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Hospitalares
PROFA. THAIS DE OLIVEIRA MENDES
KANASHIRO
Dietas hospitalares
A maioria dos indivíduos idealiza uma alimentação monótona, sem sal e sem temperos, fria, de apresentação
pouco agradável, com função quase exclusivamente terapêutica.
No hospital, o paciente não espera comer bem, uma vez que o controle faz parte das proibições ao doente.
https://www.youtube.com/watch?v=tnz5-qsRD8
Objetivos das dietas hospitalares
Oferecer uma alimentação ao paciente que satisfaça suas
necessidades fisiológicas decorrentes do estado físico,
nutricional e patológico, contribuindo para a manutenção ou
recuperação da saúde do doente.
P. 143 a 156
Recomendação de leitura
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786555766752/epubcfi/6/32[%3Bvnd.vst.idref%3Dchapter
06]!/4/2/162/1:45[ave%2Cs.%20]
Sistemas de distribuição
Centralizado: Descentralizado: Misto:
Pode apresentar prejuízo na consistência e apresentação durante o tempo de espera para distribuição. Ex:
gelatina seja servida na temperatura e consistência adequada, é necessário carro térmico seja divido.
RESTO-INGESTA
Manual de dietas hospitalares
O manual deve conter informações sobre características da dieta (consistência,
tipos de alimentos, preparações, restrições, indicações de uso e número de
refeições) e sua composição nutricional (macro e micronutrientes)
Para descrever os tipos de dieta, estas podem ser classificadas em:
Dietas modificadas
Dietas modificadas Dietas para realização
quanto a composição de
quanto a consistência de exames (Ex: preparo Dietas enterais e
nutrientes (ex:
(ex: branda, pastosa, para colonoscopia e fórmulas lácteas.
hipossódica,
líquida) endoscopia)
hipogordurosa)
Líquida
Líquida Leve Pastosa Branda Geral
restrita
Pastosa homogênea
Pastosa
IMPORTANTE!
DIETA ZERO INDICAÇÕES
Conhecida também como jejum, caracteriza-se - Pacientes em pré e pós-operatório em ou preparo
pela ausência da ingestão de alimentos por via de exames agendados que exijam tal
oral. procedimento. Deve-se conhecer/controlar a
Valor calórico: 0 kcal (via oral) duração exata do tempo de jejum, evitando que o
paciente permaneça com dieta zero além do
necessário.
ALIMENTOS RECOMENDADOS: água, chá, caldo de carnes e/ou legumes coados, chá
(preferencialmente “claros”), suco de frutas coados (limão e adoçando com edulcorantes),
gelatina diet, isotônicos, água de coco.
ALIMENTOS QUE DEVEM SER EVITADOS: qualquer alimento no estado sólido, todos os
alimentos do grupo do leite, mel, açúcar, sucos que não sejam coados, café, chá
mate/preto/verde e outros ricos em cafeína
DOCK-NASCIMENTO et al, 2022; EBSERH, 2019
DIETA LÍQUIDA
DIETA LÍQUIDA INDICAÇÕES
• Conhecida também como líquida completa • Pós-operatório de cirurgias na boca, plástica
• CONSISTÊNCIA: alimentos líquidos ou que se de face e pescoço, fratura de mandíbula,
liquefazem na boca e de fácil absorção. estreitamento esofágico.
Fornecem poucos resíduos. • Pacientes com limitada capacidade de
• É prescrita para pacientes que necessitam de mastigação e/ou deglutição;
mínimo de esforço digestivo e pouco resíduo. • Afecções no sistema digestório;
• Apresenta valor nutricional reduzido • Preparo de exames específicos;
(geralmente precisa de suplementos • Pré-operatórios para cirurgia do cólon;
alimentares – para melhorar o aporte • Alguns pós-operatórios.
energético, proteico, vitamínico e de • Obs: Atenção ao risco de broncoaspiração
minerais) em pacientes com disfagias (usar
• Fracionamento: a cada 2 horas ou em espessantes)
intervalo menor.
• Valor calórico: 1000 a 1300 kcal/dia
• Proteína: 50 a 60g
DOCK-NASCIMENTO et al, 2022; DIAS, MOTTA, EVAZIAN, 2017; DOMENE, 2018; CARUSO, NEVES, TOIMIL, 2019; LIMA, 2013
DIETA LÍQUIDA
Os alimentos empregados devem ser:
◦ •Naturalmente líquidos: água, infusos, caldos (de cereais, legumes, carne) e sucos de
frutas.
