Você está na página 1de 60

Dietas

Hospitalares
PROFA. THAIS DE OLIVEIRA MENDES
KANASHIRO
Dietas hospitalares

A maioria dos indivíduos idealiza uma alimentação monótona, sem sal e sem temperos, fria, de apresentação
pouco agradável, com função quase exclusivamente terapêutica.
No hospital, o paciente não espera comer bem, uma vez que o controle faz parte das proibições ao doente.
https://www.youtube.com/watch?v=tnz5-qsRD8
Objetivos das dietas hospitalares
Oferecer uma alimentação ao paciente que satisfaça suas
necessidades fisiológicas decorrentes do estado físico,
nutricional e patológico, contribuindo para a manutenção ou
recuperação da saúde do doente.

(DIAS, MOTTA, EVAZIAN, 2017).


Necessidade de construção de novos valores para a dieta hospitalar durante o
planejamento de uma SND hospitalar.

Deve atender a características psicossensoriais e simbólicas, minimizando o


sofrimento gerado pela internação

Essencial para o sucesso da dietoterapia e aceitação→ individualização de cardápios


e intervenções dietéticas direcionadas.

↓ do apetite + alteração de paladar (medicações ou pela própria doença de base) →


avaliação desse aspecto + pequenas intervenções dietéticas (ex: adequação de temperatura
e mudança nos temperos) = ↑ a ingestão alimentar e a satisfação do paciente.

DEGIOVANNI e DEGIOVANNI, 2017


Indicação leitura

P. 143 a 156
Recomendação de leitura

https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786555766752/epubcfi/6/32[%3Bvnd.vst.idref%3Dchapter
06]!/4/2/162/1:45[ave%2Cs.%20]
Sistemas de distribuição
Centralizado: Descentralizado: Misto:

• Refeição é preparada, • Após o preparo, os • Normalmente as


identificada e porcionada alimentos são refeições principais são
na própria cozinha transportados até as porcionadas na cozinha e
• Melhor controle do copas da unidade de as refeições
poriconamento, internação→ intermediárias nas copas
supervisão poriconamento das das enfermarias.
(preferencialmente pelo refeições.
nutricionista) e controle • ↑ ocorrência de erros e
higiênico-sanitário. risco de contaminação.

Pode apresentar prejuízo na consistência e apresentação durante o tempo de espera para distribuição. Ex:
gelatina seja servida na temperatura e consistência adequada, é necessário carro térmico seja divido.

DEGIOVANNI e DEGIOVANNI, 2017


Identificação
Para reduzir erros e possibilitar melhor montagem e
distribuição de dietas aos pacientes → identificadas
(etiquetas)
NUTRIÇÃO E DIETÉTICA NUTRIÇÃO E DIETÉTICA
DIETA ESPECIAL DIETA GERAL

NOME: Marcos Torres NOME: Maria da Silva


LEITO: 415 LEITO: 418
DIETA: Disf 1, LAX, HSS Obs: LAX

DEGIOVANNI e DEGIOVANNI, 2017


Considerações gerais
Dieta prescrita pelo médico
◦ 1º item da prescrição

Nutricionista é responsável pela prescrição dietética.

Horários de distribuição (em média):


◦ Café da manhã: 07h00
◦ Lanche da manhã/Colação: 09h00
◦ Almoço: 12h00
◦ Lanche da tarde: 15h00
◦ Jantar: 18h00
◦ Ceia/ Lanche noturno: 20h30

DEGIOVANNI e DEGIOVANNI, 2017


Avaliação da ingestão
- Pacientes sem risco nutricional: 1x/semana
- Pacientes com risco nutricional ou desnutridos: todos os dias
- Fatores podem interferir na avaliação: entrevistado, entrevistador e metodologia do
registro alimentar.
- A equipe assistencial, os pacientes, familiares e cuidadores devem estar engajados e
serem proativos para garantir que a ingestão da dieta seja a mais próxima dos 100%.
Os profissionais devem ter habilidades e treinamento para esse monitoramento.
- A partir de 2008, iniciativa GLIM (Global Leadership Initiative on Malnutrition):
pacientes com risco nutricional, ingestão alimentar igual ou inferior a 50%, das
necessidades nutricionais, ao longo dos 3 dias, durante a internação hospitalar,
devem receber intervenção nutricional imediata. Para avaliar a ingestão alimentar, o
GLIM preconizou o uso de métodos semiquantitativos.
DOCK-NASCIMENTO et al, 2022
Avaliação da ingestão - Instrumentos
- Simple Evaluation of Food Intake (SEFI®, https://www.sefi-
nutrition. com/) / Avaliação Simples da Ingestão Alimentar – - Acompanhamento dos pacientes por
ASIA: meio do registro da ingestão alimentar:
◦ Risco de desnutrição = escores abaixo de 7 na escala analógica ou
indicação de ingestão alimentar ↓ 50% da porção oferecida. O uso
dessa escala é recomendado após 48 horas de internação

