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Wednesday, 3 de August de 2022

Assuntos Gerais na Suinocultura


1. Panorama Geral da suinocultura brasileira

O Brasil apresenta 1,65 milhões de matrizes> rende 3,49 milhões de toneladas de carne no
ano de 2012, e exportou cerca de 1,49 bilhão de dólares. Apresenta ainda mais de 40 000
produtores, gerando mais de 1 milhão de empregos diretos. Ele ainda é o quarto país produtor
de carne suína.

Em relação a distribuição dentro do pais, apresenta as regiões do sul liderando no número


de matrizes, estados como SC, RS, PR e em quarto lugar o estado de minas.

*Região nordeste tem crescido bastante, e na centro-oeste.

A evolução do abate inspecionado, demostra que a produção é crescente nos últimos


anos. Apresentam ainda uma previsão de chegar em torno de 40 milhões de cabeças abatidas
no brasil. Desde a década de 90 o brasil tem sido exportador de carne suína, entretanto tem se
mantido estável (suinocultura deve ser focada no mercado interno- conseguir manter estável a
questão de rentabilidade).

FOCAR NO MERCADO INTERNO.

Somente 16% é destinado à exportação. Entretanto ele acaba interferindo no valor do


mercado, e gerando um desequilíbrio de venda.

O consumo de carne suína vem crescendo, chega a ser 15kg de carne per capita a ano.
Entretanto, ainda é bem menos consumida do que as demais. A região do sul e sudeste é bem
maior do que a média nacional, entretanto nordeste é bem menor.

A cadeia produtiva de suinocultura é bem simples, onde se divide em:

a. Sistema de apoio, contando com os fornecedores de insumos (grãos, medicamentos) e


os transportadores;
b. Subsistema de produção de matéria prima, que são as granjas (animais são produzidos
e recebem os insumos);
c. Subsistema de industrialização que se dividem em primeira transformação e segunda
transformação. Onde o suíno é abatido e vendido por carcaça ou corte; então abatido
e agregado o valor, é processado em industrializado;
d. Subsistema de comercialização, onde ele vai para o atacadista, exportador>
principalmente a carne de carcaças dos animais. Podem ainda ir para os varejistas ou
então empresa de alimentos coletiva;

Para então ele chegar no consumidor final, seja ele interno ou externo.

O suíno ele evoluiu muito em relação genética do animal, onde antigamente ele era destinado
a produção de banha, para onde o animal é destinado para produção de cortes de carne
nobre.

Em 1960 o animal apresentava uma carcaça com um percentual de carne magra bem menor, e
a espessura do toicinho de 5 a 6cm. Já hoje em dia, os animais com um melhoramento
genético disponibilizam 60 a 65% de carne magra e tendo ainda uma espessura de toicinho
bem menor.
Wednesday, 3 de August de 2022

A genética foi muito trabalhada para subter um animal com uma quantidade bem maior de
carne magra. Obviamente a qualidade da carne apresenta uma melhora, com menor nível de
colesterol, melhor até que alguns frangos.

A gordura vegetal ela foi usada como a única fonte de gordura a partir da década de 1950 para
a espécie humana, a gordura animal então ela foi se tornando mais secundária. Observaram
então que o suíno tipo banha, apresentava uma menor conversão alimentar do que o suíno
selecionado para a produção de carne magra.

Para o suíno fazer a maior conversão de banha, ele precisa ingerir 2,5x mais ração do que o
suficiente para a produção de carne magra, logo por uma questão econômica o animal
geneticamente selecionado foi se tornando mais proveitoso.

Quanto mais magro/ mais pesado o animal é mais aproveitado para os cortes nobres (pernil,
lombo) pelas indústrias.

Além de que o mercado começou a exigir alimentos com menor nível de gordura.

Além do melhoramento genético, a nutrição e a sanidade (suíno sendo criado confinado-


novas vacinas e higiene- lembrando que se produz carne para uma população imensa, logo é
necessário uma maior responsabilidade), as tecnologias de manejo e as instalações e
equipamentos mais evoluídos> tais fatores que levaram a uma suinocultura mais evoluída e
exclusiva.

O foco do melhoramento genético dos suínos é para locais que disponibilizam carnes mais
magras/nobres> do tipo lombo e pernil. Locais estes que são bem visíveis na simetria corporal
do animal.

