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Casos Clínicos e

Questões do ENADE
Prof: Cézar A. Vilela
Biomédico, MsC
ENADE 2010
[ENADE 2010] Segundo dados de 2008 da Organização Mundial de Saúde, as anemias carenciais
constituem um problema mundial de saúde pública. São frequentes em países em desenvolvimento,
onde a alimentação é inadequada e caracterizada pela falta de nutrientes e vitaminas essenciais. Por
meio da análise do esfregaço de sangue corado, é possível obter informações acerca da morfologia, do
tamanho e da coloração dos eritrócitos, sendo o comprometimento dos mesmos indicado como
consequência da falta desses nutrientes. Dessa forma, a anemia carencial mais prevalente nos dias
atuais é causada pela deficiência de:

A. Ferro, e pode ser diagnosticada pela presença de hemácias microcíticas e hipocrômicas no


esfregaço de sangue.
B. Folatos, e pode ser diagnosticada pela presença de hemácias macrocíticas e normocrômicas no
esfregaço de sangue.
C. Glicose-6-fosfato-desidrogenase, e pode ser diagnosticada por meio de esfregaço sanguíneo corado
pela presença de hemácias normocíticas, hipocrômicas, além do corpúsculo de Heinz.
D. Vitamina B12, e pode ser diagnosticada por meio do esfregaço sanguíneo, pela presença de
hemácias macrocíticas e hipocrômicas.
E. Vitamina C, que compromete absorção de diversos nutrientes, resultando na presença de hemácias
macrocíticas e hipocrômicas.
ENADE 2013

[ENADE 2013] Segundo a Organização Mundial da Saúde


(OMS), a anemia é caracterizada pela redução nos níveis
de hemoglobina abaixo do valor de referência. Além
disso, as anemias são classificadas conforme sua
fisiopatologia em hemolíticas e não-hemolíticas.
Diferentes alterações bioquímicas e hematológicas são
observadas nessas duas condições.
Com base no gráfico abaixo, analise os parâmetros
bioquímicos e hematológicos observados em um quadro
de anemia no momento do seu diagnóstico.
ENADE 2013
Os dados apresentados no gráfico indicam:

a) Anemia carencial, podendo ser uma anemia ferropriva, pois no


momento do diagnóstico foi observado um aumento na
contagem de reticulócitos;
b) Anemia hemolítica, visto que se observa um aumento da
concentração de bilirrubina total, acompanhado pelo aumento
da fração indireta;
c) Anemia microcítica e hipocrômica, o que indica que se trata de
uma anemia carencial;
d) Anemia hemolítica, pois observa-se contagem normal de
reticulócitos, além de microcitose e hipocromia no momento
do diagnóstico;
e) Anemia carencial, na qual se observa aumento na contagem de
reticulócitos e de bilirrubina total.
ENADE 2016

[ENADE 2016] A anemia falciforme, doença hereditária monogênica mais comum do


Brasil, deve-se a uma mutação pontual (GAG → GTG) no gene da globina beta da
hemoglobina, originando uma hemoglobina anormal, denominada hemoglobina S (HbS),
em vez da hemoglobina normal denominada hemoglobina A (HbA). Esta mutação resulta
na substituição de um ácido glutâmico por uma valina na posição 6 da cadeia beta, com
consequente modificação físico-química na molécula da hemoglobina. Em determinadas
situações, essas moléculas podem sofrer polimerização, com falcização das hemácias, o
que ocasiona encurtamento da vida média dos glóbulos vermelhos, fenômenos de vaso-
oclusão e episódios de dor, e, ainda, lesão de órgãos.
Com relação à anemia falciforme, avalie as afirmações a seguir.
ENADE 2016
I. A anemia de hemácias falciformes é causada por uma mutação genética que provoca a produção de
hemoglobina em forma de foice, podendo o diagnóstico dessa doença ser obtido por meio de um teste padrão
recessivo da herança.
II. A mutação pontual no gene da hemoglobina S gera a síntese de hemoglobina alterada, sendo essa uma
doença hereditária ligada ao sexo.
III. As mutações genéticas envolvidas na patofisiologia da doença da célula falciforme são relacionadas
igualmente às mutações genéticas de outras circunstâncias que envolvem a hemoglobina anormal, tal como a
hemoglobina C, a hemoglobina D e a hemoglobina E.
IV. A eletroforese de hemoglobina é o exame laboratorial específico para o diagnóstico da anemia falciforme,
sendo possível detectar a presença da hemoglobina S por meio da realização do teste do pezinho, logo após o
nascimento da criança.
É correto apenas o que se afirma em:

a) I e II;
b) II e III;
c) III e IV;
d) I, II e IV;
e) I, III e IV.
Caso clínico

• Qual tipo de anemia?


• Quais os principais achados
laboratoriais para o
diagnóstico?
• Qual o provável mecanismo?
Caso Clínico
Mulher gestante de 30 anos de idade procurou assistência médica devido à
sua palidez e fadiga aos menores esforços. O exame clínico revelou anemia e o
médico solicitou hemograma para a paciente:

• Qual tipo de anemia?


• Quais os principais
achados laboratoriais
para o diagnóstico?
• Qual a provável
causa?
Caso Clínico
NHI, 65 anos, sexo masculino, trabalhador rural, compareceu à unidade de
emergência do Hospital com queixa de dor em flanco direito e parte superior direita
do dorso há 2 dias. Refere que a dor é de intensidade 8 (0-10), sem irradiação e sem
fatores de melhora ou piora. Relata que nos últimos 06 meses vem apresentando
episódios intermitentes de febre, associados à anorexia e mal-estar. Relata ser
tabagista (30 maços/ano), etilista e sedentário. Exames complementares: Raio X, 27.800/µl
Hemograma, Hemocultura e PCR
Resultado PCR: 270 g/dL (VR: Até 10 g/dL)

O paciente foi admitido em unidade de


terapia intensiva para tratamento.

