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P A U L O D A L T O
S Í N D R O M E C O R O N A R I A N A AG U DA S E M
S U P R A D E S N I V E L A M E N TO D E S EG M E N TO
S T (S CAS S S T )
CARDIOLOGIA Prof. Paulo Dalto | Síndrome Coronariana Aguda sem Supradesnivelamento de Segmento ST (SCASSST) 2
APRESENTAÇÃO:
PROF. PAULO
DALTO
Olá, querido(a) Estrategista! Este é um RESUMÃO do seu
livro "Síndrome coronariana aguda sem supra do segmento ST”.
Ele foi elaborado de forma bem didática e direta, com os assuntos
mais quentes cobrados em prova.
Um detalhe: diagnóstico, conduta e tratamento são os
assuntos mais importantes.
Aqui vai uma orientação: sugiro que você use este livro
como um guia de consulta rápida e não deixe de ler o livro
completo, pois lá você encontrará informações e questões que
ajudarão a sedimentar seu conhecimento.
Vamos começar nosso resumo? ;)
@estrategiamed
@profpaulodalto
Estratégia MED
t.me/estrategiamed
/estrategiamed
Estratégia
MED
@estrategiamed
CARDIOLOGIA Síndrome Coronariana Aguda sem Supradesnivelamento de Segmento ST (SCASSST) Estratégia
MED
SUMÁRIO
1.0 INTRODUÇÃO 4
1 .1 ANGINA INSTÁVEL (AI) 4
3 .2 ELETROCARDIOGRAMA (ECG) 8
3 .4 ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO 10
3 .5 CRITÉRIOS DE INTERNAÇÃO 10
4 .2 OXIGENIOTERAPIA 13
4 .3 ANALGESIA E SEDAÇÃO 13
4 .4 TERAPIA ANTI-ISQUÊMICA 14
4.4.1 NITRATOS 14
4.4.2 BETABLOQUEADORES 14
4 .5 TERAPIA ANTITROMBÓTICA 15
4.5.1 ANTIPLAQUETÁRIOS 15
4.5.2 ANTICOAGULANTES 18
CAPÍTULO
1.0 INTRODUÇÃO
A síndrome coronariana aguda sem supra do segmento ST (SCASSST) é dividida em duas entidades: angina instável (AI) e infarto agudo
do miocárdio sem supra do segmento ST (IAMSSST). É muito importante você saber essa diferenciação!
Como você pode ver, existem dois grandes divisores de água no universo das síndromes coronarianas agudas (SCA).
1° Eletrocardiograma (ECG): diferencia a SCA sem supra de ST do IAM com supra de ST.
2° Marcadores de necrose miocárdica (“enzimas cardíacas”): divide a SCASSST em angina instável e infarto IAM sem supra de ST.
É caracterizada por um desconforto torácico de início recente (< 2 meses), de caráter intermitente, e que pode ser progressivo, ou
seja, vai se tornando cada vez mais prolongado e/ou mais frequente do que antes. Não há necrose dos miócitos (marcadores de necrose
miocárdica são negativos).
É uma síndrome isquêmica aguda associada à necrose miocárdica (marcadores de necrose positivos). O eletrocardiograma (ECG) pode
estar normal, com infradesnivelamento do segmento ST ou alterações da onda T.
*IAM: infarto agudo do miocárdio; IC: insuficiência cardíaca; TEP: tromboembolismo pulmonar.
Tabela 1. Causas de injúria miocárdica de etiologia não isquêmica.
CAPÍTULO
2.0 CLASSIFICAÇÃO DE INFARTO DO MIOCÁRDIO
São cinco os diferentes tipos de infarto do miocárdio:
CAPÍTULO
• Mulheres
• Idosos
• Diabéticos
• Pacientes com doença renal crônica
• Pacientes com quadro demencial
• Transplantados cardíacos
O exame físico geralmente é pouco expressivo, sendo normal na maioria dos casos.
O principal objetivo na sala de emergência é afastar as condições clínicas potencialmente fatais! São cinco os
principais diagnósticos de dor torácica ameaçadores à vida: síndromes coronarianas agudas, embolia pulmonar,
dissecção de aorta, pneumotórax hipertensivo e ruptura de esôfago (Tabela 2).
Tromboembolismo Início súbito, dor pleurítica, dispneia, Dispneia com ausculta pulmonar normal,
pulmonar hemoptise. sinais de trombose venosa profunda.