DOCK-NASCIMENTO et al, 2022

RESTO-INGESTA
Manual de dietas hospitalares
O manual deve conter informações sobre características da dieta (consistência,
tipos de alimentos, preparações, restrições, indicações de uso e número de
refeições) e sua composição nutricional (macro e micronutrientes)
Para descrever os tipos de dieta, estas podem ser classificadas em:

Dietas modificadas
Dietas modificadas Dietas para realização
quanto a composição de
quanto a consistência de exames (Ex: preparo Dietas enterais e
nutrientes (ex:
(ex: branda, pastosa, para colonoscopia e fórmulas lácteas.
hipossódica,
líquida) endoscopia)
hipogordurosa)

DEGIOVANNI e DEGIOVANNI, 2017


Dietas hospitalares
MODIFICADAS QUANTO A CONSISTÊNCIA / DIETAS DE ROTINA
Classificação
Dietas de rotina
◦ São dietas em que há modificações na consistência dos alimentos.
◦ São denominadas: geral, branda, pastosa e líquida.
◦ Também são denominadas dietas de transição ou progressão, pois
evoluem conforme o quadro clínico do paciente.

DEGIOVANNI e DEGIOVANNI, 2017


Principais modificações consistência

Líquida
Líquida Leve Pastosa Branda Geral
restrita

Pastosa homogênea
Pastosa
IMPORTANTE!
DIETA ZERO INDICAÇÕES
Conhecida também como jejum, caracteriza-se - Pacientes em pré e pós-operatório em ou preparo
pela ausência da ingestão de alimentos por via de exames agendados que exijam tal
oral. procedimento. Deve-se conhecer/controlar a
Valor calórico: 0 kcal (via oral) duração exata do tempo de jejum, evitando que o
paciente permaneça com dieta zero além do
necessário.

Alimentos recomendados: NENHUM


Alimentos que devem ser evitados: TODOS

( DIAS, MOTTA, EVAZIAN, 2017).


LÍQUIDA RESTRITA
DIETA LÍQUIDA RESTRITA INDICAÇÕES
• Conhecida também como cristalina ou de • Pacientes em pré-operatório de cirurgias do
líquidos claros. cólon, pós-operatório imediato e evolução da
• Contém água, líquidos límpidos e carboidratos, terapia nutricional – redução da nutrição
com a finalidade de hidratação e a mínima parenteral e introdução da via oral.
formação de resíduos, proporcionando o • Pós-operatório de cirurgias do trato
máximo de repouso do sistema digestivo. gastrintestinal e de cabeça e pescoço;
• Isenta de fibras, leite (lactose), açúcar • Durante infecções graves e diarreia aguda;
(sacarose) e alimento fermentescíveis; • Antes ou depois de procedimento de
• Possui baixo valor nutricional: deve ser diagnóstico;
evoluída o quanto antes (Não deve ser • Primeiro passo na alimentação por via oral.
utilizada por um período maior que 3 dias) • Preparo para exames (colonoscopia).
• Fracionamento: 6 a 8 refeições
• Valor calórico: 300-500 kcal/dia

DOCK-NASCIMENTO et al, 2022; EBSERH, 2019


LÍQUIDA RESTRITA
OBJETIVO:
◦ Fornecer líquidos e eletrólitos via oral.
◦ Prevenir desidratação e minimizar o trabalho do TGI.
CONTRAINDICAÇÃO: pacientes com disfagia.

