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Capítulo 10 - MEMBRANA PLASMÁTICA

Aula de Biologia Celular

Membrana celular: circunda a célula, define seus limites e mantem as diferenças


essenciais entre o citosol a o ambiente extracelular.
A membrana celular também contém proteínas que atuam como sensores de sinais
externos. Essas proteínas, ou receptoras, transferem informação, em vez de
moléculas, através da membrana.
Estrutura geral:
1) Possui uma fina camada de lipídica e proteica unidas, principalmente por
ligações covalentes.

A membrana plasmática possui característica anfifílica, possuem uma extremidade


hidrofílica ou polar e outra extremidade hidrofóbica ou apolar.

Os lipídios mais abundantes na membrana plasmática são os fosfolipídios (cabeça


polar contendo um grupo fosfato e duas caudas hidrocarbonadas hidrofóbicas). Nos
animais, nas plantas e nas células bacterianas, as caudas normalmente são ácidos
graxos.

Os principais fosfolipídios da maioria das membranas celulares animais são


fosfoglicerídeos, os quais possuem uma cadeia principal de glicerol de três carbonos.
A fosfatidiletanolamina, a fosfatidilserina, e a fosfatidilcolina são os mais abundantes
fosfoglicerídeos das membranas das células de mamíferos. Outra classe de
fosfolipídeos são os esfingolipídios, que são construídos por esfingosina no lugar do
glicerol. Além dos fosfolipídios, a bicamada lipídica de muitas membranas celulares
contém glicolipídios e colesterol.

Moléculas anfifílicas em água podem formar micelas esféricas ou bolhas de camadas


duplas, ou bicamadas.

As moléculas fosfolipídicas nas bicamadas sintéticas raramente migram de um lado


para o outro da monocamada (também chamada de folheto). Esse processo é
denominado de flip-flop. Estudos também mostraram que moléculas lipídicas giram
rapidamente ao redor de seu maior eixo e suas cadeias de hidrocarbonos são
flexíveis.
Transição de fase: uma bicamada sintética feita de um único tipo de fosfolipídio muda
de um estado líquido para um estado cristalino rígido (ou gel) bidimensional em uma
temperatura característica, e a temperatura em que isso ocorre é mais baixa (i.e., a
membrana torna-se mais difícil de congelar) se as cadeias de hidrocarbonos forem
curtas ou possuem ligações duplas.

Balsas lipídicas: segregação em domínios especializados das moléculas lipídicas das


membranas plasmáticas das células vivas.

Gotas lipídicas: excesso de lipídios armazenado pela maioria das células. As células
de gordura (adipócitos), são especializados no armazenamento de lipídios. Elas
preenchem quase todo o citoplasma com grandes gotas lipídicas. As gotas lipídicas se
formam rapidamente quando as células são expostas a altas concentrações de ácidos
graxos.
Assimetria da bicamada lipídica
As bicamadas lipídicas, em resumo, podem ser supreendentemente distintas. Exemplo,
eritrócitos (glóbulos vermelhos humanos), que possui uma camada externo constituída
de moléculas de fosfolipídios que possuem colina (fosfatidilcolina e esfingomielina) e
uma interna com fosfatidiletanolamina e fosfatidilserina.

Uma funcionalidade dessa assimetria seria a conversão sinais extracelulares em sinais


intracelulares. A enzima proteína-cinase C (PKC), por exemplo, que é ativada em
resposta a vários sinais extracelulares, liga-se à porção citoplasmática da membrana
plasmática onde a fosfatidilserina está concentrada e requer esses fosfolipídeos
negativamente carregados para sua atividade.
Os fosfolipídios na membrana plasmática ainda são usados de outra forma para
converter sinais extracelulares em intracelulares.
Os animais exploram a assimetria dos fosfolipídios de sua membrana plasmática para
distinguir células vivas de mortas. Exemplo:
• Quando uma célula animal sofre apoptose (uma forma de morte celular
programada), a fosfatidilserina (normalmente localizada na monocamada
interna/citosólica) se transloca para a monocamada externa. Após isso, ela
sinaliza para outras células, como macrófagos, para fagocitar e digerir a célula
morta.
• Acredita-se que isso ocorre devido dois mecanismos:
1. Inativação do translocador de fosfolipídios, que normalmente transporta esse
lipídio da monocamada externa para a interna;
2. Ativação de “scramblase” (de scramble, embaralhar), que transfere os
fosfolipídios de forma inespecífica nas duas direções entre as duas
monocamadas.

