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REVISTA,
AMPLIADA E
CORRIGIDA
...
,.~.
SANAR~
2020
4::> Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos à Editora Sanar ltda. pela lei no 9.61 O, de
19 de Fevereiro de 1998. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume ou qualquer parte deste livro, no
todo ou em parte. sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, gravação. fotocópia ou outros),
essas proibições aplicam se também à editoração da obra. bem como às suas caracteristicas grãficas, sem per-
4
Ficha catalogrãfica elaborada pelo bibliotecário Pedro Anizio Gomes CRB-8 8846
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA
CARDOSO, leonardo Mendes (org.); et ai. Médico l egista - Preparat ório para Concurso. 2. ed. Salvador, BA:
Editora Sanar, 2020.
O livro Médico Legista - Preparatório para Concursos - 2' Edição é o mais organizado, completo e
atualizado livro para os Médicos Legistas que desej am ser aprovados nosconcursos de todo o país
nas mais diversas especialidades da Medicina Legal.
Espero que esta obra faça a diferença em seus estudos e que o tão sonhado objetivo de ser
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de concursos nos últimos anos. Desta forma, conseguimos ter uma visão mais clara sobre os con-
teúdos mais relevantes. Este trabalho prévio nos permitiu criar um produto mais completo e mais
eficiente que atende às necessidades de um médico que prestará concurso público.
FÁCIL
•
INTERMEDIÁRIO
••
OifKIL
•••
COMENTÁRIOS EM CADA ALTERNATIVA. Todas as alternativas possuem breves comentários,
independentemente de estarem certas ou erradas.
DICA DO AUTOR. Explicação adicional aos comentários das alternativas. Aparecerá nas ques-
tões que o autor julgar importante incluir este recurso.
RESUMO PRÁTICO. Síntese do assunto abordado nas questões estruturado de forma esque-
matizada.
REFERtNCJAS BIBLIOGRÁFICAS. As fontes utilizadas prívilegíam os livros mais recomendados
em editais e estão devidamente identificadas nas referências.
Como ler este livro?
Para começar, preciso lhe dizer que este livro não é um livro qualquer'
O nosso objetivo é ajudá-lo a conquistar a sua meta! Muitas vezes, encorajando-o e incentivan-
do-o para continuarmos j untos na missão!
L EI A com atenção
Marque/grife as palavras-chave ____..
Escreva o resumo com as suas próprias palavras
Organize as ideias principais
Faça muitos exerdcios para fixar o assunto! Pode ser logo após a leitura, no fim de semana ...
Faça o que for melhor de acordo com a sua rotina, mas sempre organizando o seu planner de
estudos!
O mapa mental é uma ferramenta para organizar, memorizar ou analisar um conteúdo específico.
A partir do título, puxe linhas que representam INFORMAÇÕES ASSOCIADAS AO T[TULO. É reco-
mendado que essas informações sejam apenas palavras.
o ideal é COLORIRMOS o nosso mapa mental! Junte ar as suas canetas coloridas!
Use FIGURAS e DESENHOS o máximo que você puder para solidificar ainda mais as informações.
TREINE! O mapa mental pode ser a ferramenta para que o seu cérebro organize melhor as infor-
mações. A prática leva à perfeição!
Hais efetivo
De olho no edital!
faça aqui o acompanhamento dos p róximos editais das p rovas que você irá realizar e
em b reve virá a sua aprovação!
Checklist do edital ~
=-
= -
= -
Coordenador
Leonardo Mendes Cardoso
Especialista em Medicina Legal e Perícias Médicas - RQE 6.930. Doutor e Pós-Doutor
em Análise do Comportamento pela Psicologia da PUC. Perito Médico Judicial. Pro-
fessor Adjunto de Medicina Legal, Direito e Psiquiatria e Biodireito da Faculdade de
Direito da Universidade Federal de Goiás. Escritor na área Médico-Legal. Mestre em
Ciências da Religião pela PUC Goiás. Professor titular de Medicina Legal do curso de
Direito da Universidade Salgado de Oliveira - campus Goiânia.
Autores
Ana Carolina Oliveira
Bacharela em Direito pela Universidade do Estado da Bahia- UNES, Advogada inscri-
ta nos quadros da OAB/BA, Pós-Graduada em Criminologia, Polltica Criminal e segu-
rança Pública pela Universidade Anhanguera - UNIDERP- LFG.
Paula Barbosa
Especialista na área de linguística e gramática normativa pela UFBA. Tem mais de 15
anos de experiência em concursos através de cursos nos grupos renomados LFG,
CERS
Múltipla e Juspodivm. Éautora da coleção Carreiras Específicas pela Editora Saraiva, e
atualmente é coordenadora de Língua Portuguesa da rede COC. Graduada em Letras
Vernáculas e Pedagogia.
Rafael Vai verde Bastos
Graduado em Direito pela Universidade Católica do Salvador • UCSAL. Consultor Ju-
rídico atuante desde 20 16. Advogado com experiência nas áreas de Direito Civil, do
Consumidor, de Família. Criminal, Previdenciário e Tributário.
S. PORTUGU !S .........................................................................................................................22S
RESUMO PRÁTICO................................................................................................................268
REFER!HCIAS.. ...................................................................................................................304
•
.- DICA DO AUTOR: ressalte-se que a q uestão é ex-
RESOLUÇÃO:
Al ternatiV11 A: INCORRETA. Segundo o art. 10 d o CPP,
o inquérito terminará em 1O (dez), e não em 30
cludent e, e pod e possuir apenas uma alterna· (trinta) dias, se o indiciado estiver p reso.
tiva correta. Al ternativa B: INCORRETA. Na realidade, o inquéri·
RESOLUÇÃO: t o p olicial é presidid o p ela Autoridade Policial,
Ahornativa E: CORRETA. O inquérito policial é con- que, conforme art. 4° d o Cód igo de Processo
siderado u m procedimento administrativo Penal, tem po r fim a ap uração das infrações pe·
preparatório destinado a esclarecer a verdade nais e da sua autoria.
acerca dos fat os delituosos relatados na notícia Alternativa C: INCORRETA. Ao contrário, o inquérito
de crime, fornecendo subsídios para o ajuiza- po ssui considerável valor p robatório, devendo
mento da ação penal o u o arq uivamento da o juiz valorar os seus elementos de acordo com
p ersecução penal. seu convencimento, sendo até possível q ue
RESPOSTA:@ ocorra o julgament o do processo com base ex·
clusivamente no inq uérito, no caso das p rovas
caut elares, não repetíveis e antecipadas, con·
(PERITO MÉDICO LEGAL - SAEB/BA - FCC - 2014)
02 O inq uérit o p olicial:
forme art 155, CPP.
Alternativa D: INCORRETA. A instauração do inqué·
rito po licial não depende sempre de represen·
@ Terminará em 30 d ias se o indiciado tiver si· t açâo da vítima. Ela pode se dar de ofício pela
do p reso em flagrante. própria autorid ade po licial, med iante requisição
14 Direito Pro<essual Penal
RESOLUÇÃO:
• irmão ou cônjuge do acusado, ou pelo próprio
juiz. de ofício.
RESPOSTA:@
Alternativa A: CORRETA. A Assertiva está correta e
encontra guarida no art. 6•, I, CPP.
Alternativa B: INCORRETA. Assim como na alterna- (PERITO CRIMINAL E MÉDICO - POLICIA CIENTf·
tiva anterior, a respost a correta encontra-se no
art. 6•, I, CPP. dispositivo que exige expressa-
08 FICA/PE- CESPE- 2016) Acerca do inquérito
policial (IP), assinale a opção correta.
mente a necessidade de liberação dos peritos
criminais acerca dos objetos que tiverem rela- ® Concluída a perícia do local do crime, o de-
ção com o fat o. diferentemente do que dispõe legado deve restituir ao respectivo proprietário
a Assertiva. os instrumentos do crime e os demais objetos
Alternativa C: INCORRETA. O art. 6•, 111, CPP, não pre- apreendidos.
vê a condição de colheita das provas apenas ® O IP, um procedimento administrativo pre-
após a realização da perícia no local. paratório que tem por finalidade apurar os in·
Alternativa 0: INCORRETA. A realização de exame de dícios de autoria e materialidade, é indispensá-
corpo de delito não depende do consentimen- vel para o início da ação penal pelo Minist ério
to da vítima, consoante art. 6•, VIl, CPP. Público.
Alternativa E: INCORRETA. A reprodução simulada © Em razão do interesse da sociedade pelo
dos fatos, consoante art. 7• do CPP, não prevê esclarecimento dos fatos criminosos, as investi-
necessidade da presença de peritos oficiais gações policiais são sempre públicas.
para a sua realização. @ Por ser o IP um procedimento extrajudicial,
RESPOSTA:@ anterior ao início da ação penal, não há pre-
visão legal de se observarem os principias do
contraditório e da ampla defesa nessa fase in-
(PERITO MÉDICO·LEGISTA- POLICIA TÉCNICA/AP vestigativa.
07 - FUNDAÇAOCARLOS CHAGAS- 201 7) O exame
médico-legal, determinado pelo j uiz para escla-
® O relatório de IP que concluir pela ausência
de justa causa para o prosseguimento das inves-
recer dúvida sobre a integridade mental do au- tigações deverá ser arquivado pelo delegado.
tor do crime, poderá ser realizado:
®
®
Somente na fase da ação penal.
Ainda na fase do inquérito policial. ~
•••
DICA DO AUTOR: Embora não possa arquivar o
inquérito policial, a autoridade policial, após o
R<lfa•IVal.,.rde Bastos 17
arquivamento pelo juiz, poderá p roceder a no- ® O Delegado de Polícia é a autoridad e com-
vas p esquisas, se de outras provas tiver notícia. petent e para mandar arq uivar autos de inq ué-
É que indica o art. 18, CPP. rito.
RESOLUÇÃO:
Ahornativa A: INCORRETA. Ao fim da perícia, o Dele-
gado não restitu irá os instru mentos d o crime e
os objetos apreendidos aos p roprietários, mas RESOLUÇÃO:
•
fará a sua apreensão (Art. 6°, 11, CPP). Alt•rnativa A: INCORRETA. Se a infração não deixa
Ah•rnativa 8: INCORRETA. O inquérito policial não é vestígios, o q ue é plenamente possível, óbvio
indispensável, como afirmado na Assertiva. In- que o inquérito será encaminhado à Justiça
clusive, o art. 39, § So, CPP, d ispõe que o órgão sem o laudo pericial. O art. 167, CPP, inclusive
do M inistério Público dispensará o inquérito, se prevê a possibilidade de a infração não d eixar
com a representação forem oferecidos elemen- vestígios, podendo a prova testemunhal subs-
to s que o habilitem a p romover a ação penal, e, t ituir a pericial.
nesse caso, oferecerá a denúncia no p razo de Alternativa 8: INCORRETA. De acordo com o art. 5•,
quinze dias. CPP. o inquérito po licial poderá ser iniciado de
Alt•rnatlva C: INCORRETA. As investigações policiais oficio, isto é, pela p rópria autoridade policial,
não são públicas. De acordo com o art. 20, CPP. t ambém possuindo essa capacidade a Autori-
a autoridade deve assegurar no inquérito o si- dade Judiciária e o próprio ofendido, não sendo
gilo necessário à elucidação do fato ou exigido atrib uição exclusiva do Ministério Público.
p elo int eresse da socied ade. Alternativa C: CORRETA. Assertiva correta, com base
Ah•rnativa D: CORRETA. Assertiva em consonância literal no artig o 11 do CPP.
com o entend imento da d o ut ri na. O inquérit o Al ternativa D: INCORRETA. Assertiva absolutamente
p ol icial é um p rocedimento administrativo de errada. Conforme dispõe o § 1• do art. 1O do
natureza inquisitorial, d e mod o q ue não es- CPP, a autoridad e fará minucioso relatório do
tão inseridas nele garant ias de contrad itório que tiver sido ap urado e enviará autos ao juiz
e ampla d efesa tão caras a out ras espécies de compet ente, e não ao Ministério Público. Ade-
procedimentos, sejam judiciais ou admínistra- mais, a sentença é p roferida pelo Juiz ao final
tivos. d o processo, não tendo o Promot or de Justi-
Alt•rnativa E: INCORRETA. O delegad o não p ossui ça competência para tal ato.
o d ireito de arquivar inquérit o policial. Essa Alternativa E: INCORRETA. De acordo com o art. 17,
tarefa, quando for o caso, cabe p rivativamente CPP, a autoridade policial não poderá mand ar
ao ju iz. O art. 17, CPP, veda expressamente a arq uivar os autos d o inquérito.
p ossibilidade arquivamento do IP p or p arte d o RESPOSTA: ©
delegad o.
RESPOSTA:@
AÇÃO PENAL
vier a saber quem é o autor do crime, ou, no qualquer pessoa do povo poderá provocar a
caso do art. 29, do dia em que se esgotar o pra- iniciativa do Ministério Público, nos casos em
zo para o oferecimento da denúncia. que caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por
RESPOSTA:@ escrito, informações sobre o fato e a autoria e
indicando o tempo, o lugar e os elementos de
convicção.
COMPET(NCIA RESPOSTA:@
RESOLUÇAO:
•• prevenção, que se encontra insculpido no art. 83,
CPP. e indica que, a competência por prevenção
será verificada toda vez que, concorrendo dois
Assertiva 1: INCORRETA. O art. 24, § 1°, do CPP in- ou mais juízes igualmente competentes ou com
forma que, no caso de morte do ofendido ou jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido
quando declarado ausente por decisão judicial. aos outros na prática de algum ato do processo
o direito de representação passará ao cônjuge, ou de medida a este relativa, ainda que anterior
ascendente, descendente ou irmã, não pere- ao oferecimento da denúncia ou da queixa.
cendo, como afirma a Assertiva. RESOLUÇÃO:
Assertlva2: CORRETA. Esta afirmativa se encontra em Alternativa A: INCORRETA. Prioritariamente, se aferi-
plena consonância com o art. 24, CAPIJT, CPP. rá a competência pelo lugar da infração, e não
Assertiva 3: CORRETA.O art. 25 do CPP aponta, de do domicilio do ofendido. Tal afirmação tem
fato, que será irretratável a representação, após como base a combinação dos artigos 69, I. e 70,
o oferecimento da denúncia. ambos do Código de Processo Penal.
Assertiva 4: CORRETA.Esta afirmativa se encontra Alternativa B: CORRETA. A Assertiva está encontra-
na leitura do art. 27, do CPP. ao infonmar que -se correta e é redação literal do art. 73, CPP.
R<lfaei Valverde Bastos 21
Alternativa C: INCORRETA. Segundo o art. 70 do CPP. somente peça processual integrante do acervo
nos casos de tentativa, será a competência de- inquisitorial.
terminada pelo lugar em que for praticado o
último ato de execução, e não o primeiro.
Altornativa D: INCORRETA. A Assertiva apenas se
encontrada equivocada ao afirmar que a com- ._ DICA DO AUTOR: Em regra, não é possível que o
•
petência será determinada pelo local, no Brasil, Juiz se valha, de forma exclusiva, dos elemen-
do p rimeiro ato de execução. Ao revés, o art. tos constantes do inquérito policial para p ro -
70, § 1•, CPP afirma que, se iniciada a execução ferir sua decisão (as provas devem ser colhidas
no território nacional, e a infração se consumar na fase processo). No entanto, quando os ele-
fora dele, a competência será determinada pelo mentos de prova colhidos no inquéri to policial
lugar em que tiver sido p raticado, no Brasil, o não puderem ser repetidos pela sua p rópria
último ato de execução. natureza (ex.: corpo de delito), forem cautela-
Alternativa E: INCORRETA. A regra do art. 72, CAPUT, res (risco de desaparecimento do objeto - ex.:
CPP. dispõe exatamente o contrário da Asserti- interceptação telefônica) ou antecipados (por
va, de modo que não sendo conhecido o lugar eventual risco de não p oder mais colher a p ro -
da infração, a competência será fixada no domi- va em momento posterior - ex.: testemunha no
cílio ou residência do réu. leito de morte), será permitido ao juiz proferir
RESPOSTA:@ julgamento apenas com base nos elementos
colhidos na fase inquisitiva.
RESOLUÇÃO:
TEORIA GERAL DA PROVA Alternativa A: CORRETA. A alternativa é correta e traz
consigo afirmação literal do art. 155, CPP, que
nos vestígios deixados pela conduta delitiva. O são inadmissíveis, no processo, as provas obti-
art. 158 do Código de Processo Penal carrega das por meios ilícitos. O artigo 157 do Código de
previsão expressa no que toca ao corpo de de- Processo Penal prescreve que s.ão inadmissíveis,
lito indireto. devendo ser desentranhadas do processo, as
RESPOSTA:@ provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em
violação às normas constitucionaisou legais. As·
sim, quanto às provas, é correto afirmar:
(PERITO M!DICO LEGAL - SAEBIBA - f(( - 2014)
17 No que concerne à prova, é INCORRETO
afirmar que:
@ É lícita a prova consistente no teor de gra·
vação de conversa telefônica realizada por um
dos interlocutores, sem o conhecimento do
@ Não será permitida a apreensão de docu- outro, se não há causa legal específica de sigi·
mento em poder do defensor do acusado, salvo lo nem de reserva da conversação, sobretudo
quando constituir elemento do corpo de delito. quando se predestine a fazer prova, em juízo ou
® Os acareados serão reperguntados, para inquérito, a favor de quem gravou.
que expliquem os pontos de divergências, re- ® O juiz formará sua convicção pela livre apre·
duzindo-se a termo o ato de acareação. dação da prova produzida em contraditório j u·
© Se consideram documentos quaisquer es- dicial, podendo fundamentar sua decisão ex·
critos, instrumentos ou papéis, públicos ou par- clusivamente nos elementos informativos co-
ticulares. lhidos na investigação, inclusive nas provas
@ Várias testemunhas podem, por medida de cautelares, não repetfveis e antecipadas.
economia processual, ser inquiridas em con- © São admissíveis as provas derivadas das i!i·
j unto, lavrando-se um só termo. citas, inclusive quando evidenciado o nexo de
® A pessoa que tiver de fazer o reconheci- causalidade entre umas e outras, ou quando as
mento de pessoa será convidada a descrever a derivadas não puderem ser obtidas por uma
pessoa que deva ser reconhecida. fonte independente das primeiras.
@ Preclusa a decisão de desentranhamento
~
•••
DICA DO AUTOR: As alternativas que A, 8, C e E,
da prova declarada inadmissível, esta será uti-
lizada por decisão judicial, facultado às partes
acompanhar o incidente.
apesar de em consonância com a lei, não de- ® Quando a infração deixar vestígios, será dis·
vem ser marcadas, uma vez que o enunciado pensável o exame de corpo de delito, direto ou
requer a marcação da Assertiva incorreta. ~ indireto, podendo supri-lo a confissão do acu·
possível encontrar a fundamentação das qua- sado, caso tenham desaparecido os vestígios.
tro alternativas referidas nos artigos 243, § 2•,
229, parágrafo único, 232 e 226, I, respectiva-
mente, todosdo CPP.
RESOLUÇÃO:
••
~ DICA DO AUTOR: Segundo o art. 157, §2°, CPP,
Alternativa D: CORRETA. A única alternativa em de· considera-se fonte independente aquela que,
sacordo com a legislação processual penal é a por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe,
D. O art. 210 do CPP é claro ao informar que as próprios da investigação ou instrução criminal,
testemunhas serão inquiridas cada uma de per seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova.
si, de modo que umas não saibam nem ouçam RESOLUÇÃO:
os depoimentos das outras, e j amais ao mesmo Alternativa A: CORRETA. Conforme a jurisprudência
tempo. As outras alternativas estão erradas pois do Supremo Tribunal Federal, a gravação de
são corretas. conversa telefônica feita por um dos interlocu-
RESPOSTA:@ tores sem o conhecimento do outro não é con-
siderada prova ilfcita, desde que ausente causa
legal específica de sigilo.
(PERITO MÉDICO LEGAL - SPP/SE - FUNCAB - Allematlva 8: INCORRETA. Diversamente do quan-
18 2014) O artigo 5°, inciso LVI da Constituição
da República Federativa do Brasil preconiza que
to afirmado pela Assertiva, o j uiz não pode
fundamenta r sua decisão exclusivamente nos
R<lfaei Valverde Bastos 23
de fonte independente contido somente não Guilherme de Souza Nucci, em sua obra Código
está correto por incluir na sua redação a pala- de Processo Penal Comentado, segundo o qual o
vra "a típicos ~ O texto escorreito encontra-se no exame de corpo de delito é "a verificação da pro-
art. 157, § 2o, CPP, que fala em "trâmites típicos va da existência do crime, feita por peritos direta-
e de praxe~ mente, ou por intermédio de outras evidências,
RESPOSTA:@ quando os vestfgios ainda que materiais, desapa-
receram~
Alternativa 8: INCORRETA. Diferentemente do
PROVA PERICIAL quanto informado, o vestígio material não de-
saparece quando a conduta criminosa finda; ao
(MÉDICO·LEGISTA - POLICIA CIVIL!1'S - AOCP - revés, são os vestfgios materiais que permitem
2O 2019) Tratando das provas penais admis·
sfveis pelo Código de Processo Penal, assinale a
a persecução da conduta criminosa após o cri·
me, mesmo porque o art. 158, da CPP, indica
alternativa correta. que quando a infração deixar vestígios, será
indispensável o exame de corpo de delito, que
® Exame de corpo de delito é a verificação da poderá ser direto ou indireto.
prova da existência do crime, feita por peritos, Alternativa C: INCORRETA. O erro da Assertiva está
diretamente, ou por intermédio de outras evi- contido na sua parte final, uma vez que o art.
dências, quando os vestigios, ainda que mate- 158, CPP, determina que a confissão do acusa-
riais, desapareceram. do não pode suprir o exame de corpo de delito
® Vestfgio material é aquele tal qual o rastro quando a infração deixar vestfgios.
do crime que se perde tão logo a conduta cri· Alternativa D: INCORRETA. O tema em questão pode
minosa finda, pois não é mais captável nem ser dirimido através da leitura do art. 158, pa-
passível de registro pelos sentidos humanos. rágrafo único, CPP, dispondo que o exame de
© Quando a infração deixar vestígios (o ras- corpo de delito terá prioridade nas hipóteses
tro, a pista ou o indício deixado por algo ou ai· de violência doméstica e familiar contra a mu-
guém), será indispensável o exame de corpo de lher ou violência contra criança, adolescente,
delito, direto ou indireto, podendo supri-lo a idoso ou pessoa com deficiência, não havendo
confissão do acusado. qualquer previsão acerca de crimes contra a
@ O exame do corpo de delito será prioritá- dignidade sexual ou sobre a necessidade de a
rio tão somente em crimes contra a dignidade violência serfísica.
sexual e em delitos envolvendo violência física Alternativa E: INCORRETA. De acordo com art. 161,
contra crianças. CPP, o exame de corpo de delito poderá ser fei·
® O exame de corpo de delito só poderá ser to em qualquer dia e a qualquer hora.
feito em qualquer hora de dia matutino ouves· RESPOSTA: @
pertino, ou em períodos em que a luz solar pos-
sa iluminar o objeto.
(MÉDICO-LEGISTA - POLICIA CIVIUES- AOCP-
© O laudo sobre o cadáver encontrado deve ® Não sendo possível o exame de corpo de
ser redigido pelos peritos de maneira textual delito, por haverem desaparecido os vestígios,
e descritiva, sendo vedado qualquer desenho a prova documental produzida por terceiro po-
que não represente a fotografia real do corpo. derá suprir-lhe a falta.
@ Nas perícias de laboratório, os peritos guar- ® Em caso de lesóes corporais, se o primei-
darão material suficiente para a eventualidade ro exame pericial tiver sido incompleto, proce·
de nova perícia e, obrigatoriamente, os laudos der-se-á exame complementar exclusivamen-
serão ilustrados com provas fotográficas, ou mi- te por determinação da autoridade policial, de
crofotográficas, desenhos ou esquemas. ofício, ou a requerimento do Ministério Público
® A autópsia será feita pelo menos doze ho- ou do ofendido.
ras depois do óbito, sendo vedado aos peritos © Para representar as lesões encontradas no
fazer a autópsia antes daquele prazo. cadáver, os peritos, quando possível, juntarão
ao laudo do exame provas fotográficas, esque-
••
I> DICA DO AUTOR: ~ possível que, no caso de ha-
mas ou desenhos, devidamente rubricados.
@ Para o efeito de exame do local onde hou-
ver sido praticada a infração, os peritos registra·
ver dois peritos, ocorra divergência nas perlcias. rão, no laudo, as alterações do estado das coi-
Nessa hipótese, a autoridade deverá designar sas e objetivamente descreverão, no relatório,
um terceiro perito; e, se este divergir dos outros as consequências dessas alterações na dinâmi-
dois, poderão ser designados novos exames ca dos fatos.
com novos peritos. Tal providência encontra-se ® No exame para o reconhecimento de es-
prevista no art. 180, CPP. critos, por comparação de letra, observar-se·
RESOLUÇÃO: -á que, para a comparação, unicamente servi-
Alternativa A: INCORRETA. Segundo o art. 160, pa- rão aqueles documentos que já tiverem sido ju-
rágrafo único, CPP, o prazo para a elaboração dicialmente reconhecidos como de punho da
pode ser prorrogado, em casos excepcionais, a pessoa analisada.
requerimento dos peritos.
Alt•rnativa 8: CORRETA. A Assertiva traz a exata re-
daçãodoart. 171,doCPP.
Alt•rnativa C: INCORRETA. Da leitura do art. 165, 1> DICA DO AUTOR: No que se refere ao exame
••
CPP, conclui-se que não é vedada, mas permi- complementar, quando este for feito para aferir
tida, a elaboração de esquemas e desenhos no a gravidade da lesão no crime de lesão corpo-
laudo pericial. ral, a sua realização deverá ocorrer no prazo de
Altornativa D: INCORRETA. O equívoco da alternati- 30 (trinta) dias contados da data do crime (Art.
va está em afirmar que, de forma obrigatória, 168, § 2o, CPP).
os laudos serão ilustrados com provas fotográ- RESOLUÇÃO:
ficas, ou microfotográficas, desenhos ou esque- Alt•rnativa A: INCORRETA. Não há que se falar em
mas, já que o art. 170, CPP, fala em juntada de prova documental produzida por terceiro para
tais documentos sempre que for conveniente. suprir a falta do exame do corpo de delito, mas
Altornatlva E: INCORRETA. A autópsia será feita pelo sim prova testemunhal. E o que afirma o art.
menos seis horas depois do óbito, e não doze. 167, CPP.
No mais, também não é vedado aos peritos rea- Alternativa 8: INCORRETA. O principal erro da Asser-
lizarem o exame antes do referido prazo, nas tiva é a palavra "exclusivamente~ uma vez que
hipóteses em que julgarem possível, segundo também é possível ao juiz determinar o exame
o art. 162, CPP. complementar de ofício, além de ser lícito o seu
RESPOSTA:@ requerimento por parte do acusado ou do seu
defensor.
Alternativa C: CORRETA. Alternativa correta, que
(M!DICO·LEGISTA - POLICIA CIVILIES- AOCP- traz no seu bojo redação literal do art. 165.
22 2019) A respeito da produção probatória
no processo penal brasileiro, assinale a alterna·
Alt•rnativa D: INCORRETA. A incorreção é identi·
ficada quando da afirmativa •objetivamente
tiva integralmente correta. descreverão~ já que os peritos não descreverão
26 Direito Pro<essual Penal
••
I> DICA DO AUTOR: As alternativas que A, B, C e E,
quanto informado, as partes não intervirão na
nomeação do peri to (CPP, art. 276).
Alternativa C: INCORRETA. Assertiva falsa, já que o
apesar de em consonância com a lei, não de· art. 275.1ndica que, ainda quando não oficial, o
vem ser marcadas, uma vez que o enunciado perito estará sujeito à disciplina judiciária.
requer a marcação da Assertiva incorreta. E Alternatln D: INCORRETA. Eexatamente o contrário.
possível encontrar a fundamentação das qua· O art. 280, CPP. afirma que é, sim, extensivo aos
tro alternativas referidas nos artigos 158, 163, peritos, no que lhes for aplicável, o disposto so·
161 e 182, respectivamente, todos do CPP. bre suspeição dos juizes.
RESOLUÇÃO: Alternativa E: INCORRETA. Segundo o art. 270, 111,
Alternativa D: CORRETA. A afirmativa está incorreta, CPP. os menores de 21 anos não podem ser pe·
uma vez que o juiz não se vincula ao laudo peri· ritos, em hipótese alguma.
cial. O art. 182, CPP. informa exatament e o con· RESPOSTA: @
trário. Assim sendo, a Assertiva deve ser marca-
da, tendo em vista que o examinador solicita a
marcação da alternativa incorreta.
R<lfaei Valverde Bastos 27
••
• DICA DO AUTOR: Nesse tipo de questão, deve-se
nhecimento especializada (CPP. art. 159, § 7°) .
RESOLUÇÃO:
Alternativa A: INCORRETA. O erro da Assertiva se en-
estar atento ao fato que de que apenas haverá contra na afirmação que a perícia será feita pelo
uma opção que contém as alternativas corretas. menos quatro horas após do óbito. O correto é
RESOLUÇÃO: que a perícia seja elaborada, pelo menos, seis
Assertiva 1: INCORRETA. A proposição I est~ incor- horas após o falecimento da pessoa, estando a
reta, porque, diferentemente do quanto afir- parte final da Assertiva correta, consoante art.
mado, é extensivo aos peritOS1 no que lhes for 162, CPP.
aplicável, o disposto sobre suspeição dos juízes Alternativa B: CORRETA. Assertiva em pleno acordo
(CCP, art. 280). com o conteúdo do art. 162, parágrafo único
Assertiva 11: CORRETA. Item correto, conforme inte- CPP.
ligência do art. 276, CPP. Alternativa C: INCORRETA. Diversamente do quanto
Assertivalll: INCORRETA. A proposição 111 está erra- informado, a prova testemunha poderá, efeti-
da, j~ que o impedimento ou suspeição decor- vamente, suprir a falta do exame de corpo de
rente de parentesco por afinidade cessará pela delito.
dissolução do casamento que lhe tiver dado Alternativa D: INCORRETA. O Código de Processo
causa, conforme art. 2SS, CPP. Penal não prevê qualquer necessidade de enca-
Assertiva IV: CORRETA. Trata-se de item correto, minhamento do laudo, pelo assistente técnico,
com base no art. 277 do CPP. em conjunto com o perito oficial, mesmo por-
RESPOSTA:@ que os assistentes elaborarão seus respe<tivos
28 Direito Pro<essual Penal
exames após a realização da perícia por parte Alternativa C: INCORRETA. O único erro da questão
do perito oficial. Inteligência do art. 159, § 4•, é quanto ao prazo. Ao invés de 15 (quinze) é de
CPP. I O (dez) dias o período de antecedência míni-
RESPOSTA:@ ma para que os peritos respondam os quesitos
ou questões a serem esclarecidas (art. 159, §5°,
I, CPP).
(PERITO MÉDICo-LEGISTA- CENTRO DE PERICIAS Alternativa D: INCORRETA. O erro da alternativa D
27 CIENTIFICAS RENATO CHAVES- FADESP/PA - 2019)
Acerca da prova pericial, é correto afirmar que:
também diz respeito ao prazo, que não é de
5 (cinco), mas de I O (dez). excepcionalmente
prorrogáveis, para o perito elaborar o exame
® O exame, na falta de perito oficial, será rea- pericial.
lizado por uma pessoa idônea, portadora de di- Alternativa E: INCORRETA. Consoante o art. 177,
ploma de curso superior preferencialmente na CPP, no exame por precatória, a nomeação dos
área especifica, entre as que tiverem habilita- peritos far·se·á no juízo deprecado, e não no
ção técnica relacionada com a natureza do exa- deprecante.
me. RESPOSTA:@
® O assistente técnico atuará a partir de sua
admissão pelo juiz e após a condusão dos exa-
mes e elaboração do laudo pelos peritos ofi- (MÉDICO-LEGISTA - POLICIA CIENTIFICA/SP -
ciais, sendo as partes intimadas desta decisão.
© As partes podem requerer a oitiva dos peri-
28 VUNESP - 2014) Tendo em vista o que dis·
póe o Código de Processo Penal no tocante ao
tos para esclarecerem a prova ou para respon- exame de corpo de delito e das perícias em ge·
derem a quesitos, desde que o mandado de in- ral, é correto afirmar que
timação e os quesitos ou questões a serem es-
clarecidos sejam encaminhados com antece- ® O laudo pericial será elaborado no prazo
dência mínima de 15 (quinze) dias, podendo máximo de 1O dias, podendo esse prazo ser
os peritos apresentarem as respostas em laudo prorrogado, em casos excepcionais, a requeri·
complementar. mento dos peritos.
@ O laudo pericial será elaborado no prazo ® O exame de corpo de delito será realizado
máximo de 5 (cinco) dias. podendo este pra- por perito oficial, portador de diploma de curso
zo ser prorrogado, em casos excepcionais, a re- de Medicina ou, na falta deste, por um médico
querimento dos peritos. de confiança da autoridade policial.
® A nomeação dos peritos far-se·á no juízo © Todosos peritos, oficiais e não oficiais, pres·
deprecante no exame por precatória. tarão o compromisso de bem e fielmente de-
sempenhar o encargo assim que forem nomea·
••
.- DICA DO AUTOR: Deve ser ressaltado que, ape-
dos para realizar a perícia .
@ Serão facultadas ao Ministério Público, ao
assistente de acusação, ao ofendido, ao quere-
sar do quanto contido na alternativa E. excep- lante e ao acusado a formulação de quesitos,
cionalmente, de acordo com o próprio art. 177, sendo, porém, vedada às partes a indicação de
CPP, havendo, na ação penal privada, acordo en· assistente técnico.
tre as partes neste particular, a nomeação dos ® Os cadáveres não poderão ser fotografados
peritos poderá ser feita no juízo deprecante. no local em que forem encontrados, devendo
RESOLUÇÃO: ser levados imediatamente ao Instituto Médico
Alternativa A: INCORRETA. A Assertiva incorre em legal para o exame pericial.
erro apenas ao afirmar que, na falta de perito
oficial, o exame será feito por uma pessoa idô-
nea. Na verdade, quando não se tratar de perito
oficial, haverá, no mínimo, dois peritos não ofi-
••
.- DICA DO AUTOR: A dica do autor da presente
ciais, segundo art. 159, § 1•. CPP. questão vai para a chamada perícia complexa.
Alternativa B: CORRETA. Afirmação correta, confor- Segundo o art. 159, § 7o. em se tratando de pe·
me inteligência do art. 159, §4•, CPP. rfcia complexa que abranja mais de uma área
Rafaei Valverde Bastos 29
© Os itens 111 e IV estão corretos. somente. ® Em regra, não é permitido ao juiz negar a
@ Está correto soment e o item I. perícia requerida pelas partes quando não for
@ Poderá ser realizado somente durante o dia ® A única fórm ula legal para preencher a falta
e no horário de expediente regular da polícia do exame do corpo de delito é a colheita de de-
técnico-científica. poimentos de testemunhas.
® Será indispensável quando a infração dei- ® A confissão do réu pode suprir o exame do
xar vestígio, não podendo suprí-lo a confissão corpo de delito.
do acusado. © O exame do corpo de delito é a materiali-
dade do crime, isto é, a prova de sua existência.
•
1> DICA DO AUTOR: A dica dessa questão vai para o
@ Inexistindo possibilidade de os perit os te-
rem acesso. ainda que indireto, ao objeto a ser
analisado, não se pode suprir o exame de corpo
papel do assistente técnico, que, consoante art. de delito por testemunhas.
159, § 4o, CPP, at uará a partir de sua admissão ® O exame de corpo de delito e outras perí-
pelo j uiz e após a conclusão dos exames e ela- cias serão realizados por perito não oficial.
boração do laudo pelos peritos oficiais.
RESOLUÇÃO:
Alternativa A: INCORRETA. Segundo o Art. 160. Pa-
rágrafo único, CPP. o prazo máximo de elabora-
••
1> DICA DO AUTOR: Em não havendo perito oficial,
ção da perícia é de I O, e não de 30 dias. o exame pericial será realizado por duas pes-
Alternativa B: INCORRETA. De acordo com art. 1 59, soas idôneas, portadoras de diploma de curso
CAPUT, CPP. os peritos oficiais não precisam superior preferencialmente na área especifica,
prestar compromisso, sendo este necessário dentre as que tiverem habilitação técnica rela-
apenas quando a perícia for realizada por ou- cionada com a nat ureza do exame (Art. 159, §§
tras pessoas que não o perito oficial. Assim, a 1• e 2•), CPP.
Assertiva contém dois erros: o primeiro no que RESOLUÇAO:
toca à palavra •exclusivament e: visto que o Art. Alternativa A: CORRETA. Segundo o art. 167, CPP,
159, § 1°, CPP, permit e a elaboração de exame não sendo possível elaborar o exame de corpo
de corpo de delit o por pessoa diversa do perit o de delito, a prova t estemunhar suprir-lhe-á a
oficial; e o segundo se refere à necessidade de falta.
prestação de compromisso por perito oficial, o Alternativa B:INCORRETA. Diferentemente do quan-
que não corresponde à verdade. to afirmado na Assertiva, a confissão não pode
Alternativa C: INCORRETA. Além do Ministério Pú- suprir o exame de corpo de delito, consoante
blico e da defesa, poderão elaborar quesitos ensinamento do art. 158, CPP.
e indicar assistente técnico o assistente de Alternativa C: INCORRETA. O exame de corpo de de-
acusação, o ofendido, o querelante e o acu- lito não é a materialidade do crime, mas o con-
sado, estando assim errada a Assertiva (Art. junto de vestígios mat eriais ou sensíveis deixa-
159. § 3•, CPP). dos pela infração penal. Ele auxilia na busca da
Alternativa D: INCORRETA. Segundo o art. 16 1, materialidade.
CPP, o exame de corpo de delito poderá ser fei- Alternativa D: INCORRETA. Ao contrário do que
to em qualquer dia e a qualquer hora. afirma a alternativa, é possível que a prova tes-
Alternativa E: CORRETA. Alternativa correta, em ple- temunha supra a falta do exame de corpo de
na consonância com o art. 158 do Código de delito, conforme art. 167, CPP.
Processo Penal. Alternativa E: INCORRETA. A Assertiva encontra-se
RESPOSTA:@ equivocada. já que, em regra, o exame de cor-
po de delito e outras perícias serão realizadas
por peritos oficiais, de acordo com ao art. 159,
(MEDICO-LEGISTA DE 3• CLASSE- POLICIA TÉCNI- CPP. Apenas haverá a elaboração de tais exa-
33 CO CIENTIFICA!GO - FUNIVERSA - 2015) Quan-
to ao exame do corpo de delito, segundo o Có-
mes por pessoa diversa do perito oficial, caso
estes não existam na localidade (Art. 159, § 1•,
digo de Processo Penal (CPP). assinale a alter- CPP).
nativa correta. RESPOSTA:@
32 Direito Pro<essual Penal
(PERITO M!DICO LEGAL - SAEB/BA - FCC - 2014) @ Correta, pois a decisão de fotografar ou não
34 A respeito do exame de corpo de delito e
das perícias em geral, considere:
é critério a ser definido pelo perito.
® Incorreta, pois o perito deve obrigatoria-
mente fotografar o cadáver.
I. O exame de corpo de delito poderá ser feito © Coerente, pois a existência de várias teste-
em qualquer dia e a qualquer hora. munhas no local e um cadáver com marcas de
11. Não sendo possível o exame de corpo de tiro são evidências que dispensam fotografar.
delito, por haverem desaparecido os ves· @ Esperada, uma vez que peritos não estão
tígios, a prova t estemunhal poderá suprir· autorizados a fotografar o cadáver, somente
·lhe a falta. médíco"legistas.
111. O juíz ficará adstrito ao laudo pericial, não ® Previsfvel, pois fotografar não é função do
podendo rejeítá·lo, por tratar-se de prova perito, a quem compete unicament e fazer o exa·
tecnica. me do local e aguardar a remoção do cadáver.
@ l e i!.
••
1> DICA DO AUTOR: Ressalte-se que a questão é
® l e lll. excludent e, e pode possuir apenas uma alter·
© 11 e 111. nativa correta.
@ 11. RESOLUÇAO:
® 111. Alternativa 8: CORRETA. O perito deve obrigatoria-
mente fot ografar o cadáver, inclusive na posí·
® As cartas particulares não poderão ser exi- Alternativa E; INCORRETA. O juiz não agirá de ofício
bidas em juízo pelo respectivo destinatário, ain- para devolver eventuais documentos produzi-
da que para a defesa de seu direito, se não hou- dos pelas partes quando findo o processo. Caso
ver o consentimento do signatário. elas tenham interesse, deverão fazer requeri-
© Qualquer fase do processo admite a junta- mento nos autos, para, após ouvido o Ministé-
da de documentos, sempre se providenciando rio Público, o juiz deliberar acerca do pedido. É
a ciência das partes envolvidas, exceto quando a interpretação que se retira do art. 238, CPP.
a lei dispuser em sentido diverso. RESPOSTA: ©
@ Os documentos em língua estrangeira de-
verão ser traduzidos por tradutor público. Na
sua falta, é vedado ao magistrado nomear pes- (PERITO MÉDICO-LEGAL - POLICIA CIVIIJP8 -
soa de confiança e idônea para proceder à tra-
dução, mediante compromisso.
39 CESPE· 2008) Assinale a opção correta acer-
ca da prova em processo penal.
® Findo o processo, o juiz. de ofício, devolverá
o documento à parte que o produziu. @ Em regra, as partes só poderão apresentar
documentos na fase final da ação penal.
RESOLUÇÃO:
•• 42 (PERITO MtDICO-LEGAL - POLICIA CIVIL/PB -
CESPE- 2008) Em relação aos indícios, as-
sinale a opção correta.
Alternativa A: INCORRETA. De acordo com ao art.
279, 11, CPP, os peritos que tiverem prestado @ Considera-se indício a circunstância conhe-
depoimento no processo ou opinado anterior- cida e provada que, tendo relação com o fato,
mente sobre o objeto da perícia, não poderão autorize, por indução. concluir-se a existência
exercer o ofício nesses casos. de outra ou outras circunstâncias.
:16 Direito Pro<essual Penal
RESOLUÇÃO:
••
SUJEITOS DO PROCESSO Alternativa A: INCORRETA. O art. 252, do CPP, traz
hipóteses de impedimento do j uiz. não se in-
(PERITO M!DICO·LEGISTA - POLICIA Tt CNICA/AP cluindo entre as previsões ali contidas o teste·
44 - FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS- 2017) No Pro- munho do cônjuge.
cesso Penal Brasileiro, o intérprete é equiparado: Alternativa 8: INCORRETA. Trata-se de um dos prin-
cípios norteadores do Direito Processual Penal
@ Ao perito. no Brasil, cujo fundamento encontra-se inseri-
® Somente ao perito oficial. do no art. 399, § 2•. segundo o qual o juiz que
© Ao assist ente e ao perito nomeado. presidiu a instrução deverá proferir a sentença.
@ À testemunha e ao especialista. Esse princípio visa garantir que o j ulgamento
® Ao colaborador e ao tradutor. seja prolatado pelo juiz que melhor teve conhe-
cimento dos fatos em questão.
é, o assistente será admitido enquanto não pas- testemunhado a apresentação do preso à auto-
sar em julgado a sentença. ridade. É o que dispõe o art. 304, § 2o, CPP.
RESPOSTA:@ Alternativa C: INCORRETA. Ao ler tal Assertiva, de-
preende-se que relaxar a prisão ilegal é a única
possibilidade do juiz ao receber o auto de pri-
PRISÃO EM FLAGRANTE são em flagrante. Entretanto, é permitido, ain -
da, à autoridade julgadora, além da providência
(M!DICO·LEGISTA- POLICIA CIVIL/ES - AOCP - já indicada, converter a prisão em flagrante em
46 2019) Sobre as prisões cautelares admi-
tidas no ordenamento jurídico b rasileiro, assi-
preventiva ou conceder a liberdade provisória
(Art. 31 O, CPP). Ressalte-se que o outro erro da
nale a alternativa que reproduz corretamente Assertiva é indicar o arbitramento da fiança em
conceito jurídico ou dispositivo legal. casos de relaxamento de p risão, uma vez que a
prisão apenas será relaxada quando se mostrar
® Considera-se em flagrante delito quem é ilegal, e nesses casos não haverá a imposição
perseguido, pela autoridade, pelo ofendido ou de fiança.
por qualquer p essoa, logo após ocorrer situação Alternativa D: INCORRETA. Não existe a condicio-
que faça suspeitar ser ele o autor da infração. nante do motivo de saúde para apresentar o
® A falta de t estemunhas da infração impedi- p reso à autoridade mais próxima em caso de
rá o auto de prisão em flagrante ainda que com não haver autoridade policial no local onde se
o condutor assinem outras duas p essoas que efetuou a prisão. O art. 308 do CPP informa ape-
hajam testemunhado a apresentação do preso nas que, não havendo autoridade no lugar em
à autoridade. que se t iver efetuado a p ri são, o preso será logo
© Ao receber o auto de p risão em flagrante, o apresentado à do lugar mais próximo.
juiz deverá, fundamentadamente, relaxar a pri- Alternativa E: CORRETA. A Assertiva está em p lena
são ilegal com arbitramento de fiança. consonância com a legislação vigente, e é reda-
@ Não havendo autoridade no lugar em que ção literal do art. 302, IV, do Código de Processo
se t iver efetuado a prisão, o preso será logo Penal.
apresentado à do lugar mais p róximo, quan- RESPOSTA: @
do, por motivos de saúde, não puder aguardar
o restabelecimento da primeira.
® Considera-se em flagrante delito quem é (PERITO MÉDICo-LEGISTA DE 3• CLASSE - PC/
encontrado, logo depois, com instrumentos, ar-
mas, objetos ou papéis que façam presumir ser
47 Pl - PCI - 2018) Acerca de Inquérito Poli-
cial e Prisão em Flagrante, assinale a alternati-
ele autor da infração. va CORRETA.
®
._ DICA DO AUTOR: A doutrina p rocessual penal,
• Ao receber o auto de prisão em flagrante,
o juiz deverá obrigatoriamente converter a p ri -
são em flagrante em preventiva .
de forma p raticamente pacífica, classifica o fla- ® Qualquer do povo, as autoridades policiais
grante em próprio/perfeito (Art. 302, I e 11, CPP), e seus agentes deverão prender quem quer
impróprio/imperfeito (Art. 302, 111, CPP) ou fie· que seja encontrado em flagrante delito.
to/presumido (Art. 302, IV, CPP). © Nas infrações permanentes, entende-se o
RESOLUÇAO: agente em flagrante delito até o p razo de 24h.
Alternativa A: INCORRETA. E a presunção - e não @ A autoridade policial enviará os autos do in -
a suspeição - da autoria que permite a caracte- quérito ao juíz competent e, e este fará relatório
rização do flagrante impróprio. É o que consta minucioso do que t iver sido apurado.
do art. 302, 111, CPP. ® Os instrumentos do crime, bem como os
Alternativa 8: INCORRETA. A Assertiva é equivocada, objetos que interessarem à prova, acompanha-
porquanto a falta de testemunhas da infração rão os autos do inquérito.
não impedirá o auto de prisão em flagrante; no
entanto, nesses casos, com o condutor, deverão
assiná-lo pelo menos duas pessoas que hajam ••
R<lfaeiValverde Bastos 39
RESOLUÇAO:
Alternativa A: INCORRETA. De acordo com o artigo
310 do CPP, o juiz terá duas opções além de .- DICA DO AUTOR: Também acerca da prisão em
••
converter a prisão em flagrante em preventiva: flagrante, na hipótese do acusado se recusar a
relaxar a prisão Ilegal ou conceder a liberdade assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto
provisória, com ou sem fiança. Assim, a palavra de prisão em flagrante será assinado por duas
"obrigatoriamente" torna a Assertiva incorreta. testemunhas, que tenham ouvido sua leitura
Alternativa 8: INCORRETA. Alternativa errada, já que na presença deste. ~ o que informa o art. 304,
para a pessoa do povo1 prender quem se en- § 3o, CPP.
contrar em flagrante delito é apenas uma facul· RESOLUÇAO:
dade, enquanto para as autoridades policiais e Alternativa A: CORRETA. A Assertiva está em plena
seus agentes, é um dever (CCP. Art. 301). consonância com a redação do art. 306, CAPUT,
Alternativa C: INCORRETA. Não há um limite tem- CPP. e, portanto, é correta.
poral para se aferir o estado de flagrância. No Alternativa 8: INCORRETA. Na verdade, consoante o
mais, segundo o art. 303, CPP. nas infrações per- artigo 302, 111, do CPP. que disciplina as hipóte-
manentes, o flagrante será verificado enquanto ses de flagrante delito, considera-se em flagran·
não cessar a permanência. te delito, aquele que é perseguido, logo após,
Alternativa D: INCORRETA. Na verdade, o juiz não pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer
fará qualquer relatório, como faz crer a questão. pessoa, em situação que faça presumir ser ele o
~ autoridade policial quem deve elaborar o re· autor da infração. A doutrina indica que esse é
latório minucioso e enviar ao juiz, conforme art. o chamado flagrante impróprio ou imperfeito.
10 § 1°, CPP. Alternativa C: INCORRETA. De acordo com o art. 306,
Alternativa E: CORRETA. Afirmativa correta que traz § 1o, CPP. o prazo descrito na Assertiva existe,
afirmação literal do art. 11, CPP. mas não é de 48 (quarenta e oito), e sim de 24
RESPOSTA:@ (vinte e quatro) horas.
Alternativa D: INCORRETA. Ao contrário do afirma-
do, a falta de testemunhas da infração não im-
(PERITO M!DICO·LEGAL - POLICIA CIVIVES - pedirá o auto de prisão em flagrante; contudo,
48 CESPE- 2013) Sobre a prisão em flagrante,
assinale a alternativa correta, de acordo com as
nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo
pelo menos duas pessoas que hajam testemu-
disposições do Cõdigo de Processo Penal. nhado a apresentação do preso à autoridade. t
o que informa o artigo 304, § 2• CPP.
@ A prisão de qualquer pessoa e o local onde Alternativa E: INCORRETA. Também é considerado
se encontre serão comunicados ímediatamen- em flagrante delito aquele que é encontrado,
te ao juiz competente, ao Ministério Público e logo depois, com instrumentos, armas, objetos
à família do preso ou à pessoa por ele indicada. ou papéis que façam presumir ser ele o autor
® Não se considera em flagrante delito aque· da infração (CPP. artigo 302). t chamado pela
le que é perseguido, logo após, pela autorida- doutrina de flagrante presumido ou ficto.
de, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em RESPOSTA: @
situação que faça presumir ser ele o autor da in-
fração.
© Em até 48 (quarenta e oito) horas após a PRISÃO PREVENTIVA
realização da prisão, será encaminhado ao juiz
competente o auto de prisão em flagrante e, ca- (PERITO MÉDICO-LEGISTA- PCDF/RS- FUNIYER·
so o autuado não informe o nome de seu advo-
gado, cópia integral para a Defensoria Pública.
49 SA - 201S) Acerca da prisão preventiva, as·
sinale a alternativa correta.
@ A falta de testemunhas da infração impedi-
rá o auto de prisão em flagrante. @ Exige-se prova concludente da autoria deli-
® Não se considera em flagrant e delito aque- tiva para que seja decretada a prisão preventiva.
le que é encontrado, logo depois, com instru- ® A imposição preventiva tem por pressupos-
mentos, armas, objetos ou papéis que façam to a presença de prova de materialidade do cri-
presumir ser ele o autor da infração. me e dos indícios de autoria.
40 Direito Pro<essual Penal
t
I> DICA DO AUTOR: fundamental ter em mente
•• de policial.
® Não pode ser decretada por conveniência
da instrução criminal.
que, consoante art. 311, CPP, é cabível a decre- © Será admitida, entre outras hipóteses,
tação de p risão p reventiva em qualquer fase da quando houver dúvida sobre a ident idade ci-
investigação policial ou do processo penal. vil da pessoa.
RESOLUÇAO: @ Não pode ser decretada no curso do proces-
Alternativa A: INCORRETA. Não se exige prova con- so penal, mas apenas nas fases investigatórias.
cludente da autoria delitiva para a decretação ® Não requer, em regra, a prova da existência
de prisão preventiva. Segundo o art 312, será do crime.
possível a decretação da prisão p reventiva
como garantia da ordem pública, da ordem
econômica, por conveniência da instrução cri-
minal. ou para assegurar a aplicação da lei pe- 1> DICA DO AUTOR: E possível encontrar outros
••
nal, quando houver p rova da existência do cri- requisitos para a decretação de prisão p reven-
me e indicio suficiente de autoria, não havendo t iva no artigo 313, CPP, que destaca que será
que se falar em prova concludente. admitida a medida de restrição à liberdade nos
Alternativa 8: CORRETA. Assertiva de acordo com crimes dolosos punidos com pena privat iva de
a lei, especificamente com a parte final do art. liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;
312, CPP, que informa que a prisão preventiva se o agente do criminoso tiver sido condenado
será decretada quando houver prova da exis- por outro crime doloso, em sentença t ransita-
tência do crime (materialidade) e indícios sufi- da em julgado; se o crime envolver violência
cientes de autoria. doméstica e familiar contra a mulher, criança,
Alternativa C: INCORRETA. Não há a previsão de adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com de-
obrigatoriedade de prisão preventiva nos casos ficiência, para garantir a execução das medidas
de crime hediondo. O art. 313, CPP. cuida de h i- p rotetivas de urgência.
póteses objetivas em que caberão, observados RESOLUÇÃO:
os termos do art. 312, CPP. a prisão preventiva, Alternativa A: INCORRETA. Diferentemente do quan-
inexistindo qualquer menção a crimes hedion- do afirmado, a p risão preventiva não depende
dos. Ademais, o STF entende que a gravidade necessariamente de requerimento do Ministé-
genérica do crime não é suficiente para autori- rio Público ou de representação da autoridade
zar a prisão preventiva. policial. Ela também pode se dar a pedido do
Alternativa D: INCORRETA. Segundo a doutrina ma- querelante ou do assistente, sendo factfvel, in-
joritária, condições pessoais favoráveis como clusive, que o juiz a decrete de oficio, isto é, sem
bons antecedentes, primariedade, profissão qualquer provocação.
definida e residência fixa não impedem a de- Alternativa B: INCORRETA. De acordo com o art. 312,
cretação de sua prisão preventiva. CPP, a prisão preventiva poderá ser decretada
Alternativa E: INCORRETA. Segundo o art. 312, pará- por conveniência da instrução criminal, sendo
grafo único, CPC, a prisão preventiva poderá ser possfvel o seu decreto, ainda, como garantia da
decretada em caso de d escumprimento de ordem pública, da ordem econômica ou para
qualquer das obrigações impostas por força de assegurar a aplicação da lei penal. quando hou·
outras medidas cautelares (art. 282, § 4°), o que ver prova da existência do crime e indicio sufi-
torna a Assertiva completamente incorreta. ciente de autoria,
R<lfaei Valverde Bastos 41
Alternativa C: CORRETA. Afirmativa correta, confor- Alternativa E; INCORRETA. A prisão preventiva tem
me a primeira parte da redação do art. 313, CPP. como um dos requisitos necessários a prova da
parágrafo único, que também afirma ser admis- existência do crime. A redação do art. 312, do
sível a prisão preventiva quando houver dúvida CPP. é clara ao informar que a p risão preventiva
sobre a identidade civil da pessoa ou quando poderá ser decretada como garantia da ordem
esta não fornecer elementos suficientes para pública, da ordem econômica, por conveniên-
esclarecê-la, devendo o preso ser colocado cia da instrução criminal, ou para assegurar a
imediatamente em liberdade após a identifica- aplicação da lei penal, quando houver prova
ção, salvo se outra h ipótese recomendar a ma- da existência do crime e indício suficiente de
nutenção da medida. autoria.
Alternativa D: INCORRETA. A prisão preventiva é cabf- RESPOSTA: ©
vel em qualquer fase da investigação policial ou
do processo penal, segundo o artigo 311 do CPP.
• • • RESUMO PRÁTICO • • •
expressamente quais são os critérios para a 3.2.6 - Conexão ou Continê-ncia - Ambos são institu-
determinação da competência, que serão a tos que determinam a alteração ou prorroga-
seguir estudados. ção da competência em determinadas situa·
ções que são trazidas expressamente pelos ar-
3.2.1- Competênda pelo lugar da infraç~o- Competên· t igos 76 e 77 do Código de Processo Penal, dis-
da de foro/territorial/rotione/oci- Constitui regra a positivos de importante leitura para a boa pre-
determinação da competência pelo lugar em paração do candidato.
que se consumar a infração ou, no caso da ten·
tativa, pelo lugar em que foi praticado o ú ltimo 3.2.7- Compttência por Prtrrogativa de Função- Com·
ato de execução. Entretanto, em face das possi· pttência rationepenonoe- Esta competência é atri ·
bilidades de execução da infração em lugares buída a determinados órgãos do Poder Judiciá-
distintos ou incertos, o legislador p reocupou· rio para processar e ju lgar determinadas pes·
-se em estabelecer as seguintes regras comple- soas, em razão de garantia inerente ao cargo
mentares no art. 70 do CPP. cuja leitura se mos· ou função que elas ocupam, isto é, a prerrogati·
tra de relevada importância. va que decorre da importância da função exer-
cida pela pessoa. Alguns d esses Órgãos do Po-
3.2.2 - Competência pelo domicilio 011 residência do der Judiciário são o Supremo Tribunal Federal,
Réu I Subsidiária - Estabelece o CAPUT do arti· Superior Tribunal de Justiça, Senado Federal,
go 72 que, em não sendo conhecido o lugar da Tribunais Regionais Federais, Tribunais de Jus-
infração (competência pelo lugar da infração), a t iça Estaduais.
competência será firmada pelo local dodomicOio
ou residência do Réu. Ou seja, o critério da com· 4- TEORIA GERAL DA PROVA
petência pelo domicOio ou residência do Réu é
subsidiário em relação ao critério do lugar da in· 4.1 - Conctito de Prova - Considera-se prova, todo
fração, sendo que apenas será aplicado quando elemento pelo qual se busca mostrar a existên·
desconhecido o lugar da infração. da e a veracidade de determinado fato, pres-
tando-se, principalmente, a influenciar e emba·
3.2.3- Competênda pela natureza da infração- Após a saro convencimento do julgador.
observância dos dois critérios supramenciona·
dos para fixação do foro competente, deve-se 4.2- Meios de prova - São os instrumentos ou ati-
observar a natureza d a ação para fixação da jus· vidades por meio d as quais os elementos de
tiça competente para o julgamento em determi· prova são introduzidos no p rocesso. Exemplos:
nada comarca, sendo que dependendo da espé· testemunha, documento, perícia.
cie do crime cometido o julgamento poderá ser
competência da Justiça Especial (militar ou elei· 4.3 - Objetos de prova - São os fatos p rincipais ou
tora!) ou da Comum (Estadual ou Federal). secundários que demandam uma apreciação
judicial e exijam uma comprovação.
3.2.4 - Prevenção - Após fixado o foro competen-
te, bem como a justiça competente, é possível 4.4 - ~ntts d• prova - São as pessoas ou coisas
que exista a situação em que mais de um juiz das quais possa se conseguir a prova. Exemplo:
teria competência para atuar, sendo que se· denúncia.
rá prevento, isto é, considerado o juiz compe-
tente, aquele adiantar-se aos demais na prática 4.5 - Fatos que independem de prova:
de algum ato ou medida a este relativa, ainda a) Fatos axlomàticos ou intuitivos- São os fatos con-
que anterior ao oferecimento da denúncia ou siderados evidentes. Exemplo: na h ipóte-
da queixa, como decretação da prisão preventi· se da ocorrência de um acidente aéreo, se-
v a ou concessão de fiança, por exemplo. rá desnecessário submeter uma vitima com o
corpo carbonizado a exame pericial para afe-
3.2.5 - Distribuição - Não havendo prevenção, rir a sua morte, tendo em consideração que
processar-se-á a distribuição, realizada por sor· esta é evidente.
leio para fixação de um determinado juiz den· b) Fatos notórios - São os fatos de conhecimento
tre os competentes. gerai em determinado meio. Exemplo: não é
R<lfaei Valverde Bastos 45
necessário provar que determinado Fernan- sem ter sido juntada aos autos com antecedên-
do Henrique Cardoso foi Presidente do Brasil. cia mínima de três dias, violando a regra con·
c) Presunções legais -Verdades que a lei estabele- tida no art. 479do Código de Processo Penal.
ce. Podem ser absolutas (juris et de iure), que
não admitem prova em contrário, ou relativas 4.10- Prova Ilícita - Obtida com violação a regras
(juris tancum), que admite prova em contrário. de d ireito material ou normas constitucionais.
Exemplo: menor de 18 anos é inimputável. Exemplos: provas obtidas com violação do do-
d) Opróprio Direito -O direito não p recisa ser p ro· micílio, mediante tortura, por meio de intercep-
vado, salvo nos casos de leis estaduais, estran- tação ilegal de comunicação.
geiras, normas administrativas e costumes.
4.11 - Prova lllc"a por derivação - É aquela que é
4.6. Prova emprestada -~ a utilização da prova em aparentemente lícita, mas que por se originar
um processo d istinto daquele pelo qual ela foi de uma prova ilfcita, também atrai a ilicitude
produzida. Somente será permitida a utilização (art. 157, § 1•, do CPP). É a aplicação d a teoria
da prova emprestada se usada contra quem fruits of the poisonous rree, do Direito norte-a-
participou do processo anterior (no qual foi mericano, ou, '"frutos da árvore envenenada":.
produzida), sendo observado o contraditório
na admissibilidade e na colheita das p rovas. A Observação - Não sendo evidenciado o nexo de
prova emprestada tem o mesmo valor que a causalidade entre determinada prova e aquela
prova originariamente produzida. tida como il ícita, bem como se ela puder ser ob-
tida por fonte independente da ilícita, será con·
4.7 - Sistemas de apreciação da prova: si dera da lícita (art. 157, § 1•, do CPP).
a) Prova legal ou Tarifado - As provas têm valor
preestabelecido. Aparece em nosso ordena- 5 - PROVAS EM ESPtCIE
mento como exceção, no art. 158 do CPP.
b) Convicção íntima do juiz ou certeza moral- O j uiz é 5.1 - Exame Pericial (artigos 158 a 184 do CPP) -
livre para apreciar a p rova e não precisa fun- É o exame realizado por p rofissional com
damentar sua decisão. Vigora em nosso orde- conhecimentos técnicos em determinada área
namento, também como exceção, no julga- do conhecimento, a fim de auxiliar o julgador
mento pelo Tribunal do Júri. na formação de sua convicção. Olaudo pericial é o
c) Livre convencimento motivado do juiz ou persuasão ra· documento elaborado pelos peritos, resultante
cional - É o sistema adotado como regra pe- do que foi examinado na perícia.
lo nosso Direito, conforme art. 155, caput, do Aperícia pode ser realizada no bojo do inquérito policial
Código de Processo Penal, conjugado com o ou do processo, a qualquer dia e horário (art. 161 do
art. 93, IX, da Constituição da República. CPP), devendo ser observado o prazo de dez dias
para a elaboração do laudo, prorrogavel por Igual perío-
4.8 - Onus da p rova - É o encargo que recai do em casos excepcionais (art. 160, parágrafo único,
sobre as partes no que toca à prova dos fatos do CPP). Tanto a autoridade que determinar a
que alegam. Nos termos do art. 156 do Código perícia quanto as partes poderão oferecer que-
de Processo Penal, o ônus da prova incumbe a sitos até a realização do ato.
quem fizer a alegação. De acordo com a dou- O exame pericial, em regra, será realizado por
trina tradicional, cabe à acusação provar a exis- per"o oficial, portador de diploma de curso su-
tência do fato criminoso, de causas que impli- perior. Se a perícia for considerada complexa, is-
cam aumento de pena, autoria do crime, e tam- to é, abranja mais de uma área de conhecimen-
b ém p rova dos elementos subjetivos do crime to específico, serão designados dois peritos (159, §
(dolo ou culpa). Ao réu, por sua vez, cabe pro- 7•, do CPP), o que ocorre apenas de forma ex·
var excludentes de ilicitude, de culpabilidade e cepcional.
circunstâncias que diminuam a pena. caso não haja perito oficial disponfvel na localidade, a
perícia será efetivada por duas pessoas idôneas, porta-
4.9 - Prova Ilegítima - É obtida com violação doras de diploma de curso superior e, de preferência,
de regras de ordem processual. Exemplo: com habifítaçáo na área em que for realizado o
utilização de prova nova no plenário do júri, exame, as quais deverão prestar compromisso
46 Direito Pro<essual Penal
5.8 - Documentos (artigos 231 a 23$ do CPP) - De acor- tores de imunidades, parlamentares ou diplo-
do com o Código de Processo Penal, consideram- máticas (as imunidades parlamentares podem
-se documentos quaisquer escritos, instrumen- ser afastadas pela casa do Congresso Nacional
tos ou papéis, públicos ou particulares (art. 232). a qual pertence o acusado).
Os documentos podem ser públicos, que go- No mais, aqueles considerados como inimputá-
za de presunção relativa de veracidade, ou par- veis em razão de desenvolvimento mental in-
ticulares. A cópia autenticada do documento completo ou retardado não sofrerão aplicação
tem o mesmo valor que o documento original. de pena em caso de cometimento de determi-
nada infração penal, mas sim de medida de se-
5.9 -lndíáos (artigo 239 do CPP) -Indício, na defini- gurança.
ção legal, é toda circunstãncia conhecida e pro-
vada, a partir da qual, mediante raciocínio lógi- 6.4 - Defensor -~ o profissional, com qualificação
co, chega-se à conclusão da existência de ou- técnica (advogado), responsável pela realiza-
tro fato. ção da defesa daquele que está sendo acusado.
A prisão temporária somente pode ser decreta- preso com instrumentos, armas, objetos ou
da em face da representação da autoridade po- papéis que presumam ser ele o autor do de-
licial ou a requerimento do Ministério Público, lito, logo depois de decorrer a infração (art.
devendo ambas serem fundamentadas. 302, IV, CPP);
O tempo máximo de duração da prisão é de d) Flagrante facultativo - É a faculdade legal que
5 (cinco) dias para os crimes comuns, e de 30 autoriza qualquer do povo a efetuar ou não
(trinta) diaspara os hediondos, podendo ser a prisão (art. 301, CPP).
prorrogada por igual período, em ambos os ca-
sos, desde que comprovada necessidade.
REFER[NCIAS
7.2- Prisão Preventiva- Artigos. 311 a 316 do CPP- E
a prisão provisória decretada pelo juiz em qual- 1. Brasil. Constituição Federal (1988) (acesso em:
quer fase do inquérito policial ou da instrução 2020 abr. 21). Disponível em: http:f/www.pla-
criminal, para garantir a ordem jurídica social. nalto.gov.br/ccivi1_03/constitvicao/constituica-
Diferentemente da prisão temporária, a prisão ocompilado.htm.
preventiva poderá ser decretada de ofício pelo 2. Brasil. Decreto-Lei 3.689 (1941) (acesso em:
j uiz, isto é, por sua própria iniciativa, sem a ne- 2020 abr. 21 ). Disponível em: http:f/www.pla-
cessidade de anterior provocação. nalto.gov.br/ccivi1_03/decreto-lei/del3689com-
Segundo o artigo 312 do CPP, a prisão preven- pilado.htm
tiva pode ser decretada como garantia da or- 3. BRASIL. Decreto·Lei 2.848 (1940). Disponível
dem pública, garantia da ordem econômica, em: <http://www.planalto.gov.br/ccivii_03/ de-
por Conveniência da instrução criminal, ou ain- crete>-lei/del2848compilado.htm>. Acesso em:
da para assegurar a aplicação da lei penal. 16jun. 2019.
Para que seja p ossível o decreto da prisão pre- 4. Oliveira EP. Curso de Processo Penal. 10. ed. Rio
ventiva, é necessário que se trate de crime do- de Janeiro: lumen Juris; 2008.
loso punidos com pena privativa de liberda- s. Lopes Junior A. Direito Processual Penal. 14. ed.
de máxima superior a 4 (quatro) anos, tenha São Paulo: Saraiva; 2017.
o agente criminoso sido condenado por outro 6. 6. Mirabete JF. Processo Penal. Sao Paulo: Atlas;
crime doloso, em sentença transitada em julga- 2005. v. I.
do, ou ainda, se o crime envolver violência do- 7. Capez F. Curso de Processo Penal. 12. ed. São
méstica e familiar contra a mulher, criança, ado- Paulo: Saraiva; 2005. v. 1,
lescente, idoso, enfermo ou pessoa com defi- 8. Costa Filho F. Manual de Processo Penal. 8. ed.
ciência, para garantir a execução das medidas São Paulo: Saraiva; 2006.
protetivas de urgência (CPP. Art. 313). 9. Távora N, Rodrigues RACA Curso de Direito Pr~
cessual PenaL 9. ed. Salvador: Juspodivm; 20'14.
7.3- Prisão em Flagrante- Artigos 301 a 310 do CPP- 1O. Esquematizado OAB. 3. ed. São Paulo: Saraiva;
Ocorre a prisão em flagrant e quando o agente 2018.
criminoso é pego cometendo a infração penal
ou quando acabou de cometê-la.
Os artigos 301 e 302 do Código de Processo Pe-
nal preveem as hipóteses de flagrante, que a
dout rina divide da seguinte forma:
a) Flagrante próprio (propriamente dito, real ou ver-
dadeiro)- Quando o agente é surpreendido
cometendo a infração penal ou quando
acaba de cometê-la (art. 302, 1e 11, CPP);
b) Flagrante impróprio (irreal ou quase flagrante) - Se
dá quando o agente é perseguido, logo após
a infração, em situação que faça presumir ser
o autor do fato (art. 302,111, CPP);
<)Flagrante presumido {ficto ou assimilado) - É
configurado na hipótese de o agente ser
Direito Penal
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS ser punido por fato que lei posterior deixa de
considerar crime, <essando em virtude dela a
(PERITO M!DICo-LEGAL · POLICIA CIVIL/IS• FUN· execução e os efeitos penais da sentença con·
01 CAB • 2013) Assinale a alternativa correta a
respeito d a ap licação d a lei penal no t empo.
denatória~
Alternativa C: INCORRETA. O Código Penal, em seu
art. 4o, considera praticado o crime no momento
@ A lei anterior, q uando for mais favorável, te· da ação ou omissão, ainda que outro seja o mo-
rá ultra-atividad e e prevalecerá mesmo ao tem- mento do resultad o.
p o d e vigência da lei nova, apesar de já estar re· Alternativa D: INCORRETA. A Constituição Federal,
vogada. Carta Magna d e nosso ord enamento j uríd ico,
® Ninguém pode ser cond enado por fato q ue em seu art. s•, inciso XXXIX, determina que não
lei posterior deixa d e co nsiderar crime, mas não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena
cessam, em virtud e dela a execução e os efeitos sem prévía cominação legal. De forma ainda
p enais d a sentença condenat ória proferida sob mais clara, no Inciso XL d o mesmo artigo, pres-
a égide da lei anterior. creve q ue a lei penal não retroagirá, salvo p ara
© Aplica-se ao crime a lei vigente no momen- beneficiar o réu.
to em q ue se verificar o seu resultad o. Alternativa E: INCORRETA. No q ue tange aos crimes
@ A lei nova incriminadora d eve ser aplicad a permanentes, há súmula editada pelo Superior
também aos fatos criminosos p raticados antes Tribunal de Justiça, n• 711, segund o a qual a lei
de sua vigência, desd e que não haja sentença penal mais grave ap lica-se ao crime continua·
absolu tória t ransitada em j ulgad o. do ou ao críme permanente, se a sua vígência
® Nos crimes permanentes, não se ap lica a é anterior à cessação da continuidade ou da
lei penal mais grave, em vigor antes de cessar permanência.
a permanência, que seja posterior ao inicio de RESPOSTA:@
sua execução.