ALIMENTOS RECOMENDADOS: água, chá, caldo de carnes e/ou legumes coados, chá
(preferencialmente “claros”), suco de frutas coados (limão e adoçando com edulcorantes),
gelatina diet, isotônicos, água de coco.

ALIMENTOS QUE DEVEM SER EVITADOS: qualquer alimento no estado sólido, todos os
alimentos do grupo do leite, mel, açúcar, sucos que não sejam coados, café, chá
mate/preto/verde e outros ricos em cafeína
DOCK-NASCIMENTO et al, 2022; EBSERH, 2019
DIETA LÍQUIDA
DIETA LÍQUIDA INDICAÇÕES
• Conhecida também como líquida completa • Pós-operatório de cirurgias na boca, plástica
• CONSISTÊNCIA: alimentos líquidos ou que se de face e pescoço, fratura de mandíbula,
liquefazem na boca e de fácil absorção. estreitamento esofágico.
Fornecem poucos resíduos. • Pacientes com limitada capacidade de
• É prescrita para pacientes que necessitam de mastigação e/ou deglutição;
mínimo de esforço digestivo e pouco resíduo. • Afecções no sistema digestório;
• Apresenta valor nutricional reduzido • Preparo de exames específicos;
(geralmente precisa de suplementos • Pré-operatórios para cirurgia do cólon;
alimentares – para melhorar o aporte • Alguns pós-operatórios.
energético, proteico, vitamínico e de • Obs: Atenção ao risco de broncoaspiração
minerais) em pacientes com disfagias (usar
• Fracionamento: a cada 2 horas ou em espessantes)
intervalo menor.
• Valor calórico: 1000 a 1300 kcal/dia
• Proteína: 50 a 60g
DOCK-NASCIMENTO et al, 2022; DIAS, MOTTA, EVAZIAN, 2017; DOMENE, 2018; CARUSO, NEVES, TOIMIL, 2019; LIMA, 2013
DIETA LÍQUIDA
Os alimentos empregados devem ser:
◦ •Naturalmente líquidos: água, infusos, caldos (de cereais, legumes, carne) e sucos de
frutas.
◦ •Solúveis (para adição aos líquidos), como açúcar, cloreto de sódio, dextrinas,
hidrolisados proteicos, mel.
◦ •Outros, como gelatina, sorvetes de frutas cremosos ou picolés.
Observação: leite e creme de leite podem ser usados caso não haja restrição
à lactose.

DOMENE, 2018; CARUSO, NEVES, TOIMIL, 2019; LIMA, 2013


DIETA LÍQUIDA
OBJETIVO: suprir as necessidades nutricionais individuais; manter ou
recuperar o estado nutricional e poupar o trabalho digestivo
proporcionando baixo estímulo químico e mecânico.
CONTRAINDICAÇÃO: casos que a clínica não exija modificações em
consistência e intolerância à lactose.
Obs: caso seja utilizada por períodos prolongados, pode ocorrer
carência de nutrientes, tornando-se necessário acompanhamento
contínuo e complementação nutricional para evitar desnutrição.

DOMENE, 2018; CARUSO, NEVES, TOIMIL, 2019; LIMA, 2013


DIETA LÍQUIDA
Alimentos recomendados: Alimentos que devem ser evitados:
• Sopas liquidificadas e peneiradas de • Alimentos de consistência mais sólida, como
legumes, verduras e carnes. pães, bolos, torradas, tapioca, biscoitos, farelos
•Caldos (carnes, legumes e verduras) e farinhas integrais e grãos de cereais.
• Água, chá, café, água de coco, sucos de • CEREAIS, LEGUMINOSAS, FRUTAS, LEITE E
frutas coados, bebidas não gaseificadas. DERIVADOS e CARNES em preparações mais
• Frutas na forma de vitaminas ralas e sucos cremosas ou sólidas
• Leite in natura ou em preparações líquidas • Legumes e verduras crus e inteiros, cozidos ou
• CEREAIS em preparações líquidas máximo a refogados em pedaços grandes.
3% • Ovos
• LEGUMINOSAS na forma de caldo • Embutidos
• Sobremesas líquidas ou que se liquefazem à • Sobremesas cremosas ou sólidas
boca como cremes, sorvetes, gelatinas. • Frituras em geral

