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Terapia Nutricional Oral

Nutricionista Cristiane Siviero Scorza


Nutrição Clínica HU – UNIFESP
Especialização em Distúrbios Metabólicos e Risco Cardiovascular
Doutoranda em Neurologia e Neurociências – UNIFESP
Sócia Fundadora EMTN TULL
TODO TRATAMENTO É
SEGUIDO DE UM
DIAGNÓSTICO
A terapia nutricional oral deve ser recomendada
após a identificação do risco nutricional ou
desnutrição combinada com evidência de baixa
aceitação alimentar e/ou perda de peso.

BRASPEN J 2021; 36 (Supl 3): 2-62


Estamos falando de UTI
Suporte
Nível deventilatório
Vigilância consciência
e Terapias
BRASPEN J 2021; 36 (Supl 3): 2-62
1.129 pacientes médicos de 5 hospitais canadenses

Baixa ingestão alimentar foi encontrada em 35% dos pacientes (41% das mulheres e 29% dos
homens) ( p< 0,001).

Pacientes avaliados como desnutridos (avaliação global subjetiva (SGA) B/C) (odds ratio (OR),
2,41; p = 0,003) ou sem risco de desnutrição (OR, 1,67; p = 0,040) eram mais propensos a ter baixa
consumo quando comparados aos avaliados como bem nutridos

Relatos de pacientes sobre desafios na hora das refeições (OR, 2,70; p < 0,001) e barreiras
à ingestão de alimentos (OR, 1,11; p = 0,008) foram positivamente relacionados à baixa
ingestão em toda a amostra do estudo
Caso Clínico
• MJC, 67 anos, feminino.
• Hipocalcemia grave
• Antecedentes : Carcinoma Papilífero Células Altas no LTE (4,0 cm) com invasão angiolinfática + Papilífero variante folicular com 0,7 cm no LTD
(T2mN1bM0) - TT em 2007
- Hipoparatireoidismo pós cirúrgico: perdeu seguimento no cálcio
- DM2
- HAS
- DLP
- Fibrilação atrial
- Depressão - Sem tratamento

• Paciente com carcinoma papilifero de tireoide e hipoparatireoidismo pós cirurgico com hipocalcemia
assintomatica interna em UTI para reposição sob monitorização continua.
• Prescrição de dieta geral hipossódica
• Você chega no quarto para triar a paciente e a comida do almoço está intocada
Por onde começar?
ETAPAS

Reavaliaçã
Triagem Avaliação Diagnóstico
o

Van Nie NC, et al. Do structural quality indicators of nutritional care influence malnutrition prevalence in
Dutch, German, and Austrian nursing homes? Nutrition. 2014;30(11-12):1384-90.
Medicações

LT4 125 mcg todos os dias - em jejum, aguarda 30 minutos para se alimentar - 1,65 mcg/kg/dia
- Carbonato de Cálcio 500 mg 8/8h (após café, almoço e jantar).
- Calcitriol 0,25 mcg 2x/dia
- Colecalciferol 21.000 UI/sem
- MTF 850mg 1-0-1
- Insulina NPH 16UI às 20:30h
- Enalapril 20 mg 12/12h
- Atenolol 50mg 1-0-1
- Digoxina 0,25 mg 1/2cp às segundas, quartas e sextas
- Varfarina 2,5 mg - exceto quinta feira
Dados coletados na NRS

• Peso há 3 meses: 78 kg

• Estatura: 1,51 cm

• Peso atual referido: 74,5 kg

• Ultimas internações ago/21, mar/22 e set/22 – todas com hiperglicemia;

• Paciente em leito UTI, sem DVA e sedativos, consciente e colaborativa em CNO2.


Prescrição médica de dieta geral hipossódica para diabetes, porém com baixa
aceitação
Discussão de condutas
Possibilidades
na dieta via oral
• Consistência;
• Composição;
• Suplementação
E. Agarwal et al. / Clinical Nutrition 31 (2012 )
•Deve ser realizada por meio de um
instrumento de rastreio para disfagia. O
instrumento de rastreio para disfagia pode ser
aplicado por qualquer profissional da área da
saúde, de preferência pelo fonoaudiólogo ou
enfermeiro, no momento da admissão
hospitalar e, também, de preferência sem
oferta de líquido ou alimento.

Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-NC-ND


Líquidos ou alimentos muito espessos exigem maior resistência em termos das forças de propulsão da língua que
serão necessárias para conduzir o material através da orofaringe. Indivíduos com essa força de língua reduzida ou
fraqueza muscular faríngea podem apresentar maior risco de presença de resíduos nos recessos faríngeos após
deglutição, com risco de aspiração de materiais residuais na faringe

Alimentos sólidos precisam de mastigação eficiente, o que pode ser difícil para indivíduos com problemas dentários
ou fraqueza nos músculos mastigatórios
Composição
https://doi.org/10.1016/B978-0-323-40232-3.00079-0
Síndrome do Intestino Irritável

Benefícios - FODMAP

S.C. Bischoff, R. Barazzoni, L. Busetto et al., European guideline on obesity care in patients with gastrointestinal and liver diseases e Joint
ESPEN/UEG guideline, Clinical Nutrition, https://doi.org/10.1016/j.clnu.2022.07.003
Retirada do Glúten e fator nutricional