Os cruzamentos para a produção destes animais mais desenvolvidos podem variar no grau de
complexidade. Explicando de forma mais simples, as linhagens de macho são escolhidas para
questão de carcaça, ganho de peso e conversão de energia alimentar, já as linhagens fêmeas,
são levadas em considerações esses fatores, entretanto frisam mais na habilidade materna
destas matrizes.

Nas granjas núcleos são feitos os cruzamentos das linhagens puras, depois seguem para as
multiplicadoras> o cruzamento comercial é resultado de um hibrido formado nas
multiplicadoras, que espera-se um animal de abate com características mais especificas para o
mercado.

A linha macho apresenta um foco maior no ganho de peso, no nível de conversão alimentar,
além do rendimento de cortes nobres (pernil, paleta e lombo), a espessura de toucinho sendo
menor, além da qualidade de carcaça (nível de gordura/ volume de agua) e da carne (sabor,
palatividade).

A linha fêmea apresenta um foco maior na prolificidade e na sua habilidade materna, além das
outras características listadas acima.

O melhoramento genético ele vai frisar então:

 Seleção de carne magra com uma melhoria conversão alimentar;


 Uma evolução rápida (ciclo de vida são bem mais rápidos que as demais espécies);
 Não há uso de hormônios com finalidade de crescimento e melhoramento de carcaças;
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O hormônio é proibido por lei para fazer o crescimento de suínos no brasil, não existem
produtos específicos para os suínos- que deem resultados, e são ANTIECONOMICOS.

As instalações elas são controladas, apresentando biossegurança (relacionada com controle


sanitário), automação, climatização, limpeza e além do bem estar do animal.

A biossegurança na produção está relacionada com o controle sanitário para que a granja fique
livre de diversas doenças. Apresentam um acesso restrito para as pessoas e veículos, servindo
como uma forma de prevenção.

A rastreabilidade e controle de toda cadeia de produção é bastante regulamentada, por conta


de todos os reprodutores apresentam certificado pelo MAPA- para ser possível fazer o
controle de doenças e de relação com o nível de produção. As fabricas de ração comerciais
todas precisam apresentar também certificado pelo MAPA com BPF e controle do uso de
produtos. Além de apresentar uma inspeção na hora do abate para se haver controle de
qualidade para levar o alimento para a comercialização.

A inspeção é feito pelo SIF, SIE e SIM. Hoje em dia, nos grandes centros não há abates ilegais
de suínos.

2. MITO de teníase e cisticercose

A cisticercosis ela se diferencia da teníase, por conta de que ela é transmitida do homem para
o homem por meio das fezes. O hospedeiro humano infectado com teníase ele vai expulsar
por meio das fezes os ovos da tênia, este que vão ser ingerido por outro homem, ou o mesmo,
a partir de alimentos contaminados, estes ovos vão seguir para a corrente sanguínea e vão se
transformar nos cisticercos.

Já a teníase, ela é resultado de carne de animais que tenham tido contato com fezes humanas
contaminadas e com isso adquiriram cisticercose a partir da ingestão de ovos da tênia que
continha nas fezes. Se o Ser humano ingerir a carne do animal contendo o cisticerco
(normalmente está na musculatura) ele irá desenvolver a tênia, gerando uma teníase.

Nas condições atuais de suinocultura é praticamente impossível a ocorrência de cisticercose


nos rebanhos, por conta de os animais não terem contato com fezes contaminadas, pôr as
instalações apresentarem todo um manejo sanitário. Além de que toda carne suína que é
consumida e vendida no brasil ela é fiscalizada.

3. Vantagens e limitações da criação de suínos no Brasil

O brasil apresenta o mercado interno em crescimento, sendo que tudo usado na suinocultura
é disponibilizada pelo pais, contando com tecnologia. Apresentam ainda linhas de créditos
disponíveis para a agricultura, mesmo que para a área especifica de suíno ainda é considerada
um risco, e para adquirir seja necessário garantias e contratos de venda).

As vantagens da criação, são por conta da disponibilidade de tecnologias de ponta que foram
bem abordadas acima, como genética, nutrição, sanidade, manejo, instalações e
equipamentos.

