep-feeding
• Diminui a utilização da pastagem (mas aumenta para as matrizes)
• O consumo de [ ] pode ser muito variável;
• Reduzida eficiência em algumas situações;

• O GP adicional normalmente é perdido em condições de confinamento, pois


terneiros não submetidos ao creepirão apresentar o ganho compensatório;
• Pastagem próxima aos cochos é superpastejadas e os cochos não foram removidos com
frequência;
• Custo do alimento, trabalho e instalações.
• Resistência dos terneiros em se alimentarem nos cochos, problema de desuniformidade dos
animais
• Desmame temporário ou interrompido:
• Interrupção temporária do aleitamento;
• Tempo variável de 2 e 13 dias;
• A partir de 40-60 dias após o parto

• Pode ser realizado: Terneiros na mangueira ou piquete bem cercado, com água
limpa e concentrado e/ou volumoso de 48 a 72 horas;
• Terneiros permanecem com a mãe porém com a tabuleta;

• Objetivo é melhorar a fertilidade de rebanhos de corte, estimula ciclagem das


fêmeas (não adianta fazer numa fêmea com ECC ruim)
• Interrupção temporária da amamentação → aparecimento do cio → aumenta taxa
de concepção das vacas em até 30%.
• Realizado a partir de 40 dias após o parto e terneiros com mínimo de 60kg para
interrupção na mangueira e 60 dias e 70kg para uso da tabuleta.
• Eficácia dependerá da condição corporal da fêmea, que deve ser moderada à boa (ECC≥2,7);
• Seu maior efeito existe quando a condição corporal é regular, com fêmea sem regime de
ganho de peso.

• Desmame intermediário:
• Ocorre aos 4-5 meses de idade;
• Realizado em fevereiro e março quando a EM ocorre em outubro a fevereiro;

• Deve-se usar terneiros com peso ≥ 160 kg e vacas com


satisfatório ECC (≥2,5); Objetivo:
• Fornecer ao terneiro e à vaca forragem de melhor qualidade em relação ao período do
desmame tradicional;
• Para as vacas a vantagem é permitir ganho de peso e ECC antes do inverno;
• Para os terneiros a vantagem é que “torna-os” ruminantes antes do inverno;

• Desmame tradicional
• 6 a 8 meses
• Deve ser realizado com a fêmea com ECC≥3,0 no início até o final da EM;
• Normalmente realizado em abril e maio para propriedades com acasalamento de primavera-
verão (nov-fev);
• Vantagens: Menor estresse do terneiro (pouco dependente da mãe) e maior peso ao
desmame;

• Principal desvantagem é que ocorre em período de baixa disponibilidade de forragem,


sendo usado somente quando o nível nutricional é excelente.
• Na época do desmame, deve-se fazer uma avaliação das vacas no sentido de
descartar aquelas que desmamaram os bezerros mais leves e que estão
vazias (ou não),
• Permite liberar pastagens para outras categorias de animais, mantendo
aquelas que possuem maior habilidade materna, ou seja, desmamam bezerros
mais pesados.
• Deve-se dar preferência ao desmame no final da estação do inverno, no inicio da
estação de monta de Novembro a Janeiro;

• Desmame tardio
• Ocorre com o terneiro com aproximadamente 10 meses de idade (praticamente um novilho);
• Não há o estresse
• Com aparição na primavera, este desmame é realizado em agosto;
• Usado somente em rebanhos onde a nutrição é excepcional (EUA);
• Os animais desmamados seguem diretamente para o confinamento (feedlot) – dispensa fase
de recria;

Levar em conta para desmame: disponibilidade de alimento (vacas emagrecendo muito,


por exemplo), ECC das matrizes. Para as novilhas sempre interessante desmamar mais cedo
para ela ter mais tempo para recuperar. ECC COMO FERRAMENTA DE DECISÃO DO
DESMAME
Desmame convencional:
• Vacas com ECC > 3,0;
• Terneiros com 6 a 7 meses de idade;
• Período: abril e maio

Desmame intermediário:
• Vacas com ECC < 2,7;
• Terneiros com 4 a 5 meses de idade;
• Período: fevereiro e março.

Desmame temporário:
• Vacas com ECC > 2,7;
• Terneiros com mínimo de 60 dias de idade ou 70 kg PC;
• 2 a 3x na EM (dezembro e janeiro).
Desmame precoce:
• Vacas com ECC < 2,5;
• Terneiros com peso mínimo de 70 kg PC com 60 a 90 dias de idade –fornecer suplemento até
os 120 kg PC;
• Período: dezembro a abril.

ESTRESSE DA DESMAMA: Como consequência do estresse de desmama, geralmente ocorre


atraso no desenvolvimento, além do animal ficar mais suscetível a doenças e parasitoses.

MANEJO DO DESMAME:
• Levar vacas e terneiros para mangueira

• Separar vacas de terneiros


• Levar vacas para campo distante
• Terneiros permanecem em mangueira por 2 –3 dias
• 1º dia somente água
• 2º -3º dias fornecer algum volumoso + pequena quantidade de concentrado

• Após período de mangueira conduzir terneiro para área de alimentação


específica (pastagem de aveia, confinamento, suplementação a campo, etc.)
• Deve ter água de qualidade e em quantidade (acesso)
• Cercas devem ser boas (porteiras boas)
• Piquete livre de sangas e banhados no local de trânsito
• Cuidado com plantas tóxicas
•Acompanhar o desenvolvimento dos animais
•Desmame precoce= maior estresse

MANEJO DO BEZERRO:
• Desvermifugar
• Vacinar
• Castrar–3 semanas antes ou depois do desmame
• Aos7, 12, 18 meses

• Castração imunológica – vacina.

RECRIA E IDADES DE
ACASALAMENTO
IMPORTÂNCIA DA NOVILHA: Etapas  cria (base – menor eficiência produtiva),
recria (eficiência > 1° acasalamento), terminação (mais simples, rápida).

CONDIÇÕES PARA ACASALAMENTO:

• Seleção e descarte  taxa de reposição determina n° de novilhas


• Seleção no desmame: alimentação em função do peso alvo no acasalamento
• Escolha por peso e padrão racial – considerar idade (+ nova = + leve).
• Histórico das mães

• Puberdade e peso ao acasalamento


• Idade: britânicas 10-12 meses e zebuínas 12-15 meses
• 60-65% peso adulto (puberdade): taurinas 56-65% e zebuínas 65-72%
• Taxa de prenhez pode ser de 85-95%

MANEJO DA NOVILHA

• Peso e idade mínimos para atingir puberdade: primeiro acasalamento com 65% do
peso adulto, parto com 85% do peso adulto
• Selecionar novilhas que nasceram na primeira metade da estação da parição
• Bezerra desmamada com 160kg aos 7 meses
• Devem atingir puberdade um a dois ciclos estrais antes da EM
• Prioridade para pastagem de melhor qualidade.

IDADES DE ACASALAMENTO:

• 36 meses – tradicional – sem manejo especifico

• 30 meses – etapa para chegar aos 24 meses – requer melhorias. Ocorre no final do
verão/outono – favorece prenhez – animais em bom estado.
• 24 meses –“padrão” - sob o ponto
de vista de eficiência produtiva, este é o primeiro ajuste a ser realizado no sistema de
produção com baixos índices produtivos.
• Padrão genético: possível puberdade aos 24 meses
• Limitação: 2 períodos de outono-inverno durante a recria

*ESTRATÉGIAS ALIMENTARES: Exclusivamente pasto: campos diferidos (verão), campos com


baixa taxa de lotação (150-200 kg de PV/ha), suplementação alimentar (inverno).

• 18 meses: alternativa para melhorar a taxa de prenhez


• Antecipação 6 meses acasalamento novilha
• Atraso 6 meses segundo acasalamento - emprenha vaca solteira em vez de primípara
lactante
• Maior período descanso (PD): Acasalamento – outono (abr/maio),
Parição – verão (jan/fev), Desmame – inverno (jun/jul)
• 2º acasalamento –primavera –junto com demais vacas adultas
• Recria em 3 fases: out-inv, prim, ver - evitar perda de peso
• Garantir GP 0,400 kg no primeiro outono-inverno (Pasto + Suplementação).

• 14 meses: máxima eficiência biológica no manejo da novilha de corte. Elevado


investimento na recria, pré e pós parto da primípara. Não recomendado.
• Melhores resultados com animais de raças britânicas (Angus, Hereford,
Devon) e cruzas com zebuínos e continentais  quanto maior grau de
sangue zebuíno, maior deve ser o % do PV da novilha em relação ao PV
adulto para assegurar alta taxa prenhez.
• Recomendado peso de desmame mínimo 180-200 kg (6 meses)
• Para atingir 310 kg PV  GP recria = 0,620 kg  pasto + suplemento

Medidas de peso vivo, ganho de peso, condição corporal e idade de novilhas Nelore acasaladas
aos 18 meses de idade, prenhas e falhadas:

RECRIA – GANHO DE PESO

EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DE BOVINOS DE CORTE EM CRESCIMENTO

• Exigência nutricional é definida como a quantidade diária de um nutriente que o


animal deve ingerir para alcançar determinado nível de produção.
• Durante a recria, a variação nas exigências para ganho variam de acordo com a
variação na composição corporal dos animais.
• Assim, as exigências nutricionais dependem não da composição do animal, mas da
composição do ganho em determinado peso, que é chamado de taxa instantânea de
ganho.

EFICIÊNCIA DO GANHO DE PESO NA RECRIA


• Fêmeas=período de maior crescimento → reproduzir;

• Machos=período de ganho eficiente porque tem baixa exigência de


mantença e alto potencial de crescimento muscular, com baixa deposição
de gordura.

A gordura
tem 4 áreas distintas de deposição:
• Gordura abdominal, renal-inguinal e pélvica;

• Intermuscular;

• Subcutânea ou de cobertura;

• Intramuscular ou de marmoreio.

Primeiro cresce tudo muito igual, depois da puberdade que há aumento de deposição de
musculo e gordura. Precisa acumular mais energia para depositar musculo e gordura. Até a
puberdade tem CA muito melhor, depois a CA piora com a idade. Em média a CA vai variar de
5-10kg/MS para 1kg de produto (consumo/GDP).

EFICIÊNCIA DO GANHO DE PESO NA RECRIA


• Ainda há pouca gordura no ganho em relação à fase de terminação;
• A exigência de mantença é relativamente baixa, pois o animal é leve;
• A taxa de crescimento relativo, ou seja, a taxa de ganho em proporção ao peso é maior no
animal jovem;
• Na recria, ocorre a priorização dos nutrientes para o ganho de peso.
• Composição do ganho de peso na recria:

EFICIÊNCIA DO GANHO DE PESO NA RECRIA


CA piora à medida que o animal aumenta o peso e a [ ] de gordura no ganho;
• A eficiência bruta (kg de alimento por kg de peso) é menor para deposição de gordura do que
de músculo:
• Lipídio é mais denso energeticamente;
• Tecido adiposo tem menos de 10% umidade;

• A mesmo
quantidade de energia do alimento é capaz de depositar 4 kg de tecido
muscular ou 1 kg de tecido adiposo.

Hereford menor CA – melhor Eficiência é o inverso


• Valores de elevada eficiência alimentar para animais em terminação só ocorrem com:
• Dietas com elevado teor de concentrado, na qual há um aumento da
eficiência em decorrência da diluição da mantença;
• Animais de elevado
peso adulto (raças europeias continentais, principalmente quando
não- castrados) abatidos com baixo teor de gordura.

• Novilhas atingem a maturidade mais


rápido que machos castrados e estes por
sua vez mais rápidos que animais inteiros.

• Raças precoces são animais de pequeno e médio porte, vão atingir o peso
necessário para a puberdade antes do que animais de grande porte.
• Máximo que um bovino ganha de peso por dia: raças especializadas chega a 2kg.
Animais de recria se espera 500g, 1kg (se for fêmea menos e macho mais)
• Animais grandes tem ganho de peso maior por dia porque precisam ganhar maior
peso para chegar ao peso adulto.
• A fêmea é mais precoce, quem tem maior ganho de peso são os machos inteiros. Quem
tem mais gordura na carcaça a fêmea (mais difícil fazer elas ganharem peso
eficientemente).

A partir de determinado ponto em que o animal atinge a puberdade ele estabiliza o ganho
muscular e aumenta o ganho em gordura. Por isso que animais jovens são mais eficientes
que os adultos. Vai ter que comer muito mais para conseguir ganhar peso, só esta
acumulando gordura.
Por isso tem que aproveitar o ganho de peso na recria, após o desmame.

VARIAÇÃO NO PESO DE ABATE:

• Animais com menor peso à maturidade atingem o peso de abate em idade mais
precoce do que animais com maior peso à puberdade.
• Quanto maior a taxa de maturação (rapidez com que os animais atingem a
composição corporal adulta) menor será o peso adulto.
• Para um mesmo peso, raças de maturidade mais precoce vão apresentar mais gordura
e menos proteína que as raças mais tardias.

EFICIÊNCIA DO GANHO DE PESO NA RECRIA


• A suplementação dos animais em pastagens na recria é uma das formas mais práticas
e efetivas de alterar a curva de crescimento dos bovinos
• Podem ser usadas diferentes formas de suplementação: Mistura mineral,
mistura mineral com ureia, misturas múltiplas (ureia, proteína verdadeira e
aditivos) e misturas concentradas.
• A estratégia da suplementação depende da meta de desempenho e da análise econômica;
• Suplementação proteica → verão
• Suplementação energética → inverno

CRESCIMENTO COMPENSATÓRIO NA RECRIA E TERMINAÇÃO DE BOVINOS DE CORTE

• Nos sistemas de produção brasileiros é comum acontecer um período de


restrição alimentar, portanto, ocorrerá o ganho compensatório quando os
animais são devidamente realimentados.

• Restrição ocorre devido a baixa concentração de EM das forrageiras tropicais, baixa


densidade de folhas por unidade de área e grande flutuação na disponibilidade de
forragem e nutrientes.

Ganho compensatório – mecanismo provoca mudanças no padrão de crescimento de


bovinos que passam por restrição alimentar, fazendo com que, após o período de
restrição, os animais apresentem um crescimento mais rápido do que aqueles que não
passaram por restrição.

• O crescimento normal do animal é expresso no aumento do tamanho e peso do


animal em um determinado ambiente.
• Estresse nutricional é o resultado de uma limitação, tanto na quantidade quanto na
qualidade de nutrientes fornecidos pelos alimentos disponíveis, que impedem o
animal de expressar seu potencial de crescimento.
• A intensidade desse estresse pode causar tanto a redução da taxa como taxas negativas de
crescimento.

FORMAS DE CRESCIMENTO COMPENSATÓRIO:

• Compensação completa: quando os animais que passaram por restrição atingem o


mesmo peso de abate à mesma idade que os animais que não passaram por restrição.
Acontece quando a restrição é pouco intensa e o período de realimentação é longo.
• Compensação parcial: as taxas de ganho de peso dos animais que passaram por
restrição são maiores, mas não o suficiente para que o mesmo peso de abate seja
atingido a uma mesma idade. Casos mais comuns.
• Sem compensação: as taxas de ganho de peso dos animais que passaram por restrição
são iguais ou menores às dos animais que não passaram por restrição, portanto o
mesmo peso de abate será atingido em idades mais avançadas. Casos mais raros.

FATORES QUE AFETAM O CRESCIMENTO COMPENSATÓRIO

• Idade do animal na restrição

• Animais que sofreram restrição logo após o nascimento tendem a não apresentar o
crescimento compensatório, podendo ou não atingir, em idades mais avançadas, o
mesmo peso à maturidade de animais que não sofreram restrição
• Animais que sofrem restrição próxima ao peso adulto dificilmente apresentam
crescimento compensatório completo.
• Animais desmamados e de sobreano têm maior potencial para apresentar o crescimento
compensatório.

• Assim, animais desmamados e submetidos à restrição alimentar, durante o


primeiro inverno, podem apresentar compensação completa durante a estação
de verão subsequente.
• Este ganho compensatório na recria torna questionável a prática do creep-feeding,
com suplementação ao bezerro em aleitamento. Assim os benefícios da
suplementação alimentar no peso ao desmame podem ser diluídos pelo crescimento
compensatório no pós-desmame.

• Severidade da restrição

• É a diferença entre a taxa de ganho observada e a taxa de ganho potencial. Quanto


maior essa diferença maior a restrição.
• Está mais relacionada com o tempo de permanecia do animal em ganho
compensatório do que com a taxa de ganho compensatório.

CONFINAMENTO

CONFINAMENTO NO BRASIL: de 2,06 milhões de cabeça em 2001 para 5,05 em 2015.


PORCENTAGEM DE ANIMAIS TERMINADOS EM CONFINAMENTO NO BRASIL: 13% abate de animais
terminados em confinamento

•recria das fêmeas geralmente ocorre à pasto

•Confinamento para engorda: fase mais curta. Animal confinado deposita mais peso do que
animais a pasto (dieta balanceada, animal não precisa andar para comer, tipo de alimento –
grãos que vão ser rapidamente transformados em energia). Milho  amido  rúmen  AGVs
 maior quantidade quando come grãos  propionico  fígado  glicose  favorece
transformação de energia em gordura.

•Vantagens: Reduz o ciclo produtivo porque o animal ganha mais peso mais rápido. Quando
se confina os animais pode-se liberar áreas de pastagens para outros animais. Confinar os
animais quando está acabando a pastagem. Posso ter animais prontos em épocas de ante-
safra que o preço vai estar mais elevado (ganho de peso mais rápido).