◦ •Solúveis (para adição aos líquidos), como açúcar, cloreto de sódio, dextrinas,
hidrolisados proteicos, mel.
◦ •Outros, como gelatina, sorvetes de frutas cremosos ou picolés.
Observação: leite e creme de leite podem ser usados caso não haja restrição
à lactose.
DOCK-NASCIMENTO et al, 2022; DOMENE, 2018; CARUSO, NEVES, TOIMIL, 2019; LIMA, 2013
DIETA LEVE
Alimentos recomendados: Alimentos que devem ser evitados:
• CEREAIS bem cozidos, liquidificados na forma de • CEREAIS e LEGUMINOSAS, integrais e em grãos
mingaus ou cremes • LEGUMES e VERDURAS cruas
• LEITE em preparações: mingaus, vitaminas, sorvete, • Pães e biscoitos em geral, bolos, torradas, tapioca
iogurtes cremosos. QUEIJOS cremosos em
preparações. • IOGURTES com pedaços, QUEIJOS duros
• LEGUMINOSAS na forma cremosa • EMBUTIDOS e enlatados
• FRUTAS na forma de vitaminas, smoothies e sucos • Frituras em geral
espessados ou cozidas ou picadas bem macias sob a • Carnes assadas ou grelhadas, secos em pedaços
forma de purê • OVOS cozidos, mexidos ou omelete ou pochê
• LEGUMES e VERDURAS na forma cremosa • FRUTAS cruas com casca, frutas com polpa dura,
• CARNES cozidas liquidificadas nas preparações frutas secas ou desidratadas * com exceção frutas
• OVOS em preparações na forma cremosa cruas macias, como banana e mamão
• Sopas espessas, liquidificadas ou sopas-creme, e • Oleaginosas
purês
• SOBREMESAS: preparações na forma cremosa
DOCK-NASCIMENTO et al, 2022 ; DIAS, MOTTA, EVAZIAN, 2017 ; DOMENE, 2018; LIMA, 2013
LIMA, 2013
DIETA PASTOSA HOMOGÊNEA
DIETA PASTOSA
• Proporciona repouso digestivo
• Composta por alimentos e preparações bem cozidos e batidos ou liquidificados, na
consistência de purê, formando uma preparação homogênea e espessa
• Obs.: as preparações podem ser ofertadas separadamente
• Fracionamento: 6 ref/dia.
• Valor calórico: 1.300-1500 kcal/dia.
• Proteína: 50 a 60 g
LIMA, 2013
DOCK-NASCIMENTO et al, 2022 ;
DIETA PASTOSA
DIETA PASTOSA INDICAÇÕES
• Proporciona repouso digestivo • Pacientes com dificuldades de mastigação, deglutição,
• Textura menos sólida principalmente pacientes idosos (ausência de prótese
• Geralmente os alimentos estão dentária), portadores de doenças neurológicas e
em forma de purês, cremes, estados graves de doenças crônicas (insuficiência
papas, carnes moídas, trituradas, cardíaca e respiratória).
desfiadas e suflês. • Alguns casos pós-operatórios, neurológicos e
• Fracionamento: 5-6 ref/dia. decorrentes do tratamento como radioterapias e
• Valor calórico: 1.800-2.100 quimioterapia;
kcal/dia. • Utilizada na transição entre a dieta leve e a branda.
• Proteína: 70 a 95 g
OBJETIVO: suprir as necessidades nutricionais individuais, manter ou recuperar o estado nutricional e
facilitar o processo de mastigação e deglutição.
CONTRAINDICAÇÃO: em casos em que a condição clínica não exija modificações de consistência.
DOCK-NASCIMENTO et al, 2022 ;DIAS, MOTTA, EVAZIAN, 2017; CARUSO, NEVES, TOIMIL, 2019; LIMA, 2013
DIETA PASTOSA
Alimentos recomendados:: Alimentos que devem ser evitados:
• LEITE, iogurtes e queijos cremosos • Pães não macios, biscoito seco, torrada, tapioca
• CARNES cozidas ou ensopadas, moídas ou desfiadas
• CEREAIS e LEGUMINOSAS integrais e em grãos
• OVOS cozidos, mexidos ou omeletes ou pochê
• LEGUMES e VERDURAS cruas
• LEGUMES e VERDURAS bem cozidos, suflês, cremes
ou purês. Sopas com pedaços pequenos • CARNES grelhadas ou assadas, secos em pedaços
• Caldo de LEGUMINOSAS ou leguminosas grandes ou inteiro
liquidificadas • OVOS fritos.
