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Instituto Superior de Ciências de Saúde

(ISCISA)

Licenciatura em Enfermagem 2o ano


Nutrição e Dietética aplicada em enfermagem
Aula9:_Nutrição Parenteral e Assistência de Enfermagem

Docente: Surage Carimo

Março, 2024
Nutrição parenteral

Administração de nutrientes na corrente


sangüínea através de acesso venoso central ou
periférico, de forma que o trato
gastrointestinal seja totalmente excluído do
processo

Regulamento técnico para terapia nutricional parenteral - ANVISA


Indicações
• Alterações de motilidade e obstruções TGI,
• Fístulas de alto débito,
• Sd intestino curto (má absorção resultante de ressecção
extensa do intestino delgado acima de 2/3),
• Sangramento intenso pelo TGI,
• Exacerbações de D. inflamatória intestinal,
• Isquemia mesentérica,
• Não progressão dieta enteral
Não
Na Admissão:
Tolera dieta oral
Paciente deve ser alimentado por via
< 24hs para iniciar dieta via oral
Alternativa?

Sim
Não

Dieta enteral pode ser iniciada? Pancreatite Aguda


Anastomose intestinal
Sim Isquemia Mesentérica
Obstrução Intestinal
A progressão da dieta irá atingir 80% das Sangramento intenso pelo TGI
necessidades até 72hs? Fístulas de Alto débito SNG
Exacerbação grave de DII
Sim
Não
Aumentar para 100% das necessidades

Não

Sim Pró-cinéticos Iniciar ou Suplementar


Sonda pós-pilórica com NPP

Martin, 2004 (CMAJ)


Minicucci, 2005 (Dign Tratamento)
Vias de Acesso
Parenteral periférica

Curta duração (5-7dias)


Hiperosmolaridade
Acrescentar H2O
↑ Lipídeos
Utilizar glicose 10%
Acesso central e tipos de cateter
Composição da parenteral

Macronutrientes
(proteínas, carboidratos e lipídeos)

Micronutrientes
(eletrólitos, vitaminas e oligoelementos)
Proteínas
Solução utilizada atualmente
“synthetic amino acids and dextrose” (SAAD)

Não permite o crescimento bacteriano como


as soluções antigas de hidrolizados
protéicos

Driscoll, 2003 (JPEN)


Proteínas
Solução de aminoácidos a 10%
(10 a 20%)
1g = 4 kcal
Aminoácidos de cadeia ramificada

Uso limitado na parenteral tanto em


pacientes sépticos quanto em encefalopatia
hepática
Kuhl, 1990 (Surgery)
Carboidratos
• Principal fonte de energia da parenteral (40-70%)
• Glicose 50% (via central)
• 1g = 4 kcal – glicose
• Controle glicêmico é fundamental nos pacientes
críticos
Lipídeos

Responsáveis 15-30% energia parenteral

São isotônicos (glicerol)


Precursores do ácido aracdônico
Contém fósforo orgânico, vitamina E e
vitamina K1
Micronutrientes
Vitaminas e oligoelementos

Recomendado pela DRIs

 Necessidades de zinco e potencial efeito


anti-oxidante do selênio (críticos)
Cuidado com cálcio e fósforo
Complicações
• Relacionadas ao cateter
• Barro biliar (visicula biliar inflamada)
• Hiperglicemia
• Síndrome da realimentação (mudanças de
fluidos e eletrólitos durante a reabilitação
nutricional agressiva de pacientes desnutridos)
• Hipofosfatemia e hipocalcemia, insuficiência
cardíaca congestiva, edema periférico,
rabdomiólise (fibras musculares danificadas por
doença), convulsões, hemólise e insuficiência
respiratória
Monitoração

Glicemia 4/4hs ou 6/6hs


Eletrólitos diários quando estáveis 2/2 dias
Enzimas hepáticas e colestáticas 3/3 dias
Lípides séricos e albumina semanalmente
Cuidados nutrição parenteral

• Cuidado na passagem do cateter


• Cuidado na realização dos cálculos
• Necessidade de equipe multiprofissional
• Cuidado com síndrome de realimentação
Necessidade de equipe
multidisciplinar

Médico / nutricionista / enfermeiro / farmacêutico


Equipe multiprofissional de terapia
nutricional
É um grupo formal e obrigatoriamente
constituído de, pelo menos, um
profissional médico, farmacêutico,
enfermeiro e nutricionista, habilitados e
com treinamento específico para a
prática da Terapia Nutricional
Atribuições gerais da EMTN
• Triagem e vigilância nutricional
• Avaliação nutricional
• Indicação, desenvolvimento, preparação,
acompanhamento e modificação da terapia
nutricional
• Desenvolvimento técnico e científico
Educação continuada
Atribuições do médico