CARACTERÍSTICAS PARTICULARES DOS CONFINAMENTOS BRASILEIROS:


• Período –70 a 80 dias;
• Vários lotes no mesmo curral (pode ter lotes entrando e lotes saindo, o que define é o ganho
de peso)
• Estação de confinamento – abril a dezembro (região sul mais diferente por causa do clima);
• “boi de capim”
• Verão: Calor
• Chuva = lama
• Custo insumos ↑
• Preço arroba ↓
• Zebuínos (confinamento concentrados na região tropical) – potencial de resposta inferior que
europeus
• Anelorados
o 58 –69%
• ↑ FDNfe (maior necessidade por fibra fisicamente efetiva, maior tamanho, estimula a
ruminação).
• ↑ amido = ↓ GMD.
• Animais inteiros (não castra para aproveitar o hormônio do crescimento para
aproveitar o GDP)
• Animais inteiros - Hormônios

• Ganho compensatório: a vaca e o terneiro estão na pastagem, após o desmame esses


terneiros vão para uma pastagem “razoável”, se for desmamado mais cedo vai sofrer
estresse por mudança de alimentação tendo

decréscimo na produção. Na situação em que não está dando o que ele precisa acontece a
restrição alimentar, ele não vai estar ganhando e produzindo tudo o que tem capacidade.
Depois disso resolve colocar o animal em confinamento, tira da situação de restrição e
coloca no confinamento, ele vai ter o ganho compensatório (organismo vai querer ganhar
ao máximo já que passou por restrição). Quando se tem uma restrição não muito intensa o
animal responde bem quando colocado no confinamento. Ele pode chegar ao final com o
mesmo peso que um que não teve restrição (compensação total)
o Se for muito intensa pode não ter a compensação.
• Dietas com moderada [ ] energética

VANTAGENS DA TERMINAÇÃO EM CONFINAMENTO:

• Liberação de pastagens para outras categorias, aumentando a taxa de lotação e a reserva de


forragem
• Liberação de áreas para animais mais eficientes
• Aumento do numero de bovinos terminados
• Elevação do retorno sobre o capital investido (maior giro de capital)
• Distribuição das receitas ao longo do ano, permitindo maior flexibilidade na comercialização.
• Viabilização do abate de animais mais jovens e/ou bovinos com carcaça com maior grau de
acabamento.
• Aumento do preço de venda – comercio na entressafra e maior valorização do animal
confinado
• Redução do custo do fornecimento de ração (por unidade de energia ou de ganho)
• Aumento do peso de abate e da eficiência dos fretes – no frigorifico redução dos custos de
processamento
• Redução da variabilidade da carne, tanto em acabamento quanto em idade.
• Concentração do esterco, permitindo seu manejo integrado.

DESVANTAGENS DA TERMINAÇÃO EM CONFINAMENTO – PREJUIZOS

• Regiões onde o custo dos ingredientes é alto e/ou o valor de comercialização é baixo
• Locais ou períodos muito quentes e úmidos, onde o crescimento da pastagem é mais
equilibrado ao longo do ano e o desempenho em confinamento é pior.
• Quando implica no aumento de riscos sanitários, pela concentração de animais.
• Quando gera possíveis problemas ambientais
• Quando há risco sanitário na comercialização do país ou estado (exportação)
• Quando requer conhecimento, organização e capital gerando riscos administrativos.
DIETAS EM CONFINAMENTO

• Dietas: alto concentrado X alto grão


• Planos alimentares diferentes

• Perfis fermentativos diferentes


• Alto grão não tem alimento volumoso
• Influencia fisiológica
• AGV – 65-70% de acetato, 15-25% de propionato e 5-10% de
butirato.
• O aumento da produção de propionato resulta em maior
secreção de insulina
• A insulina aumenta a síntese de gordura e proteína e ao mesmo tempo inibe a
degradação de gordura e proteína em nível tecidual
• O aumento da síntese de gordura e proteína é devido a melhor taxa de captação de nutrientes
pelos tecidos.
• É por este motivo que animais em confinamento são alimentados com dietas ricas em
grãos: maior produção de propionato resulta em ganho de peso mais eficiente e maior
marmoreio, uma vez que há menor perda de energia da ração sob forma de CO2 e CH4.
• Além disso, dietas à base de grãos resultam em órgãos viscerais com menor peso
quando comparadas com as forragens, deixando mais energia para ganho de tecidos.

CONFINAMENTOS COM DIETAS ALTO GRÃO: o uso do milho inteiro, sem fonte de volumoso e
de fibra longa ou mesmo volumoso algum. Vantagem: obter o máximo benefício de conversão
alimentar.

• Pode-se utilizar tamponantes, mas o grão é dado de forma inteira para estimular a
mastigação (salivação, estimulando o bicabornato)  evitar acidose ruminal. Amido
mais protegido retardando a degradação pelas bactérias, evitando uma grande queda
de pH que aconteceria se fosse rápido (ácido lático).
• Ração em pellets – alimento concentrado
• Ocasiona menor taxa de passagem = maior tempo de retenção de grão no rúmen
• Desvantagens: alto custo, deve ser utilizada por períodos curtos, alto risco de
perda de animais (manejo alimentar incorreto), risco sanitário. ADAPTAÇÃO (21
DIAS)

DESORDENS METABÓLICAS (DIETA EM CONFINAMENTOS)

• Acidose ruminal: acidificação do ambiente ruminal com resultante redução dos


processos fermentativos, consumo alimentar e consequente queda do
desempenho.
• Timpanismo: perda da motilidade ruminal, aliada à excessiva produção de ácidos
da fermentação, interrupção do processo de eructação, com consequente
redução na ingestão de alimentos e, em casos extremos morte.
• Laminite: processo inflamatório dos cascos que prejudica a mobilidade, o
consumo de alimentos e desempenho.

Cuidados para evitar desordens metabólicas:

• Formação de lotes homogêneos


• Disponibilização de espaço de cocho adequado
• Adaptação prévia à dieta

• Fornecimento mínimo de fibra fisicamente efetiva para promover a ruminação,


em função do teor e da forma de processamento das fontes de amido.

• Utilização de aditivos alimentares, tais como ionóforos


• Manutenção dos horários de fornecimento de ração
• Ajuste adequado do fornecimento de ração
• Observar os animais, um que come demais.

Adaptação à dieta

•primeiro aumenta a frequência e dá menores quantidades, para evitar grande consumo dos animais.

•escore de sobras

•ter uma área de pastagem para os animais que não se adaptarem ao confinamento.

COMPOSIÇÃO E EVOLUÇÃO DO
REBANHO

Como a quantidade de animais varia dentro do rebanho, quais categorias que variam. Porque
saber a evolução do rebanho? A partir dela calcula a taxa de desfrute.

Taxa de desfrute: quantos % do rebanho estão sendo transformados em produto. Pode ser

fazer em kg ou %. Taxa de desfrute = n° animais vendidos/consumidos x 100


Total do rebanho (estoque)
•Essa informação é interessante para avaliar a rentabilidade da propriedade. Esse índice vai
variar de acordo com as fases da produção.

•Uma propriedade com ciclo completo: vai manter um rebanho maior (matrizes, animais em
crescimento), acaba retendo um estoque maior, sistema com rentabilidade menor, vai se ter
maiores custos para manter esse rebanho. A taxa de desfrute gira em torno de 30% (sabendo
dessa informação pode avaliar outras propriedades).

•Se for uma propriedade somente de cria (matrizes e animais jovens até desmame), estoque
menor porque vai estar vendendo os terneiros (animais até 1 ano já vão estar saindo).
Condições de aumentar a taxa de desfrute para 40- 45% dependendo da taxa de natalidade.

•Cria e recria em torno de 30% porque segura mais os animais em virtude da recria.

•Propriedades para terminação quanto maior a taxa de desfrute melhor, vai estar sendo
comercializados muito. Taxa de desfrute entre 80-90%, não tem razão para manter estoque na
propriedade.

ÍNDICES (RE)PRODUTIVOS: taxa de natalidade (taxa de parição), taxa de prenhez, taxa de


desmame, taxa de mortalidade.

QUAIS SÃO OS FATORES QUE ALTERAM NESSA TAXA?

• Taxa de natalidade (principalmente na fase de cria) – poucos animais nascendo


menos animais para os outros ciclos produtivos.
• Reprodução - quanto maior a taxa de prenhez maior a natalidade.
• Taxa de mortalidade – principalmente animais jovens (pré-desmame), mau manejo
alimentar pode perder animais adultos. Influencia do manejo alimentar e sanitário.
• Idade de entoure - quanto menor maior é o desfrute.
• Idade de abate – se não tem um bom acompanhamento do crescimento dos animais
vai demorar mais para ter um retorno. Influencia do sistema de terminação (a pasto
ou confinamento), esse sistema de alimentação altera a taxa de desfrute porque pode
acelerar o ganho de peso e diminuir o tempo para isso.

EVOLUÇÃO DO REBANHO: tabelas com categorias e numero de animais. Depende dos índices
produtivos

• % de parição: 50%

• % de touros: 4%
• % de mortalidade de 0-1 ano: 8%
• % de mortalidade após 1 ano: 4%
• % de substituição anual de matrizes de idade avançada: 20% (taxa de reposição)
• Idade de abate dos machos: 4 anos
• Idade de entoure das novilhas: 3 anos

1º Definir categorias do rebanho e quantos animais há nelas.

2º Idade de abate diz quantas categorias de machos vai ter, idade de entoure das novilhas também

3º Desconta do n° de terneiros a taxa de mortalidade de 0-1 anos. Pode descontar a % de mortalidade


no total da natalidade, não precisa ser separado para machos e fêmeas.

4º Pegar os 23 terneiros de 0-1 ano e desconta a mortalidade após 1 ano para os animais de 1-
2 anos e segue descontando para 2-3, 3-4 anos.

CATEGORIAS NÚMERO DE % UA/CATEGORIA UA/TOTAL


ANIMAIS
VACAS 100 39,06 1,0 100,0
TOUROS 4 1,56 1,2 4,8
MACHOS 0-1 ANO 23 8,98 0,3 6,9
MACHOS 1-2 ANOS 22 8,59 0,5 11,0
MACHOS 2-3 ANOS 21 8,20 0,75 15,75
MACHOS 3-4 ANOS 20 7,81 0,85 17,0
FÊMEAS 0-1 ANO 23 8,98 0,3 6,9
FÊMEAS 1-2 ANOS 22 8,59 0,5 11,0
FÊMEAS 2-3 ANOS 21 8,20 0,75 15,75
TOTAL 256 99,97% 189,1

Unidades de animais servem para saber a taxa de lotação que

é medida em UA/ha. O que se espera daqui um ano – ver os

índices, quantos terneiros se espera nascer.


Supondo que fossem vendidos somente os machos desse rebanho: taxa de desfrute  20/256 x
100 = 7,8%  não é uma taxa boa, era para estar em média de 30%.

• Mas tem taxa de reposição de novilhas, vacas velhas estão sendo descartadas. 20
vacas estão saindo e 20 novilhas entrando, mas sobra 1 novilha que vai ter outro
destino (entra na comercialização).
• Então tem mais 21 animais que vão para comercialização. Então em vez de 20
animais (machos) vão estar saindo 41 animais.

• A taxa de mortalidade após 1 ano pode ser de matizes também, então vai estar
morrendo 4 vacas. Então vai precisar de 24 novilhas para continuar com 100 matrizes.
Ou seja, não vai substituir 20 vacas e sim 17 porque morreram 4 e se tinha só 21
novilhas para usar para reposição.
• Então tem além dos 20 animais machos as 17 vacas velhas. Taxa de desfrute 37/256 x 100 
14,5%

Avaliar a situação do rebanho de cria, porque apenas metade das matrizes está emprenhando
 ECC, padrão racial, idade, sanidade. Decidir o que fica e o que vai  vacas muito velhas,
padrão racial (conformação que não atende ao que se quer no rebanho), ECC.

• Se tiver trocado todo o rebanho (substituindo pouco a pouco) ao passar do tempo vai
ter animais muito jovens que tem produtividade inferior. Não é interessante uma taxa
de reposição tão alta, só é interessante quando se tem muitos animais improdutivos
que se quer tirar do rebanho. Taxa de reposição ajustável de acordo com a
necessidade do rebanho. Taxa de reposição também é ajustável, pode se ter um
rebanho muito grande e não se quer mais tantas.

EXEMPLO II:

• Tamanho da propriedade: 720 ha de área pastoril.


• Lotação: 0,8 U.A./ha.
• Taxa de parição: 50 %.
• Taxa de mortalidade 0 – 1 ano: 4 %.
• Taxa de mortalidade + de 1 ano: 4 %.
• Idade de abate: 2 anos.
• Idade do primeiro entoure: 2 anos.
• % de touros: 4 % (reprodução somente com touros a campo).
• Taxa anual de substituição de matrizes com idade avançada: gostaria que fosse 20 %.
• Unidades Animais (U.A.)
• 1 U.A. Equivale a 450 kg de peso vivo.
• Proporção em relação ao peso vivo:
• Vaca = 1 U.A.
• Touro = 1,2 U.A.
• Macho e fêmea de 0 a 1 ano = 0,4 U.A.
• Macho e fêmea de 1 a 2
anos = 0,75 U.A.

NÚMERO TOTAL DE MATRIZES

• Área 720 ha
Nº. U.A./Nº. MATRIZES = TOTAL U.A./ Nº. MATRIZES = 158,6/100 = 1.586
• Cálculo sempre é baseado no número de matrizes porque a partir delas serão definidas as
demais categorias.
N° de matrizes = lotação x área

N° UA/ N° matrizes

N° de matrizes = 0,8 x 720 = 363.17 matrizes

1,586

EVOLUÇÃO DO REBANHO

• De acordo com os índices, podem ser mantidas 364 matrizes nos 720 ha.
• Refazer o cálculo utilizando 364 matrizes, respeitando os índices da propriedade.

• Morte anual de matrizes (4 %) = 15 vacas.


• 84 novilhas – 15 mortes (matrizes) = sobra 69 novilhas para reposição
• Descarte máximo de matrizes = 69
• Representa 19 % na taxa anual de substituição de matrizes de idade avançada.

TAXA DE DESFRUTE

Vendas: 69 vacas de descarte + 84 novilhos de 2 anos = 153

animais para a venda Taxa de desfrute = 153/721 x 100 =

21,22%

Exemplo III:
Considere ainda:

• % Touros – 4%
• Taxa de reposição de matrizes – 20%
• Área da propriedade = 550 ha
• Proporção em relação ao peso vivo:
• Vaca = 1 U.A.
• Touro = 1,2 U.A.
• Macho/fêmea de 0 a 1 ano = 0,3 U.A.
• Macho/fêmea de 1 a 2 anos = 0,5 U.A.
• Macho/fêmea de 2 a 3 anos = 0,75 U.A.
• Macho/fêmea de 3 a 4 anos = 0,85 U.A.

CÁLCULO – EVOLUÇÃO DO REBANHO

Selecione os índices necessários para calcular a evolução do rebanho, definir o número de


matrizes a serem utilizadas no sistema tradicional (média brasileira) e no sistema melhorado.
Calcule também a taxa de desfrute obtida nos dois sistemas. Discuta os resultados obtidos.

CADEIA PRODUTIVA DA
BOVINOCULTURA DE CORTE

OBJETIVO: produtos que cheguem ao mercado consumidor. De acordo com o sistema de produção
tem um diferente produto.

Etapas produtivas dentro da propriedade, outros setores que apoiam essa produção. Antes da
fazenda  o que está fora, mas é necessária para a produção acontecer, como equipamentos,
insumos (ração, adubo, sal), a própria assistência técnica entra aqui.

Depois que a produção ocorre na propriedade tem os setores responsáveis pelo


beneficiamento do produto, como abate e comercialização. Dependendo do produto se
atinge mercados diferentes, como comercialização de animais vivos. Adequação da produção
de acordo com o mercado.

PRODUTO DIFERENCIADO: a diferenciação do produto pela sua transformação em um bem


com características e identidade própria (por exemplo, um corte especial de carne maturada,
embalado a vácuo), capaz de quebrar a natureza da commoditty agregando valor. Atinge
mercados diferentes (carne de tal raça de tal lugar), mostra para o consumidor que é um
produto diferente (produto nativo, sustentável, identidade local/cultural). Pasto – animais com
perfil de ácidos graxos diferente, gordura mais saudável.

PASTO NATIVO: preservação do ambiente, vegetação já presente local. Agrada o consumidor


saber que o animal se alimenta de pasto nativo, identidade cultural da região (como SC).
Também significa bem estar, o animal não está confinado.

COMERCIALIZAÇÃO: o produto pode chegar de diferentes maneiras no mercado e com isso


vai ter diferentes tipos de produção.

SISTEMA DE CRIA: matrizes e reprodutores – acasalamento (que tipo de cruzamentos, de qual


forma) – confirmação de prenhez – vaca vazia vai para o mercado (tanto gorda quanto magra)
ou gestação (atenção no ECC, engordar só no começo da gestação) – exigência nutricional
grande na fase de amamentação – desmame (estratégia). Índice produtivo – taxa de prenhez.
Associado ao manejo alimentar e ECC dos animais. RECRIA: terneiros desmamados saem da
propriedade, pode manter alguns como fêmeas de reposição.

EXERCÍCIOS PROVA I –
BOVINOCULTURA DE CORTE

• Assinale a alternativa que contém o país com a maior produção de carne bovina no
mundo, país com maior rebanho comercial no mundo, região brasileira com maior
rebanho de bovinos e estado com maior rebanho, respectivamente;
• Brasil, EUA, Norte, MG
• EUA, Brasil, Centro oeste, MS
• EUA, Brasil, Centro oeste, MT
• EUA, Brasil, Norte, MT
• Brasil, EUA, Centro oeste, MT

• O estado de ............................ é o estado com o maior rebanho de bovinos do


país, enquanto o estado de. é o estado com maior número de estabelecimentos
destinados a produção
de bovinos no país.

• O município de ..................... é o município com maior rebanho bovino do estado,


enquanto o município de ............................ é o município com maior número de
estabelecimentos destinados a produção de bovinos no estado.

• Assinale a alternativa que define os conceitos de Comodity e produto diferenciado;

• Comodity é um produto que possui uma marca e um nicho de mercado


específico, com poder de interferência do produtor no quesito valor, enquanto
produto diferenciado é algo oferecido em grande quantidade e em escala
mundial, sem interferência do produtor no quesito valor.
• Comodity é um tipo de produto que segue as exigências de um mercado
específico e temos como exemplo os programas de carne certificada das raças
(Angus, Devon e Hereford), em contra partida produto diferenciado não segue
as exigências do mercado.
• Comodity é um produto com selo de identificação, identidade própria e valor
agregado, enquanto produto diferenciado são
• Produto diferenciado é um produto que possui uma marca e um nicho de
mercado específico, com poder de interferência do produtor no quesito valor,
enquanto produto Comodity é algo oferecido em grande quantidade e em escala
mundial, sem interferência do produtor no quesito valor.