• CEREAIS e massas bem cozidos isolados ou em • FRUTAS cruas com casca, frutas com polpa dura,
preparações (arroz papa, sopas, mingaus) frutas secas ou desidratadas *exceto as frutas
• Pães macios e bisnaga, biscoitos amolecidos em cruas macias, como mamão e banana)
leite tipo papa, bolo simples
• Frituras em geral
• FRUTAS cruas macias, picadas, frutas cozidas ou
assadas, purê, vitaminas, smoothies e sucos • EMBUTIDOS e enlatados
• Sobremesas como pudim, manjar, flan, cremes, • Especiarias e condimentos fortes como pimenta-
doce em pasta, gelatina. do-reino e outros.
• QUEIJOS duros
• Oleaginosas.
LIMA, 2013
DOCK-NASCIMENTO et al, 2022 ; DIAS, MOTTA, EVAZIAN, 2017; CARUSO, NEVES, TOIMIL, 2019; LIMA, 2013
LIMA, 2013
DIETA
PASTOSA
LIMA, 2013
SANTOS; WATANABE, 2021
DIETA BRANDA
DIETA GERAL
DIETA GERAL (NORMAL OU LIVRE) INDICAÇÕES
Quantidade suficiente de macro e Pacientes com ausência de alterações metabólicas
micronutrientes importantes
Fracionamento: 5 a 6 refeições/dia Pacientes que não estejam em risco nutricional
Valor calórico: 2.000 – 2.500 kcal/dia Pacientes que não necessitam de modificações
Proteína: 85 a 105 g/dia dietéticas específicas.
DIAS, MOTTA, EVAZIAN, 2017; DOMENE, 2018; CARUSO, NEVES, TOIMIL, 2019
DIETA GERAL
LIMA, 2013
DIETA GERAL
Exemplos de dietas
p. 169 a 180
53
Dietas modificadas e
especiais
COMPOSIÇÃO DE NUTRIENTES
Calorias Proteínas Lipídios Carboidratos Sódio Potássio Fibras
Hipercalórica : ↑ Hiperproteica:
VET → Hiperglicídica: ↑
↑1,2g PTN Hipossódica: 6g
geralmente +30 65% VET sal/dia; 2,8g
/kg/dia Cetogênica: : 50 Hipocalêmica →
kcal/kg peso sal/dia falência Laxativas
a 60% VET IRC
atual = CHO 45 a cardíaca
50%; LIP= 35 a desconpensada
40%; PTN: 20%
Hipoglicídica: 40
Hipoproteica: a 45% VET. CHO
0,6a 0,8 g por dia não deve
PTN/kg/dia; ser inferior a
Hipocalórica: 130g/dia
↓VET →
geralmente 20 Hipolipídica: até
kcal /kg peso 20 % VET, até
Assódica: isenta Hipercalêmica →
atual; deve 5%VET TCL e Constipantes ou
total de sal de uso prolongado
garantir Normoproteica: enriquecida com Baixo teor Obstipantes
cozinha de diuréticos
consumo de 0,8 a 1,2 g +20% VET de lactose: menos
1gPTN/kg/dia PTN/kg/dia TCM de 12g/refeição.
para pacientes
IMC <30kg/m²
DIETA HIPOGORDUROSA/HIPOLIPÍDICA
Dieta restrita em gorduras visíveis e incorporadas nos alimentos, sejam elas mono e
poli-insaturadas ou de saturadas e colesterol.
OBJETIVO: manter ou recuperar o estado nutricional e poupar órgãos doentes que
estão relacionados à digestão, à absorção e a excreção de gorduras.
INDICAÇÃO:
◦ Casos em que a restrição de gorduras pode interferir favoravelmente no tratamento.
◦ Pacientes com problemas de absorção de gordura, como: esteatorreia, transtornos do fígado,
vesícula biliar e pâncreas.
CONTRAINDICAÇÃO: casos em que a condição clínica não exija modificações na
qualidade de gorduras da dieta
RECOMENDAÇÕES: restringir o óleo no preparo dos alimentos. Utilizar preparações
cozidas, grelhadas ou assadas.
