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CURSO DE NUTRIÇÃO

Disciplina: PATOLOGIA DA NUTRIÇÃO E DIETOTERAPIA I

Terapia nutricional: oral, enteral e


parenteral
Profª Dra Barbara Martins Vieira

Anápolis – 2021.2
Associação Educativa Evangélica
CURSO DE NUTRIÇÃO
Disciplina: PATOLOGIA DA NUTRIÇÃO E DIETOTERAPIA I

Terapia nutricional: oral, enteral e parenteral

OBJETIVOS:
•Conhecer os conceitos gerais da terapia nutricional e o seu uso via oral
•Reproduzir o conceito, as principais indicações e as complicações da
terapia nutricional enteral
•Reconhecer as indicações da terapia nutricional parenteral, bem como
suas possíveis complicações.

Associação Educativa Evangélica


CURSO DE NUTRIÇÃO
Disciplina: PATOLOGIA DA NUTRIÇÃO E DIETOTERAPIA I
Terapia nutricional: oral, enteral e parenteral

REFERÊNCIAS:
CAPÍTULO 81
Luciana, R. Tratado de Nutrição e Dietoterapia. [Digite o Local da Editora]: Grupo
GEN, 2019. 9788527735476. Disponível
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527735476/. Acesso
em: 2021 ago. 31.
WAITZBERG, D. L. Nutrição oral, enteral e parenteral na prática clínica. 5. Ed. São
Paulo: Atheneu, 2017.
Associação Educativa Evangélica
DIETAS HOSPITALARES

• Alterações Químicas (Qualitativas):