• Sabe-se que o que define um sistema de produção como intensivo ou


extensivo é o nível de tecnificação do estabelecimento, então cite 5 características
de um sistema de produção intensivo;

• Assinale a alternativa incorreta;

• Bovinos Bos taurus taurus tem como características predominantes, ter


maior resistência ao calor, maior resistência a endo e ectoparasitas, maior
número de glândulas sudoríparas e um período maior de gestação se
comparado a bovinos Bos taurus indicus.
• Bovinos Bos taurus indicus, possuem barbela e umbigo bem desenvolvidos,
sendo características que facilitam a dispersão de calor para o ambiente e uma
maior adaptação aos trópicos.
• Bovinos Bos taurus taurus engloba raças continentais e britânicas as quais
tem maior adaptação a baixas temperaturas, quando comparadas as raças Bos
taurus indicus.
• Bovinos Bos taurus taurus, são os animais de escolha para regiões
subtropicais, com pastagens de boa qualidade, baixas incidências de
ectoparasitas como carrapato e que tem como objetivo de produção uma carne
gourmet.

• Classifique as raças de acordo com a sua origem e subespécies;

( ) Europeu continental

• Bos taurus taurus ( ) Zebu indiano

• Bos taurus indicus ( ) Europeu Britânico (


) Zebu africano

• Europeu continental ( ) Hereford

• Zebu indiano ( ) Guzerá

• Europeu Britânico ( ) Charolês

• Zebu africano ( ) Braford

• Raça sintética ( ) Nelore ( ) Angus


( ) Boran

( ) Brahman

() Brangus () Limousin () Devon

• Com relação a exigência de energia das vacas assinale a alternativa incorreta

• O período em que a vaca tem menor exigência de energia é após o


desmame, período em que a vaca para de amamentar o terneiro e que se estiver
prenhe ainda terá um feto de tamanho pequeno, pois estará aproximadamente
no meio da gestação.
• O plano nutricional dita os limites reprodutivos, podendo tomar como base a
técnica de ECC (escore de condição corporal) sendo desejável o excesso de
reservas corporais.
• O período mais crítico do ciclo produtivo das vacas em termos de produção e
eficiência reprodutiva é no pós-parto, sendo que a demanda energética para
produção de leite é muito alta.
• A exigência de energia no período pré-parto também é de grande
importância, pois influencia no tamanho do bezerro, produção de leite,
crescimento do terneiro e reaparecimento do cio pós- parto.

• Cite 5 fatores que influenciam no ECC (Escore de condição corporal) do animal;

• Sobre os tipos de sistema de acasalamento assinalem a alternativa correta:

• Na monta a campo devo usar uma relação touro vaca de 1:50 e invernadas não
muito extensas.

• A inseminação artificial em tempo fixo (IATF) dispensa a observação de cio,


sendo que realizada em um lote dentro de um curto período, já que as vacas são
sincronizadas por meio de protocolos hormonais.
• Na monta controlada a relação touro vaca é menor 1:25 e deve ser observado
cio para que a matriz seja conduzida junto ao touro.
• A inseminação artificial (IA) não demanda muita estrutura na propriedade,
não precisa de observação de cio e diminui o número de filhos por touro.
• Um produtor contratou você para planejar um calendário reprodutivo para a sua
fazenda, a fim de atender os parâmetros estabelecidos pelo seu comprador de
terneiros. O comprador bonifica em 7% em relação ao preço do mercado comum no
dia do negócio, o produtor que oferecer terneiros no primeiro trimestre do ano, com
no mínimo 200kg de raças britânicas e sintéticas (Hereford, Angus, Devon, Braford e
Brangus), o produtor também diz que quer estabelecer uma nova meta na fazenda, a
de produzir um terneiro/vaca/ano. Qual o manejo produtivo e reprodutivo você
indicaria para que esse produtor consiga atingir esses parâmetros? Quais técnicas
produtivas e reprodutivas você poderia indicar para alcançar essas metas e ampliar o
seu serviço na fazenda?

• A avaliação do ECC (Escore de condição corporal) é uma ferramenta amplamente


utilizada nas fazendas com o objetivo de organizar lotes de acordo com a necessidade
nutricional, porém deve ser avaliada em períodos estratégicos de acordo com a
função e período do ciclo produtivo em que os animais se encontram. Explique quais
são esses períodos de avaliação do ECC, a importância de ser avaliado neste momento
e quais são os escores esperados em cada período.

• Sobre o desmame assinale a alternativa incorreta;

• O desmame precoce é uma ferramenta indicada para vacas que estão com
baixo ECC, sendo bastante benéfico para a vaca, mas bastante arriscado para
vida do terneiro, pois este será um período de declínio da imunidade e de muita
exigência de proteína com alta digestibilidade.
• O uso de creep-feeding pode dispensar o desmame precoce, pois o animal
receberá concentrado e continuará sendo amamentado pela vaca ao mesmo
tempo, é uma técnica de muita eficiência e alto custo.
• O desmame intermediário é uma técnica bastante utilizada durante
protocolos de IATF, a fim de ter uma melhor taxa de ovulação precocemente e
por consequência boas taxas de concepção.
• O desmame tradicional ocorre por volta de 6 e 8 meses, é indicado em vacas com
escore corporal
>3,0, normalmente é realizado em abril e maio.

• O desmame tardio ocorre em terneiros com aproximadamente 10 meses,


esses vão direto para o confinamento, é o tipo de desmame mais recomendado
a ser realizado pelos produtores de modo geral.

• Um produtor possui duas novilhas, uma zebuína e outra taurina, ele quer saber
com quantos quilos deve colocá-las em reprodução;
• Qual deve ser o ganho de peso médio diário (GMD) das novilhas para
chegarem ao peso de acasalamento proposto de 330 kg em cada situação;

• Explique o que está sendo ilustrado no gráfico abaixo;

• Assinale a alternativa incorreta sobre a variação de peso no abate;

• Animais com menor peso à maturidade atingem o peso de abate em idade


mais precoce do que animais com maior peso à puberdade.
• Quanto maior a taxa de maturação (rapidez com que os animais atingem a
composição corporal adulta) menor será o peso adulto.
• Para um mesmo peso, raças de maturidade mais precoce vão apresentar mais
gordura e menos proteína que as raças mais tardias.

• Animais da raça Charolês são considerados precoces, e tem menor peso


à maturidade se comparado com animais da raça Hereford que são
considerados animais mais tardios.
• Animais da raça Angus são considerados precoces, e tem menor peso
à maturidade se comparado com animais da raça Nelore que são considerados
animais mais tardios.

• Sobre as vantagens do sistema de confinamento assinale a alternativa incorreta;

• Aumento do preço de venda – comércio na entressafra e maior valorização do


animal confinado.

• Redução do custo do fornecimento de ração (por unidade de energia ou de ganho).

• Viabilização do abate de animais mais jovens e/ou bovinos com carcaça


com menor grau de acabamento
• Redução da variabilidade da carne, tanto em acabamento quanto em idade.

• Liberação de pastagens para outras categorias, aumentando a taxa de


lotação e a reserva de forragem;

• Sobre as desvantagens do sistema de confinamento assinale a alternativa incorreta;


• Regiões onde o custo dos ingredientes é baixo e/ou o valor de comercialização é
alto.

• Locais ou períodos muito quentes e úmidos, onde o crescimento da pastagem


é mais equilibrado ao longo do ano e o desempenho em confinamento é pior.
• implica no aumento de riscos sanitários, pela concentração de animais;

• requer conhecimento, organização e capital, gerando riscos administrativos.

• Quando há risco sanitário na comercialização do país ou estado (exportação).

CONTEXTO PRODUTIVO DA
BOVINOCULTURA DE LEITE

Exigencia de manejar diariamente os animais, o que não ocorre na de corte. Isso exige que o
produtor tenha uma estrutura fixa para facilitar seu trabalho, manejo de ordenha diario para
obter o produto final.

Custo maior com infraestrutura e mão de obra.

A pecuaria leiteira começou mais tarde do que a de corte. Veio com os colonizadores europeus
em locais com colonização posterior. Pecuarista normalmente trabalhando em propriedades
menores com uma intesificação maior, produtor com perfil diferente.

Mais intensiva que a de corte, isso reflete nos indices zootécnicos. Lugares menores com
intensificação da produção, propriedades pequenas, atividade muito importante para a
pecuária familiar, a pecuária de corte não tem uma renda mensal como a de leite, contribuição
muito importante para a renda da família.

Produtor conhece muito bem seus animais, está todo dia manejando e tendo contato, rebanhos
menores.

Tudo que acontece com a vaca ao longo do dia tem impacto na produção, na pecuária de corte
os efeitos acabam não sendo percebidos de imediato, na pecuaria de leite a extração do
produto é diária, então é rapidamente percebida (na hora). Isso também obriga o produtor
estar mais atento aos animais, e ter um cuidado no manejo para que não tenha perdas.

Ter uma rotina com as vacas, se adpatam muito a um ritmo que tem que ser seguido sempre,
adaptação a rotina de manejo, horários, locais. Organização no sistema de forma que os animais
saibam o que vai acontecer para evitar estresse (mudança de horarios, de pessoa que maneja
os animais, de estrutura). Não são todas as pessoas que se adaptam à rotina de manejar as
vacas de leite, a pessoa tem que entender todos os fatores que podem alterar a produção,
começando com a forma que se trabalha com o animal.

Perdas diárias refletem em perdas econômicas grandes, não é como no corte que dá tempo de
consertar até o momento do abate.
A gestão é de grande importância na bovinocultura de leite.

PRODUÇÃO MUNDIAL DE LEITE EXPORTAÇÃO MUNDIAL DE LEITE

IMPORTAÇÃO MUNDIAL DE LEITE PRODUÇÃO BRASILEIRA POR


REGIÕES

PRODUÇÃO BRASILEIRA POR ESTADOS (região sul lidera produção nacional de leite)

BALANÇA COMERCIAL DE LÁCTEOS

IMPORTAÇÃO BRASILEIRA

PRODUÇÃO EM SANTA CATARINA

• Expectativa de quedas na produção no ano de 2015 –El Niño, com inverno muito
quente e com falta de chuvas em algumas regiões, enquanto o verão ocorreu
com excesso de chuvas.

PERSPECTIVAS PARA A PECUÁRIA LEITEIRA

• A pecuária leiteira é uma das atividades mais tradicionais do meio rural brasileiro (IBGE,
2006):
• Brasil: ~ 5,2 milhões de estabelecimentos rurais;
• 25% (aproximadamente 1,35 milhões) produzem leite,
• Mão de obra de cerca de cinco milhões de pessoas
• Valor bruto da produção de leite em 2013: R$ 22,9 bilhões
• Mesmo com
produção de cerca de 32,3 bilhões de litros por ano, a produtividade do rebanho
nacional é baixa: cerca de 1.471 litros/vaca/ano (IBGE, 2013) = 4,82 l/dia

• Atualmente 8,5% dos estabelecimentos de produção (cerca de 115.000 produtores)


são responsáveis por 53,1% do leite produzido no país (MAPA,2014):
• A grande
maioria dos produtores de leite (91,5%) possuem rebanhos que produzem
apenas 46,9% do leite brasileiro.

PROGNÓSTICO PARA A PRODUÇÃO BRASILEIRA DE LEITE

PROGNÓSTICO PARA O REBANHO BRASILEIRO DE BOVINOS DE ELITE

PROGNÓSTICO PARA A PARTICIPAÇÃO REGIONAL NA PRODUÇÃO DE LEITE NO BRASIL

PERSPECTIVAS PARA A PECUÁRIA LEITEIRA

Objetivo:

• Aumentar a produção e produtividade da pecuaria brasileira de leite em 40% nos proximos 10


anos.
• A meta: produção de 2000 litros/vaca/ano
• Aumentar a produção em 40% e a produtividade em 100%
• A taxa de lotação passaria de 1,3 para 2,6 animais/há
• Intensificação: aumentar a produção e liberar 46,2 milhões de ha para outras atividades.

PROGRAMA MAIS LEITE E MAIS CARNE – 4 EIXOS

• Melhoramento genetico
• Amplicação de mercado
• Incorporação de tecnologia
• Segurança e qualidade dos produtos

CURVA DE LACTAÇÃO
A partir dela define todo o resto do manejo. Forma como se distribui a produção diária de leite
durante um ciclo de produção.

MANEJO NO PERÍODO PRODUTIVO: Pico de produção de leite 6-8 semanas após o parto
(depois vai gradativamente diminuind até o final do ciclo que deve ser no final da gestação
quando se faz o periodo seco para preparar para a proxima lactação).

• A curva de lactação é sempre em função do ciclo reprodutivo da vaca


• O que determina o final da lactação é o próximo parto.
• A forma como essa lactação acontece depende de vários fatores.
• IDADE: a vaca produz mais do que a novilha (primipara), um animal jovem que
não atingiu seu tamanho adulto ainda destina nutrientes para seu crescimento
além da reprodução, ainda não atingiu seu maximo de produção, vai parir um
terneiro menor e consequentemente terá menor produção de leite, menos
espaço para o TGI tendo menor capacidade de aproveitamento dos alimentos
porque seu rúmen é menor (consome menor e produz menos), possui menos
espaço para armazenamento do leite.
o RAÇA: os animais europeus produzem mais do que os zebuínos, porque o
aproveitamento de alimentos das raças europeias é maior tendo maior
conversão em produtor, e principalmente a seleção ao longo do tempo por
vacas europeias com aptidão para produção de leite, maior especilização de
produção leiteira ocorreu na europa (processo muito antigo), as raças
europeias sempre terão maior potencial genetico para produção leiteira do que
as raças zebuínas.
• Raças europeias têm maior produção
diária e mantém por mais tempo a produção do que raças zebuínas 
persistência da lactação.

• Persitência da lactação é uma das variáveis mais importante, ela vai dizer sobre o
potencial de produção do animal dentro do seu ciclo de lactação, a persistência se
refere ao nível de produção que o animal consegue manter após o pico de lactação.
Animais europeus além de manterem o pico de lactação por mais tempo diminuem
mais lentamente a sua produção após ele, o que não ocorre com os zebuínos (produção
diária menor, pico com duração menor, diminuição após o pico mais rápida).
• Dado em %
• Alta persistência – europeias.
• Principal problema das raças zebuínas porque até se chega numa produção
elevada, mas o animal não mantém, animal passa mais tempo produzindo
pequenos volumes do que grandes, tendo uma produção média menor ao final
do ciclo de lactação.
• Persistência é um dos fatores para escolha da raça que vai ser usada, porque
quanto maior a persistência maior o volume de leite produzido, entao toda a
produção ao longo do ciclo é a produção na lactação, pega a produção diária e
multiplica pelos dias em lactação (período de tempo) e se tem a produção total
dessa fêmea no período.
• Quanto tempo dura a lactação  se considerar um intervalo entre partos padrão de 12
meses, vai ter um período seco de 2 meses, tendo assim 10 meses (305 dias) de
lactação. No campo o intervalo vai ser maior, mas se parte do pressuposto que é
possivel esse intervalo de 12 meses, vai ser de 14 a 15 meses na prática, tendo aumento
dessa lactação porque o que define o término dela é a previsão do próximo parto.
• Claro que se o animal ter uma baixa lactação pode-se parar e fazer um período seco
maior.

o Animais de alta produção têm mais dificuldade de fazer o período seco porque
produzem grande volume, podendo fazer um período seco menor, há estudos
que falam até de não fazer.
o Não fazer período seco  na proxima lactação não atinge seu pico máximo
porque precisa desse intervalo (em algum momento precisa parar).
• Duração da lactação = período de tempo que a vaca fica produzindo leite dentro do
sistema.

Os paises com maior produção de leite estão na UE, uma característica histórica.

BRASIL: importa leite porque não produz o suficiente, principalmente produtos (Uruguai e
Argentina). Tem uma boa produção mais pode ser melhorada, isso se deve às raças criadas,
grande quantidade de raças zebuínas no rebanho leiteiro por maior parte do país estar situada
em clima tropical.

• O estado de maior produção é MG, sudeste e sul hoje produzem praticamente a mesma
coisa. Grande crescimento da produção no sul (principalmente RS e PR). Algumas fontes
dizem que a produção sul tem maior produção do país, tendencia nos proximos anos a
se estabilizar como maior produção.
• Enquanto MG tem muitos animais zebuinos e girolando a regiao sul trabalha muito com
animais europeus (Holandês, Jersey), esse é um dos motivos que a produção da região
sul vem crescendo cada vez mais ao longo dos anos.

EFEITO DO BALANÇO ENERGÉTICO NO DESEMPENHO REPRODUTIVO:


• Pico produção de leite 6-8
semanas após o parto

• Pico consumo de matéria seca


ocorre depois das 10 a 12
semanas após o parto

• Início de lactação-0 a 70 dias (mais ou menos até 3 meses), até atingir o pico de
produção de leite. Exigência de energia aumentando a cada dia porque sua produção
está aumentando.
• Varia com a idade e raça, animais zebuínos vai ocorrer antes porque sua produção é
menor ficando entre 45 dias mais ou menos, com animais holandeses como tem maior
produção por ocorrer de 60-80 dias. Mas até os 3 meses a vaca tem que ter atingido o
pico de lactação.
• Primíparas têm persistência maior do que as adultas porque a produção é menor.

• Fase intermediária/média: chegou ao pico e estabiliza sua produção por um


tempo e começa a diminuir gradativamente.
• Fase final: queda maior da produção, sua extensão depende da duração da lactação e
produção do animal.

Período de produção se divide nessas 3 etapas.

• Período seco: tempo sem produção.