RESOLUÇÃO:
•• 02 (PERITO MÉDICO-LEGAL· POLICIA CIVIL/IS• FUN·
CAB • 2013) Na h ipót ese de uma terceira
pessoa desviar a mão do homicida no exato
Alternativa A: CORRETA. Adot a-se no Direit o Brasi· instante em que este efet uava disparos de arma
leiro a regra segundo a qual o crime é regid o de fogo em direção ao peito da vitima, vindo
p ela lei vigente ao t empo de sua p rática. Trata· ap enas a lhe g erar lesão corporal, o agente res·
-se do prindpio rempus regir acrum, ao qual são ponderá por:
exceções a ultra-at ividade e a retroatividade d a
lei mais benéfica. @ homicfdio d oloso consumado, pois o resul-
Alternativa 8: INCORRETA. O art. 2• do Código Pe· tado morte somente não ocorreu por circuns-
nal prevê expressamente que "Ninguém pode t âncias alheias à sua vontad e.
50 Direito Penal
® tentativa de homicídio, porque, muito em- te ineficaz, não havendo razões para se falar em
bora tenha dado início aexecução do crime, es- crime impossível, a teor do art. 17, do Código
te não se consumou por circunstâncias alheias Penal. De igual modo, não há que se falar em
à sua vontade. lesão corporal, muito menos culposa, posto
© tentativa de lesão corporal seguida de mor- que o agente pretendeu e tentou praticar cri-
te, a qual não se consumou por circunstâncias me de homicídio, havendo presença de dolo, a
alheias à sua vontade. teor do art. 18, inciso I, do Código Penal, pois o
@ lesão corporal dolosa consumada, em con- agente "quis o resultado ou assumiu o risco de
curso com tentativa de homicídio, o qual não produzi-lo•.
se consumou por circunstâncias alheias à sua RESPOSTA: @
vontade.
® lesão corporal culposa, sendo o homicídio,
nesse caso, caracterizado como crime impossf- (PERITO MiDICO·LEGAL- POLICIACIVIL/ES · FUN·
vel, em virtude de ter sido o meio adotado ab-
solutamente ineficaz.
03 CAB · 2013) Segundo o Código Penal, con-
sidera-se praticado o crime no lugar:
RESOLUÇÃO:
• @ em que ocorreu o resultado, pouco impor-
tando a ação ou a intenção do agente, adotan-
do-se a teoria do resultado ou do evento.
Alternativa A: INCORRETA. O agente deve responde ® no qual se realizou a conduta típica, sendo
por homicfdio em sua modalidade tentada (art. irrelevante a localização dos efeitos do crime,
121, clc art. 14, inciso 11, ambos do Código Pe- adotando-se a teoria da ação ou da atividade.
nal), uma vez que o resultado morte somente © onde, segundo a intenção do agente. deve-
não ocorreu por razões alheias à sua vontade. ria ocorrer o resultado, adotando-se a teoria da
Alternativa B: CORRETA. O crime pretendido pelo intenção.
autor, e ao qual iniciou os atos executórios, foi o ® em que se verificou o ato executivo, indepen-
de homiddio. Entretanto, o mesmo não foi con- dentemente do local do resultado, adotando-se
sumado por circunstâncias alheias à sua vonta- a teoria da ação a distAncia ou da longa mão.
de. Assim, responderá o agente por homicídio ® tanto onde ocorrida a ação quanto onde se
tentado, segundo Art. 121, çfc Art. 14, inciso 11, produziu ou deveria produzir-se o resultado, ou
ambos do Código Penal. ainda no lugar do bem jurídico atingido, ado-
Alternativa C: INCORRETA. O delito incialmente tando-se a teoria pura da ubiquidade, mista ou
pretendido pelo agente, e ao qual conduziu unitária.
de forma tentada, foi o homicídio, e não lesão
corporal seguida de morte (hipótese de crime
preterdoloso, em que o agente comete a lesão
corporal a titulo doloso, e o resultado morte RESOLUÇÃO:
•
sobrevém, sem que o agente o tenha deseja- Alternativa A: INCORRETA. Segundo a teoria mista
do, ou mesmo assumido o risco de produzi·lo ou da ubiquidade, adotada pelo Código Penal
- dolo no crime antecedente e culpa no crime pátrio, considera-se lugar do crime também
subsequente}. o local em que ocorreu a ação ou omissão, no
Alternativa D: INCORRETA. O agente agiu com dolo, todo ou em parte.
pretendendo cometer o crime de homicídio, e Alternativa 8: INCORRETA. O Código Penal não ado·
somente não conseguiu o resultado por razões tou a teoria da ação ou atividade, mas sim mis-
alheias à sua vontade, configurando homicídio ta ou da ubiquidade, considerando-se também
em sua modalidade tentada. Não há espaço como local do crime o local onde se deu ou de-
para o crime de lesão corporal consumada, pois veria produzir-se o resultado.
as lesões causadas à vítima configuram homicí- Alternativa C: INCORRETA. A teoria adotada pelo Có-
dio tentado, devendo responder o agente ape- digo Penal. em seu art. 6•, é a teoria mista ou da
nas por esta última figura delitiva. ubiquidade, segundo a qual considera-se como
Alternativa E: INCORRETA. A questão não narra que lugar do crime tanto onde houve a conduta
o meio utilizado pelo agente era absolutamen- quanto o local onde se deu o resultado.
Ana (arolinadeOliveira Sousa 51
Alternativa D: INCORRETA. O Código Penal adotou a disciplinadas pela lei n• 3.688/41, como pena
teoria mista ou da ubiquidade. segundo o art. privativa de liberdade aplicável apenas prevê a
6• do Código Penal. possibilidade de prisão simples, no art. 5•, inci·
Alternativa E: CORRETA. O Código Penal, em seu so I, da referida lei.
artigo 6•, consagrando a teoria da ubiquidade, Alternativa E: INCORRETA. Segundo a teoria bipar·
prevê que se considera praticado o crime no lu· tida, adotada em nosso ordenamento jurídico
gar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo penal, infração penal é gênero, do qual são es·
ou em parte, b em como onde se produziu ou pécies o crime/delito (entendidos como sinôni·
deveria produzir-se o resul tado. mos) e contravenções penais.
RESPOSTA:@ RESPOSTA: @
(PERITO MÉDICO·LEGAL· POLICIA CIVILJP8 • CES· (PERITO MÉDICO-LEGAL· POliCIA CIVILJP8 • CES·
04 PE • 2008) A respeito da infração penal no
ordenamento jurídico brasileiro, assinale a op-
05 PE • 2008) Em relação aos sujeitos ativo e
passivo da infração penal no ordenamento ju·
ção correta. rídico b rasileiro, assinale a opção INCORRETA.
@ Crimes, delitos e contravenções são termos ® A pessoa jurídica não pode ser sujeito ativo
sinônimos. de infração penal.
® Adotou-se o critério tripartido, existindo di· ® Sujeito ativo do crime é aquele que pratica
ferença entre crime, delito e contravenção. a conduta descrita na lei.
© Adotou-se o critério bipartido, segundo o © Sujeito passivo do crime é o titular do bem
qual as condutas puníveis dividem-se em crimes jurídico lesado ou ameaçado pela conduta cri·
ou contravenções [como sinônimos) e delitos. minosa.
@ O critério distintivo entre crime e contra· @ O conceito de sujeito ativo da infração pe·
venção é dado p ela natureza da p ena privativa nal abrange não só aquele que pratica a ação
de liberdade cominada. principal, mas também quem colabora de algu·
® A expressão infração penal abrange apenas ma forma para a prática do fato criminoso.
crimes e delitos. ® Parte da doutrina entende que, sob o as-
pecto formal, o Estado é sempre sujeito passi·
•• vodocrime .
RESOLUÇÃO:
Alternativa A: INCORRETA. Segundo o sistema penal
pátrio adotado, contravenção não é expressão RESOLUÇÃO:
••
sinônima de crime/delito. Alternativa A: INCORRETA. A pessoa jurídica pode fi.
Alternativa 8: INCORRETA. O Direito Penal Brasileiro gurar como sujeito ativo de crimes ambientais,
não adotou o sistema tripartído, de modo que consoante a Lei n• %05/98, em regulamenta·
somente existe diferença entre crime = delito çâo ao art. 225, §3•, da Constituição Federal.
(entendidos como sinônimos) e contravenções Alternativa 8: CORRETA. Sujeito ativo de crime é a
p enais. pessoa que p ratica a conduta descrita na lei,
Alternativa C: INCORRETA. Adotou-se o critério bi· que pratica os verbos contidos na descrição
partido, segundo o qual as condutas puníveis normativa.
são classificadas entre crime ou delito (enten- Alternativa C: CORRETA. Sujeito passivo do crime é
didos como sinônimos) e contravenções penais o titular do bem j urídico lesado ou ameaçado,
(lei 3.688/41 ). do bem jurfdico tutelado pela norma penal.
Alternativa D: CORRETA. Segundo o Código Penal. Alternativa D: CORRETA. Conforme o art. 29, caput,
especificamente em seu artigo 32, à p rática de do Código Penal, quem de qualquer modo con-
crime correspondem, dentre outras, as penas corre para o crime, incide nas penas a este co-
privativas de liberdade, que se dividem em de· minadas, na medida de sua culpabilidade.
tenção e reclusão. conforme o art. 33, do Códi· Alternativa E: CORRETA. A doutrina d iferencia entre
go Penal. As contravenções penais, por sua vez, dois tipos de sujeito passivo: sujeito passivo
52 Direito Penal
material, compreendido como o titular do bem Alternativa E: INCORRETA. A legítima defesa suces-
jurídico efetivamente ofendido pela conduta; siva, definida pela doutrina como a hipótese
e sujeito passivo constante ou formal, que é a em que alguém se defende do excessivo de
coletividade ou o Estado, que também sofre os legítima defesa, é permitida no ordenamento
efeitos da conduta criminosa. jurídico.
RESPOSTA:@ RESPOSTA: @
RESOLUÇAO:
• RESOLUçAO:
•
Alternativa A: INCORRETA. O Código Penal, em seu Alternativa A: INCORRETA. O Código Penal, em seu
art. 23, parágrafo único, traz a figura do excesso artigo 23, estabelece que não há crime quando
punível, segundo o qual •o agente, em qual- o agente pratica o fato em estado de necessi-
quer das hipóteses deste artigo, responderá dade, em legítima defesa, em estrito cumpri-
pelo excesso doloso ou culposo". mento de dever legal ou no exercício regular
Alternativa 8: CORRETA. A legítima defesa é defini- de direito, não trazendo em seu rol a previsão
da no Código Penal, em seu artigo 25, segundo dos institutos da emoção ou paixão.
o qual atua em legítima defesa quem, usando Alternativa 8: CORRETA. O Código Penal, em seu
moderadamente dos meios necessários, repe· artigo 23, traz as hipóteses de excludentes de
le injusta agressão, atual ou iminente, a direito ilicitude, quais sejam: o estado de necessidade,
seu ou de outrem. A definição legal não men· a legítima defesa, o estrito cumprimento de de·
ciona que a injusta agressão repelida pela legí- ver legal e o exercício regular de direito.
tima defesa deve ser a prática de crime. Alternativa C: INCORRETA. O Código Penal, em seu
Alternativa C: INCORRETA. Segundo a definição de artigo 23, estabelece que não há crime quando
legítima defesa trazida pelo Código Penal, art. o agente pratica o fato em estado de necessi-
25, a mesma pode ser utilizada para repelir in- dade, em legitima defesa, em estrito cumpri-
justa agressão a direito "seu ou de outrem: den- mento de dever legal ou no exercício regular
tre outros requisitos. de direito, não trazendo em seu rol a previsão
Alternativa D: INCORRETA. Consoante dispõe o art. dos institutos da emoção ou paixão. Pelo con-
25 do Código Penal, a legítima defesa •repele trário, em seu art. 28 estabelece que a emoção
injusta agressão, atual ou iminente". ou paixão nâo excluem a imputabilidade penal.
Ana (arolinadeOliveiraSousa 53
Alternativa D: INCORRETA. O Código Penal, em seu agressão, atual ou iminente; o estado de ne<tssidade,
artigo 23, estabelece que não há crime quando por sua vez, se presta a salvar de perigo atual.
o agente pratica o fato em estado de necessi· RESOLUÇAO:
dade, em legítima defesa, em estrito cumpri- Alternativa A: INCORRETA. O Código Penal, em seu
mento de dever legal ou no exercício regular de artigo 25, p receitua que age em legitima defe-
direito, não trazendo em seu rol a p revisão do sa quem, usando moderadamente dos meios
instituto da embriaguez. A embriaguez, volun· necessários, repele injusta agressão, atual ou
tária ou culposa, nos moldes do art. 28, inciso 11, iminente, a direito seu ou de outrem. O Códi·
do CP, não excluem a imputabilidade. go Penal não abrange na legitima defesa uma
Alternativa E: INCORRETA. O Código Penal, em seu injusta agressão futura. Ela deve ser atual (deve
artigo 23, estabelece que não há crime quando estar acontecendo), ou ao menos iminente (em
o agente pratica o fato em estado de necessi· vias de acontecer).
dade, em legitima defesa, em estrito cumpri- Alternativa B: INCORRETA. A coação irresistivel e
mento de dever legal ou no exercício regular obediência hierárquica, d isciplinadas no art. 22
de direito, não trazendo em seu rol a previsão do código penal, configuram hipóteses exclu-
dos institutos da emoção ou paixão. dentes de culpabilidade.
RESPOSTA:@ Alternativa C: INCORRETA. O parágrafo único do art.
23, do Código Penal. é claro ao prever que o
agente, em qualquer das hipóteses deste arti-
(PERITO M!DICO·LEGAL · POL[CIACIVIUPB • m- go (ou seja, em legítima defesa, estado de ne·
08 PE · 2008) Acerca dos institutos da tip ici-
dade, da antijuridicidade e da culpabilidade
cessidade, estrito cumprimento de dever legal
ou no exercício regular de direito), responderá
previstos no Código Penal (CP), assinale a op- pelo excesso doloso ou culposo.
ção correta. Alternativa D: INCORRETA. O estado de necessidade
é delimitado pelo Código Penal em seu artigo
@ Entende-se em legítima defesa quem, usan· 24, que determina que se considera em estado
do moderadamente dos meios necessários, re- de necessidade quem pratica o fato para salvar
pele injusta agressão atual, iminente, ou futura, de perigo atual, que não provocou por sua von-
a direito seu ou de outrem. tade, nem podia de outro modo evitar, d ireito
® Coação irresistivel e obediência hierárquica próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circuns-
excluem a conduta do agente. tâncias, não era razoável exigi r~se. Assim, não
© Quem age no estrito cumprimento do de- há que se falar em perigo atual ou iminente.
ver legal não responde pelo excesso doloso ou Alternativa E: CORRETA. A alternativa traz o exato
culposo. conteúdo do art. 24, § 1°, do Código Penal.
@ Considera-se em estado de necessidade RESPOSTA: @
quem pratica o fato para salvar direito próprio
ou alheio de perigo atual ou iminente, que não
provocou por sua vontade, nem podia de outro (PERITO MÉDICO-LEGAL· POLICIA CIVIURO · FUN·
modo evitar, cujo sacrifício, nas circunstâncias,
não era razoável exigir-se.
09 CAB • 2012) Segundo o Código Penal, não
há crime quando o agente pratica o fato típico:
® Em regra, não pode alegar estado de neces·
sidade quem tinha o dever legal de enfrentar @ para repelir injusta agressão, atual ou imi-
o perigo. nente, a direito de outrem, usando moderada·
mente dos meios necessários.
RESOLUÇÃO:
•• Alternativa A: CORRETA. Segundo o Código Penal,
Arts. 26 a 28, aquele que não possui a int eira
capacidade de entender o caráter ilícito do fato
Alternativa A: CORRETA. Segundo o Código Penal. ou de det erminar-se de acordo com esse enten-
artigo 23 c/c art. 25, o agente não comete crime dimento, poderá ser isento de pena (inimputá-
quando pratica o fato em legítima defesa, pre- vel), ou tê-la reduzida (semi-imputável). Assim,
sente esta quando o agente, usando modera- chega-se ~ conclusão que imputável é aquele
damente dos meios necessários, repele injusta que possui a inteira capacidade de entender o
agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de caráter ilicito do fato ou de determinar-se de
out rem. acordo com esse entendimento.
Alternativa B: INCORRETA. A Lei de Introdução ~s Alternativa B: INCORRETA. O fato de ser a pessoa
normas do Direito Brasileiro, Decreto·Lei n• portadora de algum transt orno psiquiátrico
4.657/1942 (lei que regula as demais legisla- não necessariamente enseja a redução de sua
ções do sistema pátrio, incluindo o Direito Pe- imputabilidade, mas apenas quando este t rans·
nal), em seu artigo 3•, estabelece que ninguém torno lhe reduzir ou retirar a capacidade de en-
se escusa de cumprir a lei, alegando que não a tendimento do caráter ilícito do fato ou de de·
conhece. terminar-se de acordo com esse entendimento.
Alternativa C: INCORRETA. Aquele que tem o dever Pode haver casos em que mesmo portando
legal de enfrentar o perigo, conforme estabe- transtorno psiquiátrico, a pessoa seja imputá-
lece o art. 24, § 1°, do Código Penal. não pode vel. vez que este transtorno não lhe retirou a
alegar estado de necessidade. capacidade de entendimento do caráter ilícito
Alternativa D: INCORRETA. O Código Penal não traz do fato ou de determinar-se de acordo com
essa previsão. esse ent endimento.
Alternativa E: INCORRETA. O excesso punível. cons· Alternativa C: INCORRETA. O simples fat o de não se
tante no art. 23, parágrafo único, do Código recordar dos momentos que ocorreram próxi-
Penal estatui que o agente que, em qualquer mo ~ hora do crime não implica diretamente
das hipóteses do artigo (o que inclui a legítima em perda ou redução da imputabilidade penal,
defesa) cometer excessos, responderá por este. se não lhe retira ou reduz a capacidade de en-
RESPOSTA:@ tendimento e de determinação.
Alternativa D: INCORRETA. Estar sob efeito de qual-
quer subst ância psicoativa não implica diret a·
DA IMPUTABILIDADE PENAL mente em inimputabilidade, se a substância
não lhe retira ou reduz a capacidade de enten·
(PERITO MÉDICO·LEGAL · MINISTÉRIOPOBLICO/ dimento e de determ inação acerca do caráter
1O SP • IBFC · 2013) Para que alguém possa
ser considerado imputável, é necessário que o
ilícito do fato. Segundo o art. 28, a embriaguez
não exclui a imputabilidade penal.
agente: Alternativa E: INCORRETA. O Código Penal considera
como inimputáveis os menores de 18 (dezoito)
@ tenha pleno entendimento da consequên· anos, consoant e o art. 27. Assim, maiores de
da de seus atos c riminosos. dezoito (inclusive) são considerados pessoas
® não seja portador de qualquer transtorno imputáveis.
psiquiátrico. RESPOSTA:@
© consiga se lembrar dos momentos que
ocorreram próximo à hora do crime.
@ não esteja sob efeito de qualquer substân· (PERITO MÉDICO·LEGAL· ACADEMIA DEPOLICIA!
c ia psicoativa.
® seja maior que 21 anos.
11 MG · FUMARC · 2013) Sobre a responsabilida-
de penal, NÃO é correto o que se afirma em:
RESOLUÇAO:
•• @ A inimput abilidade não pode ser presumida.
® A responsabilidade penal é atribuição peri-
cial, através de diagnóstico ou prognóstico de
uma conclusão médico-legal.
Ana (arolinadeOliveiraSousa SS
© ~ isento de pena o agente que, por doen- mental do acusado, o juiz não está vinculado à
ça mental ou desenvolvimento mental incom- conclusão do laudo, podendo decidir de forma
pleto ou retardo, era, ao tempo da ação ou da diversa, desde que o faça de forma fundamen-
omissão, inteiramente incapaz de entender o t ada. Inclusive, o próprio Código de Processo
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de Penal prevê, no art. 182 do mesmo diploma,
acordo com esse entendimento. que o juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo
@ A pena pode ser reduzida de um a dois ter- aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.
ços, se o agente, em virtude de perturbação de Alternativa C: CORRETA. A alternativa traz a exata
saúde mental ou por desenvolvimento men- reprodução do art. 26, capur, do Código Penal.
tal incompleto ou retardo não era inteiramen- Alternativa D: CORRETA. A alternativa traz a exata
te capaz de entender o caráter ilfcito do fato ou reprodução do art. 26, parágrafo único, do Có-
de determinar-se de acordo com esse entendi- digo Penal.
mento. RESPOSTA: @
~
••
DICA DO AUTOR: Em linhas gerais, o Código Pe-
Um famoso recluso do sistema prisional foi
encaminhado ao IML, para exame psicopato-
nal Brasileiro adotou o critério biopsicológico. lógico forense, visando ao estabelecimento
Entretanto, no que tange à menoridade penal, de grau de periculosidade. Esteve em estabe-
contida no Art. 27 da mencionada lei, trata-se lecimento prisional psiquiátrico. em regime
de exceção em que se adotou puramente o fechado, durante trinta anos, e estava sob tra-
critério biológico, havendo hipótese de presun- tamento médico e medicamentoso. Cometera
ção absoluta (que não depende nem se sujeita diversos homiddios e estupros no passado
a prova em contrário). e agora seria posto em liberdade, devido ao
RESOLUÇÃO: longo tempo de reclusão. Como tinha compor-
Alternativa A: CORRETA. O Código Penal não t raz tamento semi-autista, não dava t rabalho aos
hipóteses taxativas de inimputabilidade, ado- carcereiros e não se envolvia em confusão. Em
tando o critério biopsicológico, segundo o qual sua ficha de avaliação, constava que ele era "de
leva-se em conta os critérios biológico (analisa bom comportamento~ Julgue os i tem a seguir,
exclusivamente a saúde mental do agente, isto relativos à situação do personagem hipotético
é, se o mesmo é ou não doente mental ou pos- descrito acima.
sui ou não um desenvolvimento incompleto ou
retardado) e psicológico (analisa unicamente (PERITO MÉDICO-LEGAL - SECAO/TO - 2008) Se
a capacidade do agente de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo a
12 estivesse ainda na menoridade ao come-
ter os crimes, o autor seria inimputável. Porém,
este entendimento) unidos. Ou seja, avalia-se e o enquadramento jurídico está contido no Es-
o agente é mentalmente são, e se possui capa- t atuto da Criança e Adolescente e ele estaria
cidade de entender a ilicitude do fato ou deter- sujeito a medidas socioeducativas.
minar-se de acordo a este entendimento.
Alternativa 8: INCORRETA. Embora exista no Código ( ) <ORRETA ( ) IN(ORRETA
de Processo Penal a previsão de exame pericial
de insanidade mental, capitulado nos artigos
149 a 154, víge no processo penal o princípio
do livre convencimento motivado do Juiz (art. RESOLUÇAO:
•
155, do CPP), segundo o qual o juiz não está Assertiva: CORRETA. Conforme determina o art. 27,
adstrito a nenhuma prova. Tendo a legislação do Código Penal, os menores de 18 (dezoito)
brasileira adota o critério biopsicológico, é es- anos são penalmente inimputáveis, ficando
sencial a realização de perícia médica para aferir sujeitos às normas estabelecidas na legislação
a doença mental ou o desenvolvimento mental especial, que nesse caso é a lei 8.069/90 - Es-
incompleto ou retardado. Assim, embora o lau- tatuto da Criança e do Adolescente -, que traz
do pericial seja de importância ímpar, uma vez capítulo específico sobre as medidas socíoedu-
que busca dirimir dúvida acerca da integridade cativas (Capítulo IV- Das Medidas Sócio-Educa-
S6 Direito Penal
tivas), aplicáveis quando verificada a prática de nas reduz a capacidade, trata-se de hipótese de
ato infracional. red~ão de pena.
RESPOSTA: CORRETA. Em línhas gerais, o Código Penal Brasileiro ado·
tou o critério biopsicológico. Entretanto, no
que tange à menoridade penal, contida no Art.
(PERITO MÉDICO·LEGAL ·POLICIA CIVIVRO • FUN· 27 da mencionada lei, trata-se de exceção em
13 CAB ·2009) A Imputabilidade Penal é a capa·
cidade de entendimento do caráter ilícito do fato
que se adotou puramente o critério biológico,
havendo hipótese de presunção absoluta de
e de determinar seu comportamento conforme inimputabilídade (que não depende nem se
este entendimento. Assim, para que um agente sujeita a prova em contrário).
seja responsabilizado por um fato típico e ilícito RESOLUÇÃO:
por ele cometido, é preciso que seja imputável. A Alternativa A: INCORRETA. A emb riaguez completa,
nossa legislação adotou os critérios biológico e o proveniente de caso fortuito, que retire inteira·
biopsicológico para determinar a imputabilida- mente a capacidade de entender o caráter ilíci-
de penal. De acordo com o nosso Código Penal. to do fato ou de determinar-se de acordo com
NÃO é isento de pena o agente que: esse ent endimento, segundo o art. 28, § 1°, do
Código Penal, isenta o agente de pena.
® por embriaguez completa, proveniente Alternativa 8: INCORRETA. A alternativa traz a exa·
de caso fortuito, era, ao tempo da ação ou da ta reprodução do art. 26, do Código Penal, que
omis.sâo, inteiramente incapaz de entender o t raz o conceito de inimputabilidade penal e a
caráter ilfcito do fato ou de determinar-se de consequente isenção de pena.
acordo com esse ent endimento. Alternativa C: INCORRETA. A embriaguez completa,
® p or doença mental ou desenvolvimento p roveniente de força maior, que retire inteira·
mental incompleto ou retardado, era, ao tempo mente a capacidade de entender o caráter ilíci-
da ação ou da omissão, inteiramente incapaz to do fato ou de determinar-se de acordo com
de entender o caráter ilícito do fato ou de de· esse entendimento, segundo o art. 28, § 1•, do
terminar-se de acordo com esse entendimento. Código Penal, isenta o agente d e pena.
© por embriaguez completa, proveniente de Alternativa D: CORRETA. A embriaguez voluntária
força maior, era, ao tempo da ação ou da omis- ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos
são, inteiramente incapaz de entender o cará- análogos, consoante determinação contida no
ter ilícito do fato ou de determinar-se de acor- art. 28, inciso 11, do Código Penal, não excluem
do com esse entendimento. a imputabilidade penal. logo, não isentam o
@ p or embriaguez volunt ária, pelo álcool ou agent e de pena.
substância de efeitos análogos, era, ao tempo Alternativa E: INCORRETA. O Art. 27 do Código Penal
da ação ou da omissão, inteiramente incapaz est abelece que os menores de dezoito anos são
de entender o caráter ilfcito do fato ou de de- penalmente inimputáveis.
terminar-se de acordo com esse entendimento. RESPOSTA: @
® Possuir, na época dos fatos, idade inferior a
dezoito anos.
(PERITO MÉDICO·LEGAL -POLICIA CIVIVPI- NU·
© não sofrem nenh uma forma cautelar. o inimp utável ou semí-imp utável que cometeu
@ são sumariamente condenad os à prisão uma infração penal volt e a cometê-las, rece·
p erpétua. bendo o tratamento adequado.
® são encaminhados a um hospital de p si- RESPOSTA:@
quiatria comum.
isento de pena o agente que, por doença men- caminharam o menino para a un neonatallogo
tal ou desenvolviment o mental incompleto o u após o nascimento. Tratava-se de um hosp ital
retardado, era, ao tempo da aç~o ou da omis- particular e a m~e fora internada às p ressas. Não
são, inteiramente incapaz de entender o cará- houve t empo para p reenchimento de fichas ou
ter ilícito d o fato ou de determinar-se d e acordo pagamento de cauç.io exigid a, porque a partu-
com esse entend im ento~ riente já estava em período expu lsivo. O cad áver
Alternativa E: INCORRETA. Segundo dispõe o art. 26, estava com pele de aspecto bolhoso, a epider-
parágrafo único, d o Código Penal, •a pena pode me começava a se deslocar em certas áreas e,
ser reduzid a de um a dois terços, se o agente, em outras áreas, já havia franco deslocamento
em virtude de pertu rbação de saúde ment al o u epidérmico. Nas cavidad es serosas, havia efu·
por desenvolvimento mental incompleto o u re- sões hemo rrágicas. Com relação ao p roblema
tardado, não era inteirament e capaz de enten- expost o acima, julgue o p róximo item.
der o caráter illcito do fato ou de determinar-se
de acordo com esse entendiment o". (PERITO M! DICo-tEGAL · SECAO/TO· 2008) Para
RESPOSTA:@ 17 a j ustiça, o s termos aceleração de parto e
aborto são sinônimos.
RESOLUÇAO:
• praticado com o consentimento da gestante e
até os três meses de gestação.
@ Esta forma de abortamento, dito terapéuti-
Assertiva: INCORRETA. A prática de aborto realiza- co, só pode ser praticado com o consentimen-
do pela própria gestante configura crime, com to da gestante.
previsão contida no Art. 124, primeira parte, do ® A lei obriga os médicos a, quando solicita-
Código Penal. Afinal, a Constituição Federal, em dos, realizarem esse tipo de abortamento, inde-
seu Art. s•, garante a inviolabilidade do direit o pendentemente de suas convicções religiosas.
à vida.
RESPOSTA: INCORRETA. -••
RESOLUÇAO:
(PERITO MÉDICO-LEGAL · POLICIA C! VIVES- CES- Alternativa A: INCORRETA. O aborto sentimental, as-
19 PE - 2006) Considerando-se que a vida é
um bem juridicamente tutelado pelo Estado, o
sim denominado o aborto praticado quando a
gravidez resulta de crime de estupro, permitido
suicídio é considerado crime, de acordo com o no art. 128, inciso 11, do Código Penal, é conduta
Código Penal Brasileiro. admitida no Direi to Brasileiro. Entretanto, exige
a presença de alguns requisit os, dentre eles o
( ) CORRETA ( ) INCORRETA consentimento prévio da gestante, que, pos-
suindo idade de 19 anos, não pode ter a sua
RESOLUÇÃO:
• vontade representada.
Alternativa 8: INCORRETA. Não há previsão em lei da
exigência de prévia autorização j udicial para a
Assertiva: INCORRETA. O suicídio não é considerado prática desta modalidade de aborto. Ademais,
crime pelo Código penal Brasileiro. Entretanto, tratando-se de gestant e com idade superior a
dado a inviolabilidade do direito à vida. consa- dezoito anos, não há que se falar em consenti-
grado pela Constituição Federal, as condutas mento de seus genit ores em hipótese de abor-
de induzimento, instigação ou auxílio ao suicí- to de gravidez resultante de estupro.
dio são consideradas crimes, de acordo com o Alternativa C: CORRETA. Conforme a dicção do art.
Art. 122 do Código Penal. Ou seja, não se pune 128, inciso 11, do código penal, exige-se o con-
o suicida, mas sim aquele que o induz. auxilia sentimento prévio da gestante, para a prática
ou instiga. do aborto, somente podendo suprir esta ma-
RESPOSTA: INCORRETA. nifestação quando tratar-se de vítima incapaz.
ocasião em que o consentimento poderá ser
exercido por seus representantes legais (o que
(PERITO MÉDICD-LEGAL- POLICIA CIVIVPI - NUCE- não é o caso da questão, já que se trata de pes-
2O PE - 2012) Uma jovem de 19 anos de idade
é vítima de estupro, e, em consequência, des-
soa maior de dezoito anos, e não há a indicação
de doença mental).
cobre que está grávida de dois meses. Os pais Alternativa D: INCORRETA. A modalidade de aborto
da jovem, desesperados, procuram um médico terapêutico é a tratada no art. 128, inciso I, do
e, apesar da negativa da jovem em consentir o Código Penal, caracterizando-se como o prati-
abortamento, a gestação é interrompida. Sobre cado se não há outro meio de salvar a vida da
este caso, assinale a alternativa correta. gestante, em que não há a previsão de necessi-
dade do consentimento da gestante.
@ O médico agiu corretament e, pois o abor- Alternativa E: INCORRETA. A Constituição Federal,
tamento sentimental é perfeitamente legal no em seu art. 5°, inciso VI, estabelece a inviolabi-
território brasileiro. lidade da liberdade de consciência e de cren-
® O médico agiu de forma inadequada, pois, ça. Entretanto, nenhum direito ou princípio
apesar do consentiment o dos pais, seria neces- é absoluto. De outra banda está a proteção à
sária a autorização judicial. vida do feto e à liberdade do indivíduo, abran-
60 Direito Penal
gendo a vítima de uma violência sexual. Des- p revistas no art. 128, do Código Penal, que não
ta fo rma, embora o médico tenha o direito de t raz o req uisito de idade ou menoridad e, exclu-
não p raticar a ação de acordo à sua escusa de sivamente.
consciência, esta não afasta a possibilid ade de RESPOSTA: @
responsabilização do profissional, caso a sua
negativa cause d anos à grávida. No Direito Bra-
sileiro utiliza-se semp re a regra da ponderação LESÕES CORPORAIS
de interesses, devendo prevalecer os mais im-
portantes em detrimentos de outros, sem ex- (PERITO MÉDICO-LEGAL- ACADEMIA DE POLICIA/
cluir qualquer deles.
RESPOSTA:©
22 SP • VUNESP -201 3)Criança de 10 anos, víti-
ma frequente de maus tratos pelos pais, d uran-
te um d os episódios, levou u m t apa sobre uma
d e suas orelhas, o que levou á ruptura do !im-
(PERITO M! DICO-LEGAL - SESACRE/AC- 2014) O pano, com deficit auditivo homolat eral. Trat a-se
21 aborto sentiment al é a interrupção in-
tencional da gest ação:
d e lesão corporal:
RESOLUÇAO:
•• ver prejuízo à sua profissão, na sua maioridade,
com perdas financeiras.
cit auditivo homolateral. e, portanto, se trata caracteriza a lesão corporal como sendo de na-
de lesão corporal de natureza grave, segundo tureza grave, segundo o art. 129, § 1•, inciso I,
previsão contida no art. 129, §1°, Inciso 111, do do Código Penal.
Código Penal. Al tomativa D: INCORRETA. Lesão corporal que resul-
Ah•rnativa C: INCORRETA.A debilidade permanente te debilidade permanente de membro, sentido
de função configura lesão corporal de natureza ou função, consoant e a disposição do art. 129,
grave, segundo o disposto no art. 129, § 1°, inci- § 1•. inciso 111, do Código penal, deve ser consi-
so 111, do Código Penal. derada de natureza grave.
Ah•rnativa D: INCORRETA. A debilidade permanen- Al t•mativa E: CORRETA. As lesões corporais classifi-
te de membro, sentido ou função, a teor do art. cadas como gravíssimas são aquelas previstas
129, § 1•, inciso 111, do Código Penal, configura dentre dos incisos I a V, do §2•. do Art. 129, do
lesão corporal de natureza grave, não trazendo Código Penal que traz. especificamente no inci·
a lei previsão de prejulzo quanto às funções ro- so 11, a previsão de enfermidade incurável.
tineiras. RESPOSTA:®
Altornatlva E: INCORRETA. O art. 129, §1•, inciso 111,
do Código Penal. não menciona a necessidade
de prejufzo à profissão, com perdas financeiras, (PERITO MÉDICO-LEGAL · DEPARTAMENTO DE PO·
para classificar a lesão corporal em natureza
grave.
24 LICIA FEDERAL · 2013} A incapacidade para
ocupações habituais por mais de trinta dias,
RESPOSTA:@ a deformidade permanente e a aceleração de
parto caracterizam lesões corporais de nature-
za grave.
(PERITO MÉDICO-LEGAL· POLICIA CIVIUES · FUN·
23 CAB - 2013} A lesão corporal, para efeitos
penais, é considerada de natureza gravíssima,
( ) CORRETA ( ) INCORRETA
RESOLUÇAO:
• manente (inciso IV, §2•) caracteriza lesão corpo·
rai de natureza gravíssima.
RESPOSTA: INCORRETA.
Ahornativa A: INCORRETA. O eritema pode ser defi-
nido como um mero rubor que pode ser cau·
sado até por simples emoção, não comprome- (PERITO MÉDICO-LEGAL· ACADEMIA DE POLICIA/
tendo anat ômica, fisiológica ou mentalmente o
corpo, não comprometendo a integridade flsi-
25 MG • FUMARC• 2013) Trata-se de lesão cor·
poral de natureza gravfssima, conforme o Arti-
ca ou a saúde de outrem, não pode configurar go 129 do Código Penal Brasileiro:
lesão corporal, sequer de natureza leve.
Ah•rnativa B: INCORRETA. Uma lesão corporal que @ Perigo de vida.
resulte perigo de vida, a t eor do art. 129, § 1•, ® Deformidade permanente.
inciso 11, do Código Penal, configura lesão cor- © Debilidade permanente de membro, senti-
poral de natureza grave. do ou função.
Ah•rnativa C: INCORRETA. A incapacidade para as @ Incapacidade para as ocupações habituais
ocupações habituais por mais de trinta dias, por mais de trinta dias.
62 Direito Penal
RESOLUÇAO:
• de moléstia venérea, de que sabe ou deve sa·
ber que está contaminado.
Alternativa 8: INCORRETA. A conduta narrada cons·
Alternativa A: CORRETA. Segundo o código Penal, titui crime capitulado no art. 130, do Código
art. 129, § 1•, inciso I, a incapacidade para as Penal.
ocupações habituais por mais de 30 dias se con- Alternativa C: INCORRETA. Trata-se de crime de pe-
figura como lesão corporal de natureza grave. rigo de contágio venéreo, a teor do art. 130, do
Alternativa 8: INCORRETA. Conforme o art. 129, § 1•. Código Penal.
inciso 11, do Código Penal, o •perigo de vida• é Alternativa O: INCORRETA. O crime de perigo de
que constitui lesão corporal de natureza grave. contágio venéreo, segundo o artigo 130, do
Alternativa C: CORRETA. A debilidade permanente Código Penal traz a descrição da conduta de
de membro, a teor do art. 129, inciso 111, primei- •expor alguém por meio de relações sexua i s~
ra figura, do Código penal, configura lesão cor· e não exige o resultado naturalístico (a efetiva
porai de natureza grave. contaminação).
Alternativa 0: CORRETA. A debilidade permanente Alternativa E: INCORRETA. 0 art. 130 do Código
de sentido ou função, de acordo a leitura do art. Penal estabelece que corresponde a crime a
Ana CarolinadeOliveiraSousa 63
RESOLUÇAO:
• subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia
móvel. cometendo com abuso de confiança, ou
mediant e fraude, escalada ou destreza.
Assertiva: INCORRETA. A conduta de expor alguém, Alternativa E: INCORRETA - A apropriação indébita é
por meio de relações sexuais ou qualquer at o caracterizada pelo Código Penal, especificamen-
libidinoso, a cont ágio de moléstia venérea, de t e no art. 168, como"Apropriar-se de coisa alheia
que sabe ou deve saber que est~ contaminado, móvel, de que tem a posse ou a detenção~
configura o crime de perigo de contágio veM- RESPOSTA:@
reo, capitulado no Art. 130, do Código Penal
Brasileiro.
RESPOSTA: INCORRETA. (PERITOM!DICO-LEGAL- POLICIACIENTIFICAJBA
30 - FCC - 2014) Penélope, sabendo que a em-
pregada doméstica de uma residência de classe
DOS CRIMES CONTRA OPATRIMÔNIO média alta havia sido despedida, apresent ou-se
como pretendente ao emprego e convenceu a
(PERITO M! OICO-LEGAL - POLICIA CIVILJES - moradora a empregá-la. Durante o primeiro
29 FUNCAB- 2013) Aquele que subtrai, para si
ou para outrem, coisa alheia móvel, com abuso
dia de serviço, separou e guardou numa sacola
jóias e outros objetos de valor que levou consi-
de confiança, ou mediante fraude, escalada ou go no final da jornada de trabalho, não mais re-
destreza, pratica o crime de: t ornando ao local. Penélope cometeu crime de:
• ••
64 Direito Penal
RESOLUÇÃO:
• Alternativa B: CORRETA. Com as inovações trazidas
pela mencionada lei, as condutas antes descri·
tas como estupro e atentado violento ao pudor
Alternativa A: CORRETA. A lei 12.015/2009 trouxe passam a integrar o mesmo tipo penal/crime,
importantes alterações ao Código Penal. Den· de estupro. Assim, o coito anal não consentido,
tre elas, a edição do Art. 21 7-A. segundo o qual praticado mediante violência ou grave ameaça,
comete crime de estupro de vulnerável quem configura o crime de estupro.
mantém conjunção carnal ou pratica outro ato Alternativa C: INCORRETA. A simp les prática de qual-
libidinoso com menor de 14 (catorze) anos. quer ato libidinoso, desprovido dos elementos
Alternativa B: INCORRETA. Segundo o Código Penal, da violência ou grave ameaça, não é suficiente
com as inovações trazidas pela Lei n° 12.015/09, para configurar crime de estupro, segundo as
para a configuração do crime de estupro de vul· disposições do art. 21 3, do CP.
nerável mostra-se irrelevante o consentimento Alternativa 0: INCORRETA. A lei não delimita os
da menor envolvida, vez que a prática de tais contornos do ato libidinoso. Esta tarefa coube,
atos já se amolda ao conceito legal. então, à doutrina, que o caracteriza como ato
Alternativa C: INCORRETA. A conduta narrada se voluptuoso, lascivo, que tem a finalidade de
amolda ao conceito legal de estupro de vul ne- satisfazer o prazer sexual, valendo-se o agente
rável, contida no art. 21 7·A do Código Penal. de violência ou grave ameaça. Os demais atos
Ademais, a lei n• 12.015/09 revogou o artigo podem figurar a contravenção penal de'impor·
que previa o crime de atentado violento ao tunação ofensiva ao pudor~ capitulado do art.
pudor. 61 da lei n• 3.688/41 ao importunar alguém, em
Alternativa 0: INCORRETA. No delito de estupro de lugar público ou acessível ao público, de modo
vulnerável, previsto a teor do art. 217-A do Có· ofensivo ao pudor.
digo Penal, a violência é presumida, diante da Alternativa E: INCORRETA. A conjunção carnal con·
vulnerabilidade da vítima. sentida mediante fraude é figura típica diversa
Alternativa E: INCORRETA. O crime de estupro de do estupro, capitulada no art. 215, do Código
vulnerável engloba a conduta de prática de Penal, intitulada de 'violação sexual mediante
conjunção carnal, bem como outros atos libi· fraude'.
dinosos, praticados com menores de 14 anos. RESPOSTA: @
RESPOSTA:@
••
1> DICA DO AUTOR: Ao responder questões duran-
"'biço de pato" em sua vagina. Porém, em vez
disso, introduziu o próprio p ênis. Qual o crime
praticado pelo médico?
te os seu s estudos, sempre observe as datas em
que as provas foram aplicadas, e se houve al- ® Estupro
terações legislativas ou jurisprudenciais acerca ® Violação sexual mediante fraude
da mat éria. © Assédio sexual
RESOLUÇÃO: @ Atentado ao pudor
Alternativa A: CORRETA. Segundo prescreve o art. ® Estupro de vulnerável
217-A, do Código Penal, constitui o crime de
estupro de vulnerável a conduta de ter conjun-
ção carnal ou prat icar outro ato libidinoso com
menor de 14 (catorze) anos. RESOLUçAO:
••
Alternativa B: CORRETA. Consoante o art. 213, Alternativa A: INCORRETA. Neste caso, faltou um dos
caput, do Código Penal, configura crime de es- elementos caracterizadores do estupro, quais
tupro constranger alguém, mediante violência sejam, a violência ou grave ameaça, conforme a
ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a previsão do Art. 213, do Código penal.
praticar ou permitir que com ele se pratique Alternativa B: CORRETA. Pelas circunstâncias do
outro ato libidinoso. O § 1• do mesmo artigo caso (exame ginecológico com finalidade de
prevê que se da conduta result a lesão corp oral colheita de material através da ut ilização de
de natureza grave ou se a vitima é menor de 18 bico de pato), percebe-se que o médico utili·
(dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos (e pes- zou-se de fraude ou outro meio que dificult ou
soas menores de dezesseis anos são maiores de a livre manifestação da vitima, para ter conjun·
catorze anos), a pena de reclusão passa para o ção carnal. enquadrando-se na figura típica
patamar de 8 (oito) a 12 (doze) anos. prevista no Art. 215, do código Penal - Violên·
Alternativa C: CORRETA. ~ a exata reprodução do cia sexual mediant e fraude. Fraude pode ser
art. 215, do Código Penal. compreendida como utilização de expediente
Alternativa 0: CORRETA. ~ a exat a reprodução do ardil, engodo, engano.
art. 21 8-A. do Código Penal.
Ana CarolinadeOliveiraSousa 67
Alternativa C: INCORRETA. A figura típica de assédio modo que, atualmente, pessoas do sexo mas-
sexual, art. 216-A, do Código Penal, exige a pre· culino podem ser vitimas do crime de estupro.
sença de condição de superior h ierárquico ou Ademais, revogou o art. 214, do Código Penal,
ascendência inerentes ao exerdcio de empre· não havendo mais que se falar em crime de
go, cargo ou função, que não ocorre na relação atentado violento ao pudor, integrando este o
médico-paciente. tipo penal do estupro.
Alternativa 0: INCORRETA. Com a nova redação Alternativa 8: INCORRETA. Anteriormente à vigência
dada p ela Lei 12.015/09, não há mais a p revisão da lei, ao crime de atentado violento ao pudor
do crime de atentado violento ao pudor, de· (art. 214, do Código Penal) correspondia a con-
vendo tais condutas serem consideradas como duta de constranger alguém, mediante violência
crime de estupro- art. 213, do código penal. ou grave ameaça, a praticar ou permitir que com
Alternativa E: INCORRETA. Analisando a assertiva, ele se p ratique ato libidinoso diverso da conjun-
não há o relato de condição de vulnerabilidade ção carnal, não havendo impeditivo legal para
da vítima (menor de dezoito anos. ou alguém que as mulheres fossem vítimas deste crime.
que, por enfermidade ou deficiência mental. não Alternativa C: CORRETA. Com a vigência da lei n•
tem o necessário discernimento para a prática 12.015/09. o tipo penal de estupro, inserto no
do ato, ou que, por qualquer outra causa, não art. 213, do Código Penal, prevê as condutas
pode oferecer resistência - estar em coma, por de constranger alguém. mediante violência ou
exemplo), de modo que não há que se falar em grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a pra-
crime previsto no art. 217·A. do código Penal. ticar ou permitir que com ele se pratique outro
RESPOSTA:@ ato libidinoso.
Alternativa 0: INCORRETA. Em verdade. o crime de
atentado ao pudor mediante fraude, figura tí-
(PERITO M!OICO·LEGAL · POLICIA CIENTIFICAI pica anteriormente prevista no Art. 216 do Có-
36 BA • FCC • 2014) Em 2009, houve uma alte-
ração no Código penal em relação aos crimes
digo Penal, foi revogado pela lei n• 12.01 5/09.
Alternativa E: INCORRETA. Conforme estabelece o
sexuais, sendo que o titulo passou a ser Dos ai· art. 213 do Código penal, comete o crime de
mes contra a dignidade sexual e o capítulo I passou estupro quem constranger alguém, median-
a ser chamado Dos aimes contra a liberdade sexual, te violência ou grave ameaça, a ter conjunção
trazendo, dentre outras, a seguinte alteração: carnal ou a praticar ou permitir que com ele se
pratique outro ato libidinoso. Ao mencionar •ou-
@ com a mudança da lei, os homens passaram tro ato lib idinoso~ entende-se que o legislador
a ser vítimas do crime intitulado como Atenta· considera também a conjunção carnal como
do violento ao pudor. espécie de ato l ibidinoso.
® antes da mudança da lei, as mulheres não RESPOSTA: @
podiam ser vítimas do crime intitulado como
atentado violento ao pudor.
© atualmente, no conceito de estupro está incluí- DOS CRIMES CONTRA AADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
da a conjunção carnal e os outros atos libidinosos.
@ com a mudança da legislação, passou a (PERITO M!DICO·LEGAL ·ACADEMIA DE POLICIA/
existir o crime de atentado ao pudor median·
te fraude, no qual a vitima só pode ser mulher
37 SP • VUNESP • 2013) Apropriar-se o funcio-
nário público de dinheiro, valor ou qualquer
honesta. outro bem móvel, público ou particular, de que
® a conjunção carnal não é considerada um tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo,
ato libidinoso. em proveito próprio ou alheio. Essa é uma defi-
nição do crime de:
RESOLUÇAD:
• @ roubo.
® furto.
Alternativa A: INCORRETA. Dentre as inovações le- © estelionato.
gislativas trazidas pela lei n• 12.015/09, temos @ peculato.
que foi retirado o substantivo •mulher'; de ® advocacia administrativa.
68 Direito Penal
RESOLUÇAO:
• do, a comparecer à repartição p úb lica. Ao che·
gar à Delegacia,lgor explica para Fernand o que
a documentação do seu estabelecimento esta·
Alternativa A: INCORRETA. A conduta narrada não va irregular, e para não fechar a Casa de Show
traz qualquer dos elementos caracterizad ores lgor exige que Fernando lhe pague a quantia
do crime de roubo, cap itulado no art. 157, do d e R$ 3.000,00 (três mil reais). Fernando, por sua
Código Penal, segundo o qual p ratica o crime vez, por medo, sede à p ressão d e lgor e paga a
quem"Subtrai coisa móvel alheia, para si ou para quant ia que lhe fora exigid a.
outrem, mediante grave ameaça ou violência
a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer (PERITO Mt DICO·LEGAL· POL[CIA CIVI VRO • FUN·
meio, reduzido à impossibilidad e de resi stência~
Alternativa 8: INCORRETA. O crime de furto, segun-
38 CA8 • 2009) Analisando o caso acima, a con-
duta de lgor se enquadra no seguinte tipo penal:
do o art. 155 d o Código Penal. ocorre quando o
agente "Subtrair, para si ou para outrem, coisa @ prevaricação.
alheia móvel". ® concussão.
Alternativa C: INCORRETA. A figu ra t ípica d e estelio- © excesso de exação.
nato encontra-se p revista no art. 171, do Códi- @ corrupção passiva.
go Penal, segundo o quai"Obter, para si ou para ® corrupção ativa.
outrem, vantagem ilfcita, em prejuízo alheio,
induzindo ou mantendo alguém em erro, me-
diant e art ifício, ardil, ou qualquer outro meio
fraudulento~
••
1> DICA DO AUTOR: Não confunda as definições Ie·
Alternativa D: CORRETA. Os crimes cometidos por gais de concussão e corrupção. Não se deixe Ie·
funcionários Públicos contra a Administração var pelo equivocado senso comu m, que tende
em Geral encont ram-se descritos nos artigos a classificar tudo como crime d e corrup ção. A
312 a 327, do Código Penal. A questão traz a diferença básica está no n úcleo do t ipo: con·
exata d efinição contida no art. 312, caput, Do cussão - exigir; corrupção - solicitar (ou rece-
Código Penal, que define o crime d e peculato ber). Perceba que a questão já Identifica o nú-
como "Apropriar-se o funcionário público de cleo d o verbo, ao mencionar que "p ara não fe-
dinheiro, valor ou qualquer out ro bem móvel, char a Casa de Show, lgor exige que Fernando
pú b lico ou particular, de que tem a posse em lhe pague a quan tia~
razão do cargo, ou desviá-lo, em p roveito pró- RESOLUÇAO:
prio ou alheio': Alternativa A: INCORRETA. O crime d e prevarica-
Alternativa E: INCORRETA. O delito de advocacia ção encontra-se insculpido no art. 319 do Có -
administrativa é definido no Código penal, em digo Penal, em que o agente retarda ou d eixa
seu art. 32 1, como a conduta d e "Patrocinar, de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou
diret a ou indiretament e, interesse p rivado pe- p ratica contra disposição expressa de lei, para
rante a administração pública, valendo-se da satisfazer interesse ou sentimento pessoal. Se-
qualidade de funcionário': gundo a dout rina. o int eresse ou sentimento
RESPOSTA:@ pessoal motivador do crime em comento deve
não deve ser de ordem económica, sob pena d e
configurar crime de corrupção passiva.
lgor é Policial Civil lot ado na Delegacia Espe· Alternativa 8: CORRETA. Esta é a definição d o crime
cializada de Jogos e Diversões, a que tem como d e concussão, capitulado no Art. 316, d o Códi-
função organizar, verificar, fiscalizar a documen- go Penal: exigir, para si ou para outrem, direta
tação d e estabelecimentos, e por fim. após essa ou indiretamente, ainda que fora d a função ou
verificação, autorizar o funcionamento de esta- antes de assumi-la, mas em razão dela, van-
belecimentos de Jogos de Diversões. Acontece tagem indevida. O verbo exigir compreende
que, em uma dessas verificações, lgor percebe condutas tais como ordenar ou demandar, com
que a casa de show "Noite-Arriba" está com a aspectos nit idament e impositivos e intimidati-
document ação irregular. Diante deste fato, lgor vos na conduta, sem ser necessariamente com
intima o p ropriet ário da Casa de Show, Fernan- emprego de violência.
Ana (arolinadeOliveiraSousa 69
RESOLUÇAO:
•• caput, e § 1•, da Lei de Drogas, q ue quem tiver
em depósito, ou cultivar, para consumo pes-
soal, drogas, estará sujeito às penas p revistas
Assertiva: INCORRETA. Para uma substância ser con- nos incisos I a 111 do mesmo artigo. Assim, há
sid erada entorpecente, ela deve estar list ada na p ro ibição fegaf para estas condut as, ainda que
Po rtaria n• 344 de 1998 da Agência Nacional de p raticadas com vi stas ao consu mo pessoal.
Vig ilância Sanit ária - Anvisa, não guardando Alternativa C: INCORRETA. 0 art. 48, §2°, da Lei d e
relação, necessariamente, com o fato de causar Entorpecentes, expressamente prevê q ue t ra-
emb riaguez. Ad emais, a emb riaguez se carac- tando-se da conduta prevista no art. 28 da lei,
teriza como uma intoxicação aguda provocada não se imporá prisão em flagrante, devendo o
no o rganismo pelo álcool. ou por substância de autor do fato ser imediatamente encaminhado
efeitos análogos. ao jufzo competente ou, na falta dest e, assumir
RESPOSTA: INCORRETA. o comp romisso de a ele comparecer.
Alternativa D: INCORRETA. A condição de usuário
de d ro gas não se relaciona d iretamente com a
inimp utab ilidade penal. A legislação especifica
Ana Carolina de OliveiraSousa 71
RESOLUÇAO:
• igual ou superior a 6 decigramas de álcool por
litro de sangue.
Alternativa 0: INCORRETA. De acordo a lei n•
Assertiva: INCORRETA. Segundo o art. 306, d o Có- 12.760/12, o art. 306 do Código de Trânsito pas-
digo d e Trânsito Brasileiro, comete infração de sou a prever como crime a conduta de conduzir
trânsito aquele q ue co nd uzir veículo aut omo· veículo automot or com capacidade psicomoto·
tor com cap acidad e pskomo tora alterada em ra alterad a em razão da influência d e álcool ou
razão da influência de álcool o u d e outra subs· de o utra substância psicoativa q ue d etermine
Uncia p sicoativa que determine dependência, dependência, constatada por concentração
e a maconha se enquadra nesta última defini· igual ou superior a 6 decigramas d e álcool por
ção. litro de sangue.
RESPOSTA: INCORRETA. Alt ernativa E: INCORRETA. De aco rdo a lei n•
12.760/1 2,oart. 306 do Código de Trânsito pas-
sou a prever como crime a conduta de conduzir
(PERITO MÉDICO-LEGAL · SESACRE/AC • 2014) De veiculo automotor com capacidade psicomoto-
44 acordo com a nova lei n• 12.760/2012,
que altera o Código de Trânsito Brasileiro, é
ra alterad a em razão da influência de álcool ou
de outra substância psicoativa q ue d etermine
consid erado crime de trânsito u ma dosagem dependência, constatada por concentração
de etanol no sangue igual ou superior a: igual ou superior a 6 decigramas d e álcool por
litro d e sang ue. A previsão de que nenh uma
@ 2 dg/L. concentração é permitida, segundo o art. 276
@ 3dg/L. do Código de Trânsito Brasileiro, é para as pena·
© 6dg/L. Iidades previstas no art. 165 d o mesmo código,
@ 8dg/L. q ue t rata d e infração administrativa.
® nenhuma concentração é permitida. RESPOSTA:@
72 Direito Penal
RESOLUÇAO:
• de psicomotora alterada em razão da influência
de álcool ou de outra substância psicoativa que
determine dependência, constatada por con-
Alternativa A: INCORRETA. Com as inovações trazi- centração igual ou superior a 6 decigramas de
das pela Lei n• 12.760/12, o art. 306 do Códi- álcool por litro de sangue ou igual ou superior
go de Trânsito passou a prever como crime a a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar,
conduta de conduzir veículo automotor com com penalidade de detenção de seis meses a
capacidade psicomotora alterada em razão da três anos, multa e suspensão ou proibição de se
influência de álcool em concentração igual ou obter a permissão ou a habilitação para dirigir
superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar veículo automotor.
alveolar, com penalidade de detenção, de seis RESPOSTA: @
meses a três anos, multa e suspensão ou proi-
bição de se obter a permissão ou a habilitação
para dirigir veiculo automotor. A sociedade brasileira vem sofrendo com o
Alternativa B: INCORRETA. Após a lei n° 12.760/12, o crescente consumo de substâncias tóxicas, tais
art. 306 do Código de Trânsito passou a prever como os entorpecentes e o álcool etilico, que
como crime a conduta de conduzir veículo au- afetam a capacidade de discernimento e a habi·
tomotor com capacidade psicomotora alterada I idade psicomotora dos que estão sob seus efei-
Ana CarolinadeOliveiraSousa 73
tos. Para combat er o crescente índice relativo ao ® 3 decigramas de álcool por lit ro de sangue
número de mortes e de pessoas com sequelas ou igual ou superior a 6 decigramas de álcool
decorrentes de acidentes relacionados ao uso por lit ro de ar alveolar.
dessas substâncias, o governo federal vem ® 5 decigramas de álcool por lit ro de sangue
promulgando leis mais severas, especialmente ou igual ou superior a 0,5 miligrama de álcool
visando aos que dirigem veículos sob os efeitos por lit ro de ar alveolar.
dessas substâncias. Tendo como referência as © 8 decigramas de álcool por litro de sangue
informações apresentadas, julgue os itens se· ou igual ou superior a 0,2 miligrama de álcool
guintes, referentes a toxicologia forense. por litro de ar alveolar.
@ 6 decigramas de álcool por lit ro de sangue
(PERITO MEDICIHEGAL· POLICIA CIVIIJ!S · CES· ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool
46 PE• 2010) De acordo com o atual Código
Brasileiro de Trânsito, caso os reflexos de um
por litro de ar alveolar.
® 3 decigramas de álcool por lit ro de sangue
condutor de veículo automotor estejam nor· ou igual ou superior a O, 1 miligrama de álcool
mais, mesmo que esse condutor tenha consu- por lit ro de ar alveolar.
mido bebida alcoólica, ele será considerado
apto a dirigir se seus níveis alcoolêmicos estive-
rem abaixo de 0,6 g/dl.
RESOLUÇAO:
•
( ) CORRETA ( ) INCORRETA Alternativa A: INCORRETA. Segundo o art. 306,
capuc, e § 1•, inciso I, do Código de trânsi-
RESOLUÇAO:
• t o Brasileiro, com redação dada pela lei n•
12.760/201 2, configura crime de embriaguez
ao volante "'Conduzir veículo automotor com
Assertiva: INCORRETA. O art. 165 do Código de capacidade psicomot ora alterada em razão
Trânsito Brasileiro estabelece como infração da influência de álcool ou de outra substância
administrativa a conduta de dirigir sob a influen· psicoativa que determine dependência, a ser
cia de álcool ou de qualquer outra substância constatada por concentração igual ou superior
p sicoativa que det ermine dependência, deter- a 6 decigramas de álcool por lit ro de sangue ou
minando a medida administrativa de recolhi· igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por
mento do document o de habilitação e ret en- litro de ar alveola r~
ção do veículo, exigindo-se a presença de out ro Alternativa 8: INCORRETA. Segundo o art. 306,
condutor habilitado no local da infração, sob caput, e § 1•, inciso I, do Código de trânsi·
pena de o veículo ser recolhido ao depósito. to Brasileiro, com redação dada pela lei n•
Para tanto, segundo o art. 276 do mesmo Có· 12.760/2012, configura crime de embriaguez
digo, qualquer concentração de álcool por lit ro ao volante "'Conduzir veículo automotor com
de sangue ou por lit ro de ar alveolar sujeita o capacidade psicomot ora alterada em razão
condutor às penalidades previstas no art. 165. da influência de álcool ou de outra substância
RESPOSTA: INCORRETA. psicoativa que determine dependência, a ser
constatada por concentração igual ou superior
a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou
(PERITO MEDICO·LEGAL · POliCIA CIVIIJSP · VU· igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por
47 NESP · 2013) O Código de Trânsito Brasi·
leiro, com suas alterações posteriores, dispõe
litro de ar alveolar~
Alternativa(: INCORRETA. Segundo o art. 306, caput,
que é crime ''conduzir veículo automotor com e § 1•, inciso I, do Código de t rânsit o Brasileiro,
capacidade psicomotora alterada em razão com redação dada pela lei n• 12.760/2012,
da influência de álcool ou de out ra substância configura crime de embriaguez ao volante
p sicoativa que determine dependência~ Assim, ·conduzir veículo automotor com capacidade
considerando o que estabelece essa lei a res· psicomotora alterada em razão da influência
peito do referido crime, é correto afirmar que de álcool ou de outra substância psicoativa
a condu ta delit uosa será feita pela constatação que determine dependência, a ser constatada
de concent ração igual ou superior a: por concentração igual ou superior a 6 decigra-
74 Direito Penal
Código de Trânsito Brasileiro, apenas exige a moldes do art. 342, do CP. o particular que o su·
conduta de "Conduzir veículo automotor com bornou deve responder pelo delito do Art. 343,
capacidade psicomotora alterada em razão do CP.
da influência de álcool ou de outra substância Alternativa C: INCORRETA. Segundo o art. 342, §2•,
psicoativa que determine dependência, a ser do CP, o fato deixa de ser punível se o agente se
constatada por concentração igual ou superior retrata ou declara a verdade antes da sentença
a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou no processo em que ocorreu o ilícito.
igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por Alternativa 0: CORRETA. Enquanto André responde
litro de ar alveola r~ não exigindo a ocorrência pelo crime do art. 342, do CP. que possui pena
de outro resultado danoso. mínima prevista de 02 (dois) anos, Túlio respon·
RESPOSTA:@ de pelo crime do art. 343, do CP. que tem pena
mínima de 03 {três) anos. Tal diferença dá·se
por política criminal, avaliada pelo legislador
DOS CRIMES CONTRA AADMINISTRAÇÃO POBLICA levando em conta a gravidade em abstrato das
condutas.
(SSP/MA - CESPE - 2018) Túlio ofereceu su· Alternativa E: INCORRETA. O fato de a perícia ter
49 borno para André, perito da policia civil,
no intuito de que este fizesse afirmação falsa
se dado em processo criminal não é irrelevan·
te penal, configurando causa de aumento de
em laudo pericial de sua responsabilidade. An· pena de 1/6 (um sexto) a 1/3 {um terço), nos
dré aceitou a proposta e elaborou o laudo falso, termos do art. 342, § 1•, e art. 343, parágrafo
o que foi determinante para a sentença absolu· único, ambos do CP.
tória de Túlio. Nessa situação hipotética, RESPOSTA:@
RESOLUÇÃO:
• sentença no processo em que ocorreu o ilicito,
Martim se retratar e declarar a verdade a respei·
to do laudo pericial.
Alternativa A: INCORRETA. O crime de Falsa perícia @ a conduta de Martim caracteriza o crime de
(art. 342, do CP), na descrição da conduta, não fraude processual, porque, com suas omissões,
traz como elementar o pagamento, mas apenas tentou induzir a erro o delegado de polícia.
como causa de aumento de pena. Assim, o pa· ® estará caracterizado o crime de favoreci·
gamento do suborno não pode ser considera· mento pessoal caso a conduta de Martim cola·
do para a consumação do delito. bore para que o autor do fato não seja indicia·
Alternativa B: INCORRETA. Há aqui uma exceção do pela autoridade policial.
à teoria monista, segundo a qual autor e par·
tícipe respondem pelo mesmo delito (art. 29,
do CP). Enquanto o perito deve responder nos •
76 Direito Penal
RESOLUÇÃO:
• Alternativa E: INCORRETA. O crime de falsidade
ideológica se configura com a conduta de omi·
t ir, em documento público ou particular, decla-
Alternativa A: INCORRETA. Segundo o art. 297, do CP, ração que dele devia constar, ou nele inserir ou
é crime a conduta de falsificar, no todo ou em fazer inserir declaração falsa ou diversa da que
parte, documento público, ou alterar documen- devia ser escrita, com o fim de p rejudicar direi-
to público verdadeiro. Se o agente é funcionário to, criar obrigação ou alterar a verdade sobre
público, e comete o crime prevalecendo-se do fato j uridicamente relevante (art. 299, do CP).
cargo, aumenta-se a pena de sexta parte (§1•). RESPOSTA: @
Ana (arolina de OliveiraSousa 77
I. Há excesso de exação se o funcionário pú- (PIAUI • NUCEPE • 2018) Sobre os crimes con-
blico solicitar ou receber, para si ou para ou-
trem, direta ou indiretamente, ainda que fo-
53 tra a Administração Pública, assinale a al-
ternativa CORRETA.
ra da função ou antes de assumi-la, mas em
razão dela, vantagem indevida, ou aceitar @ O crime de peculato não é previsto na mo-
promessa de tal vantagem. dalidade culposa.
11. Se o homicídio é cometido contra mulher ® Somente considera-se funcionário público,
por razões da condição de sexo feminino para os efeitos penais, quem, com remunera-
será considerado crime qualificado tendo a ção, exerce cargo, emprego ou função pública.
sua pena prevista como de reclusão com o © O exercfcio arbitrário das próprias razões é
seu mínimo em doze e o seu máximo em um crime contra a Administração Pública.
trinta anos. @ Oferecer, dar ou prometer vantagem inde-
111. Comete o crime de falsidade de atestado vida a funcionário público, para determiná-lo a
médico, o médico, enfermeiro ou prático praticar, omitir ou retardar ato de oficio, carac-
que no exercício da sua profissão dá para si teriza o crime de corrupção ativa.
ou para outrem atestado falso, visando ou ® No crime de corrupção passiva, a pena é au-
não o lucro. mentada pela metade, se. em consequência da
IV. Qualifica-se o furto se a subtração for de se- vantagem ou promessa, o funcionário retarda
movente domesticável de produção, ainda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o
que abatido ou dividido em partes no local pratica infringindo dever funcional.
da subtração.
RESOLUÇÃO:
•• Alternativa 8: INCORRETA. No art. 327 do CP consi-
dera-se funcionário públíco para efeitos penais
quem, embora transitoriamente ou sem remune-
Assertiva 1: INCORRETA. Trata-se do crime de cor- ração, exerce cargo, emprego ou função pública.
rupção passiva, descrito no Art. 317, caput, do Alternativa C: CORRETA. O crime de exercício arbi-
CP. O crime de excesso de exação se configura trário das próprias razões (art. 34S do CP), está
com a conduta do funcionário público exigir no Capítulo 111 (Dos crimes contra a administra-
tributo ou contribuição social que sabe ou de- ção da justiça), do tftulo XI- Dos crimes contra
veria saber indevido, ou, quando devido, em- a administração pública.
pregar na cobrança meio vexatório ou gravoso, Alternativa D: INCORRETA. O crime de corrupção
que a lei não autoriza (art. 316, §1•, do CP). ativa (art. 333 do CP) apenas prevê as condutas
Assertiva 11: CORRETA. É a literalidade do art. 121, de oferecer ou prometer vantagem indevida a
§2•, inciso VI, do CP. funcionário público, para determ iná-lo a prati-
Assertiva 111: INCORRETA. Segundo o Art. 302, do car, omitir ou retardar ato de oficio.
CP, o crime de falsidade de atestado médico so- Alternativa E: INCORRETA. Segundo o art. 317, § 1°,
mente pode ser praticado por médico. Ademais, do CP, quando o funcionário público, em con-
se visar, com sua conduta, o lucro, aplica-se tam- sequência da vantagem ou promessa, retarda
bém multa (art. 302, parágrafo único, do CP). ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o
Assertiva IV: CORRETA. É a literalidade do art. 155, pratica com infração de dever funcional, a pena
§6•, do CP. é aumentada em 1/3 (um terço).
78 Direito Penal
RESOLUÇÃO:
• ~ DICA DO AUTOR: A questão exige do candidato
•
Alternativa A: INCORRETA. A expressão "assumiu apenas a memorização correta das hipóteses
o risco de produzir o resultado" é hipótese de de lesão corporal grave e gravíssima.
crime doloso, na modalidade dolo eventual RESOLUÇAO:
(Art. 18, inciso I, do Código Penal). Se o resul- Alternativa A: CORRETA. t a literalidade do art. 129,
tado morte foi produzido com dolo eventual, §2• inciso V, do CP. Embora o Código Penal não
trata-se em verdade de homicfdio, e não de mencione expressamente a lesão corporal gra-
qualquer modalidade de lesão. A lesão corpo- víssima, doutrina e jurisprudência amplamente
ral seguida de morte (art. 129, §3•, do CP) só assim consideram as descri tas nos incisos do
se classifica assim quando "as circunstâncias §2•, dentre elas, quando ocorre o resultado
evidenciam que o agente não quis o resultado, aborto (inciso V).
nem as.sumiu o ri sco de produzi-lo": Alternativa 8: INCORRETA. A perda de um dos olhos
Alternativa 8: INCORRETA. Segundo o art. 129, § 1•, é causa de debilidade permanente de função
inciso I, do CP, a lesão corporal de natureza gra- (visão), configurando lesão corporal de nature-
ve ocorre se resulta "incapacidade para as ocu- za grave, segundo o art. 129 §1•, inciso 111, do CP.
pações habituais por mais de 30 d i as~ Alternativa C: CORRETA. Simples escoriações, sem
Alternativa C: CORRETA. Segundo o art. 129, §1•, qualquer resultado descrito nos §§ 1•, 2• ou 3°,
inciso 111, do CP, ocorre lesão corporal de nature- do art. 129, do CP, configuram lesões corporais
za grave se há debilidade permanente de fun- leves, por exclusão.
ção, em que se pode citar a mastigatória como Alterativa D: CORRETA. Segundo o art. 129, §2•,
exemplo. inciso IV, do CP, ocorre lesão corporal de natu-
Alternativa D: INCORRITA. Para configurar lesões cor- reza gravíssima se resulta deformidade perma-
porais de natureza grave, devem ocorrer neces- nente.
sariamente umas das hipóteses descritas no art. Alternativa E: CORRETA. Se configura debilidade
129, § 1•, indsos I a V, do CP. Simples escoriações permanente de membro, descrita como lesão
pelo corpo, sem qualquer outro resultado cons- corporal de natureza grave, segundo o art. 129,
tante nos§§ 1°, 2° e 3•, podem configurar apenas §1°, inciso 111, do CP.
lesões corporais leves (art. 129, caput, do CP). RESPOSTA: @
Ana CarolinadeOliveiraSousa 79
(POLICIA CIENTIFICADO PARANA -IBFC - 2017) © Causar incapacidade para as ocupações ha-
56 As lesões corporais estão compreendi-
das nos dispositivos dos Crimes contra a Pessoa
bituais por mais de trinta dias é considerado le-
são corporal de natureza grave.
do Cõdigo Penal. Sobre esse assunto, analise as @ Causar enfermidade incurável é considera-
afirmativas. do lesão corporal de natureza gravíssima.
® Considera que causar aceleração do parto é
I. As lesões corporais dividem-se em dolosas lesão corporal de natureza grave.
e culposas e ambas são subdivididas em le-
ves, graves e gravíssimas.
11. O conceito legal de lesão leve é obtido por
exclusão. RESOLUÇÃO:
•
111. A incapacidade para as ocupações habitu· Alternativa A: INCORRETA. Segundo o art. 129, §2°,
ais por mais de 30 dias está relacionada ale- inciso IV, do CP, configura lesão corporal gravís-
são corporal grave. sima.