• Normo/ hiper / hipocalórica
• Normo/ hiper / hipoprotéica
• Normo / hiper / hipoglicídica
• Normo / hiper / hipolipídica
• Hipossódica
• Rica / pobre em potássio
• Rica / pobre em fibras
• Teor reduzido de colesterol
DIETAS HOSPITALARES
Alterações Químicas (Qualitativas):
• Normo/ hiper / hipocalórica
• Normocalórica: dieta com quantidades normais de calorias, dentro das
necessidades distintas de cada paciente.
• Hipocalórica: dieta com calorias em quantidades abaixo do necessário. Sua função
é produzir balanço energético negativo e, consequentemente, perda de peso.
Indicada para pacientes obesos ou em caso de doenças que requerem urgência
médica em perda de peso. Não possui alimentos de alta densidade calórica.
• Hipercalórica: dieta com calorias em quantidades acima do valor energético total
(VET) do paciente. Tem a função de gerar balanço positivo e, consequentemente,
ganho de peso. Indicada para pacientes em subnutrição. Possui alimentos de alta
densidade calórica
DIETAS HOSPITALARES
Alterações Químicas (Qualitativas):
• Normo/ hiper / hipoprotéica
• Normoprotéica: dieta que possui quantidades normais de proteínas, segundo as
necessidades distintas do paciente.
• Hipoproteica: possui quantidades diminuídas de proteínas, cuja finalidade é
prevenir o acúmulo de metabólitos nitrogenados. Indicada para pacientes com
insuficiência renal crônica, encefalopatia hepática ou outra patologia cujo
catabolismo proteico possa interferir na evolução positiva do quadro clínico.
• Hiperptoteica: dieta com quantidades aumentadas de proteínas a fim de produzir
balanço positivo de nitrogênio. A relação caloria/proteína deve ser suficiente.
Indicada para pacientes em estado de hipercatabolismo.
DIETAS HOSPITALARES
Alterações Químicas (Qualitativas):
• Normo/ hiper / hipoglicídica
• Normoglicídica: dieta em quantidades normais de carboidratos, conforme
as necessidades distintas de cada paciente.
• Hipoglicídica: possui quantidades de carboidratos reduzidas, tendo como
principal objetivo diminuir a quantidade destes sem reduzir,
necessariamente, as calorias. Como exemplo temos a dieta para o
diabético, a qual é normocalórica e hipoglicídica, tendo redução de
carboidratos simples, com destaque à sacarose.
• Hiperglicídica: dieta com quantidades aumentadas de carboidratos.
DIETAS HOSPITALARES
Alterações Químicas (Qualitativas):
• Normo/ hiper / hipolipídica
• Normolipídica: possui quantidades normais de lipídios, segundo as necessidades
individuais de cada paciente.
• Hipolipídica: dieta com teor reduzido de gorduras, principalmente as saturadas,
indicada para pacientes com hipercolesterolemia e obesos.
• Hiperlipídica: dieta com uma boa quantidade de gorduras, principalmente de
triglicerídeos de cadeia média (TCMs). Geralmente é indicada para tratamento de
desnutrição grave. Nem sempre pode ser associada à dieta hipercalórica, pois
pode ser ajustada de acordo com as necessidades do paciente, com foco apenas
na maior oferta de gorduras de boa qualidade.
DIETAS HOSPITALARES
Alterações Químicas (Qualitativas):
• Hipossódica
• dieta com teor reduzido de sódio, o qual é presente em
grande quantidade em diversos tipos de alimentos.
• É indicada para pacientes hipertensos, cardiopatas,
edemaciados, entre outros.
DIETAS HOSPITALARES
Alterações Químicas (Qualitativas):
• Rica / pobre em potássio
• Rica em potássio: dieta contendo alimentos fonte de potássio. Conforme alguns
estudos, a carência de potássio é comum em pós-operatórios, em casos de má
nutrição, equilíbrio nitrogenado prolongado, perdas gastrintestinais e alcalose
metabólica, assim como em casos de insuficiência cardíaca, em que o teor de
potássio no miocárdio se esgota e com a recuperação ocorre repleção de potássio.
• Pobre em potássio: dieta com teor reduzido de potássio. Este tipo de dieta pode
ser administrada em casos de doenças renais em que a acidose metabólica é
comum.
DIETAS HOSPITALARES
Alterações Químicas (Qualitativas):
• Rica / pobre em fibras
• a escolha destas dietas depende, basicamente, da motilidade intestinal do
paciente. Quanto maior for a quantidade de fibras, maior será o peristaltismo
intestinal e, quanto menor for a quantidade de fibras, menor o esforço
gastrintestinal.
• A dieta com baixo teor de fibras é indicada, principalmente, nos problemas de
trato gastrintestinal e cirurgias de cólon.
• No caso das dietas com alto teor de fibras, alguns cuidados devem ser
considerados. Se não houver ingestão adequada de água, o quadro de
constipação, por exemplo, pode se agravar. É possível, também, ocorrer alterações
no funcionamento do intestino, causando gases e até diarreias. Além disso, a
ingestão excessiva de fibras pode prejudicar a absorção de nutrientes importantes
ao nosso organismo, como o cálcio e o ferro, por exemplo
DIETAS HOSPITALARES

Alterações Químicas (Qualitativas):


• Teor reduzido em colesterol
• consiste em restringir a utilização de gorduras saturadas, utilizando-se,
moderadamente, das gorduras poli e monoinsaturadas. Indicada para
pacientes com dislipidemias ou pressão arterial elevada.
Terapia nutricional:
enteral e parenteral
Terapia nutricional: fundamentos gerais e uso via oral
Terapia
Desnutrição
nutricional

A desnutrição é o estado nutricional


Piora da
evolução clínica
Parenteral em que ocorre deficiência, excesso ou
desequilíbrio de energia, proteína e
Maior tempo de
Enteral outros nutrientes, causando alteração
hospitalização
física, tecidual, funcional e nos
Risco
parâmetros bioquímicos
Oral
nutricional
além da questão proteico-calórica
Terapia nutricional: fundamentos gerais e uso via oral