Os glicolipídios são encontrados na superfície de todas as membranas plasmáticas


eucarióticas

Glicolipídio: moléculas lipídicas que contêm açúcar. São encontradas exclusivamente


na monocamada mais distante do citosol. Nas células animais elas são constituídas de
esfingosina.

Os glicolipídios provavelmente ocorrem em todas as membranas plasmáticas das


células eucarióticas, nas quais geralmente constituem cerca de 5% das moléculas
lipídicas da monocamada externa.

Gangliosídeos, são glicolipídios mais complexos contendo oligossacarídeos com uma


ou mais porção de ácido siálico, que confere aos gangliosídeos uma carga negativa.
Os glicolipídeos estão confinados na superfície apical exposta, onde podem auxiliar a
proteger a membrana contra as graves condições frequentemente ali encontradas
(como baixo pH e altas concentrações de enzimas degradantes). Os glicolipídeos
carregados, como os gangliosídeos, podem ser importantes devido aos seus efeitos
elétricos. Sua presença altera o campo elétrico através da membrana e a concentração
de íons, principalmente Ca2+, na superfície da membrana. Os glicolipídeos também
atuam nos processos de reconhecimento celular, nos quais as proteínas ligadoras de
carboidratos ligadas à membrana (lectinas) se ligam aos grupos de açúcares de
glicolipídeos e glicoproteínas no processo de adesão célula-célula.

Oligossacarídeos são hidratos de carbono que resultam na ligação glicosídica de dois


a dez monossacarídeos.

Gangliosídeo GM1 atua como um receptor de superfície celular para a toxina bacteriana
que causa a diarreia debilitante da cólera.

Proteínas de Membrana
Embora a bicamada lipídica forneça a estrutura básica das membranas biológicas, as
proteínas de membrana desempenham a maioria das funções específicas da
membrana e, portanto, fornecem a cada tipo de membrana celular suas características
e propriedades funcionais. Exemplo: mielina, que atua principalmente como isolante
elétrico do axônio da célula nervosa, menos de 25% da massa da membrana são
constituídos por proteínas.
Livro: BEAR; CONNORS;
PARADISO 2017. Neurociênias:
Desvendando o Sistema Nervoso 4ª
ed. Artmed

As proteínas de membrana podem se associar à bicamada lipídica de várias maneiras

As proteínas de membrana são anfifílicas, possuindo uma região hidrofóbica e uma


hidrofílica. Elas atravessam a bicamada lipídica, com uma porção em cada lado.
Âncora de glicosilfosfatidilinositol (GPI): são estruturas essenciais para a ancoragem
de glicoconjugados e proteínas na superfície celular. A âncora de GPI é adicionada,
deixando a proteína ligada a superfície não citosólica da membrana do RE somente por
essa âncora. Finalmente, as vesículas de transporte levam a proteína para a membrana
plasmática. Exemplo 6 da figura 10-17.

Proteínas associadas à membrana não se estendem para o interior hidrofóbico da


bicamada lipídica. Elas ficam ligadas a uma das faces da membrana por meio de
interações não covalentes com outras proteínas da membrana.

Proteínas periféricas de membrana: são que se ligam temporariamente à membrana.


Essas proteínas são liberadas da membrana por procedimentos de extração suaves,
como a exposição a forças iônicas muito altas ou muito baixas ou a pH extremo, que
interferem nas interações proteína-proteína, mas deixam a bicamada lipídica intacta.
As âncoras lipídicas controlam a localização de algumas proteínas de sinalização na
membrana

Os receptores da superfície celular, por exemplo, são geralmente proteínas


transmembrana que ligam moléculas sinalizadoras do espaço extracelular e geram
sinais intracelulares diferentes do lado oposto da membrana plasmática.

Por outro lado, proteínas que atuam em um único lado da bicamada lipídica com
frequência estão associadas exclusivamente a um dos lados da monocamada lipídica
ou a um domínio da proteína daquele lado. Algumas proteínas de sinalização
intracelular, por exemplo, que auxiliam na transmissão de sinais extracelulares para o
interior das células são ligados a porção citosólica da membrana plasmática por um ou
mais grupos lipídicos ligados covalentemente, os quais podem ser cadeias de ácidos
graxos ou grupos prenila.
A cadeia polipeptídica cruza a bicamada lipídica em uma conformação de α-hélice na
maioria das proteínas transmembrana

Todas as ligações peptídicas da bicamada são dirigidas para formação de ligações de


hidrogênio, pois as ligações peptídicas são polares e há ausência de água. As ligações
de hidrogênio entre as ligações peptídicas são maximizadas se a cadeia polipeptídica
formar uma α-hélice irregular na região que cruza a bicamada, e esta é a forma como
a maioria dos segmentos de cadeias polipeptídicas que cruzam a membrana
atravessam a bicamada.