DOCK-NASCIMENTO et al, 2022;DIAS, MOTTA, EVAZIAN, 2017 LIMA, 2013


LIMA, 2013
DIETA LÍQUIDA
DIETA LEVE
DIETA LEVE (SEMI-LÍQUIDA) INDICAÇÕES
Composta por alimentos de consistência • Pacientes com função gastrointestinal
semilíquida cremosa e homogênea. moderadamente reduzida;
Preparação de consistência espessada • Intolerância aos alimentos sólidos devido à
(presença de farináceos ou espessantes dificuldade de mastigação e de deglutição;
artificiais) • Evolução pós-operatório.
Necessidade de acompanhar o paciente e, • Utilizada na transição entre dieta líquida e
se necessário, orientar suplementação pastosa.
Fracionamento: 5-6 ref/dia.
Valor calórico: 1.200-1.500 kcal/dia.
Proteína: 50 a 75g
OBJETIVO: suprir as necessidades nutricionais individuais, manter ou recuperar o estado
nutricional e facilitar o processo de mastigação e deglutição.
CONTRAINDICAÇÃO: casos em que condição clínica não exija modificações em consistência.

DOCK-NASCIMENTO et al, 2022; DOMENE, 2018; CARUSO, NEVES, TOIMIL, 2019; LIMA, 2013
DIETA LEVE
Alimentos recomendados: Alimentos que devem ser evitados:
• CEREAIS bem cozidos, liquidificados na forma de • CEREAIS e LEGUMINOSAS, integrais e em grãos
mingaus ou cremes • LEGUMES e VERDURAS cruas
• LEITE em preparações: mingaus, vitaminas, sorvete, • Pães e biscoitos em geral, bolos, torradas, tapioca
iogurtes cremosos. QUEIJOS cremosos em
preparações. • IOGURTES com pedaços, QUEIJOS duros
• LEGUMINOSAS na forma cremosa • EMBUTIDOS e enlatados
• FRUTAS na forma de vitaminas, smoothies e sucos • Frituras em geral
espessados ou cozidas ou picadas bem macias sob a • Carnes assadas ou grelhadas, secos em pedaços
forma de purê • OVOS cozidos, mexidos ou omelete ou pochê
• LEGUMES e VERDURAS na forma cremosa • FRUTAS cruas com casca, frutas com polpa dura,
• CARNES cozidas liquidificadas nas preparações frutas secas ou desidratadas * com exceção frutas
• OVOS em preparações na forma cremosa cruas macias, como banana e mamão
• Sopas espessas, liquidificadas ou sopas-creme, e • Oleaginosas
purês
• SOBREMESAS: preparações na forma cremosa

DOCK-NASCIMENTO et al, 2022 ; DIAS, MOTTA, EVAZIAN, 2017 ; DOMENE, 2018; LIMA, 2013
LIMA, 2013
DIETA PASTOSA HOMOGÊNEA
DIETA PASTOSA
• Proporciona repouso digestivo
• Composta por alimentos e preparações bem cozidos e batidos ou liquidificados, na
consistência de purê, formando uma preparação homogênea e espessa
• Obs.: as preparações podem ser ofertadas separadamente
• Fracionamento: 6 ref/dia.
• Valor calórico: 1.300-1500 kcal/dia.
• Proteína: 50 a 60 g

DOCK-NASCIMENTO et al, 2022


DIETA PASTOSA HOMOGÊNEA
Alimentos recomendados:: Alimentos que devem ser evitados:
• CEREAIS bem cozidos liquidificados ou bem • Pães e biscoitos em geral, bolos, torradas, tapioca
triturados, na forma de mingaus, purês ou cremes
• LEGUMINOSAS liquidificadas ou trituradas
• CEREAIS e LEGUMINOSAS integrais e em grãos
• LEGUMES e VERDURAS bem cozidas na forma de • FRUTAS cruas com casca, frutas com polpa dura,
cremes ou purês frutas secas o desidratadas
• FRUTAS na forma de purês, vitaminas, smoothies e • IOGURTES com pedaços. QUEIJOS duros.
sucos espessos • CARNES assadas, secos em pedaços grandes ou
• LEITE em preparações: mingau, vitaminas e iogurtes inteiro.
cremosos • EMBUTIDOS e enlatados
• QUEIJOS cremosos em preparações
• OVOS cozidos, mexidos ou omeletes ou pochê
• OVOS nas preparações adequadas às características
da dieta cremosa • FRITURAS em geral
• Sobremesa: seguir as características da dieta e os
alimentos permitidos