Desnutrição: alterações físicas, hematológicas e hormonais

Prevalência: 50% de pcts adultos hospitalizados

Intervenção nutricional: não adequada → influencia de maneira


negativa o quadro clínico
A desnutrição hospitalar pode ser
considerada a doença que mais
comumente acomete os pacientes
internados, representando uma
enfermidade que configura um
problema de saúde pública de
magnitude mundial em função de
sua elevada prevalência, além de
acarretar riscos de complicações
no paciente internado,
contribuindo, de forma negativa,
em seu prognóstico
Risco nutricional → condição limite do estado nutricional, que se caracteriza pela
potencialidade de desenvolvimento de patologias associadas com a nutrição, ou
seja, o risco nutricional é qualquer fator que já comprometeu ou que possa vir a
comprometer o bom estado nutricional

fatores limitantes da ingestão de alimentos (dificuldade de mastigação, náuseas, vômitos,


anorexia, inapetência, dispneia)

baixa aceitação alimentar idade avançada padrão alimentar inadequado

tempo de permanência hospitalar

distúrbios do trato digestório (disfagia, odinofagia, constipação, diarreia)

IMC de eutrofia, porém, com perda de massa magra e/ou de tecido adiposo (verificado por
intermédio das dobras cutâneas).
TERAPIA NUTRICIONAL
• por meio de sua implementação ocorre a
triagem nutricional, assim como a oferta
adequada de energia e nutrientes, conforme
as demandas dos pacientes
• TN constitui parte integral do cuidado ao
paciente hospitalizado
TERAPIA NUTRICIONAL
• DEFINIÇÃO → conjunto de procedimentos
terapêuticos para manutenção ou
recuperação do estado nutricional do
indivíduo por meio da nutrição enteral e
parenteral
TERAPIA NUTRICIONAL
• PRINCIPAIS OBJETIVOS:
✓ correção da desnutrição prévia
✓ a prevenção/atenuação do déficit calórico- proteico
✓ manter a hidratação e equilíbrio eletrolítico

obter a diminuição da morbidade e a redução do


seu período de recuperação
TERAPIA NUTRICIONAL
• INDICAÇÃO DA TN:
• deve ser instituída quando as necessidades
nutricionais não podem ser alcançadas devido ao
comprometimento da via de ingestão, da absorção
dos nutrientes pela via habitual de alimentação e do
estado nutricional
• como base a avaliação da ingestão ou a
administração nutricional diária
TERAPIA NUTRICIONAL
• INDICAÇÃO DA TN:
• Os inquéritos alimentares quantitativos e qualitativos, como Recordatório
Alimentar 24 horas ou Diário Alimentar de três dias ou mais, podem ser
utilizados
• Por meio da avaliação dietética, pode-se também verificar a adequação da
ingestão alimentar às necessidades nutricionais previamente estimadas e,
a partir da análise desses dados, realizar a prescrição dietética adequada,
sendo o nutricionista o profissional habilitado para essa função
TERAPIA NUTRICIONAL
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
ENTERAL PARENTERAL

NEVO Sondas Ostomias Endovenosa


TERAPIA NUTRICIONAL
o Ao se tratar da desnutrição relacionada à doença, a escolha da terapia
nutricional depende do estado clínico do paciente
o A regra de ouro é: “se o intestino funciona, use-o.”
o A maioria dos pacientes com desnutrição ou em risco pode ser tratada
usando métodos simples para aumentar a ingestão nutricional, incluindo
aconselhamento dietético ou fortificação alimentar
o Estratégias adicionais incluem o uso de suplementos nutricionais orais (SNO)
o Quando o suporte oral não é suficiente, a alimentação por sonda/nutrição
enteral ou parenteral pode ser necessária sozinha ou em combinação
o Uma avaliação nutricional formal pode determinar a terapia de suporte
correta, com base no estado de desnutrição relacionada à doença do
paciente
TERAPIA NUTRICIONAL ORAL
o SNO – suplementos nutricionais orais
o Nutrientes específicos / isolados → “módulos”
maltrodextrina, fibras, glutamina, vitaminas, minerais, triglicerídeos,
etc.
módulos podem ser adicionados nas preparações ou líquidos ou ser
utilizado como “suplemento”