Proteínas transmembrana de passagem única: a cadeia polipeptídica passa apenas


uma vez a membrana.
Proteínas transmembrana de passagem múltipla: a cadeia polipeptídica cruza a
membrana várias vezes.

Gráficos de hidropatia: o processo de cristalografia por raios X de proteínas de


membrana permitiu determinar a estrutura tridimensional de muitas proteínas. As
estruturas confirmaram que frequentemente é possível predizer, a partir da sequência
de aminoácidos da proteína, qual parte da cadeia polipeptídica se estende através da
bicamada lipídica. Segmentos contendo de 20 a 30 aminoácidos com alto grau de
hidrofobicidade são longos o suficiente para atravessar a bicamada como uma α-hélice
e frequentemente podem ser identificados.

As proteínas transmembrana de passagem múltipla também podem conter regiões que


se enovelam na membrana, de qualquer lado, encaixando-se nos espações entre as α-
hélices da membrana sem fazer contato com o centro hidrofóbico da bicamada lipídica.
Devido ao fato de tais regiões só interagirem com outras regiões polipeptídicas, elas
não precisam maximizar as ligações de hidrogênio e, portanto, podem formar várias
estruturas secundárias, incluindo hélices que se estendem somente parcialmente
através da bicamada lipídica.
As α-hélices transmembrana frequentemente interagem uma com as outras

Uma α-hélice transmembrana, mesmo de proteínas de passagem única,


frequentemente faz mais do que apenas ancorar a proteína à bicamada lipídica. Elas
formam homo ou heterodímeros, que são unidos por fortes interações não covalentes
e altamente específicas entre as duas α-hélices transmembrana. A sequência de
aminoácidos hidrofóbicos dessas hélices contém a informação que coordena a
interação proteína-proteína.
As α-hélices transmembrana são inseridas sequencialmente na bicamada lipídica por
uma proteína translocadora. Após deixar a translocadora, cada hélice é
transientemente circundada por lipídios, o que requer que a hélice seja hidrofóbica. É
somente quando a proteína se enovela em sua estrutura final que ocorre o contato entre
as hélices adjacentes, e o contato proteína-proteínas substitui alguns dos contatos
proteína-lipídio.

Alguns barris β formam grandes canais


As proteínas de folhas β, em que as proteínas de passagem múltipla são constituídas,
são as primeiras estruturas a serem determinadas na cristalografia de raios X.

As proteínas na forma de barril β são abundantes na membrana externa das bactérias,


mitocôndrias e cloroplastos. Algumas são proteínas formadoras de poros, os quais
criam canais cheios de água permitindo que pequenas moléculas hidrofílicas
selecionadas atravessem a membrana (exemplo 3 da Figura 10-23C). As porinas são
exemplos desse tipo de proteína. As cadeias de aminoácidos polares revestem a região
interna do poro enquanto as cadeias laterais apolares revestem a externa e interagem
com o centro hidrofóbico da bicamada lipídica.
Nem todas as proteínas de barril β são proteínas de transporte. Algumas formam
pequenos barris completamente preenchidos por cadeias laterais de aminoácidos que
se projetam para o centro. Essas proteínas atuam como receptores ou enzimas (Figura
10-23CA e B).

Muitas proteínas de membrana são glicosiladas

O ambiente redutor da região citosólica faz com que não haja ligações dissulfeto (S-S)
inter e intracadeias entre cisteínas da proteína transmembrana de passagem única da
porção citosólica da membrana. Isso pode auxiliar na estabilização da estrutura
enovelada da cadeia polipeptídica ou na sua associação com outras cadeias
polipeptídicas.
Glicocálice ou Revestimento Celular ou Camada de Carboidratos: zona da
superfície celular rica em carboidratos. Essa camada pode ser visualizada com a ajuda
de alguns corantes, como o vermelho de rutênio (Figura 10-25A), bem como a sua
afinidade por proteínas ligadoras de carboidratos, como as lectinas, que podem ser
marcadas com um corante fluorescente ou outros marcadores visíveis. Apesar da
maioria de grupos açúcares estar ligada a moléculas intrínsecas de membrana
plasmática, a camada de carboidratos também contém glicoproteínas e proteoglicanos
que são secretados para o espaço extracelular e então adsorvidos na superfície celular
(Figura 10-25B).
Uma das muitas funções da camada de carboidratos é proteger a célula contra danos
químicos ou mecânicos e manter outras células a distância, prevenindo interações
indesejáveis célula-célula.