• Interfere na lactação seguinte por isso se começa a contar a fase 1 no período


seco. Embora não esteja produzindo leite é muito importante, feito certo se evita
muitos problemas.
• Período mais crítico é no começo da lactação, por isso se começa a preparação
dessa vaca já no período seco.
• Fase de transição pré-parto: termina a gestação e vai iniciar a lactação, momento
de muitas mudanças. Preparação para próxima lactação.
• Fase transição pós-parto: muita atenção para evitar distúrbios, deficiências na alimentação.
• Os períodos de transição são de mais ou menos 3 meses.

RESUMO:

• Fase 1: (estabiliza ganho de peso, 30 dias) encerra lactação


• Fase 2: começa a preparar para uma próxima lactação
• Fase 3: inicio da lactação
• Fase 4: vai estar a caminho de atingir o pico de lactação (momento crítico porque tem
uma exigência muito grande de energia,

Pico de ingestão demora quase 5 meses pós-parto, porque sua ingestão no final da gestação
diminui (compressão do rúmen, limitação física de ingestão) e isso permanece por algum tempo
pós-parto, primeiros 3-4 meses críticos porque além de estar com a capacidade física diminuída
está com o máximo das suas exigências de energia por causa da produção de leite, entrando em
BEN.

• Por mais que aumente a densidade energética com grãos se tem um limite fisiológico
para isso, senão vai se ter outros problemas como a acidose.
• O animal usa como estratégia então tirar a energia de suas reservas, vai ser percebido
grande mudança no ECC da vaca, nessa fase vai perder ECC porque vai mobilizar toda a
sua gordura de reservar para atender seu déficit, por mais que coloque energia na dieta
a demanda é maior e o que ainda faltar ela vai tirar da reserva, por isso o animal tem
que estar com ECC razoável no momento do parto.
• Quanto maior produção de leite maior o BEN, BEN é proporcional à produção de leite.

• Também nesse momento pós-parto ela também precisa voltar à reprodução, quanto
antes a prenhez menor o tempo cada lactação.

Fase intermediária: vaca atingiu o pico de lactação, gastou toda a reserva e chegou ao máximo
da sua capacidade de ingestão. Na fase inicial atinge o pico de produção, na intermediária
atinge o pico de ingestão de MS, isso quer dizer que agora a exigência em produção vai
gradativamente diminuir e tem condições de se alimentar em maior volume porque o rúmen
atingiu sua capacidade máxima, pode-se nesse momento usar maior parte de volumoso, mas
também usar um alimento energético porque ela perdeu peso (só para quando para de perder
peso) e ainda sua prioridade é produção de leite e não ganho de peso.

Fase final: Só vai ser eficiente em ganho de peso (pico) na fase final da lactação porque não é
mais sua prioridade e sim a deposição de reservas e já está com uma gestação mais avançada.
Melhor (mais barato e mais fácil) fase para fazer o animal engordar: baixa exigência para
produção de leite, gestação ainda não exige muito e tem boa capacidade de consumo ainda
(pouco crescimento do feto ainda).

• Intermediária  estabilizar perda de peso, final  ganhar peso.

• Não pode querer recuperar peso no período seco, por que nesse momento sua
prioridade é a gestação (grande crescimento fetal).

• Inicio de lactação – 0 a 70 dias, pico de produção de leite.


• Pico de consumo de alimento -79 a 140 dias, declínio da produção de leite.
• Metade e final da lactação - 140 a 305 dias, declínio da produção de leite, gestação.
• Período seco -60, em alguns casos 40 a 14 dias antes da próxima lactação, gestação.
• Transição e período pré-parto -14 dias até a parição.

• A recuperação da vaca, até um balanço energético positivo, é determinante para o


restabelecimento da atividade ovariana (puerpério).
• Grande número de vacas, em balanço energético negativo, não demonstram cio na
primeira ovulação  cio silencioso.
• Principal ferramenta de manejo para a eficiência reprodutiva  ECC
• Parto  um pouco mais de 3 (ideal 3,5-3,75), mas não chegando ao 4 (vaca gorda).
• Primeira fase de lactação  perde peso

• Logo após o pico de lactação e antes do pico de ingestão (entre 3 a 4 meses pós-parto)
 momento em que está com menor peso, próximo de 2-2,5.
• Fase final  recuperar peso.

AGRUPAMENTO DE VACAS A PARTIR DAS CARACTERÍSTICAS PRODUTIVAS

O certo é dividir os animais em grupos de acordo com a produção de leite que reflete o ciclo
de produção. Uma propriedade com poucos animais não vai fazer essa divisão, mas é preciso
ver a diferença na hora do fornecimento de alimentação, uma que recebe mais ração outra
que não recebe, para que não tenha desperdício de alimentos e que atenda corretamente as
exigências dos animais.

• Ideal que tenha pelo menos 3 grupos:


• Grupo 1: vacas de maior produção, geralmente animais em inicio da lactação (antes
do pico).
• Grupo 2: animais que já passaram pelo pico de produção e estão diminuindo.
• Grupo 3: vacas secas.

• Geralmente se trabalha com 2


Diferenciação maior em sistemas intensivos onde se tem controle de alimentação mais rigoroso.

• Grupos 1 e 2 têm alimentação de alta energia e baixa fibra, o que vai mudar é que um
grupo está antes do pico e outro no pico ou depois, porque dois grupos se a dieta não
mudou? Não tem muita diferença na produção de leite, só que as do grupo dois já
perderam peso, já passou do período transição pós-parto, mas ainda está com
exigência alta porque ainda produz bastante leite, conforme vai diminuindo a
produção de leite muda de um grupo para outro.
• Grupo 1: vacas recém paridas, mas mais sensíveis. Fibra de alta qualidade e
que garanta que o processo fermentativo continue porque nesse momento
há grande fornecimento de concentrado para equilibrar o BEN.
• Grupo 2: passou a fase mais sensível, há modificação da dieta pouco a
pouco. Monitoração da produção de leite e conforme começa a diminuir
vai para o grupo 3 ou 4.
• O que muda entre o grupo 3 ou 4  momento que atingiu o pico de ingestão
e precisa diminuir concentrado e aumentar volumoso, o ECC e a produção de
leite da vaca diz se ela vai para o 3 ou 4. O grupo 3 tem energia intermediaria
e o 4 baixa energia e alta fibra.
• Que vaca passa do 2 para o 4  aquela que não emagreceu tanto,
que produz menos leite talvez, aquela que já conseguiu estabilizar seu
ganho de peso, que baixou muito a produção de leite (baixa
persistência na lactação) porque a quantidade de energia é
proporcional à produção de leite, mudou a produção muda dieta.
• Que vaca passa do 2 para o 3  emagreceu muito, está produzindo
muito leite e está difícil fazer o animal ganhar peso. Continua
mantendo energia na dieta porque essa vaca está respondendo em
produção ou porque está precisando de maior aporte de energia
porque ainda não está recuperando peso.
• Ultimo grupo: as vacas permanecem numa dieta de alta fibra até o final da lactação,
pode-se ter ajustes de acordo com o sistema de produção, se estiver trabalhando com
confinamento normalmente essas vacas vão receber forragem conservada (fica mais
difícil de diluir a quantidade de concentrado e energia da dieta), a

pasto se trabalha com picos de produção e custos menores, normalmente ficam do


meio ao final da lactação apenas a pasto sem receber mais ração.
• Vacas secas: retirar o alimento concentrado para forçar uma diminuição na
produção de leite, mas ter cuidado com o balanceamento da dieta.
• Animais em período de transição (pré ou pós-parto): animais que se precisa prestar
atenção na quantidade de minerais da dieta. Dietas complexas em decorrência de
distúrbios.

Se junta o ciclo de lactação das vacas com os grupos onde se trabalha com a alimentação para
atender às exigências diferenciadas em cada momento do ciclo, por isso que sempre precisa
saber quando foi o ultimo e quando será o próximo parto dessa vaca para localizar em qual
momento do ciclo ela está e confrontar isso com o ECC e com a dieta.

• Cuidado com a quantidade de energia dada no período seco para não permitir que o
terneiro cresça demais e aconteçam problemas no parto.

• Grupo de fêmeas adultas em função da condição produtiva e reprodutiva do rebanho leiteiro

Não se pode ter vacas vazias que além de não estarem produzindo leite ainda estão vazias,
porque essa vaca não tem nenhum retorno em produção. Se está seca tem que estar prenha.

PERÍODO DE TRANSIÇÃO

MANEJO NO PERÍODO DE TRANSIÇÃO

• Período de importantes alterações metabólicas


• 3 semanas pré-parto e 3 semanas pós-parto
• Alto crescimento do feto e formação do colostro
• Adaptação do organismo à lactação

MANEJO NO PERÍODO SECO


• Pouca atenção, mas é um período critico em que tem que ter muita atenção.
• Preparo do animal para o próximo ciclo de lactação
• Muita atenção na nutrição dessas vacas.
• Animais que produzem muito leite no final da lactação é mais difícil fazer a secagem.
• Mastite é o problema mais comum e decorre de erros de manejo nesse momento.
• Doente aproveita para tratar e saudável fazer tratamento preventivo.
• Mudança de ECC → crescimento fetal e otimização da reprodução na próxima lactação

• Grande influência na ocorrência de desordens metabólicas e infecciosas: deslocamento


de abomaso, cetose, síndrome da vaca gorda, febre do leite, mastite, retenção de
placenta, problemas no casco.

ECC DE CONDIÇÃO CORPORAL


• Inicio da lactação: No momento do parto, a ECC entre 3.5 e 3.75

• Meio da lactação: ganhar peso e chegando próximo ao escore de 2.5 a 3.0 do


quarto ao sexto mês pós- parto.
• Final da lactação: segue o processo de ganho de peso e esta fase é importante, porque
é no final dela (cerca de três meses antes do parto) que ocorre o maior crescimento do
feto. ECC entre 3.0 e 3.5.
• Período seco: ECC de 3.5 a 3.75

MANEJO NO PERÍODO SECO

• Para o animal para de produzir leite pode-se mudar a dieta do animal, retira nutrientes
e energia (retira os alimentos de qualidade). Impacto muito grande podendo ser um
problema.
o Nesse momento o animal está gestando e no terço final é o período de maior
desenvolvimento do filhote. Comprometendo a saúde da mãe e do futuro
terneiro.
• A capacidade física de ingestão do rúmen está menor, tirando os alimentos
energéticos e dando alimentos de baixa qualidade está induzindo a vaca a ter
um balanço energético negativo antes mesmo de parir, já começa a mobilizar
reserva porque teve mudança abrupta da dieta e sua exigência está alta.
• Pode restringir a oferta, mas não pode dar menos do que sua exigência, tem
que ser uma forragem de qualidade (rapidamente aproveitada).
• Cuidado do manejo alimentar no período de secagem e avaliar o que está acontecendo
com ela durante o período.
• O período seco dura em média 60 dias (pode ser mais ou menos), a secagem começa
em torno 60 dias antes do parto, se ela estiver produzindo muito leite pode encurtar
esse período para chegar a uma condição adequada de secagem. Avaliação do custo de
ordenha diário para saber quantos dias vai ser a realização da secagem, um animal que
produz muito pouco pode ter uma secagem maior porque não vale a pena manter em
produção.
• Importância de realizar o período seco: descanso/involução para a glândula mamária
(renovação dos tecidos, das células epiteliais), preparação do organismo para a próxima
lactação e para a produção de colostro (mais proteínas, vitaminas, minerais, leite mais
denso que o normal) e bom desenvolvimento do feto, reservas corporais.
• Precisa-se observar nesse período o ECC da vaca, indicativo que pode ter problemas.
Espera-se que no parto esteja entre 3,5-4,0 (não chegando ao 4 na verdade, prefere
mais magra do que gorda, a energia tem que ser para produção de leite e não de
deposição de gordura, desperdício de alimentos e custo).
• Em animais a pasto não é muito usual de ter uma vaca mais gorda, esse
problema é mais comum em vacas confinadas quando não há separação das
vacas secas das de produção.
• Vaca seca não separada das vacas em produção  alimentação vai ser a mesma para as
duas e as secas vão estar comendo mais energia do que precisam, pode fazer com que
o animal deposite um excesso de gordura corporal.
o Esse animal mais gordo no pós-parto pode ter muitas dificuldades como
deslocamento de abomaso, cetose, síndrome da vaca gorda (grande
mobilização de gordura, síndrome do fígado gorduroso, acaba não conseguindo
metabolizar os ácidos graxos que se acumulam), febre do leite, retenção de
placenta, problemas no casco. Vai perder muito mais gordura, produzir pouco
leite.

• Vaca mais magra pode até produzir menos leite porque tem menos reservas,
mas raramente vai ter os outros problemas.
• IMPORTANTE SEPARAR.
• Melhor é manter para essas vacas uma pastagem de boa qualidade, menos riscos de fornecer
em excesso.
• 2 lotes:
• Até 21 dias do parto (em média 45 dias antes)
• 3 semanas finais pré parto (já estão no período de transição)
• Nesse momento já vai estar trabalhando com a mistura mineral  evitar
hipocalcemia.
• Variação do CONSUMO  ajuste da matéria mineral principalmente.

MANEJO NO PERÍODO SECO – FASE 2


• Elevação da pressão interna do TGI
• Diminuição capacidade de consumo
• Variação [ ] hormonal  queda de até 30% no CMS  BEM  acumulo de AGNE (ac. gr. Não
esterificados)
• Síndrome do fígado gorduroso
• Adequação da alimentação
• Como proceder a secagem do animal?

PROCEDIMENTO PARA INICIAR O PERÍODO SECO

~65 dias antes do parto

• Retirar alimento [ ]
• Pastagem de média qualidade
• Limitar o consumo: 1,5% PC  reduzir produção de leite.

• Risco: supressão da imunidade (alterações fisiológicas, hormonais e nutricionais).


Distúrbios metabólicos, principalmente em vacas de alta produção.
• Opção: dieta equilibrada em menor quantidade.
• Teste de mastite – realizar tratamento
• Após ultima ordenha usar tratamento com ATB especifico para vaca seca – terapia da vaca
seca

• Prevenção de novas infecções intramamária durante o período seco e eliminação de


infecções subclínicas existentes na secagem
• A ocorrência de mastite está liga:
• Nível de produção de leite no momento da secagem (<= 10)
• Condições dos tetos
• Nível de contaminação ambiental dos tetos

• Formação de tampão de queratina nos tetos – até 50% dos tetos


permanecem abertos durante o período seco
• Este tampão faz parte do processo natural de involução da glândula mamaria

MANEJO NO PERÍODO SECO

• ECC ≥ 3,0;
• Importância da reserva corporal no momento do parto:
• Vaca gorda (≥ 4,0):
• Dificuldade no parto
• Retenção de placenta
• Maior risco de cetose
• Menor ingestão de MS
• Menor produção de leite
• Maior propensão à síndrome do fígado gorduroso
• Maior incidência de mastite
• Maior propensão à desenvolver ovários císticos
• Maior perda de ECC ao início da lactação
• Menor eficiência reprodutiva
• Vaca magra (≤ 2,75):
• Dificuldade no parto
• Retenção de placenta
• Menor eficiência reprodutiva

• Maior propensão à doenças infecciosas


• Maior intervalo parto-cio e parto-concepção → >IPP
• Menor potencial de produção de leite

HIPOCALCEMIA

• Reduzir ocorrência da febre do leite no pós-parto. A inabilidade do animal em


ajustar rapidamente seu metabolismo de Ca no sentido de manter os níveis
sanguíneos próximos da normalidade
• Mecanismos para mobilizar mais Ca:
• Retirá-lo dos ossos: regulado pelo hormônio denominado paratormônio

• Absorve-lo de forma mais eficiente durante a digestão dos alimentos: regulada pela
presença da forma ativa da vitamina D.

FATORES QUE DETERMINAM MAIOR RISCO DE HIPOCALCEMIA:

• Raça: relacionado à volume de leite e concentração de sólidos nesse leite. Animais da


raça Jersey apresentam maior probabilidade (leite de maior densidade, maior teor de
sólidos totais), também por produzirem colostro com >[ ]Ca
• Idade: primíparas muito raramente apresentam febre do leite porque produzirem <
quantidade de colostro e porque seus ossos ainda estão em desenvolvimento (o que
facilita a mobilização de Ca). Animais em crescimento ainda têm mecanismos
hormonais mais ativados em retirar cálcio do alimento.
• Dieta: uso de dietas apropriadas no período pré-parto (dieta do período de transição).
Sabe-se atualmente que o paratormônio age mais rapidamente quando o pH do sangue
é levemente ácido.
• Grande dificuldade de trabalhar com misturas minerais: absorção depende de muitos
fatores.

• Dietas de transição (pré-parto)  diminui Ca na mistura para estimular o


paratormônio, já tem uma situação de deficiente (demanda alta por causa do
feto) para ter esse estímulo, se aumenta Ca na dieta pré–parto não vai ter
mobilização porque vai entender que tem bastante.
• O pH do sangue de bovinos é de aproximadamente 7,27 a 7,49
• Balanceamento de cátions e ânions que mexem no pH podendo mexer no
paratormônio.
• Quando os minerais presentes nas dietas são predominantemente ânions (cargas
elétricas negativas

– Cl, S – minerais que não se costuma ter em grande quantidade na dieta): o


sangue tende a ficar levemente ácido, fato que favorece a ação do paratormônio
em mobilizar cálcio ósseo para a

corrente sanguínea. Desta forma, a probabilidade de hipocalcemia e/ou febre


do leite é consideravelmente menor.
• Quando os minerais nas dietas são predominantemente cátions (cargas
elétricas positivas – Na, K – já estão presentes em maior parte da alimentação):
o sangue tende a ficar levemente alcalino, fato que desfavorece a ação do
paratormônio em mobilizar cálcio ósseo para a corrente sanguínea. Desta
forma, a probabilidade de hipocalcemia e/ou febre do leite é
consideravelmente maior.
• Colocar ânions na dieta – mistura mineral (mudar composição do sal, diminui
Na e K e aumenta CI e S), mexer na quantidade de concentrado (quantidade de
K). Não é só dar uma mistura, tem que mexer em toda a dieta. Tem que ajustar
todos os nutrientes.