A triagem e a avaliação do estado nutricional são etapas prévias à indicação de TN,


também destacando que é necessário emitir o diagnóstico nutricional, a prescrição
dietética e definir, no caso do uso da via oral para administração da TN, quais os
métodos de suplementação serão utilizados (suplementos comerciais completos,
módulos específicos, o próprio alimento ou a combinação destes).
Suplementos Nutricionais Orais (SNO)
o SNO – suplementos nutricionais orais

o é uma abordagem não invasiva para tratar a desnutrição, ou atender


pacientes em risco nutricional

o são produtos industrializados, que apresentam composição variada,


formulados com macro e micronutrientes, além de diversas substâncias
importantes para a saúde (probióticos, prebióticos, fibras, etc.), que
objetivam aumentar o aporte nutricional do paciente, corrigindo ou evitando
depleções nutricionais, geradas pela alimentação inadequada
Suplementos Nutricionais Orais (SNO)

HIPERCALÓRICOS HIPERPROTÉICOS
Suplementos Nutricionais Orais (SNO)

HIPERCALÓRICOS HIPERPROTÉICOS PARA DM


Suplementos Nutricionais Orais (SNO)

HIPERCALÓRICOS HIPERPROTÉICOS PARA


CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS / ONCOLOGIA /
IMUNOSUPRESSÃO
Suplementos Nutricionais Orais (SNO)
o Recomenda-se o uso de SNO quando a alimentação habitual do paciente não
consegue satisfazer seus requerimentos nutricionais

o Não devem ser usados de maneira exclusiva e devem ser associados a uma
alimentação equilibrada e monitorada, sendo que os SNO não devem
substituir as refeições, mas sim complementá-las

o EMTN → Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional nos hospitais


brasileiros é uma exigência do Ministério da Saúde e deve ser composta por,
no mínimo, quatro tipos de profissionais: médico, nutricionista, farmacêutico
e enfermeiro.
Terapia nutricional enteral
• um conjunto de procedimentos terapêuticos, sendo que seu uso implica,
necessariamente, na seleção, no preparo e na administração de fórmulas
enterais
• abrange o suporte nutricional para pacientes incapazes de consumir
nutrientes suficientes por via oral

RDC 63, de 06 de julho de 2000, da ANVISA → “alimento para fins especiais, com ingestão
controlada de nutrientes, na forma isolada ou combinada, de composição definida ou
estimada, especialmente formulada e elaborada para uso por sondas ou via oral,
industrializado ou não, utilizada exclusiva ou parcialmente para substituir ou complementar a
alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme suas necessidades nutricionais,
em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando à síntese ou manutenção dos
tecidos, órgãos ou sistemas”
Terapia nutricional enteral
• OBJETIVO → manter ou recuperar o estado nutricional do paciente e, quando empregada
em pacientes graves, visa fornecer substratos para atender a demanda de nutrientes e
também pode modificar a resposta de estresse e melhorar a evolução clínica final do
enfermo