As proteínas de membrana podem ser solubilizadas e purificadas em detergentes

Os detergentes são mais solúveis em água do que em lipídios. Suas extremidades


polares (hidrofílicas) podem ser carregadas (iônicas), como no dodecil-sulfato de sódio
(SDS, sodium dodecyl sulfate), ou não carregadas (não iônicas), como no
octilglicosídeo e no Triton (Figura 10-26A). Quando suas concentrações são
aumentadas acima do limiar, o que é denominado concentração micelar crítica (CMC),
eles se agregam formando micelas (Figura 10-26B).
Quando misturadas às membranas, as extremidades hidrofóbicas dos detergentes se
ligam às regiões hidrofóbicas das proteínas das membranas, onde deslocam as
moléculas lipídicas como um colar de moléculas de detergente. Como a outra
extremidade da molécula de detergente é polar, esta ligação tende a colocar as
proteínas de membrana em solução como complexos proteína-detergente.

Se a concentração de detergente de uma solução de proteínas de membrana


solubilizada é reduzida (p. ex., por diluição), as proteínas de membrana não
permanecem solúveis. Na presença de um excesso de moléculas de fosfolipídios em
tal solução, contudo, as proteínas de membrana incorporam-se em pequenos
lipossomos, que se formam espontaneamente. Dessa forma, sistemas de proteínas de
membrana funcionalmente ativas podem ser constituídos de componentes purificados,
proporcionando um poderoso meio para a análise da atividade dos transportadores de
membrana, canais iônicos, receptores de sinalização, e assim por diante.

As proteínas de membrana também podem ser reconstituídas a partir de detergente em


solução em nanodiscos, que são pequenos segmentos de membrana de tamanho
uniforme circundados por um cinturão de proteínas, que cobre as bordas expostas da
bicamada para manter o segmento em solução.
O cinturão é derivado de lipoproteínas de alta densidade (HDLs), que mantém os
lipídios solúveis para o transporte no sangue.

A bacteriorrodopsina é uma bomba de prótons (H+) dirigida por luz que atravessa a
bicamada lipídica como sete α-hélices

A “membrana púrpura” da arqueia Halobacterium salinarum é uma região especializada


da membrana plasmática que contém uma única espécie de molécula proteica, a
bacteriorrodopsina. A proteína atua como uma bomba de próton H+ ativada pela luz que
transfere os H+ para fora da célula da arqueia. Como as moléculas de
bacteriorrodopsina são densamente empacotadas e organizadas como um cristal
bidimensional planar, foi possível determinar sua estrutura tridimensional combinando
a microscopia eletrônica com a análise de difração eletrônica – um procedimento
denominado de cristalografia de elétrons.

Cada molécula de bacteriorrodopsina é enovelada em sete α-hélices transmembrana


bastante próximas e contém um único grupo de absorção de luz, ou cromóforo (neste
caso, o retinal), que confere a cor púrpura à proteína. O retinal é a vitamina A na forma
de aldeído. Quando ativado por um único fóton de luz, o cromóforo excitado muda sua
forma e causa uma série de mudanças conformacionais na proteína, resultando na
transferência de um H+ do interior para o exterior da célula (Figura 10-31A). A
transferência de H+ estabelece um gradiente de H+, que estimula a produção de ATP
por uma segunda proteína de membrana e outros processos que requerem energia na
célula. Assim, a bacteriorrodopsina converte energia solar em gradiente de prótons, o
qual fornece energia para a arqueia

Acredita-se que interações com lipídios específicos auxiliem a estabilizar muitas


proteínas de membrana.

