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TERAPIA NUTRICIONAL

enteral domiciliar
POR NUTRICIONISTA GLEYCE ARAÚJO
CRN 6 15242
Terapia nutricional enteral domiciliar

A terapia nutricional enteral domiciliar é mais


comum do que imaginamos! As principais
indicações que levam um paciente ao suporte
enteral em casa são: câncer, doenças
neurodegenerativas, pacientes vítimas de trauma,
doenças respiratórias e agravos congênitos. Ela
pode ser de dois tipos: artesanal, quando a
família prepara as refeições, tritura, coa e coloca
na sonda, ou industrializada, quando a dieta
enteral é comprada na forma de pó ou já diluída,
e administrada no sistema.
Nos adultos, os principais desafios de retorno à
via oral são distúrbios de deglutição e
recuperação do estado nutricional. Nas crianças,
por sua vez, problemas de deglutição, má
formação oral ou esofágica, falha de crescimento
e necessidade de recuperação do estado
nutricional.

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Terapia nutricional enteral domiciliar

A via de administração mais comum é a sonda


nasoentérica. Porém, para pacientes onde não há
mais a possibilidade de retorno de via oral, ou uso
de terapia nutricional enteral por sonda há mais
de 4 semanas, a indicação mais viável é a
gastrostomia. Lembrando que a via de
administração é definida pelo profissional
médico.
É fundamental que a terapia nutricional domiciliar
seja monitorada e acompanhada. A colaboração
entre paciente, familiares e equipe de saúde fará
toda a diferença no sucesso do tratamento. Por
isso, te convido a conhecer um pouco mais sobre
esse universo, e entender a importância do
profissional nutricionista nesse processo.

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Principais indicações e
contraindicações
Principais indicações da terapia Nutricional
enteral no domicílio:
- Quando houver desnutrição ou risco de
desnutrição
- Quando a capacidade de ingestão da via oral é
insuficiente para garantir as necessidades
nutricionais.
- Quando o tratamento clínico do paciente é
longo, e a via oral não tem sido satisfatória para
manter suas necessidades nutricionais.
Contraindicações da nutrição enteral no
domicílio:
- Paciente que consegue atingir as suas
necessidades nutricionais pela via oral;
- Ambientes domiciliares que não conseguem
atender de maneira básica e segura as etapas de
preparo da dieta enteral;
- Quando o paciente se nega a esse tipo de
tratamento.

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Acompanhamento da dieta enteral

No domicílio, dialogar com o paciente e/ou


família facilita observar fatores de risco, e que
prejudiquem o estado nutricional do mesmo.
O nutricionista deve investigar na anamnese:
- Mudanças recentes no padrão alimentar (
queda de apetite, preferência por alguns
alimentos específicos);
- Funcionamento do trato digestivo como um todo
( dificuldade para engolir, mastigar, se antes da
sonda se alimentava normalmente por via oral,
qual consistência de dieta consumia antes);
- Preferências alimentares;
- Intolerâncias e alergias;
- Medicações e suplementos que vem utilizando;
- Fatores emocionais envolvidos no processo de
terapia nutricional;
- Acesso aos alimentos;
- Histórico de ganho e /ou perda de peso.

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Acompanhamento da dieta enteral

Quais sinais são importantes para avaliar


pelo exame físico?
No exame físico, o nutricionista deve observar
sinais de desnutrição, ascite, edema, lesões em
pele, cabelos quebradiços, unhas fracas,
ressecamento em pele, risco de úlceras por
pressão. Esses sinais podem evidenciar carência
de nutrientes.

Quais medidas antropométricas podem ser


contempladas?
Depende da capacidade funcional do paciente.
Realize a antropometria que esteja ao alcance e
segurança. Para pacientes com dificuldade ou
impossibilidade de deambular, podem ser
utilizados o peso habitual ( relatado pela
família/paciente), altura do joelho e
circunferência da panturrilha, por exemplo.