Dietas enterais artesanais


o Elaboradas a partir do próprio alimento in natura
o O custo quase sempre elevado das dietas industrializadas e o reduzido orçamento dos
hospitais exigiram dos nutricionistas a opção pela dieta artesanal
o Risco de contaminação
o Composição química incompleta em termos de micronutrientes
o Atualmente, o uso de fórmulas artesanais é praticamente descartado em ambiente
hospitalar e fica restrito mais para uso domiciliar, principalmente para aqueles pacientes
que não apresentam condições financeiras para adquirir as fórmulas industrializadas
Terapia nutricional enteral
• INDICAÇÕES → indivíduos cuja ingestão oral é inadequada ou insuficiente para atender às
necessidades nutricionais
• Está fundamentada nas condições clínicas em que o paciente apresenta risco de desnutrição,
ou seja, quando este não quer, não pode ou não deve se alimentar pela boca de forma a
satisfazer suas necessidades nutricionais diárias
• Permanecendo com a ingestão de alimentos por via oral inferior a 60 ou 75% das
necessidades calóricas do dia ou ainda quando o trato gastrointestinal estiver funcionando
Terapia nutricional enteral
• INDICAÇÕES
• Pacientes que não podem se alimentar: uma situação que exemplifica tal indicação é a
obstrução do trato gastrointestinal por algum tumor. Também em função de cirurgias
na cavidade oral, lesões de face ou mandíbula, ou estados comatosos
• Pacientes com ingestão oral insuficiente: quando a ingestão oral está abaixo de 60% do
preconizado já há indicação de TNE. A inapetência, anorexia, disfagia ou odinofagia são
situações que podem ocasionar baixa aceitação por via oral (VO). Também se
enquadram nesta condição aqueles pacientes que apresentam requerimentos
nutricionais bastante aumentados (grandes queimados, por exemplo).
• Alimentação por VO produz dor ou desconforto: casos típicos são as pancreatites e as
lesões orais.
• Disfunção do trato digestório: fístulas digestivas, síndromes de má absorção e
anormalidades metabólicas do intestino.
Terapia nutricional enteral
A nutrição enteral deve ser utilizada somente se o trato
digestório estiver total ou parcialmente funcionante.
Ainda, a TNE não deve ser instituída, de modo geral, a
menos que se espere utilizá-la por, pelo menos, de
cinco a sete dias.
Vias de administração da dieta enteral
• pode ser fornecida por meio de um tubo de alimentação instalado no
estômago, duodeno ou jejuno
• Os critérios para a sua determinação levam em consideração fatores como
duração do suporte nutricional, estado de consciência, risco de aspiração,
conforto do paciente e condições absortivas do TGI.
• Sondas intragástricas (orogástricas, nasogástricas, esofagogástricas e
gastrostomias) deve ser eleita para pacientes que não possuem risco de
broncoaspiração, tenham reflexo de tosse presente, estejam preferencialmente
conscientes e mantenham o esvaziamento gástrico e duodenal preservados
Vias de administração da dieta enteral
• O posicionamento de sonda transpilórica (nasoduodenal, nasojejunal e
jejunostomia) em geral é indicado para pacientes que apresentam maior
risco de broncoaspiração, com ausência de reflexo de tosse e nível
reduzido de consciência

• Para os pacientes cuja expectativa é a necessidade de NE por


tempo prolongado, em geral são usadas as ostomias
(gastrostomia ou enterostomia). Nessas situações, as sondas
são posicionadas através da parede abdominal.
Métodos de administração e evolução da dieta enteral