LIMA, 2013
DIETA HIPOGORDUROSA
Alimentos que devem ser evitados:
Alimentos recomendados • Chocolates
• Leite desnatado • Carnes gordurosas
• Frituras
• Iogurte desnatado • Margarina e manteiga
• Ricota • Azeite e óleos vegetais
• Carnes grelhadas, cozias ou • Queijos amarelos
assadas • Abacate, coco, oleaginosas, azeitonas
• Geleia de frutas • Leite integral, creme de leite, chantily,
sorvete de massa
• Vegetais cozidos ou no vapor • Paes e massas que contenham gordura em
sua composição
• Embutidos, salsicha linguiça, presunto,
mortadela e salame.
LIMA, 2013
DIETA HIPOPROTEICA
Dieta restrita em proteínas com ingestão adequada de aminoácido essenciais e
de calorias
OBJETIVO: manter ou recuperar o estado nutricional, reduzir a progressão da
doença e controlar sintomas da uremia (acúmulo de ureia).
INDICAÇÃO: pacientes portadores de doença renal crônica associada ou não ao
diabetes.
CONTRAINDICAÇÃO: casos em que condição clínica não exija modificações na
quantidade de proteínas na dieta.
RECOMENDAÇÕES: a quantidade de proteínas a ser ingerida depende do grau
de perda da função renal do paciente em fase pré-dialítica ou dialítica.
LIMA, 2013
EXTRA:
p. 101 a 117
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DIETA HIPOSSÓDICA
❑Dieta restrita em sal de cozinha (cloreto de sódio – NaCl).
❑OBJETIVO: manter ou recuperar o estado nutricional, controlar a hipertensão e retenção
de líquidos
❑INDICAÇÃO: pacientes com doenças renais, insuficiência cardíaca congestiva, cirrose
com ascite, hipertensão.
❑CONTRAINDICAÇÃO: casos que a condição clínica não exija modificações na quantidade
de sódio da dieta
❑RECOMENDAÇÕES:
❑Preparo dos alimentos deve ser sem sal (cloreto de sódio, sal de cozinha).
❑Composição nutricional: sódio – 1-3g intrínseco e extrínseco.
❑Conforme o quadro clínico, a quantidade de sal pode ser menor ou totalmente proibida.
❑Pode-se utilizar condimentos naturais e frescos para compensar a ausência do sal.
LIMA, 2013
DIETA HIPOSSÓDICA
Alimentos que devem ser evitados:
Alimentos recomendados:
• Embutidos, salsicha, linguiça, presunto, mortadela,
• Ricota, ou queijo branco sem sal salame.
• Todos os vegetais e frutas • Temperos prontos, caldos concentrados
• Temperos frescos, como salsa, salsão, • Carnes salgadas, charque, carne-seca, bacalhau e peixes
salgados
cebolinha, coentro, manjericão, cebola,
• Queijos: muçarela, prato, provolone, parmesão,
alho, alho-poró, sálvia, dill e endro gorgonzola
• Margarina sem sal • Molho pronto: catchup, mostarda, molho de soja, molho
• Pão bisnaguinha inglês, maionese, etc.
• Biscoito de água • Produtos industrializados em conservas como ervilha,
milho, azeitona, palmito, sardinha e atum
• Salgadinhos do tipo snacks
• Bolachas salgadas
LIMA, 2013
Extra:
◦ As fibras auxiliam de diversas formas:
INDICAÇÃO: paciente com diarreia causada por infecções, doenças ou uso de medicamentos
LIMA, 2013
DIETA OBSTIPANTE
LIMA, 2013
DIETA LAXATIVA
Dieta rica em fibras solúveis e insolúveis que auxilia na regulação do intestino.
OBJETIVO: manter ou recuperar o estado nutricional e aumentar o volume do
resíduo e normalizar o transito intestinal
RECOMENDAÇÕES:
◦ Estimular a ingestão de líquidos, para que haja alteração do peso e da maciez das fezes.
LIMA, 2013
DIETA LAXATIVA
Alimentos permitidos:
◦ Frutas com casca, bagaço e sementes (mínimo 3 porções/dia)
◦ Frutas secas e oleaginosas
◦ Hortaliças folhas e legumes
◦ Cereais integrais
◦ Farelo de trigo e de aveia
◦ Leguminosas: feijão, lentilha, ervilha, grão-de-bico
◦ Algumas frutas consideradas laxativas, como laranja (com bagaço), ameixas e
mamão.