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MINI MANUAL DE

PRESCRIÇÃO DE DIETAS

GISELDA WISNIEVSKI
MINI MANUAL DE PRESCRIÇÃO DE DIETAS

Dietoterapia é a parte da ciência da nutrição


que se dedica às dietas especificas para cada
enfermidade. O cuidado nutricional engloba
todos os processos de avaliação do indivíduo e
da patologia apresentada, para encontrar as
necessidades nutricionais de uma pessoa, o
que vai apresentar variações significativas
entre um e outro paciente. Isso significa que
para o enfermo, principalmente o hospitalizado,
o cuidado nutricional é muito mais complexo do
que para o indivíduo saudável onde a atenção
nutricional pode significar apenas educação e
mudança de comportamentos ou de hábitos
alimentares inadequados. No paciente
hospitalizado além do acompanhamento na
ingestão de alimentos é necessário incluir
aconselhamentos de adequações relacionados
à patologia e às consequências do não
cumprimento dessas orientações. Para que
haja maior adesão é importante considerar na

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hora da prescrição e elaboração da dieta para
um enfermo que, além de suprir todas as
necessidades nutricionais as preferencias
alimentares, o poder aquisitivo, as práticas
religiosas devem ser respeitados, desviando-se
o mínimo possível de seus hábitos normais.

Objetivo - Esse manual tem como finalidade normatizar a


linguagem dietoterápica entre as equipes, propiciando
maior assertividade na conduta de prescrever, elaborar e
distribuir a dieta adequada ao paciente, minimizando a
possibilidades de desnutrição intra hospitalar e de
complicações inerentes aos distúrbios nutricionais que
possam ocorrer dado a ingestão inadequada de
nutrientes nas diversas patologias.

1. Orientações gerais para prescrição

Observe as necessidades e as condições


gerais do paciente, incluindo a mastigação,
deglutição, digestão e evacuação.

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Associe a prescrição entre os tipos de
dietas quando necessário, como por
exemplo: líquida e hipossódica, branda
para IRC.
A anamnese eficaz, e a avaliação
nutricional (física e bioquímica), são
fundamentais para uma prescrição
adequada.
Quanto menos restritiva for a dieta maiores
as chances de recuperação do paciente.

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2- vias de Acesso
O primeiro passo na prescrição da dieta é a
definição da via de acesso que deverá ser
utilizada;

2.1 Oral
2.2 Enteral
2.3 Parenteral (nutrição)

2. Nutrição ou Dieta Via Oral

As dietas por via oral são classificadas


conforme sua:

2.1 Consistência
2.2 Composição nutricional

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2.3 Necessidade de controle específicos
para algumas patologias (situações)
especiais
2.4 2.4 Idade (área de pediatria).

2.1.1 Dietas modificadas conforme a


consistência:

▪ Livre ou Geral – os alimentos são servidos


em todas as consistências, não tem
restrições alimentares.

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▪ Branda ou leve- Os alimentos também são
servidos em todas as consistências porém
apresenta fibras abrandadas pela cocção,
não tem preparações muito elaboradas,
sem embutidos, alimentos flatulentos e
gordura livre (manteiga ou margarina).
Contém lactose e sacarose
▪ OBS – Atentar para a quantidade e
qualidade de fibras da dieta.
▪ Pastosa- não há restrições de nutrientes e
contem carne moída ou desfiada, arroz
papa, feijão, massas fragmentadas e
alimentos líquidos – PRESCREVER
RESTRIÇÕES NECESSÁRIAS.

▪ Liquidificada – sem restrições de


nutrientes contem líquidos e pastosos
liquidificados.

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▪ Liquida completa- pode conter lactose,
sacarose e cafeína. PRESCREVA
RESTRIÇÕES NECESSÁRIAS.

▪ Liquida restrita- Isenta de sacarose,


lactose e cafeína. Não deve ultrapassar à 3
dias de prescrição.

▪ Líquida para Gastroplastia – liquida restrita


fracionada em 50ml/ de 2 em 2 horas.

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2.1.2 Dietas modificadas conforme a
composição nutricional:
Poderá ter variações de nutrientes para
mais ou para menos usando-se os
prefixos hiper, normo ou hipo.