Muitas proteínas de membrana difundem-se no plano da membrana

Difusão Rotacional, movimento de giro da proteína sobre um eixo perpendicular ao


plano da bicamada ou Difusão Lateral, movimento lateral da proteína dentro da
membrana. Experimento de proteínas de células de camundongo artificialmente
fusionada com proteínas de células humanas para produzir células híbridas
(heterocariontes) comprovaram esses movimentos de proteínas na membrana.
As taxas de difusão lateral das proteínas da membrana podem ser medidas utilizando-
se a técnica de recuperação da fluorescência após fotoclareamento (FRAP,
flurescence recovery after photobleaching). O método normalmente envolve a
marcação da proteína de membrana de interesse com um grupamento fluorescente
específico. Isso pode ser feito com um ligante fluorescente ou com tecnologia do DNA
recombinante para expressar a proteína fusionada a uma proteína fluorescente. Então,
o grupamento fluorescente é clareado em uma pequena área da membrana por um
feixe de laser, e mede-se o tempo que as proteínas de membrana adjacentes,
carregando ligantes não clareados ou a GFP, levam para se difundir dentro da área
clareada.

As células podem confinar proteínas ou lipídios em domínios específicos em uma


membrana

Em células epiteliais, como aquelas que revestem o intestino ou os túbulos renais,


determinadas enzimas e proteínas de transporte da membrana plasmática estão
confinadas na superfície apical da célula, enquanto outras estão confinadas na
superfície lateral ou basal.
Acredita-se que a regulação das interações proteína-proteína na membrana cria
domínios em nanoescala que atuam na sinalização e tráfego de membrana.

Existem quatro maneiras de restringir a mobilidade lateral de proteínas específicas da


membrana plasmática
O citoesqueleto cortical proporciona força mecânica e restringe a difusão das
proteínas de membrana

Uma maneira comum pela qual a célula restringe a mobilidade lateral de proteínas
específicas de membrana é prendê-las a grupos de moléculas dos dois lados da
membrana. Por exemplo, a forma bicôncava característica dos glóbulos vermelhos
(eritrócitos), é resultante das interações entre as proteínas da membrana plasmática
com o citoesqueleto adjacente, o qual consiste, principalmente, em uma rede de
proteína filamentosa, a espectrina.

O citoesqueleto de espectrina é fixado na membrana através de várias proteínas de


membrana. O resultado é uma malha flexível em forma de rede que cobre toda a
superfície citosólica da membrana do eritrócito.
Anormalidade genética na espectrina resulta em anemia e em eritrócitos esféricos e
frágeis.

A rede cortical do citoesqueleto restringe a difusão. Os filamentos do citoesqueleto


podem formar barreiras mecânicas, essas barreiras dividem a membrana em pequenos
domínios ou currais, os quais podem ser permanentes ou transitórios.

As barreiras podem ser detectadas quando a difusão das proteínas individuais da


membrana é seguida por rastreamento de uma única partícula em alta velocidade. As
proteínas difundem-se rapidamente, mas ficam confinadas em seus currais individuais.

As proteínas de curvatura da membrana deformam as bicamadas

As membranas celulares assumem muitas formas diferente. As proteínas de


curvatura da membrana são cruciais na produção dessas deformações que controlam
a curvatura local da membrana.
1. Algumas inserem domínios proteicos hidrofóbicos ou ligam âncoras lipídicas em
um dos folhetos da bicamada lipídica. O aumento da área de somente um dos folhetos
da bicamada causa uma curvatura na membrana (Figura 10-40B). Acredita-se que as
proteínas que moldam a sinuosa rede dos estreitos túbulos do RE
atuem dessa maneira.
2. Algumas proteínas de curvatura da membrana formam rígidos arcabouços que
deformam a membrana ou estabilizam uma membrana já curvada (Figura 10-40C).
As proteínas de revestimento que moldam as vesículas que brotam no transporte
intracelular pertencem a essa classe.
3. Algumas proteínas de curvatura da membrana causam agregação dos lipídeos de
membrana, induzindo uma curvatura. A capacidade de um lipídeo em induzir uma
curvatura positiva ou negativa na membrana é determinada por áreas relativamente
transversais de seus grupamentos de cabeça e suas caudas hidrocarbonadas. Por
exemplo, o grande grupamento de cabeça dos fosfoinositídeos torna essas moléculas
lipídicas em forma de cunha e seu acúmulo em um domínio de um folheto da
bicamada e, portanto, induzindo a curvatura positiva (Figura 10-40D). Ao contrário,
as fosfolipases que removem os grupamentos das cabeças lipídicas produzem uma
forma inversa induzindo uma curvatura negativa

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