Alternativa B: CORRETA. É a literalidade do art. 129,
Assinale a alternativa correta. caput, do CP.
Alternativa C: CORRETA. É a literalidade do art. 129,
@ Todas as afirmativas estão corretas. § 1°, inciso I, do CP.
® Estão corretas apenas as afirmativas I e 11. Alternativa D: CORRETA. É a literalidade do art. 129,
© Estão corretas apenas as afirmativas I e 111. §2°, inciso 11, do CP.
@ Estão corretas apenas as afirmativas 11 e 111. Alternativa E: CORRETA. É a literalidade do art. 129,
® Está correta apenas a afirmativa 11. § 1°, inciso IV, do CP.
RESPOSTA:@
RESOLUÇAO:
•• ABORTO
Assertiva 1: INCORRETA. As lesões corporais podem
ser culposas ou dolosas, mas soment e estas úl- (POLICIA CIENTIFICA DO PARA NA - IBFC- 2017)
timas dividem-'Se em leves, graves e gravíssimas.
Assertiva 11: CORRETA. O art. 129, caput, do CP, des-
58 O aborto é a interrupção da gravidez em
qualquer época gestacional, antes da data pre-
creve lesão corporal como o ato de ofender a vista, com a morte do concepto, intra ou ex-
integridade corporal ou a saúde de outrem. trauterina. Em relação a esse assunto, analise as
Nos parágrafos seguintes (1•, 2•, e 3•) descreve afirmativas abaixo.
resultados agravadores que qualificam estas le-
sões, transmudando de uma lesão corporal leve I. O aborto realizado pelo médico para salvar
para grave, gravíssima ou seguida de morte. a vida da gestante é chamado de aborto te-
Assim, a lesão corporal leve se classifica por ex- rapêutico.
clusão, quando não houver um resultado que 11. O aborto indicado nas causas de estupro é
esteja previsto nos demais parágrafos. chamado de aborto sentimental.
Assertiva 111: CORRETA. Segundo a literalidade do 111 . Somente o aborto sentimental é legalmen-
Art. 129, § 1•, inciso I, do CP. te permitido no Código Penal.
RESPOSTA:@
Assinale a alternativa correta.
RESOLUÇAO:
•• ciar, a manter ou a participar de relação sexual
não desejada, mediante intimidação, ameaça,
coação ou uso da força; que a induza a comer-
Alternativa A: INCORRETA. Nesta hipótese, trata-se cializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua
de aborto não punível, segundo o art. 128, in· sexualidade, que a impeça de usar qualquer
ciso 11, do CP. método contraceptivo ou que a force ao matri -
Alternativa B: CORRETA. Não estando dentro das mônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição,
hipóteses legais ou supralegais (ADPF 54/STF) mediante coação, chantagem, suborno ou ma-
que permitem a conduta, o aborto será crimi- nipulação; ou que limite ou anule o exercício de
noso. seus d ireitos sexuais e reprodutivos;
Alternativa C: INCORRETA. Este é o ent endimento ® a violência sexual é entendida como qual-
exarado pelo Supremo Tribunal Federal no jul- quer conduta que configure retenção, subtração,
gamento da Arguição de Preceito Fundamental destruição parcial ou total de seus objetos, instru-
(ADPF) n• 54, no sentido de que não é necessá- mentos de trabalho, documentos pessoais, bens,
rio prévia autorização judicial para o aborto de valores e direitos ou recursos econômicos, incluin-
feto anencéfalo. do os destinados a satisfazer suas necessidades.
Ana (arolina de OliveiraSousa 81
RESOLUÇÃO:
• que vise degradar ou controlar suas ações, com·
portamentos, crenças e decisões, mediante
Alternativa A: INCORRETA. Cuida-se do conceito de ameaça, constrangimento, humilhação, mani·
violência física, segundo a literalidade do art. pulação, isolamento, vigilância constante, per-
7•, inciso I, da Lei n• 11 .340/06. seguição contuma~ insulto, chantagem, ridicu·
Alternativa 8: INCORRETA. Cuida-se do conceito de larização, exploração e limitação do direito de ir
violência psicológica, segundo a literalidade do e vir ou qualquer outro meio que lhe cause pre·
art. 7°, inciso 11, da Lei n• 11.340/06. juízo à saúde psicológica e à autodeterminação.
Alternativa C: CORRETA. Segundo a literalidade do
art. 7°, inciso V, da Lei n• 11.340/06.
Alternativa 0: INCORRETA. Trata da definição de vio·
lência sexual, segundo a literalidade do art. 7•, RESOLUÇÃO:
•
inciso 111, da Lei n• 11 .340/06. Alternativa A: CORRETA. Segundo a literalidade do
Alternativa E: INCORRETA. A definição é de violência art. 7•, inciso IV, lei n• 11.340/06.
patrimonial, segundo a literalidade do art. 7•, Alternativa 8: INCORRETA. Segundo o Art. 7•, inciso
inciso IV, da Lei n• 11.340/06. I, da Lei n• 11.340/06, está descrito o conceito
RESPOSTA:@ de violência física.
Alternativa C: INCORRETA. Segundo o Art. 7•, inciso
111, da Lei n• 11.340/06, está descrito o conceito
(INSTITUTO GERAL DE PER[CIAS DO ESTADO DE de violência sexual.
61 SANTA CATARINA - lESES - 2017) De acordo
com a lei 11.340/06 - Lei Maria da Penha - são
Alternativa 0: INCORRETA. Segundo o Art. 7°, inciso
11, da Lei n• 11 .340/06, está descrito o conceito
formas de violência doméstica e familiar contra de violência psicológica.
a mulher, dentre outras: RESPOSTA: @
© Se for constatad a a existência d e algu- d a droga, firmad o por perito oficial ou, na falta
ma sub stância não relacionad a na Portaria n• d este, por p essoa idônea.
334/98 da ANVISA/MS, por força do p rincíp io RESPOSTA:@
d a estrita legalidade, sua produção, comercia-
li zação~ distribuição ou consumo não constitui-
rá crime de tráfico ou de port e para consumo ESTUPRO DE VULNERAVEL
pessoal.
@ Para efeit o d e p risão em flagrante e do ofe- (GOVERNO DO ESTADO DO AMAPÁ - f (( - 2017) A
recimento d a d enú ncia, bastará laudo d e cons-
t atação d a natureza d a substância.
63 mídia noticiou que um m~ico endosco-
p ist a foi flagrado em sua clínica tendo relação se·
xual com uma paciente de 35 anos enquanto ela
RESOLUÇAO:
• estava sob efeito do sedativo utilizad o para o exa·
me d e end oscopia digestiva alta. Desse modo, o
médico foi acusad o de ter cometido crime de:
Alternativa A: CORRETA. Definição t razida pelo art.
1•, parágrafo único, da Lei n• 11.343/06. ® estupro.
Alternativa 8: INCORRETA. Segundo art. 28, §2•, da ® aten tado violento do pudor.
Lei n• 11.343/06, para determinar se a droga © estupro de vulnerável.
destinava-se a consumo pessoal, o j uiz at en- @ sedução.
derá à natureza e à quantidad e da sub stância ® assédio sexual.
apreendida, ao local e às condições em que se
desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e
pessoais, bem como à conduta e aos antece-
dent es d o agente. Ademais, na Lei n• 11.343/06, RESOLUÇAO:
••
não há previsão de penalidades diferentes para Alternativa A: INCORRETA. Trata-se de crime de estu·
cad a t ipo de drog a. p ro de vulnerável.
Alternativa C: CORRETA. Segundo o princípio d a le- Alternativa 8: INCORRETA. Tal crime (art. 214 do CP)
galidad e (art. S•, inciso 11, da CF), ninguém será foi revogado pela Lei n• 12.015/2009, e pelo
obrigado a fazer ou d eixar de fazer algo senão p rincípio d a continuidade delitiva, tal conduta
em virtude de lei. No campo penal, especifica- hoje amolda-se ao Art. 213, do CP. Assim, não
mente a Constituição Federal d etermina que há mais a figura t ípica aut ônoma de atentado
(art. S•, inciso XXXIX) não há crime sem lei an- violento ao pudor, d evend o o agente resp on-
terior que o defina, nem pena sem p révia co- d er p or estupro.
minação legal - princípio da legalid ad e estrita. Alternativa C: CORRETA. Segundo o art. 217-A, §1°
Assim, a definição de crime deve estar p revis- d o CP. incorre nas mesmas penas do crime d e
ta em lei. Quanto aos crimes relacionados ao estupro d e vulnerável quem tem conjunção
tráfico de drogas, trat a·se de norma penal em carnal ou pratica outro ato libidinoso com ai·
branco, ou seja, a descrição da conduta exige guém que, por qualquer outra causa, não pode
complementação. Segundo o art. 1• d a referi· oferecer resistência. Estando sob efeito d e se·
da lei, as sub stâncias ou p rodutos d everão ser d ativo, inconsciente, a vítima restou impossibi·
especificados em lei ou relacionados em listas litada de oferecer resist ência.
atualizadas periodicamente pelo Pod er Execu- Alternativa D: INCORRETA. O crime de sedução
tivo da União. Em at endimento a este comando (Art. 217, do CP) foi revogado pela lei n•
legal, foi editad a a Portaria 344/1998, da ANVI- 11.106/2005.
SA. Assim, o que não for previsto na menciona- Alternativa E: INCORRETA. Trata-se de crime de es-
da Portaria, não pod e ser sancionado nos mol- t up ro de vulnerável. Ademais, a descrição da
des d a lei n• 11.343/06. conduta não se amold a às exigências do art.
Alternativa D: CORRETA. Segund o o art. SO, § 1•, da 216-A, do CP, Constranger alguém com o intui-
Lei n• 11 .343/06, p ara efeito da lavrat ura do to de ob ter vantagem ou favorecimento sexual,
auto de prisão em flagrante e estabelecimento p revalecendo-se de condição d e superior hie-
da materialidade do delito, é suficiente o lau- rárquico ou ascendência inerentes ao exercício
do de constat ação d a natu reza e quantid ade d o emp rego, cargo ou função.
Ana Carolina deOliveiraSousa 83
RESOLUÇÃO:
• que a mãe mata o p róprio filho, durante o par-
to, sob a influência do estado puerperal, o que
exclui a ocorrência do fato logo após o nasci-
Alternativa A: INCORRETA. Trata-se de aumento de mento, que caracterizaria o t ipo penal de homi-
p ena aplicável ao delito de furto, previ sto no cídio doloso.
art. 155, §4•, inciso 111, do Código Penal, en- © O emprego de veneno, fogo, explosivo, asfi-
quanto que a conduta descrita na questão tra- xia ou tortura, em crimes de homicídio, é recur-
ta-se de roubo (art. 157, do CP). so que dificulta a defesa da vítima e, portanto,
Alt•rnativa 8: CORRETA. Ao reduzir a vítima à im- caracteriza causa de aumento de pena.
possibilidade de resistência, o crime praticado @ A inobservância de regra técnica de profis-
é o roubo (art. 157, caput, parte final, do Códi- são, arte ou ofício por parte do autor do fato in-
go Penal - ou depois de havê-la, por qualquer tegra o tipo penal do homicídio culposo.
meio, reduzido à impossibilidade de resistên- ® O crime de lesão corporal de natureza g ra-
cia). Uma das causas em que a pena é aumenta- ve é caracterizado se da conduta do agente re-
da é a prevista no §2•, inciso V, do Código Penal, sulta incapacidade da vítima para as ocupações
qual seja, se o agente mantém a vítima em seu habituais por mais de trinta dias; perigo de vi-
p oder, restringindo a sua liberdade. da; debilidade permanente de membro, senti-
Alternativa C: INCORRETA. Trata-se de aumento de do ou função; ou aceleração de parto.
pena aplicável ao delito de furto, previsto no
art. 155, §4•, inciso I, do Código Penal. Perceba
que o aumento previsto no §2•-A. inciso 11, do
art. 157 do Código Penal, exige que a destrui- RESOLUÇÃO:
••
ção ou rompimento do obstáculo seja median- Alternativa A: INCORRETA. Se o agente pratica a con-
te o emprego de explosivo ou artefato análogo duta com a intenção de transmitir a moléstia,
que cause perigo comum. a pena passará de detenção, para reclusão de
Alt•rnativa D: INCORRETA. Trata-se de aumento de um a quatro anos e multa, nos termos do § 1•,
pena aplicável ao delito de furto, previsto no do art. 130, do Código Penal. Não há a previsão
art. 155, §4•, inciso 11, do Código Penal, enquan- deste resultado para a consumação da conduta
to que a conduta descrita na questão trata-se descrita no caput,logo, ele é dispensável para a
de roubo (art. 157, do CP). configuração do delito.
Alternativa E: INCORRETA. Trata-se de aumento de Alternativa 8: INCORRETA. Segundo o art. 123 do
pena aplicável ao delito d e furto, previsto no Código Penal, o crime de infanticídio pode ser
art. 155, § 1•, do Código Penal, enquanto que a praticado durante o parto ou logo após.
84 Direito Penal
Alternativa C: INCORRETA. O Código Penal. ao des- Alternativa D: INCORRETA. Os crimes culposos, se-
crever condutas como as descri tas na qualifi- gundo o Código Penal, art. 18, inciso 11, ocor-
cadora do §2°, incisos I, 111 e IV, utiliza-se da in- rem quando o agente deu causa ao resultado
tepretação analógica, em que o legislador cita por imprudência, negligência ou imperfcia. Já
h ipóteses seguidas de uma fórmula genérica. as circunstâncias de agir com inobservância
Afinal, não é possível ao legislador prever todas de regra técnica de p ro fissão, arte ou ofício em
as possibilidades ante a dinamicidade do com- verdade configuram hipótese em que a pena
portamento humano. Assim, o emprego de é aumentada, a teor do art. 121, §4•, p rimeira
veneno, fogo, explosivo, asfixia ou tortura, são parte, do Código Penal.
exemplos de conduta que denotam a qualida- Alternativa E: CORRETA. ~ a literalidade do art. 129,
de de meio insidioso ou cruel, ou de que possa §1•, incisos I a IV, do Código Penal.
resultar p erigo comum. RESPOSTA: @
1. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS são do art. 225, §3•, da Constitu ição Federal, re-
Antes de iniciar o estudo sobre os mais di- gulamentado pela Lei n• 9.605/98- Lei dos Cri-
versos crimes definidos no Código Penal e ou- mes Ambientais.
tras Leis, é necessário estudar conceitos gerais Art. 225, §3•, CF: "As condutas e atividades
acerca do crime. De modo gerat tais matérias consideradas lesivas ao meio ambiente sujeita-
encontram-se previstas do art. 1• ao art. 120 do rão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a
Código Penal (Decreto-Lei n• 2.848/1940). sancões penais e administrativas, independen-
Crime, partindo-se de uma teoria Tripartida temente da obrigação de reparar os danos cau-
do conceito, pode ser definido como fato típi- sados~
co, antijurídico e culpável. Inicialmente, diga-se Ademais, os Tribunais Superiores (STF e STJ)
que, embora popularmente se use a expressão têm decidido que "é possível a responsabiliza-
crime para definir todas as espécíes de delito, o ção penal da pessoa jurídica por delitos am-
legislador previu a infração penal como gênero, b ientais independentemente da responsabili-
dos quais são espécies os crimes (previstos no zação concomitante da p essoa física que agia
Código Penal e demais legislações) e as contra- em seu nome. A jurisprudência não mais adota a
venções penais (estas definidas apenas no De- chamada teoria da dupla imputação" STJ. 6' Turma.
creto-Lei n• 3.688/41). RMS 39.173-BA. Rei. Min. Reynaldo Soares da
Fonseca, julgado em 6/8/20 15 (lnfo 566). STF.
1.1 SUJEITOS DO CRIME 1• Turma. RE 548181/PR, Rei. Min. Rosa Weber,
O sujeito ativo é aquele (pessoa maior de de- julgado em 6/8/2013 (lnfo 714).
zoitos de idade) que comete o crime, ou seja, Já o sujeito passivo é o t itular do bem juridico
que pratica as ações (ou omissões) p roibidas violado, tutelado pela norma p enal. Pode ser
pelo Código Penal. sujeito passivo eventual ou material, compreendi-
Embora haja divergência quanto à possib i- do como o titular do bem ou interesse jurídico
lidade de pessoa jurídica cometer crimes (uma diretamente atingido; ou sujeito passivo cons·
vez que a pessoa jurídica é um ent e abstrato. tanto ou fonnal, a sodedade, representada pelo
logo, não pode se expressar sozinho, mas so- Estado, titular do interesse jurídico de punir.
mente através das pessoas físicas que lhe com- A pessoa jurídica, por sua vez, também po-
põem), p revalece na jurisprudência que a pessoa de ser sujeito passivo de crime, desde que compa-
juridica pode ser responsabilizada penalmente tível com a sua natureza peculiar. Por exemplo,
em casos de infraçõtsambientais, conforme previ- entende a doutrina que a pessoa jurídica pode
Ana (arolinadeOliveiraSousa 85
ser vítima do crime de calúnia, ao lhe imputa- 1.4 DO CRIME TENTADO ECONSUMADO
rem, falsamente, prática de crime (ambiental}. O art. 14 do Código Penal diferencia crime
Entretanto, não pode ser sujeito passivo do cri- tentado e consumado. Consumado é o crime
me de homicídio, pois o bem jurídico vida não em que o agente perfaz toda previsão contida
é compatível com suas: características. no tipo penal, ou seja, quando nele se reúnem
todos os elementos de sua definição legal (in-
1.2LEI PENAL NO TEMPO ciso I}. Tentado, por sua vez, é o crime em que
O art. 2 • do Código Penal trata dos critérios o agente não realiza completamente o tipo le-
de aplicação da lei penal no tempo. A regra ge- gal incriminador. Ou seja, quando, embora te-
ral é a de que deve ser aplicada a lei penal vi· nha iniciado a execução, por razões alheias à
gente à época dos fatos. E segundo o Código sua vontade o crime não seja consumado, não
Penal, art. 4°, considera-se praticado o crime no alcance o resultado pretendido (inciso 11}.
momento da ação ou omissão, ainda que ou-
tro seja o momento do resultado (Teoria da ativt- 1.5 EXCLUDENTES DE ILICITUDE
dade). Entretanto, há exceções a esta regra, con- Estabelece o Código Penal, em seu artigo
tidas no fenômeno da extratividade (gênero}. 23, as hipóteses em que, mesmo a conduta do
Segundo a Constituição Federal, art. s•, inci- agente se aperfeiçoando a um tipo penal, não
so XI. a lei penal não retroagirá (espécie de ex- será punida, pois a presença de uma das hipó-
tratividade}, salvo para beneficiar o réu. Assim, teses excludentes de ilicitude lhe retira o cará-
somente lei posterior que seja benéfica ao réu re· ter da antijuridicidade. Segundo o caput do art.
troage (a conduta deixa de ser crime ou tem a 23, "não há crime•.
pena prevista em abstrato reduzida, por exem-
plo), aplicando-se aos fatos acontecidos em 1.6 LEGITIMA DEFESA
momento anterior à sua vigência. Age em legítima defesa quem, utilizando
Neste ponto, necessário esclarecer sobre o moderadamente dos meios necessários, repe-
fenômeno da continuidade normativo-típica. Dife- le injusta agressão, atual ou iminente, a direi-
rentemente da abo/Wo criminis, em que a con- to seu ou de outrem (art. 25, do Código Penal).
duta deixa de ser punida pelo ordenamento ju- Utilizar moderadamente é estabelecer uma pro-
rídico e, portanto, há retroatividade benéfica, porção entre a defesa exercida e a agressão so-
no fenômeno da continuidade normativo-tí- frida, estabelecendo-se uma relação de razoa-
pica o artigo que previa a conduta foi revoga- bilidade entre elas, sempre analisando as cir-
do, mas a conduta não deixou de ser crime, pois cunstâncias do caso concreto. A reação não po-
passou a integrar outro tipo penal. Neste caso, de ser desproporcional à agressão sofrida. Deve
portanto, a norma não necessariamente retroa- ser suficiente apenas para fazer cessar a agres-
girá, pois pode não significar benefício ao réu. são, o que precisa ser verificado caso a caso.
Do mesmo modo, uma lei, mesmo revoga- Meios necessários devem ser os eficazes e sufi-
da, pode continuar a ser aplicada aos fatos co- cientes para repelir a injusta agressão ao direi-
metidos durante sua vigência (ultratividade, ou- to que se pretende proteger, buscando o dano
tra espécie de extratividade), quando sua apli- apenas necessário.~ a utilização dos meios dis-
cação for a mais benéfica ao réu. Ou seja, quan- poníveis no momento da injusta agressão, que
do a lei nova agrava a situação do réu, esta não devem ser somados à moderação para a confi-
retroage, e a lei revogada, mais benéfica, conti- guração da legítima defesa.
nua a reger os fatos cometidos sob sua vigência. Injusta agressão significa uma agressão ilícita,
contrária ao direito (não necessariamente um
1.3LUGAR DO CRIME ilícito penal), que autoriza a legítima defesa.
O Código Penal, no que tange ao lugar do Esta deve ainda ser at®l (presente, está
crime, adotou a Teoria mista ou da ubiquidade, se- acontecendo no momento) ou iminente (em
gundo a qual o lugar do crime é tanto onde vias de acontecer}, não se admitindo condutas
ocorreu a conduta, no todo ou em parte, quan- passadas ou num futuro não iminente (ameaça,
to o local em que se deu ou deveria produzir-se promessa de mal futuro). Por fim, a legítima
o resultado (art. 6°, do Código Penal}. defesa permite a defesa dos direitos (bens
juridicamente tutelados) próprios ou de terceiros
86 Direito Penal
1.10 EXCESSO PUNfVEL Lei Penal adotou o critério puramente biológico, se-
Em todas as hipóteses previstas no art. 23, gundo o qual se cria uma presunção absolut a:
aquele que age em excesso ao necessário, se- possuindo tais pessoas desenvolvimento men-
ja de forma dolosa ou culposa, responderá por t al incompleto, presume-se, sem admitir prova
este. Trata-se da figura do oxcesso punív•l, inserta em contrário, que não possuem condições de
no parágrafo único do art. 23. compreender o caráter ilícito do fato ou de de·
terminar-se de acordo a este entendimento. As-
sim, os menores de dezoit o anos não comet em
2.1MPUTABILIDADE PENAL crimes. Conforme art. 228 da Constituição Fe-
deral, estão sujeitos às normas da legislação es·
2.1 DOS INIMPUTAVEIS ESEMI-IMPUTÁVEIS pecial. Ds menores de dezoito anos, assim, co-
O Código Penal, ao tratar da inimputabilidad• metem atos infracionais (e não crimes) e estão
em seu art. 26, define que "é isen to de pena o sujeitos a medidas sócio-educativas (e não pe-
agente que, por doença ment al ou desenvolvi· nas), segundo o estatuto da Criança e do Ado·
mento mental incompleto ou retardado era ao lescente Lei n• 8.069/90.
tempo da ação ou omissão int•iram•nt• incapaz Quando a presença de perturbação da saú·
de entender o caráter ilfcito do fato ou de de- de mental ou desenvolvimento mental incom-
terminar-se de acordo com esse entendimento". pleto ou retardado não retirar inteiramente do
O sistema penal pátrio adotou como re- agente a capacidade de entender o caráter ilíci-
ga geral o critério biopsicológico para averiguar a to do fato ou de determinar-se de acordo a es-
inimputabilidade, segundo o qual analisa-se a t e entendimento (ou seja, não há uma comple-
saúde mental do agente, perquirindo se o mes· ta retirada da imputabilidade), o agente não é
mo é ou não doente mental. ou possui ou não isento de pena, mas poderá ter a sua p•na redu·
desenvolvimento incompleto ou retardado (cri- zida d• um adois torços. Trata-se da hipótese de se-
tério biológico), bem como a sua capacidade mi-imput abilidade, prevista no parágrafo único
de entender o caráter ilícito do fato ou de com· do art. 26. Para estes, é possível a substituição
portar-se de acordo a este entendimento (crité- da pena privativa de liberdade por medida de
rio psicológico). segurança (art. 98, do Código Penal).
Assim, para configurar inimputabilidade,
não basta que o agente seja portador de do- 2.2 EMBRIAGUEZ, EMOÇÃO OU PAIXÃO
ença mental ou desenvolvimento mental in- Segundo art. 28, inciso I, do Código Penal, a
completo. É necessário que este transtorno te- emoção ou a paixão não excluem a imputabili-
nha atuado de forma a retirar inteiramente do dade penal. Embora a emoção e a paixão (esta
agente a capacidade de entender o caráter ilí- sentimental e mais duradoura que a emoção)
cito ou de comportar-se diante deste entendi· possam influenciar de maneira significativa so-
mento, à época dos fatos. bre o agir humano, não servem para excluir a
Os inimputáveis, conforme indica o caput do imputabilidade do agente. São sentimentos
mencionado artigo, são isentos de pena, sujei- passíveis de controle, não se mostrando aptas
tando-se às medidas de segurança de interna· a retirarem a culpabilidade do agente.
ção ou tratamento ambulatorial (art. 96 c/c 97, Já o inciso 11 do mesmo artigo traz a hipó·
ambos do Código Penal). Deste modo, a senten· t ese de embriaguez. A embriaguez caracteriza·
ça que decide pela aplicação de medida de se- -se como uma intoxicação aguda no organismo
gurança é denominada Absolvição imprópria. humano, provocada por álcool ou substância
As medidas de segurança são uma espécie de efeitos análogos. A embriaguoz, quando volun-
de sanção penal. volt adas especialmente para tária (desejada, o indivíduo consome a substân-
as peculiaridades dos inimput áveis, com cará· cia com o objetivo de embriagar-se) ou culposa
ter preventivo e de t rat amento, permitindo os (o indivíduo chega a este estado por imprudên-
cuidados adequados, por um lado, e buscando cia ou negligência no consu mo), não exdui a im·
evitar a reincidência delitiva, de outro. putabilidad• penal.
No que tange aos m•nores d• 18 anos, legal· A embriaguez somente impede a responsa·
mente considerados inimputáveis (logo, isen- bilidade penal quando proveniente de caso for-
tos de pena) pelo art. 27, do Código Penal, a t uit o ou força maior, exigindo-se ainda relação
88 Direito Penal
de sua conduta result asse morte (o suicídio se istico, torpe ou fútil, ou se a vítima é menor de
consumou) ou lesão corporal grave/gravíssima. idade ou com a capacidade de resistência dimi-
Entretanto, a lei 13.968/2019, dando nova nuída (§3°); aumentada até o dobro se pratica-
redação ao art. 122, passou a prever como cri- da por meio da rede de computadores (inter-
me a conduta de induzir ou instigar alguém a net}, rede social, ou transmitida em tempo re-
suicidar-se ou a praticar automutilação ou pres- al (§4•). Este parágrafo foi criado, notadamente
tar-lhe auxílio material para que o faça, com pe- para conter o avanço de ações criminosas co-
na de reclusão, de 06 (seis) meses a 02 (dois) mo o "jogo" da "baleia azul~ que causou graves
anos. prejuízos e lesões em crianças e adolescentes
Assim como o regramento anterior, a lei pe- de todo o país. Nestes casos, a pena aumenta-
nal continua a punir apenas o terceiro, não tra- -se da metade, se o agente é líder ou coordena-
zendo previsão legal punitiva para o suicida. O dor de grupo ou de rede virtual (§5•}.
sistema pátrio confere à vida um valor primor-
dial, previsto no art. s•, caput, da Constituição 3.31NFANTICfDIO
Federal, devendo ser tutelada por todo o or- O crime de infanticídio, capitulado no art.
denamento jurídico. Entretanto, não se pune o 123 do Código Penal, consiste na conduta da
suicida por questões humanitárias: quem ten- mãe, sob a influência do estado puerperal (condição
tou cometer suicídio demonstra um estado de psíquica da mãe durante o período do início do
fragilidade tal, que merece ser acolhido e não parto até o retorno ao seu estado psíquico an-
punido, afinal, atentou contra a própria vida. terior à gestação), matar o próprio filho (logo, exi-
E também segundo o princípio da alteridade, ge que o bebê esteja com vida no momento da
não se pune a autolesão. ação} durante o parto (ao menos iniciado o parto}
Com a nova redação do artigo 122, pune-se ou logo após (imediaticidade, indica um curto es-
também a conduta de Induzir, instigar ou pres- paço de tempo).
tar auxmo material para que outrem pratique a A doutrina classifica tal crime como de mão
automutilação. própria, em que não basta a condição/qualida-
Diferentemente da redação anterior, a ocor- de especial do agente ("mãe"}, exige também
rência de lesões corporais leves serve para con- que ele mesmo pratique diretamente a ação. O
sumar o delito em questão, e permitir a ação coautor ou partícipe do delito, aquele que exe-
estatal. Ocorrendo este resultado, as penas se- cuta o tipo penal em conjunto com a mãe ou
rão as previstas no caput do artigo: reclusão, de lhe presta auxílio, embora não t enha as caracte-
06 (seis) meses a 02 (dois) anos. Ocorrendo, po- rísticas exigidas para a conduta ("mãe" e"estado
rém, lesão corporal grave ou gravíssima, as pe- puerperal"), responderá também por este mes-
nas serão de 01 (um) a 03 (três) anos, segundo mo artigo, vez que tais características são ele-
o §1•, e as penas serão de 02 (dois} a 06 (seis} mentares do crime, e se comunicam aos coau-
anos, se resulta em morte (§2•}. tores/partícipes (art. 30, do Código Penal).
Entretanto, se resulta em lesão corporal de
natureza gravíssima, e a vítima é pessoa me- 3.4ABORTO
nor de quatorze anos, ou quem por enfermi- Aborto consiste na interrupção da vida in-
dade ou deficiência mental não tem o neces- trauterina, causando a morte do feto, sendo pu-
sário discernimento para a prática do ato, ou nido quando cometido de forma forçada (não
que não pode oferecer resistência por qualquer natural) e voluntária. Pode ser cometido pela
motivo, o agente responderá pelo crime do art. própria gestante, ao provocar ou consentir que
129, §2•, e não pelo art. 122, ambos do Código outrem provoque (figura do art 124 do Códi-
Penal (§6°}. go penal}, ou pode ser provocado por terceiro
Se resulta em morte, o crime foi cometido sem o consentimento desta (art. 125 do Códi-
contra pessoa nas mesmas condições acima go Penal}. Quando o t erceiro atua de forma di-
descritas, o agente responderá pelo crime de reta e com o consentimento da gestante, res-
homicídio, descrito no art. 121 do Código Penal ponde pela figura inserta no art. 126 do mes-
(§7•), e não pelo crime do art. 122. mo Código.
A pena do crime definido art. 122 pode ser Cuida-se de exce1io pluralista à Teria Monista do
ainda: duplicada, se praticado por motivo ego- concurso de pessoas. O Código Penal, via de re-
Ana (arolina deOliveiraSousa 91
gra, adotou a Teoria Monista para o concurso de entende-se que a mãe, por ter sofrido uma
pessoas, de modo que, segundo o art. 29, quem violência t ão séria e grave, capaz de lhe aba·
de qualquer modo concorre para o crime, inci- lar física e emocional de maneira profunda,
de nas mesmas penas a este cominadas, na me- pode transferir tais sentimentos negativos
dida de sua culpabilidade. Assim, em regra, au- ao bebê, que pode lhe significar uma lem-
tor e partícipes respondem pela mesma figura brança da violência sofrida. Os valores en·
típica. No críme de aborto, entretanto, quando volvidos são a dignidade da mulher, que foi
o terceiro age em concurso com a gestante, en- vítima de violência sexual, e a vida do feto.
quanto esta reponde pelo art. 124, ao consen- Também neste caso o legislador optou pelo
tir, o terceiro responderá pelo crime definido no primeiro bem jurídico. Assim, em tais casos,
art. 126 ao provocar aborto com consentimen- permite-se que o médico proceda ao abor-
to a gestante, cada u m com um pat amar de pe- to, desde que consentido pela gestante (pois ela é
na diferente. quem bem pode expressar seus sentimen-
Quanto ao consentimento da gestante, ain· tos em relação ao feto/embrião) ou por seu re·
da que este exista, a lei o desconsidera quan- presentante legal quando a gestante for pes·
do a mesma for pessoa não maior de 14 (qua- soa incapaz..
torze) anos, alienada ou débil mental, ou quan-
do o consentimento for obtido mediante frau- Acrescente-se ainda a possibilidade de abor·
de, grave ameaça ou violência. Nestes casos, to de feto anencéfalo, conforme pacificado pelo
o agente responderá pelo delito do art. 125, e STF no julgamento da ADPF n• 54/DF. Tal con-
não do art. 126, do Código Penal (art. 126, pa- duta é atípica, ainda que não p revista legalmen·
rágrafo único). te, por força de decisão jurisprudencial. Restou
Se, em consequência do aborto ou dos decidido que não há crime quando há interrup·
meios empregados para provocá-lo, a gestante ção da gravidez de feto com anencefalia, pos·
sofre lesão corporal de natureza grave/gravíssi- t o que o feto nestas condições (não desenvol·
ma, as penas dos arts. 125 e 126 devem ser au- veu completamente o cérebro) não possui via-
mentadas de 1/3 (um terço); se causa morte, de- bilidade de vida extrauterina, situação que po-
vem ser duplicadas (art. 127, do Código Penal) de causar grande sofrimento mental e moral à
Entretanto, não obstante a proteção jurídi- gestante, cabendo a ela decidir livremente pe·
ca conferída à vida humana, nenhum direito é la interrupção ou não da gestação. Não se faz
absoluto. Também o direito a vida do feto/em- necessário, ainda, decisão judicial autorizati·
brião pode ser ponderado, existindo hipóteses va, mas somente o consentimento da gestan-
legais taxativas de excludente de ilicitude. São as t e e d iagnóstico certo e preciso da anencefa·
espécies de aborto previstas no art. 128 do Có- lia. A respeito do delito de aborto, importante
digo Penal. mencionar, ainda, que em julgamento de Habe·
Assim, não se pune o aborto praticado por mé- as Corpus em novembro de 2016, o STF admitiu
dico: uma nova possibilidade de aborto, quando co-
Aborto necessilrlo (art. 128, inciso 1, do Código metido no p rimeiro trimestre da gestação, pe·
Penal): t ambém denominado de aborto tera· la gestante ou com o seu consentimento. Para a
pêutlco, é praticado por médico quando não hil 1'Turma do STF, considerar típica esta conduta
outro meio de salvar a vida da gestante. O legisla· viola direitos fundamentais da mulher: sua au·
dor faz uma ponderação entre os valores en- tonomia -controle do p róprio corpo ·, direito à
volvidos (vida da gestante e vida do feto/ sua integridade física e psíquica, aos seus direi·
embrião) e permite o sacrifício do feto em tos sexuais e reprodutivos, viola a igualdade de
prol da vida da gestante. O mencionado in· gênero e produz d iscriminação social (o impac-
ciso não traz a necessidade de consentimento da to é maior sobre a camada pobre da população).
gestante ou de seu representante legal. O marco do primeiro trimestre leva em conside-
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro ração que, na formação biológica do embrião,
(art. 128, inciso 11): também denominado de nesta data, não há ainda possibilidade de vida
aborto ~ntimental, humanitário, piedoso ou ético, é viável extrauterina, o que permitiria a interrup·
o praticado por médico quando a gravidez re- ção da gravidez, sem que isto fosse considerado
sulta de violência ~xual. ~ que, nestes casos, aborto (interrupção de vida viável).
92 Direito Penal
Não obstante esta decisão produza apenas 111. Debilidade permanente de membro, sen-
efeitos para o processo em que foi pronuncia· tido ou função: Debilidade deve ser com-
da, não vinculando os demais órgãos do poder preendida como uma privação pardal, porém
judiciário e não descriminalizando definitiva- permanente (duradoura) de membro, senti-
mente o crime nestas condições, já há ação pro- do ou função. Membros são os braços, an-
tocolizada (Arguição de Descumprimento de tebraços, mãos, pernas, coxas e pés. Sen-
Preceito Fundamental • ADPF) no sentido de se tidos são a visão, a audição, o olfato, opa-
declarar a não recepção parcial dos artigos 124 ladar e o tato (perder a visão de apenas
e 126 do Código Penal pela Constituição da Re- um dos olhos é debilidade permanente de
pública, excluindo do âmbito de sua incidência sentido). Por fim, são exemplos de funções
a interrupção da gestação induzida e voluntária a respiratória, digestiva e circulatória.
realizada nas primeiras 12 semanas, •de modo a IV. Aceleração de parto: Provoca a antecipa-
garantir as mulheres o direito constitucional de ção do nascimento do feto, o nascimento
interromper a gestação, de acordo com a auto· prematuro.
nomia delas, sem necessidade de qualquer for-
ma de permissão específica do Estado, bem co· 4.2 LESÕES CORPORAISDE NATUREZA GRAV[SSIMA
mo garantir aos profissionais de saúde o direito Previstas no §2•, do art. 129, caracterizam-se
de realizar o procedimento~ quando da lesão corporal resulta:
I. Incapacidade permanente para o trabalho:
Exige que a lesão gere incapacidade per-
4.lfSÕES CORPORAIS manente para qualquer atividade laborati-
Segundo dispõe o art. 129, caput, do Códi· va (desempenhada para o sustento, com re-
go Penal, consiste em crime de lesão corpo- muneração), não só a que a vítima anterior-
ral a conduta de ofender a integridade corpo· mente desempenhava (embora haja dou-
ral ou a saúde de outrem. Doutrinariamente, trina que entenda de modo diverso, sob pe-
classificam-se as lesões corporais descritas nes- na de tornar-se praticamente impossível a
te caput como lesõescorporais de natureza leve. Isto configuração desta qualificadora).
porque, são de natureza leve as lesões que não 11. Enfermidade incurável: Se a lesão resulta
figurem como lesões corporais de natureza gra- na transmissão de uma enfermidade para
ve ou gravíssimas, descritas nos§§ 1o e 2o (crité- a qual a medicina não alcançou ainda uma
rio da exclusão). cura.
111. Perda ou inutilização de membro, sentido
4.1LESÕES CORPORAIS DE NATUREZA GRAVE ou função: Perda deve significar amputa-
Previstas no § 1o do mesmo artigo, as lesões ção, destruição ou privação, enquanto inu-
corporais graves são aquelas qualificadas por tilização implica na retirada de utilidade
quaisquer dos resultados insertos em seus in- (ainda que o membro esteja presente, por
cisos I a IV: exemplo, não possui mais utilidade).
I. Resultar incapacidade para as ocupações IV. Deformidade permanente: Significa altera-
habituais por mais de trinta dias.: Por ocu- ção duradoura no corpo da vítima, resul-
pações habituais devem ser entendidas tando em um dano estético (razoável e vi-
quaisquer atividades cotidianas, licitas, e sível) irreversível. que lhe gere constrangi-
não apenas o desenvolvimento do traba- mento, vexame e/ou desperte sentimento
lho. A incapacidade deve ser por mais de 30 de piedade. A esse respeito, cite-se impor-
dias, de modo que, segundo o art.168, §2• tante jurisprudência: A qualificadora 'defor-
do Código de Processo Penal. a vítima de- midade permanente' do crime de lesão cor-
ve se submeter a exame complementar poral (art. 129, §2•, IV, do CP) não é afasta-
após o 30° dia, quando será verificado se a da por posterior cirurgia estética reparado-
incapacidade persiste. ra que elimine ou minimize a deformida-
11. Perigo de vida: Trata o legislador de uma de na vítima. Isso porque, o fato é valora-
possibilidade concreta de risco de a vítima do no momento de sua consumação, não
vir a falecer em razão das agressões de que o afetando providências posteriores, nota-
foi vítima. damente quando não usuais (pelo risco ou
Ana Carolina de OliveiraSousa 93
pelo custo, como cirurgia plástica ou de tra- companheiro, ou com quem conviva ou tenha
tamentos prolongados, dolorosos ou gera- convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente
dores do risco de vida) e promovidas a cri- das relações domésticas, de coabitação ou de
tério exclusivo da vitima. (STJ. 6• Turma. HC hospitalidade (art. 129, §90, do Código Penal).
306.677-RJ. Rei. Min. Ericson Maranho- De- O sujeito passivo/vitima, aqui, pode ser tanto
sembargador convocado do TJ-SP -,Rei. pa- o homem como a mulher, vez que na descri-
ra acórdão Min. Nefi Cordeiro, julgado em ção da conduta não há essa diferenciação. Não
19/05/2015 -1nfo 562).) se confunde, portanto, com o conteúdo da Lei
V. Aborto - Interrupção da gravidez, com n• 11.340/06 (Lei Maria da Penha, que se aplica
morte do feto em vida intrauterina. apenas quando a vítima for mulher, em situa-
ção de violência doméstica ou familiar).
4.3LESÁO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE Neste delito, quando da conduta resultarem
O agente age com dolo, vontade, intenção, lesões corporais leves, aplica-se a pena do §9•.
direcionando sua conduta para apenas lesio- Resultando lesões corporais graves ou gravíssi-
nar a vitima, porém o resultado morte sobre- mas, ou seguida de morte, aplica-se a pena des-
vém por çUipa (não desejada, nem sobre a qual tes, aumentada de 1/3 (um terço), segundo de-
o agente assumiu o risco). É a hipótese prevista terminação do §10. Aumenta-se a pena em 1/3,
no §3°, do at. 129, do Código Penal. ainda, se o crime for cometido contra pessoa
Atenção: Memorize para a prova - perda de portadora de deficiência (§ 11).
um dos olhos (lesão corporal grave - sentido vi-
são); perda da audição de um dos ouvidos (le- 4.5LESÃO CORPORAL CONTRA AUTORIDADE OU AGENTE
são corporal grave- sentido audição); perda de DE SEGURANÇA POBUCA
dentes (lesão corporal grave - função mastiga- Atenção para mais um caso de alteração le-
tória); perda de um braço (lesão corporal gra- gislativa. Com o advento da Lei n• 13.142/2015,
víssima); perda de uma mão (lesão corporal o Código Penal passou a prever, em seu art.
gravíssima). Na lesão corporal grave há debili- 129, § 12, que se a lesão for praticada contra au-
dade permanente de membro/sentido/função, toridade ou agente descrito nos arts. 142 (For·
ao passo que na lesão corporal gravíssima há ças Armadas - Marinha, Exército e Aeronáuti-
perda ou inutilização de membro/sentido/fun- ca) e 144 da Constituição Federal (Policia Fe·
ção ou deformidade permanente. deral; Policia Rodoviária Federal; Policia Ferro-
Para ajudar a entender bem a questão, ve- viária Federal; Polícias Civis; Polícias Militares e
ja o seguinte trecho do informativo 590/STJ: Corpos de Bombeiros Militares; Policias Penais
deformidade, no sentido médico-legal, ensina no âmbito federal, estadual ou distrital; Guar-
doutrina, 'é o prejuízo estético adquirido, visí- das Municipais; e Agentes de Segurança Viá-
vel, indelével, oriundo da deformação de uma ria), e integrantes do sistema prisional e da For-
parte do corpo'. Assim, a perda de dois den- ça Nacional de Segurança Pública, no exerddo da
tes, muito embora possa reduzir a capacidade função (durante o desempenho normal de suas ativida·
funcional da mastigação, não enseja a deformi- des funcionais) ou em decorrênda dela, ou contra seu
dade permanente prevista no art. 129, § 2•, IV, cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até ter-
do CP e, sim, debilidade permanente (configu- ceiro grau, em razão dessa condição, a pena é au men ~
radora de lesão corporal grave). De fato, a per- tada de um a dois terços.
da da dentição pode implicar redução da capa- Assim, para que incida tal causa de au men-
cidade mastigatória e até, eventualmente, da- to de pena, é imprescindível que o agente co-
no estético, o qual, apesar de manter o seu ca- nheça a qualificação profissional da vitima (ou
ráter definitivo - se não reparado em procedi- que se trata de parente de pessoa que exerce
mento interventivo -, não pode ser, na hipóte- tais funções) e seja este o motivo do crime. Lo-
se, de tal monta a qualificar a vítima como uma go, não é todo crime que tenha como vítima
pessoa deformada.) pessoas com as qualificações acima indicadas
que terá a pena aumentada. Por exemplo, mes-
4.4 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA mo sendo a vitima um policial militar, se esta
Ocorre quando a lesão é praticada contra circunstância não era conhecida do agente ou
ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou se, mesmo conhecida, não foi o motivo do cri·
94 Direito Penal
me (exemplo, uma briga por herança), o crime agente de forma tão grave que a sanção penal
não terá o aumento de pena indicado no §12. se tome desnecessária.
Destaque-se que a referida lei acrescentou o
mesmo raciocínio ao inciso VIl, do §2•, do art. 4.8 PERIGO DECONTAGIO VENtREO
121, do Código Penal prevendo nova hipótese No capitulo UI, o Código Penal prevê o cri-
de homicídio qualificado. me de perigo de contágio venéreo, capitula·
E mais: a partir de então a lesão corporal do em seu art. 130. Assim, comete o referido cri-
de nat ureza gravíssima e lesão corporal segui· me quem expõe (coloca em perigo) alguém, por
da de morte, quando praticados nestas con- meio de relações sexuais ou qualquer outro ato
dições, são considerados crimes hediondos, libidinoso, a contágio de moléstia venérea (doen-
por expressa previsão legal (inciso 1-A acres- ça sexualmente transmissível, definidas em Por-
centado ao art. 1•, da lei 8.072/90 pela lei tarias do Ministério da Saúde), de que sabe (co-
13.1 42/20 15). nhece) ou deve saber (diante de suas condições,
deve conhecer sua condição de portador da mo-
4.6lESÃO CORPORAL PRIVILEGIADA léstia) que está contaminado. Com esta previ-
Do mesmo modo que ocorre com o crime são, quis o legislador tutelar a vida e a saúde hu-
de homiddio, o legislador previu atenuação de manas. Não se exige para a configuração do de-
pena (um sexto a um terço), quando o agente lito a intenção do agente de transmitir a molés-
provoca a lesão corporal em outrem, impeli- tia. Se houver esta intenção, será hipótese de pe·
do por motivo de relevante valor social ou mo- na maior, segundo o§ 1°, do mencionado artigo.
ral ou sob o domínio de violenta emoção, logo Caso a moléstia não seja definida como ve·
em seguida a injusta provocação da vítima (art. nérea, mas de igual modo coloque em risco a
129, §4•, do código Penal). vida e a saúde humana, estaremos diante da
Nesta situação, assim como se as lesões fo- figura capitulada no Art. 131 do Código Pe-
rem recíprocas, caso as lesões causadas não se- nal, segundo a qual comete crime quem prati·
jam graves, é possível ainda que o juiz substitua car, com o fim de transmitir a outrem moléstia
a pena de detenção pela pena de multa (§5•). grave de que está contaminado, ato (não só se·
xual) capaz de produzir o contágio.
4.7LESÃO CORPORAL CULPOSA
É possível, ainda, que as lesões corporais se-
jam causadas de forma culposa, ou seja, me- S. CRIMES CONTRA OPATRIMÓNIO
diante imperícia, imprudência ou negligência
(§6•). Tant o nas lesões corporais culposas quan· S.l FURTO
to nas dolosas, aplicam-se as majorantes do art. Consoante o art. 155, capur, do Código Pe-
121 (homicídio), do Código Penal, na fração de nal. pratica crime de furto o agente que subtrair
1/3, ou seja, se o crime resulta de inobservân- (retirar da posse), para si ou para outrem, coisa
cia de regra t écnica de profissão, arte ou o fício, alheia móvel.
ou se o agente deixa de prestar imediato socor- A pena pode ainda ser aumentada de um
ro à vítima, não procura diminuir as consequêne terço, conforme prevê o § 1°, se o crime é pra-
cias do seu ato, ou foge para evitar prisão em t icado no período noturno (período em que a
flagrante (nas lesões culposas); ou se o crime é vigilância da sociedade naturalment e diminui).
praticado contra pessoa menor de 14 (quator- Mas se o agente é primário, e é de pequeno
ze) ou maior de 60 (sessenta) anos (se a lesão é valor a coisa furtada (não ultrapassa o valor de
dolosa). Também se aumenta a pena em 1/3, se um salário mínimo), o juiz pode substituir a pe-
a lesão corporal for praticada por milícia priva- na de reclusão pela de detenção, diminuí-la de
da, sob o pretexto de prestação de serviço de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de
segurança, ou por grupo de extermínio. multa - hipótese classificada doutrinariamente
Por fim, à lesão culposa, é possível a aplica- como furto privilegiado. Pode ser objeto do cri·
ção do instituto do perdão judicial, inserto no me (coisa alheia móvel) ainda, a energia elétri-
art. 121, §S•, do Código Penal, de modo que o ca ou qualquer out ra que tenha valor econômi·
juiz poder~ deixar de aplicar a pena, se as con- co (por exemplo, energia genética - sêmen de
sequências da infração atingirem o próprio animal), segundo o §3•.
Ana (arolinadeOliveiraSousa 95
Configura furto em sua modalidade qualifi- que venha a ser transportado para outro Estado
cada (§4"), se o agente comete o crime: ou para o exterior.
I. Com destruição ou rompimento de obstá- Inovação legislativa acrescentada pela lei
culo à subtração da coisa. Destruir pode ser 13.330/2016, o delito de furto possuí em seu
definido como fazer desaparecer o obstá- §6o nova modalidade de qualificadora: subtra-
culo; romper significa estragá-lo. ção de semovente domesticável de produção,
11. Com abuso de confiança, ou mediante frau- ainda que abatido ou dividido em partes no lo-
de, escalada ou destreza. O abuso de con- cal da subtração. Denomina-se tal conduta de
fiança exige uma prévia relação especial, de •furto-abigeato~ apenado com reclusão de dois
confiança, que faz com que a vitima dimi- a cinco anos. São considerados objetos desse
nua a sua vigilância, condição esta utiliza- crime, animais criados com a especifica finali-
da pelo agente para a subtração da coisa dade de gerar lucros com a sua produção, co-
(ocorre um abuso). A fraude pode ser com- mo por exemplo, aves, gado, ovinos, sufnos.
preendida como artifício, ardil, utilizado pe· Por fim, cite-se a súmula 567/STJ, segundo
lo agente para que a vítima diminua a vigi- a qual um "sistema de vigilância realizado por
lância sobre o bem, e assim facilite a subtra- monitoramento eletrônico ou por existência de
ção. A escalada é a utilização de expedien- segurança no interior do estabelecimento co·
te anormal para adentrar o recinto e reti- mercial, por si só, não torna impossível a confi-
rar a coisa. A escalada pode ser através do guração do crime de furto".
acesso por parte superior, mas também por
túneis e escavações, por exemplo, vez que 5.2 ROUBO
nestes também há acesso por meio anor- O crime de roubo, previsto pelo art. 157, do
mal. Por fim, a destreza é a habilidade es· Código Penal. consiste em subtrair coisa alheia
pecial. incomum, desenvolvida pelo agente móvel, para si ou para outrem, mediante violên-
para subtrair a coisa fazendo com que a vi- cia a pessoa (uso de força física) ou gravt amea1a
tima não perceba a ação. (promessa de mal grave e iminente) a pessoa,
111. Com emprego de chave falsa. Chave falsa é ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à im·
qualquer instrumento que não a chave ver- possibilidade de resistência- violência imprópria -
dadeira, em forma de chave ou não, que sir· (por exemplo, drogar a vítima).
va para abrir fechaduras. Segundo o §lo, incorre nas mesmas penas
IV. Mediante concurso de duas ou mais pesso· quem logo depois de subtraída a coisa, empre·
as. Quando mais de um agente se reúnem ga violência contra a pessoa ou grave ameaça
para a ação delitiva. (estes elementos não estavam presentes inicial-
mente na conduta), a fim de assegurar a impu-
No §4°·A seguinte vem a novidade legislati· nidade do crime ou a detenção da coisa para si
va trazida pela lei no 13.654/2018. Num movi- ou para terceiro- hipótese de roubo impróprio.
mento de política criminal, buscando uma rea· Com a edição da lei n° 13.654/20 18, o §2°
ção/prevenção aos números alarmantes de fur- sofreu relevantes alterações.
tos cometidos a caixa eletrônicos com o uso de Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até V,
explosivos, o código penal passou a prever co- (metade) se:
mo crime qualificado a conduta de furto em I. revogado;
que há emprego de explosivo ou artefato aná- 11. há o concurso de duas ou mais pessoas;
logo (semelhante) que cause perigo comum 111. a vítima está em serviço de transporte de
(pena de reclusão de quatro a dez anos e mul- valores (como atividade profissional) e o
ta), bem como subtração/furto de substâncias agente conhece esta circunstância;
explosivas ou acessórios que, conjunta ou íso· IV. a subtração for de veiculo automotor que
ladamente, possíbílítem sua fabricação, monta- venha a ser transportado para outro Estado
gem ou emprego (pena de reclusão de quatro ou para o exterior;
a dez anos e multa- §7°). V. o agente mantém a vítima em seu poder,
O §5°, por sua vez, estabelece que a pena rest ringindo sua liberdade;
é de reclusão de três a oito anos (furto qualifi- VI. a subtração for de substâncias explosivas
cado), se a subtração for de veiculo automotor ou de acessórios que, conjunta ou isolada·
96 Direito Penal
6.31MPORTUNAÇAO SEXUAL
A Lei n• 13.718/18 criou novo tipo penal: o
crime de importunação sexual. Tal se deu dian·
Ana (arolina deOliveiraSousa 97
te dos inúmeros casos relatados por mulheres O §5•, incluído pela Lei n• 13.718/2018, dei-
vitimas de tais atos cotidianamente, nos trans- xa clara esta opção legislativa, ao prever que as
portes públicos das mais variadas cídades brasi- penas se aplicam independentemente do con-
leiras. A punição de tais condutas apenas como sentimento da vitima ou do fato de ela ter man·
contravenção penal, como era feito até então, tido relações sexuais anteriormente ao crime.
gerou ampla discussão na sociedade, exigindo Os§§ 3° e 4° preveem penas maiores para
do legislador uma medida de política criminal. o resultado lesão corporal grave/gravíssima ou
Agora, constitui crime (art. 215·A) a conduta morte.
de praticar contra alguém e sem a sua anuên-
cia ato libidinoso com o objetivo de satisfazer 6.6 DIVULGAÇAO DE CENA DE ESTUPRO OU DE CENA DE
a própria lasclvia ou de terceiros. São condu- ESTUPRO DE VULNERAVEL, DE CENA DE SEXO OU DE
tas como, por exemplo, o ato de masturbar-se PORNOGRAFIA
e ejacular sobre a vitima, sem o seu consenti- Em tempos de uso constante de redes so-
mento. ciais, internet, e a facilidade e rapidez no com-
partilhamento de dados e arquivos, o legislador
6.4 EXPOSIÇAO DA INTIMIDADE SEXUAL precisa estar atento às novas demandas sociais.
A lei n• 13.772/2018 trouxe nova previsão Foi neste espírito que, com a Lei n• 13.718/2018,
legal, incriminando no art. 216-B a conduta o Código Penal passou a prever como crime (art.
de produzir, fotografar, filmar ou registrar, por 218-C) a conduta de oferecer, trocar, disponibili-
qualquer meío, cont eúdo com cena de nudez zar, transmitir, vender, expor à venda, distribuir,
ou ato sexual ou libidinoso de caráter Intimo e publicar ou divulgar, por qualquer meio- inclu-
privado sem autorização dos participantes. No sive por meio de comunicação de massa ou sis-
parágrafo único, prevê que incorre nas mesmas tema de informática ou telemática -, fotografia.
penas quem realiza montagem em fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que conte-
vídeo, áudio ou qualquer outro registro com o nha cena de estupro ou de estupro de vulnerá·
fim de incluir pessoa em cena de nudez ou ato vel ou que faça apologia ou induza a sua práti-
sexual ou libidinoso de caráter Intimo. ca, ou, sem o consentimento da vitima, cena de
sexo, nudez ou pornografia.
6.S ESTUPRO DE VULNERAVEL Emais, em seu§1• passou a prever aumento
A Lei n• 12.015/09 incluiu ainda no Códi- de pena de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se
go Penal o art. 217-A, denominado de estupro o crime for praticado por pessoa que mantém
de vulner~vel. Consoante o mencionado arti- ou tenha mantido relação Intima de afeto com
go, comete o crime quem tem conjunção car- a vitima ou com o fim de vingança ou humilha-
nal ou outro ato libidinoso com menor de qua- ção- o que ficou popularmente conhecido pe-
torze anos. Incorre na mesma pena quem pra- la expressão em inglês revenge porn.
tica estas ações com alguém que, por enfermi-
dade ou deficiência mental, não tem o necessá- 6.7 AÇAO PENAL
rio discernimento para a prática do ato, ou que, A lei n• 13.718/2018 passou a prever que
por qualquer outra causa, não pode oferecer re- os crimes em comento se procedem median-
sistência (§I •). te ação penal pública incondicionada, portan-
Assim, para os menores de quatorze anos, a to, independem de manifestação da vítima ou
redação indica que se deve adotar o entendi- seu representante legal. Assim, representa no-
mento de que a vulnerabilidade é absoluta, não vatio Jegis in pejus, portanto irretroativa, em re-
havendo que se falar em consentimento. lação às hipóteses que anteriormente previam
Quanto ao enfermo ou deficiente mental, ação penal pública condicionada.
para caracterizar figura t ípica, não basta a pre-
sença da enfermidade ou doença mental. ~ im- 6.7.1 CAUSAS DE AUMENTO DE PENA
prescindível que esta implique em retirada de São causas de aumento de pena dos crimes
discernimento para a prática do ato. A lei pro- em estudo (art. 226 do Código Penal):
tege ainda aqueles que por qualquer causa I. crime cometido com o concurso de duas ou
não podem oferecer resistência à prática sexual mais pessoas - aumento de V. (quarta par-
(exemplo, vítima que foi drogada). te);
98 Direito Penal
7.HONCUSSlO
7. CRIMES CONTRA AADMINISTRAÇÃO POBUCA O delito de concussão está previsto no art.
316 do Código Penal, como a conduta de exigir,
7.1 PECULATO para si ou para outrem, direta ou indiretamen-
No art. 312 do Código Penal. a lei define co- te, ainda que fora da função ou antes de assu-
mo crime de peculato a conduta de apropriar- mi-la, mas em razão dela, vantagem indevida.
-se o funcionário público de dinheiro, valor ou Deste modo, o funcionário exige, ordena,
qualquer outro bem móvel, público ou particu· impõe como obrigação, a obtenção da vanta-
lar, de que tem a posse em razão do cargo, ou gem indevida. A conduta pode ser praticada dí-
desviá· lo, em proveito próprio ou alheio. retamente pelo funcionário público para a vi-
Ana (arolinadeOliveiraSousa 99
tima, ou ainda de forma indireta, utilizando- rupção ativa a conduta de oferecer ou prome-
-se de interposta pessoa. De qualquer modo, o t er vantagem indevida a funcionário público,
agente necessariamente tem de se valer da sua para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar
função (já estando no exercício, ou mesmo fo- ato de ofício.
ra dela - ex. licença, suspenso, no gozo de fé- De igual modo ao que ocorre com a corrup-
rias- ou mesmo antes de assumi-la) para exigir ção passiva, na corrupção ativa não é indispen·
a vantagem indevida (não permitida por lei) pa- sável para a consumação do delito que o agen-
ra si ou para outrem. t e público ret arde ou omita ato de ofício, ou o
Num movimento de política criminal, a lei pratique infringindo dever funcional, sendo tal
13.964/2019 aumentou o preceito secundário circunstância aumento de pena de 1/3 (um ter-
(pena) deste crime, de modo que a pena que ço), previsto no parágrafo único do artigo em
antes era de 02 (dois) a 08 (oito) anos de reclu- comento.
são, passou para 02 (dois) a 12 (doze) anos de re-
clusão, e sendo prejudicial ao réu, é irretroativa. 7.SPREVARICAÇAO
O § 1• traz a previsão do excesso de exação A figura tfpica da prevaricação encontra pre·
(cobrança de tributo). Pune-se ent ão o agente visão no art. 3 19 do Código Penal, segundo o
que exige tributo ou contribuição social que sa- qual comete crime aquele que retarda ou deixa
be ou deveria saber indevido, ou, quando devi- de praticar. indevidamente, ato de ofício, ou o
do, emprega na cobrança meio vexatório (ver- pratica contra disposição expressa de lei, tudo
gonhoso) ou gravoso (oneroso. opressor), que para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
a lei não autoriza. Como sujeito ativo, exige-se a condição de
funcionário público (crime próprio). Ato de ofí-
7.3 CORRUPÇÃO PA.SSIVA cio é o ato que deve o funcionário público pra·
O delito de corrupção passiva (art. 317, do ticar em decorrência do cargo. O motivo do
Código Penal) consiste na condut a de solicitar agente prat icar t al conduta é int eresse (provei·
ou receber, para si ou para outrem, direta ou in- to, não necessariamente econômico) ou senti-
diretamente, ainda que fora da função ou antes mento pessoal (afetivo).
de assumi-la, mas em razão dela, vantagem in-
devida, ou aceitar promessa de tal vantagem. 7.6 FALSO TESTEMUNHO OU FALSAPERICIA
Assim, as condutas previstas não são impo- O CESPE/CEBRASPE tem demonstrado em
sitivas como o tipo penal da concussão. Soli- suas provas. uma frequência de questões co·
citar significa pedir, requerer; receber implica brando conhecimento acerca do crime capi-
em aceitar; enquanto que na conduta de acei· t ulado no art. 342 do Código Penal. Provavel-
tar promessa, basta que o funcionário público mente porque tal conduta possui direta relação
concorde em receber a vantagem indevida pro· com o atuar do perito médico-legal.
metida. Segundo o art. 342 do Código Penal, cons-
Retardar a prát ica do ato não é indispensá· tit ui crime a conduta de fazer afirmação falsa,
vel para a consumação do delito. Pois, se o fun- ou negar ou calar a verdade, como testemunha,
cionário público retarda ou deixa de praticar perito, contador, tradutor ou intérprete em pro-
qualquer ato de oficio ou o pratica infringindo cesso judicial. ou administrativo, inquérito poli·
dever funcional, em razão da vantagem ou pro- cial. ou em juízo arbitral.
messa, a pena será aumentada em 1/3 (um ter- O § 1• traz causas de aumento de 1/6 (um
ço)(§ 1°). No entant o, se o faz cedendo a pedido sexto) a 1/3 (um terço) se o crime for praticado
ou influência de outrem, responderá pela figu- mediante suborno ou com o fim de obter prova
ra do §2°, que pos.sui pena menor. destinada a produzir efeito em processo penal,
ou em processo civil que tem como parte enti·
7.4 CORRUPÇAO ATIVA dade da administração pública direta ou indire-
Para a conduta de corrupção passiva do fun- t a. Assim, fazer prova em processo penal não é
cionário público, pode corresponder conduta elemento essencial, mas causa de aumento de
paralela para quem lhe oferece ou promete in- pena.
devida vantagem - corrupção ativa - (art. 333, Segundo o §2•, o fato deixa de ser punível se
do Código Penal). Isto porque, configura cor- ant es da sentença. no processo em que ocorreu
100 Direito Penal
o ilícito (a afirmação falsa, a negação ou a omis- Configuram tal crime as condutas de adqui-
são da verdade), o agente se retrata ou decla- rir, guardar, ter em depósito, transportar, ou
ra a verdade. trazer consigo substância entorpecente, todas
Para a conduta do art. 342 há outra corres- voltadas com a finalidade de consumo pessoal.
pondente, no art. 343, para aquele que lhe dá Mas a lei não define o que configura consumo
causa. Assim, segundo o art. 343, constitui cri- pessoal. O consumo pessoal é então determi-
me a conduta de dar, oferecer ou prometer di- nado pela análise da natureza e da quantidade
nheiro ou qualquer outra vantagem a testemu- da substância apreendida, do local e das con-
nha, perito, contador, tradutor ou intérprete, dições em que se desenvolveu a ação, das cir-
para fazer afirmação falsa, negar ou calar a ver- cunstâncias sociais e pessoais, bem como da
dade em depoimento, perlcia, cálculos, tradu- conduta e dos antecedentes do agente (art. 28,
ção ou interpretação. Do mesmo modo, em seu §2°, da Lei).
parágrafo único, a pena aumenta-se de 1/6 (um Segundo o§ 1odo mesmo artigo, incorre nas
sexto) a 1/3 (um terço) se o crime é cometido mesmas medidas quem para consumo pessoal
com o fim de obter prova destinada a produ- semeia, cultiva, ou colhe plantas destinadas à
zir efeito em processo penal ou em processo ci- preparação de pequena quantidade de subs-
vil em que for parte entidade da administração tância ou produto capaz de causar dependên-
pública direta ou indireta. cia física ou psíquica.
Outra importante figura típica prevista pela
referida Lei é o crime de t ráfico de entorpecen-
S. LEI DE DROGAS- N• 11.343/06 tes, previsto a teor do art. 33. Compreende as
A lei n°1 1.343/06 instituiu o Sistema Nacio- condutas de importar, exportar, remeter, pre-
nal de Políticas Públicas sobre Drogas - SISNAD; parar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor
prescreve medidas para prevenção do uso in- à venda, oferecer, ter em depósito, transportar,
devido, atenção e reinserção social de usuários trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar,
e dependentes de drogas; estabelece normas entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda
para repressão à produção não autorizada e ao que gratuitamente.
tráfico ilícito de drogas e define crimes. O§ 1° deste artigo traz ainda a previsão das
Trata-se de norma penal em branco que, não condutas de importar, exportar, remeter, pro-
trazendo em seu texto a definição legal de dro- duzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda,
ga, é complementada por Portaria editada pelo oferecer, fornecer, ter em depósito, transportar,
Ministério da Saúde que prevê tais substâncias trazer consigo ou guardar, ainda que gratuita-
e, assim, permite o enquadramento legal (por mente, sem autorização ou em desacordo com
isso, é definida como norma penal em branco determinação legal ou regulamentar, matéria-
heterogênea). ·prima, insumo ou produto químico destinado
Em seu art. 28, traz a previsão da condu- à preparação de drogas(inciso I); semear, culti-
ta de adquirir, guardar, ter em depósito, trans- var ou fazer a colheita, sem autorização ou em
portar ou trazer consigo, para consumo pessoal, desacordo com determinação legal ou regula-
drogas sem autorização ou em desacordo com mentar, de plantas que se constit uam em ma-
determinação legal ou regulamentar, subme- téria-prima para a preparação de drogas (inci -
tendo às penas de advertência sobre os efei- so 11); utilizar local ou bem de qualquer nature-
tos das drogas, prestação de serviços à comu- za de que tem a propriedade, posse, adminis-
nidade, ou medida educativa de compareci- tração, guarda ou vigilância, ou consentir que
mento a programa ou curso educativo. Assim, outrem dele se utilize, ainda que gratuitamen-
a nova legislação continuou a prever tais con- te, sem autorização ou em desacordo com de-
dutas como crimes (não houve descriminaliza- terminação legal ou regulamentar, para o t ráfi-
ção), porém, por opção de política criminal. re- co ilícito de drogas (inciso 111); vender ou entre-
tirou a possibilidade de pena privativa de liber- gar drogas ou matéria-prima, insumo ou pro-
dade (há quem fale que houve descarceriza- duto químico destinado à preparação de dro-
ção). Ademais, o art. 48, em seu §2•, veda a pos- gas, sem autorização ou em desacordo com a
sibilidade de prisão em flagrante em tais casos. determinação legal ou regulamentar, a agen-
t e policial disfarçado, quando presentes ele-
Ana CarolinadeOliveiraSousa 101
Mas se o agente, ao praticar homicídio cul- mento entre os arts. 302 e 303 deve-se em ra-
poso na direção de veículo automotor, conduz zão da import ância do bem j urídico p rot egido.
sob a influência de álcool ou de qualquer outra Enquanto no homicídio culposo, o bem p rote-
subst ância psicoativa que determine depen- gido é a vida, para conferir maior p roteção, o le·
dência, tal conduta será mais severamente p u- gislador exigiu apenas a influência d e álcool ou
nid a, com pena de reclusão de cinco a oito anos substância psicoativa que det ermine d epen-
e suspensão ou p roibição do direito de se obter d ência. Ao passo que, no art. 303, o bem j urídi-
a permissão ou a habilitação para dirigir veículo co é de menor importância que a vida (integri ·
automotor (§3•, com redação dada pela Lei n• d ade corporal), então o legislador exigiu não só
13.546/2017). Basta cometer o homicídio cul· a influência, mas em verdade que a capacidad e
poso conduzindo o vefculo automotor sob in- psicomotora esteja alterada pela influência d e
fluência, ou seja, o uso da substância. álcool ou substância psicoativa que determine
d ependência.
9.2LESAO CORPORALNA DIREÇAO DE VEICULO
AUTOMOTOR 9.3 CONDUZIRVEICULOAUTOMOTOR COM CAPACIDADE
Praticar lesão corporal culposa na direção de PSICOMOTORA ALTERADA EM RAZAO DE SUBSTANCIA
veículo automotor é conduta punida com de- QUE DETERMINEDEPEND!NCIA
tenção de seis meses a dois anos e suspensão A lei n°12.760/12 conferiu nova redação ao
ou p roibição de se obter a permissão ou a habi- art. 306, estabelecendo que à condut a de con-
litação para dirigir veículo aut omotor (art. 303, duzir veículo automotor com capaddade psicomo·
CTB). tora alterada em razão da influência de álcool ou
A pena é majorada de 1/3 (um terço) à 'h d e outra subst ância p sicoativa que determine
(met ad e), nos termos do § 1•, quando ocorrer d epend ência corresponde a pena de detenção
qualquer dos resultados do § 1°, do art. 302. de seis meses a t rês anos, multa e suspensão ou
Com a redação dad a pela Lei n• 13.546/2017, p roibição d e se obter a permissão ou a habilit a·
o § 2• passou a prever que a pena privativa de ção para dirigir veículo automotor.
liberdade é de reclusão d e d ois a cinco anos, Regulando a matéria, estabeleceu ainda, no
sem p rejuízo das outras penas p revistas neste §1•, que as condutas previstas nocapucserão
artigo, se o agente conduz o veículo com capaci· const at ad as por concentração igual ou superior a 6
dade psicomotora alterada em razão da influência decigramas de Alcool por litro de sangue ou Igual ou su-
de álcool ou de outra subst ância psicoativa que perior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar,
determine dependência, e se do crime resultar ou sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo
lesão corporal de natureza grave ou gravíssima. Contran, atteração da capacidade psicomotora.
Assim, exigem-se três condições para o en- O § 2• do mesmo artigo (com redação dada
quadramento d o referido parágrafo: pela Lei n• 12.971/20 14) estabelece que a verifi-
a) lesão culposa na direção de vefculo automotor; cação do disposto neste artigo poderá ser obti-
b) com capacidade psicomotora alterada em ra- da mediante teste de alcoolemia ou toxicológi-
zão influência de álcool ou substãncia psicoa- co, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemu-
tiva que determine dependência (não basta o nhal ou out ros meios de prova em direito admi-
uso d a substãncia, é necessário que haja a al- t idos, observado o direito à contrap rova.
teração da capacidade psicomotora); Isto porque, se de um lado não se pode exi-
c) a lesão causad a seja grave ou gravíssima (art. gir do agent e comportamento ativo (etilôme-
129, §§ 1° 2•. do Código Penal). t ro/bafômetro) ou procedimento invasivo (exa-
me de sangue) no sentido de p roduzir p rovas
Gabriel Habib nos ensina que a capacidade (princípio da não autoincriminação), de outro
psicomotora é comp reendida como a capaci- não pode o p oder p úblico depender exclusiva-
dade de o ser humano estabelecer relações e mente da boa vontade do condu tor do veícu-
influências recíprocas e sistêmicas entre o psi- lo. Assim, a condut a pode ser constatada sem
quismo e a motricidade. Ensina, em outras pa- a participação do condutor, pela averiguação,
lavras, que a perda da capacidade psicomotora por parte do agente do Poder Público, de sinais
significa a perda de reflexos. Eo autor segue em que indiquem a alteração da capacidade psi-
suas lições, afirmando que a diferença d e trata- comotora (fala confusa, forte odor etílico, por
Ana (arolinadeOliveiraSousa 103
exemplo), afinal. tais agentes gozam de fé pú- 11. no âmbito da família, compreendida como
blica. a comunidade formada por indivíduos que
A esse respeito, em 2016 foi editada a Lei n• são ou se consideram aparentados, unidos
13.281, que estabeleceu, no art. 165-A, a infra- por laços naturais, por afinidade ou por von-
ção administrativa consistente na conduta de tade expressa;
recusar-se a ser submetido a teste, exame clíni- 111. em qualquer relação íntima de afeto, na qual
C01 perícia ou outro procedimento que permita o agressor conviva ou tenha convivido com a
certificar influência de álcool ou outra substân- ofendida, independentemente de coabitação.
cia psicoativa, na forma estabelecida pelo art.