LIMA, 2013
DOCK-NASCIMENTO et al, 2022 ;
DIETA PASTOSA
DIETA PASTOSA INDICAÇÕES
• Proporciona repouso digestivo • Pacientes com dificuldades de mastigação, deglutição,
• Textura menos sólida principalmente pacientes idosos (ausência de prótese
• Geralmente os alimentos estão dentária), portadores de doenças neurológicas e
em forma de purês, cremes, estados graves de doenças crônicas (insuficiência
papas, carnes moídas, trituradas, cardíaca e respiratória).
desfiadas e suflês. • Alguns casos pós-operatórios, neurológicos e
• Fracionamento: 5-6 ref/dia. decorrentes do tratamento como radioterapias e
• Valor calórico: 1.800-2.100 quimioterapia;
kcal/dia. • Utilizada na transição entre a dieta leve e a branda.
• Proteína: 70 a 95 g
OBJETIVO: suprir as necessidades nutricionais individuais, manter ou recuperar o estado nutricional e
facilitar o processo de mastigação e deglutição.
CONTRAINDICAÇÃO: em casos em que a condição clínica não exija modificações de consistência.

DOCK-NASCIMENTO et al, 2022 ;DIAS, MOTTA, EVAZIAN, 2017; CARUSO, NEVES, TOIMIL, 2019; LIMA, 2013
DIETA PASTOSA
Alimentos recomendados:: Alimentos que devem ser evitados:
• LEITE, iogurtes e queijos cremosos • Pães não macios, biscoito seco, torrada, tapioca
• CARNES cozidas ou ensopadas, moídas ou desfiadas
• CEREAIS e LEGUMINOSAS integrais e em grãos
• OVOS cozidos, mexidos ou omeletes ou pochê
• LEGUMES e VERDURAS cruas
• LEGUMES e VERDURAS bem cozidos, suflês, cremes
ou purês. Sopas com pedaços pequenos • CARNES grelhadas ou assadas, secos em pedaços
• Caldo de LEGUMINOSAS ou leguminosas grandes ou inteiro
liquidificadas • OVOS fritos.
• CEREAIS e massas bem cozidos isolados ou em • FRUTAS cruas com casca, frutas com polpa dura,
preparações (arroz papa, sopas, mingaus) frutas secas ou desidratadas *exceto as frutas
• Pães macios e bisnaga, biscoitos amolecidos em cruas macias, como mamão e banana)
leite tipo papa, bolo simples
• Frituras em geral
• FRUTAS cruas macias, picadas, frutas cozidas ou
assadas, purê, vitaminas, smoothies e sucos • EMBUTIDOS e enlatados
• Sobremesas como pudim, manjar, flan, cremes, • Especiarias e condimentos fortes como pimenta-
doce em pasta, gelatina. do-reino e outros.
• QUEIJOS duros
• Oleaginosas.
LIMA, 2013
DOCK-NASCIMENTO et al, 2022 ; DIAS, MOTTA, EVAZIAN, 2017; CARUSO, NEVES, TOIMIL, 2019; LIMA, 2013
LIMA, 2013
DIETA
PASTOSA