PARA EVITAR HIPOCALCEMIA E/OU FEBRE DO LEITE:


• Remover Na e K das dietas do pré-parto
• Na: baixa [ ] nos alimentos  cloreto de sódio e bicarbonato de sódio

• K: alimentos volumosos são as principais fontes, teor varia de acordo com a


maturidade da planta, havendo redução na medida que a planta amadurece.
• Plantas jovens e tenras, especialmente se cultivas em solos bem
adubados e em climas frios ou temperados, podem apresentar níveis de
K extremamente altos (acima de 3% de MS).
• Buscar alimentos volumosos que apresentem no máximo 2% de K em sua
composição bromatológica na base seca. Silagem de milho (~ 1 a 1,3% de K)
• Opção: aditivos alimentares  sais aniônicos.
• Maior quantidade Ca para facilitar mecanismos de absorção pré-parto.

• Os sais aniônicos mais efetivos para a redução do pH sanguíneo são os


cloretos (ácido clorídrico, cloreto de amônia, cloreto de cálcio, etc.), pois
maior poder de acidificação
• Os sulfatos (de amônia, de cálcio, etc) são mais palatáveis que os cloretos,
porem menos efetivos no que diz respeito a redução do pH sanguíneo.
• Geralmente utiliza-se cerca de 150 a 250 gramas de sais aniônicos/animal/dia no pré-
parto.

• Utilização do balanço catiônico-aniônico de dieta (BCAD) no pré-parto, pode influenciar


a indicendia de febre do leite.
• BCAD é a diferença em miliequivalente (meq), entre os principais cátions e
anions da dieta, podendo ser calculado pela seguinte equação: BCAD (meq) =
(Na + K) – (Cl + S).
• Quando se reduz o BCAD para valores próximos a zero ou negativos (ideal de -
100 a -150 meq/kg de MS), os casos de febre do leite são sensivelmente
reduzidos em até 50%.

• A adição de anions à uma dieta de pré-parto, induz na vaca uma acidose metabólica
que facilita a reabsorção óssea e absorção intestinal de Ca
• A absorção do Ca no pré-parto é reduzida, por isso deve-se aumentar a [ ] de Ca na
dieta.
• Sais aniônicos não são palatáveis podendo reduzir o consumo de alimento 
palatabilizantes.

• Risco: uso de pastagens de alta qualidade: aumento de K = aumento de sais


aniônicos (+- 500g/dia) = menor palatabilidade.
ADEQUAÇÃO DO ALIMENTO

Dietas de vaca seca: 60-65% de NDT, na segunda fase usar a mistura mineral. Concentrado já nesse
período para a adaptação da dieta que vai receber no pós-parto (animais de alta produção).

Pode fazer adição de gordura na dieta, mas na forma protegida, para diminuir o BEN. Limite de
6-7% de gordura na dieta. Os ruminantes não se adaptam tão bem assim à adição de gordura,
tem que ser protegida para não causar problemas. Gordura  fonte de energia, menor
mobilização de gordura corporal (BEN).

Fase 1

• Pastagem de boa qualidade (tifton, hermártria, missioneira gigante, sobressemeadura


de espécies hibernais ou consórcios), feno/silagem (máx. 12 kg)
• 60% NDT, 12 a 14% PB, 60% FDN, 0,65%Ca, 0,35% P(NRC 2001)

Fase 2:

• Aumentar densidade energética da dieta: [ ]2 kg/dia


• 65% NDT, 14% PB, 45% FDN, 0,50% Ca, 0,35% P (NRC2 001).
• Aumentar densidade energética da dieta:
• Compensar queda no consumo MS;
• Minimizar mobilização de reservas corporais → cetose, síndrome do fígado gorduroso;
• Adaptar microflora ruminal para rações densas e com alto valor nutricional;
• Promover o desenvolvimento das papilas ruminais;

• Aumentar densidade energética da dieta -RISCOS:

• Sobre consumo de energia –não há limitação física da ingestão –cuidado com o nível
de energia e qualidade do volumoso incluso;
• Baixa ingestão Ca –mobilização Ca corporal pré-parto

• Segunda opção de dieta: Principal objetivo é reduzir hipocalcemia no pós-parto, que


está vinculada à metrite e mastite;
• Ração com sais aniônicos;
• Aumentar níveis de Ca na dieta;
MANEJO NO PERÍODO SECO

• Aumento no fornecimento de proteína na dieta pode ter um efeito benéfico,


principalmente porque mantém as reservas proteicas do animal, diminuindo a
suscetibilidade às desordens metabólicas.
• Atenção às exigências em PNDR
• A adição de 0,45–0,70 kg de gordura na dieta pode aumenta a ingestão de energia pelo
animal.
• Isto pode ser feito fornecendo de 2 ao no máximo 3kg/vaca/dia de caroço de algodão ou soja
em grão.

• Quantidades maiores destes alimentos podem provocar uma diminuição na


ingestão de matéria e teor de gordura no leite.
• Vitaminas, minerais e outros aditivos são bastante úteis na alimentação das vacas secas.

• A niacina (ácido nicotínico vit. B3) faz parte do sistema de coenzimas que
atua no metabolismo de carboidratos, lipídeos, proteína, formação de ATP e
regulação enzimática
• Sua utilização pode prevenir acetose, diminuindo a formação de AGNE,
mantendo o nível de glicose no sangue e o consumo de matéria seca.
• Fornecer de 6 a 12g/dia, do 21º dias antes do parto até o 30° dia de lactação,
principalmente para vacas de alta produção (> 32 Kg leite/dia) e primíparas
produzindo acima de 25Kg/dia, bem como as vacas obesas.
• Imunidade reduzida: vitamina E, zinco, cobre e selênio podem ser benéficos
evitando problemas como mastite e retenção de placenta. Feno ou outro volumoso
com bolor, não deve ser fornecido as vacas, pois pode afetar o sistema imunológico
e a resistência à doenças das mesmas.

MANEJO NO PERIPARTO
• Fase crítica: primeiros 21 dias.
• Principalmente se animais de alta produção
• Período de adaptação fisiológica
• BEN –ECC
• Síntese do leite: EM alimento–eficiência de 60 –65%. E reservas–eficiência de 84%
• Doenças da produção–desordens metabólicas

• Mastite –período de maior suscetibilidade  Imunidade reduzida


• Alimentação: pastagem alta qualidade + [ ] energético
• Dieta rica em proteína – estimula produção de leite;
• 18% PB
• 70% NDT
• Equilíbrio entre PB e energia
• Depende do nível de produção de leite
• 85-90 g PB + 304-333g NDT/kg leite

MANEJO PÓS-PARTO: fornecer energia suficiente para as vacas  produção de leite, animal
está em BEN. Energia proveniente de alimento concentrado, isso pode causar acidose, esse
animal vai ter redução na produção, na ingestão de alimentos, produção de ácido lático que faz
diminuição do pH ruminal. Tem que observar a quantidade de fibra da dieta, muito alimento
concentrado pode diminuir mastigação, ruminação tendo menor produção de tamponantes que
são importantes  tem que observar a fibra fisicamente efetiva (fibra longa).

MANEJO NA LACTAÇÃO – FASE 1

• Reprodução – primeiro cio em 30 dias pós-parto. Objetivo é ter intervalos entre


partos mais curtos na bovinocultura de leite, menores lactações são mais produtivas,
se desgastar muito numa na próxima o animal pode ter baixa produção. Período de
serviço (entre parto e concepção) tem que ser curto. Intervalo entre partos de 14-15
meses.

MANEJO NA LACTAÇÃO – FASE 2


• 10ª a 20ª semana de lactação
• Fase de equilíbrio
• Pico de ingestão MS –70 a 120 dias pós-parto
• Redução linear da produção de leite = 2,5%/semana
• Início do BE+ = recomposição das reservas corporais
• Exigência média de 15% PB; 65% NDT

MANEJO NA LACTAÇÃO – FASE 3


• Últimas 24 semanas
• Ingestão de alimentos atende facilmente as exigências – energia. 14% PB; 60% NDT
• Reduzir [ ] energética da dieta. Observar ECC para atingir o momento do parto em condição
adequada
• 65 dias antes do parto iniciar o processo de secagem

QUALIDADE DO LEITE – EFEITO DA


DIETA

ÁGUA: o nutriente mais importante


• Para cada litro de leite a vaca precisa ingerir de 2 a 4 litros de água.
• O leite tem 87% de água

• Para maximizar a produção de leite deve-se maximizar a ingestão de MS  para


maximizar a ingestão de MS deve-se maximizar a ingestão de água
• Concentrados: pouca água, maior exigência de água. Forragens mais MN que possui
água e assim diminui a exigência.
• Qualidade: limpeza e desinfecção periódicas (1 a 2x semana). Fluxo de renovação.
• Nível de minerais

• Importante pós-ordenha  retirada de grande quantidade de liquido, aproveitar


também que as vacas vão estar paradas ali.

MAXIMIZANDO A INGESTÃO DE ÁGUA

• O que afeta a ingestão: produção de leite, peso do animal (ingestão de alimentos e


água são proporcionais ao tamanho do animal), temperatura (região quente com
baixa umidade afetam), % de MS da dieta, qualidade do leite (teor de gordura, mais
gordura menos água).
• Dimensionamento: ideal – 60cm lineares de bebedouro/animal (mínimo 30cm)

• Posicionamento: saída da sala de ordenha, 2 pontos de água por lote de animais.


Na sombra (verão), os animais preferem água morna (25-30°C) porque água fria
baixa temperatura do rúmen.
• Oferta correta de água: impacto de 10-15% na produção
• Quantidade: ingestão de água (IA, kg/dia), depende:
• Exemplo:
• PDL = 30 kg/dia;
o MS = 60%;
o GL = 3,8%;
• CMS = 21 kg/dia;
• IA = 14,3 + 1,28 x PDL + 0,32 x MS
• IA=ingestão de água, kg/dia
• PDL=produção de leite, kg/dia;
• MS=% MS da dieta
• PDLc= (0,4 x PDL) + [15 x (GL/100) x PDL
• PDLc =produção de leite corrigida para 4% de gordura, kg/dia;

• PDLc=produção de leite, kg/dia;


• GL=gordura no leite,%;
= 72 litros água/dia
• IA = (4 x CMS) + PDLc+ 25,6
• IA=ingestão de água, kg/dia

• PDLc=produção de
leite corrigida para 4%
de gordura, kg/dia;
• CMS=consumo de MS, kg/dia
o = 158 litros água/dia.

COMPOSIÇÃO DO LEITE

O que mais influencia é a


genética, alimentação pode
favorecer algumas
características, mas a genética
dita os limites.

Animal (raças)

• Colostro  mais proteína, mais gordura.


• Jersey  mais gordura. Holandesa  mais liquido.

• CS = células de defesa do animal originadas do sangue que migram para o úbere e


também as células de descamação da glândula mamária.
• Indicativo de situação sanitária do animal.
• Legislação regula o quanto pode ter de CCS no leite.

• Uma alta CCS no leite indica que provavelmente existe infecção em pelo
menos um quarto mamário do úbere, causando um processo inflamatório
chamado mastite.
• Mas pode ocorrer normalmente pela descamação do epitélio da glândula
mamaria pela lactação, renovação do epitélio.
• Vacas de primeira cria têm teores de gordura, proteína e lactose mais elevados que
vacas que tiveram mais de uma cria.
• Na segunda e terceira lactações os teores de ST do leite são mais baixos,
elevando-se a partir da quarta lactação.
• Variação com idade: teor de gordura, proteína e lactose praticamente não muda
porque é um fator genético, tem-se variação natural durante o ciclo, mas em média
mantém a sua composição.
• Auge produtivo das
vacas normalmente entre terceira e quarta lactação, a partir disso já pode começar a
diminuir, dependendo de fatores como idade a primeira lactação, sistema de produção
(se conseguiu atingir as exigências do animal ou não), sanidade. À terceira cria essa
vaca tem que ter chego ao patamar de produção, em sistemas intensivos com 5 anos
em partos já são vacas velhas, porque já ultrapassaram o patamar e a tendência é
diminuir. Em sistemas menos intensivos que exigem menos das vacas tem-se uma vida
útil maior.

• Conforme aumentam os dias de lactação a produção em volume diminui e a gordura


aumenta (como se tivesse uma concentração desse leite). Aumentam também os teores
de proteínas, lactose geralmente fica sempre igual.

Ambiente – estação do ano

• Maior produção de leite no inverno de acordo com a adaptação do animal, Holandesas


mais sensíveis à condição climática. Também considerando a maior qualidade das
forragens no inverno na região sul, no verão produz mais em volume, mas há muitos
fatores que afetam negativamente.
• Períodos de formação de cota: antes a indústria dava cotas e tudo que era entregue a
mais no inverno pagava menos.
• O que é avaliado: Teor de gordura de leite significa maior rendimento na indústria,
CCS e CBT.

Elevada T °C = eleva a taxa respiratória


• Mecanismo primário por meio do qual os animais dissipam calor
• O calor produzido por animais em lactação é cerca do dobro daquele de animais não lactantes
• A produção de leite e o consumo de alimento são reduzidos automaticamente, num
esforço do organismo para reduzir a produção de calor no corpo.
• A diminuição do apetite é a principal causa de redução da produção de leite

Sanidade

• A mastite reduz a produção de leite, bem como seus níveis de gordura e lactose.
• Entretanto, não há modificação do conteúdo de proteína.
• As mudanças ocorrem muito rapidamente após a infecção do úbere.

• Os níveis de gordura, proteína e lactose caem durante os 3 primeiros meses.


• Em seguida, os níveis de gordura e proteína começam a aumentar, embora a lactose
continue a cair. Isso é mantido até o final da lactação, se a vaca não estiver gestante.
• Se houver lactação e gestação concorrentes, os níveis de lactose aumentam nas últimas
semanas de lactação e há aceleração do aumento dos níveis de gordura e proteína
• Colostro  3 a 5 dias pós-parto  elevado % ST principalmente globulina (proteína)

PRÁTICAS DE ORDENHA
• Aumento de gordura em ordenhas mais frequentes
• Vantajoso praticar duas ou mais ordenhas. Assim o leite da tarde é mais gorduroso que o leite
da manhã.

• Nos intervalos inferiores a 12 horas, a quantidade de leite é menor e a % gordura


é maior que os níveis normais.

• Quando os intervalos são maiores que 12 horas a quantidade de leite é maior e a % de


gordura é menor que o normal.
• O leite do inicio da ordenha contém menos gordura (até 2% inferior) que o leite do final (até
7-9% superior).

• Possivelmente porque os glóbulos de gordura se agregam nos alvéolos e são


retardados na passagem em direção ao teto.

Água
ENERGIA PARA BOVINOS LEITEIROS
• Fibras – CHO
• Alta eficiência de utilização – fermentação ruminal
• Tipo de CHO determina a quantidade de energia disponível
• CNF x FIBRA:
• Mais CNF
• Menos gordura do leite
• Acidose e laminite
• CNF: máximo de 44 a 36% da MS (dependendo dos teores de FDN da dieta e destes teores na
forragem).

• Fibra (FDN): importante para a mastigação, salivação, ruminação e regulação do pH


ruminal. Regula a ingestão (enchimento). Mínimo entre 25 a 33% FDN na MS –
depende do tipo de forrageira utilizada. Atenção à digestibilidade: > FNDdig >
desaparecimento no rúmen > tx. Passagem > ingestão MS > ingestão > produção de
leite.
• Lipídios: baixo teor nas forrageiras (galactolipideos), predominantemente
insaturados, no rúmen são hidrolisados e hidrogenados.

Lipídeos (gordura) – AG saturados x AG insaturados


• Máximo de 7% na MS (dependendo da fonte)

• Níveis elevados ocasionam inibição da fermentação ruminal com queda da


digestibilidade (viscosidade da digesta, revestimento das partículas) e consumo de
MS.
• Uso gordura protegida  ID = aumento E dieta
• Aumento de AGIns e diminuição AGSat (leite, carne).

Proteína para bovinos leiteiros

• Maio parte dos AA que chegam ao ID são provenientes da PM (aumento qualidade e


digestibilidade e fonte mais econômica de proteína).
• A PNDR é a segunda fonte de AA
• NNP pode ser metabolizado no rúmen com liberação de amônia que é usada para síntese de
PM

• Síntese de PM depende da disponibilidade de: nitrogênio, energia, esqueletos


carbônicos (obtidos na degradação do CHOs).
• Pastagens: PB < 7-8% = diminuição no crescimento de MO ruminais: lenta taxa de
degradação da fibra, maior tempo de retenção da digesta, menor consumo de MS e
nutrientes.
• Excesso de proteína: aumento de  NH3 no rúmen, ureia no sangue, gasto de energia
para síntese de ureia no fígado, perda N pela urina, ureia no leite.
• Recomendação PDR = 10-12% da MS (com balanceamento da energia).

PRECURSORES DOS SÓLIDOS NO LEITE

A lactose contribui com 50% do


volume total de leite produzido
devido à sua capacidade
osmótica. Cada grama de
lactose arrasta 10 vezes seu
volume de água.

COMPOSIÇÃO DO LEITE
• Acetato = qualidade do leite

• Propionato
= quantidade de
leite Dieta
• Gordura:
• Relação volumoso: concentrado
• Fibra efetiva
• Tipo de concentrado e o seu processamento
• Inclusão de gordura na dieta
• Aditivos
• Ácidos graxos trans (menor, bio-hidrog.): CLA (ácido linoleico conjugado).
• Relação volumoso: concentrado  AGVs
• > [ ] = <% gordura no leite  diminui relação acetato: propionato.

• Alimentação com > proporção de forrageiras produz maior concentração de


ácido acético (acetato) no rúmen.
• Alimentação com alta [ ] produzem > quantidade de propionato.
• Dieta 75:25 (3:1) = relação de acetato e propionato próxima a 3:1
• Dieta 50:50 = 1:1 Ac:Prop
• Fibra efetiva (FDN fisicamente efetiva – FDNpe):
• Propriedades do alimento que estimulam a mastigação, principalmente tamanho de
partículas.