Percussão: timpânica.
Pneumotórax Súbita, unilateral e dispneia.
Ausência de murmúrio do lado acometido.
3 .2 ELETROCARDIOGRAMA (ECG)
Como já foi dito, o ECG é o grande divisor de águas nas SCA. Por isso, ele deve ser realizado e interpretado em até 10 minutos após a
chegada do paciente ao hospital.
Um ECG normal descarta SCA? NÃO! O exame inicial é normal ou não diagnóstico em 1 a 6% dos pacientes com SCASSST. Por isso, é
importante realizar exames seriados (repetir pelo menos mais uma vez, em até 6 horas), principalmente se houver alteração do quadro clínico
(retorno ou piora da dor, piora da dispneia, etc.).
São também conhecidos como “enzimas cardíacas”. A elevação dos MNM caracteriza o diagnóstico de IAMSSST! Se
normal em todas as dosagens, o diagnóstico é de angina instável. Além de auxiliar no diagnóstico, possuem papel bem
estabelecido no prognóstico dos pacientes com SCA.
“Qual é o MNM padrão-ouro?” Troponina ultrassensível!
Se a troponina ultrassensível estiver disponível, nenhum outro marcador deve ser solicitado de forma
rotineira.
Envolve diversas variáveis que ajudam a predizer o risco que o paciente tem de apresentar eventos adversos em curto prazo (nos
próximos dias ou semanas).
Os dois modelos mais conhecidos na cardiologia são os de Braunwald e o TIMI Risk. Porém, um novo escore foi incorporado pela última
diretriz Brasileira de SCASSST. Trata-se do HEART score, muito utilizado nas salas de emergência para auxiliar na decisão da internação. Como
ele é o mais cobrado nas provas de residência, irei apresentá-lo no próximo tópico.
3 .5 CRITÉRIOS DE INTERNAÇÃO
A triagem do paciente com dor torácica na unidade de emergência deve ser iniciada com uma breve história clínica, exame físico, ECG
de 12 derivações e mensuração dos biomarcadores. O HEART score é uma importante ferramenta que o emergencista possui na hora de
definir sua conduta. Quando ≤ 3 e associado à troponina ultrassensível negativa, ECG sem alterações isquêmicas e ausência de antecedentes
de DAC, os pacientes podem ser liberados do serviço de emergência com segurança e encaminhados para acompanhamento ambulatorial.
Quando ≥ 7, o cateterismo está indicado.
HEART score
• Altamente suspeita • 2 pontos
História • Moderadamente suspeita • 1 ponto
• Pouca suspeita • 0 ponto
• Depressão significativa do segmento ST • 2 pontos
ECG • Distúrbios de repolarização inespecíficos • 1 ponto
• Normal • 0 ponto
• ≥ 65 anos • 2 pontos
Anos (idade) • ≥ 45 anos e < 65 anos • 1 ponto
• < 45 anos • 0 ponto
• ≥ 3 ou história de doença aterosclerótica • 2 pontos
Risco (fatores*) • 1 ou 2 • 1 ponto
• Nenhum • 0 ponto
• ≥ 3x o limite da normalidade • 2 pontos
Troponina • 1 a 3x o limite da normalidade • 1 ponto
• Abaixo do limite da normalidade • 0 ponto
*Fatores de risco: diabetes, hipercolesterolemia, hipertensão, obesidade, tabagismo, história familiar de DAC precoce
Escore 0-3: Chance de eventos = 2,5% → Alta hospitalar
Escore 4-6: Chance de eventos = 20,3% → Internar para observação clínica
Escore 7-10: Chance de eventos = 72,7% → Cateterismo precoce
Pacientes com diagnóstico duvidoso e HEART score > 3 devem ser mantidos em observação para a estratificação não invasiva
(normalmente realizada com teste ergométrico, cintilografia miocárdica ou ecocardiograma de estresse). Se a estratificação estiver positiva, o
paciente deverá ser internado e encaminhado para o cateterismo. Se negativa, receberá alta para reavaliação ambulatorial precoce.
Veja o fluxograma a seguir, que orienta a conduta diante de um paciente com dor torácica na emergência.
CAPÍTULO
A decisão entre a estratégia invasiva (cateterismo ou cirurgia de revascularização) versus conservadora e o tempo ideal para sua
realização deve se basear na estratificação de risco do paciente pelos escores citados anteriormente.