▪ Hipossódica
▪ Hiper, normo ou hipocalórica
▪ Hiper, normo ou hipoproteica
▪ Hiper, normo ou hipolipidica (gordurosa)
▪ Isenta de lactose, sacarose ou glúten
▪ Rica em fibras ou laxativa
▪ Hipopurínica com restrição de oxalatos

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2.1.3 Dietas conforme necessidades
especiais
▪ Controle do diabetes mellitos.
▪ Controle da diarreia ou Laxativa
▪ Com alimentos cozidos ou para
Imudeficiência
▪ IRC conservador (sem diálise)
▪ IRC dialitítico.
▪ Controle de Insuficiência hepática
▪ Controle da insuficiência respiratória
▪ Controle da pancreatite crônica
▪ Pós cirúrgico tardio de gastroplástia
▪ Controle de gastrite, úlcera, esofagite,
colite, anorexia, digeusia, ou mucosite
▪ Para controle de ácido úrico
▪ Para controle de dislipidemia
▪ Alergia a Proteína do Leite de Vaca
▪ Outras condições especiais.

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Exemplo de Prescrição

Via Consistência Composição Necessidade


especial
Oral Pastosa Hiperproteica Para diarreia
Oral Liquida Hipocalórica Laxativa
Oral Livre Hipoproteica IRC
Conservador

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2. 2 - Nutrição Enteral

A terapia nutricional enteral pela sua


complexidade deve ser prescrita pela EMTN de
acordo com suas diretrizes e padronizações,
Os quesitos mínimos para a prescrição devem
ser:
2.2.1 - Prescrição dietoterápica: Nome do
produto, via de acesso (nasogastrico,
nasoenteral, gastro ou jejunostomia), o volume
total, gotejamento e tempo de infusão, a
evolução que deverá seguir, o volume de
hidratação e os horários e tempo de infusão.
2.2.2- Prescrição dietética deve apresentar o
tipo e a quantidade dos principais nutrientes
que estão sendo administrado como proteínas
e calorias totais e acentuar os elementos que
diferenciam a dieta para cada patologia.
Fazer a correlação entre a dieta e as condições
do paciente para justificar o uso do produto
escolhido.

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2.3- Nutrição Parenteral

A nutrição Parenteral tem alta complexidade e


por tanto deverá ser prescrita pelo médico da
EMTN local.
Sua prescrição e administração seguem
critérios específicos de cada local.
A prescrição deve conter no mínimo a formula
(NPT 3:1) a via de acesso (central ou
periférica) o gotejamento.
A NPT deve ser de gotejamento contínuo nas
24 horas e seguir critérios que evitem
hipoglicemia ou demais complicações
relacionadas

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2.4- Pela idade

A alimentação pela idade é prescrita para a


idade gestacional e para acriança, segue às
diretrizes do Ministério da Saúde e da
Sociedade Brasileira de Pediatria.
A padronização de cada faixa etária deve ser
definida pelas equipes de trabalho de acordo
com suas realidades, no entanto a divisão
mínima para melhor adequação de nutrientes
seria:

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Gestantes – 1º,2º e 3º trimestres de gestação

Crianças -

0 a 6 meses - Leite materno exclusivo ou


conforme necessidades especiais

7 a 12 meses – Leite materno e a introdução de


novos alimentos ou conforme necessidades
especiais

1 a 4 anos- avaliação individualizada sempre


que possível, observar hábitos familiares

5-12 anos – Normalmente a criança já está


com perfil alimentar definido.

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OBS: Na prescrição da criança é importante
descrever a patologia junto com a dieta para a
idade, assim como as restrições ou adições
necessárias na dieta.

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Referências Bibliográficas:

1. MAHAN, K.L., ARLEN, M. Krause,


Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 13ª ed.
Guanabara, 2013.

2. WINKLER, M.F, LYSEN, L.K. Suggested


Guidelines for Nutrition and Metabolic
Management of Adult Patiets Receceiving
Nutrition Support. 2 ed. Chicago: Am. Diet.
Assoc., 1993

3. Instituto Nacional de Câncer José Alencar


Gomes da Silva. Coordenação Geral de Gestão
Assistencial. Hospital do Câncer I. Serviço de
Nutrição e Dietética. Consenso
nacional de nutrição oncológica / Instituto
Nacional de Câncer José Alencar Gomes da
Silva, Coordenação Geral de Gestão
Assistencial, Hospital do Câncer I, Serviço de
Nutrição e Dietética; organização Nivaldo
Barroso de Pinho. – 2. ed. rev. ampl. atual. –
Rio de Janeiro:

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4. WEFFOR, S.R.VIRGINIA, e
COLABORADORES Sociedade Brasileira de
Pediatria Manual de orientação para a
alimentação do lactente, do pré-escolar, do
escolar, do adolescente e na escola/Sociedade
Brasileira de Pediatria. Departamento de
Metrologia, 3ª. ed. Rio de Janeiro, RJ: SBP,
2012. 148 p. Ministério da Saúde

5.

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