• > tamanho da partícula do alimento > estimulo à mastigação >


produção de saliva  contém tamponantes  evitam redução pH.
• Fibra efetiva  manutenção do pH ruminal acima de 6,2  estimulo à ruminação

• > pH > digestão da fibra  favorece bactérias celulolíticas  produção de


ácido acético  gordura no leite.
• Tipo de concentrado e seu processamento
• Farelo de gluten de milho, polpa cítrica, casca de soja e farelo de trigo: CHOs de alta
digestibilidade
 não reduzem o pH em função do tipo de fermentação que geram  não alteram
teor de gordura.

• Milho, sorgo, cevada: alto teor de amido  redução pH ruminal 


amilolíticas  redução das bactérias celulolíticas  reduz gordura no
leite.
• A moagem muito fina de grãos aumenta a fermentação  aumenta a
digestão  redução do pH ruminal  redução do teor de gordura do leite.
• Inclusão de gordura na dieta: óleo de peixe = aumenta CLA

• Aditivos: melhorar aproveitamento da dieta (leveduras  FDN), alteram


composição da gordura do leite.
• Ácidos graxos trans: produzidos pela bio-hidrogenação (insaturados 
saturados) do AG da dieta. Suplementos com CLA (ácido linoleico conjugado).
Reduz % gordura do leite e aumenta qualidade da gordura (AG insaturados).
Reduz exigência da vaca (menor % gordura do leite).
• AGV´s: AG C2 – ácido acético, AG C3 – ácido propionico, AG C4 – ácido butirico.

DIETA: Altera a produção de leite porque altera o perfil fermentativo dento do rúmen. Mais
pasto tem maior produção de acetato que é precursor da gordura do leite, então favorece a
gordura no leite (dentro dos limites genéticos). Quando é confinada (ração) tem maior
produção de propionato que é direcionado para a glândula mamária e interfere na captação de
água (interfere no metabolismo e produção de lactose que interfere na captação de água) e
consequentemente favorece a produção de leite em volume, o propionato também mexe na
disponibilidade de energia do animal.
Conforme tem alteração da dieta do animal tem alteração na quantidade de acetato ou
propionato. Tem que avaliar isso de acordo com os fatores econômicos, de acordo com as
características do sistema de produção vai ter diferença na relação volumoso:concentrado,
quanto mais intensivo na busca de maior volume (níveis de produção) vai ter aumento de
concentrado e diminuição de volumoso tendo um aumento na produção em volume, maior
fornecimento de energia.

Quando chega na relação 40:60 o teor de gordura vai estar em declínio porque está na faixa
onde acontece a maior mudança entre acetato e propionato, o pH ruminal diminui também
tendo impacto na degradação da fibra tendo uma mudança grande no perfil fermentativo.

Sistema a pasto – mais econômico, mais gordura. Confinamento – maior custo com energia e
instalações, precisa-se de rentabilidade e se quer mais volume.

Quando se passa da relação 50:50 e está se dando mais ração do que pasto chega em um limiar
crítico para a saúde das vacas, e esse limiar também envolve a produção, a partir dessa faixa os
animais ficam mais susceptíveis à acidose, reduz pH ruminal, diminui taxa de degradação da
fibra. Quanto mais aumenta no concentrado mais atenção na produção  afeta equilíbrio
ruminal. Só trabalha com animais com concentrado com aqueles animais com alto desempenho
produtivo (potencial genético), com potencial de resposta bom (tem que valer a pena).
Avaliar a economicidade do sistema de produção pra ver se vale a pena  realidade tanto do
local quanto do rebanho.

RAÇAS DE BOVINOS LEITEIROS

Principais: holandesa e Jersey, diferença na qualidade do leite, Jersey produz leite com mais
gordura e sólidos totais, já a holandesa produz mais em volume.

RAÇAS EUROPEIAS

HOLANDESA

• Origem: Frísia (entre Holanda e Alemanha)

• Áreas pequenas, foram selecionados praticamente confinados, ao foi


inicialmente “pensada” para pastejo que é a maioria dos sistemas do Brasil.
• Problemas de casco  não precisava andar muito.

• Formação: Cruzamento de animais da Normandia e da Inglaterra, região é úmida e


pantanosa, constantes inundações.
• Características:
• Raça de leite mais importante no mundo
• Animais de grande porte (560 a 650kg) – já foram usados para corte ou dupla aptidão.

• O que ser quer é desenvolvimento do quarto mamário, vão ser mais


magras (joga sua energia para produção de leite e não para formação
de tecido muscular).
• Pelagem malhadas de preto e branco (Holstein ou Frísia) ou vermelho e branco
• Animal não é totalmente branco nem totalmente preto

• Aprumos – não é muito robusta, é corpulenta (precisa de profundidade


corporal, boa capacidade de consumo para boa transformação em leite), pelo
porte grande também tem grande espaço para armazenamento do leite.
Animal meio “triangular”, garupa larga e forte por questões reprodutivas.
• Machos muito parecidos com as fêmeas, mas inverte a questão de ângulos corporais.
• Ventre e vassoura da cauda branca
• Umbigo pouco pronunciado e vulva de tamanho discreto e não pregueada.

• Associação entre produtividade e exigências ambientais do animal: a vaca


holandesa exige climas mais frios, muito susceptível ao estresse térmico.
• Características produtivas:
• Raça de maior eficiência alimentar (alimento em volume de leite produzido).

• Alta produção de leite: no Brasil, produção média de 6.000-10.000 kg (vai


depender da intensificação do sistema de produção), com recorde de 18.000 kg
em lactação de 10 meses.

• Raça mais utilizada em confinamentos, tem potencial genético para


atingir altos níveis de produtividade.
• Teores relativamente baixos de gordura e proteína: 3,5% de gordura e 3,2% de
proteína.

• As vezes pode ter dificuldade de chegar nesses teores de gordura por


causa do volume produzido.
• Idade ao primeiro parto: entre 25 e 27 meses – animais precoces.
• Tem que trabalhar com peso mínimo para cobertura, 60-65% do peso adulto.

• Não antecipar muito para não alterar desenvolvimento corporal que é


essencial para a produção leiteira.
• Exigentes em termos de cuidados, conforto e clima.

o Raça muito utilizada em cruzamentos, surgindo o Girolando (Gir, muito usado no


sudeste), o Guzolando (Guzerá) e Jersolando (muito usado no sul) ou Kiwicross
(Jersey, produção maior em sistemas de pastagens, fazenda leite verde,
trabalhar de forma mais econômica, mas não com os maiores índices) – para
melhorar adaptar o animal a condições de calor, parasitas.
• Problemas:

• Melhoramento genético: produtividade e angulosidade. Produziu-se um animal


muito grande porque foram selecionados animais que produzem maior volume
de leite, genéticas importadas, só que aqui são colocadas em pastagens
precisando de mais alimento e de alta qualidade, quanto mais leite produzem
mais intenso o BEN podendo ter grandes problemas reprodutivos porque não
consegue dar as exigências apenas com pasto.
• Problemas de fertilidade e longevidade (pouca longevidade produtiva).

• Problemas reprodutivos porque por serem grandes geram terneiros


grandes podendo ter parto distocico.
• Quanto maior a produção de leite menor o período do cio e menos evidente.
• Cascos fracos  laminite.
• Se não tem aprumos bem alinhados pode ter problemas de casco mais
frequentemente.

• Ração também predispõe ao desenvolvimento de laminite (inflamação


no casco de origem nutricional), causada pela acidose (muito alimento
concentrado, mudança no pH ruminal que afeta a circulação
periférica).
• Um dos maiores problemas que levam ao descarte de animais no
rebanho. Vaca mancando não se desloca em busca de alimentos,
comendo menos e ingerindo menos água, produção menos, cio afetado
 muitos efeitos na produtividade e reprodução.
• Maior escolha hoje por animais de porte médio, seleção e controle dessas
características.
• Menor resistência a variações climáticas: maior temperatura e radiação solar.

JERSEY

• Origem: Ilha de Jersey (11.600 ha) no canal da Mancha, Inglaterra, a 20 km da costa francesa.

• Formação: Região de solos arenosos e de fertilidade média, ecótipo aproveitando-se


das condições naturais (animal de menor porte selecionado para a produção de leite
com alto teor de gordura).
• Características:
• Segunda raça mais importante no mundo

• Animais de porte menor (350 a 450 kg) – hoje já se tem animais maiores
(até 650kg) nos nossos rebanhos, mas ainda assim não chega a altura e
comprimento da Holandesa.
• Acaba sendo uma vantagem pelo volume de alimento que ela precisa.
• Pelagem parda, com variação de pardo-escuro ao amarelo-claro.
• Cascos mais escuros (do que Holandesas)
• Pode apresentar malhas brancas
• Extremidades do corpo e na face a pelagem é mais escura.
• Mucosas do focinho e da língua são pretas.
• Mais adapta a criação a pasto, eram mantidas livres.

• Leite com mais sólidos, mais rendimento para indústria para produção de
queijos por exemplo. Esse é o bom da cruza com a holandesa: aumenta volume
e tem os sólidos da Jersey.
• Fêmeas extremamente dóceis, mas os machos não. Têm alta fertilidade e
precocidade, o touro tem alta libido.
• 2 tipos:
• Tipo ilha ou clássico: animais menores  fêmeas 350-450 kg e machos 400-500 kg
• Tipo americano ou canadense: animais maiores  fêmeas 500-600 kg e machos 700-
800 kg
• No Brasil – raça introduzida no RS em 1896 por Joaquim Francisco de Assis Brasil

• Santa Catarina é o maior produtor de gado Jersey do país. A maior bacia leiteira está
localizada no sul do estado, no município de Braço do Norte.
• Características produtivas:
• Boa produção de leite com alto teor de sólidos
• Produção média: 3500 –5500 kg leite/lactação (305 dias)
• Teor de gordura de aproximadamente 5%
• Teor de proteína de aproximadamente4%
• Possui um rendimento industrial em torno de 20% a 25% a mais que a raça holandesa.
• Raça precoce com cios bem visíveis e longos, idade ao primeiro parto, entre 26 e 30
meses.
• Alta fertilidade
• Animais rústicos – menores problemas de cascos, ossos fortes e bons aprumos.
• Boa adaptabilidade.
• Alta longevidade – justamente porque se adaptam muito bem
• Facilidade de parto – terneiros menores.
• Alta eficiência de pastejo.
• Menor incidência de problemas de casco
• Problemas: maior incidência de hipocalcemia pós-parto, menor valorização da vaca descarte.

CRUZAMENTO HOLANDESA x JERSEY


• Denominado de Jersolando ou Kiwicross
• Cruzamentos iniciaram na Nova Zelândia
• Complementariedade.

• De um lado, a maior capacidade de produção da vaca holandesa e, de outro, a


composição de leite e rusticidade da raça Jersey.

PARDO-SUÍÇA
• Origem: Suíça

• Formação: É uma das raças mais antigas, do período neolítico, até 1800 a.c. havia 12
variedades. Em 1572 foram encontradas evidências de animais de chifres curtos e
de cor castanha (criados para carne, leite e trabalho), região de origem-pastoreio
entre 800 a 2800m de altitude (adaptação), em 1860 seleção para a coloração
parda, em 1907 nos EUA – seleção para linhagem leiteira.
• Linhagem de corte e de leite.
• Características:
• Animais de grande porte (por ser selecionada para corte também)
• Fêmeas: 550 a 750kg e Machos: 800 a 1300kg
• Pelo de cor parda (cinza) variando de muito claro até muito escuro e pele escura.
• Musculatura forte e estrutura óssea sólida
• Muito bons aprumos, com cascos pretos e muito resistentes.
• Baixa incidência de laminites.
• Alta CAPACIDADE DE ADAPTAÇÃO (vem de uma região montanhosa)
• Características produtivas:
• Alta produção de leite, com qualidade intermediária entre o leite Jersey e Holandês.
• Saúde de glândula mamaria muito boa
• Boa fertilidade.
• Boa longevidade.

• Menor incidência de problemas sanitários, como mastite, baixa CCS e baixa


incidência de problemas metabólicos pós-parto.
• Bom valor de descarte.
• Terneiros com bom ganho de peso e ótima qualidade da carne.

• Cruzamento holandesa x pardo-suíça: pela característica de fertilidade e qualidade do


leite, porque possuem baixa incidência de mastite e menos susceptíveis a distúrbios
metabólicos, e ainda os machos podem ser utilizados para engorda.

SIMENTAL

• Origem: Suíça, na montanhosa região do vale do rio Simen

• Formação: No início houve a proibição do governo da Suíça impondo altas taxas para
saídas de animais, os países próximos, como a Áustria, Itália, França, bem como a
Alemanha naturalizaram animais com genótipos Simental e assim desenvolveram
linhagens próprias, hoje o Simental é uma raça Cosmopolita, presente em todos os
continentes, sendo o maior genótipo a nível mundial.
• Características:
• Originalmente tripla aptidão.
• Linhagens para corte e leite - Dupla aptidão.
• Possui pelagem amarelada ou vermelha, com manchas brancas características.
• Características produtivas:

• Grande, robusta (por causa da característica de deposição de musculo e


gordura) – vantagem para venda de terneiros para engorda que nascem na
produção.
• Alta fertilidade (muito usado para biotecnologias reprodutiva)

• Primeira raça utilizada para transferência e bi-partição de embriões,


fecundação in Vitro e ainda, o primeiro clone produzido no Brasil.
• Precocidade produtiva e reprodutiva.
• Longevidade produtiva
• Leite com ↑ [] sólidos.
• Sanidade de úbere.
• Alta habilidade materna.
• Uso dos machos

CRUZAMENTO HOLANDESA x SIMENTAL


• Denominado de Sinlandês
• Animal 3/8 holandês e 5/8 Simental.
• Composição: 3,98% de gordura e 3,45% de proteína.
• Animais com alto potencial de produção (até 70kg de leite/dia)
• CCS–muito baixa
• Alta fertilidade do Simental com a produtividade da Holandesa
• Confinamento – dificuldade da Holandesa reproduzir.
• Simental são grandes então mais para confinamento também, desgaste a pasto.

OUTRAS RAÇAS EUROPEIRAS LEITEIRAS

• GUERNSEY
• Oriunda da ilha de Guernsey, localizada próximo a ilha de Jersey no canal da Mancha–
Inglaterra
• De porte médio e com pelagem de amarelada até avermelhada malhada.
• Produz de 4000 a 7000 litros por lactação, com alta porcentagem de gordura.
• Não muito usada, já usadas no RS.
• AYRSHIRE
• Originou no Condado de Ayrna Escócia.
• Malhada de vermelho, preferentemente com manchas vermelhas pequenas, bem
definidas.
• Produzem média 6.500kg de leite com 3,5% a 4,0% de gordura e 3,38% de proteína.

RAÇAS ZEBUÍNAS/INDIANAS
GIR LEITEIRO

• Origem Índia
• Formação: talvez seja a raça zebuína mais antiga, segundo textos sagrados hindus.
Levado por povos que habitavam o norte da África em direção ao subcontinente
indiano  adaptação ao ambiente e aos inimigos naturais (posição dos chifres).
• Maior seleção genética, melhor adaptada às nossas condições.
• animal de dupla aptidão.
Caracteristicas
• Conformação craniana (indicio da antiguidade da raça)
• Única raça bovina com chifres voltados para baixo e para traz

• Crânio ultraconvexo
• A pele deve ser preta ou escura, o que lhe proporciona tolerância à incidência solar.
• Pelagem: vermelha (predominante), Mura (pelos pretos e brancos) e
Chitada/salina (pelos brancos e vermelhos).
• Orelha pendular

• O úbere deve ser amplo,

comprido, largo e profundo.

Características produtivas
• É a raça zebuína de maior produtividade leiteira em clima tropical
• Resistência a endo e ectoparasitas
• Leite com grande porcentagem de gordura e proteína (sólidos), produção de leite mediana.

CRUZAMENTO HOLANDESA x GIR LEITEIRO

• Denominado Girolando
• A raça mais versátil do mundo tropical, segundo a Associação Brasileira dos Criadores de
Girolando
• Criado no Brasil e foi reconhecida pelo MAPA com a composição genética 5/8 holandês e 3/8
gir, bimestiço
• É responsável por aproximadamente 80% do leite produzido no Brasil
• Raça sintética mais utilizada na região sudeste do país

Características produtivas Girolando

• A produção é inferior as raças europeias especializadas, devido a isto no sul do país,


onde o clima não é algo limitante, não é comum o cruzamento.

• São animais que suportam altas temperaturas, extremamente rústicos e


menos susceptível a endo e ectoparasitas
• Apresente picos altos de produção, mas com baixa persistência de lactação
• Produção média de 3.927 kg de leite em 305 dias.
• Produção parecida com Jersey

GUZERÁ

• Origem na região de Guzerat na Índia

Características
• Dupla aptidão
• Boa produção de leite
• Férteis
• Ligamentos fortes
• Dóceis se bem manejados
• Recomenda-se manejo diferenciado desses animais zebuínos – temperamento.
CRUZAMENTO HOLANDESA x GUZERÁ

• Denominado Guzolando
• De grande porte, geralmente de pelagem preta ou vermelha.
• O úbere é firme, de ligamentos poderosos, permitindo produção acima de 7000 kg

REVISANDO RAÇAS E CARACTERÍSTICAS

Raças zebuínas possuem produtividade inferior, leite com mais sólidos, em torno de 15L,
animal de baixo custo para o sistema de produção – adaptação.

MANEJO DA ORDENHA –
INSTALAÇÕES

IMPORTÂNCIA DA ORDENHA: é uma das tarefas mais importantes. Uma ordenha correta é
essencial para se obter leite de uma maneira rápida, higiênica e sem causa lesões nos tetos ou
espalhar doenças entre as vacas.

MANEJO DA ORDENHA: rotina, ambiente, higiene.