SANTOS; WATANABE, 2021


DIETA BRANDA
DIETA BRANDA INDICAÇÕES
• Atenuação da textura por meio • Paciente no pré e pós-operatório imediatos de diversos
do processo de cocção procedimentos cirúrgicos (exceto cirurgias do sistema
• Finalidade de facilitar o digestório)
trabalho digestivo • Pacientes com limitada capacidade de mastigação quando
(mastigação, deglutição, é necessário abrandamento do tecido conectivo animal ou
digestão, absorção). das fibras para facilitação do processo digestivo e
• Fracionamento: 5-6 ref/dia absortivo.
• Valor calórico: 1.800-2.000 • Úlceras e gastrites
kcal/dia • Dificuldades digestivas
• É uma dieta de transição entre a dieta pastosa e a geral.
OBJETIVO: suprir as necessidades nutricionais individuais e manter ou recuperar o adequado estado
nutricional.
CONTRAINDICAÇÃO: devido a condições clínicas, haja outras necessidades e modificações em
consistência ou nutrientes.
DOMENE, 2018; CARUSO, NEVES, TOIMIL, 2019; LIMA, 2013
DIETA BRANDA
Alimentos recomendados: Alimentos que devem ser evitados:
• Todos os alimentos das dietas pastosa, leve • Especiarias e condimentos fortes como
e líquida pimenta-do-reino e outros
• CEREAIS cozidos (arroz, aveia entre outros) • Frituras em geral
• Caldo de leguminosas ou leguminosas * • Bebidas gaseificadas
• CARNES cozidas, assadas ou grelhadas • LEGUMES e VERDURAS cruas
• OVOS cozidos, mexidos, pochê e omeletes • Frutas cruas, exceto mamão e banana
• Frutas in natura de consistência macia e • *Grãos das leguminosas
sem casca • Embutidos e conserva
• LEGUMES e VERDURAS cozidas • Queijos gordurosos e condimentados
• PÃES, bisnagas, tapioca, cuscuz, biscoitos • Doces concentrados, Bolos confeitados,
(sem recheio), bolo simples e massas bolachas recheada e/ou amanteigadas.
• Leite e derivados são permitidos, no caso • Pães feitos com farinha integral
de queijo (com pouca gordura e sal)
DOCK-NASCIMENTO et al, 2022; DIAS, MOTTA, EVAZIAN, 2017; CARUSO, NEVES, TOIMIL, 2019; LIMA, 2013
Dieta branda

LIMA, 2013
SANTOS; WATANABE, 2021

DIETA BRANDA
DIETA GERAL
DIETA GERAL (NORMAL OU LIVRE) INDICAÇÕES
Quantidade suficiente de macro e Pacientes com ausência de alterações metabólicas
micronutrientes importantes
Fracionamento: 5 a 6 refeições/dia Pacientes que não estejam em risco nutricional
Valor calórico: 2.000 – 2.500 kcal/dia Pacientes que não necessitam de modificações
Proteína: 85 a 105 g/dia dietéticas específicas.

OBJETIVO: suprir as necessidades nutricionais individuais e manter ou


recuperar o estado nutricional.
CONTRAINDICAÇÃO: casos que, devido a condições clínicas, há necessidade
de modificações em consistência ou nutrientes dos alimentos.
DOCK-NASCIMENTO et al, 2022 ; DIAS, MOTTA, EVAZIAN, 2017 ;DOMENE, 2018; CARUSO, NEVES, TOIMIL, 2019
DIETA GERAL
Características:
◦ Inclui a maior variedade alimentos, ou seja, todos os que são
indicados em uma alimentação saudável de acordo com as Leis da
Nutrição = dieta suficiente, completa, harmônica e adequada.
Os alimentos a evitar são:
◦ Condimentos, carnes ricas em gordura, alimentos fritos e emulsões
com elevada concentração de gordura e alimentos com aditivos
sintéticos.

DIAS, MOTTA, EVAZIAN, 2017; DOMENE, 2018; CARUSO, NEVES, TOIMIL, 2019
DIETA GERAL

LIMA, 2013
DIETA GERAL
Exemplos de dietas

p. 169 a 180

53
Dietas modificadas e
especiais
COMPOSIÇÃO DE NUTRIENTES
Calorias Proteínas Lipídios Carboidratos Sódio Potássio Fibras