277, como infração gravíssima, apenada com Parágrafo único. As relações pessoais enun-
multa (dez vezes) e suspensão do direito de di- ciadas neste artigo independem de orientação
rigir por 12 (doze) meses e medida administra- sexual.
tiva de recolhimento do documento de habili- Em seu artigo 6•, a lei reconhece que a vio-
tação e retenção do veículo, observado o dis- lência doméstica e familiar contra a mulher
posto no§ 4•do art. 270. Em seu parágrafo úni- constitui uma das formas de violação dos direi-
co, prevê que se aplica em dobro a multa pre- tos humanos.
vista no caput em caso de reincidência no pe- A lei descreve e define como formas de vio-
ríodo de até 12 (doze) meses. lência contra a mulher, entre outras, a violência
Por fim, a Lei 13.840/2019, incluiu o §4• ao física, psicológica, sexual, moral e patrimonial.
artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro, pre- Segundo o art. 7°, configura:
vendo que poderá ser empregado qualquer 1. violência ffsica, qualquer conduta que ofen-
aparelho homologado pelo Instituto Nacional da sua integridade ou saúde corporal;
de Metrologia, Qualidade e Tecnologia - IN ME- 11. violência psicológica, qualquer conduta que
TRO- para se determinar o previsto no caput. lhe cause dano emocional e diminuição da
autoestima ou que lhe prejudique e per-
turbe o pleno desenvolvimento ou que vi-
10.LEI MARIA DA PENHA se degradar ou controlar suas ações, com-
A Lei n• 11.340/06, denominada Lei Maria da portamentos, crenças e decisões, mediante
Penha, foi criada como importante meio para ameaça, constrangimento, humilhação, ma-
coibir a violência contra a mulher no âmbito da nipulação, isolamento, vigilância constan-
violência doméstica e familiar, e criar uma am- te, perseguição contumaz. insulto, chanta-
pla rede de proteção e suporte para a vítima. gem, violação de sua intimidade, ridiculari-
A lei tem cabimento somente para a vítima zação, exploração e limitação do direito de
mulher, pois o legislador considerou a sua es- ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cau-
pecial condição de vulnerabilidade, atenden- se prejuízo à saúde psicológica e à autode-
do aos ditames do prindpio constitucional da terminação;
igualdade material ou substancial, que nos en- 111. violência sexual, qualquer conduta que a
sina que os desiguais devem ser tratados de constranja a presenciar, a manter ou a par-
forma desigual para, ao fim, alcançar a igualda- ticipar de relação sexual não desejada, me-
de entre os diversos individuas. diante intimidação, ameaça. coação ou uso
Ademais, não basta que a vítima seja pes- da força; que a induza a comercializar ou a
soa do sexo feminino (mulher! para o enqua- utilizar, de qualquer modo, a sua sexualida-
dramento nos ditames da referida Lei. Segundo de, que a impeça de usar qualquer método
o art. s•, configura violência doméstica e fami- contraceptivo ou que a force ao matrimônio,
liar contra a mulher qualquer ação ou omissão ~ gravidez, ao aborto ou ~ prostituição, me-
baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, diante coação, chantagem, suborno ou ma-
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano nipulação; ou que limíte ou anule o exercí-
moral ou patrimonial, nas seguintes situações: cio de seus direitos sexuais e reprodutivos;
I. no âmbito da unidade doméstica, compreen- IV. violência patrimonial, qualquer conduta
dida como o espaço de convívio permanente que configure retenção, subtração, destrui-
de pessoas, com ou sem vínculo familíar, in- ção parcial ou total de seus objetos, instru-
clusive as esporadicamente agregadas; mentos de trabalho, documentos pessoais,
104 Direito Penal
L a inquirição será feita em recinto especial- IV. A nova lei não extirpou, entretanto, o juizo
mente projetado para esse fim, o qual con- de legalidade da autoridade Judiciária, ao
terá os equipamentos próprios e adequados prever no § 1• que nas hipóteses dos inci-
à idade da mulher em situação de violência sos 11 e 111 do caput do artigo, o juiz será co-
doméstica e familiar ou testemunha e ao ti- municado no prazo máximo de 24 (vinte e
po e à gravidade da violência sofrida; quatro) horas e decidirá, em igual prazo, so-
11. quando for o caso, a inquirição será interme- bre a manutenção ou a revogação da medi-
diada por profissional especializado em vio· da aplicada, devendo dar ciência ao Ministé-
lência doméstica e familiar designado pela rio Público concomitantemente.
autoridade judiciária ou policial;
111. o depoimento será registrado em meio ele- Prevê ainda, no §2•, que nos casos de risco à
trônico ou magnético, devendo a degrava- integridade física da ofendida ou à efetividade
ção e a mfdia integrar o inquérito. da medida protetiva de urgência, não será con-
cedida liberdade provisória ao preso.
Por fim, a Lei n• 13.641/2018 passou a pre-
ver como crime, no art. 24-A da Lei, a condu-
ta do agente que descumprir decisão judicial REFER~NCIAS
que defere medidas protetivas de urgência. Pa-
ra a configuração do crime independe da com- 1. CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito Pe-
petência civil ou criminal do juiz que deferiu as nal parte especial (arts. 121 ao 36 1).11 ' . ed. rev.,
medidas (§1•). Na hipótese de prisão em fla- atual e ampL Salvador: EditoraJusPodivm, 2019.
grante deste cri me, apenas a autoridade judi- 2. CUNHA, Rogério Sanches. Pacote Anticrlme -
cial poderá conceder fiança, de modo que a lei 13.964/ 2019: Comentários eis Alterações
fiança não pode ser arbitrada pelo Delegado de no CP. CPP e LEP. Salvador: Editora JusPodivm,
Polícia (§2•). 2020.
É possível ainda a decretação da prisão pre- 3. GUIMARÃES, O.T. Dicionário Técnico Jurídico. 12.
ventiva do acusado1 se o crime envolver violên- Ed. São PaulO< Rideel, 2009.
cia doméstica e familiar contra a mulher, crian- 4. HABIB, Gabriel. Leis Penais Especiais. Coleção
ça, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com leis especiais para Concursos volume 12. 1'1' ·
deficiência, para garantir a execução das medi- ed. rev.. atual e ampl. Salvador: Editora JusPodi·
das protetivas de urgência (art. 313, inciso 111 do vm, 20 19.
Código de Processo Penal). 5. NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Co-
Em 13 de maio de 2019 foi sancionada a l ei mentado. 12. ed. rev., atual e ampl. São Paulo:
n• 13.827119, que acrescentou à Lei Maria da Editora Revista dos Tribunais, 20 12.
Penha o art. 12-C, passando a prever a possibi· 6. REVISAÇO.Carreiras Policias PRF - Policia Rodo-
lidade de deferimento de medidas protetivas viária Federal. 301 edição. rev., atual e ampl. Sal-
pela Policia, sem necessidade de prévia inter- vador: Editora JusPO<:lívm. 20 18.
venção judicial (não obstante questionamen- 7. SALIM, Alexandre; AZEVEDO, Marcelo André de.
tos sobre sua constitucionalidade). Segundo o Oireito penal parte Gerai.Coleçáo Sinopses para
art. 12-C, verificada a existência de risco atual Concucsos volume 1. 9, edição. rev., atual e am·
ou iminente à vida ou à integridade física da pl. Salvador: Editora JusPodivm. 20 19.
mulher em situação de violência doméstica e 8. SALIM, Alexandre; AZEVEDO, Marcelo André de.
familiar, ou de seus dependentes, o agressor se- Oireito penal parte especial - dos crimes contra
rá imediatamente afastado do lar, domicilio ou a pessoa aos crimes contra a famflia.Coleção Si·
local de convivência com a ofendida: nopses para Concursos volume 2. 8" edição. rev.,
I. pela autoridade judicial; atual e ampl. Salvador: Editora JusPodivm,. 2019.
11. pelo delegado de policia, (soment e) quan- 9. SALIM, Alexandre; AZEVEDO, Marcelo André de.
do o Município não for sede de comarca; ou Direito penal parte especial - dos crimes contra
111. pelo policial, (somente) quando o Município a Incolumidade pública aos crimescontra admi-
não for sede de comarca e não houver Dele- nistração pública.Coleção Sinopses para Con-
gado disponível no momento da denúncia cursos volume 3. 701 edição. rev.. atual e ampl.
(duas condições, simultâneas). Salvador: Editora JusPodivm, 2019.
106 Direito Penal
Tatiany Ramalho
público. A finalidade. por sua vez, consiste no Alternativa C: INCORRETA. Apesar de a alternativa
elemento do ato administrativo que determina apontar a presunção de legitimidade e de im-
qual o bem jurídico objetivado pelo ato, o que peratividade, que são atributos do ato adminis-
se visa proteger com uma determinada condu- trativo, a coercibilidade é um atributo do poder
ta. Por exemplo, na nomeação de um servidor, de polícia e apesar de estar intrinsecamente re-
o objetivo é aumentar o quadro da Administra- lacionado à imperatividade. A alternativa colo-
ção, buscando dar maior eficiência ao serviço. ca como um atributo autônomo. A maioria da
Conforme leciona Fernanda Marinela, "esse ele· doutrina entende que um decorre do outro.
mento representa o fim mediato do ato admi- Alternativa D: INCORRETA. A causa que na verdade
nistrativo que deve ser sempre o interesse pú- seria o motivo do ato e o seu objeto são con-
blico, o bem comum".1 Acrescente-se que, caso siderados elementos/requisitos do ato admi-
um ato administrativo tiver como objetivo inte· nistrativo e não atributos. O motivo represen-
resses ilfcitos ou contrários ao interesse coleti- ta as razões que justificam a edição do ato. É o
vo, é considerado um ato ilegal, por apresentar fundamento de fato e de direito para a prática
um "vicio de finalidade: denominado pela dou- do ato administrativo. O objeto é seu resulta-
trina de "desvio de finalidade: devendo, por- do prático do ato, consistindo no efeito jurídico
tanto, ser retirado do ordenamento jurldico por imediato que o ato produz, é o que efetivamen-
meio da anulação desse ato. Por fim, vale regis- te o que acontece no mundo fático em decor-
trar que o ato administrativo, além da finalida- rência da edição do ato.
de geral, que é o interesse público, deve tam- Alternativa E: INCORRETA. Nesta alternativa há so-
bém observar a finalidade prevista em lei para mente a autoexecutoriedade como atributo. O
aquele ato em específico. objeto é considerado elemento do ato, e a mo-
Alternativa B: CORRETA. Esta alternativa apresenta t ivação decorre do motivo. Motivo e motivação
três atributos do ato administrativo: a presun- não são expressões sinônimas. Como já comen·
ção de legitimidade, a autoexecutoriedade e a ta do na alternativa anterior, o motivo é o fato e
imperatividade. O ato administrativo presume- o fundamento jurídico que justificam a prática
-se legítimo e verdadeiro, ou seja, em conformi- do ato, enquanto a motivação é exteriorização
dade com a lei e os princípios, além de corres- desses motivos, é o dever de justificar os atos,
ponder à verdade dos fatos. Destaque-se que apontando quais fundamentos de direito e de
essa presunção é relativa, pois é pos.sível com- fato foram observados para a elaboração, rea-
provar que o ato é ilegal, portanto, ilegítimo. A lização daquele ato administrativo. Importante
autoexecutoriedade autoriza a Administração a leitura do art. 50 da Lei n. 9.784/1999, que es-
a executar diretamente seus atos e fazer cum- tabelece quais atos devem ser necessariamen-
prir suas determinações sem precisar de auto- te motivados.
rização anterior do Poder Judiciário, admitin- RESPOSTA: @
do-se, inclusive, o uso de força, se necessário,
sempre que for autorizada por lei. Exemplo de
autoexecutoriedade é apreensão de mercado- (PERITO MÉDICO-LEGISTA -IGP/RS- FUNDATEC
rias sem a devida nota fiscal, nesse caso a au-
toridade competente para a prática do ato, não
02 - 2017) Segundo Maria Sylvia Zanella Oi
Pietro, o atributo pelo qual o ato administrativo
precisa de mandado expedido previamente pa- pode ser posto em execução pela própria Ad·
ra exercer esse ato. Nem todos os atos adminis- ministração Pública, sem necessidade de inter-
trativos possuem esse atributo, diferentemen- venção do Poder Judiciário, é o da:
te do primeiro que analisamos (presunção de
legitimidade) que está presente em todos os ® Presunção de legalidade.
atos administrativos. A imperatividade é o atri- ® Tipicidade.
buto em que a Administração pode impor uni- © lmperatividade.
lateralmente as suas determinações válidas, ou ® Autoexecutoriedade.
seja, desde que dentro da legalidade. Esse últi- ® Presunção de legitimidade.
mo atributo não está presente em todos os atos
administrativos, mas apenas naqueles que há
uma imposição de obrigação a administrados. •
Tatiany R<lmalho 109
atos ilegais, aqueles que possuem algum vício duo é um servidor público estadual, decide re-
em um dos seus elementos, não atendendo aos movê-lo para uma cidade bem distante, alegan-
requisitos de validade determinados pela lei e do necessidades do serviço, quando, na verda-
pelos princípios constitucionais. A anulação po- de, o administrador deseja prej udicar o relacio-
de ser realízada pela própria Administração Pú- namento. Nesse caso, o ato fica viciado em vir-
blica no exerdcio da autotutela ou pelo Poder tude de o motivo ser incompatível com a lei, ha-
Judiciário no controle de legalidade. No enun- vendo inexistência material e jurídica dos moti-
ciado da questão é apontado um vício no moti· vos~ l Sendo assim, a alternativa está equivoca·
vo, afirmando-se que houve uma indicação de da, uma vez que a indicação de um motivo falso
motivo falso, portanto, estamos diante de um ou inexistente está relacionada à teoria dos mo·
ato ilegal que deve ser anulado. tivos determinantes.
Alternativa D: INCORRETA. Quando o ato praticado RESPOSTA:©
pelo administrador apresentar motivo inexis-
tente ou motivo falso o ato administrativo se·
rá considerando inválido, devendo, portanto, (ASSISTENTE SOCIAL- PC-ES INSTITUTO AOCP-
ser anulado.
Alternativa E: INCORRETA. Pela teoria dos motivos
07 2019) Assinale a alternativa correta acer·
cada extinção, desfazimento e sanatória do ato
determinantes, uma vez declarado o motivo do administrativo.
ato, este deve ser respeitado. Ou seja, vincula o
administrador ao motivo por ele declarado. A ® A anulação é a retirada, do mundo jurídi-
teoria dos motivos determinantes está direta· co, de um ato válido, mas que, segundo critério
mente relacionada com o elemento •motivo" do discricionário da administração, tornou-se ino-
ato administrativo, que são as razões de fato e portuno ou inconveniente.
de direito que justificam a edição daquele ato. ® A revogação ocorre quando há um vício no
Assim, se os motivos são inexistentes ou falsos, ato relativo à legalidade ou legitimidade; nunca
implicam a nulidade do ato administrativo. Al- por questões de mérito administrativo.
guns atos não exigem motivação, ou seja, não © A revogação é um ato discricionário e tem
sendo necessário de forma expressa apresentar como critério a conveniência e oportunidade.
os motivos, por exemplo, a exoneração de um @ A extinção objetiva do ato se dá pelo desa-
servidor ocupante de um cargo de confiança ou parecimento do sujeito detentor do benefício
chamado cargo em comissão. No entanto, se es· do ato.
se ato for motivado, e a autoridade competente ® A designação de ato administrativo abran-
declarar o motivo da exoneração, ficará vincu· ge toda atividade desempenhada pela admi·
lado a tais motivos (às razões de fato e de direi- nistração.
to que o levaram à prática do ato). Um exemplo
bastante interessante é o citado pela Profa. Fer-
nanda Ma ri nela em seu Manual:'se um determi·
nado administrador decide exonerar um servi- • DICA DO AUTOR: A questão, apesar de aparente-
••
dor ocupante de cargo em comissão, alegando mente simples, apresenta um grau de dificulda·
como motivo a necessidade de redução de des- de em razão da redação das alternatívas, no en-
pesas com folha de pagamento, cumprindo re- tanto, quanto ao conteúdo exige mais, uma vez
gra para racionalização da máquina administra- o conhecimento de anulação e revogação. Des-
tiva, prevista no art. 169 da CF, ele não poderá se modo, ao saber a principal distinção entre es-
nomear outra pessoa para o mesmo cargo, em sas duas formas de extinção do ato administrati-
decorrência da teoria dos motivos determinan- vo, consegue-se o gabarito com mais facilidade.
tes, que exige a veracidade e o cumprimento do RESOLUÇÃO:
motivo alegado. Da mesma forma, ocorrerá vio- Alternativa A: INCORRETA. A anulação é a retirada, do
lação a essa teoria e a consequente invalidação mundo jurídico, de um ato ilegal portanto, aque-
do ato, quando o motivo for falso. Imagine que le que não atende aos requisitos de validade.
um determinado governador de um Estado tem Alternativa 8: INCORRETA. Se o ato possui vício, ele
uma filha que está namorando um rapaz que é ilegal, devendo assim ser anulado e não re-
não é de seu agrado. Sabendo que esse indiví- vogado. A revogação pressupõe ato válido, mas
114 OireitoAdministrativo
Assim, quem quer que desempenhe funções ® somente a conduta de Cassiano se enqua-
no âmbito do Poder Público ou de quem lhe faz dra na tipificação de inassiduidade habitual.
as vezes, pode ser considerado como um agen- ® somente a conduta de Cândida se enqua-
te público. Um ótimo referencial teórico para o dra na tipificação de abandono de cargo.
conceito de agente público é o previsto na lei © nenhuma das condutas se enquadram na
de Improbidade Administrativa. Apesar de o tipificação de abandono de cargo ou inassidui·
conceito delimitar o termo de agente público dade habitual.
para fins de aplicação das sanções pela prática @ a conduta de Cassiano se enquadra na t ipi·
de atos de improbidade administrativa, a norma ficação de inassiduidade habi tual e a conduta
sintetiza o que deve ser observado quando da de Cândida na de abandono de cargo.
definição de agente público. Vejamos a redação ® a conduta de Cassiano e de Cândida se en-
do art. 2• da Lei n. 8.42911992:"Reput a·se agen· quadram na tipificação de inassiduidade habi·
te público, para os efeitos desta lei, todo aquele tua I.
que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição, nomeação, designa-
ção. contratação ou qualquer outra forma de in-
vestidura ou vinculo, mandato, cargo, emprego
•
1> DICA DO AUTOR: Apesar de a questão estar exi-
ou função nas entidad es~ Os agentes públicos gindo expressamente saber o Estatuto dos Ser·
podem ser classificados conforme a intensida- vidores Públicos do Estado do Amapá, o tema
de de suas decisões (agentes políticos ou servi- é comum em todos os demais estatutos. assim
dores estatais), a personalidade jurfdica em que como é bastante frequente a exigência do as-
atuam (pessoas jurídicas de direito público ou sunto nas provas de concurso público, sendo
direito privado), o regime jurídico a que se sub- relevante a todos os candidatos compreende·
metem (regime estatutário ou regime celetista), rem as diferenças entre o abandono de cargo e
e, por fim, podendo também ser incluído como a inassiduidade habitual. Primeiramente, regis-
agente públíco, os particulares colaboradores tre-se que ambas são infrações graves e puní-
com o Poder Público. Esse não é um tema tão veis com a sanção de demissão. As legislações
exigido de forma direta, mas é importante o seu próprias também estabelecem um procedi-
conhecimento, pois pode relacionar-se com ou· mento sumário, ou seja, mais célere que os de·
tros tópicos no Direito Administrativo. mais; no entanto, é preciso também ficar claro
RESOLUÇAO: O enunciado da quest ão traz a deno· para o candidato que, nas duas hipóteses, a de·
minaçáo de agente público, que, conforme ex- missão somente pode ser aplicada após o pro-
plicítado aqui, trata·se de um conceito amplo cesso administrativo disciplinar com ampla de·
para caracterizar todos aqueles que exercem lesa e contraditório. O fato de ser um proce-
uma função pública, todos aqueles que "agem" dimento mais rápido, o processo disciplinar é
em nome do Poder Público, não importando obrigatório para os casos puníveis com demis-
qual tipo de vínculo, podendo, inclusive, ser são. Configura-se abandono de cargo a ausên·
transitório, ou mesmo sem remuneração. Des- cia intencional do servidor ao serviço por mais
sa forma, o gabarito é a Letra·e•. de 30 dias consecutivos. Por sua vez, entende·
RESPOSTA:® -se por inassiduidade habitual a falta ao servi-
ço, sem causa justificada, por 60 dias, interpola·
damente, durante o perfodo de 12 meses. Des-
(PERITO M!DICO-LEGISTA - PUAP - FCC - 2017) sa forma, é possível concluir que a caracteriza-
12 Cassiano, servidor público estavel do Es-
tado do Amapa, faltou ao serviço, sem causa
ção dessas infrações depende da soma de dois
elementos: o elemento objetivo, descrito no
justificada, por 30 dias, interpoladamente, du- dispositivo legal - prazo em que o servidor fi-
rante o período de 12 meses. Cândida, servido- cou ausente de suas funções - agregado ao ele-
ra pública estavel do Estado do Amapá, ausen- mento subjetivo, que consiste na ausência in-
tou-se de forma intencional ao serviço por 21 t encional, a vontade livre e consciente de aban-
dias consecutivos. Nesses casos, de acordo es- donar suas atividades fora das hipóteses legal·
pecificamente com o Estatuto dos Servidores mente permitidas.
do Estado do Amapá,
118 OireitoAdministrativo
RESOLUÇAO: No caso narrado na questão, Cassia- mento das provas, com o propósito de avaliar a
no, servidor público estável do Estado do Ama- atualização do candidato. Importante a leitura
p~. faltou ao serviço, sem causa justificada, por atenciosa ao art. 41 da Constituição.
30 dias, interpoladamente, durante o período RESOLUÇÃO: A estabilidade consiste em uma ga-
de 12 meses. Para que se configure como aban- rantia constitucional de permanência no servi-
dono de cargo, faz-se necessário que sejam 30 ço público àquele que foi nomeado para cargo
dias consecutivos, e, para que seja tipificado na de provimento efetivo em virtude de concurso
conduta de inassiduidade habitual, deve ter au- público, após ser submetido à avaliação especial
sentado por 60 dias, interpoladamente, duran- de desempenho por comissão instituída para
te o período de 12 meses. Dessa forma, conclui- essa finalidade. O direito à estabilidade, previs-
-se que a conduta de Cassiano não se caracteri- to no art. 41 do texto constitucional, sofreu algu-
za nem como abandono de cargo e nem como mas alterações desde a Constituição de 1988. Es-
inassiduidade habitual. se dispositivo foi modificado pela Emenda Cons-
Quanto a servidora Cándida, descrita no enun- titucional n. 19/1998. O texto original da Consti-
ciado da questão, informa que sua ausência foi tuição Federal de 1988 estabelecia como prazo
intencional pelo período de 21 dias consecuti- para aquisição da estabilidade o período de dois
vos, ou seja, nesse caso também não foram de- anos de efetivo exerdcio, com o advento da an-
monstrados os elementos exigidos para a con- teriormente mencionada Emenda Constitucio-
figuração seja do abandono de cargo, seja da nal; esse prazo passou a ser de três anos de efe-
inassiduidade habitual. Os servidores poderão tivo exercício. Adquirida a estabilidade, o servi-
sofrer outras consequências, mas não se po~ dor somente pode ser desinvestido do cargo pú-
de afirmar que houve a conduta de abandono blico por meio de processo administrativo com
de cargo ou de inassiduidade habitual, sendo o contraditório e ampla defesa, por processo judi-
gabarito correto a letra C . cial transitado em julgado e avaliação periódica.
RESPOSTA:© Sendo assim, o gabarito é a letra 8.
RESPOSTA: @
aplicáveis inteiramente aos servidores. o que 206-A da lei n. 8.11 2/1990. O parágrafo 4° do
significa dizer que nem todos os direitos traba· art. 203 estabelece expressamente que a licença
lhistas são extensíveisaos ocupantes de cargos, que exceder o prazo de 120 (cento e vinte) dias
somente aqueles expressamente estabelecidos no período de 12 (doze) meses a contar do pri·
no parágrafo 3° do art. 39, cuja leitura é muito meiro dia de afastamento será concedida me-
importante. Deve-se rememorar que os ocupan- diante avaliação por junta médica oficial. Sendo
tes de cargos públicos possuem um regime esta- assim, o gabarito encontra-se na alternativa A.
tutário e os empregados públicos são celetistas. RESPOSTA:@
RESOLUÇÃO: De acordo com o art. 37, inciso VI da
Constituição Federal, ao servidor público civil é
garantido o direito à livre associação sindical. (PERITO CRIMINAL- PC-MA- CESPE I CEBRASPE
Muita atenção ao fato de que a norma se refere
ao servidor público civil. Os militares possuem
16 - 2018) Acerca da administração pública,
julgue os itens a seguir, com base na CF.
regras próprias, sendo-lhes vedado, por exem·
pio, a sindicalização e a greve (art. 142, inciso I. A vedação de acúmulo remunerado de car-
IV da Constituição Federal). O gabarito encon- gos, empregos ou funções públicas não se
tra-se na alternativa A, estando todas as demais estende às sociedades de economia mista.
em dissonância com o texto constitucional. 11. O prazo de validade do concurso público se·
RESPOSTA:@ rá de até dois anos, podendo-se prorrogá-lo
por igual período. enquanto houver cadas·
tro de reserva.
(MtDICO-LEGISTA - PC-MA - CESPE/ CEBRASPE - 111. Havendo compatibilidade de horários, é
15 2018) De acordo com a l ei n. 8.1 12/1990,
a perícia médica com finalidade administrativa
permitida a acumulação remunerada de
dois cargos ou empregos privativos de pro·
demandará junta médica oficial quando a licen- fissionais de saúde, com profissões regula·
ça para tratamento de saúde mentadas.
IV. O servidor público da administração direta
@ exceder o prazo de cento e vinte dias no pe- que for afastado para o exercício de manda-
ríodo de doze meses. to eletivo não terá esse tempo contado para
® exceder noventa dias consecutivos. o fim de promoção por merecimento.
© decorrer de causa que possa levar à inter-
dição. Estão certos apenas os itens:
@ ocorrer a pedido da chefia imediata, contra
a vontade do servidor. @ I e 111.
® ocorrer na vigência de processo administra· ® lle iV.
tive disciplinar. © llle iV.
@ 1, 11 e 111.
• ® l, ll eiV.
I> DICA DO AUTOR: A Lei n. 8.112/1990 refere-se ao
regime jurídico dos servidores públicos, ocu·
pantes de cargos públicos, da administração fe-
••
1> DICA DO AUTOR: Questão que exige a leitura dos
deral. Os estados e os municípios possuem es· artigos da Constituição Federal sobre servido·
tatutos próprios e, apesar de, em sua maioria, res públicos. Todas as assertivas exploram te-
compilarem as normas da lei do âmbito federal, mas bastante recorrentes nas provas e exigem
possuem autonomia legislativa para estabele- atenção do candidato. Apesar da questão não
cer suas regras, desde que respeitando os limi- aprofundar o assunto. pois as respostas se en·
tes da Constituição Federal. Há temas que ge- centram no texto da Constituição, é importan-
ralmente não há distinção. dentre eles, temos a te a leitura e a assimilação dessas informações.
licença para tratamento de saúde. RESOLUÇÃO:
RESOLUçAO: A licença medida para tratamento de Assertiva 1: INCORRETA. A acumulação de cargos pú·
saúde está regulamentada nos artigos 202 ao blicos é. via de regra, vedada pela Constituição
120 OireitoAdministrativo
Federal. somente sendo possível quando hou- tiva correta sobre a responsabilidade objetiva
ver compatibilidade de horário e nas hipóteses do Estado.
expressamente autorizadas. Essa vedação es-
tende-se a empregos e funções e abrange au- @ As pessoas jurídicas de direito público res-
tarquias, fundações, empresas públicas, socie- ponderão pelos danos que seus agentes, nessa
dades de economia mista, suas subsidiárias, e qualidade, causarem a terceiros.
sociedades controladas, direta ou indiretamen- ® As pessoas jurídicas de direito público res-
te, pelo poder público, conforme estabelece o ponderão pelos danos que seus agentes, nessa
inciso XVII do art. 37 da Constituição. Os inci- qualidade, causarem a terceiros com dolo.
sos XVI e XVII têm grande incidência nas provas, © As pessoas jurídicas de direito público res-
sendo a leitura obrigatória. ponderão pelos danos que seus agentes, nes-
Assertiva li: INCORRETA. O inciso 111, do art. 37, esta- sa qualidade, causarem a terceiros com culpa.
belece expressamente que o prazo de validade @ As pessoas jurídicas de direito público res-
do concurso público será de até doisanos, pror- ponderão pelos danos que seus agentes, nes-
rogável uma vez, por igual período, não condi- sa qualidade, causarem a terceiros, não haven-
cionando ao cadastro de reserva, estando, por- do direito de regresso.
tanto, a assertiva errada. ® As pessoas jurídicas de direito público res-
Assertiva Ili: CORRETA. Conforme comentado na as- ponderão pelos danos que seus agentes, nessa
sertiva I, a regra é vedação à acumulação de car- qualidade, causarem a terceiros, só havendo di-
gos públicos, empregos ou funções públicas, reito de regresso no caso de dolo.
no entanto, há exceções previstas no inciso XVI
do art. 37. Nesse caso é possível acumulá-los
desde que: corresponda a dois cargos, empre-
gos ou funções com horários compatíveis, cuja
••
I> DICA DO AUTOR: O art. 37, parágrafo 6°, da Cons-
soma das duas remunerações não ultrapasse o tituição Federal estabelece que •as pessoas j u-
teto remuneratório previsto no art. 37, XI, da CF rídicas de direito público e as de direito priva-
e que corresponda a dois cargos de professor, do prestadoras de serviços públicos responde-
ou um de professor e outro técnico ou científi- rão pelos danos que seus agentes, nessa quali-
co ou, por último, dois cargos ou empregos pri- dade, causarem a terceiros, assegurado o direi-
vativos de profissionais de saúde com profis.são to de regresso contra o responsável nos casos
devidamente regulamentada por lei. de dolo ou culpa~ A responsabilidade objetiva
Assertiva IV: CORRETA. O art. 38 disciplina as situa- é aquela que não há a necessidade de a vítima
ções em que o servidor público opte por exer- comprovar o elemento subjetivo, ou seja, o do-
cer mandato eletivo. A regra é que ele se afaste lo ou a culpa do agente, basta restar demons-
do cargo público efetivo para exercer o manda- trado que houve um dano e que o causador
to, sendo possível acumular apenas na hipóte- desse dano é um agente público que estava no
se do mandato de vereador e desde que com- exercício das suas funções públicas, as pessoas
prove compatibilidade de horário. O inciso IV jurídicas de direito público e as direito privado
do art. 38 estabelece também expressamente que sejam prestadoras de serviços públicos de-
que em qualquer caso que exija o afastamento verão indenizar aqueles que foram lesionados.
para o exercício de mandato eletivo, seu tem- A responsabilidade subjetiva é aquela que exi·
po de serviço será contado para todos os efei- ge a comprovação do dolo ou da culpa. É ne-
tos legais, exceto para promoção por mereci- cessário nesses casos ficar comprovado que o
mento. agente fez com vontade livre e consciente de
RESPOSTA:© praticar o resultado ou não tomou os cuidados
necessários para evitá-lo. A regra para o Poder
Público é a responsabilidade objetiva consoan-
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO te determina o parágrafo 6• do art. 37. O Poder
Público poderá ingressas com a ação de regres-
(PERITO MÉDICO-LEGISTA- PUPR -IBFC- 2017) so contra o agente público para o ressarcimen-
17 Considere as regras básicas aplicáveis no
Direito Administrativo para assinalar a alterna-
to ao erário (cofres públicos).
Tatiany R<lmalho 121
RESOLUçAO: A resposta correta é a letra A de acor- pública, incidindo, como consequência, uma
do com a previsão do art. 37, parágrafo 6•, da penalidade pela infração administrativa).
Constituição Federal, o qual estabelece que "as RESOLUÇÃO: A Constítuição Federal estabelece no
pessoas jurídicas de direito público e as de di- seu artigo 37, parágrafo6•, CF/1988 que"As pes-
reito privado prestadoras de serviços públicos soas jurídicas de direito público e as de direito
responderão pelos danos que seus agentes, privado prestadoras de serviços públicos res-
nessa qualidade, causarem a terceiros, assegu- ponderão pelos danos que seus agentes, nes-
rado o direito de regresso contra o responsável sa qualidade, causarem a terceiros, assegurado
nos casos de dolo ou culpa~ o direito de regresso contra o responsável nos
RESPOSTA:@ casos de dolo ou cu lpa~ Esse artigo está dispon-
do sobre a regra quanto à responsabilidade civil
do Estado, qual seja, o poder público e aqueles
(PERITO MtOICO·lEGAl - POliCIA CIVIl/RO - que o representam - mesmo sendo pessoas ju-
18 FUNCAB - 2009/2010) Na metade do século
XIX, prevalecia a ideia de que o Estado não ti-
rídicas de direito privado mas estão prestando
um serviço público - deverão responder, pelos
nha qualquer responsabilidade pelos atos pra- danos causados a terceiros, independentemen-
ticados por seus agentes. Modernamente, en- te da comprovação de que o agente público te-
tretanto, as legislações dos países civilizados nha agido por vontade (com dolo) ou tenha si-
admitem a responsabilidade pelos danos que do negligente, imperito ou imprudência (culpa).
seus agentes causem a terceiros. A nossa Carta Não será analisado o elemento subjetivo (sujei-
Magna estipula como é a responsabilidade civil to) mas apenas os fatos ocorridos e a existência
do Estado em seu art. 37, parágrafo 6', e tam- do dano. Comprovando-se que a nexo de cau-
bém consagrou a teoria adotada quanto a es- salidade (elo) entre o dano e a conduta do agen-
sa responsabilidade. De acordo com o parágra- te público, o poder público e àqueles que pres-
fo acima referenciado, o tipo de responsabilida- tam serviço público deverão indenizar. Denomi-
de e a teoria adotada pela Constituição Federal na-se responsabilidade objetiva que é a regra,
de 1988, quanto à responsabilidade civil doEs- nos termos do art. 37, parágrafo 6•, da Constitui-
tado são, respectivamente: ção Federal. Em nosso ordenamento jurídico, foi
adotada, pela dou doutrina majoritária, a teoria
@ subjetiva e teoria do risco integral. do risco administrativo, ou seja, o Estado, em re-
® objetiva e teoria da falta do serviço. gra, tem a obrigação de reparar o dano sofrido
© objetiva e teoria da culpa administrativa. pelo particular, no entanto, é possível que ele
@ subjetiva e teoria do risco administrativo. comprove a existência de alguma condição ex-
® objetiva e teoria do risco administrativo. cludente. Pela teoria do risco integral, o Estado
responderá sempre, não se admitindo a invoca-
~
••
DICA DO AUTOR: Muita atenção ao assunto res-
ção pelo Estado das causas excludentes da res-
ponsabilidade. Dessa forma, a resposta correta
é a letra E, a responsabilidade em regra é objeti-
ponsabilidade civil do Estado. A responsabili- va e a teoria adotada é do risco administrativo.
dade por danos causados pode ser estudada RESPOSTA: ®
em diversos ramos do Direito e é preciso obser-
var do que está se referindo à questão. Tanto o
Estado (pessoa jurídica) como os agentes pú- (PERITO MtOICO·lEGAl - POl.fCIA CIVIL/ES- FUN·
blicos poderão ser responsabilizados civilmen-
te, mas possuem tratamento distinto quanto às
19 CAB - 2013) Sobre a responsabilidade civil
do Estado e sua disciplina na Constituição Fede·
regras de responsabilização. Outro ponto re- rai. é possível afirmar que, independentemente
levante a ser observado é que um mesmo fa- da natureza da atividade desempenhada:
to pode levar à responsabilização civil (indeni-
zação pelos danos provocados), responsabiliza- @ as pessoas jurídicas de direito público res-
ção penal (no caso em que esteja a conduta ti- pondem subjetivamente.
pificada como crime) e a responsabilizaçáo ad- ® as pessoas jurídicas de direito privado res-
ministrativa (relacionada ao exercfcio da função pondem objetivamente.
122 OireitoAdministrativo
© as pessoas jurídicas de direito público res- mente contra o servidor que tenha lhe provo-
pondem objetivamente. cado prejufzo.
@ as pessoas jurídicas de direito privado res- © Em caso de responsabilidade decorrente de
pondem subjetivamente. ato praticado por servidor público, a obrigação
® as pessoas jurídicas, de direito público ou de reparar o dano limita-se ao próprio servidor
privado, respondem obj etivamente. público.
@> As entidades da administração indireta res-
~
•
DICA DD AUTOR: Imprescindível a leitura do art.
ponderão objetivamente pelos danos que nessa
qualidade causarem a terceiros, mesmo quando
os danos por elas provocados decorrerem da
37, parágrafo 6°, da Constituição Federal. atividade econômica de natureza privada.
RESOLUÇÃO: Estabelece o artigo 37, parágrafo 6°, ® O servidor público somente responde re-
CF/ 1988 que "As pessoas jurfdicas de direito pú- gressivamente ao Estado pela indenização que
blico e as de direito privado prestadoras de ser- este tiver que pagar a terceiros por danos que
viços públicos responderão pelos danos que aquele tiver causado por dolo.
seus agentes, nessa qualidade, causarem a ter-
ceiros, assegurado o direito de regresso contra
o responsável nos casos de dolo ou culpa~ A re-
gra da responsabilidade objetiva abrange, por- ~
••
DICA DO AUTOR: Este tema, quando presente no
tanto, não somente as pessoas jurídicas públi- conteúdo programático em concursos públicos
cas, mas também todas aquelas que têm perso- não especfficos para área jurfdica, limita-se, ge-
nalidade jurídica de direito privado mas que se- ralmente, ao teor do art. 37, parágrafo 6°, con-
jam prestadoras de serviços públicos, como, por forme já exposto anteriormente. No entanto,
exemplo, as concessionárias e as permissioná- nesse caso também trouxe as teorias aplicáveis
rias de serviços. Exemplo: empresas de transpor- à responsabilidade civil do Estado.
te coletivo municipal são pessoas jurídicas de di- RESOLUÇÃO:
reito privado, mas se o motorista do ônibus cau- Alternativa A: CORRETA. A teoria do risco integral
sar dano a um particular enquanto estiver pres- afirma que o Estado responderá, de forma ob-
tando o serviço em nome da empresa, esta de- jetiva, em qualquer hipótese, não admitindo
verá indenizar o particular, independentemente excludentes de responsabilidade. No Brasil, a
da comprovação da culpa do motorista. Assim, maioria dos autores entende que somente é
as alternativas B, D e E estão incorretas porque aplicável em hipóteses excepcionais como da-
somente as pessoas jurídicas de direito privado no decorrente de atividade nuclear e em crimes
prestadoras de serviços públicos é que respon- ocorridos a bordo de aeronaves que estejam
dem objetivamente. A letra A não corresponde sobrevoando o espaço aéreo brasileiro e danos
à regra estipulada pela Constituição Federal em decorrentes de ataques terroristas. A regra em
seu art 37, parágrafo 6°, sendo a resposta corre- nosso ordenamento jurídico é a teoria do risco
ta a letra C. por afirmar que responde objetiva- administrativo na qual o Estado responde obje-
mente as pessoas jurídicas de direito público. tivamente pelos danos provocados a terceiros,
RESPOSTA:© admitindo-se, porém, a comprovação de exclu-
dentes dessa responsabilidade.
AlternatiYa 8: INCORRETA. A responsabilidade civil
(ASSISTENTE SOCIAL- PC·ES -INSTITUTO AOCP do Estado, em regra, é objetiva. Respondem as
20 - 2019) Assinale a alternativa correta acer-
ca da responsabilidade civil do Estado.
pessoas jurfdicas de direito público e as de di-
reito privado prestadoras de serviços públicos
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
@ A teoria do risco integral obriga o Estado causarem a terceiros, independentemente da
a reparar todo e qualquer dano, independen- comprovação do dolo ou culpa desse agente. A
temente de a vitima ter concorrido para o seu indenização é pleiteada, requerida à pessoa ju-
aperfeiçoamento. rídica e não ao agente público. Este poderá res-
® A responsabilidade civil do Estado é sub- ponder, regressivamente, nos casos em que fi-
j etiva, podendo o cidadão propor ação direta- car comprovado que agiu com dolo ou culpa.
Tatiany R<lmalho 123
IJ,
•••
DICA DO AUTOR: Essa é uma questão cujo grau
bém a questão de permuta ou locação de bens,
nesses casos é necessário que o agente públi-
co tenha auferido alguma vantagem econômi-
de dificuldade é maior por exigir do candida- ca, direta ou indireta, e, nessa situação, estamos
to as hipóteses específicas dos atos de impro- diante de ato de improbidade administrativa
bidade administrativa previstas nos arts. 9° e que importa em enriquecimento ilícito.
100. Certo é que, é imprescindível a leitura des- Alternativa C: INCORRETA. A realização de operação
ses artigos, no entanto, como são inúmeros in- financeira sem observância das normas legais e
cisos, interessante é compreender cada moda- regulamentares ou aceitar garantia insuficiente
lidade com a leitura do caput que define cada ou inidônea são condutas tipificadas como ato
uma dessas modalidades. Os respectivos inci- de improbidade administrativa que causa lesão
sos são situações que a lei já estabeleceu como ao erário público e não enriquecimento ilícito,
ato de improbidade, porém, é necessário en- consoante tipificado no art. lO, inciso VI. Assim,
tender que não se trata de um rol taxativo, ou a assertiva está incorreta.
seja, ele não se esgota, sendo apenas exemplos Alternativa D: CORRETA. Constitui ato de improbi-
de situações que a lei já considerou como ato dade administrativa que importa enriqueci-
de improbidade, porém, mesmo que não este- mento ilícito receber, para si ou para outrem,
ja nesses rols, se a conduta, no caso concreto, dinheiro, bem móvel ou imóvel, a título de co-
se amoldar ao capur de cada um desses artigos, missão, de quem tenha interesse que possa ser
haverá a prática de ato de improbidade punível atingido ou amparado por ação ou omissão
pelas sanções do art. 12 da Lei n. 8.429/1992. decorrente das atribuições do agente público,
RESOLUÇÃO: consoante tipificado no art. 90, inciso I, da Lei
Alternativa A: INCORRETA. A conduta de receber, pa- n. 8 .429/1992.
ra si ou para outrem, vantagem econômica in- Alternativa E. INCORRETA. A conduta descrita
direta de quem tenha interesse que possa ser na alternativa E constitui ato de improbidade
atingido ou amparado por ação ou omissão de- administrativa que importa em enriquecimen-
corrente das atribuições do agente público, não to ilícito e não que causa prejuízo ao erário. A
pode ser caracterizada como dano ao erário, previsão dessa conduta está expressamente es-
mas sim como enriquecimento ilícito. O caput tabelecida no art. 9", inciso XII, que considera
do art. 90 estabelece expressamente que •cons- ato de improbidade que importa em enrique-
titui ato de improbidade administrativa impor- cimento ilícito usar, em proveito próprio, bens,
tando enriquecimento ilfcito auferir qualquer ti- rendas, verbas ou valores integrantes do acer-
po de vantagem patrimonial indevida em razão vo patrimonial das entidades da Administração
do exercfcio de cargo, mandato, função, empre- Pública.
go ou atividade': A alternativa compila a hipóte- RESPOSTA: @
se prevista no inciso I, do art. 9• da Lei de Impro-
bidade que assim está redigida: 'receber, para si
ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, (MÉDICO LEGISTA - POLICIA CIVIUMA- CESPE-
ou qualquer outra vantagem econômica, direta
ou indireta, a título de comissão, percentagem,
24 2018) A Lei de Improbidade Administrati-
va elenca as penas aplicáveis aqueles que pra-
gratificação ou presente de quem tenha interes- ticarem atos de improbidade. O agente públi-
se, direto ou indireto, que possa ser atingido ou co que, atentando contra os princfpios da ad-
amparado por ação ou omissão decorrente das ministração pública, for condenado em ação de
atribuições do agente público~ improbidade por ter deixado de praticar, inde-
Alternativa B: INCORRETA. A alternativa B repete o vidamente, ato de ofício, estará sujeito â pena
texto do art. 1O, V da Lei n. 8.429/1992, o qual de:
126 OireitoAdministrativo
.- DICA DO AUTOR: No tema Improbidade Administrativa é muito frequente questionar nas provas de
••
concursospúblicos a lista das sanções aplicáveisàqueles que são condenados por ato de improbida·
de administrativa. Importante destacar que o art. 37, parágrafo 4°, da Constituição Federal estabele·
c e expressamente: "Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos po·
lfticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma
e na gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível~ Por suave~:. a Lei n. 8.429/1992,
em seu art. 12 estabelece para cada tipo de improbidade qual pena a ser aplicada. Dessa forma, é
necessária a leitura dessas sanções, tomando-se o cuidado para saber distinguir os prazos específi·
cos aplicáveis a cada uma delas, uma vez que as penalidades são praticamente as mesmas para to-
dos os tipos de atos de improbidade, no entanto, com períodos diversos a depender da gravidade.
Atente-se ainda a aplicação da penalidade de multa civil, vez que os parâmetros a serem observados
são distintos. Sintetizamos, por meio do quadro sinóptico a seguir, para melhor apreensão pelo can·
didato dosdetalhes que diferenciam em cada modalidade de ato de improbidade administrativa.
é indispensável, pois faz toda a diferença numa go, emprego ou função. A leitura do artigo 13 é
prova com relação ao candidato que não tem a muito importante, seja para as provas como pa-
percepção da distinção entre atos de improbi- ra o candidato aprovado.
dade e crimes contra a administração pública. A RESOLUÇÃO: Conforme dispõe o parágrafo 3• do
única conduta tipificada expressamente na Lei art. 13 da Lei n. 8.429/1992, além de outras san-
n. 8.429/1992 como crime é a prevista no art. ções cabíveis, aquele que se recusar a prestar
19. Por óbvio, existem outras condutas que são declaração de bens, dentro do prazo determi-
classificadas como atos de improbidade que nado, ou que a prestar falsamente, está sujei·
também estão previstas em outras leis como to à demissão, a bem do serviço público. Lem-
crimes, mas o único crime da lei n. 8.42911992 brando que a penalidade deverá ser aplicada
é o do anteriormente mencionado artigo 19. apenas com a instauração do processo admi-
RESOLUÇAO: A questão está se referindo ao artigo nistrativo disciplinar em observância aos prin·
19 que expressamente estabelece que •consti- cipios constitucionais da ampla defesa e con-
tui crime a representação por ato de improbi- traditório. Insta registrar que não se trata de cri·
dade contra agente público ou terceiro benefi- me, portanto, exclui-se desde já a letra B, a mul-
ciário, quando o autor da denúncia o sabe ino- ta é sanção aplicável à prática dos atos de im-
cente~ O legislador estabeleceu como a deten- probidade previstos no artigos 9 a 11 da Lei n.
ção de seis a dez meses e multa para tal con- 8.429/1992. Ressalte-se, ainda, que não há na
duta. Estabeleceu, ainda, que além da sanção lei de Improbidade a sanção de perda de direi-
penal, o denunciante está sujeito a indenizar o tos políticos e nem de suspensão. Fiquem aten·
denunciado pelos danos materiais, morais ou à tos que somente existe a pena de suspensão de
imagem que houver provocado. direitos políticos e perda da função pública, re·
RESPOSTA:@ chaçando-se, portanto, as letras D e E.
RESPOSTA: @
Alt•rnativa D: INCORRETA. A alternativa está erra· dora o conhecimento dos arts. 11 ao 17 da Lei
da, pois não há discricionariedade absoluta e n. 9.784/1999, que dispõe sobre o processo ad-
nem mesmo vinculação absoluta. Há o dever ministrativo no âmbito da administração públi-
de apurar qualquer irregularidade, não haven- ca federal. Destaca-se ainda que as atribuições
do discricionariedade quanto ao dever de apu- de delegar e avocar são ínsitas ao poder hierár-
ração, uma vez que, tendo conhecimento da in- quico. O poder hierárquico é o poder conferi-
fração, tem-se a obrigação de instaurar o pro- do ao administrador a fim de distribuir e esca-
cesso administrativo disciplinar. Nesse caso, te· lonar as funções dos seus órgãos, ordenar e re·
mos um ato vinculado, sob pena de praticar cri- ver a atuação de seus agentes, estabelecendo
me de condescendência criminosa (art. 320 do uma relação de hierarquia, de subordinação.
CP) e improbidade administrativa (art. 11, 11, da Consoante o Prol. José dos Santos Carvalho Fi-
Lei n. 8.429/1992) pela conduta omissiva do lho, hierarquia "é o escalonamento em plano
Administrador. No entanto, o poder disciplinar vertical dos órgãos e agentes da Administração
é dotado também de certa discricionariedade que tem como objetivo a organização da fun·
na aplicação das sanções, uma vez que deve- ção adm i nistrativa~3 Como consequência des-
rá analisar cada caso concreto, e, em alguns ca- sa estrutura hierarquizada, decorre o dever de
sos inclusive, graduando a pena, como a penali- obediência das ordens emanadas dos superio-
dade de suspensão que pode variar até 90 (no- res, salvo se manifestamente ilegais, além das
venta) dias. Dessa forma, observa-se que po- faculdades de dar ordens e de fiscalizar, dele-
demos identificar certa discricionariedade no gar e avocar as atribuições e de rever os atos
exercício do poder disciplinar, sendo equivoca- dos que se encontram em níveis inferiores da
da a alternativa que afirma ser absoluta a discri- escala hierárquica.
cionariedade. RESOLUÇÃO: A avocação de atribuições é possí-
Alt•rnativa E: INCORRETA. A alternativa trata do po· vel, desde que estas não sejam da competência
der regulamentar e não do Poder Disciplinar. O exclusiva do órgão subordinado. Delegar con-
Poder Regulamentar se caracteriza justamente siste na transferência de atribuições de um ór-
no poder conferido à Administração para edi- gão a outro, na estrutura da Administração. Por
tar normas complementares à lei para sua fiel sua vez. a avoc.ação representa o caminho inver-
execução. so, ou seja, por intermédio dela, o superior po-
RESPOSTA:@ derá substituir o subalterno, o que só deve ser
realizado excepcionalmente e com justificativa.
Estabelece o art. 15, Lei n. 9.784/1999, que "será
(PERITO MÉDICO-LEGAL - POLICIA CIVILIES - permitida, em caráter excepcional e por motivos
3O FUNCAB- 2013) Levando em conta o poder
hierárquico da Administração Pública, é possí-
relevantes devidamente j ustificados, a avoca-
ção temporária de competência atribuída a ór·
vel que excepcional e temporariamente uma gão hierarquicamente inferior~ Sendo assim, o
autoridade superior arrogue para si a compe· enunciado da questão se refere a ato de avocar.
tência de um órgão ou agente subordinado. RESPOSTA: @
Nessa hipótese, caracteriza-se:
••
• DICA DO AUTOR: A questão tem um grau de di-
deles não se originam direitos; ou revogá-los,
por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada,
ficuldade maior por tratar de diversos aspectos em todos os casos, a apreciação judicial~
do tema poderes da administração, porém, co- Alternativa C: CORRETA. A alternativa define o po-
mo exige como gabarito a assertiva incorreta, der hierárquico que, consoante preleção de Jo·
torna-se mais acessível. pois, por exclusão con- sé dos Santos Carvalho Filho, "é o escalonamen-
segue-se chegar à resposta correta, mas há di· to em plano vertical dos órgãos e agentes da
versos pontos que devem ser considerados, Administração que tem como objetivo a orga-
conforme se depreende dos comentários abai- nização da função adm inistrativa~
xo. levando em conta a importância da leitu- Alternativa O: CORRETA. O desvio de poder ou de fi-
ra dos artigos da lei n. 9.784/1999, lei que dis- nalidade significa que a autoridade, apesar de
ciplina o processo administrativo no âmbito da atuar nos limites de sua competência, age com
administração pública federal. Mesmo que o te· motivos ou com fins diversos dos objetivados
ma não esteja no edital. se for exigido ato admi- pela lei. O ato se afasta do interesse público.
nistrativo e poderes da administração, assuntos Alternativa E: INCORRETA. A lei n. 9.784/99 prevê ex-
quase sempre presentes nos conteúdos pro- pressamente, em seu art. 15, que em caráter ex-
gramáticos, esta lei traz vários conceitos rele- cepcional, e por motivos relevantes devidamen-
vantes sobre esses conteúdos. te justificados, será permitida a avocação tem-
RESOLUÇÃO: porária de competência atribuída a órgão hie-
Alttrnativa A: CORRETA. Apesar de mal redigida, a rarquicamente inferior. A assertiva está incorre-
alternativa está correta. O poder regulamentar ta pois estabelece como hipótese para avocar a
é conferido à administração a fim de que a auto- possibilidade de decisões contraditórias, não es-
ridade administrativa, que possua competência tando em consonância com o disciplinado na lei.
legal para editar atos normativos, possa dar fiel RESPOSTA:®
execução à lei. A regra, em nosso ordenamento
j urídico, é que somente é possível a edição de
regulamentos, instruções normativas, resolu- ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
ções e decretos, com uma lei anterior, aprovada
pelo Poder l egislativo. Existe uma exceção pre- (PERITO MÉDICO-LEGAL- POLICIA CIVIUPI- NU·
vista na Constituição Federal, que em seu art.
84, inciso VI, autoriza a edição de decretos au-
33 ·CEPE - 201 2) Acerca da personalidade jurí-
dica dos entes da Administração Direta, assina-
tônomos. São as situações em que o Presidente le a alternativa INCORRETA.
da República poderá dispor, mediante decreto,
sobre a organização e funcionamento da admi- ® A União Federal é pessoa jurídica de direi·
nistração federal, quando não implicar aumen- to internacional.
to de despesa. nem criação ou extinção de ór- ® O Distrito Federal tem personalidade jurídica.
gãos públicos, e dispor sobre a extinção de fun- © Os Estados, integrantes da República Fede-
ções ou cargos públicos. quando vagos. Con- rativa do Brasil têm personalidade jurídica de
vém registrar ainda que compete ao Congres- direito público interno.
so Nacional sustar os atos normativos do Poder @ A União Federal é pessoa jurídica de direito
Executivo que exorbitem do poder regulamen- público interno.
tar ou dos limites de deleção legislativa, confor- ® Os Municípios são pessoas j urídicas de di-
me art. 49, inciso V, da Constituição Federal. reito público interno
134 OireitoAdministrativo
••
._ DICA DO AUTOR: A Administração Pública é or-
Constituição Fed eral estabelece regras próprias
ao Distrito Federal.
Alternativa C: CORRETA. Os Estados, com autono-
ganizada, estruturada por meio do desempe- mia política e administrativa. ented da federati·
nho das atívidades administrativas que exerce- vo da administração pública, com personalida-
rão a função típica de executar por intermédio de jurídica de d ireito público, sendo pessoa ju-
dos seus agentes, entidades e órgãos. Quando rídica de direito interno, nos termos do art. 41,
essa atividade é exercida pelo p róp rio Estado, inciso 11, do Código Civil.
a prestação é feita pela própria Administração Alternatíva D: CORRETA. Conforme comentando na
Direta que é composta pelas pessoas políticas: alternativa A. a União Federal é pessoa jurídica
União, Estados, Municípios e Distrito Federal. de direito público interno, p ertencente à Admi-
Por sua vez, a Administração Diret a poderá criar n istração Direta, nos termos do art. 37, caput da
ou autorizar a criação por lei de novas pessoas Constituição Federal
jurídicas para auxiliá-la no exercício das ativida· Alternatíva E: CORRETA. Po r fim, os Municípios, en·
des administrativas; é a denominada Adminis- tes federativos, com autonomia, personalidade
tração Indireta, que é composta por: autarquia, jurídica própria, compõem a administração di-
fundação pública, empresa pública ou socieda- reta e são pessoas juridicas de d ireito púb lico
de de economia mista. Toda essa estrutura é for- interno também insertos no rol do art. 41, do
mada por pessoas jurldicas que possuem perso- Código Civil..
nalidade jurídica própria. O Código Civil, ao re- RESPOSTA: @
gulamentar o tema da personalidade j urídica.
dispõe em seu art. 4 1 que são pessoas jurídicas
de direito público interno: a União, os Estados, o (PERITO MÉDICO-LEGAL - POLICIA CIYIVES -
Distrito Federal e os Territórios. os Municípios. as
autarquias, inclusive as associações públicas, as
34 FUNCAB - 2013) No Direito Administrativo
contempo râneo, a expressão que define o nú-
demais entidades de caráter público criadas por cleo diretivo d o Estado, alterável por eleições e
lei. No âmbito da Administração Indireta, temos responsável pela gerência dos interesses esta·
como pessoas jurídicas de direito público as au- tais e pelo exercício do poder político é:
tarquias e as fundações públicas. sendo que es-
sas últimas podem ser de direito público ou de ® Administração Pública.
direito privado. Já as sociedades de economia ® Governo.
mista e as empresas públicas possuem persona- © Poder Público.
lidade jurídica de direito p rivado, ou seja, as re- @ Controladoria.
gras que lhe são aplicadas aproximam-se muito ® Gerência Fiscal.
mais às ao setor p rivado do que público, são as
empresas estatais como exemplo: Banco doBra-
sil e Caixa Econômica Federal.
RESOLUÇÃO:
••
.- DICA DO AUTOR: As expressões 'Estado, Gover-
Alternativa A: INCORRETA. A Constituição Federal no e Administração" aparecem com muita fre·
estabelece, em seu artigo 18, q ue a organiza- quência e m uitas vezes são utilizadas com si-
ção político-administrativa da República Fe- nônimas, no entanto, não se deve confundi·
derativa d o Brasil compreende a União, os Es- -las. Im portante ter atenção às diferenças entre
tados, o Distrito Fed eral e os Municípios, todos elas, pois podem haver questões a esse resp ei·
com autonomia. Por sua vez, o Código Civil no to. Considera-se Estado a pessoa jurídica ter-
art. 4 1, ao elencar as pessoas jurídicas, prevê a ritorial que detém personalidade jurídica p ró·
União Federal como pessoa jurídica de direito pria de direito público, contendo seus elemen-
público interno em seu inciso I, estando, por- t os (povo. território e governo) e t rês Poderes
tanto, errada a assertiva A. (Executivo, leg islativo e Judiciário). Governo,
Alternativa B: CORRETA. O Distrito Federal também por sua vez. consiste e m expressão política de
compõe a organização político-administrativa, comando, de iniciativa, de fixação de objetivos
e é ente da Administração Direta com persona- do Estado e de manutenção da ordem jurídi·
lidade jurídica de direito público. O art. 32 da ca vigente. Por fim, o aparelhamento do Estado
Tatiany R.lmalho 135
que tem por objetivo satisfazer às necessida- das em lei, possuem autonomia administrativa,
des coletivas, colocando a vontade do •gover- mas não política. ~ composta pelas autarquias,
no• em prática, por meio de atos de execução, fundações, sociedades de economia mista e
de acordo com a competência dos seus órgãos empresas públicas. Importante a leitura do art.
e de seus agentes, é chamada de Administra- 37, XIX, da Constituição Federal. Sobre o tema
ção Pública. As opções políticas do Governos ainda é importante ficar atento às expressões
são colocadas em prática através de todo apa- 'descentralização' e 'desconcentração~ que não
rato e instrumentos da Administração. se confundem. A descent@lizacão ocorre entre
RESOLUÇÃO: A questão trata da definição de Go- pessoas diversas. físicas ou jurídicas, e não há
verno, conceituado pela doutrina como o nú- vínculo hjerárayjco entre a Administração Cen-
cleo diretivo do Estado, que é alterado perio- tral e a pessoa estatal descentralizada, existindo
dicamente por meio das eleições, as quais ele- apenas um poder de controle, de fiscalização. t
gem os representantes que serão os responsá- o que ocorre com a Administração Indireta, que
veis pela gerência dos interesses estatais e pelo é uma forma de descentralização. Por exemplo,
exercfcio do poder político. a União é pessoa jurfdica diversa do IBAMA que
RESPOSTA:@ é uma autarquia federal. No entanto, ao falar
em desconcentração estamos diante de uma
distribuição de responsabilidades e competên-
(PERITO MEDICO-LEGAL- POLÍCIA CIVIUPI- NU- cias dentro da mesma pessoa jurídica, que por
35 ·CEPE - 2012) Assinale a alternativa correta
acerca das entidades que compõem a Adminis-
meio dos seus órgãos internos exercem suas
respectivas atribuições. Como exemplo de des-
tração Pública. concentração podemos citar os Ministérios que
compõem o Poder executivo Federal (União), o
@ As fundações públicas, diferentemente das Ministério do Meio Ambiente é uma desconcen-
autarquias, integram a Administração Pública tração, competência dentro da mesma pessoa
Direta. jurídica. O IBAMA uma pessoa jurídica diversa
® As autarquias, diferentemente das funda- da União, que descentralizou essa atividade ad-
ções públicas, integram a Administração Públi- ministrativa, criando, por lei, uma autarquia.
ca Direta. RESOLUÇÃO: As alternativas A, B, C e D afirmam
© Diferentemente das empresas públicas e que as fundações, as autarquias, as empresas
sociedades de economia mista, as autarquias públicas e as sociedades de economia mista in-
e fundações públicas, por terem personalidade tegram a Administração Direta. Portanto, essas
jurídica de direito público, integram a Adminis- alternativas estão erradas, pois tais pessoas jurí-
tração Pública Direta. dicas compõem a Administração Indireta. Sen-
@ As empresas públicas integram a Adminis- do que as sociedades de economia mista e as
tração Pública Direta. empresas públicas, diferentemente do afirma-
® As empresas públicas integram a Adminis- do na alternativa D, têm personalidade jurídica
tração Pública Indireta. de direito privado. A Administração Direta é for-
mada pela União, Estados, Municípios e Distrito
® As Secretarias de Estado são órgãos públi- ção de empresa pública, de sociedade de eco·
cos que integram a administração direta. nomia mista e de fundação, cabendo à lei com·
© As Meas em que poderão atuar as funda- plementar, nesse último caso, definir as áreas
ções públicas são definidas e estabelecidas por de sua atuação". Desse modo, a assertiva C es-
lei complementar. tá correta. Também compõem a administração
@ As empresas públicas e as sociedades de indireta as empresas estatais, cujo regime jurí·
economia mista são pessoas jurídicas de direi- dico está previsto na lei n. 13.303/ 2015. As em-
to privado. presas públicas e sociedades de economia mis·
® Um ministério criado no âmbito da União é ta possuem personalidade jurfdica de direito
órgão sem personalidade jurídica própria, sen- privado, sendo que, no caso das primeiras opa·
do componente da administração direta. trimônio é exclusivamente público, e a segun·
da, possui capit al misto, ou seja, público e pri·
seus agentes. é o instrumental de que dispõe o troduziu alguns dispositivos que permitem ao
Estado para colocar em prática as opções polf- Est ado adquirir a propriedade do particular, in-
ticas do Governo. dependentemente da sua vontade, tendo co-
mo fundamento uma razão de int eresse públi-
co, instituto esse denominado desapropriação
2. REGIME JURfOICO ADMINISTRATIVO (uma forma de aquisição originária da proprie-
dade).
Estabelecidas as noções introdutórias do Direi- Podem-se apontar, ainda, regras sobre requisi-
to Administrativo, apontado como ramo do Di- ção de bens do particular quando estiver pre-
reito Público int erno que se preocupa com a sente um iminente perigo, como é o caso do
atuação do Estado na perseguição do interesse art. s•, inciso XXV, da CF, além de disposições de
público, reconhecido que o seu objeto é a ativi- proteção ao meio ambiente, relações de consu-
dade administrativa desse ente, é possrvel ana- mo, entre outras.
lisar agora os princípios que embasam a disci-
plina. Os prindpios escolhidos para compor es- INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PUBLICO: conso-
se conjunt o devem ser peculiares aos seus ob- ant e Carvalho Filho.' •os bens e interesses pú-
jetivos e devem especialmente guardar entre si blicos não pertencem à Administração nem a
uma correlação lógica, uma relação de coerên- seus agentes. Cabe-lhes apenas geri-los, conser-
cia e unidade, um ponto de coincidência, com- vá-los e por eles velar em prol da coletividade,
pondo um sistema ou regime: o regime jurí- estasimaverdadeiratitulardosdireitos e interes-
dico-administrativo. A seguir serão comenta- ses públicos".
dos os principais princípios existentes no regi- Embora o princípio da supremacia do interesse
me jurfdico-administrativo, alguns implfcitos e público favoreça a Administração com um pa-
outros expressos, alguns constitucionais e ou- t amar de superioridade em face dos adminis-
tros legais, todavia, sem o objetivo de esgotar o t rados, também lhe exige maiores cuidados e
assunto. Alguns princípios não apontados nes- obediência a inúmeras formalidades. tendo
te momento serão abordados em outros tópi- em vista que essa atuação deve ocorrer nos li-
cos, observada a pertinência temática. O texto mites da lei, não podendo esse interesse ser li-
constitucional estabelece expressamente, em vremente disposto pelo administrador. Assim,
seu art. 37, caput, alterado pela Emenda Consti- o principio da indisponibilidade serve para li-
tucional n• 19/1998, cinco prindpios mínimos a mitar a atuação do agente público, revelando-
que a Administração Direta e a Indireta devem -se um contrapeso ~ superioridade descrita no
obedecer (LIMPE- Legalidade, Impessoalidade, principio da supremacia.
Moralidade, Publicidade e Eficiência).
LEGALIDADE: é a base do Estado Democráti-
SUPREMACIA DO INTERESSE POBLICO: o princfpio da co de Direito e garante que todos os confli-
supremacia determina privilégios j urídicos e t os sejam resolvidos pela lei. Para Celso Antô-
um patamar de superioridade do interesse pú- nio Bandeira de Mello, enquanto o principio
blico sobre o particular. Em razão desse interes- da supremacia do interesse público e da sua
se público, a Administração terá posição privile- indisponibilidade é da essência de qualquer
giada em face dos administrados. além de prer- Estado, de qualquer sociedade juridicamente
rogativas e obrigações que não são extensíveis organizada, "o da legalidade é especifico do
aos particulares. A supremacia é considerada Estado de Direit o, é justamente aquele que o
um princfpio geral do direito, inerente a qual- qualifica e que lhe dá identidade própria, por
quer sodedade, como condição de sua exis- isso. considerado princípio basilar do regime
tência e como pressuposto lógico do convfvio jurfdico-administrativo"." Para definir a legali-
sodal. Esse princípio não está escrito, de for- dade, aplicando-se o ordenamento jurídico vi-
ma expressa, no texto da Constituição, embora gente, devem ser analisados dois enfoques di-
se encontrem inúmeras regras constitucionais ferent es. De um lado, tem-se a legalidade para
que a ele aludem ou impliquem manifestações o Direito Privado, onde as relações são t ravadas
concretas des.sa superioridade do interesse pú- por particulares que visam aos seus próprios in-
blico. Empregando essa ideia, o constituinte in- teresses, podendo fazer tudo aquilo que a lei
140 OireitoAdministrativo
nâo proibir. Por prestigiar a autonomia da von- bastante exigida nos concursos públicos. Indu·
tade, estabelece-se uma relação de não contra· sive, é relevante registrar que o referido dispo-
dição à lei. De outro lado, encontra-se a legali· sitivo não se trata de aplicação do princípio da
dade para o Direito Público, em que a situação publicidade, conforme muitas questões de pro·
é diferente, tendo em vista o interesse da co- vas perguntam, mas sim de exemplo de aplica-
letividade que se representa. Observando esse ção do principio da impessoalidade. Vejamos:
princípio, a Administração só pode fazer aqui· Impessoalidade (art. 37, § 1°, da CF/88) é"A pu·
lo que a lei autoriza ou determina, instituindo· blicidade dosatos, programas, obras, serviços e
-se um critério de subordinação à lei. Consoan- campanhas dos órgãos públicos deverá ter ca-
te leciona a Profa. Fernanda Marinela •a ativida· ráter educativo, informativo ou de orientação
de administrativa deve não apenas ser exercida social, dela não podendo constar nomes, sím-
sem contraste com a lei, mas, inclusive, só pode bolos ou imagens que caracterizem promoção
ser exercida nos termos da autorização contida pessoal de autoridades ou servidores públicos".
no sistema legal~"
MORALIDADE: o princípio da moralidade exige
IMPESSOALIDADE: o princípio da impessoalida· que a Administração e seus agentes atuem em
de estabelece que a atuação do agente públi· conformidade com principios éticos aceitáveis
co deve basear-se na ausência de subj etivida· socialmente. Esse princípio se relaciona com a
de, ficando ele impedido de considerar quais· ideia de honestidade, exigindo a estrita obser·
quer inclinações e interesses pessoais, próprios vância de padrões éticos, de boa·fé, de lealda-
ou de terceiros. A impessoalidade tem por ob- de, de regras que assegurem a boa administra-
jetivo promover a igualdade de tratamento, ção e a disciplina interna na Administração Pú-
representando, nesse aspecto, uma faceta do blica. Enquanto previsão expressa, esse princí-
princípio da isonomia. Para Celso Antônio Ban· pio representa uma novidade da Constituição
deira de Mello, o princípio da impessoalidade de 1988, art. 37, caput, caracterizando-se como
"traduz a ide ia de que a Administração tem de uma evolução do princípio da legalidade, como
tratar a todos os administrados sem discrimina· proposição que se encontra na base do ordena-
çôes, benéficas ou detrimentosas. Nem favori· mento jurídico, apesar de não ter conteúdo de-
tis mo, nem perseguições são toleráveis. Simpa· finido, preciso; representa um conceito jurídico
tias ou animosidades pessoais, políticas ou ide- indeterminado, vago. Esse fato constitui um obs-
ológicas não podem interferir na atuação ad· táculo para o Poder Judiciário aceitar a possibi·
mi nistrativa~ 11 Importante destacar ainda que !idade de invalidação de um ato por lesão ape-
o principio da impessoalidade também pode nas à moralidade administrativa. A maioria dos
ser analisado sob dois outros aspectos: primei· julgados a admite como uma agravante da ile-
ro, quanto ao dever de atendimento ao interes· galidade, e não como vício autônomo. O princí-
se público, tendo o administrador a obrigação pio da moralidade administrativa não se confun-
de agir de forma impessoal, abstrata, genéri· de com a moralidade comum. Enquanto a últi·
ca, protegendo sempre a coletividade; segun· ma preocupa-se com a distinção entre o bem e
do, que a atividade administrativa exercida por o mal, a primeira é composta não só por corre-
um agente público seja imputada ao órgão ou ção de atitudes, mas também por regras de boa
entidade e não ao próprio agente. Exemplos de administração, pela ideia de função administra-
aplicação do principio da impessoalidade, es- tiva, interesse do povo, de bem comum. A mo-
tão expressamente previstos no texto constitu· ralidade administrativa está ligada ao concei-
cional como o art. 37, inciso 11, que institui a exi· to de bom administrador. A Constituição Fede-
gência de concurso público para o exercício de ral, ao consagrar o princípio da moralidade, de-
cargos ou empregos públicos; e o art. 37, inci· terminou a necessidade de sua proteção e a res-
so XXI, que ordena a aplicação do procedimen· ponsabilização do administrador público amoral
to licitatório como instrumento eficaz para que ou imoral. Para tanto, encontram-se no ordena-
a Administração celebre o melhor contrato pos· mento jurídico inúmeros mecanismos para im-
sfvel. além de outros.Por fim, destaca-se a pre· pedir atos de imoralidade como, por exemplo,
visão do§ 1°, do art . 37 que estabelece outra regras sobre improbidade administrativa, no art.
situação do principio da impessoalidade que é 37, § 4•, da CF e na Lei n• 8.429/1992; os crimes
Tatiany R<lmalho 141
do fim público a que se dirige, vedada a promo- t uação dos administrados. A segurança jurídica
ção pessoal de agent es ou autoridades (art. 2•. está prevista no inciso XXXVI do art. s• da Cons-
parágrafo único, incisos 111 e X111). R&onhecido t ituição. Alguns autores também analisam sob
como princípio autônomo e expresso na norma o enfoque do princípio da prot eção à confiança
infraconstitucional, é interessante ressaltar que no qual é analisado o sentimento do indivíduo
o princípio da finalidade está implícito no texto em relação a atos praticados pela Administra·
constitucional. admitindo-se como fundamento ção Pública. As provas de concursos costumam
o próprio princípio da legalidade (art. 37, caput), exigir, ao pergunt ar sobre esse princípio, o teor
além do art. 5•, LXIX, que define o mandado de do art. 2•, da Lei n• 9.784/1999, que estabel&e
segurança, enquanto remédio constitucional ca- que a administração pública, na int erpretação
bível em caso de ilegalidade ou abuso de poder. da norma admini strativa deve ob servar a for-
Assim, conforme já dito, o abuso do poder é o ma que melhor garanta o atendimento do fim
exercfcio das atribuições fora dos limites da lei, e público a que se dirige, vedando aplicação re-
um desses limites é a sua finalidade. t roativa de nova interpretação. Desse modo, a
Administração Pública não pode retroagir para
AUTOTUTELA: o princípio da autotutela estabele- atingir situações pretéritas.
ce que a Administração Pública pode controlar
os seus próprios atos, seja para anulá-los, quan- RAZOABILIDADE: a autoridade administrativa, a
do ilegais, ou revogá-los, quando inconvenien- pretexto de cumprir a lei, não pode agir de for-
tes ou inoportunos, independentemente de re- ma despropositada, devendo ser razoável nas
visão pelo Poder Judiciário. decisões, inclusive em situações discricionárias.