Já as limitações, tem a ver com os momentos de crise, que geram um desequilíbrio entre o
custo de produção e preço da venda. Este desequilíbrio normalmente se dá por conta de que
80% do custo para a criação é ser voltada para alimentos, estes que são os que mais sofrem
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alterações nas crises. ESTÁ RELACIONADA COM MERCADO DE GRÃOS. Milho, sorgo, soja,
farelo de trigo. > não há alternativa.

Então, se estão correlacionadas com o mercado de grãos, estão sujeitos a:

 Quebra de safras;
 Aumento das exportações de grãos;
 Concorrência com outras atividades pela demanda dos insumos-avicultura,
bovinocultura em confinamento/ de leite;
 Distância do local de produção dos grãos- custo para se trazer para dentro da
produção, por conta disto que há migração da suinocultura para as regiões produtoras
de grãos;

O preço de venda dos suínos é determinado por questões internas:

 Relacionada com a renda da população (oferta e procura).


 A concorrência com outras carnes;
 Questões externas (quando há diminuição do nível de exportação, consequentemente
há um despejo no mercado interno que faz com que a carne fique mais barata e certas
vezes nem cubra o valor de criação).

A mão de obra também é um fator que limita muito, não só na suinocultura. O crescimento
econômico ele gera um menor desemprego, além de a população estar em constante
migração para a área urbana.

A automação tem sido cada vez maior, para otimizar a mão de obra. Aumento da escala de
produção.

A destinação dos dejetos, apresenta uma legislação, fiscalização em relação a isso. As granjas
precisam ter uma licença ambiental para funcionamento, além de uma correta destinação para
todos os resíduos. Em algumas regiões é um fator limitante já!

4. Perfil do produtor

Normalmente é bastante variável, entretanto se divide precisamente em empresarial e


familiar, este segundo apresenta uma baixa rentabilidade (granjas pequenas)

Do ponto de vista de mercado, existe a suinocultura independente (produtor autônomo, que


tem sua granja no mercado esporte, vendendo pra quem quiser e de acordo com o valor de
mercado. Pode largar quando quiser *mais sujeito aos riscos, entretanto pode ter uma
margem de lucro maior*) e a integrada (é um produtor ligada a uma indústria, contendo um
contrato de fornecimento. Ele se responsabiliza pela condução das atividades na sua
propriedade*dependendo do contrato, o produtor também se responsabiliza pelos custos e
riscos de produção, além dos insumos veterinários, agua e ração- a tecnologia normalmente é
responsável da indústria).

O preço de mercado independente no brasil é regulado por duas bolsas que são de São Paulo e
Belo Horizonte, que são usadas de referência para os outros estados).

A questão de escolher o qual perfil o produtor vai seguir, está diretamente relacionada com a
capacidade do produtor para o investimento, o custeio e o risco que o mesmo quer se
submeter.
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É possível observar ao longo do ano, que há uma tendência de haver oscilação de margem
entre os produtores integrados e independentes, onde este segundo acaba saindo em maior
lucro.

O suinocultor independente, ele precisa de uma mão de obra mais qualificada, e conduzir com
ajuda de zootécnicos e gestores financeiros. Além de um planejamento estratégico de médio e
longos prazos, contando com a variação do mercado. Ter uma aplicação para “socorro”. Ele
precisa ainda de buscar melhorias constantes na produtividade e na redução de custos, buscar
ganhos através do aumento da própria produção ou associativismo. Realizar ainda contrato de
compras e estoques de insumos para controle de períodos entre safras.

A sustentabilidade adquiriu um conceito a qual o uso de recursos naturais para a satisfação de


necessidades presentes não pode comprometer a necessidade das gerações futuras.

Especificamente na suinocultura ambiental:

 Na região centro-oeste, a topografia e a dimensão das propriedades permitem uma


utilização adequada dos dejetos;
 A fertirrigação (uso de dejetos para melhorar pastagens, entre outras gramíneas) em
lavouras e pastagens que é uma técnica amplamente difundida que possibilita reduzir
custos de produção de outras atividades na fazenda;
 Biodigestores que reduzem a emissão de gás do efeito estufa, além de disponibilização
de energia- pode ser autossuficiente. (Não é obrigatório, mas é bom para reduzir
gastos e facilidade para receber licença ambiental)

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