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CIRURGIA GERAL - ABDOME | 7.

Abdome Agudo: Abdome Agudo Obstrutivo 1

7. ABDOME AGUDO:
ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO
Introdução o Total:
▪ É uma oclusão total;
➔ O abdome agudo obstrutivo é caracterizado como ➔ Obstrução Mecânica x Funcional:
uma parada de progressão do trânsito intestinal → a o Mecânica:
parte proximal dilata e a distal esvazia → aumento ▪ Tem um processo mecânico
de pressão intestinal, o que leva ao aumento de força obstruindo, como: brida, tumor,
na tentativa de vencer a obstrução → como o estenose, fecaloma, volvo;
intestino não consegue vencer, há um sequestro de o Funcional:
líquidos para o 3º espaço → redução da ▪ O paciente apresenta alguma condição que
perfusão → isquemia → necrose → perfusão; não deixa o intestino funcionar, como:
➔ Quadro clínico: síndromes metabólicas, medicamentosas,
o Tríade clássica: dor abdominal + constipação, infecção, pós operatório;
distensão abdominal + parada de ➔ Forma de doença complicada ou não complicada:
eliminação de fezes e flatus; o Complicada:
o Outros sintomas: ▪ Paciente pode apresentar alguma complicação,
▪ RHA aumentados; como: sepse, isquemia, perfuração, necrose,
▪ Náuseas e vômitos; obstrução em alça fechada;
▪ Diarréia paradoxal; o Não complicada:
▪ Desidratação, sepse e peritonite. ▪ Paciente não apresenta complicações.

Classificação Diagnóstico

➔ Obstrução Alta x Baixa: ➔ A primeira coisa é realizar anamnese e exame


o Alta: físico, buscando algum dado que auxilie no
▪ Obstrução de intestino delgado. O paciente diagnóstico como:
pode apresentar vômitos precoces biliosos, o Idoso?
com menos distensão. A principal causa são o Perda de peso?
bridas. O paciente pode também ter alcalose o Sintomas em evolução?
metabólica devido vômitos. Outras causas: o Cirurgia prévia?
hérnia interna, tumor, bezoar; o Litíase / divertículo?
o Baixa: o Alta x Baixa?
▪ Obstrução de cólon e reto. O paciente o Sempre examinar a região inguinal!
apresenta vômitos tardios fecalóides. A ➔ A segunda coisa é solicitar exame de imagem
distensão é maior. A principal causa é a
(Rx de abdome agudo) + Labs:
neoplasia colorretal. Outras causas: o Auxilia na identificação de complicações
Volvo, megacólon, DII;
como: obstrução em alta fechada, avaliar
➔ Obstrução Parcial x Total: nível hidroaéreo, distinguir entre alta e baixa.
o Parcial:
▪ É uma suboclusão intestinal. O paciente
apresenta fecaloma mas ainda evacua;

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➔ Suspeita de AAO:
o → avaliar história completa + verificar sinais
de alarme (sepse, peritonite, alça fechada,
obstrução total) + Rx de abdome agudo em
3 incidências → (Além disso: SNG se estiver
obstruído mesmo, hidratação, sintomáticos,
exames laboratoriais para avaliação) → Se
for confirmado algum sinal de alarme:
CIRURGIA.
Se paciente está estável: TC de abdome para
confirmar a etiologia.
Principais Etiologias

➔ O melhor exame é a tomografia (padrão-ouro) ➔ Bridas:


– possibilita identificar: o Etiologia mais comum;
o Ponto de obstrução; o É caracterizada por aderências pós-
cirúrgicas. Quanto mais episódios, pior!
o Altura, tamanho;
o O tratamento inicial é clínico pois o paciente
o Se é total / parcial;
apresenta uma suboclusão: SNG, jejum,
o Etiologia, estadiamento;
hidratação, analgesia. Se o paciente não
o Sofrimento, complicações; melhora ou tem evolução estranha: faz-se TC
abdome com contraste VO após 48/72 horas;
o Em casos refratários → Cirurgia!
o Pacientes com quadro obstrutivo por brida,
os indicativos operatórios na tomografia:
visualização de uma brida única fazendo
ponto de stop específico. Pode-se fazer
uma laparoscopia e cortar o ponto único;
➔ Tumor:
o Geralmente ocorre em pacientes idosos, com
perda de peso, presença de massa palpável;
o Se confirmado → cirurgia;
o Sempre que possível, mesmo na urgência, é
bom fazer linfadenectomia, com margens;