• A administração da dieta enteral pode ser realizada sob a forma de


refeições em intervalos regulares (intermitente ou em bolos) ou em
infusão contínua.
• INFUSÃO CONTÍNUA → bombas de infusão, maior controle do
gotejamento
• INFUSÃO INTERMITENTE → em períodos definidos, em volumes de
50 a 500 mL por etapa por bomba de infusão ou gravitacional
• INFUSÃO EM BOLUS → 200 a 300 mL de dieta, com seringa de 3/3h
ou 4/4h – complicações e maior risco ao paciente
Evolução das dietas
• A dose e a velocidade da administração da dieta
sempre dependerão da avaliação da tolerância do
paciente e do seu estado clínico
• A nutrição enteral deve ser gradualmente manejada,
até que se atinjam as metas calóricas e proteicas
estabelecidas ao paciente.
• Deve ser iniciada precocemente dentro das primeiras 24 a 48 horas após a
admissão
Classificação das fórmulas enterais
• ARTESANAL → alimentos naturais liquidificados e preparados artesanalmente; não
é possível garantir o valor nutricional de forma precisa; apresentam maior risco de
contaminação
• INDUSTRIALIZADA → dietas quimicamente definidas, é possível garantir com
maior precisão a oferta energética e proteica realizada; são fórmulas
nutricionalmente mais completas que a dieta artesanal. Além disso, facilitam o
preparo, a administração e o armazenamento, e possuem maior segurança
microbiológica
– Poliméricas: nutrientes íntegros e exigem que o TGI seja capaz de digerir e
absorver tais nutrientes. Suas composições podem variar entre dietas normo
ou hiperproteicas, com ou sem fibras, normo ou hipercalóricas
Classificação das fórmulas enterais
• INDUSTRIALIZADA →
– OLIGOMÉRICAS: macronutrientes hidrolisados, facilitando a absorção. Em
geral, são fórmulas com maior osmolaridade e de maior custo

Osmolaridade (Osm/L) é a concentração


total de todos os solutos na solução. A
unidade de osmolaridade é o osmol
(osm).
Terapia nutricional enteral
Contraindicações da TNE
o ausência de função intestinal devido à falência intestinal
o inflamação grave ou, em alguns casos, estase pós-operatória
o obstrução intestinal completa
o inviabilidade de acesso ao intestino como nos casos de queimadura grave,
traumatismos múltiplos, fístula intestinal de alto débito (> 500 mL/dia)
Terapia nutricional enteral
Complicações relacionadas à TNE

Complicações mecânicas: estão associadas à própria sonda, variando com o tipo e a


sua localização, podendo ocorrer erosão nasal e necrose, abscesso septo nasal,
sinusite aguda, rouquidão, otite, faringite, esofagite, ulceração esofágica, estenose,
fístula traqueoesofágica, ruptura de varizes esofágicas, obstrução da sonda, bem como
saída ou migração acidental da sonda (tracionamento).

Complicações metabólicas: hipercalemia, hiperglicemia e hipofosfatemia são as


complicações metabólicas mais frequentes na TNE. Por isso, é fundamental um
acompanhamento bioquímico frequente para possibilitar os ajustes necessários
Terapia nutricional enteral
Complicações relacionadas à TNE

Complicações infecciosas: atingem, principalmente, pacientes em nutrição enteral


domiciliar (NED). O principal efeito desta complicação é a gastroenterocolite por
contaminação microbiana no preparo da fórmula, nos utensílios utilizados e na forma
de administração da fórmula.

Complicações respiratórias: a pneumonia aspirativa é considerada a complicação de


maior gravidade na TNE, podendo ocorrer em decorrência de oferta exagerada de
dieta, retardo do esvaziamento gástrico e íleo paralítico, comum, sobretudo, em
pacientes com problemas neurológicos
Terapia nutricional enteral
Complicações relacionadas à TNE

Complicações psicológicas: mesmo com os avanços na área de TN, que visam à


segurança e ao conforto, o uso de sondas é ainda bastante desagradável para o
paciente. As principais complicações desta área são a ansiedade, a depressão, a falta
de estímulo ao paladar, a monotonia alimentar, a insociabilidade e a inatividade do
paciente
Complicações gastrointestinais: consideradas as mais frequentes e caracterizadas por
náuseas, vômitos, estase gástrica, refluxo gastroesofágico, distensão abdominal,
cólicas, empachamento, flatulência, diarreia ou constipação. A diarreia é a
complicação mais usual atribuída à dieta. A osmolaridade da fórmula e a presença de
lactose são as causas mais citadas
SISTEMA ABERTO X SISTEMA FECHADO
• RDC 63/2000, da Anvisa (BRASIL, 2000)
• Sistema aberto → as dietas requerem manipulação prévia
à sua administração e devem ser preparadas em local
específico, sendo para uso imediato ou atendendo à
orientação do fabricante