•Rotina (mesmo horário, mesmas pessoas, foco é manter tranquilidade) e ambiente


tranquilo: adrenalina antagônica a ocitocina.
• Estresse mexe no mecanismo hormonal de liberação do leite  ocitocina.
• Temperamento da vaca também interfere, um animal que se agita
rapidamente, muito assustada não é bom.
• Preparo do animal para produção do leite vem de todo o ambiente e sua
manipulação.
• Higiene: sala de espera – sala sombreada – 1,7 até 2,0
m/animal (2,5m IN 62)
• Higiene da estrutura, dos equipamentos, do animal e do
ordenhador.
• Ralo, sombra
• Condição tem que ser adequada na espera – calma, ruminando (só rumina
quando está relaxada). Comportamento do animal diz se o manejo está
sendo de forma correta.
• Ideal que haja um espaço de espera limpo na entrada da sala de ordenha.
• Condição do animal até chegar à ordenha – não devem estar sujas, úbere sujo
(sujeira leva à contaminação ambiental podendo leva à mastite). Lugar limpo
que pode também ter equipamentos para molhar os animais e refrescar.

SALA DE ORDENHA
• Limpa, arejada, confortável, bem dimensionada e funcional para o animal e ordenhador.
• Evitar contaminação microbiana
• Evitar acúmulo de fezes e proliferação de moscas.

ROTINA DA ORDENHA

• Animais sadios devem ser ordenhados primeiramente, vacas doentes por ultimo (fonte de
contaminação).
• Ambiente tranquilo e calmo
• Horários fixos
• Preferencia em horários de temperatura mais amena
• Ordenhador: deve sempre lavar as mãos ou usar luvas, deve observar as vacas em
tratamento, vacas com lesões no teto ou quartos inchados, os tetos só devem ser
lavados se estiverem excessivamente sujos e após a limpeza deve-se secá-los com
toalha individual. A água presente na vaca pode escorrer e empoçar no topo das
teteiras levando consigo MO.
• Retirada do 3 primeiros jatos, lavagem dos tetos, desinfecção pré-ordenha, secagem.

Não é necessário utilizar água corrente sempre para limpar os tetos (evitar desperdício), se
usar molhar minimamente o animal. Se não usa água é feita a retirada dos 3 primeiros jatos na
caneca.

ELIMINAÇÃO DOS PRIMEIROS JATOS: Envia sinais para o cérebro para que ocorra a liberação
de ocitocina, permite que os ordenadores observem grumos e coágulos (também coloração)
no leite identificando as vacas com mastite clinica, esse manejo acaba também fazendo uma
limpeza do canal.
•Deve ser feito diariamente antes de cada ordenha.

• Se a vaca estiver doente, já entrou na sala de ordenha, fazer a ordenhada e colocar o leite
em outro recipiente. Para o próximo animal tem que fazer a higienização das teteiras.
- Depois desse manejo  fazer o pré-dipping

PRÉ-DIPPING: é a imersão do teto com uma solução desinfetante (tem que ficar de 20-30 seg,
depois secar com toalha de papel descartável ou um pano para cada vaca) É uma maneira de
eliminar bactérias e diminuir as infecções intramamária, os copos aplicadores não deixam a
solução em contato com o teto retornar para dentro do recipiente.

• Produtos mais utilizados: hipoclorito de sódio 2%, iodo 0,3%, clorexidina 0,3%.

PRÉ-DIPPING E ELIMINAÇÃO DOS PRIMEIROS JATOS:

• 20-30’’  tempo total de contato do pré-dipping necessário para máxima efetividade


germicida.
• 60-90’’  quantidade total de tempo que deve decorrer da estimulação inicial até a
colocação da unidade.

SECAGEM DOS TETOS: a secagem remove o desinfetante do teto, água, leite que pode ter
ficado acumulado. São feitos movimentos giratórios com a toalha de cima para baixo, depois é
virada a toalha e com o lado limpo secar a extremidade do teto.

COLOCAÇÃO DAS TETEIRAS  Posição, a teteira funciona por vácuo, não pode deixar raspando
no chão. O ideal é não manear a vaca, se ela está agitada é porque o manejo não está correto.

PÓS-DIPPING: remove a película de leite que fica no teto (o produto recobre a superfície do
teto) evitando a proliferação de bactérias, previne a colonização do canal do teto por
organismos e elimina infecções no local, porque o canal do teto pode ficar aberto até 30-40 min
após a ordenha. Recomenda-se dar alimento para manter as vacas em após a ordenha para que
o canal do teto se feche completamente antes das vacas deitarem.

Se der durante a ordenha manter por mais tempo os animais ali.

APÓS A ORDENHA: limpeza dos equipamentos (instalação, estrutura). Passar água quente
por toda a tubulação, usar detergentes adequados (o de cozinha deixa resíduos no leite)
para limpeza da ordenhadeiras.

CONTROLE DA QUALIDADE DO LEITE:

CMT (teste da raquete)

• Detergente e indicador de pH, mistura de 2ml de leite com 2ml de detergente


• Vê se tem alteração de cor, textura. Diferentes graus de reação de acordo com o
quadro do animal.
• Diagnostico de mastite subclínica
• 1 vez ao mês (definir a periodicidade de acordo com a realidade da propriedade). Fazer
pelo menos uma vez ao mês em todos os animais.
• Resultado objetivo.

ORDENHAS

Manual e mecanizada Mecanizada:


• Balde ao pé  15 vacas/homem/hora, propriedades com até 50 animais.

• Equipamento móvel, desloca entre os animais. Se tem muitos animais demora


muito. Pode funcionar numa estrutura semi-canalizada (aberto) que pode ser
um momento de contaminação. Sistema de baixo custo.
• Sistema de tandem  22-32 vacas/homem/hora, propriedades com até 80 animais.
• Sala de ordenha com fosso, um animal de cada lado. Poucos animais.
• Espinha de peixe  37-42 vacas/homem/hora, no tipo 4x4, propriedades com até 300
animais.

• Mais comum, ficam em diagonal, a ordenha é pela lateral do animal. Sistema


bastante eficiente por que consegue colocar maior número de animais.
• Paralela  300-1000 animais, vacas ficam uma de lado para outra e de costas para o fosso.
• Posição do equipamento entre as pernas do animal, melhor uso do espaço.
• Rotatória  120 vacas/homem/hora, propriedades com mais de 500 animais, sistema mais
moderno.
• 24/72 animais por vez.

• Ordenha voluntária  robotizada. As vacas que escolhem o momento de ser


ordenhadas. Vacas com chip que os leitores leem para realizar a ordenha, tem que ter
padronização dos animais (pelo uso dos equipamentos) e não são todas as vacas que se
adaptam.
• Lugares com número considerável de animais.

CRIA E RECRIA

FASE INICIAL – CRIA

• Animais jovens apartados da mãe logo após o nascimento. Vacas estarão separadas
tendo o manejo de reprodução.
• A saúde, bem estar, desempenho dos animais dependerá da pessoa que está manejando os
animais.
• Objetivo é a produção fêmea – nascimento da terneira. Os machos não tem interesse
comercial na pecuária leiteira, por isso as vezes se usa sêmen de corte para se ter algum
valor para esses terneiros que irão nascer.
• Recria das futuras fêmeas de reposição do rebanho.
• A principal preocupação com essas vacas do rebanho de cria vai ser a sanidade (bem
estar, higiene), esses cuidados iniciam logo após o parto, principalmente se as fêmeas já
tem histórico de problemas no parto.
• Acompanhamento do parto: garantir a limpeza das vias aéreas, corte e desinfecção do
umbigo (cura do umbigo)  tesoura desinfetada, 3 dedos abaixo de sua inserção, cura
do umbigo com solução de iodo 5-10% por 2 a 3 minutos.
• Cura do umbigo tem impacto na saúde das futuras fêmeas

Efeito da desinfecção do umbigo sobre a mortalidade e a incidência de pneumonia em bezerras

• Ingestão de colostro, de preferência, nas primeiras 2 horas de vida –4 L ou 6% PV.


• Quanto mais passa o tempo menor a capacidade do animal absorver a Igs do colostro.
• Pode dar colostro de outra fêmea, mas essa vaca tem que ter parido
praticamente no mesmo tempo que a terneira nasceu para que a composição
do colostro tenha a mesma função para o animal.
• Utilização de leite em pó não é indicada (a não ser que seja feito exclusivamente
para isso), a opção é sempre usar leite in natura nos 3-4 primeiros dias.
• A quantidade de ingestão de leite é proporcional ao tamanho do animal, mas fica em
torno de 2-3 litros por dia nos primeiros dias. O ideal é fornecer pequenas quantidades
ao longo do dia.
• Ao longo dos primeiros 30 dias vai aumentando até chegar a
10% do PV
• Primeira semana - o animal deve ficar em abrigos, protegido e
ingestão de leite.

• A partir da primeira semana já começa o fornecimento de água  limpeza dos cochos


(trocar com frequência). Também começa a inserção de outros alimentos como
concentrado e feno, os alimentos sólidos não vão ser efetivamente consumidos, mas é
bom para a adaptação do animal.
• Ração: ração peletizada tem os grãos maiores e se quer estimular o animal a
comer ração, é mais interessante para o animal os grãos maiores, melhor
uniformização a mistura, melhor limpeza do cocho. Também facilita a
degradação dos ingredientes.

• A ração peletizada de terneiros vem também com palatabilizantes.


• Alimentos sólidos são importantes para o desenvolvimento do rúmen.
• O leite em pó pode ser utilizado, mas geralmente se usa o mais barato que não tem
ingredientes necessários. Importante avaliar a fonte de proteína, tem que ter proteína
láctea. Por isso se recomenda que se use só com animais de mais de 30 dias que já são
um pouco mais resistentes.
• Mudança na dieta  diarreia.
• Fazer mudança gradual caso se use, misturar ao leite in natura.
• Usar o leite em pó de acordo com a recomendação do fabricante.
• Não fornecer o leite de descarte para as terneiras.

CRIA E RECRIA

Mamada do colostro nas primeiras seis horas


• Colostro – importância: imunológica, nutricional, somatogênica–hormônios e fatores de
crescimento.
• Identificação
• Separação da mãe:
• Após primeira mamada
• Após 12-24 horas
• Em até 3 dias

• O colostro deve ser ofertado pelo menos nos primeiros 3 dias  2 litros de colostro/dia
• Aumentando para 2 -3 litros/dia do terceiro dia em diante (2 x/ dia) ou até atingir 10% do
peso corporal.
Diarreia - excesso de leite
• Observar o animal – comportamento
• Pneumonia
• A partir do sétimo dia:
• 3 a 4 litros leite/dia
• Água limpa à vontade
• Concentrado inicial (peletizado)
• Feno de boa qualidade
• Mistura mineral
• Ausência do colostro: Um ovo batido em 300 ml de água + colher chá óleo vegetal
+ 600ml leite integral. Clara de ovo  bactericida, globulinas.
• Sucedâneos lácteos
• Após 3 semanas. Se usado para animais mais jovens, usar fontes de proteína lácteas
(não vegetais).
• Máx. 10% amido
• Custo e correto preparo

MANEJO INICIAL – CRIA: abrigos individuais x abrigos coletivos.

Maior parte dos produtores prefere o individual pelo menos na primeira semana – mais
atenção, fornecimento do colostro.

Fundamental: conforto, higiene (limpo, seco), contato social.

Individual se prefere por causa da transmissão de doenças de um animal para outro,


maior controle sobre cada terneiro (saúde, comportamento).

Nas baias coletivas pode-se trabalhar com alimentadores individuais, todos os animais têm que
receber a quantidade certa de leite. Nas coletivas tem que separar os animais em grupos por
idade. Alimentadores coletivos para grande número de terneiras.
• Sistema argentino ou sistema tropical de criação – amarrados no campo (sem baias)
• Alimentador automático – máquina identifica qual a terneira.
• Baia coletiva sobre cama
• Baia individual para aleitamento

Baias fixas ou abrigos móveis (casinhas) quando se têm muitas terneiras fica difícil fazer o
manejo desses abrigos móveis, o uso dos móveis é usar um lugar que não precisa ficar
limpando sempre.

A escolha entre individual e coletivo é pela infraestrutura que se tem disponível, numero de
animais para alocar e a mão de obra que vai ser usada. Baias coletivas  maior interação social,
bem estar, bovinos são animais gregários e os animais jovens têm essa necessidade.

Importância da pessoa que faz o fornecimento do leite aos animais – interação do tratador com os
animais.

Uma forma de economizar é ter as individuais até 3 semanas e depois manter juntos em
piquetes com área coletiva para descanso.

A fase de cria vai até os 90 dias (60-90) que é o período que se fornece leite, a partir dos 90 ou
quando a terneira já tem uma ingestão de alimentos considerável se faz o desaleitamento.

DESCORNA: quanto mais cedo melhor, botão córneo torna-se saliente, por volta de 45 dias
após o nascimento. Pomada química à base de soda cáustica, evitar dias chuvosos,
escorrimento, ferro quente.
REMOÇÃO DE TETAS SUPRANUMERÁRIAS: Primeira semana de vida da terneira. Desinfecção e corte

PERÍODO DE TRANSFORMAÇÃO DO SISTEMA DIGESTIVO


• Segundo período crítico na vida da terneira
• Mudança rápida do sistema digestivo → passagem da alimentação líquida para a sólida
• Vai do 4º dia de vida ao desmame

• Logo após o nascimento, o abomaso ocupa 50% do volume do complexo gástrico.


• Às 4 semanas de vida, este volume é ocupado pelo rúmen-retículo

DESALEITAMENTO:

• Ingestão de cerca de 600 gramas de ração por dia para animais da raça Holandesa,
500 g para animais da raça Jersey. Em torno de 60 dias de idade.
• Depende tipo dieta –acesso pastagem, gradativo
• Objetivo: animal saudável;
• Não são buscados elevados ganhos de peso (450-500 g)
• No desaleitamento diminui quantidade e frequência do leite  forma de
estimular a terneira a procurar outros alimentos.
• O animal precisa estar ingerindo concentrado, que vai ser fornecido até o 4º/5º
que já está começando a aproveitar o pasto.

FASE DE RECRIA: vai do desmame até o primeiro parto. Crescimento em torno de 500 a
600g/dia, lotes por tamanho/idade, cuidado no manejo alimentar  desenvolvimento da
glândula mamária.
• Manter os animais em pastagens de boa qualidade, maioria dos sistemas é recria em
pastagem.
• Cuidado com a velocidade de crescimento desses animais. Não fornece concentrado em
recria.

• Nos 2 primeiros meses: crescimento proporcional entre o corpo e a glândula


mamária = crescimento isométrico.
• Dos 3 aos 9 meses: glândula mamária cresce três vezes mais em relação ao
crescimento do corpo do animal = crescimento alométrico. Se nesse período
receber muita energia vai mandar para a glândula mamaria e vai ter produção
de tecido adiposo no úbere (tecido de reserva). Acontece de 2- 3 meses antes
da puberdade (variável de acordo com a raça), animais mais precoces perto dos
7 meses de idade, mais tardios perto dos 12 meses.

ATENÇÃO: GMD acima de 0,5 Kg/dia para raças de porte pequeno e 0,7 Kg/dia para raças de
grande porte→ comprometimento do desenvolvimento da glândula mamária = acúmulo de
gordura.
CRIAÇÃO DA NOVILHA: Taxa de crescimento da glândula mamária
em comparação com a taxa de crescimento corporal de bezerras de 12 meses de idade.

ACOMPANHAMENTO DO CRESCIMENTO: medidas mensais (altura na cernelha, perímetro


torácico, peso, ECC). Objetivo: parto até os 24 meses de idade. Dificilmente se faz esse controle de
peso.

CRIAÇÃO DA FÊMEA

• 2 aos 6 meses: em grupo, pastagem, ração inicial (18% PB), vermífugo


• 6 aos 12 meses: volumoso de boa qualidade, sem [ ] (coincide com período alométrico).
• 12 aos 60 dias antes do parto: volumoso de boa qualidade, [ ] se necessário –1 kg/dia –12 a
14% de PB

PERÍODO DE CRESCIMENTO DURANTE E APÓS A PUBERDADE


• Primeiros 9 meses – crescimento rápido
• Após a puberdade – cuidado com energia na dieta
• Efeitos do excesso de gordura:
• Espessamento/relaxamento ou dobra no pescoço ou tórax
• Gordura na inserção da cauda, pernas e ísquios
• Dificuldade do desenvolvimento de ligações do úbere posterior
• Depósito de gordura no piso da glândula mamária = redução do tecido secretor
• Edema mamário devido à dificuldade de circulação linfática
• Elevação de partos distócicos, metrite, mamite, deslocamento de abomaso e
acetoanemia
• Redução da vida produtiva

Acompanhamento da taxa de crescimento corporal: peso, altura na cernelha (ou comprimento


corporal), escore de condição corporal. Ver se a o crescimento está atrasado ou muito
acelerados (problema, comprometimento do desenvolvimento da fêmea). O ECC só começa a
ver mudanças mesmo depois da puberdade (recomendado na seleção para primeira cobertura
apenas).

• Pode ser feita a avaliação de altura dos animais, diz como está o crescimento. Bom
usar a relação peso e altura.
• Tabelas trazem a informação do peso para cada raça porte  acompanhamento do
crescimento da terneira
 influencia na produtividade da fêmea futuramente e importante para seleção das fêmeas
para reposição.
• Sistemas de terceirização de recria – sem
mercado especializado.