Hipercalórica : ↑ Hiperproteica:
VET → Hiperglicídica: ↑
↑1,2g PTN Hipossódica: 6g
geralmente +30 65% VET sal/dia; 2,8g
/kg/dia Cetogênica: : 50 Hipocalêmica →
kcal/kg peso sal/dia falência Laxativas
a 60% VET IRC
atual = CHO 45 a cardíaca
50%; LIP= 35 a desconpensada
40%; PTN: 20%
Hipoglicídica: 40
Hipoproteica: a 45% VET. CHO
0,6a 0,8 g por dia não deve
PTN/kg/dia; ser inferior a
Hipocalórica: 130g/dia
↓VET →
geralmente 20 Hipolipídica: até
kcal /kg peso 20 % VET, até
Assódica: isenta Hipercalêmica →
atual; deve 5%VET TCL e Constipantes ou
total de sal de uso prolongado
garantir Normoproteica: enriquecida com Baixo teor Obstipantes
cozinha de diuréticos
consumo de 0,8 a 1,2 g +20% VET de lactose: menos
1gPTN/kg/dia PTN/kg/dia TCM de 12g/refeição.
para pacientes
IMC <30kg/m²
DIETA HIPOGORDUROSA/HIPOLIPÍDICA
Dieta restrita em gorduras visíveis e incorporadas nos alimentos, sejam elas mono e
poli-insaturadas ou de saturadas e colesterol.
OBJETIVO: manter ou recuperar o estado nutricional e poupar órgãos doentes que
estão relacionados à digestão, à absorção e a excreção de gorduras.
INDICAÇÃO:
◦ Casos em que a restrição de gorduras pode interferir favoravelmente no tratamento.
◦ Pacientes com problemas de absorção de gordura, como: esteatorreia, transtornos do fígado,
vesícula biliar e pâncreas.
CONTRAINDICAÇÃO: casos em que a condição clínica não exija modificações na
qualidade de gorduras da dieta
RECOMENDAÇÕES: restringir o óleo no preparo dos alimentos. Utilizar preparações
cozidas, grelhadas ou assadas.

LIMA, 2013
DIETA HIPOGORDUROSA
Alimentos que devem ser evitados:
Alimentos recomendados • Chocolates
• Leite desnatado • Carnes gordurosas
• Frituras
• Iogurte desnatado • Margarina e manteiga
• Ricota • Azeite e óleos vegetais
• Carnes grelhadas, cozias ou • Queijos amarelos
assadas • Abacate, coco, oleaginosas, azeitonas
• Geleia de frutas • Leite integral, creme de leite, chantily,
sorvete de massa
• Vegetais cozidos ou no vapor • Paes e massas que contenham gordura em
sua composição
• Embutidos, salsicha linguiça, presunto,
mortadela e salame.

LIMA, 2013
DIETA HIPOPROTEICA
Dieta restrita em proteínas com ingestão adequada de aminoácido essenciais e
de calorias
OBJETIVO: manter ou recuperar o estado nutricional, reduzir a progressão da
doença e controlar sintomas da uremia (acúmulo de ureia).
INDICAÇÃO: pacientes portadores de doença renal crônica associada ou não ao
diabetes.
CONTRAINDICAÇÃO: casos em que condição clínica não exija modificações na
quantidade de proteínas na dieta.
RECOMENDAÇÕES: a quantidade de proteínas a ser ingerida depende do grau
de perda da função renal do paciente em fase pré-dialítica ou dialítica.
LIMA, 2013
EXTRA:

Dietas Hipercalórica e Hiperproteica

p. 101 a 117

59
DIETA HIPOSSÓDICA
❑Dieta restrita em sal de cozinha (cloreto de sódio – NaCl).
❑OBJETIVO: manter ou recuperar o estado nutricional, controlar a hipertensão e retenção
de líquidos
❑INDICAÇÃO: pacientes com doenças renais, insuficiência cardíaca congestiva, cirrose
com ascite, hipertensão.
❑CONTRAINDICAÇÃO: casos que a condição clínica não exija modificações na quantidade
de sódio da dieta
❑RECOMENDAÇÕES:
❑Preparo dos alimentos deve ser sem sal (cloreto de sódio, sal de cozinha).
❑Composição nutricional: sódio – 1-3g intrínseco e extrínseco.
❑Conforme o quadro clínico, a quantidade de sal pode ser menor ou totalmente proibida.
❑Pode-se utilizar condimentos naturais e frescos para compensar a ausência do sal.
LIMA, 2013
DIETA HIPOSSÓDICA
Alimentos que devem ser evitados:
Alimentos recomendados:
• Embutidos, salsicha, linguiça, presunto, mortadela,
• Ricota, ou queijo branco sem sal salame.
• Todos os vegetais e frutas • Temperos prontos, caldos concentrados
• Temperos frescos, como salsa, salsão, • Carnes salgadas, charque, carne-seca, bacalhau e peixes
salgados
cebolinha, coentro, manjericão, cebola,
• Queijos: muçarela, prato, provolone, parmesão,
alho, alho-poró, sálvia, dill e endro gorgonzola
• Margarina sem sal • Molho pronto: catchup, mostarda, molho de soja, molho
• Pão bisnaguinha inglês, maionese, etc.
• Biscoito de água • Produtos industrializados em conservas como ervilha,
milho, azeitona, palmito, sardinha e atum
• Salgadinhos do tipo snacks
• Bolachas salgadas