• Sistema fechado → constituído por fórmula industrializada,


estéril, acondicionada em recipiente hermeticamente
fechado e apropriado para conexão ao equipo de
administração, sem demandar áreas de preparo ou envase.
Terapia nutricional parenteral
• Especialmente quando o trato gastrointestinal não pode ser
utilizado e, a partir de então, a via endovenosa é usada para
nutrir o paciente
[...] solução ou emulsão, composta basicamente
de carboidratos, aminoácidos, lipídios, vitaminas e
minerais, estéril e apirogênica, acondicionada em
recipiente de vidro ou plástico, destinada à
administração intravenosa em pacientes
desnutridos ou não, em regime hospitalar,
ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou
manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas.
(BRASIL, 1998).
Indicações para o uso de Nutrição Parenteral
• A indicação para a TNP sempre deverá ser precedida da avaliação do estado
nutricional do paciente, atribuição esta que é do nutricionista.
• Quanto à indicação, o médico é o responsável em fazê-la, assim como de
prescrevê-la.
• Farmacêutico é o responsável pela preparação da fórmula
• Enfermeiro por administrá-la ao paciente

TNP deve atender a objetivos de curto e longo prazos


Curto prazo → a interrupção ou redução da progressão das doenças, a cicatrização das
feridas, a passagem para nutrição por via digestiva e a melhora do estado de
desnutrição
Longo prazo → a manutenção do estado nutricional normal e a reabilitação do paciente
em termos de recuperação física
Indicações para o uso de Nutrição Parenteral
• se o trato digestivo não funciona
• se está obstruído ou inacessível
• quando esta condição continua por, pelo menos 7, dias

• vômito intratável (incoercível)


• diarreia grave
• mucosite/esofagite (decorrentes de quimioterapia)
• grandes cirurgias abdominais, com ressecções intestinais importantes
• obstrução ou necessidade de repouso intestinal
• fístula digestiva
• pré-operatório (somente em casos de desnutrição grave na qual a cirurgia não possa ser
adiada)
Contraindicações para o uso de Nutrição
Parenteral
• pacientes hemodinamicamente instáveis:
- incluindo aqueles com hipovolemia, choque cardiogênico ou séptico
• pacientes com edema agudo de pulmão
• anúria sem diálise
• apresentam graves distúrbios metabólicos e eletrolíticos
COMPLICAÇÕES

Metabólicas Não metabólicas

Técnica nos procedimentos mecânicos de posicionamento do cateter


Formulação
para o acesso à via

Hiperglicemia, hipoglicemia,
desidratação, disfunção
eletrolítica, Complicações da punção Complicações por Complicações da punção
hiperamonemia,disfunção subclávia permanência do cateter jugular
hepática, dislipidemias e
função renal

hematoma, hidrotórax,
quilotórax, embolia aérea,
migração do cateter,
perfuração da aurícula e hematoma e lesão plexo
sepse e trombose venosa.
ventrículo, posicionamento braquial são as mais comuns.
incorreto do cateter com
trombose posterior,
enfisema subcutâneo.
ACESSO

CENTRAL PERIFÉRICO

soluções com Veia central de soluções com


osmolaridade maior mesmo calibre e alto osmolaridade menor
que 700 mOsm/L fluxo sanguíneo que 700 mOsm/L

Subclávias e
jugulares
Quanto à composição da solução, pode ser:
Sistema glicídico, binário ou “dois em um”: este sistema é
composto por duas soluções de grande volume, uma solução de
aminoácido, que é fonte de nitrogênio, e uma solução de glicose,
que é fonte de energia

Sistema lipídico, ternário ou “três em um”: este sistema é


composto por três soluções de grande volume, a solução de
aminoácido, fonte de nitrogênio, a solução de glicose, que é fonte
de energia, e a solução de lipídeos como fonte de energia e de
ácidos graxos essenciais.

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