IMPORTÂNCIA DA CRIA E RECRIA

• Fase da vida que implicará na


eficiência reprodutiva da futura
fêmea. Encerra na primeira
cobertura.
• Não se faz no primeiro cio, muito jovem
• Crescimento ponderal adequado a
chegada à puberdade ocorre
quando o animal atinge cerca de
40% do PC adulto
• Puberdade - ocorre a primeira
ovulação: dois a três ciclos estrais, 60
–90 dias após a ocorrência o início da
puberdade.
• Maturidade sexual –9 meses

MANEJO REPRODUTIVO
• Primeiro cobertura -14/15 meses (precoces)
• Depende do sistema alimentar e sanidade (cria)
• PC para cobertura das novilhas varia de acordo com a raça:
• Mínimo de 340 kg para a raça Holandesa (16-18 meses)
• 330 kg para a Pardo-Suíça
• 230 kg para a Jersey (14-16 meses)
• 320 kg para as mestiças Holandês x Zebu
• 280 kg para as mestiças Jersey x Zebu

MANEJO DA NOVILHA PRENHA

• Separa em outro lote, lotes - 6 a 8 animais. Maneja junto com as vacas secas por causa
da rotina, inserção de novos animais gera estresse, juntando elas já tem
reconhecimento do novo grupo. Também a alimentação vai ser similar.
• Observação constante: animais apáticos, sobra de alimento, ingestão de água.
Sombreamento –água – alimento.
• A partir da confirmação da prenhez –60 dias após inseminação, novilhas podem ser
agrupadas com as vacas secas.
• Misturar lote de novilhas com as vacas secas somente nos últimos 60 dias pré-parto não é
recomendado:
• Período de maior desenvolvimento fetal = estresse social – relações de dominância,
agressividade, redução do consumo voluntário.
• 2 a 3 semanas pré-parto – adaptação à sala de ordenha (junto com as vacas que já sabem a
rotina).

INTENSIVOS E CONFINADOS

Intensivos a pasto ou confinamento. Na bovinocultura é dedicado apenas para a terminação


dos animais, na de leite para os animais jovens em fase de cria tem benefícios em se ter o
confinamento. No Brasil não se tem todas as fases confinadas por causa da condição de clima,
de produção de pastagens, é algo que encarece o sistema de produção e não faz sentido para a
nossa realidade.

As estruturas de confinamento possuem hoje dois grandes modelos, assim como os animais
jovens tem uma opção de estruturas/instalações também se tem para esses animais/vacas em
produção que serão confinados.

Bastante usado por causa da limitação de mão de obra na bovinocultura de leite, na produção
de pastos tem que fazer piquete, tirar do pasto, levar para outros piquetes, são vários manejos
além daqueles da rotina diária (ordenha), precisa-se de mais pessoas para trabalhar e pessoas
com perfil especifico para essa rotina.

O confinamento permite o uso de tecnologias, maior facilidade na produção  maior atrativo


principalmente para jovens e diminuir necessidade de mão de obra. Otimização de mão de obra
– animais fechados no galpão, concentrados, podendo manter a rotina mesmo com
adversidades ambientais, por exemplo. Uso de área menor porque não usa mais pastagem para
os animais ficarem, otimizando também a produção de alimentos, plantações para produção de
silagem nas áreas remanescentes para casos em que falte alimentos, por exemplo, ou conciliar
com outras atividades de lavoura para lucro do produtor. O confinamento permite aumentar
rebanho sem aumentar área.

Embora SC tenha incentivo para produção a pasto se vê a migração dos produtores para o
confinamento em virtude das facilidades.

O confinamento pode ser um produtor que constrói ou vários produtores que fazem isso juntos,
como condomínios para bovinos leiteiros. Isso permite que esses pequenos produtores
consigam ter acesso a recurso financeiro maior e trabalhar com maior tecnologia e conforto,
facilitando o dia a dia dentro da propriedade.

Um dos problemas sérios da bovinocultura de leite é a sucessão familiar e o confinamento tem se


mostrado bom em “resolver” isso.

INSTALAÇÕES PARA BOVINOS DE LEITE: Maior parte das edificações para bovinos leiteiros são
instalações abertas, com ventilação natural, associadas ou não com ventilação artificial,
complementando uma maior movimentação de ar. Maior parte são estruturas bem simples.

• Pode-se climatizar, mas nem sempre é necessário porque não temos temperaturas
extremas e tem maior custo de instalação.

• Tendência de manutenção dos animais em algum tipo de confinamento devido ao


aumento do tamanho do rebanho e intensificação das atividades e/ou procurando
melhorar o conforto térmico para animais de elevada exigência.
• Com bastante frequência, os animais permanecem sobre piso de concreto durante toda sua
vida produtiva.
• Problemas de cascos e sanitários.

TIE STALL: sistema de confinamento total das vacas durante o período produtivo. Rebanhos
pequenos e de alta produção, alimentação no cocho, alto custo.

• Vacas ficam presas por uma corrente, sistema mais antigo de confinamento.
• Não é mais um sistema usual, evolui para o free stall.

Vantagens: maior atenção individual aos animais, trabalho mais confortável ao funcionário,
praticidade de manejo (rebanhos pequenos), animais limpos, fácil mecanização.

Desvantagens: prender e soltar os animais (para comer, para ir para ordenha, difícil organizar
uma linha de ordenha por que as vacas se acostumam com uma ordem de lugares, difícil de
fazer o arranjo quando se tem uma vaca com mastite que precisa ir por ultimo, por exemplo),
pouco exercício dos animais, se não for mecanizado é muito manejo, alto custo, impossibilidade
de separação de lotes por produção, maior estresse, conforto ambiental.

FREE STALL: Surgiu nos EUA no final dos anos 50 e popularizou-se rapidamente. Área livre para
alimentação e exercício, baias para descanso (individual).

• Criado para facilitar em propriedades com rebanhos grandes.


• Uma das mais utilizadas.

• As vacas possuem livre circulação comum e cama quando querem descansar.


Normalmente esses galpões tem cobertura e se tem pelo menos a ventilação em
regiões mais quentes (esse é um dos pontos que levou os produtores a confinar por
verem melhores condições ambientais).
• Alimentação 100% no cocho, utilizado para vacas de média e alta produção (vacas pré-
parto e secas geralmente ficam em pastagens). Comem uma mistura de concentrado e
volumoso (pré-secado), não pode ser exclusivamente concentrado.
o Limite de concentrado fica geralmente em 50:50, não é indicado ter mais
concentrado do que volumoso porque pode levar à uma acidose e outros
distúrbios metabólicos (bom só em sistemas que trabalham com nutrição de
precisão e vacas de altíssima produção), além do custo ficar muito elevado.

• Sistemas mais econômicos ficam com uma relação de 60:40, os sistemas


intensivos a pasto podem ser 80:20.
• Cuidados com o confinamento: qualidade, tamanho de partículas.
• Corredor central é o corredor de alimentação, controlando a alimentação e automatizando
esse manejo.

• Pode-se dividir os animais em grupos nesse sistema (pós-parto, meio da lactação e a


que está fechando o ciclo, e as vacas secas ideal). Se não separar a vaca seca nesse
sistema das vacas que estão produzindo ela vai estar comendo muita energia e
engordando (problemas posteriores).
• O confinamento permite separar melhor esses grupos.

• A estrutura é montada de acordo com o terreno, corredor de alimentação, área de


circulação, camas e área de acesso à ordenha.

Vantagens: custo operacional econômico, fácil mecanização, animais se exercitam


regularmente, alta flexibilidade para organizar diferentes sistemas de alimentação de acordo
com a estrutura que se tem.

Desvantagens: alto custo das instalações, menor atenção individual, vacas sujas se o sistema de
limpeza não é eficiente(mastite por contaminação ambiental), maior competição, saúde dos
cascos porque ficam no piso (além de comer concentrado que pode levar a laminite
enfraquecendo o casco). A sanidade também pelo fluxo livre desses animais.

• Os animais permanecem lado a lado, em baias individuais que devem ser bem
dimensionados, cm largura suficiente para o conforto do animal, sem, entretanto,
permitir que o mesmo vire-se.
• O
comprimento deve ser o mínimo para que o animal ao deitar-se, permaneça com o
úbere e as pernas alojadas internamente ao cubículo, enquanto as dejeções são
lançadas no corredor de limpeza ou serviço.

• O piso das baias pode ser de terra batida, areia ou concreto.

• A cama deve ser de material seco e macio, distribuído com uma espessura de 10 cm,
utilizando-se palha, capim seco, areia, maravalha de madeira, ou mesmo material
emborrachado, industrializado. Mais conforto, menos abrasividade (menor impacto aos
cascos).
• O corredor de serviço deve ter o piso concretado e frisado no sentido longitudinal, com
declividade de 1 a 1,5% para evitar que os animais escorreguem e facilitar o
escoamento de água e resíduos orgânicos, principalmente se for adotado o sistema de
manejo liquido dos dejetos.

o Rodo que fica passando no corredor para limpar os dejetos, a estrutura da cama
é projetada para que ela entre de frente e saia de ré para que as fezes e a urina
caiam no corredor e facilite a limpeza. Baias projetadas para que ela não
consiga se mover e fazer na cama.
o Estruturas dimensionadas para animais de tamanho especifico para que dê
certo, tudo projetado de acordo com o rebanho.
• Incidência de sol a área de descanso, o sol ajuda a manter as estruturas limpas e
também é importante para os animais (vitamina D que é importante para
metabolismo do cálcio – hipocalcemia).

LOOSE HOUSING: galpão de sombreamento para repouso coletivo, dotado de cama.

• Sistema totalmente fechado.

• Próximo ao galpão de repouso, é construída uma estrutura somente para fornecimento


de alimento, onde se tem, geralmente, um corredor central, por onde pode ser
distribuído o alimento por meio de trator, dotado de comedouros nas laterais.
• O controle da competição pelo alimento, neste caso, é realizado somente por meio de
um sistema de semi- contenção.
• Podem também ser usados piquetes para alojamento dos animais

COMPOST BARN: compostagem ocorre ao longo do tempo com o material da cama e a matéria
orgânica dos dejetos dos animais. Criação de vacas em cama, em vez de baias individuais são
baias coletivas.

• Estrutura toda aberta com cama, estrutura única com saída para área de alimentação e de
ordenha.
• Pode ser só com telhado e laterais abertas.

• Ocorre produção de dióxido de carbono (CO2), água e calor a partir da fermentação


aeróbia da matéria orgânica.
• O oxigênio usado na compostagem é proveniente da aeração diária que deve ser
realizada na cama. 30 cm da superfície da cama.
• O sucesso do processo de compostagem depende da manutenção de níveis adequados
de oxigênio, água, temperatura, quantidade de matéria orgânica e atividade dos MO
que produzem calor suficiente para secar o material e reduzir a população de MO
patogênicos.
• Para que esse processo ocorra, a temperatura da cama deve varias de 54 a 65°C a 30cm
da superfície da cama.

Vantagens:
• Sistema mais barato para implantação, não precisa construir as estruturas que os outros
possuem.

• Mais conforto e bem-estar: mesmo quando em pé, as vacas permanecem sobre uma
superfície mais macia que no concreto, maior liberdade, socialização. Maior bem-
estar  vacas mais saudáveis.
• Redução de problemas de casco, pois comparado aos sistemas tipo free stalls, no
compost barn as vacas têm mais espaço, o que permite maior liberdade de
movimento tanto para se locomoverem quanto para deitar.
• Estudos demonstram que 7,8% de vacas com problemas de casco em
propriedades com compost barn, contra 19,6 a 27,8% em propriedades do
tipo free stalls.
• Com a melhoria na sanidade do casco, as vacas apresentaram maior facilidade de
manifestação de cios, melhorando a taxa de detecção de cio pelos tratadores.
• Taxas de detecção de cio aumentaram de 36,9% para 41,4% e as taxas de
concepção aumentaram de 13,2% para 16,5% quando vacas foram deslocadas
do free stall para o compost barn.
• Melhoria da qualidade do leite, com redução da CCS e menor incidência de mastite.

• Redução da mastite ambiental pela redução da carga microbiana na cama,


melhoria da condição de higiene das vacas antes da ordenha, quanto pela
melhoria no sistema imune das vacas promovida pelo ambiente mais
confortável.
• Redução do acumulo e descarte de dejetos, o que inclui custos para armazenamento,
espaço necessário e mão de obra, em comparação com sistemas free stall.
• Controle da higiene e eficiência do sistema:

• Manejo diário da cama  revolver pelo menos 2x ao dia (depende da lotação


de animais). O custo de manutenção dessa estrutura é maior, não tem como
mecanizar esse manejo de cama.
• Se os dejetos ficam tem a produção de amônia, precisando também de
uma boa ventilação no galpão.
• A mão de obra para manutenção/limpeza é maior.

• Há áreas que a cama vai ficar compactada como onde as vacas passam
com maior frequência ou áreas de cocho  projetar bem essas áreas.
• Problemas de manutenção da qualidade da cama em regiões muito
quentes e/ou úmidas, a dificuldade é baixar a umidade da cama. Uso
de ventiladores para tentar controlar a umidade, às vezes o ventilador
pode trazer umidade externa para o confinamento - problema.
• Higiene e controle da mastite, observar a condição de higiene do úbere (escore
de limpeza do úbere), a limpeza do úbere reflete a qualidade da cama em que
o animal está. Também se usa esse parâmetro no sistema free stall - vaca
pode ser teimosa e deitar no corredor, pode-se ter erro de

projetos da cama, sistema de limpeza pode não estar funcionado direito.


Compost – manejo de cama pode não estar funcionando direito.
Um ou outro animal sujo pode acontecer (fatores individuais), mas isso não pode refletir no rebanho.

CAMA

Escolha do tipo de cama. O material da cama deveria ser barato, sexo, confortável e não
permitir o crescimento bacteriano. Material de maior disponibilidade e menor custo,
compatível com o sistema de manejo dos dejetos. As camas orgânicas mais utilizadas são: palha
ou feno, serragem, maravalha, resíduos de culturas agrícolas (milho, espigas, casca de café, e
outros), resíduo de papel e papel picado, compostagem de esterco e outros materiais.
Em razão dos materiais orgânicos permitirem maior facilidade de multiplicação microbiana nas
camas, o manejo de limpeza e reposição implica em maiores cuidados.
Os principais materiais inorgânicos são a areia e os colchões. A areia apresenta custo elevado e
pode ter limitações de uso em alguns sistemas de manejo de dejetos. Mesmo sendo
considerado um material inorgânico, na medida em que ocorre intensa contaminação da areia
por fezes e urina, este tipo de cama pode permitir aumento da contaminação ambiental,
principalmente quando a areia é reciclada e a lavagem é feita com água já contaminada. Para
ter boa qualidade, a areia deve apresentar baixa contaminação com argila ou lama, partícula
fina e ser armazenada adequadamente, para evitar a contaminação.
•Quando as vacas estão em condições confortáveis de ambiente, o tempo em que
permanecem deitadas durante o dia é de cerca de 8 a 12 horas.
•O manejo de limpeza e reposição das camas afeta diretamente o grau de contaminação e higiene das
camas.

•A frequência de reposição da cama depende do tipo de material usado (orgânico ou


inorgânico). Nas camas orgânicas recomenda-se que a troca em no máximo a cada dois
dias.

Nas camas de areia, a recomendação mais utilizada é que seja feita semanalmente a adição de
areia para manter uma camada de cerca de 15-20 cm. Recomenda-se ainda que durante todas
as ordenhas seja feito um manejo de limpeza e retirada manual de esterco em locais com
acúmulo de urina, assim como um nivelamento da cama para melhorar o conforto. Não é
recomendado revolver a areia, pois a camada inferior é geralmente mais contaminada e a
reposição de areia deve ser feita somente na camada superior.

Pode ser utilizado aditivos na cama, com o objetivo de aumentar a vida útil do material e
reduzir a contaminação bacteriana. A cal hidratada é um dos mais utilizados em razão do custo
e da disponibilidade. A principal função da cal hidratada é de reduzir o teor de umidade e
alcalinizar a cama, o que dificulta o crescimento de microrganismos contaminantes. Os estudos
indicam que a adição de cal ou outro aditivo apresenta efeito de duração curta de 24 a 48
horas e somente teria boa eficácia Se fosse adicionada diariamente

FREE STALL X COMPOST BARN

A principal diferença entre o compost barn e o free stall é em relação ao espaço proporcionado
par as vacas leiteiras que estão alojadas e não estão divididas em baias.

O compost barn oportuniza aos pequenos produtores uma alternativa para elevar a produtividade do
rebanho.

Embora o custo de implantação do compost barn seja bem menor em relação ao free stall, seu
custo de manutenção é bem mais alto.

Não se tem um melhor, os dois têm suas vantagens e desvantagens, a escolha vai ser de acordo
com o local (manejo, disponibilidade do material para cama, custos para implantação). Regiões
tropicais têm bons resultados com o compost.
AMBIÊNCIA EM CONFINAMENTO: painéis evaporativos, ventilação cruzada, estábulos.

INSTALAÇÕES PARA SISTEMAS EM PASTAGENS: sala de ordenha, sala de espera, galpão de


alimentação, piquetes, centro de manejo, depósito de ração e equipamentos.

CONFORMAÇÃO DE BOVINOS
LEITEIROS

MELHORAMENTO GENÉTICO E SELEÇÃO DE BOVINOS LEITEIROS

SELEÇÃO DE ANIMAIS

CARACTERÍSTICAS A SEREM SELECIONADAS

• Tipo e conformação: o tipo ideal reúne características físicas que contribuem para a
utilização de um animal para um propósito específico.
• Aptidão leiteira – “habilidade” para produzir leite: potencial genético, alimentação.
• Temperamento leiteiro: capacidade de transformar alimentos em leite, forma do
corpo – cunha, índole e controle emocional do animal, estágio de lactação e idade do
animal.

• Capacidade corporal: capacidade e equilíbrio do tórax (peito e costelas), capacidade de


ingerir alimentos, formas angulosas, membros fortes, qualidade dos ossos e aprumos,
garupa (comprimento, nivelamento, largura).
• Sistema mamário: tamanho, comprimento e profundidade do úbere anterior e
posterior, ligamentos e veias mamárias.

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS A SEREM ANALISADAS NA SELEÇÃO

ESTATURA: Ideal = 9 (1,45 m) – boa estatura permite

maior distância do corpo e úbere do solo. ANGULOSIDADE: Observar os espaços


entre as costelas = correlação com produção de leite FORÇA/LARGURA DO

PEITO: Quanto maior a força, maior será a área pulmonar e cardíaca.


PROFUNDIDADE CORPORAL: Distância entre o dorso e o ventre

LARGURA DA BACIA

LARGURA DA GARUPA ÂNGULO DE GARUPA

PERNAS – VISTA LATERAL

ÂNGULO DE CASCO

RAZÕES DE DESCARTE DE VACAS NO PARANÁ

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