Alguns autores denominam como princípio da
CONTINUIDADE DO SERVIÇO PUBLICO: continuidade proibição de excessos. Exige, portanto, uma re-
significa ausência de interrupção. No âmbito do lação de pertinência entre oportunidade e con-
Direito Administrativo exige que a atividade ad- veniência, de um lado, e a finalidade legal, de
ministrativa seja prestada de forma contínua. outro.
Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello," é
um sub princípio, derivado do princípio da obri- PROPORCIONALIDADE: este princípio exige equilí-
gatoriedade do desempenho de atividade pú• brio entre os meios de que se utiliza a Adminis-
blíca, que é oriundo do princípio fundamental t ração e os fins que ela tem que alcançar, sen-
da indisponibilidade. Assim, os serviços públi- do relevante a análise de cada caso concreto,
cos, principalmente os essenciais, devem obser- visando, principalmente, não tornar excessiva-
var, em sua ex&ução, que a aplicação do prin- mente onerosa a prestação imposta.
cípio da continuidade impede a sua interrup-
ção, salvo nas hipót eses expressamente autori- MOTIVAÇAO: a autoridade administrativa tem o
zadas por lei. Importante, portanto, lembrar que dever de justificar seus atos, apontando quais
essas exceções estão previstas, por exemplo, na forma os fundamentos de direito e de fato que
Lei n. 8.987/1995, que regulamenta serviços pú- leveram a escolha daquela conduta, pois, so-
blicos. Dispõe a Lei, em seu art. 6°, § 3•, que não mente assim, será possível verificar a legalida-
há descontinuidade do serviço, e, portanto, vio- de do ato. Geralmente as provas exigem o teor
lação a t al princípio, na sua interrupção quando do art. 50 da Lei n. 9. 784/99.
há emergência ou apôs prévio aviso, motivados
por razões de ordem técnica ou de segurança
das instalações e por inadi mplemento do usuá- 3. PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
rio, considerando o interesse coletivo. Outra si-
tuação que deve ser lembrada é o direto agreve Conjunto de prerrogativas ou de competências
dos servidores públicos civis, que podem exer- a
de direito público, conferidas Administração,
cê-lo, mas há limites, devendo manter um mini- com o objetivo de perm itir a aplicação da su-
mo funcionando em obserância à continuidade premacia do interesse público e a realização do
do serviço público. bem comum.
SEGURANÇA JURIDICA: esse princípio visa evitar al-
terações supervenientes que instabilizem a si-
Tatiany R<lmalho 143
Características dos poderes da administração pública: permitido e exorbita no uso de suas faculdades
I. EXERCICIO OBRIGATORIO: exercício do poder administrativas, ultrapassando os limites legais.
n~o representa uma simples faculdade pa- Esse vício pode atingir a competência de outro
ra o administrador. Uma vez caracteriza- agente, quando ele assume competências que
do o interesse público. ele terá o dever de a lei não lhe atribuiu.
agir. A Administração, apesar das prerrogati- Desvio de poder ou desvio de finalidade: a au·
vas inerentes à supremacia do interesse pú- toridade atua nos limites de sua competência,
blico, não tem a mesma autonomia e liber· entretanto com motivos ou com fins diversos
dade que os particulares quando exercitam dos objetivados pela lei, caracterizando uma
os seus direitos, em ra~o da função públi· violação Ideológica, um vício subjetivo, dificil-
ca que exerce. Portanto, quem os titulariza, mente sendo possivel se comprovar a ilegalida-
maneja, na verdade, poderes-deveres no in· de. Pode manifestar-se de dois modos:
teresse alheio. a. quando o agente busca uma finalidade,
11. IRRENUNCIÁVEIS: em razão do princípio da in· contrariando o interesse público. como, por
disponibilidade do interesse público, os po- exemplo, quando ele usa seus poderes para
deres da administração são irrenunciáveis, prejudicar um inimigo, ou para beneficiar a
vale dizer, não estão sob a livre disposição si próprio, um amigo ou parente;
do administrador. A vedação para renúncia b. quando o agente busca uma finalidade, ain-
total ou parcial de poderes está prevista ex- da que de interesse público, alheia à cate-
pressamente no inciso 11 do art. 2° da lei n• goria do ato que utilizou, este será inválido
9.784/1999. por divergir da orientação legal. Ex.: o admi-
111. CONDICIONADOS AOS LIMITES LEGAIS: relembran- nistrador que remove um servidor público
do o princípio da legalidade, o administra- com o objetivo de aplicar-lhe uma penalida-
dor só pode fazer o que a lei autoriza e de- de, todavia, esse ato de remoção, de acordo
termina. ~ necessário grifar que o exercício com a previsão legal, serve para acomoda·
dos poderes administrativos está condicio- ção das necessidades do serviço e não está
nado aos limites legais, inclusive quanto às na lista das possíveis penalidades aplicáveis
regras de competência, devendo o agente por infrações funcionais.
público ser responsabilizado pelos abusos,
sejam eles decorrentes das condutas comis- PODER VINCULADO: é aquele em que o administra-
sivas ou omissivas. dor não tem liberdade de escolha; não há es-
Uso e Abuso de poder: usar normalmente o paço para a realização de um juizo de valor, e,
poder é uma prerrogativa, é empregá-lo se· por conseguinte, não há análise de conveniên-
gundo as normas legais, a moral da institui- cia e oportunidade. Preenchidos os requisitos
ção, a finalidade do ato e as exigências do in· legais, o administrador é obrigado a praticar o
teresse público, devendo ser utilizado sem- ato. Ex.: licença para construir, licença-materni-
pre em benefício da coletividade adminis· dade, concessão de aposentadoria.
trativa. Entretanto, nem sempre o adminis-
trador ut iliza adequadamente esse instru· PODER OIS(RICIONÁRIO: o administrador também
mento, caracterizando o que se denomina está subordinado à lei, diferenciando-se do po-
abuso de poder. Abuso de poder é o fenô- der vinculado, porque o agente tem liberdade
meno que se verifica sempre que uma auto- para atuar de acordo com um juizo de conve-
ridade ou um agente público pratica um ato. niência e oportunidade, de tal forma que, ha-
ultrapassando os limites das suas atribui- vendo duas alternativas, o administrador pode-
ções ou competências, ou se desvia das fi- rá optar por uma delas, escolhendo a que, em
nalidades administrativas definidas pela lei. seu entendimento, preserve melhor o interes-
se público.
ATENCÃO: excesso de poder"' desvio de poder ou
desvjo de finalidade
( o poder conferido à Administração Pública que lhe permite punir e apenar a prática
de infrações funcionais dos servidores e de todos os que estiverem sujeitos à disciplina
dos órgãos e serviços da Administração, como é o caso daqueles que com ela contra-
Poder Ois-
tam. Decorre do Poder Hierárquico. Importante destacar que esse poder não abrange as
ciplinar
sanções impostas aos particulares, já que eles não estão sujeitos à disciplina interna da
Administração e, nesse caso, as medidas punitivas encontram seu fundamento no Poder
de Policia do Estado.
Poder (o poder conferido ao administrador, em regra, chefe do Poder Executivo, para a edição
Normativo de normas complementares à lei, permitindo a sua fiel execução. O Poder Regulamentar
(Regula- se expressa por meio de decretos regulamentares, resoluções, portarias, deliberações.
menta r) instruções e regimentos.
4. ATO ADMINISTRATIVO
Ato administrativo é a "declaração do Estado ou quem lhe faça às vezes (pode ser praticado pe-
lo Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário), expedida em nível inferior à lei- a t í-
tulo de cumpri-la (distingue o ato admini strativo da lei), sob regime de direito públ ico (distin-
gue do ato administrativo do ato de direito privado) e sujeita a controle de legitimidade por
órgão jurisdicional (disti ngue o ato administrativo do ato juri sdicional)".
Pode-se conceituar ato da administração como todo ato praticado pela Administração Públ i-
ca, mais especificamente pelo Poder Executivo, no exercício da função administrativa, poden-
do ser regido pelo Direito Público ou pelo Direito Privado. Note que esse conceito tem senti·
do mais amplo do que o conceito de ato administrativo, que, necessariamente, deve ser regi-
do pelo Direito Público. Os atos da administração podem ser:
a. atos privados da Administração como, por exemplo: a doação, a permuta, a compra e venda e
a IO<:ação;
b. atos materiais: que são condutas que não contêm manifestação de vontade, consistindo apenas
em uma execução, como a demolição de uma casa. a apreensão de mercadoria, a realização de
um serviço, configurando fatos administrativos, e não atos administrativos;
c. atos administrativos.
Nesse cenário, ficam excluldos do conceito de atos da administração os atos administrativos não
praticados pela Administração, como é o caso de alguns atos praticados por concessionárias. Por-
tanto, a noção de ato administrativo não depende da noção de Administração Pública, porque
acontecem atos administrativos dentro e fora da Administração. Consequentemente, existem atos
administrativos que não são atos da administração, porque não foram praticados pelo Poder Exe-
cutivo, tais como os praticados pelos Poderes Judiciário e Legislativo, quando no exercício de sua
função administrativa atípica, ou ainda, segundo alguns doutrinadores, certos atos praticados por
concessionários e p ermissionários de serviços públicos, quando regidos pelo Direito Público, o que
é bastante discutível. Em resumo, é possível concluir que são atos da administração os praticados
pela Administração, assim entendidos os atos praticados por órgãos do Poder Execut ivo e entes
da Administração Indireta, que podem ser regidos pelo Direito Público ou Privado. Quando regi-
dos pelo Direito Público, esses atos são, ao mesmo tempo, atos administrativos e atos da adminis-
tração. Entretanto, os atos administrativos também podem ser praticados fora da Administração, fi.
cando claro que atos da administração e atos administrativos são conceitos coincidentes, mas não
sobreponíveis.
146 OireitoAdministrativo
ELEMENTOS (REQUISITOS DE VALIDADE) ato, cuja ausência gera vício de legalidade, com
sua consequente invalidação.
1. SUJEITO COMPETENTE: deve ser necessariamen-
te um agente público, que é o conceito mais 3. MOTIVO: representa as razões que justificam a
amplo encontrado na doutrina, consistindo em edição do ato. É a situaç~o de fato e de direito
qualquer pessoa que exerça de forma temporá- que gera a vontade do agente quando da práti·
ria ou permanente, com ou sem remuneração, ca do ato administrativo. Pode ser dividido em:
uma funçáo pública, devendo estar, de alguma pressuposto de fato, enquanto conjunto de cir·
forma, ligado à Administração Pública. A com- cunstâncias fáticas que levam à prática do ato,
petência para a prática de atos administrativos e pressuposto de direito, que é a norma do or·
n~o se presume, dependendo sempre de pre- denamento jurldico e que vem a justificar a prá-
visão legal. Normalmente, a previsão decorre tica do ato. Para a legalidade do motivo e, por
de lei. Excepcionalmente, a regra é disciplina- conseguinte, validade do ato administrativo, é
da no texto constitucional, como ocorre com os preciso que ele obedeça a algumas exigências.
agentes de elevada hierarquia ou com finalida- Primeiro, exige-se a materialidade do ato, isto
des específicas. Nessas hipóteses, seja legal ou é, o motivo em função do qual foi praticado o
constitucional, será denominada competência ato deve ser verdadeiro e compativel com a re-
primária. No entanto, para os órgãos de menor alidade fática apresentada pelo administrador.
hierarquia, é possível que a competência esteja Segundo, é indispensável a correspondência
disciplinada em normas expressas, por meio de do motivo existente que embasou o ato com
atos administrativos organizacionais, que são o motivo previsto na lei. Esse requisito exige a
editados por órgãos que recebem a competên- compatibilidade entre o motivo declarado pa-
cia para fazê-lo diretamente da lei, tendo sem- ra a prática do ato e o evento que efetivamen·
pre como objetivo complementá-las, por isso te ocorreu, devido à situação abstrata defini-
denominada competência secundária. A com- da pela lei, denominada motivo legal. O tercei·
petência representa regra de exercício obriga- ro aspecto para a legalidade do motivo exige a
tório para os órgãos e agentes públicos, sempre congruência entre o motivo existente e decla·
que caracterizado o interesse público. Portanto, rado no momento da realização do ato e o re-
exercitá-la não é livre decisão de quem a titu- sultado prático desse ato, que consiste na soma
lariza; trata-se de um poder-dever do adminis- do objeto com a finalidade do ato. Como res-
trador. A competência é irrenunciável, o agen- paldo para essa exigência, cita-se o art. 2°, pará·
te público exerce função pública, isto é, exerce grafo único, alínea d, da Lei no 4.717/1965, em
atividade em nome e interesse do povo, sendo sua parte final. Em resumo, é possível concluir
inadmissível, em virtude do princípio da indis- que o motivo será ilegal e o ato administrati-
ponibilidade do interesse público, que o admi- vo será inválido quando o fato alegado não for
nistrador público abra mão de algo que não lhe verdadeiro, isto é, o motivo não existir; quando
pertence. não existir compatibilidade entre o motivo de·
clarado no ato e a previsão legal; quando ine-
DICA IMPORJANTf: ler os arts. 11 a 17 da Lei n° xistir congruência entre o motivo e o resultado
9.78411999. do ato e, por fim, quando o motivo depender
de um critério subjetivo de valoração do admi-
2. FORMA: é condição para que o ato administra- nistrador e este extrapolar os limites legais, vale
tivo produza efeitos no mundo jurídico, é a ex- dizer, não for razoável e proporcional.
teriorização da vontade, considerada como ins-
trumento de sua projeção, representando ele- mr«Ao: Motjyo" Motjyacão
mento que integra a própria formação do ato
e é fundamental para completar o seu ciclo de O motivo é o fato e o fundamento jurídico que
existência. Entretanto, com o fito de que o ato justificam a prática do ato, enquanto a motiva-
administrativo seja válido, não basta a manifes- ção tem um enfoque mais amplo. A motivação
tação da vontade; é preciso que seja realizado exige da Administração o dever de justificar seus
conforme as exigências definidas pela lei, que atos, apontando-lhes os fundamentos de direito
são denominadas formalidades específicas do e de fato, assim como a correlação lógica entre
Tatiany Ramalho 147
esses fatos ocorridos e o ato praticado, demons- ta o efeito jurídico imediato que o ato produz,
trando a compatibilidade da conduta com a lei. o que este decide, certifica, opina, atesta. Esse
Enfim, exige um raciocínio lógico entre o moti- elemento configura a alteração no mundo jurí-
vo, o resultado do ato e a lei. No que tange ao de- dico que o ato administrativo se propõe a pro-
ver de motivar, há divergências doutrinárias, ha- cessar. Para melhor identificação desse elemen-
ja vista que parte da doutrina entende que a mo- to, verifiquem-se os exemplos: em uma licença
tivação é obrigatória para todos os atos adminis- para construir, o objeto é o •permitir que o in-
trativos, enquanto outra parte defende que essa teressado edifique legitimamente - o concedo
obrigatoriedade só existe em alguns atos, sendo a licença•; na aplicação de uma multa, o objeto
facultativa nas demais hipóteses. Para as provas é a •aplicação efetiva da penalidade"; em uma
é importante fazer a leitura do art. 50 da Lei n• nomeação, o objeto é o 'admitir o indivíduo no
9.784/1999. serviço público - atribuir um cargo a al guém~
Portanto, o objeto corresponde ao efeito jurídi-
4. TEORIA DOS MOTIVOSDETERMINANTES: relaciona- co imediato do ato, ou seja, o resultado práti-
-se com o motivo do ato administrativo, pren- co causado em uma esfera de direitos. Repre-
dendo o administrador aos motivos declara- senta uma consequência para o mundo fático
dos ao tempo da edição do ato, sujeitando-se em que vivemos e, em decorrência dele, nas-
à demonstração de sua ocorrência, de tal modo ce, extingue-se. transforma-se um determina-
que, se inexistentes ou falsos, implicam a nu- do direito.
lidade do ato administrativo. O administrador
pode praticar o ato administrativo, sem decla- 6. FINALIDADE: é o bem j urídico objetivado pe-
rar o motivo, nas hipóteses em que este não for lo ato, o que se visa proteger com uma deter-
exigido, como na já citada exoneração ad nu- minada conduta. Por exemplo, na nomeação
tum. Entretanto, se ainda assim decidir decla- de um servidor, o objetivo é aumentar o qua-
rá-lo, o administrador fica vinculado às razões dro da Administração, buscando dar maior efi-
de fato e de direito que o levaram ~ prática do ciência ao serviço. Esse elemento representa o
ato. Por exemplo, se um determinado adminis- fim medi ato do ato administrativo que deve ser
trador decide exonerar um servidor ocupante sempre o interesse público, o bem comum. Por-
de cargo em comissão, alegando como motivo tanto, se o ato administrativo perseguir interes-
a necessidade de redução de despesas com fo- ses ilfcitos ou contrários ao interesse coletivo,
lha de pagamento, cumprindo regra para racio- estará eivado de vicio de finalidade, denomi-
nalização da máquina administrativa, prevista nado desvio de finalidade, e deverá ser retira-
no art. 169 da CF, ele não poderá nomear ou- do do ordenamento jurídico. Todavia, o ato ad-
tra pessoa para o mesmo cargo, em decorrên- ministrativo, além da finalidade geral, que é o
cia da teoria dos motivos determinantes, que interesse coletivo, deve também observar a fi-
exige a veracidade e o cumprimento do motivo nalidade especifica, prevista pela lei, tendo em
alegado. Da mesma forma, ocorrerá violação a vista que, para cada propósito que a Adminis-
essa teoria e a consequente invalidação do ato, tração pretende alcançar, existe um ato defini-
quando o motivo for falso. Imagine que um de- doem lei.
terminado governador de um Estado tem uma
filha que está namorando um rapaz que não é 7. VINCULAÇlO E DISCRICIONARIEDADE DO ATO ADMI-
de seu agrado. Sabendo que esse individuo é NISTRATIVO: os atos vinculados ou regrados são
um servidor público estadual, decide removê- aqueles em que a Administração age nos es-
-lo para uma cidade bem distante, alegando tritos limites legais, simplesmente porque a lei
necessidades do serviço, quando, na verdade, não deixou opções. Ela estabelece os requisi-
o administrador deseja prejudicar o relaciona- tos para a prática do ato, sem dar ao adminis-
mento. Nesse caso, o ato fica viciado em virtude trador liberdade de optar por outra forma de
de o motivo ser incompatível com a lei, haven- agir. Por isso, diante do poder vinculado, surge
do inexistência material e jurídica dos motivos. para o administrado o direito subjetivo de exi-
gir da autoridade a edição do ato, ou seja, pre-
S. OBJETO OU CONTEODO: é o seu resultado prático; enchidos os requisitos legais, o administrador é
é o ato em si mesmo considerado. Represen- obrigado a conceder o que foi requerido. Atos
143 DireitoAdministrativo
discricionários são aqueles em que a lei prevê vo é o fato e fundamento jurídico, enquanto, o
mais de um comportamento possível a ser ado- objeto é o resultado prático do ato e, por fim,
tado pelo administrador em um caso concreto. o mérito é a liberdade, a discricionariedade do
Portanto, há margem de liberdade para que ele Administrador.
possa atuar com base em um juízo de conve-
niência e oportunidade, porém, sempre dentro POSSIBILIDADE DE CONTROLE PELO PODER JUDICIARIO
dos limites da lei. No que tange ao controle dos atos administra-
tivos pelo Poder Judiciário, este é possível em
8. M!RITO ADMINISTRATIVO: na determinação dos qualquer tipo de ato, porém, no tocante á sua
elementos do ato administrativo, ê relevante a legalidade. Vale lembrar que tal análise deve
análise quanto á liberdade para sua definição, ser feita em sentido amplo, abrangendo o exa-
identificando se tal elemento é vinculado ou me das regras legais e normas constitucionais,
discricionário. Para as hipóteses em que o ele- incluindo todos os seus prindpios. No entan-
mento é vinculado, o administrador não tem li- to, não se admite a análise da conveniência e
berdade. Terá que preencher o ato, segundo os oportunidade dos atos administrativos, ou se-
ditames da lei, sem análise de conveniência e ja, não se pode reapreciar o mérito dos atos dis-
oportunidade. Todavia, quando o elemento for cricionários. Nesse diapasão, encontram-se inú-
discricionário, o administrador pode realizar meras orientações doutrinárias e jurispruden·
um juízo de valor, avaliando a conveniência e a ciais.
oportunidade do interesse público para a prá-
tica do ato. A vinculação ou a discricionarieda- ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO
de dos elementos do ato administrativo depen- Os atos administrativos, como manifestação do
dem do tipo de ato. Para os atos vinculados, to- Poder Público, possuem atributos que os dife-
dos os seus elementos são vinculados, tendo renciam dos atos privados e lhes conferem ca-
em vista que, para a prática desse ato, o admi- racterísticas peculiares. Para a maioria são a
nistrador não tem liberdade, ou seja, preenchi- presunção de legitimidade ou de veracidade,
dos os requisitos legais, ele é obrigado a pra- a autoexecutoriedade e a imperatividade, em-
ticar o ato. Portanto, a competência,. a forma, bora alguns doutrinadores incluam um quarto
o motivo, o objeto e a finalidade são elemen- atributo, a tipicidade.
tos vinculados. Nos atos discricionários, encon-
tram-se elementos vinculados, como é o caso • PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE, LEGALIDADE EDE VE-
do sujeito competente, da forma e da finalida- RACIDADE: decorre do principio da legalidade
de. Esses elementos estão definidos em lei e, que informa toda atividade da Administra-
em regra, o administrador não pode mod ificá- ção Pública. Segundo esse atributo, os atos
·los, não tendo opção de escolha. Todavia, nes- administrativos presumem-se: legais, isto é,
ses atos, o motivo e o objeto são discricionários. compatrveis com a lei, legftimos, porque co-
~ na análise desses elementos que o adminis· adunam com as regras da moral, e verdadei-
trador deve avaliar a conveniência e a oportuni- ros, considerando que os fatos alegados es-
dade, realizando um juízo de valor, sem desres- tão condizentes com a realidade posta. Essa
peitar os limites previstos pela lei. Assim, é pos- presunção permite que o ato produza todos
sível concluir que é nos elementos motivo e ob- os seus efeitos até qualquer prova em contrá-
jeto dos atos discricionários que se encontram rio, sendo uma presunção relativa e o ônus ca-
a discricionariedade do ato administrativo, a li- be a quem alega a ilegitimidade ou ilegalída-
berdade do administrador e o juízo de conve- de do ato.
niência e oportunidade, também denominado • AUTOEXECUTORIEDADE: autoriza a Administra-
mérito do ato administrativo. Portanto, mérito ção a executar diretamente seus atos e fazer
do ato administrativo é a valoração do Admi- cumprir suas determinações sem precisar re-
nistrador, é a liberdade, é a análise de conveni- correr ao Judiciário, admitindo-se até o uso
ência e oportunidade, que estão presentes nos de força, se necessário, sempre que for auto-
elementos motivo e objeto. Vale ressaltar que rizada por lei. A autoexecutoriedade apresen·
mérito não é igual a motivo e objeto, apesar de ta dois aspectos: a exigibilidade, que permi-
estar presente neles. Conforme já visto, o moti- te que o administrador decida, sem a exigên-
Tatiany R<lmalho 149
S. SERVIÇO PÚBLICO
2. PRINCIPIOS: Os serviços públicos seguem regras de direito público e, por essa razão. submetem·
-se ao regime j urfdico-administrativo. A doutrina é bastante divergente quanto à enumeração des·
ses princípios.
• Princípio do dever inescusável do Estado de promover a prestação dos serviços públicos, seja de forma direta ou
indireta. Dessa forma, o Estado não pode se recusar a promover a prestação dos serviços rotula·
dos como públicos, conquanto nada impeça que ele o faça por intermédio de seus representan·
tes, utilizando-se de institutos de descentralização da atividade administrativa como, por exem·
pio, a concessão ou a permis.são de serviços. A omissão do Estado pode dar causa ~ ação j udicial
para provocar a sua atuação, constituindo, inclusive, direito à indenização, quando a ausência da
atividade causar danos.
'Conferir o teor das Súmulas n. 346 e 473 que têm grande incidênciasnas provas de concursos: Súmula no 346:
A Administração PUblica pode declarar a nulidade dos seus próprios atos. Súmula net 473:A Administração pode
anular seus próprios atos. quando eivados de vfcios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou
revogd.fos. por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em to·
dos os casos, a apreciação judicial.
Tatiany R<lmalho 153
· Princípio da supremada do interesse público, poden- gem dos prazos, além de permitir o controle
do ser observado, desde que o Estado selecio- pelos administrados. Por fim, o princípio da
ne por meio da Constituição ou da lei, quais motivação, que estabelece que o administra-
são as utilidades materiais que representam dor apresente a correlação lógica entre os fa·
um interes.se geral e que merecem esse tra- tos e fundamentos jurfdicos, a regra legal e o
tamento próprio. Também deve ser observa- resultado do ato praticado, a fim de que os ad·
do para a definição das regras de organização ministrados conheçam as razões que os leva-
e funcionamento, não se admitindo que o in- ram à prática do ato.
teresse coletivo seja subestimado em face de • Prlndplo do controle, que consiste na possibili-
qualquer outro interesse. dade de fiscalização efetiva dos serviços pres·
• Principio da efidên<ia, de aplicação imprescindf- tados, no que tange à qualidade, à eficiência,
vel para a prestação de um serviço adequado, à aplicação de recursos públicos e demais as·
que exige uma execução eficiente tanto na pectos. Esse controle pode ser realizado por
qualidade, quanto na quantidade do serviço. outros órgãos da própria Administração, pe·
Dessa forma, a atividade administrativa deve los demais Poderes do Estado, assim como
ser exercida com presteza, perfeição e rendi- pelo cidadão.
mento funcional, evitando qualquer tipo de • Prindpio da modicidade das tarifas, que exige a co-
desperdício. brança das menores tarifas possíveis por par·
• Principio da atualiza1ão, também denominado, te da Administração. Esse principio decorre de
por alguns doutrinadores, princípio da adap- um raciocínio simples: o Brasil é um país rela-
tabilidade. Esse principio está conceituado no tivamente pobre, tendo o serviço público que
art. 6•, § 2•, da Lei n• 8.987/1995, que estabe- atingir e satisfazer os diversos grupos sociais
lece que a atualidade compreende a moder- na persecução do bem comum. Sendo assim,
nidade das técnicas, do equipamento e das quando esse serviço depender de uma co-
instalações e a sua conservação, bem como brança, ela deve ser condizente com as pos·
a melhoria e a expansão do serviço. Exige-se sibilídades econômicas do povo brasileiro, ou
que o serviço seja prestado de acordo com o seja, a mais baixa possível.
•estado da técn i ca~ isto é, utilizando-se das • Prlndplo da mutabilidade do regime, que visa à
técnicas mais modernas possíveis. adequação dos diversos serviços públicos às
• Princípio da universalidade, o qual exige a presta- necessidades mutantes dos administrados,
ção do serviço à coletividade como um todo, permitindo a flexibilidade dos meios e fins
sendo uma atívidade erga omnes e de forma dos serviços. Autoriza a mudança no regime
indist inta. Para que esse princípio seja efetiva· de execução do serviço para adaptá-lo ao in·
mente aplicado, há necessidade de se obser- teresse público, que está em constante altera-
var o princípio da impessoalidade, o qual de- ção com a evolução do t empo.
termina a prestação do serviço de forma im- • Prlndplo da continuidade, que exerce um papel
pessoal, sendo vedada a discriminação entre importantíssimo no dever estatal de presta·
os usuários, assim como o principio da isono- ção dos serviços públicos. Esse principio de·
mia no tratamento dos usuários dos serviços, pende de um tratamento especial. porque
porque, desde que satisfaçam as condições é objeto de muitas discussões na doutrina e
legais, todos fazem jus à sua prestação, sem na jurisprudência em relação à proteção dos
qualquer distinção de caráter pessoal. usuários do serviço, às questões de inadim-
· Princípio da transparência, que exige total clari- plemento e às regras do Código de Defesa do
vidência nas decisões tomadas, bem como Consumidor.
no funcionamento e na aplicação dos recur-
sos públicos. Para que a aplicação desse prin- ATENÇÃO: a lei autoriza a interrupção do serviço,
cípio seja verdadeira, dois outros princípios não se caracterizando a sua descontinuidade,
devem ser observados: o da publicidade, que quando tipificada situação de emergência ou
permite o conhecimento do titular do direito com prévia comunicação ao usuário, quando
-o povo, configurando-se exigência para que este for inadimplente ou não oferecer as con·
os atos administrativos comecem a produzir dições técnicas necessárias para que a conces-
efeitos e, com isso, a possibilidade de conta· sionária possa prestar o seu serviço. Quanto
154 OireitoAdministrativo
às condições técnicas, o corte está autorizado ços em que tanto o Estado quanto o particu-
desde que motivado por razões de ordem téc- lar são titulares, em decorrência de previsão
nica ou de segurança das instalações, deven- constitudonal (ex.: educação, saúde, previ-
do a empresa comunicar previamente ao usu· dência social, assistência social);
ário, não constituindo, esse caso, violação ao d. serviços de prestação não obrigatória pelo
princípio da continuidade (art. 6•, § 3•, I, da ci- Estado, mas que, não os prestando, é obri·
tada lei). No que tange ao inadimplemento, pa- gado a promover-lhes a prestação. por meio
ra proteger os interesses da coletividade, tam- dos institutos da concessão ou permissão
bém é possível a interrupç~o do serviço, con- de serviços (ex.: energia elétrica, telefonia,
forme previsão do inciso 11 do § 3° do dito art. transporte rodoviário).
6•. A aplicação dessa disposição legal gera mui-
ta divergência na doutrina e na jurisprudência . 4. CLASSIFICAÇlO:
Para os defensores de sua aplicação, a interrup- a. serviços públicos propriamente ditos (essen-
ção do serviço decorre da aplícação do princí- dais e que não admitem delegação) e servi-
pio da supremacia do interesse público, consi- ços de utilidade pública (os que melhoram a
derando que, se a empresa continuar prestan- comodidade soda I e admitem delegação);
do o serviço para os usuários inadimplentes, se b. serviços gerais (uti universi- prestados à co-
tornará incapaz financeiramente para manter a letividade como um todo, não sendo possí-
prestação à coletividade adimplente, gerando, vel medir o quanto cada um utiliza; são in-
assim, o benefício da minoria em prejuízo da divisíveis e devem ser mantidos pela recei-
maioria. Tampouco seria razoável esperar que ta geral dos impostos) e serviços individuais
a empresa prestadora do serviço continuasse a ou específicos (uti singuli- s~o prestados à
oferecê-lo, tendo que, mês a mês, buscar no Ju- coletividade, fruíveis individualmente, divi·
diciário, via ação própria, o valor corresponden- síveis). Esses últimos podem ser compulsó-
te ao gasto do devedor. Admite-se também, co- rios (são remunerados por taxa e admitem a
mo fundamento desse dispositivo, o princípio cobrança da taxa mínima pelo simples fato
da isonomia, não sendo possível o tratamento de o serviço estar à sua disposição do usuá·
igual (manutenção do serviço) aos usuários de- rio) e facultativos (a remuneração é feita por
siguais (adimplentes e inadimplentes). Essa hi- tarifa, sendo possível a cobrança apenas pe·
pótese também exige prévia comunicaç~o. sob lo que efetivamente foi prestado).
pena de indenização.
ATENÇÃO: a Súmula Vinculante n• 41 estabelece
3. REPARTIÇAO DE COMPET!NCIA PREVISTA NA CONS· que o serviço de iluminação pública não pode
TITUIÇÃO FEDERAL: A competênda para presta- ser remunerado mediante taxa.
ção dos serviços públicos está prevista no texto
constitucional, no rol exemplificativo dos arts. S. DELEGAÇÃO DE SERVIÇOS PUBLICOS: a Constituição
21, 23, 25, §§ 1• e 2•, e 30. Além dos serviços Federal, no art. 175. definiu que os serviços pú-
enumerados, também é possível a prestação de blicos devem ser prestados pelo Poder Público,
outros, respeitando-se sempre a órbita de inte- diretamente ou sob o regime de concessão e
resse de cada ente, o que significa que os servi- permissão, sempre por meio de licitação.
ços de interesse geral devem ser prestados pe- · Concessão comum de serviços públicos (lei n°
la União; os de interesse regional, pelos Esta- 8.987/1995, art. 2', 11): é a delegação da prestação
dos; e os de interesse local são de competên- de serviços públicos feita pelo poder conce-
cia dos Munidpios. O texto constitucional divi- dente. por meio de contrato, tendo lei que au-
de os serviços em quatro situações diferentes: torize, mediante licitação, na modalidade de
a. serviços de prestação obrigatória e exclusiva concorrência (ressalvadas as hipóteses da Lei
do Estado (art. 21. X, da CF); n• 9.074/1995), à pessoa juridica ou consórcio
b. serviços de prestação obrigatória pelo Esta- de empresas que demonstre capacidade para
do. sendo também obrigatória a sua delega- prestá-lo, por sua conta e risco e em nome pró-
ção (art. 223 da CF); prio, com prazo determinado. A remuneração
c. serviços de prestaç~o obrigatória pelo Es- é definida no procedimento licitatório, deven-
tado. mas sem exclusividade: são os servi- do ser realizada por meio de tarifa, entretanto,
Tatiany R<lmalho 155
excepcionalmente, poderá ser feita de outra indenização por atingir o equilíbrio econô-
maneira, não havendo qualquer impedimen- mico-financeiro, dependendo de autoriza-
to a que o poder concedente subsidie parcial- ção legislativa específica (art. 37 da Lei n•
mente a concessionária. Admite também fon- 8.987/1995). Esse fundamento não dispen-
tes alternativas de receita~ autorizadas por lei, sa a Administração de indenizar possrveis
para modicidade do serviço. prejuízos causados;
- Con<essáo de servi1o públi<o pre<edida de obra pú- 11. <aduddade: consiste em uma forma de extin-
bli<a: consiste na construção, total ou parcial, ção do contrato antes do prazo, pelo Poder
conservação, reforma, ampliação ou melhora- Público, de forma unilateral, por descum-
mento de quaisquer obras de interesse públi- primento de cláusula contratual por parte
co, delegada pelo poder concedente, median- da concessionária, caracterizando-se numa
te licitação, na modalidade de concorrência, à violação grave de suas obrigações (art. 38,
pessoa jurfdica ou consórcio de empresas que § 1•, da citada lei). Essa hipótese exige pré-
demonstre capacidade para a sua realização, via comunicação à concessionária, dando-
por sua conta e risco, de forma que o investi- -lhe prazo para que possa sanar as irregula-
mento da concessionária seja remunerado e ridades. Caso não sejam resolvidas, instau-
amortizado, mediante a exploração do servi- ra-se, por meio de decreto, um processo ad-
ço ou da obra, por prazo determinado. ministrativo, com contraditório e ampla de-
fesa. objetivando a extinção da concessão,
Ocontrato de concessão pode ser extinto de di- o cálculo da indenização, a aplicação de pe-
versas maneiras: nalidades cabfveis, além de outras medidas
a. advento do termo contratual: ocorre quando ex- que entender pertinentes. Declarada a ca-
pirado o prazo fixado no ato da concessão, ducidade, não resultará, para o poder con-
com a integração ao patrimônio do conce- cedente, qualquer espécie de responsabili-
dente dos bens do concessionário aplica- dade em relação aos encargos, ônus, obri-
dos ao serviço, operando-se a reversão, com gações ou compromissos com terceiros ou
a devida indenização, em caso de amortiza- com empregados da concessionária;
ção do investimento utilizado pelo poder 111. anula1ão: consiste na extinção do contrato
concedente ou em caso de depreciação dos antes do término do prazo, por razões de
bens (art. 36 da Lei n• 8.987/1995). ilegalidade;
b. re«isão judi<ial: é utilizada quando uma das IV. falên<ia ou extinção da empresa, faleámento ou in-
partes não tem mais interesse no contrato <apaddade do titular, no <aso de empresa individual.
e, como não tem a possibilidade de rescin-
dir unilateralmente a avença, só lhe resta a DICA IMPORTANTE: a reversão corresponde à trans-
via judicial, ficando impedida de interrom- ferência da propriedade das mãos do particu-
per ou paralisar os serviços até o trânsito em lar para o Poder Público. Estão sujeitos à ocu-
julgado da decisão; pação provisória e à reversão os bens indispen-
<- resdsão <onsensual: trata-se de extinção do sáveis à prestação do serviço que podem estar
contrato decorrente de acordo entre as par- enumerados no contrato ou não. Esses institu-
tes, ou seja, um distrato; tos de ocupação e reversão podem ser onero-
d. ato unilateral do poder concedente: são situações sos ou gratuitos, a depender do que está pre-
em que o Poder Público pode extinguir uni- visto no instrumento de contrato e da existên-
lateralmente o contrato, configurando-se cia de amortização, total ou parcial, do capital
numa prerrogativa decorrente da suprema- representativo dos bens aplicados ao serviço.
cia do interesse público. Admite-se em qua-
tro situações: • Permissão de serviço públi<o: está conceituada na
I. en<ampaçáo: também denominada resgate. Lei n• 8.987/1995, e consiste também numa
Consiste no fato de o Poder Público, de for- forma de delegação, instrumento por meio
ma unilateral, terminar o contrato antes do do qual o Poder Público, que detém a titulari-
prazo por razões de conveniência e oportu- dade do serviço, transfere a sua prestação ao
nidade do interesse público. É uma hipóte- particular, que pode ser pes.soa física ou jurí-
se em que o concessionário faz jus à prévia dica, desde que demonstre capacidade para
156 OireitoAdministrativo
exercê-lo por sua conta e risco. Essa transferência realiza-se a título precário, formaliza-se por con-
trato de adesão e depende de prévio procedimento licitatório, não tendo modalidade especí·
fica, o que será selecionado em razão do valor do contrato (art. 2•, IV, e art. 40, ambos da Lei n•
8.987/1995). A permissão pode ser gratuita ou onerosa, exigindo-se do permissionário, no segun·
do caso, um pagamento como contraprestação. O sistema remuneratório também pode ser o de
tarifa, seguindo as regras da política tarifária estudadas para as concessões comuns.
• Autorízaçáo de serviço público: o instituto da auto- Consiste num acordo firmado entre a Adminis-
rização de serviços públicos é efetivado na re· tração Pública e pessoa do setor privado com o
alização de um interesse particular, não po- objetivo de implantação ou gestão de serviços
dendo, de forma alguma, prejudicar o interes· públicos, com eventual execução de obras ou
se coletivo. Formaliza-se por ato unilateral do fornecimento de bens, mediante financiamen-
Poder Público, discricionário e a título precá· to do contratado, contraprestação pecuniária
rio. O fato de ser ato unilateral e precário per- do Poder Público e compartilhamento dos ris·
mite que a Administração tenha total domí· cos e dos ganhos entre os pactuantes (caracte·
nio da situação, podendo conceder e revogar rizando responsabilidade solidária).
a autorização, quando for conveniente para o
interesse público, sem necessidade de indeni- • Modalidades:
zar qualquer prejuízo. A formalização ocorre a. concessão patrocinada: é a concessão de servi-
por decreto ou portaria. A realização de pro- ços públicos ou de obras públicas de que
cedimento licitatório não é regra comum, ha- trata a lei n• 8.987/1995, quando envolver,
ja vista que normalmente há caracterização de adicionalmente, duas fontes de recursos: ta·
uma hipótese de dispensa ou inexigibilidade rifa cobrada dos usuários e a contrapresta·
(arts. 24 e 25 da Lei n• 8.666/1993). A esse ins- ção pecuniária do parceiro público ao par-
tituto aplica-se a lei n• 8.987/1995, no que for ceiro privado;
compatfvel, podendo, inclusive, ser remunera- b. concessão administrativa: é o contrato de pres·
da por meio de tarifa. A autorização de servi- tação de serviços em que a Administração
ços públicos coloca-se ao lado da concessão e Pública seja a usuária direta ou indireta, ain·
da permissão de serviços públícos, destina-se da que envolva execução de obra ou torne·
a serviços muito simples, de alcance limitado, cimento e instalação de bens.
ou a trabalhos de emergência, v.g., serviço de
táxi, serviços de despachante, serviços de se·
gurança particular (de uso excepcional). 6. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
DESCONCENTRAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO
Baseia-se na hierarquia (há Não existe hierarquia, mas há controle e fiscalização (sem subordina-
subordinação). ção).
Ex.: transferência entre órgãos Ex.: transferência para as pessoas da Administração Indireta ou para
da mesma pessoa política. particulares.
font~ tljbor.)do pelo wtor.
ADMINISTRAÇAO DIRETA: ~ composta pelos entes fe- pria e são responsáveis pela execução de ativi·
derativos, possuindo autonomia política, admi- dades administrativas que necessitam ser de-
nistrativa, legislativa e patrimonial. São pessoas senvolvidas de forma descentralizada. São elas:
jurídicas de Direito Público. Compõem a Admi- as autarquias, as fundações públicas e as empre·
nistração Direta a União, os Estados, o Distrito sas estatais, mais especificamente, as empresas
Federal e os Municípios. públicas e as sociedades de economia mista.
É <omposta por entidades que possuem personalidade
ÓRGÃOS PÚBL.ICOS: para conceituar órgãos públi- juridi<a própria e são responsáveis pela exe<ução de ati·
cos, têm-se os ensinamentos de Celso Antônio vidades administrativas que necessitam ser desenvolvi·
Bandeira de Mello.' que os define como unida- da.sdeforma deS<entralizada. São elas: as autarquias, as
des abstratas que sintetizam os vários círculos fundações públicas e as empresas estatais, mais especi·
de atribuições de poderes funcionais do Esta- fi<amente, as empresas públi<as e as soáedades de e<o·
do, repartidos no interior da personalidade es- no mia mista.
tatal e expressados por meio dos agentes neles
providos, como t ambém a posição de Hely Lo- CARACTER(STICAS:
pes Meirelles," segundo a qual órgãos públicos • personalidade jurídica própria, podendo ser
são centros especializados de competências. sujeitos de direitos e obrigações, e sendo,
consequentement e, responsáveis pelos seus
• Característi<as dos órgãos p6blicos: não têm per- atos;
sonalidade jurídica própria; os at os por eles • gozam de capacidade de autoadministração
praticados são imputados à entidade estatal e receita própria;
a que pertencem. Também não podem ceie· • para a criação dessas pessoas jurídicas, exi-
brar contrato, cabendo à pessoa jurfdica fa- ge-se previsão legal, pois o art 37, XIX, defi-
zê·lo por int ermédio dos agentes que a com- ne que: somente por lei específica poderá ser
põem; não se confundem com a pessoa jurí- criada autarquia e autorizada a instituição
dica, porque esta representa o todo em que de empresa pública, de sociedade de econo-
aqueles são as partes. Tampouco se confun- mia mista e de fundação, cabendo à lei com·
dem com a pessoa física, porque representam plementar, nesse último caso, definir as áre-
uma reunião de funções a serem exercidas as de sua atuação. Deve-se grifar, ainda, que
pelos agentes que compõem o órgão; podem a lei cria as autarquias e autoriza a criação das
ter representação própria, isto é, seus pró- demais pessoas jurídicas. Na hipótese em que
prios procuradores, apesar de, em regra, não a lei cria - caso das autarquias - basta a edi-
terem capacidade para estar em juízo, salvo ção da lei e a pessoa jurídica já est ará pronta
em situações excepcionais em que lhes é atri- para existir, o que não acontece no segundo
buída a personalidade judiciária. caso. Quando a lei autoriza a criação de uma
pessoa jurídica - caso das fundações, empre-
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA: é composta por entida- sas públicas e sociedades de economia mista
des que possuem personalidade jurídica pró- - ela só passará a existir juridicamente com o
Tatiany R<lmalho 159
registro dos seus atos constitutivos no órgão ses de dispensas e inexigibilidades de licita-
competente. seja no Cartório de Registro das ção previstas no diploma; a responsabilida·
Pessoas Jurídicas, se ela tiver natureza civil, ou de civil é, em regra, objetiva, aplicando-lhe
na Junta Comercial, quando possuir natureza o art. 37, § 6•, da Constituição Federal. Lem·
comercial. Convém realçar ainda, que, se há brando que o Estado responde subsidiaria-
dependência de lei para criar, por paralelismo mente; a regra quanto à prescrição é a pre·
de forma, para extinguir, de idêntica maneira, vista no Decreto n• 20.910/1932- prescrição
exige·se a previsão legal, seja para extinguir quinquenal; bens autárquicos seguem regi·
efetivamente ou autorizar a sua extinção, não me de bem público: alienabilidade condicio-
se admitindo a possibilidade de fazê·lo via ato nada, impenhorabilidade, impossibilidade
administrativo, porque se trata de ato de hie· de oneração e imprescritibilidade; débitos
rarquia inferior (o que a lei faz não poderá o judiciais seguem regime de precatório (art.
ato administrativo desfazer); 100 da CF); possuem os seguintes privilé-
• sua finalidade não será lucrativa, inclusive gios processuais: prazos dilatados, juízo pri-
quando exploradoras da atividade econômi· vativo e duplo grau de jurisdição necessário;
ca. Isso não significa que elas não possam ob· imunidade tributária para os impostos, des-
ter lucro, mas que não foram criadas com es· de que ligada à sua finalidade específica (art.
se objetivo, não sendo o lucro o grande mote 150, § 2•, da CF); quanto às regras orçamen-
de sua criação; tárias, submetem-se às mesmas da entida-
• não sofrem relação de subordinação, mas es· de que as criou, estando, inclusive, sujeitas
tão sujeitas a controle, que pode ser interno ao controle pelo Tribunal de Contas. No que
ou externo, pela própria entidade a que se tange aos procedimentos financeiros, as au-
vinculam (ex.: supervisão ministerial) e con· tarquias também se submetem às regras de
trole externo pelo Poder Judiciário e Legislati· Direito Financeiro e contabilidade pública
vo (ex.: Tribunal de Contas e as diversas ações da Administração Direta, previstas na Lei n•
judiciais); 4.320/ 1964, além das regras da Lei de Res-
• quando da criação dessas pessoas j urídicas, ponsabilidade Fiscal (LC n• 101/2000); ore·
a lei de instituição também define a sua fina· gime de pessoal é o mesmo aplicável aos
!idade especifica, estando ela vinculada ao entes da Administração Diret a que as criou.
fim que a instituiu, conclusão que decorre do Em regra são estatutários, e no âmbito fede-
princípio da especialidade. ral regidos pela Lei n• 8 .112/1990.
I. AUTARQUIAS: são pessoas jurídicas de direi· » AG!NCIAS REGULADORAS: são autarquias de re·
to público que desenvolvem atividades ad· gime especial. instituídas em razáo do fim
ministrativas típicas de Est ado e gozam de do monopólio estatal e são responsáveis pe·
liberdade administrativa nos limites da lei la regulamentação, pelo controle e pela fis-
que as criou. Não são subordinadas a órgão calização de serviços públicos. atividades e
nenhum do Estado, mas apenas controla· bens transferidos ao setor privado. O regime
das, tendo direitos e obrigações distintos do especial caracteriza-se por três elementos:
Estado. Criação e extinção por intermédio maior estabilidade e independência em re-
de lei ordinária específica, conforme previ· lação ao ente que as criou; investidura espe·
são do art. 37, XIX, da CF; sujeitas a controle cial, sendo os dirigentes nomeados pela Pre-
tanto interno, quanto externo, seja pela Ad· sidência da República, mas dependendo de
ministração Direta, pelos Poderes Judiciário prévia aprovação pelo Senado Federal (art.
e Legislativo, seja pelo povo, por via dos ins· 84, XIV, e 52, 111, f, da CF/1988; mandato a pra-
trumentos processuais previstos em lei; seus zo certo, com exercício em mandatos fixos. A
atos e contratos seguem regime administra· duração do mandato não pode ultrapassar
tivo, estão obrigadas ao procedimento licita· a legislatura do Presidente. São exemplos:
tório, consoante regras da Lei n• 8.666/1993 ANA, ANVISA, ANATEL.
e da Lei n• 10.520/2002, só não tendo que
realizá-lo quando a própria norma expressa· 11. FUNDAÇÃO PÚBLICA: em primeiro lugar, é impor-
mente liberá-lo, como ocorre com as hipóte· tante conceituar fundação. Segundo o Direi·
160 DireitoAdministrativo
to Civil. fundação é um patrimônio destaca- 111. EMPRESA POBUCA: trata-se de pessoa jurídica
do por um fundador para uma finalidade es- de direito privado composta por capital ex-
pecífica. É possível defini-la, de forma geral, clusivamente público, criada para a presta-
como uma pessoa jurídica composta por um ção de serviços públicos ou exploração de
patrimônio personalizado, que presta ativida- atividades econômicas sob qualquer moda-
des não lucrativas e atípicas do Poder Públi- lidade empresarial.
co, mas de interesse coletivo, como educação,
cultura, pesquisa, entre outras, sempre mere· IV. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA: pessoa jurídica de
cedo ras de amparo estatal. Trata-se da perso- direito privado, criada para prestação de ser-
nificação de uma finalidade. Desde já, atenta- viço público ou exploração de atividade eco-
-se também para a existência das fundações nômica, com capital misto e na forma de 5/A.
públicas e privadas, de acordo com a sua cria-
ção. Essas são rotuladas tendo como critério o V. ENTES DE COOPERAÇÃO: essas pessoas jurídicas
seu fundador, significando que: se o institui- são conhecidas como entes de cooperação
dor é um particular, ela constitui uma funda- ou entidades paraestatais porque colabo·
ção privada, pessoa jurídica que está comple- ram ou cooperam com o Estado no desem-
tamente fora da Administração Pública, sub- penho de uma atividade de interesse cole-
mete-se às regras do Direito Civil obedecen- tivo, embora não integrem a Administração, resi-
do ao regime próprio da iniciativa privada; se dindo apenas ao lado dela. São pessoas jurí·
instituída por um ente do Poder Público, essa dicas de direito privado que, sem fins lucra-
fundação é pública. Apesar das divergências, tivos, realizam projetos de interesse do Es-
para as provas de concursos é preciso que o tado, prestando serviços não exclusivos e
candidato assimile a informação de que as viabilizando o seu desenvolvimento. Por is-
fundações públicas podem ter natureza de so, recebem ajuda por parte dele, desde que
direito público ou de direito privado. preenchidos determinados requisitos esta·
• FUNDAÇÃO POBUCA DE DIREITO POBLICO: quan- belecidos por lei específica para cada mo-
to à hipótese de fundação pública de direi- dalidade. Sujeitam-se a controle pela Admi·
to público, a doutrina e a jurisprudência are- nistração Pública e pelo Tribunal de Contas.
conhecem como uma espécie do gênero au- O seu regime jurídico é predominantemen·
tarquia. Portanto, submetem-se às mesmas te privado, contudo parcialmente derroga-
regras destas. São denominadas "fundações do por regras de direito público. Os entes de
autárquicas'. cooperação compreendem: os serviços so-
• FUNDAÇÃO P0BUCA DE DIREITO PRIVADO: frente à ciais autônomos; as entidades de apoio; as
divergência doutrinária, reconhecida a pos- organizações sociais; as organizações da so-
sibilidade de fundação instituída e mantida ciedade civil de interesse público e as novas
pelo Poder Público, mas com personalidade parcerias voluntárias.
jurídica de direito privado, utiliza-se a termi- • SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS: trata-se de um
nologia 'fundação governamental" para dis- rótulo atribuído às pessoas jurídicas de di-
tingui-la das fundações públicas de direito reito privado, integrantes da iniciativa pri-
público. A doutrina utiliza como respaldo le- vada, com algumas características peculia-
gal o Decreto-Lei n• 200/1967, alterado pe- res. Elas não prestam serviços públicos de-
la Lei n• 7.596/1987. Para essas pessoas ju- legados pelo Estado, mas exercem atividade
rídicas, apesar da personalidade privada, o privada de interesse público, o que alguns
regime não é inteiramente privado, obede- doutrinadores preferem denominar servi·
cendo às regras de direito público, quanto ços não exclusivos do Estado. Compõem o
à fiscalização financeira e orçamentária, es- chamado sistema "5~ Essas pessoas jurídi-
tando sujeita a controle externo e interno, cas podem ser constituídas por meio das
além de outras regras públicas. Nesse diapa- instituições particulares convencionais, co·
são, a doutrina reconhece para essas pesso- mo fundações, sociedades civis ou associa-
as o tratamento igual ao da empresa pública ções, bem como por estruturas peculiares
e da sociedade de economia mista, ou seja, previstas em lei específica. Os serviços so-
um regime híbrido. ciais autônomos não gozam de privilégios
Tatiany R<lmalho 161
administrativos. nem fiscais e nem proces- cerias, de serviços públicos não exclusivos
suais, cabendo-lhes apenas aqueles que a do Estado, previstos em lei. As atividades
lei especial, expressamente, lhes conceder. por elas desenvolvidas são aquelas acessí-
São exemplos: o Serviço Social da Indústria veis aos próprios particulares, independen-
(Sesi), o Serviço Social do Comércio (Sesc), o temente de intervenção estatal. Podem ser
Serviço Nacional de Aprendizagem Comer- objeto de desenvolvimento autónomo por
cial (Senac), o Serviço Nacional de Aprendi- qualquer particular. Essas organizações atu-
zagem Industrial (Senai), o Serviço Brasileiro am em nome próprio, sob regime de direito
de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Se- privado, mas recebem apoio do Estado. As
brae), o Serviço Nacional de Aprendizagem possíveis finalidades desenvolvidas por es-
Rural (Senar), o Serviço Social do Transpor- sas organizações estão elencadas no art. 1•
te (Sest), e o Serviço Nacional de Aprendiza- da lei, e se resumem na busca do bem co-
gem do Transporte (Senat). mum, prestando serviços ligados a: ensino e
» ENTIDADES DE APOIO: pessoas jurídicas de na- pesquisa científica, desenvolvimento tecno-
tureza privada que exercem, sem fins lucra- lógico, meio ambiente, cultura e saúde, não
tivos, atividade social e/ou serviços sociais se admitindo outras finalidades estatutárias.
não exclusivos do Estado, relacionados a ci- Por isso, são declaradas como entidades de
ência, à pesquisa, à saúde e à educação. Es- interesse social e utilidade pública, para to-
sas pessoas não compõem a Administração dos os efeitos legais (art. 11). Essas organiza-
Indireta, estão ao lado do Estado com o qual ções são livremente qualificadas pelo Minis-
cooperam, atuando normalmente em hos- tro ou titular do órgão supervisor do seu ra-
pitais públicos e universidades públicas. mo de atividade e pelo Ministro do Planeja-
São instituídas diretamente por servidores mento, Orçamento e Gestão, desde que pre-
públicos, em nome próprio e com recursos encham alguns requisitos formais óbvios e
próprios, para exercerem atividades de inte- requisitos substanciais, conforme enumera-
resse social relativas aos serviços prestados ção dos arts. 2• e 3• da mesma lei. O víncu-
pelas entidades estatais em que esses servi- lo jurídico é o contrato de gestão, introduzi-
dores públícos atuem. Essas entidades rece- do inicialmente pelo art. s• e seguintes da
bem fomento do Estado, quer por meio de lei n• 9.637/1998 e, posteriormente, com a
dotações orçamentárias especificas, quer EC n• 19/1998, ganhando plano constitucio-
por meio de cessão provisória de servidores nal pelo art. 37, § 8•, da CF. Aqualificação"or-
públicos e também por permissão provisó- ganização social" é temporária, enquanto vi-
ria de uso de bens públicos. No que tange à gente o contrato, sendo possível a desqua-
natureza jurídica, elas são geralmente insti- lificação por meio de ato do Poder Executi-
tuídas sob a forma de fundação de nature- vo, quando do descumprimento das condi-
za privada, mas podem ser instituídas tam- ções contratuais, exigindo processo admi-
bém sob a forma de associação ou coopera- nistrativo prévio com o contraditório e a am-
tiva. Constitufda tal pessoa jurfdica, a coope- pla defesa, respondendo os dirigentes soli-
ração com o Estado se faz por meio de con- dariamente pelos danos, além da possibili-
vênios, estabelecendo assim o vinculo jurf- dade de reversão dos bens e devolução dos
díco. Citam-se, como exemplos, a Fundação valores recebidos e demais sanções cabíveis
Universitária de Desenvolvimento, de Exten- (art. 16 da lei n• 9.637/ 1998).
são e Pesquisa (Fu ndepes), a Fundação de • ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE
Apoio à Pesquisa e Extensão (Fapex), ligada PÚBLICO: também denominada Oscip, foi ins-
à Universidade Federal da Bahia; a Fundação tituída pela l ei n• 9.790/1999, regulamenta-
Cearense de Pesquisa e Cultura (FCPC) etc. da pelo Decreto Federal n• 3.100/1999, alte-
» ORGANIZAÇÕES SOCIAIS: também chamadas de rado pelo Decreto Federal n• 7.568/20 11. É
"OS~ foram instituídas e definidas pela lei n• conceituada como pessoa jurídica de direi-
9.637/1998. São pessoas jurídicas de direi- to privado, instituída por particular, sem fins
to privado, não integram a Administração, lucrativos, para a prestação de serviços so-
não têm fins lucratívos e são criadas por par- ciais não exclusivos do Estado (serviços so-
ticulares para a execução, por meio de par- cialmente úteis), sob incentivo e fiscalização
162 OireitoAdministrativo
desse Estado e que consagre, em seus esta- as. Estão a disposição da coletividade, tam-
tutos, uma série de normas sobre estrutura, bém denominados bens do domínio público;
funcionamento e prestação de contas (art. • Bens de uso especial: utilizados na presta-
4•). O vínculo jurídico para formalizar a rela- ção de atividade pública. Também chamados
ção com a Administração é o termo de par- bens de patrimônio administrativo, utilizados
ceria, seguindo as disposições dos arts. 9" e para prestação de serviços públicos; exemplo:
seguintes da lei específica. Nesse instrumen- creche, sede da escola pública, sede da prefei-
to, serão discriminados os direitos, as respon- tura, do hospital.
sabilídades e as obrigações das partes signa- • Bens dominicais: constituem o patrimônio das
tárias. A sua celebração estará condicionada pessoas jurídicas de direito público, como ob-
a prévia consulta aos Conselhos de Políticas jeto de direito pessoal, ou real, de cada uma
Públicas das áreas correspondentes e atual- dessas entidades (art. 99, 111, CC). ~ patrimô-
mente exige-se que a pessoa jurídica tenha nio disponfvel, são aqueles bens que não têm
sido constituída e se encontre em funciona- destinação pública.
mento regular há, no minimo, 3 (três) anos. O
§ 2° do art. 1Oda Lei n• 9.790/1999 estabele- REGIMEJURIDICO
ce as cláusulas essenciais do termo de parce- • IMPENHORABILIDADE: essa norma protege os
ria como, por exemplo, a estipulação do ob- bens públicos da penhora, do arresto e do se-
jeto com as especificações do programa de questro, resguardando-os das formas de alie-
trabalho, definição de metas, prazos e resul- nação comuns aos bens privados. Na verda-
tados esperados, previsão dos critérios de de, essa proteção é consequência da inalie-
avaliação, previsão de receitas e despesas. nabilidade condicionada, considerando que
obrigação de apresentar relatórios e de reali- os bens públicos não podem ser alienados de
zar a publicação em imprensa oficial. forma lívre e que, excepcionalmente, obser-
» PARCERIAS: a Lei n• 13.019, de 31 de julho de vadas as condições da lei, será possível a sua
2014, instituiu o denominado marco regula- transferência.
tório das organizações sociais. A lei estabele- • INALIENABILIDADE RELATIVA: preenchidas algu·
ce o regime jurídico das parcerias entre a ad- mas condições, é possível alienar o bem. Exi-
ministração pública e as organizações da so- ge-se autorização legislativa quando o bem
ciedade civil, em regime de mútua coopera- for imóvel e pertencer a uma pessoa jurídica
ção, para a consecução de finalidades de inte- de direito público, uma declaração de interes·
resse público e recíproco, mediante a execu- se público, avaliação prévia e licitação, sendo
ção de atividades ou de projetos previamen- essa dispensada em algumas hipóteses ex-
te estabelecidos em planos de trabalho inse- pressas no citado dispositivo.
ridos em termos de colaboração, em termos • IMPOSSIBILIDADE DE ONERAÇAO: afasta os bens pú-
de fomento ou em acordos de cooperação. blicos de gravames de direitos reais de garan-
tia. Onerar significa deixar o bem como garan-
tia para o credor que, em caso de inadimple-
7. BENS PÚBLICOS mento, poderá alienar esse bem ou conver-
ter o ato em penhora, caso ajuizada ação de
São os bens pertencentes às pessoas jurídicas execução. Portanto, não estando os bens pa-
de direito público. Também seguem algumas ra alienação livres, a garantia também não se
regras do regime de bem público os pertencen- justifica.
tes as pessoas jurídicas da Administração Indi- • IMPRESCRITIBILIDADE: trata-se da prescrição
reta de direito privado, quando eles estiverem aquisitiva, a aquisição pelo decurso do tem-
diretamente ligados à prestação de um servi- po, denominada usucapião. Portanto, os bens
ço público. públicos não podem ser usucapidos. O STF
editou a Súmula n• 340, definindo: 'Desde a
ESP!CIES DE BENS PÚBLICOS vigência do Código Civil, os bens dominicais,
• Bens de uso comum do povo: como o próprio como os demais bens públicos, não podem
nome sugere, são aqueles utilizados de manei- ser adquiridos por usucapião":
ra geral pelos indivíduos - praças, mares e ru-
Tatiany R<lmalho 163
USO OE BEM P0BUCO POR PARTICULAR rídicas de direito público ou de direito privado)
• Autorização de uso: conforme Celso Bandeira e o regime jurídico a que se submetem (regi·
de Mello•é o ato unilateral pelo qual a autori· me estatutário ou celetísta), considerando ain·
dade administrativa faculta o uso de bem pú· da os particulares que exercem função pública.
blico para utilização episódica de curta dura- Assim, seguindo a doutrina majoritária, tem-se:
ção'?
· Trata-se, portanto, de ato administrativo uni- 1. AGENTES POlfTICOS: consideram·se agentes po·
lateral. discricionário e precário, pelo qual o líticos aqueles que constituem a vontade su·
Poder Público permite a utilização especial perior do Estado, que são os titulares de cargos
de bem por um particular de modo privativo, estruturais da organização política do país. in·
atendendo ao interesse privado, mas, é claro, tegrando o arcabouço constitucional do Esta·
sem prejudicar o interesse público. Por exem· do, formando a estrutura fundamental do Po·
pio, o uso de terrenos baldios para estaciona· der. O regime jurfdico desses agentes, os direi·
mento, para retirada de água de fontes não tos e os deveres aplicáveis a eles estão previstos
abertas ao público, fechamento de ruas para em lei ou, em alguns casos, na própria Consti·
festas comunitárias. tuição Federal, afastando assim a natureza con·
• Concessão de uso: formaliza-se por contrato tratual da relação. Por essa razão, são denomi·
administrativo, instrumento pelo qual o Poder nados estatutários, submetendo·se a um regi·
Público transfere ao particular a utilização de me legal ou institucional. Encontram-se nesse
um bem público. Fundamenta-se no interesse conceito: os chefes do Poder Executivo, os seus
público, a titulo solene e com exigências in e· auxiliares imediatos (o Presidente da Repúbli·
rentes à relação contratual. Como os demais ca, os Governadores de Estado, os Prefeitos e os
contratos administrativos, depende de licita· seus respectivos Vices, bem como os Ministros
ção e de autorização legislativa, está sujeito às de Estado e os Secretários Estaduais e Munici·
cláusulas exorbitantes, tem prazo determina· pais) e os membros do Poder Legislativo (Se na·
do e a sua extinção antes do prazo gera direi· dores, Deputados Federais e Estaduais e os Ve·
to à indenização. readores). O vínculo j urídico desses agentes é,
• Permissão de uso: é um ato administrativo uni- em regra, de natureza política. Podem ser no·
laterat di.scricionário e precário, em que a Admi· meados. mas, em sua maioria, são escolhidos
nistração autoriza que certa pessoa utilize privati· por eleição popular, e o que os qualifica não é
vamente um bem público, atendendo ao mesmo a aptidão técnica, e, sim, a qualidade de cida·
tempo aos interesses público e privado. dão com capacidade de conduzir a sociedade.
Por fim, ressalte·se a situação dos Magistrados
e membros do Ministério Público, que contam
8. AGENTES PÚBLICOS com um vínculo de natureza profissional, cujo
objeto de qualificação é a habilitação profissio·
CONCEITO: a expressão agente público é a mais nal, a sua aptidão técnica.
ampla para designar de forma genérica e indis·
tinta os sujeitos que exercem funções públicas, 2. SERVIDORES ESTATAIS: a definição de servidores
que servem ao Poder Público como instrumen· estatais é feita por exclusão das demais cate·
tos de sua vontade ou ação, independentemen· gorias; são os agentes públicos, excluindo a ca·
te do vinculo jurfdico, podendo ser por nomea· tegoria anterior, agentes políticos e os parti cu·
ção, contratação, designação ou convocação. In· lares que exercem função pública. Representa
depende, ainda, de ser essa função temporária o grande conjunto de agentes que atuam nos
ou permanente e com ou sem remuneração. As- entes da Administração Direta e Indireta, sejam
sim, quem quer que desempenhe funções esta· pessoas jurídicas de direito público ou priva·
tais, enquanto as exercita, é um agente público. do. Esses servidores contam com uma relação
de trabalho de natureza profissional, de cará·
CLASSIFICAÇAO: os agentes públicos devem ser ter não eventual e sob vínculo de dependência.
classificados conforme a força de suas deci·
sões (agentes políticos ou servidores estatais). • Servidores públicos titulares de cargo público: apli·
as pessoas jurídicas em que atuam (pessoas ju· ca·se o regime previsto em lei ou na prôpria
164 OireitoAdministrativo
Constituição, dito regime legal ou estatu tário. exercem função pública, ainda que em caráter
Incluem-se nesse grupo t odos os servidores ocasional ou temporário e com ou sem remua
públicos submetidos ao regime do estatuto, neração, independentemente do tipo de vín -
independentement e de serem eles do Poder culo j urídico. São agentes alheios à intimidade
Executivo, Legislativo ou Judiciário. A compe- estatal como, por exemplo, os mesários em dia
tência para definir esse regime legal é de ca- de eleição, os jurados no tribunal do júri. Esses
da ente da Federação, devendo cada qual es- agentes exercem funções estatais de diversas
tabelecer as regras sobre os seus próprios ser- maneiras, podendo ser classificados em:
vidores. • requisitados: são agentes convocados para
• Servidores públicos titulares de emprego público: são exercer função pública, exercem múnus pú-
regidos pela Consolidação das Leis do Traba- blico, tendo assim a obrigação de participar
lho - CLT, cujo regime é denominado celetis· sob pena de sanção caso não o faça, como
ta, tendo como vinculo jurldico um contra- ocorre com os recrutados para o serviço mi-
to de t rabalho (regime contratual). O regime litar obrigatório, além dos ju rados no t ribunal
desses servidores está previsto, como para do j úri, os mesários na eleição e outros;
qualquer outro trabalhador, na CLT. Todavia, • voluntários: são os particulares que atuam na
por se tratar de servidores de pessoa j urídica Administração de forma espontânea, por is-
de direito público, deverão seguir algumas re- so denominados sponte propria, assumem
gras especificas, próprias do regime público, a gestão da coisa pública perante situações
o que não desfigura o regime trabalhista. Pa- anômalas, para socorrer em necessidades pú-
ra o âmbit o federal, além da previsão na CLT, blicas prementes, como, por exemplo, os mé-
a Lei n° 9.962/2000 também regulamenta es- dicos voluntários em hospitais públicos, ca-
se grupo. sos de guerra, em que as autoridades consti-
tuídas ou os agentes regulares abandonaram
ATENÇÃO: é important e considerar que essa es- suas funções ou foram mortos ou presos pelo
colha de regime (estatutário ou celetista) só era inimigo, além de outros;
permitida às pessoas j urídicas de direito públi- • cont ratados por locação civil de serviço: como
co, sendo vedada para as pessoas jurídicas de ocorre, por exemplo, com um renomado ad-
Direito Privado a adoção do regime estatutá- vogado contratado para realizar uma susten·
rio, devendo seus servidores, necessariamente, tação oral em um tribunal, o contratado para
submeter-se ao regime da CLT, portanto, servi- elaborar um parecer ou executar uma escultu·
dores estatais titulares de empregos. A possibili- ra (arts. 593 a 609 do CC);
dade de regime múltiplo, de escolha de regime • os trabalhadores que at uam nas concessio-
celetista ou estatutário na mesma pessoa jurídi- nárias e permissionárias de serviços públicos,
ca t ambém já não é mais possível, ao menos por enquadrando-se, nessa categoria, somente
enquanto. A matéria foi objeto de Ação Direta aqueles que exercem uma função pública. Por
de Inconstitucionalidade, AOIN n• 2.135, e no exemplo, os empregados que prestam t rans-
dia 2 de agosto de 2007, o STF concedeu a me- porte coletivo;
dida cautelar para suspender, até decisão final • os delegados de função ou ofício público: es-
da ação, a eficácia da nova redação do caput do sa terminologia foi utilizada pelo art. 236 da
art. 39, introduzida pela referida emenda, reco- CF, quando se referiu àqueles que exercem os
nhecendo o vicio de tramitação, inconstitucio- serviços notariais (antigos cartórios extraj u-
nalidade formal. e restaurando, com isso, o tex- diciais), categoria regulamentada pela Lei n•
to original da Constituição de 1988, o regime ju- 8.935/1994. Importante ressaltar que os ofi-
rídico único para os servidores. A decisão, como ciais dos serviços notariais, apesar da exigên-
regra, por ocorrer em sede de cautelar, produz cia de concurso público, não perdem a quali-
efeitos ex nunc, impedindo, assim, dessa data dade de particular, não devendo ser incluídos
em diante, a mistura dos dois regimes j urídicos. na cat egoria de servidores públicos, como al-
guns acabam confundindo;
3. PARTICULARES EM ATUAÇÃO COLABORADORA COM OPO· • sujeitos que, com o reconhecimento do Poder
DER PÚBLICO: são aqueles agentes públicos que, Público, praticam atos dotados de força jurí-
sem perderem a qualidade de particulares, dica oficíal, como ocorre com os particulares
Tatiany R<lmalho 165
que prestam serviços públicos, independen- compete privativamente aos Tribunais propor
temente de contrato de concessão ou permis- ao Poder legislativo a criação dos cargos que
são, e que recebem o poder para fazê-lo dire- lhes forem vinculados (art. 96, inciso 11, alínea
tamente do texto constitucional, tais como o b). Uma exceção a essa exigência de lei. ressal-
ensino e a saúde. Assim também agentes pú- vada no caput do citado art. 48, são os serviços
blicos particulares em colaboração, os direto- auxiliares do Poder legislativo, em que os seus
res de faculdade particular ou de hospital pri- cargos, empregos e funções não dependem de
vado. lei para sua criação, conforme estabelece o tex·
to constitucional. A criação, nessa hipótese, se-
DICA IMPORTANTE: nesse rol, os doutrinadores tra· rá feita por resolução de cada uma das casas do
dicionais utilizam ainda a terminologia agentes Congresso Nacional, Câmara de Deputados (art.
honoríficos, que são cidadãos convocados, de- 51, IV) e Senado Federal (art. 52, XIII), que go-
signados ou nomeados para prestarem, transi- zam de competência privativa para a matéria. O
toriamente, determinados serviços ao Estado, art. 84, XXV. da CF dispõe que compete privati-
em razão de sua condição dvica, de sua hono- vamente ao Presidente da República, na forma
rabilidade, ou de sua notória capacidade pro- da lei, prover e extinguir cargos públicos fede-
fissional. mas sem qualquer vínculo emprega- rais. No parágrafo único do mesmo dispositivo,
tício ou estatutário e, normalmente, sem remu- o constituinte prevê a possibilidade de delega-
neração. Hipótese inclulda nesse trabalho en- ção da primeira parte do inciso, em outras pala-
tre os agentes requisitados ou voluntários. de- vras, admite aos Ministros de Estado, ao Procu-
pendendo do caso. São exemplos os jurados, os rador-Geral da República e ao Advogado-Geral
mesários, os comissários de menores, os presi- da União a delegação de competência para pro-
dentes de entidade de classe. ver cargos públicos. Com o advento da Emenda
Constitucional n• 32, o mesmo art. 84, em seu
CARGO PUBLICO: conceitua-se cargo público co- inciso VI, alínea b, pas.sou a admitir a possibili-
mo a mais simples e indivisível unidade de com- dade de o Presidente da República dispor, por
petência a ser expressa por um agente públi· meio de decreto, sobre a extinção de funções
co para o exercício de uma função pública; re- ou cargos públicos, desde que vagos.
presenta um lugar dentro da organização fun-
cional da Administração Pública direta, a ut~r Nessa oportunidade, outros conceitos devem
quica e fundacional (um lugar na organização ser estabelecidos:
do serviço público). São vinculados ~s pessoas • carreira: é um conjunto de cargos organiza-
jurídicas de direito público que são responsá· dos em uma estrutura escalonada. hierarqui-
veis pela retribuição da atividade desenvolvida, zada. "É o agrupamento de classes da mesma
com regime jurídico definido em lei, denomina· profissão ou atividade, escalonadas segundo
do assim regime legal ou estatut~ ri o, de índo- a hierarquia do serviço, para acesso privati-
le institucional, não contratual. O art. 3° da lei vo dos titulares dos cargos que integram, me-
n• 8.112/1990 também conceitua cargo públi- diante provimento originário.• O conjunto de
co: Art. 3°- Cargo público é o conjunto de atri· carreiras. cargos isolados, compõe o quadro
buições e responsabilidades previstas na estru- permanente da Administração;
tura organizacional que devem ser cometidas a • classe: é o agrupamento de cargos da mesma
um servidor. Os cargos públicos são, em regra, profissão, e com idênticas atribuições, respon-
criados por lei (art. 48, X, da CF), que definirá um sabilidades e vencimentos. Consiste nos de-
número determinado (a criação é feita com nú- graus de acesso dentro da carreira. Portanto,
mero certo), uma denominação própria e uma os cargos que a compõem são cargos de car-
remuneração correspondente. Essa lei é de ini- reira, diferentemente dos cargos isolados que
ciativa de cada Poder. Assim, compete privativa- não contam com a possibilidade de progres-
mente ao Presidente da República apresentar o são profissional;
projeto de lei que disponha sobre a criação de • quadro: é o conjunto de carreiras e cargos iso-
cargos, funções ou empregos públicos da Admi- lados que compõe a estrutura de um órgão
nistração Direta e aut~rqu i ca (art. 61, § 1•, inci- ou Poder, podendo ser permanente ou pro-
so 11, alfneas a e c, da CF), da mesma forma que visório.