ALTO RISCO
• Troponina positiva Cateterismo precoce
• Alterações dinâmicas do segmento ST ou da onda T
• GRACE > 140
(dentro de 24 horas)
RISCO INTERMEDIÁRIO
• Diabetes mellitus, insuficiência renal
• FEVE < 40% Cateterismo tardio
• Angina pós-infarto
• Angioplastia coronariana prévia (dentro de 25-72 horas)
• Revascularização miocárdica prévia
• GRACE 109 - 140
Antes de estudar a terapia medicamentosa, veja o esquema a seguir. Ele mostra o pilar do tratamento das SCASSST, que é baseado na
terapia anti-isquêmica, antitrombótica e na estabilização da placa.
4 .2 OXIGENIOTERAPIA
Indicação: pacientes com saturação de oxigênio < 90% ou sinais clínicos de desconforto respiratório (congestão pulmonar, cianose,
insuficiência respiratória).
Forma de administração: 2 a 4 l/min durante 3 horas, por meio do cateter de oxigênio.
A administração desnecessária de oxigênio por tempo prolongado pode causar vasoconstrição sistêmica e
ser prejudicial!
4 .3 ANALGESIA E SEDAÇÃO
A terapia antianginosa inicial deve ser feita com nitratos e betabloqueadores (desde que não haja contraindicações). Nos pacientes
com dor isquêmica refratária à terapia antianginosa, a morfina é o analgésico de eleição! Além da sua propriedade analgésica e ansiolítica,
ela provoca venodilatação e aumento do tônus vagal, reduzindo a pré-carga e a demanda de oxigênio pelo miocárdio.
Indicação: pacientes com dor isquêmica que não obtiveram alívio ou nos casos de recorrência da dor apesar da terapia anti-isquêmica.
Contraindicações: hipotensão arterial sistêmica e hipersensibilidade ao medicamento.
A morfina reduz o efeito antiplaquetário dos inibidores do receptor P2Y12 (clopidogrel, prasugrel e ticagrelor)
e seu uso rotineiro pode estar associado a aumento da mortalidade intra-hospitalar e eventos cardiovasculares.
4 .4 TERAPIA ANTI-ISQUÊMICA
4.4.1 NITRATOS
São vasodilatadores independentes do endotélio, que promovem a formação do óxido nítrico.
Indicação: para alívio da angina. A formulação endovenosa deve ser utilizada para controle da dor persistente, hipertensão arterial ou
sinais de congestão.
Contraindicações: infarto do ventrículo direito, hipotensão arterial (pressão arterial sistólica < 100 mmHg); uso prévio de sildenafil nas
últimas 24 horas ou tadalafila nas últimas 48 horas.
Forma de administração: iniciada com nitrato sublingual 5 mg a cada 5 minutos por no máximo três vezes. Caso não haja alívio da dor,
deve ser iniciada a administração de nitroglicerina (Tridil®) IV.
4.4.2 BETABLOQUEADORES
Agem nos receptores beta-adrenérgicos diminuindo a frequência cardíaca (FC), pressão arterial e a contratilidade miocárdica. Dessa
forma, promovem redução de consumo de oxigênio pelo miocárdio.
Indicação: administrar BB via oral nas primeiras 24 horas em pacientes sem contraindicações (sinais de insuficiência cardíaca, sinais de
baixo débito, risco aumentado de choque cardiogênico como idade > 70 anos, FC > 110 bpm ou PAS < 120 mmHg, ou outras contraindicações).
Contraindicações: intervalo PR > 0,24s, bloqueio atrioventricular (BAV) de segundo ou terceiro grau sem marca-passo implantado,
hipotensão arterial persistente (PAS < 90 mmHg), FC < 50 bpm, congestão pulmonar evidente na presença de descompensação cardíaca,
broncoespasmo ativo (asma e DPOC) e doença arterial periférica com isquemia crítica dos membros inferiores.
Agem de forma semelhante aos betabloqueadores, diminuindo o consumo de oxigênio através da redução da contratilidade e da
frequência cardíaca, além do aumento da oferta de oxigênio ao miocárdio devido à vasodilatação coronária.
Indicação: se sintomas isquêmicos refratários ou intolerância aos betabloqueadores e nitratos. Os mais utilizados são o verapamil e o
diltiazem.
Contraindicações: as mesmas dos betabloqueadores! Intervalo PR > 0,24s, BAV 2º ou 3º sem marca-passo, FC < 50 bpm, PAS < 90
mmHg e sinais de disfunção do ventrículo esquerdo.