- fibras, vitaminas do complexo B, ferro e traços

minerais;
- Dieta do Mediterrâneo
Caso Clínico
• MJC, 67 anos, feminino.
• Hipocalcemia grave
• Antecedentes : Carcinoma Papilífero Células Altas no LTE (4,0 cm) com invasão angiolinfática + Papilífero variante folicular com 0,7 cm no LTD
(T2mN1bM0) - TT em 2007
- Hipoparatireoidismo pós cirúrgico: perdeu seguimento no cálcio
- DM2
- HAS
- DLP
- Fibrilação atrial
- Depressão - Sem tratamento

• Paciente com carcinoma papilifero de tireoide e hipoparatireoidismo pós cirurgico com hipocalcemia
assintomatica interna em UTI para reposição sob monitorização continua.
• Prescrição de dieta geral hipossódica
• Você chega no quarto para triar a paciente e a comida do almoço está intocada.
Atualmente, a dieta restrita em iodo (DRI, de 30 a 50 µg/dia) tem sido indicada por
um período de 7 a 14 dias precedente ao tratamento com iodo, visando potencializar a
captação do iodo pela glândula numa relação inversa ao consumo. Para que ocorra
captação do radioisótopo de iodo é necessário estimular a elevação de tireotrofina
(TSH) e retirar a reposição dos hormônios tireoidianos. Concomitante a elevação do
TSH, é necessário submeter o paciente a uma dieta restrita em iodo antes da terapia
ablativa, para que os níveis plasmáticos estejam reduzidos e ao receber a dose
terapêutica de iodo

Nutr. clín. diet. hosp. 2017; 37(4):29-33 DOI:


10.12873/374dantas
Para onde a equipe está indo?
Queimados;

Hepatopatas;

Doença Renal;

Patologias e Demanda respiratória;

dietoterapia Intestino curto;

Pancreatite;

Chron;

Cuidados de fim de vida.


• Está com a boca machucada e que dói para
mastigar;
• Que a falta de sal está difícil;
O que nossa • Que não sente muito apetite e fome;
paciente • Que não evacua há 4 dias;
alegou? • Que não está animada após a quarta
internação na UTI.
Exercício em
grupos
Apresentar propostas de dietoterapia
para este caso.
SUPLEMENTOS
Suplementos
Suplementos alimentares não são medicamentos e, por isso, não servem
para tratar, prevenir ou curar doenças. Os suplementos são destinados a
pessoas saudáveis. Sua finalidade é fornecer nutrientes, substâncias
bioativas, enzimas ou probióticos em complemento à alimentação.

Para fornecer nutrientes, substâncias bioativas e enzimas, só podem ser


utilizados nos suplementos constituintes (ingredientes) que tenham sido
autorizados pela Anvisa. Os microrganismos usados como fonte de
probióticos incluem-se nesse regra.

Fonte: Anvisa, 2020.


Resolução 656/2020
Probióticos e
Enzimas
O que falta na alimentação?
Consistência

Fácil Absorção
Mais Menos
processamento nutrientes

Digestão lentificada
Composição
Suplementar como?
Dia
TNO
oral
Composição
corporal

Oferta
Necessidades

Aceitação
Suplemento
Hipercalórico e hiperproteico;

Controle Glicêmico;

Cicatrização;

Tipos de Imunonutrientes;

Suplementos Nefrologia;

Clarificado;

Emulsão lipídica;

Hidrolisado
Carbohidratos;

Proteína;
Tipos de Gordura;
módulos
Fibras;

Probióticos;
British Journal of Hospital Medicine | 2020 | https://doi.org/10.12968/hmed.2020.0045
Wischmeyer, 2020
www.thelancet.com Vol 393 June 8, 2019
www.thelancet.com Vol 393 June 8, 2019
www.thelancet.com Vol 393 June 8, 2019
Suplementação
no momento
certo
Avaliar a
patologia e a
necessidade
de
suplemento.
Manejo de sintomas
• Manejo:
• Realize pequenas refeições e em intervalos menores, em ambientes calmos e arejados

• Não obrigue o paciente a comer o que ele não tolera

• Oferte alimentos que sejam de preferência do paciente

• Se possível, evite que o paciente deite logo após as refeições. Se o paciente estiver acamado, eleve a cabeceira da
cama por uma ou duas horas após a ingestão de alimentos

• Evite preparações em temperaturas extremas, preferindo alimentos à temperatura ambiente ou frios

Náusea •


Evite ingestão de líquidos durante as refeições (minimiza a pressão no estômago e refluxo)

Recomende de oito a dez copos de líquido entre as refeições para evitar desidratação

• Dê preferência aos líquidos claros (água e sucos)

• Gelo, gengibre, caldos e gelatinas são boas opções

• Regularize o hábito intestinal - constipação é comum causa de náusea

• Garanta boa higiene oral

• Forneça acupuntura e apoio psicológico


• Mobilização precoce
• Terapia medicamentosa
• Terapia medicamentosa:
Constipação • Leite de magnesia, 60 mL, via oral, 1 vez ao
e Gases dia OU Lactulose 20g, via oral, 1 vez ao dia
E
• Bisacodil, 10 mg, via oral, 1 vez ao dia.
Saciedade precoce
• Porcionamento menor e maior fracionamento;
• Aumento da densidade calórica;
• Involuir consistência
• Evitar alimentos que desencadeiam sintomas: alimentos
gordurosos, frituras, condimentados, café e bebidas
alcoólicas;
• Evitar refeição volumosa;
• Cessação do tabagismo;
• Uso carboidrato como fonte energética preferencial.
Caso clínico

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