Indicar e prescrever a TN
Estabelecer os acessos, endovenoso e ao TGI, para
administração da TN
Orientar paciente e família sobre os riscos e
benefícios do procedimento
Desenvolvimento técnico e científico
Registros de evolução e de procedimentos médicos
Atribuições do enfermeiro

Preparar o paciente e o material para obtenção do


acesso para a terapia nutricional
Prescrever os cuidados de enfermagem com a terapia
nutricional
Avaliar e assegurar a instalação da terapia nutricional
Detectar, registrar e comunicar à EMTN as
intercorrências com a terapia nutricional
Atribuições do nutricionista
Avaliação do estado nutricional
Avaliar as necessidades nutricionais
Acompanhar a evolução nutricional dos pacientes
Garantir o registro de informações relacionadas à
evolução nutricional do paciente
ATRIBUIÇÕES DO FARMACÊUTICO
• NUTRIÇÃO ENTERAL
Interação drogas X dieta
Sorbitol: diarréia
Ciclosporina, saquinavir : biodisponibilidade
quando ingeridos com suco de toranja
Omeprazol:  absorção vitamina B12,
crescimento bacteriano, obstrução
ATRIBUIÇÕES DO FARMACÊUTICO
• NUTRIÇÃO ENTERAL
Interação drogas X dieta
• Fenitoína: interação com caseinato: 
absorção.
Fenitoína enteral – 2 horas antes e
depois sem NE
ATRIBUIÇÕES DO FARMACÊUTICO
NUTRIÇÃO PARENTERAL
• Realizar todas as operações inerentes ao
desenvolvimento, preparação (avaliação
farmacêutica, manipulação, controle de
qualidade, conservação e transporte) da nutrição
parenteral

• Avaliar a interação droga-nutriente na nutrição


enteral e parenteral
Preparo e desenvolvimento
• Viabilidade técnica e envase
• Verificar divergências entre volume prescrito x
volume final
• Verificar compatibilidades: eletrólitos,
macronutrientes, principalmente lipídeos e
oligoelementos
• Estabilidade
• Verificar osmolaridade de solução e vias de
administração
Acompanhamento
Prazos de validade
Rotulagem
Controle de qualidade
Armazenamento
Envase
Recipientes de plástico ou vidro

• Vidros hoje são pouco utilizados


• Substituição do PVC por bolsas feitas com
etileno vinil acetato
• Podem ser divididas em um ou mais
compartimentos, componentes misturados
antes do uso
Envase
Soluções (sem lipídeos) / Emulsão (com lipídeos)

Soluções 2:1  carboidratos,aminoácidos e micronutrientes


Soluções 3:1  carboidratos,aminoácidos, lipídeos e
micronutrientes
Envase
Necessidade de ambiente e técnica asséptica
Na área de preparo deve ter menos que 3520 partículas
( 0,5 microns) por m3
Compatibilidade e estabilidade
Micronutrientes

Cálcio e fósforo  formação de fosfato de cálcio


Ca2+ / P < 2,6 mEqs/mMol ou 1,7 mg/mg
Magnésio < 6 mmol/L
Na+ e K+ < 80 mmol/L
Fosfatos < 15mmol/L
Sinais de instabilidade da
parenteral
Precipitação
• Falha na seqüência do preparo da parenteral
• Solução de cálcio é a última ou penúltima a ser
adicionada na parenteral
• Falha na concentração dos eletrólitos
• Alterações de temperatura, pH e co-precipitação
comuns quando a nutrição parenteral é
administrada após sua data de validade
• (ácido ascórbico  ácido oxálico + cálcio  oxalato de cálcio)
Compatibilidade estabilidade
Lipídeos

•Triglicerídeos envoltos por micelas


•pH acima de 5,0
•Filtro 1,2 µm
•Observar aspecto da emulsão: camada
densa superfície, gotículas, camada oleosa
Compatibilidade e estabilidade
Lipídeos

Prevenção da oxidação e toxicidade:


• bolsas multilaminadas
• proteção da luz
• armazenamento sob refrigeração
• adicionar oligoelementos por último
Sinais de instabilidade da
parenteral
Sinais de instabilidade da
parenteral
Após o preparo
Inspeção visual  ausência de partículas, precipitações,
separação de fases e alterações de cor

Verificar a clareza e exatidão das informações do rótulo

Coleta de amostras para avaliação microbiológica


laboratorial e contra-prova
Prazo de validade
Até 48 horas do horário de
manipulação contido no
rótulo

Conservar a temperatura de
2 a 8ºC

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