4 .5 TERAPIA ANTITROMBÓTICA
O principal objetivo é a estabilização do trombo através de medicações que atuarão diretamente na sua formação. Os principais
representantes são os agentes antiplaquetários (AAS, antagonistas do receptor P2Y12 do ADP) e os anticoagulantes.
4.5.1 ANTIPLAQUETÁRIOS
ÁCIDO ACETILSALICÍLICO (AAS)
Promove inibição irreversível da cicloxigenase (COX-1), responsável pela conversão do ácido aracdônico em tromboxano A2 (TxA2) nas
plaquetas. Ao diminuir a liberação do TxA2, o AAS reduz a agregação plaquetária no local do trombo.
Indicação: TODOS os pacientes, com exceção dos raros casos de contraindicação. Se alergia ao AAS, está indicada a monoterapia com
inibidor P2Y12 (uso preferencial de ticagrelor e prasugrel)
Contraindicações: alergia, intolerância gástrica, sangramento ativo, distúrbio plaquetário conhecido, alta probabilidade de sangramento
gastrointestinal ou genitourinário
Doses: AAS 162 mg a 300 mg mastigável (dose de ataque). Manutenção: 75 a 100 mg/dia
Nos pacientes instáveis e/ou com risco elevado que irão para o cateterismo de urgência (< 2 horas), o
segundo antiplaquetário inibidor da P2Y12 está contraindicado. Sua utilização é restrita à sala de hemodinâmica,
após conhecer a anatomia coronariana e se optar pelo tratamento através da ICP.
Por quanto tempo após o quadro agudo devemos manter a dupla antiagregação plaquetária?
Durante 12 meses, independentemente da estratégia inicial (conservadora, percutânea ou cirúrgica).
4.5.2 ANTICOAGULANTES
A anticoagulação deve ser iniciada logo na admissão, Dose habitual: 1 mg/kg SC, de 12/12h.
juntamente com a terapia antiplaquetária. Deve ser mantida por Pacientes ≥ 75 anos: 0,75 mg SC, de 12/12h.
1 a 8 dias ou até a alta hospitalar (estratégia conservadora). Caso Clearance < 30 ml/min: 1 mg/kg SC 1x ao dia.
o paciente seja submetido à angioplastia, a anticoagulação pode • Fondaparinux: atua como inibidor indireto e seletivo do
ser suspensa. fator X ativado (Xa).
• Heparina não fracionada (HNF): provoca inibição indireta Indicação: como alternativa à enoxaparina, especialmente
da trombina (fator IIa) e do fator Xa. Inibe também, com no paciente com elevado risco hemorrágico.
menor intensidade, os fatores IXa e XIIa. Dose: 2,5 mg SC 1x ao dia.
• Heparina de baixo peso molecular: representada pela Vamos memorizar a terapia antitrombótica inicial das
enoxaparina. O mecanismo de ação é semelhante ao da SCASSST? Veja o esquema seguir:
HNF, porém inibe de forma mais específica o fator Xa.
SCA DEFINIDA
Ainda não memorizou as principais medicações? Aqui tem um mnemônico para você!
A Aspirina (AAS)
B Betabloqueador
Informações importantes!
Os inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA) e as estatinas são medicações excelentes e que devem ser
prescritas para todos os pacientes que não apresentam contraindicações. No entanto, não há necessidade de iniciá-las de imediato
na sala de emergência. Elas podem ser prescritas durante a internação, após 12-24 horas da admissão.
Orientar a vacinação contra influenza e pneumococo, a fim de reduzir a morbimortalidade (infecções virais e bacterianas
podem servir de gatilho para desencadear um evento cardiovascular agudo em cardiopatas). Com relação à vacina pneumocócica,
recomenda-se a aplicação da “Pneumo 23”, com reforço após 5 anos.
Antes da alta hospitalar suspendemos a heparina, e a maioria dos pacientes irá para casa com o famoso “quinteto farmacológico”: AAS
+ clopidogrel ou prasugrel, ou ticagrelor (por pelo menos 1 ano), betabloqueador, IECA e estatina.
AAS
Clopidogrel ou
Estatina “Quinteto prasugrel ou
Farmacológico” ticafrelor
IECA Betabloqueador
https://bit.ly/3aiBc1D
CAPÍTULO
CAPÍTULO