Hemocultura Positiva com menos


de 24 horas de incubação –
Bactéria identificada:
Streptococcus pneumoniae
CASO CLÍNICO
• Paciente do sexo masculino, 21 anos, portador de artrite reumatóide juvenil há seis
anos, sem uso recente de medicações. O paciente vinha bem quando passou a cursar
com febre vespertina, cefaléia, tontura seguida de síncope. Ao exame clínico
apresenta-se com fácies de sofrimento agudo, PA=120x80mmHg, PR=100bpm,
T=38,1ºC, mucosas descoradas ++/4, escleróticas ictéricas +/ 4, abdome sem
visceromegalia evidente e extremidades apresentando limitação à mobilização dos
punhos e cotovelos, além de dor à palpação de tornozelo direito e deformidades em
articulações interfalangeanas proximais. Exames laboratoriais: hemoglobina= 4,2
mg/dl; hematócrito= 13%; leucograma= 64.500 sem desvio; Coombs direto positivo;
bilirrubina total= 4,0 mg/dl com fração indireta= 2,2 mg/dl; FAN por IFI (Células HEp-2)
negativo; mielograma: hipercelularidade com deseritropoiese de células vermelhas
porém sem aumento de blastos. Foi iniciado tratamento com prednisona 1 mg/kg/dia
e amoxicilina 1,5 g/dia mesmo sem confirmação da presença de infecção. Não
havendo melhora do quadro hematológico com o uso de prednisona, foi realizado
então pulsoterapia com metilprednisolona 1g/dia por três dias consecutivos, havendo,
então, resposta favorável.
Anemia hemolítica
• Coombs direto:
Caso Clínico
• Paciente do sexo masculino, 27 anos, procura serviço médico com queixa de dor em
quadrante superior direito, negando febre, náuseas, vômito ou diarreia. Ao exame físico foi
observado bom estado geral, icterícia (++++), afebril ao toque, hidratado e hipocorado (++++).
Foram solicitados exames laboratoriais, dentre eles hemograma e reticulócitos:
• Global de leucócitos: 15.112/mm3 (VR: 4.500 a 11.000/mm3);
• Contagem de hemácias: 2,53 milhões/mm3 (VR: 4,5 a 5,9/mm3);
• Hematócrito 22,1% (VR: 40 a 52%);
• Hemoglobina: 7,8g/dL (VR: 12 a 17,5g/dL);
• VCM Diminuido, HCM e CHCM Aumentados;
• Plaquetas: 212.000/mm3. (VR:150.000 a 400.000/mm3).
• Diferencial de leucócitos: Neutrófilos 70% (VR: 36-66%), Metamielócito 3% (VR: até 1%),
Bastonetes 7% (VR: Até 5%), Linfócitos 15% (VR: 20 -40%) e Monócitos 5% (VR 5-10%);
• Hematoscopia: Poiquilocitose com presença acentuada de esferócitos. Policromasia moderada.
Foram visualizados 7 eritroblastos em 100 células contadas.
• Reticulócitos: 6,6% (VR: 0,5 - 2,5%)
Caso Clínico
• Paciente sexo masculino, 30 anos, procurou serviço médico para investigar lesões papulo-
eritematosas, confluentes e difusas pelo corpo, sendo mais comum no tronco anterior:
Caso Clínico
• Os exames laboratoriais mostraram-se inalterados, com exceção do hemograma.

Hemograma:
• Global de leucócitos: 17.500/mm3 (VR: 4.500 a 11.000/mm3);
• Contagem de hemácias: 4,7 milhões/mm3 (VR: 4,5 a 5,9/mm3);
• Hematócrito 43% (VR: 40 a 52%);
• Hemoglobina: 15,9g/dL (VR: 12 a 17,5g/dL);
• VCM, HCM e CHCM Normais;
• Plaquetas: 163.000/mm3. (VR:150.000 a 400.000/mm3).
• Diferencial de leucócitos: Neutrófilos 40% (VR: 36-66%), Linfócitos 30% (VR: 20 -40%),
Eosinófilos 25% (0-6%) e Monócitos 5% (VR 5-10%).

• CAUSAS???
Caso Clínico
Exames complementares:
- IgE Total: 500 kU/L (VR: Até 130 kU/L);
- Sorologia para helmintos: Reagente para Toxocara canis → Larva migrans visceral.
Caso Clínico
• Paciente de 83 anos, sexo masculino, foi internado com diagnóstico prévio de anemia,
apresentando tosse, febre, dispneia intensa com piora geral e exames de imagens sugestivos
de infecção por SarS-CoV-2. No histórico médico anterior constavam: comorbidades (DPOC,
dislipidemias, IAM), emagrecimento importante nos últimos 6 meses, fraqueza,
internamentos recentes, hematomas e transfusão de Concentrados de Hemácias (CH).
Diante do quadro clínico no internamento, foram solicitados os Testes Rápidos para Dengue,
Influenza e Covid-19 com resultados não reagentes. O Hemograma apresentou alterações na
série vermelha indicativas de anemia intensa (Hemácias 2,3 milhões/mm3, Hemoglobina 7,1
g/dL – Normocromia e Normocitose), policromasia, anisocitose e presença de eritroblastos
megaloblastóides. A leucometria apontou neutropenia ( Com presença de neutrófilos
hiposegmentados), linfócitos atípicos e células com características imaturas - blastos, além
de vacuolização citoplasmática de neutrófilos e hipogranulação neutrofílica. A contagem de
plaquetas foi equivalente a 15.000/mm3. Após avaliação hematológica, a
hipótese diagnóstica foi ??? Como confirmar o diagnóstico???

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