166 OireitoAdministrativo
FUNÇÃO PÚBLICA: consiste no conjunto de atribui- As funções de confiança sáo exercidas exclu-
ções e responsabilidades assinaladas a um ser- sivamente por servidores ocupantes de cargo
vidor; é a atividade em si mesma, ou seja, cor- efetivo, e os cargos em comissão, a serem pre-
responde às inúmeras tarefas que devem ser de- enchidos por servidores de carreira nos casos,
senvolvidas por um servidor. A criação e a extin- condições e percentuais mínimos previstos em
ção dessas funções também devem ser feitas lei, destinam-se apenas às atribuições de dire-
por meio de lei. Assim, é possível concluir que ção, chefia e assessoramento.
todo cargo público, enquanto um lugar na es- O dispositivo constitucional estabelece que as
trutura organizacional da Administração que funções de confiança só podem ser atribufdas
conta com um conjunto de atribuições e res- aos servidores que já são titulares de cargos
ponsabilidades, tem em seu âmago uma função. efetivos. Convém lembrar que cargo efetivo é
daquele que conta com nomeação em caráter
ATINÇÃO: cargo em comissão "' função de con- definitivo e com prévia aprovação em concurso
fiança público. Dessa maneira, uma pessoa qualquer,
que não está nos quadros da Administração Pu-
Inicialmente, cargo em comissão nada mais é blica, não pode ser titular de uma função pú-
do que um lugar no quadro funcional da Ad- blica. Assim, em razão da previsão constitucio-
ministração Pública que conta com um conjun- nal. hoje toda função pública depende indireta-
to de atribuições e responsabilidades de dire- mente de prévia aprovação em concurso públi-
ção. chefia e assessoramento, em que a escolha co com a respectiva nomeação em cargo públi-
é baseada na confiança, denominado, por essa co efetivo, não existindo essa (função) isolada·
razão, de livre nomeação e exoneração (exone- mente. Assim, todo cargo público tem uma fun-
ração ad nutum), vulgarmente chamado cargo ção e toda função tem como pressuposto a no-
de confiança. meação em um cargo público.
M.J7,\CF - ~'\CF
Um lugar no quadro funcional da Administração que conta com Somente um conjunto de atri-
um conjunto de atribuições e responsabilidades. buições e responsabilidades.
Utilizado para direção, chefia e assessoramento, antigamente de- Utilizado para direção, chefia e
nominado cargo de confiança. assessoramento.
Pode ser ocupado por qualquer pessoa, reservado um limite mí-
Só pode ser ocupado por servi-
nimo previsto em lei que só pode ser atribuído aos servidores de
dores titulares de cargos efetivos.
carreira.
Fontr.tlaborado pelo .wtor.
EMPREGO PUBLICO: é terminologia utilizada para identificar uma relação funcional de trabalho; é um
núcleo de encargo de trabalho permanente a ser preenchido por agente contratado para desem-
penhá-lo, portanto, também conta com um conjunto de atribuições e responsabilidades, distin·
guindo-se das situações anteriores pelo regime adotado. O regime de emprego, independente-
mente de estar nas pessoas jurídicas de direito público ou privado e em qualquer ordem política,
federal, estadual ou distrital, submete-se ao princípio da unicidade normativa, porque o conjunto
das normas reguladoras está previsto em um único diploma legal, a Consolidação das leis do Tra·
balho (CLT). Assim, a relação tem natureza contratual, o regime é o trabalhista (celetista) e subme-
te-se às regras do art. 7° da CF. Depreende·se, entretanto, que, para os empregos nas pessoas j urídi·
cas de Direito Público, denominados empregos públicos, o regime ganha algumas normas do regi-
me público, o que não pode descaracterizar o regime da CLT. Para o ãmbito federal, a União, com o
Tatiany R<lmalho 167
objetivo de definir as regras aplicáveis aos em- vo que atribui um cargo a um servidor. Es-
pregados públicos, editou a Lei no 9.962/2000, se provimento originário, também denomi-
que não exclui a aplicação da CLT e da CF. O di- nado autônomo, ocorre quando o candida-
ploma estabelece, dentre outras regras, que a to é nomeado para um cargo público, inde-
escolha desses empregados deve ser por meio pendentemente de ter ele qualquer víncu-
de concurso público (art. 2°), trata-se de um lo anterior com a Administração Pública. O
contrato com prazo indeterminado e a sua re- agente está entrando pela primeira vez em
silição não pode ser unilateral (art. 3°). Assim, fi- uma determinada carreira. O pressuposto
ca afastada a dispensa desses empregados de para essa forma de provimento é o concur-
forma imotivada, apenas sendo possível quan- so público, salvo as exceções que serão es-
do ocorrer: falta grave (art. 482, CLT); acumula- tudadas no tópico seguinte. Esse concurso
ção ilegal de cargos, empregos e funções pú- público não se confunde com o concurso in-
blicas; necessidade de redução de quadros por terno, que representa um processo seletivo
excesso de despesa (art. 169, CF) e insuficiên- realizado exclusivamente dentro do âmbito
cia de desempenho apurada em processo ad- de pessoas administrativas ou órgãos públi-
ministrativo. A criação e a extinção desses em- cos, ficando assim a lista de candidatos limi-
pregos públicos também devem ser feitas por tada aos servidores que já compõem o qua-
meio de lei, assim como estudado no tópico de dro funcional daquele ente. Esse instrumen-
cargo público, quando se tratar de pessoa jurí- to não substitui o concurso público e é utili-
dica de direito público (art. 61, § 1°, 11, a, da CF). zado apenas em caso de provimento deriva-
do, permitindo a progressão funcional den-
CONTRATO TEMPORÁRIO: a contratação temporária tro da sua carreira (não se admitindo a mu-
representa uma situação excepcional nos qua- dança de carreira).
dros da Administração Pública, autorizada pe- b. Provimento derivado: no provimento deri-
la Constituição Federal no art. 37, inciso IX. Em vado, o cargo público será atribuído a um
tese, o texto constitudonal prevê esse tipo de servidor que tem relação anterior com a Ad-
contrato por tempo determinado para atender ministração, e que já compõe a carreira. A"
à necessidade temporária de excepcional inte- sim, há uma mudança de cargo dentro de
resse público, estando condicionado à previ- uma mesma carreira. Esse provimento po-
são legal para estabelecer os casos. Dessa for- de ser: vertical, horizontal e por reingres-
ma, seguindo os ensinamentos de José Afonso so. O provimento derivado vertical consiste
da Silva, trata-se de norma de eficácia limitada, na atribuição de um novo cargo a um servi-
isto é, uma hipótese autorizada pela Constitui- dor, dentro da mesma carreira, mas que re-
ção que, para ser aplicada, depende de norma presenta uma progressão funcional, uma as-
regulamentadora. Para o âmbito federal hoje censão em sua vida profissional. Existiam no
tem-se a Lei no 8.74511993. Os Estados e os Mu- Brasil duas formas de provimento vertical: a
nicípios tem competência para legislar sobre a promoção e a ascensão.
contratação temporária.
• Promoção tem como pressuposto a existência
PROVIMENTO: é o ato administrativo por meio do de cargos escalonados em carreira . O agent~.
qual há preenchimento de cargo público, é atri- nesse caso, será designado para outro cargo
buir um cargo a uma determinada pessoa. Exis- mais elevado dentro da própria carreira. Para
tem vários atos que podem ser praticados para que tenha esse direito, ele deverá preencher
a realização do provimento, taiscomo a nomea- alguns requisitos, observando na lei o rol enu-
ção. a promoção, a reversão, o aproveitamento, merado para cada carreira, podendo ter como
a reintegração e a recondução. Pode ser dividi- base critérios de antiguidade ou merecimen-
do em dois tipos ou formasdiferentes. Verifique: to. A Emenda Constitucional no 19/1998 intro-
duziu também uma nova exigência como re-
a. Provimento originário: atualmente, o orde- quisito para a promoção, conforme estabele-
namento jurídico reconhece uma única for- ce o art. 39, § 2°, da CF: a participação em cur-
ma de provimento originário, que é a no- sos de formação e aperfeiçoamento em esco-
meação. Consiste em um ato administrati- las de governo.
168 OireitoAdministrativo
Por fim, o provimento derivado também po· • O instituto da reversão está previsto no art. 25
de ser por reingresso, que garante o retorno do da lei n• 8.112/1990. Hoj e se admitem duas
servidor por meio de quatro modalidades dife· hipót eses de reversão:
rentes, que são: a reintegração, a recondução, a a. no tocante ao servidor aposentado por inva-
reversão e o aproveitamento. lidez. se comprovado por j unt a médica ofi·
Tatiany R<lmalho 169
cial que foram insubsistentes os motivos de- cassada a disponibilidade caso o servidor não
clarados na oportunidade de sua aposenta- entre em exercício no prazo legal, que é de I 5
doria. Os motivos que justificavam a apo- dias, conforme previsão do art. 15, § 1o, da Lei
sentadoria podem nunca ter existido e por n° 8.112, salvo doença comprovada por junta
erro ter sido concedido o benefício ou po- médica oficial.
dem ter desaparecido por simples supera-
ção do servidor; NOMEAÇÃO, POSSE EEXERCICIO
b. a pedido do servidor e no interesse da Ad·
ministração desde que a sua aposentado- Nomea1ão é a única forma de provimento origi-
ria tenha sido voluntária e tenha sido con- nário prevista no atual ordenamento jurídico
cedida há no máximo cinco anos, que este brasileiro; é a atribuição de um cargo a um ser-
seja estável quando em atividade, e exista vidor independentemente de qualquer relação
cargo vago. O servidor que retornar com es- jurfdica anterior com a Administração. O pres-
se fundamento perceberá, em substituição suposto para sua realização é a prévia aprova-
aos proventos de aposentadoria, a remune- ção em concurso público, devendo ser formali·
ração do cargo que voltar a exercer, inclusi- zada durante o seu prazo de validade e respei-
ve com as vantagens pessoais. Nesses casos, tada a sua ordem de classificação. Segundo a
o servidor deve retornar para o mesmo car- jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o
go (cargo de origem) ou, caso esse tenha so- servidor público nomeado para um cargo goza
frido qualquer transformação, o retorno de- do direito subjetivo~ posse, conforme dispõe a
ve se dar para o cargo resultante da trans- Súmula no 16 (•Funcionário nomeado por con-
formação. Entretanto, se o cargo estiver ocu- curso tem direito a posse•).
pado, o servidor poderá exercer suas atribui-
ções como excedente até que surja uma va- A posse nada mais é do que a aceitação pelo ser-
ga. Essa regra não se aplica à reversão a pe- vidor das atribuições do cargo, momento em
dido porque a existência de cargo vago é que esse assume o compromisso de bem servir.
uma condicionante para o seu deferimento. Nesse momento forma-se a relação jurídica: a
Essa forma de reingresso não pode ser apli- Administração atribui o cargo e o servidor acei-
cada quando o servidor já tiver completado ta-o, formando-se, assim, o vínculo estatutário,
70 anos de idade, em razão da aposentado- o que se denomina investidura. Portanto, com
ria compulsória. Por fim, o aproveitamento a nomeação tem-se provimento e com a posse
garante ao servidor estável a possibilidade faz-se a investidura. A posse deve ser feita com
de retornar à atividade quando em disponi· a assinatura do respectivo termo, no qual de-
bilidade e surgir uma vaga (art. 30 do cita- verão constar as atribuições, os deveres, as res-
do diploma). ponsabilidades e os direitos inerentes ao cargo
ocupado, que não poderão ser alterados unila-
• Disponibilidade é o ato pelo qual o Poder Pú· teralmente, por qualquer das partes, ressalva-
blico transfere para a inatividade remunera- dos os atos de oficio previstos em lei. Esse ato
da, com pagamento de proventos proporcio· só ocorre no provimento originário e nada im-
nais ao tempo de serviço (art. 41 , § 3°, da CF), pede que seja realizado por meio de procura-
servidor estável cujo cargo venha a ser extin- ção específica. O servidor tem o prazo de até 30
to, declarada a sua desnecessidade ou, ain- dias, contados da publicação do ato de nome-
da, ocupado em decorrência de reintegração, ação, para tomar posse, sob pena de a nomea-
sem que o desalojado pudesse ser reconduzi- ção ficar sem efeito. Caso o Administrador dê
do. O estatuto dos servidores federais estabe- posse fora desse prazo, o ato é inválido e não
lece que esse aproveitamento é obrigatório, o terá efeito. Em caso de impedimento, esse pra-
que garante que o servidor não ficará indefi- zo será contado de seu término. Na oportuni-
nidamente (para sempre) em disponibilidade. dade da posse, o servidor deve apresentar a sua
Dispõe ainda que esse aproveitamento deve declaração de bens e valores. O objetivo dessa
ocorrer em cargo de atribuições e vencimen- declaração é acompanhar a sua evolução patri-
tos compatíveis com o anteriormente ocupa- monial que, em caso de desproporcionalidade,
do. O aproveitamento ficará sem efeito e será pode caracterizar improbidade administrativa
170 OireitoAdministrativo
(Lei n• 8.429/1992). Exige-se também a declara- bém, no interesse do servidor, diante da ocor-
ção quanto ao exerdcio ou não de outro cargo, rência dos casos especificados na lei. Trata·se
emprego ou função pública, para evitar acumu- de uma forma de deslocamento do servidor
lações ilegais, além da prévia inspeção médica no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mu·
para atestar sua capacidade física e mental pa- dança de sede (art. 36 da Lei 8.112/1990).
ra o exercício do cargo.
A lei admite três formas de deslocamento: rea-
Por fim, exerááo é o efetivo desempenho das lizada de oficio pela Administração para aten-
atribuições do cargo público ou da função de der aos seus interesses; a pedido do servidor e
confiança (art. 13). Efetivada a posse, o servidor deferida de acordo com a conveniência e opor-
tem o prazo de quinze dias para entrar em exer- tunidade da Administração; e as hipóteses em
cício a contar daquele ato, sob pena de ser exo- que o servidor pede e tem direito subjetivo ao
nerado de oficio. seu deferimento, isto é, independem do inte-
resse da Administração, o que ocorre nas se-
Tratando-se de função de confiança, o servidor guintes circunstâncias:
deve ent rar em exercício na data de publicação a. quando o pedido for para acompanhar côn-
do ato de designação, sob pena de o ato ficar juge ou companheiro, também servidor pú-
sem efeito. Estando o servidor impedido em ra- blico civil ou militar, de qualquer dos Pode-
zão de licença ou afastamento, a entrada em res e de qualquer ordem política, que foi
exercício deve ocorrer no primeiro dia após o deslocado no interesse da Administração.
término do impedimento, que não pode exce- Essa regra não pode ser utilizada para os ser-
der a 30 dias. Nas hipóteses em que o servidor vidores que se deslocaram a pedido e que
tenha exercício em outro Município em razão passaram no concurso quando o cônjuge já
de ter sido removido, redistribuído, requisitado, era servidor em outra localidade;
cedido ou posto em exercício provisório, terá, b. por motivo de saúde do servidor, cônjuge,
no mínimo, 1O e, no máximo, 30 dias de prazo, companheiro ou dependente, desde que vi-
contados da publicação do ato, para a retoma- va às suas expensas e que essa informação
da do efetivo desempenho das atribuições do conste do seu assentamento funcional, con-
cargo, inclufdo nesse prazo o tempo necessário dicionada à comprovação por junta médica
para o deslocamento para a nova sede. A jorna- oficial;
da semanal de trabalho do servidor terá dura- c. em virtude de processo seletivo promovi·
ção máxima de 40 horas, enquanto a jornada do, na hipótese em que o número de inte-
diária t erá o limite mínimo de seis horas e o má· ressados for superior ao número de vagas,
ximo de oito horas. Para os ocupantes de car- de acordo com normas preestabelecidas pe-
gos em comissão, o regime é de dedicação in· lo órgão ou entidade em que eles estejam
tegral ao serviço, podendo ser convocado sem- lotados.
pre que houver interesse da Administração.
A redistribuição é o deslocamento de cargo de
FORMAS DE DESLOCAMENTO provimento efetivo, ocupado ou vago no âm-
bito do quadro geral de pessoal, para outro ór-
Nessa oportunidade, é importante tomar cui- gão ou entidade do mesmo Poder, com prévia
dado para não confundir formas de provimen- apreciação do órgão competente (art. 37). Es-
to com formas de deslocamento, não haven- se deslocamento é possível desde que preen-
do, nesse último, atribuição de um novo car- chidos os seguintes requisitos: interesse da ad-
go a um servidor, mas somente o seu desloca- ministração; equivalência de vencimentos; ma-
mento. O Estatuto dos servidores da União, Lei nutenção da essência das atribuições do cargo;
n• 8.112/1990, definiu duas formas de desloca- vinculação entre os graus de responsabilida-
mento. de e complexidade das atividades; mesmo ní-
vel de escolaridade, especialidade ou habilita-
A remoção é um instituto utilizado pela Adminis- ção profissional; compatibilidade entre as atri·
tração com o intuito de aprimorar a prestação buições do cargo e as finalidades institucionais
do serviço público, podendo ser usado, tam- do órgão ou entidade.
Tatiany R<lmalho 171
A redistribuição ocorrerá ex officio para ajusta- deixando o anterior vago para ser ocupado
mento de lotação e da força de trabalho às ne- por outro servidor que preencha os requisi·
cessidades dos serviços, inclusive nos casos de tos de capacidade física ou mental;
reorganização, extinção ou criação de órgão ou e. aposentadoria: dá·se quando o servidor
entidade. Nessa hipótese, caso o servidor não passa para a inatividade. Trata-se de direito
seja redistribuído, será colocado em disponibi- do servidor e ocorrerá de formas específicas:
lidade. voluntária, compulsória, por invalidez per-
manente e especial;
VACANCIA: é a terminologia técnica para descre- f. posse em outro cargo inacumulável: po-
ver que o cargo público está vago, é um fato ad· de se dar como uma das hipóteses previs-
ministrativo que indica que determinado cargo tas em lei autorizadora da demissão do ser-
público não est á provido, isto é, está sem titu· vidor. Como prevê o art. 133 da Lei dos Ser-
lar. O rol de hipóteses que geram a vacância es- vidores Públicos Federais, detectada a qual-
tá previsto no art. 33 da Lei n• 8.112/1990, que quer tempo a acumulação ilegal de cargos,
enumera as seguintes situações: empregos ou funções públicas, a autoridade
competente notificará o servidor para que
a. exoneração: ocorre quando a dissolução do opte por um dos cargos, empregos ou fun-
vínculo entre o servidor e a administração se ções no prazo de 1Odias. Este terá até o últi-
dá sem caráter punitivo, podendo, de acor- mo dia do prazo da defesa do processo ad-
do com os arts. 34 e 35 da lei, ocorrer em du- ministrativo disciplinar para efetivar sua es-
as situações: em cargo efetivo a pedido do colha. Caso contrário, configurar-se-á má-
servidor ou de ofício, ou de cargo em comis- ·fé, aplicando-se-lhe a pena de demissão.
são a juízo da autoridade competente ou a Se, porém, houver a escolha em tempo hábil
pedido do próprio servidor; do cargo, emprego ou função, sua conduta
b. demissão: forma de penalidade disciplinar, converterá automaticamente em pedido de
cabível às hipóteses descritas no art. 132, exoneração do outro cargo. Em ambas as hi-
seguida da indisponibilidade dos bens e do póteses haverá a vacância;
ressarcimento ao erário nas circunstâncias g. falecimento: como o próprio nome já sugere,
quando a conduta motivadora do agente é a hipótese gerada pelo óbito do servidor.
importar em lesão aos cofres públicos, apli-
cação irregular de dinheiro público, corrup· DESINVESTIDURA: é o ato administrativo por meio
ção ou improbidade administrativa; do qual o servidor é destitufdo do cargo. Repre-
c. promoção: constitui também uma das for- senta o fim da relação jurídica funcional, ge-
mas de provimento derivado de cargo pú- rando a vacância desse servidor. As duas prin-
blico, que se constitui de forma vertical, com cipais formas são: a exoneração e a demissão,
ascensão funcional. No âmbito federal, ca- merecedoras de cuidados especiais em razão
berá à lei que fixar as diretrizes do sistema de inúmeras confusões que ocorrem quan-
de carreira na Administração Pública Fede- do da sua utilização prática. A exoneração é o
ral est abelecer os requisitos para o ingresso desligamento sem caráter sancionador, poden-
e o desenvolvimento do servidor na carreira, do ocorrer a pedido do servidor que não dese-
mediante promoção. Uma vez promovido o ja mais trabalhar naquele cargo da Administra-
servidor, abre-se vaga para o cargo anterior- ção, ou por iniciativa e deliberação espontâ-
mente ocupado; nea da Administração, denominada por parte
d. readaptação: nos termos da lei, é a investi- da doutrina exoneração de ofício. Assim, a exo-
dura do servidor em cargo de atribuições e neração por iniciativa da Administração pode
responsabilidades compatíveis com a limita- ocorrer nas seguintes hipóteses:
ção que tenha sofrido em sua capacidade fí- a. quando se tratar de cargo em comissão: es-
sica ou mental verificada em inspeção médi- sa hipótese, também denominada exonera-
ca. É ao mesmo tempo forma de investidura ção ad nutum, independe de qualquer mo-
e vacância de cargo público. O servidor rea- tivação. Tratando-se de cargo de livre nome-
daptado passará a ocupar um cargo seme- ação e livre exoneração, em que a escolha e
lhante, respeitando suas novas limitações, a manutenção são baseadas na confiança;
In OireitoAdministrativo
em razão da confiança exigida para esses car- ministrativa, permitindo que qualquer um que
gos, caso o servidor pratique uma infração m~ preencha os requisitos, sendo aprovado em ra-
dia que para os demais servidores seria punf- zão de seu mérito, possa ser servidor público, fi-
vel com uma simples pena de suspensão, nes- cando afastados os favoritismos e as persegui-
ses cargos aplica-se a pena mais grave de des- ções pessoais, bem como o nepotismo. Trata-se
tituição. Portanto, servidor de cargo em comis- de uma escolha meritória, que pode ser de pro-
são ou função de confiança que pratique infra- vas e de provas e títulos, conforme a natureza e
ção média ou grave será penalizado com a pe- a complexidade do cargo ou emprego, na for-
na de destituição e perderá o cargo. ma prevista em lei. Assim, deve o administrador
levar em consideração o princípio da razoabili-
O legislador, preocupado com a efetiva aplicação dade quanto às exigências do certame, evitan-
das diversas sanções previstas pela lei, estabele- do com isso os abusos e as condutas ilegitimas.
ceu que, se o servidor estiver respondendo por
processo administrativo disciplinar, não poderá, - Exceções ao concurso público: para alguns car-
enquanto não for julgado o processo e cumpri- gos e empregos, em razão de sua natureza, o
da a pena, exonerar-se a pedido ou aposentar-se texto constitucional dispensa a realização do
de forma voluntária (art 172 da lei 8.1 12/1990). concurso, permitindo o acesso por meio de ou-
tros instrumentos. São exceções ao concurso:
Ressalvada a restrição acima. ocorrendo a exo- a. os cargos de mandato eletivo, em que a es-
neração, seja porque desconhecida a infração colha é política, por eleição;
ou nas hipóteses praticadas de ofício pela Ad- b. os cargos em comissão, considerados aque-
ministração. o ato poderá ser convertido em les baseados na confiança, de livre nomea-
pena de demissão se comprovado, por meio de ção e exoneração;
processo administrativo disciplinar, que o servi- c. as contratações por tempo determinado, hi-
dor, enquanto em atividade praticou uma infra- pótese prevista no art. 37, inciso IX, da CF,
ção funcional grave (infrações do art. 132). Da criada para satísfazer necessidades tempo-
mesma forma, caso ele obtenha aposentadoria, rárias de excepcional interesse público, si-
esta será cassada. tuações de anormalidades em regra incom-
patíveis com a demora do procedimento do
A situação inversa também é possível. Na hipó- concurso, admitindo a adoção de um pro-
tese em que o servidor foi processado e ao fi- cesso seletivo simplificado;
nal condenado, sofrendo a pena de demissão, d. as hipóteses excepcionais expressamente
se ficar provada a sua inocência em processo de previstas na CF. tais como: os ministros dos
revisão julgado procedente, a penalidade fica- Tribunais de Contas, em que a escolha é fei-
rá sem efeito e o servidor terá direito de retor- ta pelo chefe do Poder Executivo e pela Ca-
nar para o seu cargo com todos os seus direi- sa legislativa, conforme regras previstas no
tos (art. 182). Contudo, quando tratar-se de car- art. 73 da CF; os ministros do Supremo Tribu-
go em comissão, a demissão ficará sem efeito e nal Federal (art. 101, parágrafo único) e dos
será convertida em exoneração, mas, nesse ca- Tribunais Superiores, o STJ (art. 104. parágra-
so, o servidor não terá direito de retornar para o fo único), o TST (art. 11 1-A), o TSE (art. 119) e
cargo porque a confiança ficou abalada. o STM (art. 123); os magistrados nomeados
por meio da regra do quinto constitucional
CONCURSO POBUCO: como requisito para o acesso (art. 94) em que os membros do Ministério
a esses cargos e empregos públicos a Constitui- Público e os advogados ocuparão um quin-
ção exige a prévia aprovação em concurso pú- to das vagas nos Tribunais Regionais Fede-
blico, conforme previsto no art. 37, 11, salvo as rais, nos Tribunais dos Estados, e do Distrito
exceções instituídas pelo próprio texto. O con- Federal e Territórios. além de outras;
curso público é um procedimento administrati- e. os ex-combatentes que tenham efetivamen-
vo colocado à disposição da Administração Pú- te participado das operações bélicas da Se-
blica para a escolha de seus futuros servidores. gunda Guerra Mundial, conforme art. 53, in-
Representa a efetivação de princípios como a ciso I, do Ato das Disposições Constitucio-
impessoalidade, a isonomia e a moralidade ad- nais Transitórias, da CF;
174 OireitoAdministrativo
f. os agentes comunitários de saúde e agentes Mandados de Injunção, Ml nos 670, 708 e 712,
de combate às endemias, hipótese introdu- e o pleno do STF, julgando em conjunto as refe·
zida pela Emenda Constitucional n• 51, pre- r idas ações, no dia 25 de outubro de 2007, por
vista no art. 198, § 4•, da CF. unanimidade, declarou a omissão legislativa do
Congresso Nacional quanto ao dever constitu·
O dispositivo citado exige a realização de um cional de editar lei que regulamente o exerci·
processo seletivo público, de acordo com a na- cio do direito de greve no setor público e, por
tureza e complexidade de suas atribuições e maioria, decidiu aplicar aos servidores públi·
seus requisitos específicos para sua atuação. cos, no que couber, a lei de greve vigente pa-
ra o setor privado, a já citada Lei n• 7.783/1989,
• Requisitos para concurso: segundo a jurispru- além da Lei n• 7.701/1988. O direito à associa-
dência do Supremo Tribunal Federal, somente ção sindical está previsto no texto constitucio·
por lei pode o administrador estabelecer cri- nal no art. 37, inciso VI, o que permite ao ser-
térios discriminatórios em concurso público, vidor aderir ao sindicato representativo de sua
tais como sexo, limite de idade, altura, peso, categoria profissional.
exame psicotécnico.
• Prazo de validade: o prazo de validade para o ACUMULAÇÃO: no Brasil, a regra é a proibição para
concurso público é de até dois anos, confor- a acumulação de cargos, empregos e funções
me previsão do art. 37, inciso 111, da CF, poden- públicas, apenas sendo possível exercê-la nas
do o edital fixar um prazo inferior. Esse pra- hipóteses excepcionais autorizadas pelo texto
zo admite prorrogação por uma única vez e constitucional. Essa proibição deve ser respei-
por igual período fixado no edital como, por tada pelos entes da Administração Pública Di-
exemplo, caso o edital fixe o prazo de valida- reta e Indireta de qualquer das ordens políticas,
de de um ano, é possível prorrogar por mais inclusive pelas empresas públicas, sociedades
um ano. t no entanto, indispensável que es- de economia mista, suas subsidiárias e socieda·
sa decisão de prorrogar seja tomada antes de des controladas, direta ou indiretamente, pelo
vencer o primeiro período, pois é impossível Poder Público conforme dispõe o art. 37, inci·
prorrogar algo que já não existe mais. Ressal- sos XVI e XVII, da CF. Excepcionalmente é pos-
te-se, ainda, que essa prorrogação é uma de- sível a acumulação desde que preenchidos ai·
cisão discricionária do administrador que de- guns requisitos, restringindo de qualquer ma-
verá ser devidamente fundamentada, como neira ao limite máximo de dois cargos, empre·
qualquer outro ato administrativo discricio- gos ou funções públicas, não sendo possfvel
nário, levando em consideração a conveni- mais do que isso. Para resumir e facilitar a com-
ência e a oportunidade do interesse público. preensão, as possibilidades de acumulação po-
Dessa forma, seguindo as regras sobre revisão dem ocorrer em quatro hipóteses.
de atos discricionários, essa decisão é passfvel
de revogação, desde que o prazo de prorroga- A primeira hipótese está prevista no art. 37, in·
ção não tenha ainda iniciado. ciso XVI. da CF e pode ser aplicável quando o
servidor está em atividade, trabalhando nor-
DIREITO DEGREVEEASINDICALIZAÇÃO: os servidores malmente, nos dois cargos, empregos ou fun·
públicos gozam do direito de greve, nos termos ções públicas e recebendo remuneração em
e limites previstos em lei espedfica, conforme ambos. Nesse caso é possível acumular des-
dispõe o art. 37, VIl, da Constituição. Ressalte-se de que: corresponda a dois cargos, empregos
que quando o texto constitucional menciona ou funções com horários compatíveis, cuja so·
lei específica, está se referindo a uma lei ordiná- ma das duas remunerações não ultrapasse o te·
ria que deve cuidar especificamente desse as- to remuneratório previsto no art. 37, XI, da CF
sunto. Convém lembrar que a regra foi alterada e que corresponda a dois cargos de professor,
pela Emenda Constitucional n• 19/1998, e que ou um de professor e outro técnico ou científi·
o texto original da Constituição exigia a espécie co ou, por último, dois cargos ou empregos pri-
normativa lei complementar. O direito de greve vativos de profissionais de saúde com profissão
dos servidores públicos foi objeto de nova aná- devidamente regulamentada por lei. Conside·
lise no Supremo Tribunal Federal. por meio de ra·se, para fins de acumulação, cargo técnico ou
Tatiany R<lmalho 17S
científico como aquele que requer conhecimen- tes de cargos públicos, direitos reconhecidos
to técnico específico na área de atuação do pro- para os trabalhadores comuns, ut ilizando as-
fissional, com habilitaçáo legal específica de grau sim alguns incisos previstos no art. 7o, que es-
universitário ou profissionalizante de segundo t abelece os direitos sociais. Dessa maneira, sáo
grau. Ressalte-se ainda que, para analisar a exis- garantias dos servidores públicos, aproveitan-
tência do caráter técnico de um cargo, exige-se a do as regras dos trabalhadores em geral (art.
observância da lei infraconstitucional pertinente. 7•): salário-mlnimo, inclusive para os que rece-
bam remuneração variável (incisos IV e VIl); dé-
Caso os servidores estejam em atividade nos cimo terceiro (inciso VIII); adicional noturno (in-
dois cargos, empregos e funções e o segundo ciso IX); salário-família (inciso XII); jornada de
seja um cargo de mandato eletivo, a regra es- oito horas (inciso XIII); repouso semanal remu-
tá prevista no art. 38 da CF. Quando o segun- nerado (inciso XV); hora extra (inciso XVI); férias
do cargo a ser exercido pelo servidor for um (inciso XVII); licença-maternidade (inciso XVIII);
mandato eletivo federal, estadual ou distrit al, licença-paternidade (inciso XIX); proteçáo do
não poderá acumular o seu cargo ou empre- trabalho da mulher (inciso XX); redução de ris-
go anterior com esse novo, tendo, assim, que se cos (inciso XXII); proibição de diferenças de sa-
afastar do primeiro, podendo exercer somen- lários (inciso XXX). Assim como aos trabalhado-
te o mandato eletivo e contar com a remunera- res comuns, o Constituinte também garantiu
ção desse segundo cargo. Para as hipóteses em aos servidores públicos o salário-mínimo como
que o segundo cargo a ser desempenhado pe- limite para a sua remuneração. A previsão de-
lo servidor é um mandato eletivo de prefeito, corre do art. 39, § 3•, que remete ao art. 7•, IV,
também não se admite acumulação e o servi- ambos da CF.
dor deve afastar-se do primeiro cargo que exer-
cia, podendo exercer somente o segundo, en- APOSENTADORIA: é uma garantia, atribuída ao tra-
tretanto, nesse caso, poderá escolher a remu- balhador comum e ao servidor público, previs-
neração que quer receber, podendo optar por ta no texto constitucional, de receber determ i-
uma delas, a do antigo cargo ou a do mandato nada remuneração quando da inatividade, des-
eletivo de prefeito. de que atendidos certos requisitos. Trata-se de
um fato administrativo que se formaliza por
Por fim, caso o servidor já ocupante de cargo, meio de um ato administrativo complexo, isto
emprego ou função candidate-se a vereador e é, que depende de duas manifestações de von-
ganhe a eleição, sendo os horários dos cargos tade, uma da autoridade competente e a outra
compatíveis, poderá acumular, exercendo os do Tribunal de Contas, a quem cabe o contro-
dois e recebendo pelos dois, condicionado ao le de sua legalidade. Hoje, o texto constitucio-
limite do teto remuneratório, conforme regra nal estabelece para o Regime Próprio de Previ-
do art. 37, XI, da CF. Todavia, se os horários de dência Social quatro modalidades de aposen-
trabalho dos dois cargos não forem compatí- tadoria: a aposentadoria por invalidez perma-
veis, fica vedada a acumulação, devendo o ser- nente, a aposentadoria compulsória, a aposen-
vidor submeter-se à regra aplicável ao mandato tadoria voluntária com proventos integrais ou
de prefeito, afastando-se do cargo anterior, po- com proventos proporcionais e a aposentado-
dendo exercer somente o segundo e tendo di- ria especial para o professor, para o deficiente
reito de optar por uma das remunerações. As- físico, para os que exerçam atividades de risco
sim, quando o servidor estiver em atividade e e para aqueles cujas atividades sejam exerci-
resolver assumir um mandato eletivo, em re- das sob condições especiais que prejudiquem
gra não poderá acumular, apenas sendo pos- a saúde ou a integridade física, não sendo ad-
sível no caso de mandato eletivo de vereador mitido qualquer outro tratamento especial. Im-
quando o horário de trabalho dos dois cargos portante no momento da abertura do Edital
for compatfvel, sendo essa a segunda hipótese conferir o art. 40 da Constituição Federal, pois,
em que a acumulação é possível no país. em face das inúmeras Reformas Previdenciárias
que o Brasil passou, esse artigo sofreu várias al-
DIREITOS SO<IAIS: a Constituição de 1988, no art. terações.
39, § 3•, aplica aos servidores públicos, ocupan-
176 OireitoAdministrativo
cia de até 24 (vinte e quatro) horas da apre- Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016,
sentação das propostas. além das obras de infraestrutura e de con-
4. Concuno: é a modalidade de licitação en- tratação de serviços para os aeroportos das
tre quaisquer interessados para escolha de capitais dos Estados da Federação distan-
trabalho técnico, científico ou artístico, me- tes até 350 km das cidades sedes dos referi-
diante a instituição de prêmios ou remune- dos mundiais. Ocorre, porém, que a lei já so-
ração aos vencedores, conforme critérios freu inúmeras alterações, sendo a aplicação
constantes de edital publicado na impren- do RDC ampliada para novas hipóteses. tais
sa oficial com antecedência mínima de 45 como as licitações e contratos necessários à
(quarenta e cinco) dias. realização das ações integrantes do Progra-
S. leilão: é a modalidade de licitação entre ma de Aceleração do Crescimento (PAC), nas
quaisquer interessados para a venda de obras e nos serviços de engenharia no âmbi-
bens móveis inservlveis para a Administra- to dos sistemas públicos de ensino e no Sis-
ção ou de produtos legalmente apreendi· tema Único de Saúde (SUS), obras e serviços
dos ou penhorados, ou para a alienação de de engenharia para construção, ampliação e
bens imóveis prevista no art. 19, a quem ofe- reforma e administração de estabelecimen-
recer o maior lance, igual ou superior ao va- tos penais e unidades de atendimento so-
lor da avaliação. cioeducativo, ações no âmbito da Seguran-
6. Pregão: esta modalidade foi instituída com o ça Pública, obras e serviços de engenharia,
escopo de aperfeiçoar o regime de licitações. relacionadas a melhorias na mobilidade ur-
permitindo o incremento da competitivida- bana ou ampliação de infraestrutura logís-
de e a ampliação das oportunidades de par- tica. Também é aplicável às licitações e aos
ticipação nas licitações, além de desburocra- contratos necessários à realização de obras
tizar os procedimentos para a habilitação e e serviços de engenharia no âmbito dos sis-
o cumprimento da sequência de etapas do temas públicos de ensino e de pesquisa, ci-
procedimento, contribuindo para a redução ência e tecnologia, nos contratos de loca-
de despesas e concedendo uma maior agili- ção de bens móveis e imóveis, nos quais o
dade nas aquisições. Busca-se o máximo pe- locador realiza prévia aquisição, construção
lo menor preço. Podem ser adquiridos, por ou reforma substancial, com ou sem apare·
meio de pregão, os bens e serviços comuns lhamento de bens, por si mesmo ou por ter-
cujos padrões de desempenho e qualidade ceiros, do bem especificado pela adminis-
sejam objetivamente definidos por edital, tração. O RDC pretende o encurtamento dos
por meio de especificações usuais de merca· prazos. a simplificação do procedimento e o
do. Nessa modalidade não há limite quanto cumprimento de metas público-privadas. A
ao valor, podendo qualquer quantia ser licita· lei estabelece expressamente como objeti-
da. Regulamentado pela Lei n• 10.52012002, vos a ampliação da eficiência nas contrata-
o pregão pode ser realizado tanto na esfera ções públicas e a competitividade entre os
federal, quanto na estadual ou municipal. Al- licitantes, acrescentando que deverá buscar
gumas hipóteses, em razão da natureza do promover a troca de experiências e tecnolo-
objeto, estão vedadas ao pregão:as contra- gias em busca da melhor relação entre cus-
tações de obras e serviços de engenharia; as tos e benefícios para o setor público, incen-
locações imobiliárias; as alienações em geral; tivar a inovação tecnológica, determinando,
as compras e contratações de bens e serviços por fim, que o novo regime deverá assegu-
de informática e automação. rar tratamento isonômico entre os licitantes
7. Regime diferenciado de contratação: a Lei n° e a seleção da proposta mais vantajosa pa-
12.462, de 5 de agosto de 2011, e suas inú- ra a administração pública. Apresenta como
meras alterações. prevê o denominado Re- pontos diferenciados: contratação integral,
gime Diferenciado de Contratações - RDC. tratamento diferenciado quanto a nomes e
Instituído inicialmente, de forma exclusi- marcas no procedimento, permitindo a indi-
va, para as licitações e contratos necessá- cação desde que justificado e atendidos de-
rios à realização da Copa das Confederações terminados requisitos, remuneração variá-
de 2013, da Copa do Mundo de 2014 e dos vel, inversão de fases, fase única de recursos,
178 OireitoAdministrativo
dentre outros pontos. O teor da lei somente sa que gera a impossibilidade de competição.
pode ser exigido na prova, se o edital trou- As hipóteses expressas são:
xer de maneira expressa. Face a muitas dis- • para aquisição de materiais, equipamentos~
cussões e alterações na Lei, concursos que ou gêneros que só possam ser fornecidos por
não são da área jurídica especifica não têm produtor, empresa ou representantecomerdalexdusl·
exigido o conhecimento desta lei, mas ape- vo. Saliente-se que essa hipótese não pode ser
nas a existência dela. utilizada para a escolha de marca de produ-
AllNÇAO: modalidade de licitação "' tipos de li· to. A exclusividade deve ser comprovada por
citação intermédio de atestado fornecido pelo órgão
de registro do comércio do local em que se re·
Os tipos de licitação estão previstos no art. 45 alizaria a licitação, ou a obra, ou o serviço, pelo
da lei n• 8.666/1993 e correspondem aos cri· Sindicato, Federação ou Confederação Patro·
térios de seleção: menor preço (preferência); naI, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
melhor técnica (art. 46); melhor técnica e preço · para a contratação de serviços de natureza singular,
(art. 45, § 4•); e maior lance (leilão). conforme requisitos apresentados no tópico
anterior, sendo vedada essa hipótese para os
Dispensa dellcitaçáo: nas hipóteses de dispensa de serviços de publicidade e divulgação;
licitação, embora haja possibilidade de compe- · para a contratação de profissional de qualquer setor
tição, algumas razões de tomo justificam que se artístico, diretamente ou por meio de empresá-
deixe de efetuá-la em nome de outros interes- rio exclusivo, desde que consagrado pela críti-
ses públicos que merecem acolhida, segundo ca especializada ou pela opinião pública.
o que estabelece o legislador. Nesse caso, a li-
citação poderá ser dispensada ou dispensável. CONTRATOADMINISTRATIVO: é a convenção estabe-
Na licitação dispensada não cabe ao adminis- lecida entre duas ou mais pessoas para consti-
trador o j uízo de valor, ou seja, não há possibi- tuir, regular ou extinguir entre elas uma rela·
lidade de escolha se vai ou não realizar o certa- ção jurídica patrimonial, tendo sempre a par-
me. A lei diz que não licita e pronto. Encontra- ticipação do Poder Público, visando ã perse-
-se essa hipótese nas alienações de bens públi- cução de um interesse coletivo, sendo regido
cos móveis e imóveis, previstas no art. 17, inci- pelo Direito Público. ~ o ajuste que a Adminis·
sos I e 11. De outro lado, a licitação também po- tração Pública firma com o particular ou ou-
derá ser dispensável, hipótese em que a com- tro ente público, para a consecução de interes·
petição é possível. O legislador a dispensa, mas se coletivo.
quem decide se esta deve ou não ocorrer é o
administrador, cabendo-lhe o juízo de valor. As Caracteristlcas:
situações em que a licitação é dispensável es- · é um negócio jurídico;
tão enumeradas no art. 24 da lei n• 8.666/1993, • exige a participação do Poder Público;
a qual determina que, caso o tema seja objeto • consensual (consubstanciado em acordo de
de conteúdo programático, dever ser feita a lei- vontades);
tura. Lembrando que o rol do artigo 24 é taxati· • formal (ex.: expressa por escrito e com requi·
vo, ou seja, somente pode ser dispensável a hi- sitos especiais- art. 60, parágrafo único da Lei
póteses expressamente descritas. n. 8.666/1993);
• oneroso (remunerado na forma convencio·
Inexigibilidade de licitação: a contratação direta, nada);
em caso de inexigibilidade de licitação, resul- • comutativo (compensações recíprocas e equi·
ta da inviabilidade de competição, o que decor- valentes para as partes);
re da ausência dos pressupostos que justificam • sinalagmático (reciprocidade de obrigações);
a sua realização. Algumas hipóteses de inexigi- • personalíssimo (intuitu personae);
bilidade estão previstas no texto legal, em seu • licitação prévia, salvo as hipóteses excepcio·
art. 25. Entretanto, lembre-se de que o rol é só nais previstas em lei;
exemplificativo e envolve basicamente a au- • contrato de adesão (as cláusulas são impostas
sência de pressuposto lógico (pluralidade de unilateralmente).
objeto ou de ofertante), que não é a única cau-
Tatiany R<lmalho 179
Cláusulas ne"s.sárias: são consideradas cláusulas Duraçáo do <ontrato administrativo (art. 57): todo con-
indispensáveis, obrigatórias em todo contra· trato administrativo deve ter prazo determina-
to administrativo, sob pena de nulidade, as se· do, e a sua duração deve corresponder ~ dispo-
guintes (art. 55 da Lei no 8.666/1993}: nibilidade dos créditos orçamentários, exceto:
• o objeto e seus elementos característicos; • quando o objeto estiver previsto no Plano
• o regime de execução ou a forma de forneci· Plurianual (PPA};
mento; • quando se tratar de prestação de serviços a
• o preço e as condições de pagamento, os cri· serem executados de forma contínua, que po·
térios, data-base e periodicidade do reajusta· derão ter a sua duração prorrogada por iguais
mento de preços, os critérios de atualização e sucessivos períodos com vistas à obtenção
monetária entre a data do adimplemento das de preços e condições mais vantajosas para a
obrigações e a do efetivo pagamento; Administração, limitada a 60 meses, admitin·
• os prazos de início de etapas de execução, de do-se, em caráter excepcional, devidamen-
conclusão, de entrega, de observação e de re· te justificada e com autorização da autorida-
cebimento definitivo. conforme o caso; de superior, a prorrogação por até 12 meses;
• o crédito por meio do qual correrá a despe· • no aluguel de equipamentos e na utilização
sa, com a indicação da classificação funcional de programas de informática, podendo a du-
programática e da categoria econômica; ração estender-se pelo prazo de até 48 meses,
• as garantias oferecidas para assegurar sua após o início da vigência do contrato.
plena execução, quando exigidas;
• os direitos e as responsabilidades das partes, as Oá~~S<~Ias exOti>itantes (art. SS}: são cláusulas que con-
penalidades cabíveis e os valores das multas; ferem à Administração um patamar de desigual-
• os casos de rescisão e o reconhecimento dos dade em face do particular. Elas extrapolam o co-
direitos da Administração, em caso de resci· mum dos contratos, garantindo a prerrogativa de:
são administrativa, prevista no art. 77 da cita· • modificá-los, unilateralmente, para melhor
da lei; adequação ~s finalidades de interesse públi-
• as condições de importação, a data e a taxa co, respeitados os direitos do contratado;
de câmbio pa ra conversão, quando for o caso; • rescindi-los, unilateralmente, nos casos es-
• a vinculação ao edital de licitação ou ao termo pecificados no inciso I do art. 79 da Lei n°
que a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à 8.666/1993;
proposta do licitante vencedor; • fiscalizar sua execução;
• a legislação aplicável ~ execução do contrato • aplicar sanções motivadas pela inexecução
e especialmente aos casos omissos; total ou parcial do ajuste;
180 OireitoAdministrativo
· nos casos de serviços essenciais, ocupar pro- tempo da celebração do contrato, mas só po-
visoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e dem ser verificadas ao tempo da sua execução.
serviços vinculados ao objeto do contrato, na
h ipótese da necessidade de acautelar apura- Formas de extinção <ontratual
ção administrativa de faltas contratuais pelo - Conclusão do objeto ou advento do tenno <ontratual;
contratado, bem como na hipótese de resci-
são do contrato administrativo. • Resdsão (art. 79 da lei n• 8.666/1993):
a. resósâo administrativa: promovida por ato uni-
Alteração <Ontratual (art. 6S) lateral da Administração, por inadimplência
ou por interesse público (neste caso cabe in-
- unilateralmente pela Administra1ão: denização) - art. 78, incisos I a XII e XVII, da
»alteração do p rojeto de suas especificações; lei n• 8.666/1993;
»alteração do valor em razão da alteração do b. resdsão amigável: por acordo mútuo, median-
objeto (nesse caso o contratado é obrigado a te distrato - art. 78, incisos XIII a XVI. da lei
suportar os acréscimos e supressões até o limi- n• 8.666/1993;
t e de 25%; excepcionalmente, quando se tra- <. judicial: art. 78, incisos XIII a XVI, da Lei n•
tarde reforma de edifício e equipamento, esse 8.666/1993;
limite pode chegar a 50% para os acréscimos). d. de pleno direito: acontece independentemente
da manifestação de vontade das partes, por
• acordo entre as partes: fato superveniente que impede a manifesta-
» substituição da garantia de execução; ção (ex.: falecimento do contratado, dissolu-
» modificação do regime de execução da obra ção da sociedade, perecimento do objeto).
ou serviço;
» modificação da forma de pagamento; • Anula1áo: quando se verificar ilegalida-
»objetivando a manutenção do equilíbrio eco- de. A d eclaração de nulidade opera-se
nômico-financeiro inicial. retroativamente e não exonera a Administra-
ção do dever de indenizar pelo que já houver
ATENÇÃO: aplica-se, nesse caso, a teoria da im- executado o contratado, além de outros pre-
previsão. O equilíbrio econômico e financeiro é juízos (art. 59 da Lei n• 8.666/1993).
a maior garantia do contratado e não pode ser
afastada nem mesmo por lei -fundamento- CF, Penalidades: pela inexecução total ou parcial do
art. 37, XXI e art. 5•, XXXVI (direito adquirido). contrato, a Administração poderá, garantida a
p révia defesa, aplicar ao contratado as seguin-
Teoria da lmprevisão: consiste no reconhecimento tes sanções:
de que eventos novos, imprevistos e imprevi- • advertência;
sfveis pelas partes e a elas não imputados, re- • multa, na forma prevista no instrumento con-
fletindo sobre a economia ou na execução do vocatório ou no contrato;
contrato, autorizam sua revisão para ajustá-lo à • suspensão temporária de participação em li-
sua situação superveniente, trata-se da antiga citação e impedimento de contratar com a
cláusula rebus sic srantibus. Administração, por p razo não superior a 2
• força maior e caso fortuito (ato do homem ou (dois) anos;
fato da natureza); • declaração de inidoneidade para licitar ou
• fato do p ríncipe: determinação estatal. geral contratar com a Administração Púb lica, en-
e abstrata, superveniente e imprevisivel, que quanto perdurarem os motivos determinan-
onera o contrato, repercutindo indiretamente tes da punição ou até que seja promovida a
sobre ele com incidência reflexa; reab ilitação perante a p rópria autoridade que
• fato da administração: provém de uma atua- aplicou a penalidade, que será concedida
ção estatal específica que incide diretamen- sempre que o contratado ressarcir a Adminis·
te sobre o contrato, impedindo a sua execu- tração pelos prejuízos resultantes e após de-
ção nas condições inicialmente estabelecidas; corrido o prazo da sanção aplicada, com ba-
• interferências imprevistas (sujeições imprevis- se na hipótese anterior. A aplicação dessa pe-
tas): fatos materiais imprevistos, existentes ao na é de competência exclusiva do ministro de
TatianyR<lmalho 181
estado, do secretário estadual ou municipal, Teoria do riS<o integral: o Estado responde sempre,
conforme o caso, facultada a defesa do inte- integralmente, quando ocorrer danos a tercei-
ressado no respectivo processo, no prazo de ros, não se admitindo a invocação pelo Estado
1O dias da abertura de vista, podendo a rea- das causas excludentes da responsabilidade;
bilitação ser requerida após 2 (dois) anos de
sua aplicação. Nas demais penalidades o pra- Teoria do riS<o administrativo: que admite exclu-
zo para defesa é de 5 (cinco) dias úteis. dente, quando estiver ausente qualquer dos
elementos definidores da responsabilidade. O
Brasil adota a teoria do risco administrativo co-
10. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO mo regra.
O Estado nem sempre foi responsabilizado pelos No Brasil, a teoria da responsabilidade objetiva foi re-
atos práticos por seus agentes. A doutrina apon- conhecida como regra desde a Constituição Fe-
ta várias fases dessa responsabilização que, em deral de 1946 e é adotada até os dias de hoje. O
alguns concursos, podem ser questionadas. art. 37, § 6•, da CF/ 1988 prevé:"As pessoas j urí-
d icas de direito público e as de direito privado
• Primeira fa>e: principio da irresponsabilidade prestadoras de serviços públicos responderão
do Estado. Nesse momento, o dirigente era pelos danos que seus agentes, nessa qualida-
quem ditava a verdade, que dizia o certo e o de, causarem a terceiros, assegurado o direito
errado, portanto, jamais ele iria admitir uma de regresso contra o responsável nos casos de
falha, agindo segundo a máxima americana dolo ou culpa".
"the king do not wrong" (o rei não erra nun-
ca). Assim, o Estado se desenvolveu por mui- ~ importante que não se confunda a
tos anos. responsabilidade objetiva com a subjetiva. A
teoria subjetiva baseia-se na culpa ou dolo;
• Segunda fase: o Estado como sujeito responsável. nesse caso1 se o Poder Público demonstrar que se
a. primeiro momento: a responsabilidade passou comportou com diligência, perícia e prudência,
a ser reconhecida em situações pontuais, estará isento de indenizar, o que jamais ocorreria
não era absoluta e se regulava por regras es- se fosse caso de responsabilidade objetiva. Na
pecificas; responsabilidade objetiva, basta a simples
b. segundo momento: teoria da responsabilidade relação causal entre um acontecimento e o
subjetiva. Elementos definidores: conduta esta- efeito que produz, o resultado, comprovando-
tal, dano, nexo causa e culpa ou dolo; · se que esse acontecimento provocou o dano
a terceiro, a regra é que o poder público inde-
ATENÇAO: culpa significa negligência, imperí· nize-o. Em resumo, a responsabilidade na teoria
cia ou imprudência; inicialmente era condicio- subjetiva diferencia-se da teoria objetiva nos
nada à demonstração da culpa do agente, pas- aspectos apresentados no Quadro 4.
sando, com a evolução, a ser possfvel somen-
te a culpa do serviço, o que admite sua carac·
terização desde que comprovado que o servi-
ço não foi prestado, ou o foi de forma ineficien-
te ou atrasada. Dispensa-se a necessidade de se
apontar o agente culpado;
-aplicável para os procedimentos ilfcitos;
- admite excludentes desde que ausente qual-
quer um de seus elementos definidores.
Elementos definidores da responsabilidade dvil do Esta· to positivo, porque ele cria a situação de ris-
do: co, portanto, nesse tipo de conduta, aplica-se
• Sujeitos: pessoa jurídica de direito público e a teoria objetiva. As situações mais comuns
pessoas jurídicas de direito privado prestado- decorrem da guarda de pessoas ou de coisas
ras de serviços públicos, ambas respondem perigosas, expondo terceiros a risco, como é
pelos atos por meio dos quais seus agentes, o caso dos presos nos presídios, os internos
nessa qualidade, causaram prejuízos a tercei- nos manicômios, o armazenamento de ma-
ros. Hoje é indiferente para a caracterização terial bélico ou substância nuclear. ~ preci·
da responsabilidade civil se o lesado é usuá· so observar, porém, que atualmente muitos
rio ou não. pontos acerca dessas situações estão sendo
discutidos em sede de repercussão geral no
• Conduta estatal lesiva: a responsabilidade civil do STF face às divergéncias existentes.
Estado pode ser resultado de comportamen·
tos unilateraisde seus agentes, sejam eles líci- • Dano indenizável: para reconhecer o dever de in-
tos ou i! feitos, comissivos ou omissivos, mate· denizar, em qualquer circunstância, é impres-
riais ou jurídicos. cindível a presença de um dano. Pressupõe·
»conduta comlsslva: no fazer, na ação do Estado, -se que a indenização é a recomposição de um
a responsabilidade está sujeita à teoria obje· prejuízo. portanto, para admitir a responsabili·
tiva, o que significa ser independente da de- dade civil do Estado, a vítima deve demonstrar
monstração de culpa ou dolo. Tal teoria gera de forma clara o dano sofrido, sob pena de ca·
dever de indenizar tanto nos comportamen- racterizar enriquecimento ilícito e pagamento
tos lícitos quanto nos ilícitos. sem causa por parte do Estado. Para se reco·
»condutas omissivas: no não fazer do Estado, hoje nhecer a responsabilidade civil do Estado, não
a doutrina e a jurisprudência reconhecem a basta demonstrar a existência de dano eco·
aplicação da teoria da responsabilidade sub- nõmico; para ser indenizável, esse dano deve
jetiva, estando assim o dever de indenizar ser também jurídico, certo, especial e anormal,
condicionado à comprovação do elemento portanto, não basta a existência de prejuízos
subjetivo, a culpa e o dolo, admitindo a apli· financeiros. Entende-se por dano jurídico aque·
cação da culpa anônima ou culpa do serviço, le prejuízo que decorre da lesão a um direi·
que se contenta com a comprovação de que to. Trata-se de lesão a um bem j urídico cuja in·
o serviço não foi prestado ou foi prestado de tegridade o sistema proteja, reconhecendo-o
forma ineficiente ou atrasada. como um direito do individuo, portanto, não
»situações de risco geradas pelo Estado: é fato que, é suficiente mera deterioração do patrimônio
em algumas circunstâncias, o Estado cria si- ou simples subtração de um interesse.
tuações que propiciam decisivamente a ocor·
rência de um dano. São casos em que o Esta· • Indenização: a indenização decorrente do art.
do assume o grande risco de gerar dano. Tra- 37, § 6°, da CF, da responsabilidade extracon·
ta-se de ação do Estado, um comportamen- tratual do Estado, não deve ser confundida
Tatiany R<lmalho 183
com outras indenizações que estão presen- te público é sempre subjetiva, ou seja, precisa fi-
tes no ordenamento jurídico nacional, pois re- car comprovada a culpa ou dolo do agente.
conhece indenização quando há descumpri-
mento de contrato administrativo ou contra-
to de prestação de serviços (contrato de pes- 11. CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO
soal), todavia, nesses casos, a indenização tem PÚBLICA
natureza contratual, não se admitindo a res-
ponsabilidade civil como fundamento. Nessas Controle da Administração Pública: é o conjunto de
situações, a indenização decorre de leis pró- mecanismos jurídicos e administrativos para
prias, tais como a Lei n° 8.666/1993, além de fiscalização e revisão de toda atividade admi-
outras. E importante alertar que a indeniza- nistrativa. Importante lembrar que o controle
ção decorrente do art. 37, § 6°, da CF também do Estado pode ser direcionado a dois focos: o
não se confunde com as indenizações decor- controle da atividade política, aqui denomina-
rentes de sacrifícios de direito, como é o caso do controle político do Estado, e o controle da
da desapropriação. atividade administrativa, que se identifica co-
mo controle da Administração Pública.
- Hlpóttsts de txdusáo: quanto à possibilidade de a. Atividade política: controle político do Esta-
exclusão da responsabilidade objetiva, duas do. Exemplo: declaração de estado de defe-
teorias devem ser admitidas: sa ou estado de sítio, declaração de guerra,
• risco integral - o Estado responde sempre, inte- aprovação de orçamento, aprovação ou re-
gralmente, quando ocorrer danos a terceiros, jeição das contas dos administradores públi-
não se admitindo a invocação pelo Estado cos de todos os Poderes.
das causas excludentes da responsabilidade; b. Atividade administrativa: controle da Admi-
» riS<o administrativo - a teoria que admite exclu- nistração Pública. Exemplo: a fiscalização fi-
dente, quando estiver ausente qualquer dos nanceira e o controle finalístico das pesso-
elementos definidores da responsabilidade. as jurídicas da Administração Direta e Indi-
São exemplos de hipóteses de exclusão: culpa reta, a análise de legalidade e conveniência
exclusiva da vítima, caso fortuito e força maior, ou oportunidade dos atos administrativos.
lembrando que. além dessas situações, sem-
pre que faltar qualquer dos elementos há ex- CLASSIFICAÇÃO:
clusão da responsabilidade.
1. Quanto ao órgão controlador:
DICA IMPORTANTE: a culpa exclusiva afasta a responsa- - controlt legislativo: é o exercido pelo Poder Le-
bilidade, enquanto na culpa concorrente o Estado gislativo em face dos demais Poderes do Esta-
tem que indenizar, entretanto o valor é reduzido. do e sobre sua própria administração;
- controlt judidal: é o controle realizado unica-
Ação regrtssiva: caso o Estado seja obrigado a in- mente sob o prisma da legalidade, restrito à
denizar a vítima pelos prejuízos causados pelo verificação da conformidade do ato com a le-
agente público, t endo este agido com culpa ou gislação e com a Constituição. reconhecido
dolo, é possível que busque a compensação de hoje como controle de legalidade em senti-
suas despesas por meio de uma ação de regres- do amplo;
so, aplicando-se a parte final do art. 37, § 6o, da • controludministrativo: é o que se origina da pró-
CF. Trata-se de uma ação autônoma para o exer- pria Administração, e consiste na possibilida-
ddo do direito de regresso, que garante o res- de de controlar e rever seus próprios atos. ~
sarcimento pelas despesas que o Estado supor- normalmente definido como •auto tutela~
tou em razão da condenação. O Estado então vai
processar o agente público e, comprovando-se 2. Quanto Aextensão do controlt:
que este agiu com dolo ou culpa (responsabili- • controlt inttrno: é todo aquele realizado pela
dade subjetiva). deverá devolver aos cofres pú- entidade ou órgão responsável pela ativida-
blicos o que o Estado teve de pagar como inde- de controlada, no âmbito de sua própria es-
nização ao terceiro. A responsabilidade do agen- trutura;
184 OireitoAdministrativo
· controle externo: é o que se realiza por órgão es- ceder a toda e qualquer pes.soa a possibilí-
t ranho à Admin istração responsável p elo ato dade de formular uma petição direcionada a
controlado, criad o por lei ou pela Constitui- qualquer autoridade pública e dela obter uma
ção Federal e destinado a tal tarefa; respost a;
• controle externo popular. é a forma de contro- • processo admi nistrativo: é a sucessão formal d e
le dos atos administrativos por meio d a qual atos que são realizados, por previsão legal,
qualquer pessoa pode, na qualidade decida- ou pela aplicação de princlpios da ciência j u -
d ã, questionar a legalidad e de determinado rídica, para praticar at os administrativos, ten·
ato, e pugnar pela sua validade. do como objetivo dar sustentação à edição do
ato administrativo;
3. Quanto ~ natureza do controle: • recursos administrat ivos: são todos os meios há-
• controle de legalidade: é o que objetiva verificar beis a p ropiciar à própria Administração o
u nicamente a conformação do ato ou do pro- reexame de d ecisão interna;
cedimento administrat ivo com as nonmas le· • arbitragem: é a forma de solução de conflitos
gais e constitucionais que o regem; em que duas p artes elegem uma terceira (ár-
• controle de mérito:é o controle de conveniência bitro) para julgar uma determinada lide.
e oportunidad e do ato, atingindo diretamen-
te a discricionariedade do Administrador. CONTROLE LEGISLATIVO: as Casas Legislativas rea·
lizam basicamente dois importantes cont ro-
4. Quanto à oportunidade (ou modo): les: o controle polít ico, que é obj eto de estudo
• controle preventiV<> ou prévio: é o que antecede a d o Direit o Constit ucional, e o controle financei-
conclusão ou a operatividade do ato, sendo ro que, apesar de sua força política, represen-
u m requisit o para sua eficácia; ta também controle da atividade administrati·
· controle concomitante ou sucessivo: é todo aquele va. Dessa forma, tal controle pode ser realizado
que acompanha a realização do at o para veri- de maneira direta ou indireta. Para exemplifi·
ficar a regularidade de sua formação; car os diversos controles exercidos por essa ca-
• controlesubsequente ou corretivo: é o que se efeti· sa, verifique algumas situações. De modo dire·
va após a conclusão do ato controlado, visan- to, o Poder legislativo exerce as seguintes for-
d o a corrigir eventuais defeitos, declarar sua mas de controle:
n ulidade ou dar-lhe eficácia. a. controle das contas dos administradores pú-
S. Quanto à hierarquia: b licos sejam eles do Poder Executivo, Judiei·
• controle hierárquico: é a forma de controle que ário e até mesmo do Legislativo; é o denomi-
resulta automaticamente do escalonamento nado controle financeiro. Abrange o cont ro-
vertical dos órgãos do Executivo, em que os le interno e o externo, incluindo os entes da
inferiores estão subordinados aos superiores; Administração Indireta;
• controlefinallstlco: é o que a norma legal estabe- b. controle das infrações polftico-administrati-
lece para as entidades autônomas, pessoas ju· vas do chefe do Poder Executivo;
rfdicas d a Administração Indireta, indicando a c. na atuação investigat ória d as Comissões
autoridade cont roladora, as faculdades a se· Parlamentares de Inquérito;'
rem exercitadas e as finalidades objetivadas. É d. na sustação de atos do Poder Executivo que
limitado e externo, não tem fundamento h ie- exorb itam o poder regulamentar ou dos li·
rárquico, não há subordinação. mites de d elegação legislativa;
e. na fiscalização e cont role permanente dos
MEIOS DECONTROLE: atos do Poder Executivo. incluldos os da ad-
• fiscalização hierárquica: é exercida pelos órgãos ministração indireta;
sup eriores sobre os inferiores da mesma Ad·
ministração; l As CPis. nos últimos tempos, têm sido palco para de-
flagração de importantes escândalos de desvios no Po-
• supervisão minist erial: é o exercício d e controle
der P\iblico. a exemplo da 'CPI dos Correios' que trou-
ministerial no controle do atendimento às fi- xe à tona o terrivel"esquema do mensalão": Entretanto,
nalidades; é importante esclarecer que nem toda CPI representa
• exercício do direito de petição: é a garantia consti- controle da Administração, o que a indu i nesse rótulo
t ucional conferida a tod os. Consiste em con- é o fato de estar fiscalizando a atividade administrativa.
Tatiany R<lmalho 185
CONTROLE JUDIOAL: o controle via Poder Judiciá· Os atos de improbidade promovem o desvirtu·
rio é exercido mediante provocação. Cabe ao amento da Administração Pública e afronta os
Poder Judiciário julgar uma determinada pre· princípios nucleares da ordem jurídica revelan·
tensão, a qual busca a correção, a invalidação, do-se pela obtenção de vantagens indevidas,
a modificação ou a anu lação de determinado patrimoniais ou não. às expensas do Poder Pú·
ato administrativo. Há no cenário atual inúme· blíco, utilizando das funções públicas, em quais-
ros instrumentos para realizar esse controle, e quer esferas da Administração Pública para o
nessa lista os remédios constitucionais exercem favorecer poucos em detrimento dos interes·
um papel muito importante. São exemplos de ses da sociedade. Há previsão expressa na cons·
instrumentos de controle judicial: tituição no art. 37, § 4•, da CF que dispõe que
a. Mandado d e Segurança Individual e Co· "os atos d e improbidade administrativa impor·
letivo - art. s•, LXIX e LXX. da CF e Lei tarão a suspensão dos direitos políticos, a perda
n• 12.016/2009; da função pública, a indisponibilidade dos bens
b. Ação Popular - art. s•, LXXIII, da CF e Lei n• e o ressarcimento ao erário, na forma e grada-
4.7 17, de 29.06.1 965; ção previstas em lei, sem prejuízo da ação penal
c. Ação Civil Pública - art. 129, 111, da CF, Lei cabível". A Lei que regulamenta a responsabili·
n• 7.347, de 24.07.1985 e Lei n• 8.437, de zação pela prática de improbidade administra·
01.07.1 992; tiva é a lei n• 8.429/1992. Importante destacar
d. Mandado de Injunção- art. 5°, LXXI, da CF; que o ílícito da improbidade tem natureza de ilí·
e. Habeas data; cito cível e não penal. Nem todo ato de improbi·
f. Ação Direta de Inconstitucionalidade - art. dade administrativa está t ipificado como crime.