LIMA, 2013
Extra:
◦ As fibras auxiliam de diversas formas:

Fibras Solúveis Fibras insolúveis:

• Presentes nas pectinas, gomas • Celuloses: presentes em


e mucilagens. farinhas integrais, grãos e
• Retardam o esvaziamento feijões, cereais integrais,
gástrico. frutas e vegetais.
• ↓ a taxa de absorção dos • Não são fermentadas pelo
carboidratos. intestino, mas aceleram o
transito intestinal.
• Dão volume e maciez às fezes.
LIMA, 2013
DIETA OBSTIPANTE
Restrita de estimulantes intestinais mecânicos (fibras insolúveis) e químicos (lactose, sacarose e
lipídeos)
OBJETIVO:
◦ manter ou recuperar o estado nutricional;
◦ repor a perda de líquidos e eletrólitos;
◦ diminui a intensidade dos movimentos peristálticos.
◦ poupar os órgãos doentes que estão relacionados a ingestão, absorção e evacuação.

INDICAÇÃO: paciente com diarreia causada por infecções, doenças ou uso de medicamentos

CONTRAINDICAÇÃO: casos em que a condição clínica não exija restrições na composição da


dieta.
LIMA, 2013
DIETA OBSTIPANTE
RECOMENDAÇÃO:
◦ Pode-se utilizar água de coco e bebidas isotônicas para hidratação, desde que
não haja restrições de potássio ou outras.
◦ O uso de suplementos de fibras solúveis (inulina, goma guar ou fruto-
oligossacarídeos) auxilia na recuperação da mucosa intestinal → formar um gel
reduzindo o transito intestinal. Contudo, deve-se aumentar a ingestão de
líquidos.

LIMA, 2013
DIETA OBSTIPANTE

Alimentos Alimentos que devem ser


evitados:
recomendados:
• Verduras cruas ou cozidas (fibras insolúveis)
• Batata, arroz, massas sem • Frutas com casca, bagaço e sementes
molho, pães e similares de • Legumes com casca e sementes (fibras
insolúveis)
farinhas refinadas • Leguminosas (fibras insolúveis)
• Frutas: pera, melão, banana- • Does e açúcares
maçã, maracujá, maçã • Alimentos gordurosos e frituras
cozida ou sem casca, • Leite e derivados (verificar tolerância do
paciente)
melancia e limão.

LIMA, 2013
DIETA LAXATIVA
Dieta rica em fibras solúveis e insolúveis que auxilia na regulação do intestino.
OBJETIVO: manter ou recuperar o estado nutricional e aumentar o volume do
resíduo e normalizar o transito intestinal

INDICAÇÃO: pacientes com obstipação/constipação intestinal, diverticulose e


com motilidade intestinal lenta
CONTRAINDICAÇÃO: casos em que condição clínica não exija restrições na
composição da dieta.

RECOMENDAÇÕES:
◦ Estimular a ingestão de líquidos, para que haja alteração do peso e da maciez das fezes.
LIMA, 2013
DIETA LAXATIVA
Alimentos permitidos:
◦ Frutas com casca, bagaço e sementes (mínimo 3 porções/dia)
◦ Frutas secas e oleaginosas
◦ Hortaliças folhas e legumes
◦ Cereais integrais
◦ Farelo de trigo e de aveia
◦ Leguminosas: feijão, lentilha, ervilha, grão-de-bico
◦ Algumas frutas consideradas laxativas, como laranja (com bagaço), ameixas e
mamão.

SIMON et al, 2014;LIMA, 2013


Outras
Restrita em glúten
Restrita em fenilalalanina
Restrita em lactose
Restrita em proteína de origem animal
Disfagia 1, 2 e 3
Restrita em potássio/ hipocalêmica
Diabetes
Pobre em FODMAP

Você também pode gostar