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Prescrição da dieta enteral

Após a definição do estado nutricional, os


objetivos dietoterápicos são definidos. Esse
paciente provavelmente chegará com a sonda
nasoentérica ou gastrostomia instalada para
iniciar a alimentação. Nesse momento, você deve
perguntar à família qual modalidade de dieta
eles se sentem mais à vontade de fazer: a dieta
industrializada, já pronta, na qual apenas a
família irá colocar o volume de dieta definido
pelo nutricionista, ou a dieta artesanal, na qual a
família compra os gêneros alimentícios, pré
prepara, prepara, liquidifica, coa, deixa em uma
consistência segura para a passagem na sonda, e
o paciente recebe o suporte nutricional.

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Prescrição da dieta enteral

O cálculo do vet será realizado de acordo com a


doença de base que o paciente tenha. Ou seja,
se o paciente é idoso, tem 71 anos, e apresenta
um câncer de próstata em tratamento
quimioterápico, a indicação de calorias e
proteínas será de acordo com o consenso de
nutrição do inca. Após definir as necessidades
nutricionais, você nutricionista, irá orientar a
família de acordo com o tipo de prescrição. Caso
seja uma dieta artesanal, você irá trazer um
modelo de cardápio e converter à família o
volume de dieta necessário para o dia. Se for
uma dieta industrializada, o volume será também
indicado à família, que irá transferir da
embalagem da dieta industrializada para o
frascodiet.

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Exemplo de prescrição de dieta
industrializada:

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Exemplo de prescrição de dieta
artesanal

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Orientações adicionais
Seguem dicas adicionais para o preparo de
nutrição enteral domiciliar, caso a dieta seja
artesanal:
- Excesso de leite em pó - pode gerar diarreia.
- Clara de ovo - evitar clara crua nas
preparações, utilizar apenas a clara bem cozida,
para trituração em seguida.
- Proteína de ervilha – caso use, diluir bem, pois
pode gerar espessamento na dieta.
- Whey protein - caso o paciente seja intolerante
à lactose, preferir o tipo isolado.
- Amido de milho e maltodextrina – ótimas opções
de fonte de carboidrato, diluem fácil em água e
não causam obstrução de sonda.

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Complicações da Nutrição Enteral
As complicações mais frequentes são vômitos,
diarreia, distensão abdominal, constipação
intestinal, deslocamento de sonda,
broncoaspiração e obstrução. Abaixo, seguem
orientações que você nutricionista, pode dar aos
familiares e pacientes, para minimizar esses
riscos. Abaixo, as principais complicações
existentes e sugestões para o manejo.

Distensão abdominal e Vômitos: elevar a


cabeceira do paciente durante o recebimento de
dieta (pode ser feito com um travesseiro
colocado nas costas do paciente), pelo menos a
30 graus. Além disso, evitar grandes volumes de
dieta de uma vez, e ficar atento aos cuidados no
pré preparo e preparo dos alimentos, se a dieta
for artesanal.

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Complicações da Nutrição Enteral
Diarreia: observar quantidade de fibras,
sacarose e gorduras da dieta; avaliar se existem
outros fatores associados como infecção do trato
gastrointestinal, uso de antibióticos ou laxantes.
Constipação: observar quantidade de água e
fibras oferecida na dieta.
Deslocamento de sonda: observar se a fixação
da sonda está adequada; orientar à família
quanto aos cuidados com a sonda.
Obstrução de sonda: orientar a família a
preparar a refeição de forma apropriada;
orientar também que não se despeje
medicamentos triturados na dieta, pois isso pode
gerar entupimento da mesma. Em caso de uso de
medicamentos, a forma preferível são as
medicações líquidas. É importante que o médico
e ou farmacêutico oriente nesse processo.

Abaixo, segue modelo de


monitoramento de
nutrição enteral!

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FORMULÁRIO - MONITORAMENTO
DE NUTRIÇÃO ENTERAL
NOME DO DATA DE
IDADE TELEFONE
PACIENTE NASCIMENTO

DADO INFORMAÇÃO

PESO E ALTURA

IMC

TIPO DE DIETA

VET CALORIAS

VET PTN/CHO/LIP

SUPLEMENTOS?

NOME DA DIETA
ENTERAL

VOLUME TOTAL

VOLUME POR
HORÁRIO

DATA DE INÍCIO

SINTOMAS/DEMAIS
INFORMAÇÕES

Assinatura e carimbo do nutricionista

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Foi maravilhoso compartilhar esses dias com vocês!

Até a próxima!

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