102, I, a, da CF;
g. outras ações (especiais ou ordinárias) que po· DICA IMPORTANTE: lembrando que há a possibilida-
dem ser adequadamente utilizadas pelo par· de de a mesma conduta ser punida tanto na ins·
ticular contra a Administração (ex.: as posses- tància civil quanto na penal e administrativa, ca-
sórias, nunciação de obra nova, ação declara· so as leis respectivas assim o estabeleçam. Nes-
tória, consignação de pagamento etc.). se caso aplica-se para cada processo a indepen-
dência das instâncias, admitindo-se decisões di·
ATOS INTERNA CORPORIS: são atos praticados pelos ferentes. Excepcionalmente haverá comunica-
Poderes Judiciário e Legislativo, dentro do li· ção nas hipóteses de absolvição penal por ine·
mite de suas competências, para instituição de xisténcia de fato e negativa de autoria (art. 935,
normas internas. Consiste no reconhecimento CC; art. 66, CPP e art. 126 da Lei n• 8.112/1990).
da soberania dos pronunciamentos, delibera-
ções e atuação dos Poderes Legislativo e Judi· Sujeito passivo do ato de improbidade: o rol está pre·
ciário, na esfera de sua exclusiva competência visto no art. 1•, caput e parágrafo único da Lei
discricionária, ressalvadas, para efeito de apre· n. 8.429/92. Dispõe o art. 1• que os atos de im·
dação judicial, apenas as hipóteses de lesão ou probidade praticados por qualquer agente pú·
ameaça a direito constitucionalmente assegu- blico, servidor ou não, contra a Administração
rado. Com efeito, então, são atos praticados nos Direta, Indireta ou fundacional de qualquer dos
estritos limites da competência da autoridade Poderes da União, dos Estados, do Distrito Fe·
e desde que apoiados em fundamentos exdusivamen· dera I, dos Municípios, de Território, de empresa
186 OireitoAdministrativo
sendo agente público. induza ou concorra I. receber, para si ou para outrem, dinheiro,
para a prática do at o de improbidade ou de- bem móvel ou imóvel, ou qualquer out ra
le se beneficie sob qualquer forma direta ou vantagem econômica, direta ou indireta,
indireta. a t ítulo de comissão, percentagem, gra-
tificação ou presente de quem tenha in-
Art. 4• - Os agent es públicos de qualquer ní- teres.se, diret o ou indireto, que possa ser
vel ou hierarquia são obrigados a velar pela atingido ou amparado por ação ou omis-
estrita observância dos princípios de legali- são decorrent e das atribuições do agente
dade, impessoalidade, moralidade e publici- público;
dade no trato dos assuntos que lhe são afe- 11. perceber vant agem econômica, diret a ou
tos. indireta, para facilitar a aquisição, permu-
ta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou
Art. s• - Ocorrendo lesão ao patrimônio pú- a contratação de serviços pelas entidades
blico por ação ou omissão, dolosa ou culpo- referidas no art. 1• por preço superior ao
sa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o inte- valor de mercado;
gral ressarcimento do dano. 111. perceber vant agem econômica, diret a ou
indireta, para facilitar a alienação, permu-
Art. 6• - No caso de enriquecimento ilícito, ta ou locação de bem público ou o forne-
perderá o agente público ou terceiro bene- cimento de serviço por ent e estatal por
ficiário os bens ou valores acrescidos ao seu preço inferior ao valor de mercado;
patrimônio. IV. u tilizar, em obra ou serviço particular, veí-
culos, máquinas, equipamentos ou mate-
Art. 7" -Quando o at o de improbidade cau- rial de qualquer natureza, de propriedade
sar lesão ao pat rimônio público ou ensejar ou à disposição de qualquer das entida-
enriquecimento ilícito, caberá a autoridade des mencionadas no art. 1• desta lei, bem
administrativa responsável pelo inquéri to como o t rabalho de servidores públicos,
representar ao Ministério Público, para a in- empregados ou t erceiros contratados por
disponibilidade dos bens do indiciado. essas entidades;
Parágrafo único. A indisponibilidade a que V. receber vant agem econômica de qual-
se refere o caput deste artigo recairá sobre quer natureza, direta ou indireta, para to-
bens que assegurem o int egral ressarcimen- lerar a exploração ou a prática de jogos de
to do dano, ou sobre o acréscimo patrimo- azar, de lenocfnio, de narcotráfico, de con-
nial resultant e do enriquecimento ilícito. t rabando, de usura ou de qualquer out ra
atividade ilícita, ou aceitar promessa de
Art. s• - O sucessor daquele que causar le- tal vantagem;
são ao patrimônio público ou se enriquecer VI. receber vantagem econômica de qualquer
ilicitamente est á sujeito às cominações des- natureza, direta ou indireta, para fazer de-
ta lei até o limite do valor da herança. claração falsa sobre medição ou avaliação
em obras públicas ou qualquer outro ser-
CAP[TULO 11 viço, ou sobre quantidade, peso, medida,
Dos Atos de Improbidade Administrativa qualidade ou característica de mercado-
Seção I rias ou bens fornecidos a qualquer das en-
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam t idades mencionadas no art. !•desta lei;
Enriquedmento llfdto VIl. adquirir, para si ou para outrem, no exer-
cício de mandato, cargo, emprego ou fun-
Art. 9• Constit ui ato de improbidade admi- ção pública, bens de qualquer natureza
nistrativa importando enriquecimento ilíci- cuj o valor seja desproporcional à evol u-
to auferir qualquer tipo de vantagem patri- ção do patrimônio ou à renda do agente
monial indevida em razão do exercício de público;
cargo, mandato, função, emprego ou ativi- VIII. aceitar emprego, comissão ou exercer ati·
dade nas entidades mencionadas no art. 1• vidade de consultoria ou assessoramen-
desta lei, e notadamente: to para pessoa física ou jurídica que tenha
188 OireitoAdministrativo
REFER~NCIAS
Tamyris Cardoso
RESOLUÇÃO:
•• árdua conquista dos cidadãos no decorrer dos
tempos, mas que, nem pelo fato de sua previ·
são, têm garantida sua efetividade no âmbito
Alttrnatlva A: INCORRETA. Os analfabetos são ine- social. sendo este o maior problema vigente no
legíveis, entretanto não são proibidos de votar, que diz respeito à matéria posta. Acerca desse
como sugere a questão. Para eles, destaque-se, tema, assinale a alternativa correta.
o voto é facultativo. Nesse sentido, o art. 14,
§1•, alínea •a: e §4•, da CF/88. @ Constam exaustivamente, como direitos
Alternativa 8: Assim estabelece o art. 14, §7•, da sociais expressos do texto constitucional vi·
CF/88: "São inelegíveis, no território de jurisdi· gente, a educação, a saúde, o trabalho, o lazer,
194 Direito Constitucional
a segurança, a previdência social, a proteção à Alternativa E: CORRETA. Nesse sentido dispõe o art.
maternidade e à infância e a assistência aos de- 7•, XXXIII, da CF/88, in verbis:
samparados. "Art. 7° São direitos dos trabalhadores urbanos
® O salário-família e concedido aos depen- e rurais, além de outros que visem à melhoria
dentes de todos os trabalhadores, públicos ou de sua condição social:
privados, desde que estes tenham vínculo for- (...}XXXIII -proibição de trabalho noturno, perigo-
mal de emprego. so ou insalubre a menores de dezoito e de qual-
© ~ pleno o exercício do direito de greve dos quer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo
servidores públicos. na condição de aprendiz, a partir de quatorze
@ Conceder-se-á mandado de segurança para anos."
assegurar o conhecimento de informações re- RESPOSTA:@
lativas à pessoa do impetrante, constantes de
registros ou bancos de dados de entidades go-
vernamentais ou de caráter público. (PERITO M!DICO·LEGAL · POLICIA CIVIL/SP • VU·
® É proibido o trabalho noturno, perigoso ou
insalubre aos menores de dezoito e de qualquer
03 NESP- 2014) A Declaração Universal dos
Direitos do Homem, proclamada pela ONU em
trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na 1948, assevera que "toda pessoa tem o direito à
condição de aprendiz, a partir de quatorze anos. liberdade de locomoção~ Nesse sentido, é cor-
reto afirmar que esse direito é garantido pela
RESOLUÇAO:
• Constituição Federal brasileira por meio do (a):
® habeas data.
Alternativa A: INCORRETA. O art. 6• da CF/88 esta- ® inquérito policial.
belece que "São direitos sociais a educação, a © mandado de segurança.
saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o @ habeas corpus.
transporte, o lazer, a segurança, a previdência ® ação popular.
social, a proteção à maternidade e à infância, a
assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição:· Há de se mencionar, no entanto,
que não se trata de rol exaustivo, como suge- RESOLUÇÃO: O direito à liberdade de locomoção
•
re a questão, mas, ao revés, de rol meramente é garantido pela Constituição Federal brasi-
exemplificativo. leira por meio do habeas corpus, o que se de-
Alternativa 8: INCORRETA. Diversamente do quanto preende do art. s•, inciso LXVIII, da CF/88, in ver-
sugerido pela assertiva, o salário famma é con- bis: "conceder-se-c! habeas corpus sempre que al-
cedido apenas aos trabalhadores de baixa ren- guém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer vio·
da que possuam filhos, enteados ou tutelados lência ou coação em sua liberdade de locomoção,
de até 14 (quatorze) anos ou inválidos. por ilegalidade ou abuso de poder."
Alternativa C: INCORRETA. O erro da assertiva está RESPOSTA:@
em afirmar que o exercício do direito de greve
dos servidores públicos e pleno. Conforme se
depreende do art. 37, VIl, da CF/88, "o direito (PERITO M! DICO·LEGAL · POLICIA CIVIL/RO ·
de greve será exercido nos termos e nos limites
definidos em lei específica .• Há, portanto, restri·
04 FUNCAB- 2012) A Constituição Federal pre-
vê, no tocante à extradição, o seguinte:
ções a serem observadas.
Alternativa D: INCORRETA. O remédio constitucio- ® Nenhum brasileiro será extraditado, seja
nal cabível para assegurar o conhecimento de qual foro crime que tenha cometido.
informações relativas à pessoa do impetrante, ® Nenhum brasileiro nato será extraditado.
constantes em registros ou bancos de dados de © Não será concedida extradição de estran-
entidades governamentais ou de caráter públi- geiro, salvo por crime político ou de opinião.
co, é o habeas data, e não o mandado de segu- @ Epermitida a extradição de brasileiro nato
rança, como sugere a assertiva. Nesse sentido. apenas por crime de tráfico ilícito de entorpe-
o art. s•, inciso LXXII, alínea "a'; da CF/88. centes.
Tamyris Cardoso 195
RESOLUÇÃO:
• © em flagrante delito ou por o rdem escrita e
f und amentada d e autoridad e judiciária compe-
tente.
Alternativa B: CORRETA. A Constituição Federal b ra- @ em flagrante delito ou por ord em escrit a e
sileira não p ossibilita a extradição do brasilei- fund amentada de autoridade judiciária ou po-
ro nato. Autoriza, no entanto, a extradição d o licial competente.
naturalizado, nas hipóteses de crime comum ® por ord em escrita e fundamentada de auto-
prat icado ant es da naturalização, ou d e com- ridad e jud iciária ou policial compet ente.
provado envolvimento em tráfico ilícito de en-
torpecentes e d rogas afins. Nesse sent ido, o art.
5•, inciso LI, da CF/88.
Quanto à extradição d e estrangeiro, é vedada RESOLUÇÃO:
•
nas h ipóteses d e crime pollt ico o u de opinião, Alternativa C: CORRETA. Conforme dispõe o art. 5•,
consoant e art. s•. inciso UI, da CF/88. inciso LXI, da Constituição Fed eral "ninguém
RESPOSTA:@ será preso senão em flagrante delito ou por ordem
escrita e fundamentada de autoridade judiciária
competente, salvo nos casos de transgressão mi-
(PERITO M!OICO·LEGAL - POLICIA CIVIURO - litar ou crime propriamente militar, definidos em
05 FUNCAB- 2012) Segundo a Constituição Fe-
deral, no p rocesso, as provas obtid as por meio
lei." Desse mod o, salvo nas h ipóteses d e crime
militar, ninguém será preso senão em flagrante
ilícito: d elito, ou por ord em escrita e fund amentada
de autoridade jud iciária competente, conforme
@ pod em ser admit idas apenas no p rocesso resta consignado na assertiva d a letra C.
p enal. RESPOSTA:©
® são admissíveis desde que respeitada a fi-
nalidad e exclusivamente p robató ria.
© são inad missíveis. (PERITO MÉDICO·LEGAL • POLiCIA CIVILIRO •
@ são admissíveis, conquanto não possam
fundamentar sentença que imponha p ena p ri-
07 FUNCAB · 2009/2010) Segundo a Constitui-
ção Fed eral de 1988, o crime que é enumerado
vaUva d e liberd ade. como imprescritível é :
® pod em ser admitidas pelo Juiz apenas co·
mo refo rço de p rova, jamais como fund amen- @ a p rática da tortura.
to único das p remissas fáticas da condenação. ® o tráfico ilícito de entorpecentes e d rogas afins.
© o terrorismo.
RESOLUÇÃO:
•• @ os d efinidos como crimes hediondos .
® a ação de g rupo s armados, civis o u milita-
res, contra a ordem const itucional e o Estado
Alternativa C: CORRETA. São inadmi ssfveis no pro- Democrático.
cesso, conforme art. s•,inciso LVI, d a Const itui·
ção Federal. as provas o b tidas por meios ilícitos.
Inexistem, aqui, quaisquer ressalvas.
RESPOSTA:© RESOLUÇÃO:
••
Alternativa E: CORRETA. Os crimes hediondos; o
terrorismo; o tráfico i lfcito de entorpecentes e
(PERITO M!DICO·LEGAL - POLICIA CIVIURO - d rogas afins; e, a prática d e tortura (o famoso
06 FUNCAB · 2012) Salvo nas hipóteses de cri-
me militar, a Constituição Federal p revê que
mnemônico "HTIP"), são crimes i nafiançáveis e
insuscetíveis de graça ou anistia, conforme es-
ninguém será preso senão: t abelece o art. S•, inciso XLIII, da CF/88.
1% Direito Constitucional
O racismo, bem como a ação de grupos arma- proporcional ao agravo, além da indenização
dos, civis ou militares, contra a ordem constitu· por dano material, moral ou à imagem." Trata m-
cional e o Estado Democrático, são, por sua vez, -se de direitos cumulativos, e não alternativos,
crimes inafiançáveis e imprescritrveis, consoan· como sugere a questão.
te art. s•, incisos XLII e XLIV, da CF/ 88. Alternativa C: INCORRETA. Para o exercício do direito
RESPOSTA:@ de reunião não se exige "prévia autorização': mas
apenas "prévio aviso" à autoridade competente.
Nesse sentido, o art. s•, inciso XVI, da CF/88.
(PERITO MÉDICO-lEGAl- POLICIA CIVIl/PE· IPAD Alternativa 0: INCORRETA. Conforme disciplina o
O8 • 2006) ~correto afirmar que: art. s•, inciso LXX, da Constituição Federal, o
mandado de segurança coletivo pode ser im-
® ninguém será privado de direitos por moti- petrado por: a) partido político com represen·
vo de crença religiosa ou de convicção filosófi- tação no Congresso Nacional; b) organização
ca ou política, salvo se as invocar para eximir-se sindical, entidade de classe ou associação le-
de obrigação legal a todos imposta e recusar-se galmente constituída e em funcionamento há
a cumprir prestação alternativa, fixada em lei. pelo menos um ano, em defesa dos interesses
® ao ofendido é assegurado o direito de res- de seus membros ou associados.
posta, proporcional ao agravo ou, alternativa- O Ministério Público, diversamente do que su-
mente, a indenização por dano material. moral gere a questão, não está inserido neste rol de
ou à imagem . legitimados.
© todos podem reunir-se pacificamente, sem Alternativa E: INCORRETA. O habeas corpus é o re-
armas, em locais abertos ao público, desde que médio constitucional utilizado para a tutela da
não frustrem outra reunião anteriormente con- liberdade de locomoção, e não das liberdades
vocada para o mesmo local. sendo apenas exig~ de uma forma geral. Nesse sentido, o art. 5°, inci-
do prévia autorização da autoridade competente. so LXVIII, da CF/88: "conceder-se-á habeas corpus
@ o mandado de segurança coletivo pode ser sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado
impetrado por partido político com representa- de sofrer violência ou coação em sua liberdade de
ção no Congresso Nacional, organização sindi- locomoçdo, por ilegalidade ou abuso de poder".
cal, entidade de classe ou associação legalmente RESPOSTA: @
constituída e em funcionamento há pelo menos
um ano, em defesa dos interesses de seus mem-
bros ou associados e pelo Ministério Público. (PERITO MÉDICO-lEGAl· POLICIA CIVIl)A(- FUN·
® conceder-se-á habeas-corpus sempre que
alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
09 CAB - 2014) Nos termos da Constituição Fe-
deral de 1988, assinale a alternativa correta.
violência ou coação em suas liberdades, por ile-
galidade ou abuso de poder. ® Ninguém será considerado culpado até que
seja proferida a sentença penal condenatória.
RESOLUÇÃO:
• ® A lei não poderá restringi r a publicidade
dos atos processuais.
© Evedada, em qualquer circunst~ncia, a pe-
Alternativa A: CORRETA. A assertiva está corret a e na de morte.
trata-se da literalidade do art. 5•, inciso VIII, da @ Não haverá prisão civil por dívida.
Constituição Federal, in verbis: "ninguém será ® A lei penal não retroagirá, salvo para bene·
privado de direitos por motivo de crença religiosa ficiar o réu.
ou de convicção filosófica ou política, salvo se as
invocar para eximir-se de obrigação legal a todos
imposta e recusar-se a cumprir prestação alterna- •
tiva, fixada em lei." RESOLUÇÃO: Conforme estabelece o art. 5•, inciso
Alternativa B: INCORRETA. O erro da assertiva está XL, da Constituição Federal. "a lei penal não re-
na utilização do termo "alternativamente". Con- troagirá, salvo para beneficiar o réu." Desse mo-
forme estabelece o art. 5°, inciso V, da Constitui- do, correta a assertiva "E".A assertiva "A" está in-
ção Federal, "é assegurado o direito de resposta, correta, haja vista que, consoante dispõe o art.
Tamyris Cardoso 197
5°, inciso LVII, da CF/88, "ninguém será conside- DOS DIREITOS SOCIAIS
rado culpado até o trânsito em julgado de sen-
tença penal condenatória." Ou seja, para que se (PERITO MÉDICO-LEGAL- POLiCIA CIENTiFICA/PR-
considere alguém culpado, não basta que seja
proferida sentença condenatória, como suge-
11 UFPR- 2007) De acordo com a Constituição
Federal, a idade mínima para pessoas com me-
re a questão. Exige-se, ao revés, que contra ela nos de dezoito anos começarem a trabalhar é de:
não caiba mais qualquer recurso.A assertiva "8•
também está equivocada. Consoante art. s•, in- @ dezessete anos para o ingresso no merca-
ciso LX, da CF/88, a lei poderá restringir a pu- do de trabalho e quatorze anos para a condi-
blicidade dos atos processuais quando a defe- ção de aprendiz.
sa da intimidade ou o interesse social o exigi- ® dezesseis anos para o ingresso no merca-
rem .A pena de morte, segundo se depreende do de trabalho e treze anos para a condição de
do art. s•, inciso XLVII, alfnea "a'; da CF/88, é per- aprendiz.
mitida noscasos de guerra declarada. Assertiva © quinze anos para o ingresso no mercado de
"C incorreta.Quanto à prisão civil por divida, é trabalho e quatorze anos para a condição de
permitida no caso de inadimplemento voluntá- aprendiz.
rio e inescusável de obrigação alimentrcia, con- @ dezesseis anos para o ingresso no mercado
soante art. 5°, inciso LXVII, da CF/88 e Súmula de trabalho e quatorze anos para a condição de
Vinculante n• 25. aprendiz.
RESPOSTA:@ ® quatorze anos para o ingresso no merca-
do de trabalho e doze anos pa ra a condição de
aprendiz.
(PERITO MEDICO-LEGAL- POLiCIA CIYILJAC- FUN-
1O CAB- 2014) O remédio constitucional que
busca suprir a falta de norma reg ulamentado- •
ra que torne viável exercício de direitos e liber- RESOLUÇAO:
dades constitucionais e das prerrogativas ine- Alternativa D: CORRETA. O art. 7•, inciso XXXIII, da
rentes à nacionalidade, à soberania e à cidada- Constituição Federal veda o trabalho noturno,
nia denomi n a ~ se: perigoso ou insalubre a menores de dezoito
anos; bem como qualquer trabalho a menores
@ mandado de segurança. de dezesseis anos, salvo na condição de apren-
® habeas corpus. diz, a partir de quatorze anos.
© mandado de inj unção. RESPOSTA: @
@ habeas data.
® ação popular.
(PERITO MÉDICO-LEGAL- POLiCIA CIVILJBA- FCC-
RESOLUÇÃO:
• 12
ze
2014) Bento, metalúrgico, trabalha em em-
presa que possui atualmente duzentos e quin-
empregados. Em razão desse número, Bento
Ahemativa C: CORRETA. O remédio constitucional expôs aos seus colegas de trabalho a necessi-
que busca suprir a falta de norma regulamen- dade de realização de eleição de um represen-
tadora que torne viável o exercfcio de direitos tante dos empregados com a finalidade exclu-
e liberdades constitucionais, e das prerrogativas siva de promover-lhes o entendimento direto
inerentes á nacionalidade, á soberania e à cida- com os empregadores. Nos termos da Consti-
dania denomina-se "mandado de inj unção". tuição Federal, a postura de Bento está:
Nesse sentido, o art. s•, inciso LXXI, da CF/88:
"conceder-se-á mandado de injunção sempre que @ correta, haja vista que o direito à eleição é as-
a falta de norma regulamentadora torne inviável segurado constitucionalmente independente-
o exercício dos direitos e liberdades constitucio- mente do número de empregados da empresa.
nais e das prerrogativas inerentes à nacionalida- ® correta, pois a Constituição Federal exige
de, à soberania e à cidadania." mais de duzentos empregados para que seja
RESPOSTA:© possível a citada eleição.
198 Direito Constitucional
RESOLUÇÃO:
• 14 (PERITO MÉDICO-LEGAL · POLICIA CIVIL/BA • FCC
- 2014) Hanna é inglesa, reside no Brasil
Alternativa B: CORRETA. Literalidade do art. 11 da há bast ante tempo, e trabalha em empresa
Constituição Federal: "Nas empresas de mais de mul tinacíonal situada no Estado de São Pau-
duzentos empregados, é assegurada a eleição de lo. Ela pretende naturalizar-se brasileira e, pa·
um representante destes com a finalidade exclu- ra tanto, requereu, j unto ao órgão competen-
siva depromover-lhes o entendimento direto com te, a nacionalidade brasileira. De acordo com
os empregadores.· a Consti tuição Federal, para que seja concedi-
RESPOSTA:@ da a nacionalidade brasileira, é necessário que
Hanna resida na República Federativa do Bra-
sil há mais de:
DA NACIONALIDADE
@ dez anos ininterruptos, independentemen-
(PERITO MÉDICO·LEGAL · POLICIA CIENTfFICA/PR te de condenação penal no período.
13 - UFPR · 2007) Sem prejuízo de outros não
indicados abaixo, são cargos públicos privati·
® vinte anos ininterruptos ou não, e sem con-
denação penal.
vos de brasileiros natos os cargos de: © vinte anos ininterruptos e sem condenação
penal.
@ Presidente e Vice-Presidente da Repúbli- @ quinze anos ininterruptos e sem condena-
ca, Presidente da Câmara dos Deputados, Pre- ção penal.
sidente do Senado Federal, Presidentes das As- ® dez anos ininterruptos e sem condenação
sembleias legislativas. penal.
® Presidente da República, Presidente da Câ-
mara Federal, President e do Senado Federal.
Ministros de Estado, Governadores de Estado.
© Presidente da Câmara dos Deputados, Pre· RESOLUÇAO:
•
sidente das Assembleias legislativas, Presiden- Alternativa 0: CORRETA. Sendo Hanna inglesa, ser~
te do Supremo Tribunal Federal, Ministros de necessário, para a concessão da nacionalidade
Estado. brasileira, que resida no Brasil h~ mais de quin-
@ Presidente e Vice-Presidente da República, ze anos ininterruptos, e que não possua conde·
Presidente do Senado Federal, Presidente da Câ- nação penal. Nesse sentido, o art. 12, incíso 11,
mara dos Deputados, Governadores de Estado. alínea "b'; da Constituição Federal.
® Presidente e Vice-Presidente da República, RESPOSTA: @
Ministro do Supremo Tribunal Federal. Presi-
dente do Senado Federal, Presidente da Câma-
ra dos Deput ados. (PERITO MÉDICO· LEGAL· POLICIA CIVIL/PE · IPAD
15 · 2006) É correto afirmar que:
•
Tamyris Cardoso 199
RESOLUÇÃO:
••• feira se vier a residir no Brasil em qualquer t em-
po e optar pela nacionalidade brasileira.
nato. Desse modo, são acessíveis, também, aos Alternativa D: INCORRETA. Conforme dispõe o art.
naturalizados. O cargo de Ministro do Supremo 12, inciso I, alfneas b e c, da CF, os nascidos no
Tribunal Federal, ao revés, é privativo de bra- estrangeiro~ de pai brasileiro ou mãe brasileira,
sileiro nato, não podendo ser acessado pelos são considerados brasileiros natos (e não na tu·
naturalizados. rilzados), desde que: í) esteja o pai ou a mãe a
RESPOSTA:@ serviço do Brasil; ii) sejam registrados em repar·
tição brasileira com petente~ ou venham a resi-
dir na República Federativa do Brasil e optem,
(PERITO MÉDICO-LEGAL· POLICIA CIVIUPI · NU· em qualquer tempo, depoisde atingida a maio-
18 CEPE/UESPI 2012) Acerca da nacionalidade,
assinale a alternativa correta.
ridade, pela nacionalidade brasileira.
Alternativa E: INCORRETA. Conforme estabelece o
art. 12, §2•, da CF/88: "A lei não poderá estabele·
@ os nascidos na República Federativa do Bra- cer distinção entre brasileiros natos e naturaliza-
sil, mas de pais estrangeiros, não são considera· dos, salvo nos casos previstos nesta Constituição."
dos brasileiros, mesmo que os pais não estejam RESPOSTA:©
a serviço do país de origem.
® os nascidos na República Federativa do Bra-
sil, se um dos pais for estra ngeiro, sendo o ou- DOS DIREITOS POL[TICOS
tro brasileiro, são considerados brasileiros natu-
ralizados. (PERITO MÉDICO-LEGAL · POLICIA CIVIUBA • FCC
© os nascidos no estrangeiro, de pai brasilei-
ro ou mãe brasileira, desde que sejam registra-
19 • 2014) Sebastian é militar e pretende ele-
ger-se para as próximas eleições que ocorrerão
dos em repartição brasileira competente ouve- ainda nesse ano. Cumpre salientar que Sebas-
nham a residir na República Federativa do Brasil tian conta com quinze anos de serviço dedica·
e optem, em qualquer tempo, depois de atingi- do às Forças Armadas. Nos termos da Constitui·
da a maioridade, pela nacionalidade brasileira, ção Federal, ele poderá eleger-se desde que:
são brasileiros natos.
@ os nascidos no estrangeiro, ainda q ue de @ seja ag regado pela autoridade superior e,
pais bra sileiros, são considerados brasileiros na- se eleito, passará automaticamente, no ato da
turalizados. diplomação, para inatividade.
® a lei pode estabelecer, ainda que a Consti- ® afaste-se imediatamente da atividade.
tuição não as preveja, distinções de tratamento © seja agregado por autoridade de mesmo
jurídico entre brasileiros natos e naturalizados.
-•
grau e, se eleito, passará automaticamente, no
ato da diplomação, para a inatividade.
@ seja agregado por autoridade superior e,
se eleito, poderá cumular ambas as atividades,
RESOLUÇÃO: desde que haja compatibilidade de horário.
Alternativa A: INCORRETA. São brasileiros natos, os ® exerça adequadamente suas funções, com
nascidos na República Federativa do Brasil, ain· prontuário exemplar, e, se eleito, poderá cumu·
da que de país de estrangeiros, desde que não lar ambas as atividades, desde que haja compa-
estejam nenhum destes a serviço do país de tibilidade de horário.
origem. Nesse sentido, o art. 12, inciso I, allnea
a, da CF/88.
Alternativa 8: INCORRETA. Conforme mencionado,
são brasileiros natos (e não naturalizados) os RESOLUÇÃO:
•
nascidos na República Federativa do Brasil, ain- Alternativa A: CORRETA. Conforme estabelece o art.
da que de país de estrangeiros, desde que não 14, §8°, inciso 11, da Constituição Federal, o mili·
estejam nenhum destes a serviço do pais de ta r que conta com mais de dez anos de serviço
origem. Inteligência do art. 12, inciso I, alínea é alistável e elegível, se for agregado pela au·
a, da CF/88. toridade superior. Uma vez eleito, passará au-
Alternativa C: CORRETA. Literalidade do art. 12, inci- tomaticamente, no ato da diplomação, para a
so I, alfneas b e c. inatividade.
Tamyris Cardoso 201
RESOLUÇÃO:
• 22 CEPE/UESPI • 2012) Acerca dos direitos polí·
ticos, assinale a alternativa correta.
Alternativa A: CORRETA. Conforme estabelece o art. @ O alistamento eleitoral e o voto são obriga-
14, §3•, inciso VI, da CF/88, para que se concorra tórios para maiores de dezesseis anos.
ao cargo de vereador é necessário a idade mini· ® O alistamento eleitoral e o voto são facul-
ma de 18 {dezoito) anos. tativos para maiores de sessenta e cinco anos.
RESPOSTA:@ © O alistamento e o voto são facultativos para
maiores de 18 e menores de 21 anos.
@ O alistamento eleitoral e o voto sáo faculta·
(PERITO M!DICO·LEGAL · POLICIA CIVIVAC • tivos para maiores de setenta anos.
21 FUNCAB • 2014) Nos termos do artigo 15 da
Constituição Federal de 1988, a perda ou sus·
® O alistament o eleitoral e o voto sáo faculta·
ti vos para os maiores de sessenta anos.
pensão os direitos políticos poderá ocorrer em
determinadas hipót eses. Assinale a alternativa
que contenha uma possibilidade prevista no re-
ferido dispositivo constitucional. RESOLUÇÃO:
••
Alternativa D: CORRETA.O alistamento eleitoral e o
@ Cancelamento da naturalização por senten- voto são obrigatórios para os maiores de dezoi-
ça, independentement e do seu trânsi to em jul- t o anos, e facultativos para analfabetos; maio-
gado. res de setenta anos; e, maiores de dezesseis e
® Incapacidade civil relativa. menores de dezoito anos. Inteligência do art.
© Recusa de cumprir obrigação a todos im· 14, § 1°, da Constituição Federal.
posta ou prestação alternativa. RESPOSTA: @
@ Condenação civil transitada em julgado.
® Condenação penal, mesmo após a cessação
dos efeitos da sentença. DA ORGANIZAÇÃO POLITICO·AOMINISTRATIVA
RESOLUÇÃO:
• 23 (PERITO MÉDICO-LEGAL· POLICIACIVIVPI· NU·
CEPE/UESPI • 2012) Acerca da personalida·
de jurídica dos entes da Administração Direta,
Alternativa C: CORRETA. A questão exige o conheci· assinale a alternativa INCORRETA.
mentoda literalidade do art. 15 da Constituição
Federal. Senão, veja-se: @ A União Federal é pessoa jurídica de direi·
"Art. 1S. Évedada a cassação de direitos pollticos, to internacional.
cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: ® O Distrito Federal tem personalidade jurídica.
I ·cancelamento da naturalização por senten- © Os Estados, integrantes da República Fede-
ça transitada em julgado; rativa do Brasil. têm personalidade jurídica de
li • incapacidade civil absoluta; direito público interno.
202 DireitoConstitucional
@ A União Federal é pessoa j urídica de direito decretação de estado de sitio, o Congresso Na-
público interno. cional é convocado extraordinariamente pelo
® Os Municípios são pessoas j urídicas de di- Presidente do Senado, e não pelo Presidente
reito público interno. da República, como equivocadamente sugere a
questão. Inteligência do art. 57, §6°, inciso I, da
•• Constituição Federal.
RESPOSTA: @
RESOLUÇAO:
Alternativa A: INCORRETA. A União, os Estados, o Dis-
trito Federal, os Territórios, e os Municípios pos- DO PODER EXECUTIVO
suem personalidade jurídica de direito público
interno. Inteligência do art. 41 do Código Civil.
RESPOSTA:@ 25 (PERITO MtDIC<HEGAL · POLICIA CIVILJPE · IPAD
- 2006) Assinale a alternativa INCORRETA.
RESOLUÇAO:
••• Alternativa A: CORRETA. Literalidade do art. 81,
caput. §§ 1o e 2o, da Constituição Federal.
Alternativa B: INCORRETA. Conforme estabelece o
Alternativa D: INCORRETA. Nos casos de decretação art. 84, parágrafo único, da Constituição Fede-
de estado de defesa ou de intervenção federal. ral "O Presidente da República poderá delegar as
e na hipótese de pedido de autorização para a atribuições mencionadasnos incisos VI, XII e XXV,
Tamyris Cardoso 203
primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procu- ® O Superior Tribunal de Justiça é competen-
rador-Gera/ da República ou ao Advogado-Geral t e para julgar em recurso especial as causas de-
da Unido, que observarão os limites traçados nas cididas, em única ou última instância, pelos Tri-
respectivas delegações." A celebração de trata- bunais Regionais federais ou pelos Tri bunais
dos, repise-se, não est~ incluída no rol a que se dos Estados, do Distrito Federal e Territórios,
refere o mencionado dispositivo. quando a decisão recorrida julgar válida lei lo-
Ahernativa C: CORRETA. Literalidade do art. 86 da cal contestada em face de lei federal.
Constituição federal.
Ahernativa D: CORRETA. Literalidade do art. 86, §4°,
da Constituição federal.
Alternativa E: CORRETA. Literalidade do art. 77, da RESOLUÇÃO:
•••
Constituição Federal. Alternativa A: CORRETA. Lit eralidade do art. 93, inci-
RESPOSTA:@ so I, da Constituição Federal.
Alternativa B: CORRETA. Literalidade do art. 93, inci-
so XI, da Constituição Federal.
Alternativa C: CORRETA. Literalidade do art. 94 da
DO PODER JUDICIÁRIO Constituição Federal.
Alternativa D: CORRETA. Trata-se da "cláusula de re-
(PERITO MEDICO-LEGAL- POLICIA CIVIL/PE ·IPAD serva de plenário" a que se refere o art. 97 da
26 - 2006) Assinale a alternativa INCORRETA. Constituição Federal.
Alternativa E: INCORRETA. Conforme estabelece o art.
@ O ingresso na carreira da magistratura, cujo 105, inciso 111, da Constituição Federal. compete
cargo inicial será o de j uiz substituto, será feito ao Superior Tribunal de Justiça julgar, em recurso
mediante concurso público de provas e títulos, especial, as causas decididas, em única ou última
com a participação da Ordem dos Advogados instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou
do Brasil em todas as fases, exigindo-se do ba- pelos tribunais dos Estados, do Distrito federal e
charel em direito, no mínimo, três anos de ati- Territórios, quando a decisão recorrida: a) contra-
vidade jurídica e obedecendo-se, nas nomea- riar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
ções, a ordem de classificação. b) julgar válido ato de governo local contestado
® Nos Tribunais com número superior a vin- em face de lei federal; c) der a lei federal interpre-
te e cinco julgadores, poder~ ser constituído ór- tação divergente da que lhe haja atribuídooutro
gão especial, com o mínimo de onze e o m~ tribunai.A assertiva, como se pode observar, não
ximo de vinte e cinco membros, para o exercí- fala em "julgar válido ato de governo local con-
cio das atribuições administrativas e jurisdicio- testado em face de lei federal~ mas em "julgar
nais delegadas da compet ência do tribunal ple- válida lei local contestada em face de lei federal.
no, provendo-se metade das vagas por antigui- Traz, portanto, hipótese de competência do Su-
dade e a outra metade por eleição pelo tribu- premo Tribunal federal, em sede de recurso ex-
nal pleno. traordinário, consoante art. 102, inciso 111, alinea
© Um quint o dos lugares dos Tribunais Regio- d, da Cf/88; e não hipótese de competência do
nais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Superior Tribunal de Justiça.
Distrit o Federal e Territórios será composto de RESPOSTA: @
membros, do Ministério Público, com mais de
dez anos de carreira, e de advogados de notó-
rio saber jurídico e de reputação ilibada, com DO ESTADO DE DEFESA EDO ESTADO DE SiTIO
mais de dez anos de efetiva atividade profissio-
nal, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de (PERITO MEDICO-LEGAL - PREFEITURA DE JUN-
representação das respectivas classes.
@ Somente pelo voto da maioria absoluta de
27 DIAI- MAKIYAMA- 2013) A nossa Carta Mag-
na prevê, que para casos de grave crise institu-
seus membros ou dos membros do respectivo cional, o Presidente da República pode utilizar
órgão especial poderão os Tribunais declarar a algumas medidas de Emergências para restabe-
inconstitucionalidade de lei ou at o normativo lecer o funcionamento normal do Estado Brasi-
do Poder Público. leiro, dentre essas medidas consta o Estado de
204 Direito Constitucional
Sítio. Decretado o Estado de Sítio com funda- Com vistas à atitude do presidente da Repúbli-
mento em comoção grave de repercussão na- ca e ao chamado sistema constitucional das cri-
cional ou ocorrência de fatos que comprovem ses, assinale a alternativa correta.
a ineficácia de medida tomada durante o esta-
do de defesa, algumas medidas podem ser to- ® O presidente agiu de forma indevida, pois a
madas contra as pessoas, EXCETO a: decretação do estado de defesa é indicada ape·
nas para os casos de grave e iminente instabili-
® obrigação de permanência em localidade dade institucional que ameace a ordem pública.
determinada. ® A decretação do estado de defesa não po-
® suspensão da liberdade de reunião. de ocorrer sem a devida aprovação do Conse·
© pri são por crime contra o Estado, sem ime- lho da República e do Conselho de Defesa Na-
diata comunicação ao juiz competente. cional.
@ intervenção nas empresas de serviços pú- © O decreto do presidente da República não
blicos. se sujeitará a controle jurisdicional, tendo em
® detenção em ediflcio não destinado a acu- vista a sua previsão excepcional pela Constitui-
sados ou condenados por crimes comuns. ção Federal.
@ O estado de defesa é medida mais branda
RESOLUÇÁO:
••• que o estado de sítio e, como consequência,
não está sujeito à autorização prévia do Con-
gresso Nacional.
Alternativa C: INCORRETA. Assim estabelece o art. ® O estado de defesa visa a reprimir ameaças
139 da Constituição Federal: à ordem pública em locais certos e determina-
"Art. 139. Na vigência do estado de sitio decre- dos e seu prazo de duração j amais poderá ultra-
tado com fundamento no art. 137, I, só pode- passar 30 dias.
rão ser tomadas contra as pessoas as seguintes
medidas:
I - obrigação de permanência em localidade
determinada; RESOLUÇÁO:
•••
11 - detenção em ediffcio não destinado a acu- Alternativa A: INCORRETA. Conforme preceitua o
sados ou condenados por crimes comuns; art. 139, caput, da Constituição Federal, "O Pre-
111 - restrições relativas à inviolabilidade da sidente da República pode, ouvidos o Conse-
correspondência, ao sigilo das comunicações, lho da República e o Conselho de Defesa Na-
à prestação de informações e à liberdade de cional, decretar estado de defesa para preser-
imprensa, radiodifusão e televisão, na forma var ou prontamente restabelecer, em locais res-
da lei; tritos e determinados, a ordem pública ou a paz
IV- suspensão da liberdade de reunião; social ameaçadas por grave e iminente instabi-
V · busca e apreensão em domicílio; lidade institucional ou atingidas por calamida·
VI - intervenção nas empresas de serviços pú- desde grandes proporções na natureza:•
blicos; Alternativa 8: INCORRETA. Diversamente do que su·
VIl - requisição de bens:· gere a assertiva, para decretação do Estado de
Não resta autorizado, portanto, a prisão por Defesa não se exige autorização do Conselho
crime contra o Estado, sem imediata comunica- da República e Conselho da Defesa Nacional.
ção ao juiz competente. . Exige-se tão somente que tais conselhos se·
RESPOSTA:© jam ouvidos.lnteligência do art. 139, caput, da
Constituição Federal.
Alternativa C: INCORRETA. Diversamente do que su-
(PERITO M!DICO·LEGAL - POLICIA CIENTIFICAI gere a assertiva, o decreto do Presidente da Re-
28 GO- FUNIVERSA - 2010) Tendo em vista uma
grande catástrofe originada por fortes chuvas, o
pública poderá, caso extrapole os termos e os
limites da lei, ser submetido a controle jurisdi-
presidente da República resolveu decretar esta- cional.
do de defesa. com a finalidade de restabelecer a Alternativa D: CORRETA. O Estado de Defesa é me-
paz social, ameaçada pelo evento da natureza. dida mais branda do que o Estado de Sitio e,
Tamyris Cardoso 205
DA SEGURANÇA PUBLICA
30 - MAKIYAMA -2013) Segundo a Constituição
Federal. as ações e serviços públicos de saúde
integram uma rede regionalizada e hierarquiza-
(PERITO MÉDICO-lEGAl- POliCIA CIENTIFICAIPR da e constituem um sistema único, organizado
29 - UFPR -2007) De acordo com o disposto no
artigo 144 da Consti tuição da República Fede-
de acordo com as seguintes diretrizes:
RESOLUÇÃO:
••• da e constituem um sistema único, organizado
de acordo com as seguint es diretrizes:
I - descentralização, com direção única em
Alternativa C: CORRETA. A questão exige o conheci- cada esfera de governo;
mento da literalidade do art. 144 da Constitui- 11 - atendimento integral, com prioridade para
ção Federal, in verbis: as atividades preventivas, sem prejuízo dos
"Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, serviços assistenciais;
direito e responsabilidade de todos, é exercida 111- participação da comunidade:·
para a preservação da ordem pública e da inco- Os itens I e 111estão corretos e são literalidade do
lumidade das pessoas e do patrimônio, através dispositivo mencionado. O item 11, por sua vez.
dos seguintes órgãos: encontra-se equivocado, vez que fala em priori-
I - polícia federal; dade para atividades curativas, e não atividades
11 - polícia rodoviária federal; preventivas.
206 Direito Constitucional
RESOLUÇÃO:
• ® Atualmente, o Brasil adota a República co·
mo sistema de governo.
Exige o conhecimento da literalidade dos arts. ® No Parlamentarismo, as funções de Chefe
1•, 3°, e 4° da CF, que dispõem sobre os funda- de Estado e de Chefe de Governo não são exer-
mentos e objetivos da República federativa do cidas por uma única pessoa.
Brasil, bem como sobre os principias que a re- © No Presidencialismo, as funções de Chefe
gem em suas relações internacionais. de Estado e Chefe de Governo encontram-se
Alternativa A: INCORRETA. A construção de uma nas mãos de uma única pessoa, qual seja, o Pre-
sociedade livre, justa e solidária constitui um sident e da República; esta forma de governo é
dos objetivos da República Federativa do Brasil a prevista na Constituição Brasileira.
(RFB), consoante se depreende do art. 3°, íncí- @ O Brasil é uma República Presidencialista, e
so I, da CF/88. O mesmo não pode ser dito, no seus governantes são eleitos indiretamente
entanto, em relação aos demais ítens indicados pelo povo.
na alternativa. A prevalência dos direitos huma- ® A Monarquia é uma forma de governo em
nos, e a solução pacífica dos conflit os trat am-se que há uma participação direta do povo na es-
de princípios que regem a RFB em suas relações colha dos governantes
Tamyris Cardoso 207
RESOLUÇÃO:
•• DOS DIREITOS EGARANTIAS FUNDAMENTAIS
RESOLUÇÃO:
• tes dados, quando não se prefira fazer por proces-
so sigiloso judicial ou administrativo.
RESPOSTA: ©
Alternativa A: INCORRETA. A Ação Civil Pública é um
instrumento processual para a defesa de interes-
ses transindividuais. Possui status constitucional, (PERITO MEDICO LEGISTA- PUPR · IBFC- 2017)
sendo prevista na Constituição como função ins-
titucional do Ministério Público. Tem por objeti·
35 Considere as normas da Constituição Fe-
deral sobre o rol expresso de penas vedadas no
vo prevenir ou reprimir dano material ou moral, ordenamento constitucional brasileiro para as-
a exemplo dos danos ao meio ambiente, ao pa· sinalar a alternativa correta.
trimônio público, e à honra ou dignidade de gru-
posraciais. Não pode ser utilizada para defesa de @ Não haverá penas, salvo em caso de guer·
interesses disponíveis e privados. ra declarada, de caráter perpétuo, de trabalhos
Alternativa B: INCORRETA. A Ação Popular é um ins· forçados ou cruéis
trumento para o exercfcio da democracia direta ® Não haverá penas, salvo em caso de guer-
pelos cidadãos brasileiros. Através desta ação ra declarada, de caráter perpétuo, de morte, de
qualquer cidadão pode pedir a invalidação de trabalhos forçados, de banimento ou cruéis
atos praticados pelo Poder Público, ou por en· © Não haverá penas de trabalhos forçados,
tidades de que participe, que violem a morali- salvo em caso de guerra declarada, nem de ca-
dade administrativa, o meio ambiente, dentre ráter perpétuo, morte ou de banimento
outros. É considerada uma ação constitucional. @ Não haverá penas de morte, salvo em caso
haja vista expressa previsão no art. 5°, inciso de guerra declarada, nem de caráter perpétuo,
LXXIII, da CF/88. de trabalhos forçados, de banimento ou cruéis
Alternativa C: CORRETA. O Mandado de Inj unção é ® Não haverá penas de morte, salvo em caso
um remédio constitucional que visa tornar viá- de guerra declarada, de banimento ou cruéis
Tamyris Cardoso 209
RESOLUÇÃO:
•• 38 (PERITOM!OICO LEGISTA - PUPR · IBFC - 2017)
Considere as normas da Constituição Fe-
Alternativa A: INCORRETA. Serão equivalentes às deral para assinalar a alternativa correta sobre
emendas constitucionais os tratados e as con- elegibilidade.
venções internacionaissobre direitos humanos.
aprovados em cada uma das Casas do Congres- ® Para o cargo de Presidente da República,
so Nacional, em dois turnos, po r três qui ntos são condições d e elegibilidade, ent re outras,
dos votos dos respectivos membros, consoante ter id ade mínima de 35 anos e ter nacionalid a-
a rt. 5°, §3°, da CF/88. A assertiva eq uivoca-se d e brasileira.
quando fala em tratados ou convenções inter- ® Para o cargo de Presidente da República,
nacionais de qualquer t ema, bem como quan- são condições d e elegibilidade, e ntre outras, ter
do indica quóru m de dois q uintos apenas. idade mínima de 35 anos e ser b rasileiro nato.
Alternativa B: INCORRETA. Conforme já destacado, © Para o cargo de senador são condições d e
serão equivalentes às emendas constitucionais elegibilidade, entre out ras, ter idade mínima d e
os tratados e as convenções internacionais so- 21 anos e ser brasileiro nato.
b re d ireitos humanos, aprovados em cada uma @ Para o cargo de p residente da Câmara dos
das Casas do Congresso Nacional, em dois tur- Deputados, são condições de elegibilídade, en-
nos, por três q uintos dos votos dos respectivos tre outras, ter idade mínima de 30 anos e ter na-
membros. A assertiva equivoca-se quando fala cionalidade brasileira.
em tratados ou convenções internacionais so- ® Para o cargo d e vereador, são condições de
b re direito empresarial bem como quando indi- elegibilidade, entre outras, ter idade mínima d e
ca quórum de cinco oitavos. 21 anos e ser brasileiro nato.
Alternativa C: INCORRETA. Os tratados e as conven-
ções internacionais sobre direitos humanos,
aprovados em cad a uma das Casas d o Con-
gresso Nacional, em dois turnos, por três q uin- RESOLUÇAO:
••
tos dos votos dos respectivos membros, serão Alternativa A: INCORRETA. O cargo de Presidente da
equivalentes às emendas constitucionais, e não República é privativo de brasileiro nato, con·
as leis complementares, como indica a asserti- soante art. 12, §3•, da CF/ 88. Desse mod o, não
va. basta nacionalidade brasileira, sendo neces·
Alternativa O: INCORRETA. Os tratados e as con- sário, em verdade, ser brasileiro nato. A idade
venções internacionais que não versem sobre mínima é, de fato, 35 (trinta e cinco) anos, con·
direitos hu manos ing ressarão no ordenamento soante art. 14, §3•, inciso VI, a lfnea·a~ da CF/ 88.
jurídico com fo rça de lei ordinária. Neste caso, Alternativa B: CORRETA. Alt ernativa correta, con-
será exigido tão somente o quórum de maio- soante se depreende d o art. 12, §3• de art. 14,
ria simples ou relativa para a deliberação das §3•, inciso VI, alínea ·a~ todos da CF/88.
Casas Legislativas. Os tratados e as convenções Alternativa C: INCORRETA. O cargo de senador não
internacionais sobre direitos humanos, por sua é privativo d e brasileiro nato, consoante art. 12,
vez, poderão ing ressar no ordenamento com § 3• da CF/ 88. Desse modo, basta ser brasilei-
Tamyris Cardoso 211
1- CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO
O jurista J.J. Gomes Canotilho (apud Rogé- consagrados pela nova Constituição, orientan-
rio Nunes Anjos Filho, ob. Cit .. p. 29) fixou o do a interpretação da Carta Magna. A parte
conceito de Constituição ideal, que segundo dogmática, por sua vez. é o texto constitucional
o estudioso, seria a lei suprema do Estado, de propriamente, e estabelece os direitos e garan-
caráter liberal, caracterizada por: i) ser escrita; ii) tias criados pela nova Constituição. As disposi-
abarcar um conjunto de direitos fundamentais ções transitõrias fazem uma integração entre
individuais; iii) definir e reconhecer a existência a nova ordem jurídica e a antiga, evitando um
da separação dos poderes; e, iv) adotar um sis- colapso no sistema e assegurando segurança
tema democrático formal. As Constituições, via jurídica a determinadas relações. Ds seus dispo-
de regra, possuem 03 (três) partes: preâmbulo, sitivos, d iferentemente daqueles que integram
parte dogmática e disposições transitórias. O o preâmbulo, são formalmente normas cons-
preâmbulo antecede o texto constitucional titucionais, podendo ser alterados via reforma
propriamente dito, e não e considerado norma constitucional.
constitucional pelo STF. Proclama os princípios
Conceito de Co"'
nst
=itu"i'= -
( a lei suprema do Estado. hta, segundo Hans Kelsen. no topo da piramide. o que slgni~ca dizer que toda a
legislação infraconstitucional {leis, decre tos, resoluções, portarias e afins) deve ser produzida em harmonia
com seus dispositivos.
c. erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e re- Art. 3°1 CF/88.
gionais;
d. promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formasde discriminação.
I Observação: Vale salientar que a invio lab ilidade do sigilo d e dados, prevista no art. 5°, inciso XII, da
Constituição Federal, é desdobramento do direito à intimidade e à vida privada. Do mesmo mod o,
o d ireito ao sigilo bancário.
No que tang e ao sigilo bancário, importante consignar que não se trata d e direito absoluto.
Havendo fundamentação, pode o Poder Judiciário, e as Comissões Parlament ares de Inquérito Fe-
derais e Estad uais, determinar a q uebra deste sig ilo. Ademais, se não fo sse o bastante, a Lei Com-
plementar n• t 0512001 possibilita, ta mbém, que autorid ades fiscais requisitem info rmações a ins-
tituições financeiras, desde que haja procedimento administrativo instaurado (ou procedimento
fiscal em curso), e sejam as informações req uisi tad as reputad as indispensáveis. Destaque-se, no
entanto, que os dados fo rnecido s às autoridades fiscais conti nuam sob cláusula de sig ilo, sendo
vedado a sua publicidade ou compartilhament o. O Mini stério Público, segundo o STJ, pode deter-
mi nar a quebra d o sig ilo bancário de conta d e tit ularidade de ente público.
216 Direito Constitucional
Direitos So<iais
Conceito
Conforme já mencionado, são direitos fundamentais de 2' geração. Desse modo.
constituem prestações positivas do Estado, traduzindo obrigações de fazer estatais
em busca do bem estar dos cidadãos. Estão listados, em rol exemplificativo, dos arts. Artigo 6° ao 11 da
60 ao 11, da Constituição Federal. Entre estes, destacam-se o direito a educação, saú- CF/88.
de.. alimentação, trabalho, moradia, transporte.. lazer, segurança, previdência social.
proteção à maternidade e à infância, e assistência aos desamparados.
Nesses dispositivos, frise-se. são assegurados uma série de direitos referentes à proteção do trabalha·
dor. Ficam estabelecidos, também, direitos coletivos como o direito de associação e o direito de greve.
Encontra previsão no art. s•, inciso LXXI, da A Ação Popular está prevista no art. 5°, inciso
Constituição Federal, e é utilizado sempre que a LXXIII, da Constituição Federa~ e pode ser proposta
ausência de norma regulamentadora torna in- por qualquer cidadão a fim de anular ato lesivo ao
viável o exercfcio de direitos e liberdades cons- patrimô nio público ou de entidade de que o Esta-
titucionais, bem como de prerrogativas ineren- do participe, à moralidade administrativa, ao meio
tes à nacionalidade, à soberania, e à cidadania. ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
Po d e ser impetrado por qualquer pessoa, ~ considerado ·cidadão: para fins de propo-
sendo possível, ainda, segundo entendimen- situra de ação popular, o b rasileiro nato ou na-
to do Supremo Tribunal Federal. o ajuizament o turalizado que esteja em gozo de seus direitos
de Mandado de Inj unção Coletivo. Neste caso, políticos, o que pode ser comprovado median-
p or analogia, t em-se como leg itimados ativos, te a apresentação de título de eleitor ou d ocu-
os mesmos legitimados do Mandado de Segu- mentação correspondente. Exige-se a partici-
rança Coletivo. pação d e advogado, para a p ropositura da refe-
Como legitimado ativo devem figurar apenas rida ação constitucional e, ressalvadas as hipó -
os entes estatais responsáveis pela regulamentação teses de má-fé comprovad a, o autor é isento do
das normas constitucionais. não sendo possível que pagamento de custas e ônus d e sucu mbência.
particulares figurem no polo passivo da ação.
5- DO DIREITO ANACIONALIDADE
Natwalludos
Hi~teses Dls~iti,., C
onstitucional
a. os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira. exigidas aos
originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano
ininterrupto e idoneidade moral; Art. 12., inciso 11, alfneas "a"
b. os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Fede- e "b'; da CF/88.
rativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação pe·
nal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
I Observa1áo: Conforme estabelece o art. 12, §5•, da Constituição Federal, "A lei não poder~ estabe-
lecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição:'
Importante consignar, no entanto, que o próprio texto constitucional, mediante previsão inserta no
art. 12, §3•, enumera cargos privativos de brasileiros natos. Tratam-se dos cargos de:
1- Presidente e Vice-Presidente da República; 11 - Presidente da Câmara dos Deputados;
111- Presidente do Senado Federal;
IV- Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - carreira diplomática;
VI -oficial das Forças Armadas;
VIl -Ministro de Estado da Defesa.
Ponla de nacionalidade
Hipóteses Dispositivo Constitucional
I. tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de ati·
vidade nociva ao interesse nacional;
11. adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos; a} de reconhecimento de na·
cionalidade originária pela lei estrangeira; b) de imposição de naturaliza· Art. 12, §4<~,1 e 11 da CF/88.
ção, pela norma estrangeita, ao brasileiro residente em estado estrangei ~
ro, como condição para permanência em seu território ou para o exercí·
cio de direitos civis;
impedirem à disputa a todo e qualquer cargo. depende de aprovação prévia em concurso pú-
As hipóteses de perda dos direitos políticos blico de provas ou de provas e títulos, ressalva-
est~o previstas no art. 15, incisos I e IV, c/c art. das as nomeações para cargo em comissão de-
12, §2•, inciso 11, da CF/88, e são elas: clarado em lei de livre nomeação e exoneração.
I. Cancelamento da naturalização por senten- Os cargos em comissão, destaque-se, são
ça transitada em julgado; preenchidos por servidores de carreira nos per-
11. Recusa de cumprir obrigação a todos impos- centuais mínimos previstos em lei. As funções de
ta ou prestação alternativa; confiança, por sua vez, são exercidas exclusiva-
111. Perda da nacionalidade brasileira em virtu- mente por servidores ocupantes de cargo efetivo.
de de aquisição de outra. Tanto os cargos comissionados quanto às funções
de confiança destinam-se exclusivamente a atri-
Já as hipóteses de suspensão, estão previs- buições de direção, chefia e assessoramento.
tas no art. 15, incisos 11,111, e VI, c/c art. 55, inciso O prazo de validade do concurso público será,
11, e §1•, da CF/88. São elas: nos termos do art. 37, inciso 111, da CF/88, de até
I. Incapacidade civil absoluta; dois anos, prorrogável uma vez. por igual período.
11. Condenação criminal transitada em julgado; A Constituição Federal veda a acumulação
111. Improbidade administrativa, consoante art. remunerada de cargos públicos, autorizando-a
37, §4°; apenas, em caráter excepcional, nos seguintes
IV. Procedimento de Deputado ou Senador in- casos: a) dois cargos de professor; b) um cargo
compatível com o decoro parlamentar. de professor com outro técnico ou científico; c)
dois cargos ou empregos privativos de profissio-
Vale mencionar, no que se refere ao Tratado nais de saúde, com profissões regulamentadas.
de Amizade, Cooperação e Consulta. entre a Re- Vale mencionar, porque relevante, que esta
pública Federativa do Brasil e a República Portu- proibição de acumulação abrange autarquias, fun-
guesa, que o gozo de direitos políticos no Estado dações, empresas públicas, sociedades de econo-
de residência importa na suspensão do exercício mia mista. suas subsidiárias. e sociedades contro-
dos mesmos direitos no Estado da nacionalidade. ladas. direta ou indiretamente, pelo poder público.
No que tange aos militares, de modo es-
pecial, é interessante chamar a atenção para a 8- DO ESTADO DE DEFESA EDO ESTADO DE SÍTIO
literalidade do art. 14, §8°, da Constituição Fe-
deral, que estabelece: •§ 8°. o militar alistável Do Estado de Det.s.
é elegível, atendidas as seguintes condições: I - O Estado de Defesa, conforme se depreende do
se contar menos de dez anos de serviço, deverá art. 136 da Consituição Federal, pode ser decreta·
afastar-se da atividade; 11 - se contar maisde dez do pelo Presidente da República, ouvidos o Canse·
lho da República e o Conselho de Defesa Nacional,
anos de serviço, será agregado pela autoridade "para preservar ou prontamente restabelecer, em
superior e, se eleito, passará automaticamente, locais restritos e determinados, a ordem pública
no ato da diplomação, para a inat ividade~ ou a paz social ameaçadas por grave e iminente
instabilidade institucional ou atingidas por calami-
7- DA ADMINISTRAÇAO PÚBLICA dades de grandes proporções na natureza.•
Durante o período de d uração serão observadas
rl!strições ao direito de reunião, ao sigilo de corres·
Os princípios constitucionais da Adminis-
pondência e ao sigilo de comunicação telegráfica
tração Pública encontram previsão no art. 37, e telefõnica, conforme art. 136, §1°, da CF/88. Ade-
caput. da Constituição Federal, e são eles: Prin- mais. observar-se-ão restrições. também,~ ocupa-
cípio da Legalidade; Princípio da Impessoalida- ção e uso temporário de bens e serviços públicos,
de; Princípio da Moralidade, Princípio da Publi- na hipótese de calamidade pública, respondl!ndo
cidade, e Principio da Eficiência; o famoso LIMPE. a União pelos danos e custos decorrentes.
Conforme previsão constitucional, os cargos, Tempo de dur"'áo di medida
empregos e funções públicas são acessíveis aos
O tempo de duração do estado de defesa não ser~
brasileiros que preencham os requisitos esta- superior a trinta dias, podendo ser prorrogado
belecidos em lei, assim como aos estrangeiros, uma vez, por igual perlodo, se persistirem as ra·
na forma da lei. zôes que justificaram a sua decretação, conforme
A investidura em cargo ou emprego público art. 136, §2°, da Consituição Federal.
220 Direito Constitucional
9- DO PODER LEGISLATIVO
Conforme estabelece o art. 44 da Constituição Federal, o Poder legislativo é exercido pelo Con-
gresso Nacional, integrado pela Câma ra de Deputados e Senado Federal.
A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema propor-
cional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal. O Senado Federal, por sua vez, com-
põe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o prindpio majoritário.
O Congresso Nacional reu nir-se-~, anualmente, de 2 de fevereiro a 17 de j ulho e de 1• de agosto
a 22 de dezembro, consoante dispõe o art. 57 da Constituição Federal.
8- DO PODER JUDI<IARIO
dohdor!Hidirlt
1- o Supremo Tribunal Federal;
1 - A o Conselho Nacional de Justiça: (Incluído pela Emenda Constitucional n•
4 5, de 2004)
11 - o Superior Tribunal de Justiça;
11- A - o Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional n\)
92, de 2016} Art. 92, da CF/88.
111- os Tribunais Regionais Federais e Ju f.~es Federais;
IV- os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V - os Tribunais e Juf2es Eleitorais;
VI- os Tribunais e Juízes Militares;
Vil -os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
DosJuíiOS
Garantias O~positivo <onstituàonal
I. vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exer-
dcio, dependendo a perda do cargo, nesse perfodo, de deliberação do trib u~
nal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judidal
transitada em julgado; Art. 95, caput incisos I, 11
e 111, da CF/88.
11. inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, Vlll;
111. irredutibilidade de subsidio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4°,
150, 11, 153, 111,e 153, §2•,1.
-~~
Veda~ fundament.l~o Juridica
Segundo reza o art. 144 da Conslituoçâo Fe- A Seguridade Socia~ consoante prevê o art.
deral, a segurança pública constitui dever do 194, da Constituiç.X. Federal, compreende um
Estado e direito e responsabilidade de todos, conjunto integrado de açóes de iniciativa dos
sendo exercida para a preservaçAo da ordem Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a as-
pública e da incolumidade das pessoas e do segurar os direitos relativos â saúde, â previdência
património. e à assistência social.
O seu exercício, destaque-se, ocorre através Os seus objetivos, destaque-se, estão conslg·
dos seguintes órgãos: I - policia federal; 11 - po- nados no art. 194, parágrafo único, incisos I a VIl,
licia rodoviária federal; 111 - policia ferroviária da CF/88, abaixo consignado.
federal; IV - polícias civis; V - polícias militares
e corpos de bombeiros militares; V1 - polícías "' IlM..Selll!i IMe Secill
penais federal, estaduais e distrital. f. univenalldade da cobertura e do atendimento;
11. uniformidade e equivalência dos beneficios e
serviços às populações urbanas e rurais;
11· DA ORDEM ECONÔMICA EFINANCEIRA lll. seletividade e distributividade na prestação
dos benerlclos e serviços;
Conforme previsão inserta no art. 170, coput. IV. irredutibilidade do valor dos beneficios;
da Constituição Federal, a ordem econômica é V. equidade na forma de participação no custeio;
VI. diversid6de da base de financiamento. idenU·
fundada na valorização do trabalho humano e
flcando~se em rubricas contábeis especificas
na livre iniciativa, e tem por fim assegurar a to- para cada área. as receitas e as despesas vincu·
dos existência digna.Resta assegurado a todos. ladas a ações~ saúde. p<evidênoa e assistên-
consoante art. 170, parágrafo único, da Cons- cia social preservado o carâter contributivo da
tituiçAo Federal, o livre exerclcio de qualquer prevodêncla social;
atividade econômica, independentemente de VIl. carãter democ·rático e descentralizado da ad·
autorização de órgãos públicos, salvo nos casos ministração, mediante gestão quadripartite,
com participação dos trabalhadores, dos em·
previstos em lei. Os prindplos gerais da ativida-
pregadores. dos aposentados e do Governo
de econômica, destaque-se, estão elencados nos órgios col ~lados.
nos Incisos I a IX, do art. 170, da CF/88. abaixo
consignado.
TamyrisCardoso 223
13 · DA SA0DE REFERtNCIAS
Segundo dispõe o art. 196 da Constituição 1. apud Rogério Nunes Anjos Filho, ob. Cit., p. 29.
Federal, a saúde é direito de todos e dever do 2. BONAVIDES, Pau lo. Curso d e direito constitucio 4
dever do Estado, é livre à iniciativa privada. As- titucional e teoria da constituição. 7. ed. Coim b ra:
sim, conforme prevê o art. 199, §1•, da CF/88, livraria Almedina, 2003.
p oderão instítuições privadas participar de for· 4. CONSmUIÇÂO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO
ma complementar do sistema único de saúde, BRASIL DE 1988. Disponível em: <httpJ/www.
mediante contrato de direito público ou con- plana l to.gov.br/cciv ii_0 3/constit uicao/constitui ~
vênio. Haverá preferência aqui, esclareça-se, às caocompilado.htm>. Acesso em 17 de fevereiro
entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. de 2015.
As ações e serviços públicos de saúde, con· S. KELSEN, Hans. Teoria pura do direito. Trad. De
forme art. 198 da Constituição Federal. inte· João Baptista M achado. São Paulo: Martins Fon 4
Art. 198, incisos I. 11 e111, da CF/88. 7. LENZA. Pedro. Direito constitudono f esquematiza-
do. 12'. ed. 5ao Paulo: Saraiva, 2008.
I. descentralização, com direção única em cada
8. MORAES, Alexandre de. Direito consrituciono f. 24.
esfera de governo;
ed. São Paulo: Atlas. 2oo9.
11. atendimento integral. com prioridade para as
atividades preventivas, sem prejuízo dos servi· 9. PUCCINELLI JÚNIOR. Andre, Cu rso d e direito
ços assistenciais; constituclon al. São Paulo: Saraiva, 2012.
111. participação da comunidade. 10. VAN HOLTHE.. l eo. Direito constitucional. 2'. ed.
Salvador: JusPODIVM, 2006.
lhador;
111. orden ar a formação de recursos hu manos n a
área de saúde;
IV. part icipar da formulação da polltica e da exe-
cu ção d as ações de saneamento básico;
V. incrementar, em sua área de atuação. o desen--
volvimento cientifico e tecnológico e a inovação;
VI. fiscalizar e in specionar alimentos, compreen 4
Paula Barbosa
INltRPRETAÇAO DE TEXTO
Texto CG 1A 1BBB
® "Não sem um pouco de vaidade, Marsh in- do democrático de direito nascidas da Consti-
clui nesse rol as operações cerebrais.· (2• §) tuição de 1988. (...)
••
• DICA DO AUTOR: a questão é interpretativa, mas
exige uma percepção do candidato quando
aos aspectos verbais e não verbais (imagem)
do t exto. A respost a será alcançada a partir de
uma reflexão acerca dos valores semânticos
(sentidos) de um mesmo t ermo. Vale ler sobre
POLISSEMIA e AMBIGUIDADE.
RESOLUÇAO:
Alternativa A: INCORRETA. Na questão deve ser ob-
A charge, associando aspectos verbais e não servada a flexibilidade de termos, e não a inflexi·
verbais, ressalta: billdade dos termos. Observe a expressão "se vi-
ra" nas duas ocorrências.
@ A inflexibilidade de certas expressões Alternativa 8: INCORRETA. O "ditado popular" não
quando particularizadas, principalmente se os aparece no t exto. portant o, não há "arbitrarie·
interlocutores não fizerem parte de um mesmo dade" relacionada a ele.
mundo social. Alternativa C: INCORRETA. Não há "natureza especí-
® A arbitrariedade no uso particular de dita· fica" de significados usados no t exto. Ao contrá-
dos populares, especialment e se a intenção co- rio: há flexibilidade no uso da expressão "se vira~
municativa estiver voltada para provocar al- Alternativa D: INCORRETA. Novamente se usa um
gum efei to de humor. t ermo equivocado na alternativa: rigidez. O t ex·
© A natureza específica de significados de ex- to usa como recurso a possibilidade de mais de
pressões que não tenham sido ainda totalmen- uma interpretação, portanto, não há "rigidez~
te socializadas. Alternativa E: CORRETA. O termo "plasticidade se-
@ A rigidez caract erística e necessária sobre mântica" foi empregado para demonstrar a in-
a linguagem como forma de evitar interpreta- tenção do produtor do discurso. gerando um
ções equivocadas e provocar efeitos de humor efeito de humor.
indesejados. RESPOSTA: @
Alternativa C: INCORRETA. O int eresse principal do res. O último período reforça o que já estava co-
autor é informar sobre o convênio e a finalida- locado.
de dele, e não avaliar a importância da ação Alternativa E: CORRETA. O texto deixa claro que o
realizada pelo governo. acesso à educação, por meio de convênios com
Alternativa D: INCORRETA. Na verdade, a supressão instituições de ensino e academias, melhora a
do último período não causaria prejuízo. pois a qualidade de vida das pessoas.
ideia já estava colocada nos períodos anterio- RESPOSTA: @
FIGURAS DE LINGUAGEM
(INSTITUTO AOCP - PC·ES - ESC RIVAO DE POLICIA - 2019) Utilize a tirinha para responder à questão.
10
Assinale a alternativa que indica a figura de lin- Alternativa D: INCORRETA. O eufemismo ocorre
guagem presente no segundo quadrinho da tira. quando há suavização de uma verdade desa-
gradável. No quadrinho não houve suavização;
@ Pleonasmo. houve exagero.
® Metonímia. Alternativa E: CORRETA. O segundo quadrinho
© Antonomásia. apresenta uma hipérbole, pois o pai de Mafalda
@ Eufemismo. exagera ao fazer referência às formigas.
® Hipérbole. RESPOSTA: @
•• 11
~ DICA DO AUTOR: Existem muit as figuras de lin-
(INSTITUTO AOCP - 2019 - PC·ES - ESCRIVAO DE
POliCIA) Utilize a tirinha da questão ante-
rior para responder à questão.
guagem, mas as mais conhecidas têm presença
mais frequente nas provas. Considere os elementos da comunicação e as
RESOLUÇÃO: funções da linguagem na tira da Mafalda e assi-
Alternativa A: INCORRETA. O segundo quadrinho nale a alternativa INCORRETA.
não apresenta pleonasmo, pois não há uma re-
petição para gerar ênfase. @ A personagem Mafalda aparece como uma
Alternativa B: INCORRETA. A metonímia é caracte- receptora da mensagem enunciada por seu pai.
rizada pela substituição de um termo por ou- ® O rádio funciona como um canal de comu-
tro a partir da relação que existe entre eles na nicação.
realidade concreta. É comum ocorrer quando © Em "Formigas!: há ênfase na função fática.
se substitui a parte pelo todo. Não há, portanto, @ Em "Mais vítimas na guerra do Vietnã (...]:
metonímia no segundo quadrinho. há ênfase na função referencial.
Alternativa C: INCORRETA. Antonomásia ocorre quan· ® Em "Não há desgraça maior que formigas:
do se substitui um nome próprio pela caracte- há ênfase na função emotiva.
rística deste. Por exemplo: O poeta dos Escravos
morreu jovem. "Poeta dos Escravos" = Castro A~
ves. Não há antonomásia no segundo quadrinho. •
232 Português
... DICA DO AUTOR: Para ent ender as FUNÇÕES DA LIN· são não faz referência ao objeto "espelho~ e sim
GUAGEM, estudo sobre os ELEMENTOS DA COMUNICA· à própria forma de ser, ao íntimo, do enunciador.
ÇÃO: EMISSOR, RECEPTOR, CANAL, CÓDIGO, MENSAGEM E Alternativa 8: INCORRETA. A sentença apresenta
REFERENTE. Preste atenção para o fato de o ENUN- uma linguagem denotativa, ou seja, refere-se
CIADO solicitar a alternativa INCORRETA. ao sentido literal das palavras.
RESOLUÇÃO: Alternativa C: INCORRETA. A sent ença apresenta
Alternativa A: CORRETA. Mafalda é a RECEPTORA da uma linguagem denotativa, ou seja, refere -se
mensagem do seu pai. Ele. nesse caso, é o EMISSOR. ao sentido lit eral das palavras.
Alternativa 8: CORRETA. O rádio é o CANAL, pois ele Alternativa D: INCORRETA. A sentença apresenta
é o meio pelo qual Mafalda põe seu pai para re· uma linguagem denotativa, ou seja, refere-se
ceber a mensagem. ao sentido literal das palavras.