(obstrução intestinal de intestino delgado: é possível


identificar delgado distendido, sinal de empilhamento
de moedas e distensão mais central. Diferentemente do
que ocorre na obstrução baixa, onde observa-se
sinais das haustrações colônicas periféricas) o Se possível, reconstruir o trânsito;

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➔ Volvo: o Geralmente são pacientes que apresenta:


o É mais comum em pacientes idosos, acamados, TRM, imobilidade, politrauma, uso de
portadores de doença de chagas, megacólon; narcótico, distúrbios metabólicos, doença
o Pacientes evoluem com dor abdominal neurodegenerativa;
súbita: urgência; o Achados: dilatação maciça do cólon
o Se o paciente apresentar peritonite/sofrimento sem obstrução mecânica;
= laparotomia; o 1º = tratamento clínico;
o Se o paciente estiver estável = pode-se o 2º = tratamento com neoestigmina
discutir realizar anastomose; / colonoscopia descompressiva;
o Se paciente não apresenta peritonite o 3º = cirurgia se refratário + ceco > 10/12
ou sofrimento = É melhor fazer a cm (cecostomia ou colectomia);
manobra de Bruusgaard: devolvulação
por retossigmoidoscopia rígida;
o Deixar sonda – retirar da urgência;
➔ Fecaloma:
o É mais comum em idosos,
acamados, constipados crônicos;
o O toque retal → sinal de Gersuny;
o Conduta: Lavagem, esvaziamento, laxativos.
Operar se: complicar com perfuração, apresentar
fecaloma muito grande que não se resolve;
➔ Síndrome de Wilkie:

o É uma variação anatômica de quando a


o = como é muito grande → esvaziamento artéria mesentérica superior sai no ângulo
agudo da aorta e comprime o duodeno;
no centro cirúrgico ou colonoscopia;
o Pacientes perdem muito peso / magros;
➔ DII:
o Diagnóstico diferencial difícil → TC;
o São estenoses inflamatórias, portanto não é
o Tratamento clínico → se paciente não melhorar,
bom operar;
pode-se recorrer a duodenojejunostomia;
o Realizar clínico se possível;
o Se for operar = ressecar o mínimo possível; ➔ Outras etiologias: Medicamentosas, constipação
funcional, DHE, íleo metabólico, infecção,
➔ Síndrome de Ogilvie:
carciomatose peritoneal → tratamento clínico e da
o É uma pseudo-obstrução colônica aguda,
causa de base: laxativos, suporte, tratar causa base;
sem ponto de obstrução;

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➔ Outras etiologias: Bezoar / CE → pacientes


psiquiátricos, tratamento endoscopia;
➔ Outras etiologias: hérnia interna, Íleo biliar, Hernias
de paredes, pós-operatório, enterite actínica;

Take SuspeitaHomeMessagedeAAO:


o → avaliar história completa + verificar sinais
de alarme (sepse, peritonite, alça fechada,
obstru-ção total) + Rx de abdome agudo em 3
incidên-cias → (Além disso: SNG se estiver
obstruído mesmo, hidratação, sintomáticos,
exames labo-ratoriais para avaliação) → Se
for confirmado algum sinal de alarme:
CIRURGIA Se pacien-te está estável: TC de
abdome para confirmar a etiologia;
➔ O que mais cai:
o Manejo inicial e melhor exame;
o Interpretar imagens;
o Bridas clínico → operar se
precisar; o Tumor oncológico;
o Volvo colono →
cirurgia; o Ogilvie

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