Alternativa C: INCORRETA. Em "Formi gas!~ há a ext e· Alternativa E: INCORRETA. A sentença apresenta
riorização da irritação do pai de Ma falda, cons- uma linguagem denotativa, ou seja, refere-se
tituindo a FUNÇAOEMOTIVA; destaca-se, portanto. ao sentido lit eral das palavras.
o sentimento do EMISSOR. Quando a função é FÁ- RESPOSTA:@
TICA, destaca-se o CANAL DA COMUNICAÇAO.
Alternativa D: CORRETA. Toda vez que a comunica-
ção se preocupa com a transmissão de uma in- (PERITO CRIMINAL - ACRE - 201S) A frase "Su·
formação, a função é REFERENCIAL. Desse modo,
na notícia dada por meio do rádio, t em-se FUN-
13 as lágrimas corriam atrás dela~ como efei-
to expressivo, mostra o(a):
ÇÃO REFERENCIAL.
Alternativa E: CORRETA. Nas palavras do pai de Ma- ® presença de eufemismo.
falda, percebe-se sua irritação com a presen- ® ênfase na ação de viver.
ça das formigas. Quando o EMISSOR expõe seus © t endência ao exagero.
sentimentos, há função EMOTIVA. @ presença de personificação.
RESPOSTA:@ ® uso de linguagem denotativa.
•••
,. DICA DO AUTOR: Écomum se relacionar a metáfo-
não se constitui em um efeito expressivo.
Alternativa C: INCORRETA. A t endência ao exagero é
conhecida como HIPÉRBOLE. Não há hipérbo-
ra ao uso do verbo "ser". Ocorre, entret anto, que le na sent ença.
a linguagem pautada na substituição de um ter- Alternativa D: CORRETA. A PERSONIFICAÇÃO con-
mo por outro, a partir da relação de semelhan- siste em atribuir características humanas ou vi-
ça simbólica, é caracterizada como METÁFORA. vas a seres inanimados ou não humanos. No
RESOLUÇAO: fragmento, atribui-se a "lágrimas" a ação de
Alternativa A: CORRETA. A expressão "do meu es- "correr". Há, portanto, personificação.
pelho" se constitui em uma metáfora porque é Alternativa E: INCORRETA. O uso da linguagem de-
uma simbologia. Observe que a referida expres- notativa faz referência à inforrnatividade, ou
Paula Barbosa 2lJ
Cada lado interpreta o outro de uma forma que Servidor tem descontos em academias e instituições de
este acha estranha e vice-versa~ ensino
A partir de uma rede de convênios com ins-
Analise as proposições a seguir sobre o primei· tituições de ensino e academias, o governo do
ro parágrafo do texto. Em seguida, assinale a al- Pará viabiliza para o servidor e os dependentes,
ternativa que cont enha a análise correta sobre como filhos e esposa, descontos de 10% a 50%
essas proposições. em todo o estado. A ação faz parte do Progra-
ma de Valorização do Servidor e da Saúde e Se·
L A palavra "ninguém' pertence à classe gra- gurança Ocupacional, coordenado pela Direto-
matical dos pronomes indefinidos; e "esta• à ria de Saúde Ocupacional da Secretaria de Esta·
dos pronomes demonstrativos. do de Administração (SEAD). O objetivo é facil i-
11. A primeira vírgula que aí aparece foi utiliza· tar o acesso dos funcionários a serviços que co·
da para marcar a antecipação de um adjun· laboram para a melhoria da qualidade de vida.
to adverbial.
111. A palavra •este" retoma o t ermo •o ou tro~ Disponível em: <https://sead.pa.gov.br>. Acesso em:
IV. A palavra "mesmas• e "estranha" pertencem, 18 ago. 2019, com adaptações.
tal como foram empregadas, à classe dos
adjetivos. No que se refere ao processo de formação de
palavras do texto, assinale a alternativa correta.
@ Apenas as proposições I e 111 estão corretas.
® Todas as proposições est ão corret as. @ A palavra "Valorização' (linha 5) é formada
© Apenas a proposição IV está incorreta. por derivação sufixal.
@ Apenas as proposições I, 11 e IVestão corretas. ® O vocábulo "Ocupacional" (linha 6} exem-
plifica uma parassintese.
Alternativa 8: INCORRETA. O termo "ocupacional" l> DICA DO AUTOR: Alg umas q uestões p recisam
é fo rmado a part ir d o t ermo •ocup ar'; ganhan- d a p resença de conceitos teóricos para ficarem
do o sufixo para formar o adjetivo. A parassinte- mais fáceis. Esta q uestão é um exemp lo disso.
se oco rre quando uma palavra somente existe Para o candid at o acertar tal item, p recisa saber
com prefixo e sufixo ao mesmo tempo. que LOCUÇÃO ADVERBIAL é uma exp ressão
Alternativa C: INCORRETA. O termo "d ep ender" ad - q ue se refere ao verb o indicand o circunstância.
vém de "pend er• e gera o adjetivo "depend en- Possui valor adverbial e funciona como adjun-
te". A d erivação não é p refixai e sufixal. t o ad verbial. Lemb re·se de que "locução" é fo r-
Alternativa D: INCORRETA. A derivação regressiva mada por mais de uma palavra e, normalmen-
ocorre q uando se formam substantivos, nor· t e, p ossui p reposição.
malmente a partir d e verbos. O termo resultan- RESOLUÇÃO:
te fica menor. Ob serve: curar gera cu ra (subs· Alternativa A: INCORRETA. A expressão "por prog ra-
tantivo); vend er gera venda (sub stantivo); bus- mad ores brasileiros• exerce função de AGENTE
car gera b usca (substantivo). O termo"viabiliza• DA PASSIVA. portanto não indica circunstância
é apenas uma conjugação do verbo "v i abi liza r~ e não tem função adverbial. O agen te da passi-
Alternativa E: INCORRETA. O vocábulo "instituição" é va exerce função substantiva.
formad o pela derivação sufixal; seu termo p ri- Alternativa 8: INCORRETA. A exp ressão "acervo his-
mitivo é '"instituir': t órico" exerce f unção de OBJETO DIRETO, pois
RESPOSTA: @ comp leta o sen tido da forma verb al •utilizan-
d o: po rtanto não indica circunstância. O objeto
d ireto exerce função sub stant iva.
(PERITO CRIMINAL PAR.( - FADESP - 2019) A Alternativa C: INCORRETA. A expressão "a fotos"
18 expressão g rifad a é u ma locução adver-
bial em:
exerce f unção de OBJETO INDIRETO, pois com·
pleta o sent ido da fo rma verbal "recorreu~ Ob -
serve q ue este complement o é indireto p orque
@ O lnt eligeo é um software idealizad o po r é regido de p reposição obrigatória.
p eritos criminais d a PF e desenvolvido p or pro- Alternativa D: INCORRETA. A estru tu ra verbal "é d ire·
gramadores b rasileiros (linhas 5 e 6). dona da" se constitui em um tempo composto e
® A eq uipe d a perícia criminal federal produ- fo rma a VOZ PASSIVA. Tal exp ressão não tem va·
ziu no fim d a tarde d e sexta (25) u m mapa mos- lor adverbial e não indica circunstância.
trando a área afetada antes e depois do even- Alternativa E: CORRETA. A expressão •em cheio" re·
to, u tilizando o acervo histórico do ln teligeo e fere-se ao verbo"ati ngiu~ indicando circunstân-
as info rmações disponíveis naq uele moment o cia. Trata-se, portanto, de u ma LOCUÇÃO AO·
(linhas 1O a 12). VERBIAL.
© No sábado (26), a região est ava coberta de RESPOSTA: @
nuvens e a equipe recorreu a fotos aéreas ao in-
vés d e imagens d e sat élite (linhas 13 e 14).
@ O uso d o sistema no caso d e Bru madinho !\ (PERITO CRIMINAL RIO GRANDE DO NORTE- AO-
dírecjonad o para o s esforço s de resgat e, e po -
derá ser mais d emandado pelos p erito s crimi-
19 CP - 2017) Assinale a alternativa co rreta.
nais em caso de investigação criminal (linhas @ Em "Indico apenas como algo p ode ser me·
19a 21 ). lhor e a partir de quais critérios. Que arg u men-
® No momento, a maior preocup ação é iden- t os estão b em fundamentados e quais pode·
tificar as vitimas, mui to mais numerosas d o riam ser revisto s.: os termos em destaque são
q ue no caso de Mariana porque, desta vez, o conjunções alternativas, que introduzem o p ·
despejo d e rejeitos atingiu em cheio o centro çõe s de co mplemento ao verbo "Ind ico".
administrativo d a Mina d o Feijão, onde havia ® Em "Sociedades abertas crescem mais do
uma grande co ncentração de pessoas (linhas que socied ades fechadas~ o termo em desta-
22 a 25). que atua como pronome relativo, referindo-se
a "sociedades ab ertas".
11. A ONU tem como objetivo erradicar-lhe até mática tradicional aponta que a oração "Quan-
2030. do os médicos o rea nimaram" (3• §)deveria ser
111. Temos uma chance considerável de virtual- redigida da seguinte forma:
mente eliminar-los.
IV. Temos uma chance considerável de virtual- @ Quando os médicos reanimaram a ele.
mente eliminar-lhes. ® Quando os médicos reanimaram-lhe.
© Quando os médicos reanimaram ele.
Desconsiderando-se aspect os relacionados ao @ Quando os médicos reanimaram-no.
processo de referenciaçáo dos pronomes nos ® Quando os médicos lhe reanimaram.
respectivos períodos, quais das propostas de
reescritura estão INCORRETAS?
~
•••
DICA DO AUTOR: A questão mistura sintaxe (com-
é transitivo direto, o objeto direto não pode ser
substituído por "a ele: pois não admite a pre-
sença da preposição.
plementos verbais), uso adequado do pronome Alternativa 8: INCORRETA. Como o verbo "reanimar"
oblíquo e colocação pronominal. O candidato é transitivo direto, o objeto direto não pode ser
deve ficar atento a esses três tópicos. Além dis- substituído por"lhe: pois tal pronome funciona
so, a questão cobra as assertivas INCORRETAS. como objeto indireto.
RESOLUÇAO: Alternativa C: INCORRETA. O pronome "ele" é reto. Is-
Assertiva 1: CORRETA. O termo "a pobreza• funcio- so significa que funciona como sujeito, e não
na como OBJETO DIRETO, portanto, deve ser subs- como objeto. Desse modo, não pode comple-
tituído pelo pronome oblíquo ·a~ Como o ver- tar o verbo "rean i mar ~
bo termina em "R: tal letra seria retirada, e o re- Alternativa D: CORRETA. Como a sentença náo traz
ferido pronome varia para "LA~ Assim a substi- uma partícula de atração, é posslvel usar prócli·
tuição correta será "ERRADICÁ-LA~ se (enunciado) ou ênclise (alternati va). A sentença,
Assertiva 11: INCORRETA. A justificativa anterior já portanto, está correta.
deixa evidente o porquê deste item ser consi- Alternativa E: INCORRETA. Cabe a mesma expli-
derado FALSO: o pronome "LHE" não cabe. pois cação dada na alt ernativa ·s~ haja vista que o
ele funciona como OBJETO INDIRETO. "lhe" funciona como objeto indireto, e a senten-
Assertiva 111: INCORRETA. 0 correto seria "ELIMINÁ· ça possui um verbo transitivo direto.
·LOS: pela mesma explicação do ITEM I. A for- RESPOSTA: @
ma verbal "ELIMINAR" é transitiva direta e termi-
na em "R: portanto o "R" desapareceria, e o pro-
nome ·os·: colocado depois do verbo, sofreria PNAD CONT(NUA • IBGE
alteração para "LOS~ Tr"&balh&dof"es desocupados (mUhO&s)
--
Assertiva IV: INCORRETA. Como dito no item 11, o Oe!le!t.,l!\jlrllel 13.7 (20% • mais~ dols..-.oW
pronome "LHE" funciona como OBJETO INDI- G:x;wr'Gm~~O'\_"IC.\ 9.4
RETO, portanto não pode completar um verbo 4,6~-....
TOTAl Z7,7(Z4........ ,....... _
transitivo direto.
RESPOSTA:@
Trata-se do criminoso desperdício do mais
importante fator de produção de qualquer so-
(POLI~A CIENTIFICA - ~R - 18-~C- 2017) O por- ciedade. lembremos que esta só pode consu-
22 tugues contemporaneo Ja regiStra a ca-
racterfstica proclltica da llngua. Contudo, a gra-
mir o que ela mesma produziu. Os cidadãos só
podem consumir o que desejam se eles forem
238 Português
alocados à produção desses mesmos bens e Alternativa 8: CORRETA. Fica claro que o pronome
serviços através de um si stema de informação oblíquo destacado substitui a expressão "força
gerado pelos "mercados". de trabalho~ Releia o último parágrafo do texto.
O homem não os inventou. Foram descober- Alternativa C: INCORRETA. O pronome"ele" substitui
tos em tempos imemoriais pelo aumento da o antecedente "capitalismo~
produtividade gerada pela divisão do trabalho. Alternativa D: INCORRETA. O pronome "seus• equiva-
A consagração da propriedade privada (que le à expressão "do ca pitalis m o~ Seria: o capitalis-
não é um direito natural) e o aperfeiçoamen· mo e todos os inconvenientes do capitalismo...
to dos "mercados" pelos economistas ao longo Alternativa E: INCORRETA. O pronome oblíquo "os"
do t empo produziram o que chamamos de "ca· ret oma e substitui o t ermo "mercado~ colocado
pitalismo". Ele, com todos os seus inconvenien- anteriormente.
tes, foi o mais importante fator do enorme de· RESPOSTA: @
senvolvimento social e econômico dos últimos
três séculos.
Os fatos são estes. Temos disponível pelo me-
nos 12% da nossa força de trabalho. Se souber·
mos emprega-la com um aumento da deman-
24
fere:
(PERITO MEDICO·LEGAL - RS - FUNDATEC -
2017) Fragmento ao qual a questão se ee·
VERBO
(PERITO MÉDICO-LEGAL - SC- lESES - 2017)
.. _ A música. Estão tocando a nossa música.
Lembra?
28 Transcrição do 4° parágrafo
SEMANTICA DE CONECTIVOS
© mas também (1. 38) poderia ser substituído NOs cínicos apontam que, se mais vidas de
por no entant o, sem provocar erro estrutural crianças forem salvas, estas vão crescer e ter
ou alteração de significado. mais filhos, causando novos ddos de pobreza
@ Sem tardança poderia substituir correta e e fome. Não é verdade! Quando os pais tém a
adequadamente logo (1. 46). garantia os filhos sobreviverão, eles
® A expressão Mas(1. 47) poderia ser substituí- optam por ter um menor número deles. Con-
da por Todavia, sem que isso provocasse altera- forme as meninas recebem educação e méto-
ção no parágrafo em que est á inserida. dos contraceptivos se t ornam disponíveis, a ta-
xa de natalidade cai - exatamente como ocor-
• e reu no Ocidente:·
1> DICA DO AUTOR: Muita atenção para esse tipo Analise as seguintes afirmações acerca do pa-
de questão. Primeiro porque solicita a alterna- rágrafo contido entre as linhas 41 e 45 do tex-
tiva INCORRETA: segundo porque lida com a t o, assinalando V, se verdadeiras, ou F, se falsas.
ideia trazida pelos conectivos.
RESOLUÇÃO: ( ) Na linha 41, identifica-se uma oração adver-
Alternativa A: CORRETA. Leia atentamente o 2• pará- bial intercalada, cujo nexo poderia ser subs-
grafo do texto. Fica claro que o conectivo adver- tituído por desde que, sem que haja necessi-
sativo "no entanto• indica OPOSIÇÃO no contex- dade de ajustes ao perfodo.
to no qual ele aparece. Dessa forma, o conteúdo ( ) O referente dos vocábulos eles (1. 43) e deles
da alternativa está certo, tornando-a FALSA. (1.43) é o mesmo: os pais (1. 42).
Alternativa B: CORRETA. O conectivo "Embora• é ( ) Na linha 42, o nexo Quando introduz uma ora-
CONCESSIVO. O mesmo ocorre com APESAR ção adverbial temporal. podendo, sem cau-
DE, AINDA QUE e CONQUANTO. Assim, ao subs- sar qualquer alteração ao sentido original do
tituir"embora" por•conquanto• não há ERRO ou período, ser substituído por À medida que.
MUDANÇA DE SIGNIFICADO NO PARÁGRAFO. ( ) Consoante poderia substituir correta e ade-
Alternativa C: INCORRETA. O conectivo "MAS TAM- quadament e Conforme (1. 43), sem provocar
BEM" indica ADIÇÃO ou ACRESCIMO. Já o co- qualquer alteração no período.
nectivo "NO ENTANTO" indica OPOSIÇÃO ou
CONTRASTE. Desse modo, a substituição de um A ordem correta de preenchimento dos parên-
pelo outro provocaria uma mudança de signi- t eses, de cima para baixo, é:
ficado, tornando a proposição verdadeira, haja
vista que seu cont eúdo está incorret o. @ F-F-F-V.
Alternativa D: CORRETA. O conectivo "LOGO~ na @ F-V-V- F.
sent ença em que aparece no text o, indica TEM- © F-F-F-F.
PO IMEDIATO, BREVIDADE. Por conta disso, po- @ V-V - F - V.
de ser substituído sem prejuízo pela expressão @ V-V-V-V.
"SEM TARDANÇA". O candidato pode ter dúvida
por tal expressão não sercomum no uso da lín-
gua tanto oral quanto escrita.
Alternativa E: CORRETA. O conectivo "MAS'; no con- I> DICA DO AUTOR: Esta questão traz a semântica
•
texto em que aparece no texto, indica oposi- dos conectivos e pronomes, como elementos
ção. Por isso pode ser substituído, sem prejuízo de referenciação. Observe atent amente a ideia
de qualquer ordem, por "TODAVI A~ que expres- trazida por eles para a sentença.
sa exatamente a mesma ideia. Como o conteúdo RESOLUÇÃO:
da alternativa está certo, a proposição é FALSA. Asserti va 1: INCORRETA. O conectivo "se·; em "se
RESPOSTA:© mais vidas forem salvas~ pode ser substituído
por "desde que~ entretanto a forma verbal "fo-
rem" deve ser substituída por "sejam~ ficando
(PERITO MÉDICO-l EGAl - RS - FUNDATEC - "desde que mais vidas sejam salvas".
31 2017)Transcrição do fragmento Assertiva 11:INCORRETA. O pronome"eles"faz referência
ao termo "os pais~ e "deles" faz referência a "fi lhos~
244 Português
Assertiva 111: INCORRETA. O nexo "quando" indica (INSTITUTO AOCP - PC·ES - ESCRIVÃO DE POLf·
TEMPO, enquanto "à medida que" indica PRO-
PORÇÃO.
33 CIA- 2019) Utilize o Texto I para responder
~questão.
Assertiva IV: CORRETA. Os conectivos "conforme"
e •consoante• expressam a mesma ideia: CON- Projetos eA1iíes: Papo de Responsa
FORMIDADE. O Programa Papo de Responsa foi criado por
RESPOSTA:@ policiais civis do Rio de Janeiro. Em 20 13, a Poli-
cia Civil do Espírito Santo, por meio de policiais
da Academia de Polícia (Acadepol} capixaba,
32 (POLfCIA CIENTfFICA - PR- IBFC - 2017) conheceu o programa e, em parceria com a po-
licia carioca, trouxe para o Estado.
'Operou o cérebro de uma mulher de :ZB anos, O "Papo de Responsa" é um programa de
grávida de 37 semanas, para retirar um tumor educação não formal que - por meio da pala-
benigno que comprimia o nervo óptico a ponto vra e de atividades lúdicas - discut e t emas di-
de ser improvável que ela pudesse enxergar seu versos como prevenção ao uso de drogas e a
bebê quando nascesse.' {1• §} crimes na internet. bul/ying, direitos humanos,
cultura da paz e segurança pública, aproximan-
A preposição destacada no trecho acima con- do os policiais da comunidade e, principalmen-
tribui para a coesão do texto introduzindo o va- te, dos adolescentes.
lor semântico de: O projeto funciona em três etapas e as t emá-
ticas são repassadas pelo órgão que convida o
@ concessão Papo de Responsa, como escolas, igrejas e as-
® finalidade. sociações, dependendo da demanda da comu-
© adversidade. nidade. No primeiro ciclo, denominado de 'Pa-
@ explicação. po é um Papo~ a equipe introduz o tema e ini-
® consequênda. cia o processo de aproximação com os alunos.
Já na segunda etapa, os alunos são os prota-
1> DICA DO AUTOR: As preposições costumam in- A lei só tipifica o crime quando há chanta-
serir, nas sentenças nas quais se encontram, va- gem de um superior sobre um subordinado pa-
lores sem~ nticos, ou seja, sentidos. Não resolve ra tentar obter vantagem sexual. Se um colega
o candidato de<orar esses cone<tivos. A ideia constrange o outro, em tese, não há crime, em-
é conseguir extrair deles o significado que ele bora tal comportamento possa dar causa a re-
traz à sentença. Essa é a maior dificuldade que paração por dano moral.
a questão oferece.
RESOLUÇÃO: Anna Range I. Medo de reprHálias inibe queixas de assédio
Ahornativa A: INCORRETA. Observe que a preposi- sexual no trabalho. Disponível em: <www.folha.uol.com.
ção "de'; destacada no fragmento, não dá ide ia br> (com adaptações).
de posse, pois •a comunidade" não é possuido-
ra dos "policiais~ Sequer o termo "da comunida· No texto 1A 1BSB, a correção gramatical e o sen·
de" se refere a "policiais~ A expressão se refere à tido do trecho ·o anonimato ajuda, já que as
forma verbal "aproximando': pessoas se sentem mais protegidas para falar"
Alternativa 8: INCORRETA. Assim como na alterna- (1. 17 e 18) seriam preservados caso se substi-
tiva anterior, a referida preposição não indica tuísse o termo "já que" por:
modo, pois a expressão "da comunidade" não
representa o modo do termo "aproximando". ® a fim de que.
Alternativa C: INCORRETA. De igual modo, tal prepo- ® ainda que.
sição não indica meio, pois a "comunidade" não © cont anto que.
representa o meio da forma verbal "aproximar~ @ umavezque.
Alternativa O: CORRETA. A preposição "de" traz con- ® logoque.
sigo a ide ia de alvo, pois a comunidade é o alvo
do ato de "aproximar".
Alternativa E: INCORRETA. A preposição "de" não in-
dica o momento da ação de "aproximar~ Com a 1> DICA 00 AUTOR: uma leitura atenta já é suficiente
•
leitura, isso fica claro. para encontrar o gabarito da referida questão. O as-
RESPOSTA:@ pecto semântico do conectivo está bem evidente.
RESOLUÇÃO:
Alternativa A: INCORRETA. O conectivo "já que" indi-
(CESPE- PC-MA- ESCRIVÃO DE POLICIA CIVIL- ca causa, enquanto "a fim de que• indica finali-
34 2018)Texto 1A1 BBB dade. Desse modo, possuem ideias diferentes.
Alternativa 8: INCORRETA. O conectivo "já que" indi·
Se, nos Estados Unidos da América, surgem ca causa, enquanto "ainda que" indica conces-
mais e mais casos de assédio sexual em ambien· são. Desse modo, possuem ideias diferentes.
tes profissionais- como os que envolvem produ- Alternativa C: INCORRETA. O conectivo "já que" indi-
tores e atores de cinema-, no Brasil o número de ca causa, enquanto "contanto que" indica con·
processos desse tipo caiu 7,S%em 2015 e 2016. diçâo. Desse modo, possuem ideias diferentes.
Até setembro de 2017, foram registradas Akemativa O: CORRETA. O conectivo"já que" indica cau·
4.040 ações judiciais sobre assédio sexual no tra- sa;o mesmoocorrecomoconectivo"umavezq u e~
balho, considerando-se só a primeira inst ância. Alternativa E: INCORRETA. O conectivo "já que• in·
Os números mostram que o tema ainda é ta- dica causa, enquanto "logo que" indica tempo.
bu por aqui, analisa Renato Santos, que atua au· Desse modo, possuem ideias diferentes.
xiliando empresas a criarem canais de denúncia RESPOSTA: @
anônima. "As pessoas não falam por medo de
serem culpabilizadas ou até de represálias:·
Segundo Santos, os canais de denúncia pa- SINTAXE DO PERiODO SIMPLES E COMPOSTO
ra coibir corrupção nas corporações já recebem
(PERITO MÉDICO PATOLOGISTA- RS- FUNDATEC-
queixas de assédio e ajudam a identificar even-
tuais predadores. Para ele, "o anonimato aju-
35 201 7) Agora, pensa-se que essa mesma pra=
porcão seja inferior a I 0%, e a queda canrinua. "Es-
da, já que as pessoas se sentem mais protegi-
sa é a melhor notícia do mundo atual; disse Jim
das para falar".
Yong Kim, presidente do Banco Mundial. (I. 17·19)
246 Português
••
1> DICA DO AUTOR: A questão mistura diferentes
da, há uma adjetiva restritiva: "que comprimia o
nervo óptico"; depois, há uma oração com ideia
de consequência: "a ponto de ser improvável";
aspectos da gramática normativa, exigindo do em seguida, há uma oração com função de su-
candidat o um conhecimento de diversos as- jeit o: "que ela pudesse enxergar seu bebê"; fi-
suntos. Isso pode dificultar a resolução do item. nalmente, há uma oração com ideia de tempo:
RESOLUÇAO: "'quando nascesse~ Essa sequência garante a
Assertiva 1: CORRETA. Na referida sentença., a par- complexidade do período.
tícula "se" é apassivadora. Sendo assim, a voz é Alternativa B: INCORRETA. Não há emprego de fra-
passiva, e o sujeito está representado pela ora- ses nominais; ao contrário, há o uso predomi-
ção "que essa proporção seja inferior a 10% ...~ nante de construções verbais.
Assertiva 11: CORRETA_ As aspas presentes na senten- Alternativa C: INCORRETA. A ausência de pontuação
ça indicam a transcrição da fala de Jim Yong Kim. não traz complexidade. Tais sinais não são usa-
Assertiva 111: CORRETA. Na sentença "Essa é a me- dos porque não há necessidade.
lhor notícia do mundo atual~ fica claro que há Alternativa D: INCORRETA. O período é basicamen-
outras notícias que não são tão boas. Tal evi- t e subordinado.
dência advém da expressão "é a melhor n otícia~ Alternativa E: INCORRETA. Não há repetição de co-
RESPOSTA:@ nectivos de mesmo valor semântico. Os conec·
tivos com valor semântico no fragmento tra-
zem diferent es ideias.
(POLICIACIENT[FICA PR -IBFC- 2017) RESPOSTA: @
3 6 "Operou o cérebro de uma mulher de 28
anos_, grávida de 37 semanas, para retirar um
tumor benigno que comprimia o nervo óptico a (PERITO M!DICO·LEGISTA - MA - CESPE- 2018)
ponto de ser improvável que ela pudesse enxergar
seu bebé quando nascesse." (1 • §)
37 Texto 1A1BBB
Os números mostram que o tema ainda é ta· Altornatíva C: INCORRETA. O termo "mais protegidas
bu por aqui, analisa Renato Santos, que atua au- para falar" funciona como predicativo do sujeito.
xiliando empresas a criarem canaís de denúncia Alternativa D: INCORRETA. O termo "chantagem de
anônima. "As pessoas não falam por medo de um ser superior sobre um subordinado" funcio-
serem culpabilizadas ou até de represálias." na como objeto direto da forma verbal" há~ que
SesJundo Santos, os canaisde denúncia para coi- não possui sujeito por ser um verbo impessoal.
bir corrupção nas corporações já recebem queixas Alternativa E: INCORRETA. O termo "queixas de assé-
de assédio e ajudam a identificar eventuais preda- dio" funciona como objet o direto da forma ver-
dores. Para ele, "o anonimato ajuda, já que as pes- bal "recebem~
soas se sentem mais protegidas para falar~ RESPOSTA: @
A lei só tipifica o crime quando há chanta-
gem de um superior sobre um subordinado pa-
ra tentar obter vantagem sexual. Se um colega
const range o outro, em tese, não há crime, em-
bora tal comportamento possa dar causa a re-
38 (PERITO MEDICO-LEGAL- POLICIA CIVIL Pl- NU-
CEPE - 2018)
•••
~ DICA DO AUTOR: Questões de sintaxe exigem do
os mercados. As instituições costumam surgir de
novas crenças. Um exemplo foi a percepção, ao
longo do tempo, das desvantagens do autorit a-
candidato um conhecimento de termos da ora- rismo. Daí víeram, no Brasil, o fim do regime mili-
ção, ou seja, há a necessidade do conhecimen· t ar e as normas do Estado democrático de direi-
to acerca do período simples. Aconselho um es- to nascidas da Constituição de 1988. (. ..)
tudo at ento do sujeit o, transitividade verbal e
termos acessórios da oração. O termo destaca- Ri!vista Veja, Editora ABRIL. edição 2.539, ano 50, no
do no enunciado funciona como sujeit o. 29, p. 77, 19 jul. 2017.
RESOLUÇÃO:
Alternativa A: INCORRETA. O t ermo "por medo de Sô NÃO está correto o que se afirma sobre as rela-
serem culpabilizadas" funciona como adjunto ções sintáticas e/ou semânticas dos destaques. em:
adverbial de causa e se relaciona com a forma
verbal "falam~ Observe que o enunciado desta- @ "Constituem~ "Criam" e "Protegem" (No pri-
cou um termo com função de sujeit o. meiro parágrafo do texto, são formas verbais
Alternativa 8: CORRETA. O termo "mais e mais casos que constituem núcleos de predicados de um
de assédio sexual" funciona sintaticamente co· mesmo sujeito: "Instituições").
mo sujeito da forma verbal "surgem~ Por vezes, ® Em: ProtesJem os cidadãos do arbftrio e da
o candidato se confunde porque tal termo es- violênçia do Estado (Um dos complementos in-
tá apôs o verbo. diretos da forma verbai"Protegem").
243 Português
•••
I> DICA DO AUTOR: Questões relacionadas à sin-
sejam se eles forem alocados à oroducão des·
ses mesmos bens e servicos ...
@ Se soubermos emp regá-la com um aumen·
taxe costumam m isturar os iten s do progra- to da demanda glob al sem apelar para as des-
ma. Nesse sent ido torna m-se mais d ifíceis de ~.-
serem resolvid as, p ois, caso haja dúvida de ® Ele, com todos os seus inconvenientes, ...
um detalhe, p od e comprometer toda a ques-
tão.
RESOLUÇAO:
-••
Alternativa A: INCORRETA. Os vocábulos "consti- 1> DICA DO AUTOR: o conhecimento acerca de
tuem: "criam" e "protegem" são verbos signifi- complementos verbais (OBJETO DIRETO e OB-
cativos (transitivos) e funcionam como núcleos JETO INDIRETO) é suficiente para acertar a
dos predicados relacionados ao mesmo sujei- q uestão. No enunciado, o p ronome oblíquo
to: "instituições": Observe: instituições consti· "os" funciona como OBJETO DIRETO d a forma
tuem ... instituições çriam ... instituições prote- verbal "inventou''. O candid ato deve buscar a
gem .. . sentença em que o t ermo grifado também fun-
Alternativa B: INCORRETA. O verbo "proteger~ em- cione como OBJETO DIRETO.
p regado na sentença, constitui-se em um ver- RESOLUÇÃO:
bo transitivo direto e indireto. Possui, portanto, Alternativa A: INCORRETA. O termo "do criminoso
um objeto d ireto (sem p reposição) e um indire- d esp erdício" funciona como objeto ind ireto d a
to (com p reposição). Nesse sent ido, o termo "do forma verbal "Trat a-se~
arb ítrio e da vio lência do Estado" funciona co- Alternativa B: CORRETA. A oração "o que ela mesma
mo objeto indireto. p roduziu" funciona como objeto d ireto da for-
Alternativa C: CORRETA. O termo "ao longo do t em- ma verbal "consumir: que é transitiva direta.
po: isolado po r vírgulas, é u m termo circuns- Alternativa C: INCORRETA. A estrutu ra "à produ-
tancial indicativo de t empo, e não d e lugar. Co- ção desses mesmos bens e serviço s" está atre·
mo a afirmativa d a p roposição está ERRADA, a fad a à expressão "forem alocados: portanto,
alternativa est á CORRETA. não funciona como objeto d ireto. Observe,
Alternativa D: INCORRETA. A estrutura •entendem- ainda, que a referida expressão está regida de
·se instituições" equivale a "inst ituições são en- preposição.
tend i das~ Isso quer d izer q ue a p rimeira senten- Alternativa D: INCORRETA. A expressão "para as des-
ça está na PASSIVA PRONOMINAL (p resença da pesas púb licas~ apesar de estar atrelad a à for·
PARTÍCULA APASSIVADORA). ma verbal "apelar" não a completa.
Alternativa E: INCORRETA. Na sentença apresenta- Alternativa E: INCORRETA. O termo "os" é um artigo
da, percebe-se a p resença d o verbo de ligação e não se liga ao verbo; ele compõe a sentença
(SÃO). Quando há presença d e VERBO DE LIGA- nominal.
ÇÃO, o PREDICADO ~ NOMINAL. Vale lembrar RESPOSTA:@
que o verbo de ligação indica ESTADO, e não é
significativo.
RESPOSTA:©
Paul<! Barbosa 249
-
s-tt... eov.u-o 00
........,........ lllilllt:: FIARA. posição "de" é obrigatória. Para ficar correta, a
sentença apresentada deveria ser "não esqueça
No noNO MOeCO VOC6 enconl~ '110.0. IOtWe ..c.ckl,
que no nosso espaço ..:· ou "não se esqueça de
MQ~.~r.,çeOC'"
r cfOI'WII. 6.-o. • Oftoer" do -rviclor-1 que no nosso espaço.. ~
Alternativa B: INCORRETA. A expressão "à seu dis-
por• est~ grafada incorretamente, pois, como o
terrno•dtspor" não é uma palavra feminina, não
admite o sinal indicativo de crase.
Disponível em: <https:/lwww.lacdlool<.com/gov.sead. Alttmatin C: INCORRETA. A forma verbal "depara•
pa>.Acessoem: 18ago. 2019. exige a preposição·com~ e nãoa preposíç~o·d~
O correto seria grafar "você se depara com ...".
De acordo com a norma-padrao e as questões Alternativa 0: CORRETA. Na sentença apresentada,
gramaticais que envolvem o perlodo "No nosso a pre poslç~o •sobre" tem o mesmo sentido de
espaço você encontra vfdeos sobre saúde, se- •que dizem respeito a~ Portanto, caberia per-
gurança ocupacional, direitos e deveres do ser· feitamente a substituição proposta, sendo que
vidor!~ assinale a alternativa correta. a forma verbal seria pluralizada por concordar
com •videos· e haveria necessidade do sinal in-
(A) Do ponto de vista da regência, o texto po- dicativo da crase por conta da presença do ar·
deria ser reiniciado corretamente da seguinte tigo definido •as• e da preposição •a: simulta-
maneira: Não tsqut~• do quo no nosso ospaço. neamente.
® A construçao à seu djsooc poderia ser em· Altomativa E: INCORRETA. Não caberia o emprego
pregada logo após a forma verbal "encontra~ de"aonde'; pois seu uso está atrelado a um refe·
pois apresenta correção quanto ao uso do sinal rencial físico e a uma ideia de movimento. Ob-
indicativo de crase. serve: Aonde você está indo com tanta pressa?
© A estrutura você so dopara om está correta re- RESPOSTA:@
lativamente à regência do verbo, logo poderia
substituir a redação "você encontra~
Õl Caso julgasse conveniente, o emissor poderia (IAOES - SEAO·PA- PERITO M!OICO - 2019)
acrescentar, logo após o vocábulo "vídeos': a cons· 41 Observe a imagem da questão anterior.
truç~o que dizem resoeito às seoujntes questões: Considerando a sintaxe da oração •No nosso
saúde. seguranca ocupacional. direitos e deveres espaço você encontra vídeos sobre saúde~ as-
do seryjdor, a qual estaria em conformidade com sinale a alternativa correta.
as regras para o uso do sinal Indicativo de crase.
® O trecho "No nosso espaço você encontra• ® A expressão "No nosso espaço' representa o
poderia ser substituído pela redação Onosso ts· sujeito dessa oração.
paçoó~vocêoncontra,já que nela a forma sub- ® O vocábulo "vídeos" complementa direta-
linhada está empregada corretamente. mente a forma verbal•encontra~
© O pronome ·você· consiste em núcleo do
Em relação ao trecho acima, pode-se classificar ,. DICA DO AUTOR: Estude bastante a diferen-
•••
"vencendo cada etapa, uma de cada vez" sinta· ça existent e entre as orações substantivas e as
ticamente como Oração Subordinada: orações adjetivas.
RESOLUÇAO:
@ Adverbial Consecutiva Reduzida de Gerúndio. Alternativa A: INCORRETA. A oração "que não se
® Adverbial Causal Reduzida de Gerúndio. apaixonou na hora" complet a o verbo transitivo
© Adverbial Condicional Reduzida de Gerúndio. di reto"diz~ Desse modo, não possui função ad-
@ Substantiva Objetiva Direta Reduzida de verbial; possui função subst antiva. Para ser ad·
Gerúndio. verbial final. a oração precisa indicar finalidade.
® Substantiva Subjetiva Reduzida de Gerúndio. Ex.: Estude para que passe.
Alternativa 8: INCORRETA. A oração "que não se
•••
,. DICA DO AUTOR: Questões como essa exigem inter-
apaixonou na hora" completa a forma verbal
"diz". Desse modo, não pode ser um adjetiva
restritiva. Para ser uma adjetiva restritiva, pre-
pretação juntamente com conhecimento sintáti- cisa qualificar o substantivo. Ex.: Comprei livros
co. ~ preciso reconhecer o tipo de oração (subordi- que me ajudarão muito.
nada reduzida) e a ideia que ele introduz no texto.
Paula Barbosa 251
-
•••
© Até mesmo aos mortos (caber) beneficiar·
-nos com os indícios que se gravam em seus
corpos.
~ DICA DO AUTOR: Nas questões de concordan- @ Mesmo que não (vir) a faltar a certos b.2:
cia verbal, localizar o sujeito é fundamental pa· mens um mais que largo tempo de vida, conti·
ra saber se o verbo fica flexionado no singular nua riam se queixando.
ou no plural. Lembre-se de que quem determi· ® (Haver) de melhor aproveitar a vida, é certo,
na se o verbo deve ficar no singular ou no plu· aqueles que não ficarem calculando o tempo
ral é o núcleo do sujeito. que têm para viver.
252 Português
~
•••
DICA DO AUTOR: existem alguns casos de sinal
• A ONU tem como objetivo erradicar a pobre-
za até 2030. (1. 26).
de crase que são pouco coment ados. A referida • temos uma chance considerável de virtual-
questão faz referência a um deles. Fique atento! mente eliminar os males (1. 27 e 28).
RESOLUÇÃO:
Alternativa A: INCORRETA. Observe a frase do enun- I. A ONU tem como objetivo erradicá-la até
ciado: •...todas elas associadas a sensações aluá- 2030.
nantes...~ Perceba que não há sinal indicativo de 11. A ONU tem como objetivo erradicar-lhe até
crase porque o vocábulo "a" está no singular, e 2030.
a palavra feminina está no plural. Isso quer di- 111. Temos uma chance considerável de virtual-
zer que não há na sentença a presença do ar- mente eliminar-los.
tigo, pois, se houvesse, esse artigo concordaria IV. Temos uma chance considerável de virtual-
com o substantivo feminino "sensações". Para a mente eliminar-lhes.
sentença ficar com um t ermo craseado, o termo
feminino ligado ao vocábulo "associadas• deve Desconsiderando-se aspectos relacionados ao
estar no singular. Por conta disso, a frase ~-- as- processo de referenciação dos pronomes nos
sociadas a tudo que é sensação alucinante"não terá respectivos períodos. quais das propostas de
sinal indicativo de crase, pois •tudo• não é uma reescritu ra estão INCORRETAS?
palavra feminina.
Alternativa 8: INCORRETA. Observe a sentença da @ Apenas I e 11.
alternativa: "... associadas a mil sensações alud- ® Apenas 111 e IV.
nantes~ Novamente o vocábulo "a~' não teria si- © Apenas I, 11 e 111.
nal de crase, pois o termo "sensações" continua @ Apenas 11, 111e IV.
no plural. Perceba, inclusive, que o termo "mil* ® l, ll, ll le iV.
não é referencial da sentença; ele apenas modi-
fica o termo "sensações~
Alternativa C: INCORRETA. Novamente, o vocábulo
"a" não teria sinal indicativo de crase, pois o ter-
•••
~ DICA DO AUTOR: a questão mistura sint axe (com-
mo "isto• não é feminino. Observe a sentença:·: .. plementos verbais), uso adequado do pronome
as.sociadas a isto: sensações alucinantes• oblíquo e colocação pronominal. O candidato
Alternativa D: INCORRETA. Na referida alternativa, deve ficar atento a esses três tõpicos. Além dis-
apareceu o artigo indefinido •uma~ Se na sen- so, a questão cobra os itens INCORRETOS.
tença aparece um artigo indefinido, não haverá RESOLUÇÃO:
sinal indicativo de crase, pois não podem apa· Assertiva!: CORRETA. O termo •a pobreza" funciona
recer dois artigos relacionados ao mesmo ter- como OBJETO DIRETO, portanto, deve ser subs-
mo. Observe a sentença: ~ ..associadas a uma sen· tituído pelo pronome oblíquo •a·: Como o ver·
sação aludnante~ bo termina em "R: t al letra seria retirada, e ore-
Alternativa E: CORRETA. Na sentença apresentada ferido pronome varia para •LA". Assim a substi-
na alternativa, haverá sinal indicativo de crase, tuição correta será "ERRADICA-LK
pois aparece uma palavra feminina singular re- Assertiva 11: INCORRETA. A justificativa anterior já
gida pelo termo "associadas•. Observe : ~-- asso- deixa evidente o porquê deste item ser consi-
ciadas a ideia de sensações a lucinant es~ Deve-se es- derado FALSO: o pronome "LHE• não cabe, pois
crever, portanto, ~-- associadas à ideia de sensa- ele funciona como OBJETO INDIRETO.
ções alucinantes~ Assertiva 111: INCORRETA. O correto seria •ELIMINA-
RESPOSTA:@ LOS"; pela mesma explicação do ITEM I. A
254 Português
®
®
que - que - que - que
que - no qual - de quem -que
••
Paula Barbosa 255
1> DICA DO AUTOR: Alguns verbos e nomes pos- Alternativa A: INCORRETA. A forma verbal "convir"
suem regências diferentes. Há situações em está grafada incorretamente; o correto é a for-
que a mudança de regência indica uma mu- ma "convier~ futuro do subjuntivo. Além disso,
dança de sentido da forma verbal. a forma verbal "pedem• deveria estar flexionada
RESOLUÇÃO: no singular, concordando com o ter mo~~'criança~
Alternativa A: INCORRETA. A regência está correta- Alternativa B: INCORRETA. O pronome relativo pre-
mente construída, pois a forma verbal "necessi- posicionado "no qual" está empregado de mo-
tavam• exige a preposição "de~ do equivocado. O contexto não pede a preposi-
Alternativa B: INCORRETA. A regência está correta- ção "em~ Desse modo, o correto é grafa "o qual"
ment e construída, pois o verbo "assistir~ com ou~~'q u e~
ideia de"prestar assistência: não admite prepo- Alternativa C: INCORRETA. O uso de "porque" está
sição. Há preposição "a" quando o mesmo ver- inadequado, haja vist a que tal vocábulo equi-
bo significa "ver, presenciar•. vale a•pela qual: portanto, deve ser grafado se-
Alternativa C: INCORRETA. A forma verbal "obede- parado: "por que~ Além disso, a forma verbal
cer• exige a preposição ·a~ e o adjetivo "alheia" •costumam• deveria estar no singular, concor-
exige também a mesma preposição. Portanto, dando com o termo "razão~ núcleo do sujeit o.
as regências estão corretas. Alternativa D: INCORRETA. A forma verbal "apelam-
Alternativa D: CORRETA. A forma verbal"implica: no ·se" deveria estar empregada no singular, pois
sentido de "resultar~ não admite preposição. não há um sujeito plural que justifique a flexão
Desse modo, a sentença está incorreta quanto plural da referida forma.
à regência. Feita a correção, o fragmento ficará: Alternativa E: CORRETA. O período está totalmente
não manifestar-se, em tempo oportuno, impli- correto no que diz respeito às normas gramati-
ca perda da vaga. cais, incluindo a regência do verbo "abdicar.
RESPOSTA:@ RESPOSTA: @
(~CC- SEGEP·MA- PERI! OMÉDICO- 2018) Es- (PERITO CRIMINAL- ACRE- FUNCAB- 2015) De
51 ta escnta com correçao a frase que se en-
contra em:
52e acordo com os estudos de regência ver-
bal com o padrão culto da língua, o verbo em
"Dependiam eles de milagre~ é:
@ Quando convir, os pais podem satisfazer o
desej o da criança, mas apenas quando pedem @ transitivo direto.
algo compatível com o orçamento familiar. ® transitivo indireto.
® Conquanto possa ser exagerado, é grande © transitivo direto e indireto.
o valor no qual se atribui à capacidade de resi- ® intransitivo.
liência atualmente. ® de ligação.
© A razão porque alguns esmorecem diante
de frustrações costumam ser de cunho pessoal
e independe do meio social.
® Se saber lidar com a frustração é fundamen-
••
1> DICA DO AUTOR: Transitividade verbal é um dos
tal, por vezes apelam-se para desafios intrans- pilares para o aprendizado da análise sintática.
poníveis nas aulas. Vale não "decorar• as classificações sintáticas
® A noção de que aprender a abdicar dos de- dos verbos, pois é possível que verbos, ao mu-
sejos contribui para o amadurecimento está darem de contexto, possuem classificação sin-
disseminada nas sociedades ocidentais. t ática diferente. Na sentença apresentada, per-
ceba que houve uma inversão, e o sujeito "eles"
•••
I> DICA DO AUTOR: A questão traz outros conteúdos
ficou posposto ao verbo.
RESOLUÇÃO:
Alternativa A: INCORRETA. A forma verbal "depen-
que extrapolam o assunto regência, mas vale a diam• exige presença de preposição obrigató-
pena fazê-la para treinamento mais aprofundado. ria, portanto não é transitiva direta. O verbo tran-
RESOLUÇÃO: sitivo direto não exige preposição obrigatória.
256 Português
Alternativa B: CORRETA. A formal verbal dest acada da preposição "a" e do artigo definido •a• ou "as~
exige a presença da preposição "de", portanto, é ao mesmo tempo.
transi1iva indireta. RESOLUÇÃO:
Alternativa C: INCORRETA. Um verbo é transitivo direto Assertiva I: INCORRETA. O uso do artigo se dá devi-
e indireto quando exige dois complementos ver- do à presença do substantivo feminino ·neces-
bais (objeto direto e objeto indiret o). ao mes- s i dades~ e não do adjetivo •urgent es•.
mo tempo. O verbo "depender• não se encaixa Assertiva li: CORRETA. Caso se substitua "mudança•
nesse conceito. para •o ato de mudar~ o sinal de crase desapa-
Alternativa D: INCORRETA. O verbo intransitivo não exi- receria, pois tal expressão é masculina.
ge complemento verbal. Como o verbo empre- Assertiva 111: CORRETA. A expressão "teremos de
gado na sentença é "depender•, não é intransitivo. volta• não admite preposição. Por conta disso,
Alternativa E: INCORRETA. O verbo "depender• não a substituição de "voltaremos" por "teremos de
é de ligação, pois não indica estado: é um verbo volta• modificaria a regência da sentença.
significativo. Os verbos de ligação não são signi- RESPOSTA:@
ficativos, e sua função é de ligar o sujeito ao predi·
'ativo do sujeito.
RESPOSTA:@ (PERITO MÉDICO·lEGAl - SC - lESES - 2017)
54 Observe o emprego ou ausência do si-
nal indicativo de crase nas proposições que se-
SINAL INDICATIVO DE CRASE guem, de acordo com a norma padrão:
@ Apenas I.
® Apenas 11. ~ DICA DO AUTOR: Se você domina as regras do
••
© Apenas 111. sinal indicativo da crase, a questão é simples,
@ Apenas I e 11. pois aplica a teoria, mas tome cuidado com as
® Apenas 11 e 111. inversões feitas nos períodos.
RESOLUÇÃO:
indicativo de crase. pois não possui valor de feminino singular. Sendo assim, o sinal indica-
adjunto adverbial. Funciona como sujeito da tivo de crase será mantido, preservando a cor·
forma verbal "foram mencionadas~ Quanto il reção da questão, como exige o seu enunciado.
segunda ocorrência, está corret a. Alternativa C: INCORRETA. Não se usa sinal de crase
Assertiva 111: CORRETA. O período está correto no antes de termos masculinos. Observe que "um
que diz respeito ao sinal indicativo de crase. desapontamento" é uma expressão masculina.
Observe que na expressão "a situações" não há Alternativa D: INCORRETA. Não se usa sinal de crase
sinal de crase porque o vocábulo •a• é uma pre· ant es de termos masculinos. Observe que "fra·
posição; falta a presença do artigo. cassas"' é masculino.
Assertiva IV: CORRETA. A presença do sinal de crase Alternativa E: INCORRETA. Não se usa sinal indicativo
no pronome demonstrativo ocorre quando há de crase antes de um artigo indefinido, pois não
a presença da preposição antes de •aquele(sl: é possível colocar um artigo indefinido e depois
"aquela(s)~ •aquilo". Perceba que ocorre na sen· um artigo definido. Possuem ideias opostas.
tença apresentada: Não há tal possibilidade (a) RESPOSTA: @
aqueles que queiram se apresentar. Retira-se a
preposição e coloca·se o sinal de crase.
RESPOSTA:@ (PERITO MEDICO - RESENDE·RJ- IBEG - 2016)
56 "Isso mostra o quanto, às vezes, aumen·
ta mos a dimensão de um p rob l ema~
(FCC - 2018 - SEGEP·MA - PERITO M!DICO)
55 A diferença entre os que conseguem e os
que não, para muitos. reside apenas na capacida·
No trecho acima, em relação ao uso do acento
indicativo de crase em ..às vezes~ marque a al-
de de resistir à frustração. (3• parágrafo) ternativa correta.
Sem que se faça nenhuma outra alteração na @ está corret o por se tratar de expressão ad·
frase acima, mantém-se a correção substituin- verbial feminina.
do-se frustração por ® está correto por se tratar da regência do
verbo "mostrar~
@ expectativas frustradas. © está incorreto por se trat ar de expressão ad·
® falta de êxito. verbial feminina.
© um desapont amento. @ está incorreto por se tratar da regência do
@ fracassos. verbo "mostra r~
® uma desilusão. ® está correto por se tratar da regência do
verbo "a u mentar~
••
I> DICA DO AUTOR: O sinal indicativo de crase está ••
atrelado a dois aspectos: palavra femi nina e ter· 1> DICA DO AUTOR: Existem algumas expressões
mo regente exigindo a preposição •a•. Isso re· que possuem sinal indicativo de crase; as mais
solve a questão, pois ela pede apenas para tro· comuns são locuções adverbiais como "às pres·
car o termo "frustração"; as demais estruturas sas, "'às vezes, à tarde, à noite, à direita, à esquerda, às
são mantidas, inclusive o "à". claras, à merc~ de". Existem, ainda, as locuções
RESOLUÇAO: conjuntivas, como "'à medida que, à proporção que...
Alternativa A: INCORRETA. Como a expressão "ex· Priorize esse aspecto da linguagem.
pectativas frustradas• está no plural, o sinal in· RESOLUÇÃO:
dicativo de crase ficaria sem sustentação, pois o Alternativa A: CORRETA. Trata-se de uma lo<u!ão ad·
artigo concorda com o substantivo. Se o subs· verbial feminina, portanto, há sinal indicativo de
tantivo está no plural e o •a• está no singular, crase quando empregada nas sentenças indi·
não há presença de artigo e, portanto, não há cando t empo ou frequência.
sinal de crase. Alternativa 8: INCORRETA. O usa do sinal de crase em
Alternativa B: CORRETA. Como a palavra "frustração" "às vezes• não depende da transitividade do ver-
será substituída por •falta", mant era um termo bo"mostra r~ pois o referido verbo é transitivo direto.
258 Português
Alternativa C: INCORRETA. Para haver sinal indicati- Alternativa D: CORRETA. A lacuna ficaria correta·
vo de crase, é necessária a existência de uma ex- mente preenchida com a expressão "similar à
pressão feminina, portanto é falso dizer que o das mulheres: que significa "similar à respos-
uso está errado por ser uma expressão feminina. ta das mulheres". Observe que o termo "respos-
Alternativa D: INCORRETA. Na sentença, não há re- ta" está implícita porque foi citada anteriormen-
lação entre o emprego do sinal de crase e a re- te no período. Vejamos: "A pesquisa encontrou
gência da forma verba l "mostrar~ um dado curioso: homens com baixos níveis de
Alternativa E: INCORRETA. A forma verbal"aumenta· testosterona tiveram uma resposta imunológi·
mos"' é transitiva direta, não exigindo presença ca melhor a essa medida, similar à [resposta) das
de preposição por conta de sua transitividade. mulheres~
RESPOSTA:@ Alternativa E: INCORRETA. A preposição •ao" não po·
deria ser empregada por causa do termo "res·
posta: feminino.
Leia o seguinte trecho para responder à próxi· RESPOSTA: @
ma questão.
A pesquisa encontrou um dado curioso: ho- (PERITO MÉDICO-LEGAL· POLÍCIA CIVIUAC • FUN·
mens com baixos níveis de testosterona tive-
ram uma resposta imunológica melhor a essa
58 CAB • 2014) De acordo com a gramática
normativa, os termos destacados no fragmento
medida, similar _ _.
"Se apaixonou numa festa em quo foi com o
(PERITO M!DICO·LEGAL · POLICIA CIVIUSP · VU· Valter [...)" podem ser substituídos por:
57 NESP · 2014) A alternativa que completa
corretamente o texto é: ® por quem.
® aque.
@ das mulheres. © naqual.
® as mulheres. @ emcuja.
© com das mulheres. ® à cuj a.
@ a das mulheres.
® ao das mulheres.
••
~ DICA DO AUTOR: Questões de regência que tra-
• ~ DICA DO AUTOR: Alguns verbos admitem mais
de uma preposição; outros são considerados pe-
lo uso popular/cotidiano. Isso não quer dizer que
zem um contexto são mais fáceis de serem re· estejam corretos. O verbo "ir: por exemplo, não
solvidas. No caso da referida questão, basta admite a preposição "em~ Observe, também, o
concluir o pensamento considerando a regên· emprego do pronome oblíquo de modo equivo·
cia do termo "'similar". cado no inicio da sentença. As crônicas admitem
RESOLUÇÃO: esses pequenos desvios da norma padrão até
Alternativa A: INCORRETA. Não é possível completar como modo de simplificar a linguagem.
a lacuna com a expressão "das mulheres• por· RESOLUÇÃO:
que ficaria faltando um elemento fundamental: Alternativa A: INCORRETA. A forma verbal •foi: fle-
a preposição que rege "similar: ou seja, a pre· xão do verbo "ir'; não admit e a preposição "por".
posição"a~ Desse modo, é impossível substituir "em que"
Alternativa B: INCORRETA. Não é possível completar por "por quem". Observe como a sent ença fica·
a lacuna com a expressão "às mulheres• porque ria incorreta:"Se apaixonou numa festa por quem
ficaria faltando o termo indicativo de posse que foi com Valter~
daria coesão ao perfodo. Alternativa B: CORRETA. A forma verbal "foi" admi-
Alternativa C: INCORRETA. A palavra "simila r" não te (e está correto) a preposição ·a~ Desse modo,
pode ser regida pela preposição "com". Des· a sentença ficaria correta se escrita da seguin-
se modo, está incorreto dizer "'similar com as te maneira: "Se apaixonou numa festa a que foi
mulheres". com Valter". Observe: ... foi à festa...
Paula Barbosa 259
Alternativa C: INCORRETA. De acordo com a gramá- conhecimentos sobre emprego da vírgula são
tica normativa, empregar •em" como regência suficientes para responder à questão. Caso con-
do verbo "ir" está incorreto. Por conta disso, n~o trário, aconselhamos revisar o assunto.
se poderia empregar, na sentença apresenta- RESOLUÇÃO:
da, a expre ss~o •na qual~ Observe: ·se apaixo- Alternativa A: INCORRETA. As vírgulas da alternati-
nou numa festa na qual foi com Val ter~ Esse em- va indicam deslocamento de um termo, ou se-
prego se dá na linguagem coloquial, mas n~o t\ ja, quebra a ordem direta no plano sintático.
aceita pela gramática normativa. Alternativa 8: INCORRETA. A vírgula da alt ernati-
Alternativa D: INCORRETA. A expressão •em cuja" es- va indica deslocamento de um termo, ou seja,
taria totalmente incorreta porque o pronome re- quebra a ordem direta no plano sint ático.
lativo •cujo" só pode ser empregado quando há Alternativa C: CORRETA. A vírgula separa termos de
necessidade de relacionar o substantivo ant ece- mesma função sintática em uma sequência.
dente com o substantivo consequente. Como Alternativa D: INCORRETA. As vfrgulas da alternativa
não é o caso, estaria incorreta a sentença. Ob· indicam o deslocament o de um t ermo, ou seja,
serve:"Se apaixonou em cuja festa foi com Valter~ quebra a ordem direta no plano sintático.
Alternativa E: INCORRETA. A expressão "à cuja" tam- Alternativa E: INCORRETA. As vírgulas da alternativa
bt\m estaria incorreta, inclusive por não haver indicam o deslocamento de um termo, ou seja,
sinal indicativo de crase ant es do pronome rela- quebra a ordem direta no plano sintático.
tivo •c uja~ A sentença estaria totalmente incor- RESPOSTA: @
reta. Observe: ·se apaixonou numa festa à cuja
foi com Valter".
RESPOSTA:@ (PERITO MtDICO-LEGAL - POLICIA CIVIUAC -
60 FUNCAB- 2014) A partir do fragmento "Vo-
cê conhece uma pessoa a vida inteira e um dia
PONTUAÇAO nota alguma coisa, um detalhe que nunca tinha
percebido antes [...]: indique a alternativa em
(PERITO MtDICO-LEGAL - POLICIA CIVIL Pl - NU- que a alteração na pontuação conserva o senti-
59 CEPE - 2018) Em apenas uma das sequên-
cias frasais, dispostas nas opções abaixo, a justi-
do expresso no texto.
ficativa para o uso da(s) vírgula(s) difere das de- @ Você, conhece uma pessoa a vida inteira
mais. Assinale-a. e um dia nota alguma coisa, um detalhe, que
nunca tinha percebido antes [...]
@ Instituições, como ensina Douglass North, ® Você conhece uma pessoa a vida inteira e
são regras do jogo..• um dia nota alguma coisa, um detalhe, que,
® No Brasil, entendem-se instituições como res- nunca tinha percebido antes [ ... )
tritas apenas às organizações do setor público. © Você conhece uma pessoa, a vida inteira
© (...) alinhando incentivos para ações de na- e um dia, nota alguma coisa, um detalhe que
tureza política, social ou econômica. nunca tinha percebido antes [...]
@ Um exemplo foi a percepç~o. ao longo do @ Você conhece uma pessoa a vida inteira
tempo, das desvantagens do autoritarismo. e, um dia, nota alguma coisa, um detalhe que
® Da f vieram, no Brasil, o fim do regime mili- nunca tinha percebido antes [...)
tar e as normas do Estado democrático de direi- ® Você conhece, uma pessoa a vida inteira
to nascidas da Constituição de 1988. e um dia nota, alguma coisa, um detalhe que
nunca tinha percebido antes [...]
~
•••
DICA DO AUTOR: Na questão, o candidato de- ••
ve conhecer e saber aplicar as regras do em- ~ DICA DO AUTOR: Termos que quebram a ordem
prego da vírgula. Pontuação e um dos assun- direta da sentença devem ficar isolados por vír-
tos mais complexos da gramática e pressupõe gulas. Caso tais termos sejam explicativos, as
um conhecimento de análise sintática. Obser- vírgulas podem ser substituídas por travessões
ve o enunciado com atenção e verifique se seus ou parênteses.
260 Português
RESOLUÇAO: @ F- F- V- V - F.
Alternativa A: INCORRETA. A vírgula colocada após o @ V-V-F-F-V.
termo "Você" está incorreta, pois separa o sujei-
to da sua respectiva forma verbal. Além disso, o
adjunto adverbial"um dia" deveria estar isolado
por vírgulas porque está deslocado. 1> DICA DO AUTOR: Quando o candidato é obriga-
••
Alternativa B: INCORRETA. Após o termo "que" não do a voltar ao texto, muitas vezes dá a sensação
poderia ser colocada uma vírgula, pois interfe· de perda de tempo. Volte sempre que necessá·
re na sequência direta da oração. ri01 pois a referência feita no texto ajuda na cla-
Alternativa C: INCORRETA. O t ermo "um dia" deveria reza e na busca do gabarit o.
estar isolado por vírgulas porque é um adjun- RESOLUÇÃO:
to adverbial deslocado. Após o termo "int eira" Assertiva 1: FALSA. Observe o fragmento extraído
também não pode ser utilizada a vírgula. do texto: "com bilhões de pessoas prisioneiras
Alternativa D: CORRETA. O período está pontuado de inescapáveis ciclos de guerra, fome e po·
de forma correta. Observe: o termo "um dia" es- breza, com o maior número já visto de crianças
tá entre vírgulas por ser um adjunto adverbial morrendo em decorrência da fome~ As duas
deslocado. Após o termo ·coisa~ há uma vírgula vírgulas não separam adj untos adverbiais: se-
que isola o aposto explicativo "um detalhe que para termos coordenados entre si.
nunca tinha percebido antes". Assertiva 11: FALSA. Observe o fragmento extraí-
Alternativa E: INCORRETA. Colocar uma vírgula após do do texto: "Mas o público acredita no oposto:
o termo "pessoa• é incorreto, pois esta separa a que a pobreza está aumentando~. Os dois pon-
forma verbal '\:onhece" do seu objeto direto. O tos não introduzem uma citação; introduzem
mesmo ocorre com a vírgula colocada após a uma explicação.
forma verbal "nota~ separando-a do objet o di- Assertiva 111: VERDADEIRA. Observe o fragmento extraí-
reto "alguma coisa•. do do texto: "Embora a desigualdade tenha au·
RESPOSTA:@ mentado nos Estados Unidos, a tendência global
é mais an imadora~ A vírgula está marcando odes-
locamento de uma oração adverbial concessiva.
(PERITO MÉDICO-LEGAL- RS- FUNDATEC- 2017) Assertiva IV: VERDADEIRA. Observe o fragmento ex-
61 Verifique as afirmações a seguir, que se
referem ao emprego de pontuação no texto, as-
traído do texto: "Não é verdade!". A exclamação
demonstra a ênfase que o enunciador dá à sen-
sinalando V, se verdadeiras, ou F, se falsas. tença, através do carát er emotivo.
Assertiva V: FALSA. O travessão não foi empregado
( ) As duas vírgulas da línha 2 foram emprega- para introduzir diálogo ou falar de alguém (discur-
das pela mesma razão, separar adjunt os ad· so direto). Observe ofragmento:"Mas, primeiro, fa·
verbiais. çamos uma pausa de um nanossegundo de silên-
) Os dois pontos da linha 30 precedem uma cio para reconhecer os maiores ganhos no bem·
citação de um interlocutor diferente do nar- -estar humano jamais vistos na história de nossa
rador. espécie - não para que isso nos inspire. . :. O tra·
( ) A vírgula da linha 23 assinala uma oração ad- vessão introduz um comentário do enunciador.
verbial deslocada. RESPOSTA: @
( ) O ponto de exclamação da linha 42 denota a
ênfase atribuída pelo narrador ao enunciado.
) O travessão utilizado na linha 48 assinala a (PERITO MÉDICO- RESENDE·RJ- IBEG- 2016)
introdução do discurso direto. 62 "Tal postura vale não só para os estudos,
mas para a vi da~
A ordem correta de preenchiment o dos parên-
teses, de cima para baixo, é: A partir do trecho acima, julgue as proposições
abaixo.
@ V-F-F-V-V.
@ V - F- V - F- F. I. A retirada da vírgula mantém a correção gra-
© F-V-V-V-F. matical.
Paula Barbosa 261
ORTOGRAFIA E ACENTUAÇAO 11. Apenas uma das palavras. sem o acento grá·
fico, ainda se constituiria em vocábulo da
(PERITO MÉDICO-LEGAL - RS - FUNDATEC - lingua portuguesa.
64 2017) Analise as afirmações que seguem,
relativamente aos vocábulos que completam
111. No que tange à classe gramatical, ao retirar-
mos o acento gráfico da palavra nós, ela per-
as lacunas pontilhadas das linhas 5, 29 e 49. maneceria com a mesma classificação.
I. O vocábulo polari_ ação (1. 5) deve ser grafado Quais estão INCORRETAS?
com s, visto tratar-se de um vocábulo cognato de-
rivado de um verbo formado com o sufixo - isar. @ Apenas !.
11. A palavra ab_eta (1. 29) deve ser grafada ® Apenasll.
com g, assim como a palavra abgeção, sen- © Apenas I e 11.
do, portanto, cognatas. @ Apenas 11 e 111.
111. O vocábulo compla_ ência (1. 49) deve ser ® l,lle lll.
grafado com c, visto que se deriva de com-
placente, ambos pertencentes à mesma fa-
mllia etimológica.
._DICA DO AUTOR: a questão exige apenas que ocan·
•
Quais estão corretas? didato possua um conhecimento básico de acen-
tuação e bom senso para avaliar se os vocábulos
@ Apenas I. existem sem os respectivos acentos. Perceba que
® Apenas 11. o enunciado faz alusão aos itens INCORRETOS.
© Apenas 111. RESOLUÇÃO:
@ Apenas I e 11. Assertiva 1: INCORRETA. Observe que o vocábu·
® Apenas 11 e 111 lo "não" é um monossílabo nasalizado. O " til" é
marca de nasalização. e não um acento gráfico
"vossos• está inadequado e deveria ser substi- Alternativa C: CORRETA. A estrutura verbal "é dado"
tuído por "suas". está correta, concordando com o sujeito ora-
A"ernativa B: INCORRETA. O emprego das formas dona! "demonstrar reais qualidades no posto
verbais "informeis" e •estaríeis" está incorret a, de mando"; de igual modo, o termo"ascendeu"
pois o pronome de tratamento exige concor- está grafado corretamente, significando "cres-
dância com a terceira pessoa. cimento".
Alternativa C: INCORRETA. O equívoco da alternativa Alternativa D: INCORRETA. O primeiro termo des-
está relacionado ao fato de se usar "convocada" t acado est á grafado de modo incorreto: trata-
(feminino) e "acompanhado" (ma«:ulino), tendo -se de um substantivo, por isso deve ser escrito
como referência o mesmo termo, Vossa Senhoria. "porquê"; de igual modo, o segundo t ermo de-
Alternativa D: CORRETA. A sentença está correta, pois ve ser "iminência: que significa proximidade, e
utiliza a 3' pessoa para construir a concordância. não "emi nência~
RESPOSTA:@ Alternativa E: INCORRETA. O subjuntivo do verbo
"dispor" é a forma "dispuser"; de igual modo o
pronome "lhe" não pode ser usado como obje-
ASPECTOS DIVERSOS to do verbo trair. Como o verbo trair é transitivo
direto, seu complemento deve ser·o~
(PERITO MÉDICO-LEGISTA- AMAPÁ - FUNDAÇÃO RESPOSTA: @
71 CARLOS CHAGAS - 2017) Está correto o em-
prego de ambos os elementos sublinhados na
frase: (PERITO MÉDICO-LEGISTA - RIO GRANDE DO
••
~ DICA DO AUTOR: o modelo da questão acima reúne
@ Em "Horácio garantia, com certa indigna-
ção, que até o hábil Homero poderia cochilar
[...): as vírgulas são utilizadas para separar um
diversos elementos do programa. A base da ques· aposto explicativo.
tão é o uso adequado dos termos destacados. ® Em "Como saber se a avaliação é boa? Pri-
RESOLUÇÃO: meiro: ela mira no aperfeiçoamento do conhe-
Alternativa A: INCORRETA. O termo "aqueles• não cimento e não em um ataque pessoaL: os dois-
possui sinal de crase na sent ença transcrita; de -pontos são utilizados para introduzir uma sín-
igual modo o termo "onde" está mal-emprega- t ese do que foi dito anteriormente.
do, pois não se refere a lugar físico.
Alternativa B: INCORRETA. O termo correto é "nada a
ver•; ou seja, "nada a ser considerado"; de igual
modo, o termo "constitui" é grafado com "i~ pois
••
~ DICA DO AUTOR: Ao fazer ponte entre itens do
advém de "'constituir''. programa de língua portuguesa, a banca exige
266 Português
uma melhor formação e um preparo mais pro- Alternativa 8: INCORRETA. A forma verbal "deu" está
fundo do candidato. Nesta questão, faz-se alusão corretamente empregada, concordando com o
a concordância,. regência,. pronome e pontuação. sujeito "desmastreio':
RESOLUÇÃO: Alternativa C: INCORRETA. A forma verbal "deu" está
Alternativa A: CORRETA. O emprego do sinal indi- correta tanto na escrita quanto na conj ugação.
cativo de crase ocorre quando há exigência da Alternativa D: INCORRETA. Não há problema de
preposição "a~ exigida pelo antecedente, com o pontuação, pois a sentença não precisa de pau-
artigo definido "a(s): que acompanha o canse- sa marcada por vírgula ou outro sinal qualquer.
quente - palavra feminina. É exatamente isso Alternativa E: CORRETA. O pronome oblíquo "se" es-
que acontece no fragmento transcrito. tá empregado incorretamente. Ele foi coloca·
Alternativa 8: INCORRETA. A forma verbal"nasceu" do depois do verbo (ênclise), mas, como o vo-
não poderia est ar no plural, pois só pode, na cábulo "que" funciona como partícula de atra·
sentença, concordar com "grande parte" ou ção, obriga o uso da pródise, ou seja, colocação
"avanç~ ambos no singular. Quant o ao termo do pronome oblíquo antes do verbo. O correto se·
"liberdades: não funciona como núcleo do su- ria grafar "até que se deu o desmastrelo".
jeito, por estar preposicionado. RESPOSTA: @
Alternativa C: INCORRETA. O pronome relativo "do
qual" não pode ser substituído por "cujo: pois
o pronome "cujo" sempre relaciona substanti- (PERITO CRIMINAL - DF - IADES - 2016) De
vo antecedent e e substantivo consequent e, en-
quanto "o qual" (e variações) refere-se apenas a
74 acordo com a norma·padrão e as ques-
tões gramaticais referentes ao texto, assinale a
antecedente. alternativa correta.
Alternativa D: INCORRETA. As vírgulas estão sendo
empregadas para isolar um termo deslocado (ad- ® Do ponto de vista da regência, as constru-
junto adverbial), não para indicar uma explicação. ções "A sua arma de combate ao crime." e"ligue
Alternativa E: INCORRETA. Os dois pontos emprega- 197 e denuncie" poderiam ser substituídas, res-
dos na sentença não estão introduzindo uma pectivamente, pelas seguintes redações: A sua
síntese; estão introduzindo uma enumeração arma para combater o crime. e Ligue e informe à Polícia
explicativa. Gvil do que você sabe.
RESPOSTA:@ ® Na oração "Não se cale.: o pronome oblíquo
poderia ter sido empregado depois do verbo.
© Caso o vocábulo sublínhado no período
(PERITO MÉDICO-LEGISTA - ACRE - FUNCA8 - "Não é necessário identificação." estivesse de·
73 201S) Na frase, "Ato\ que deu-se o desmas-
treio~ há, de acordo com a norma culta. um pro-
terminado pelo pronome sua, a nova redação
deveria ser Não é necessária sua identificação. Entre·
blema de: tanto, se fosse apenas substituído pelo substan-
tivo identificações, a construção deveria ser Não
@ mau emprego do artigo definido. é ne<essário identificações.
® falt a de concordância adequada. @ Se o termo sublinhado na oração"~ po·
© emprego incorreto de forma verbal. de salvar uma vida~ fosse substituído pela ex-
@ ausência de pontuação correta. pressão Amaior parte de vocês, o verbo "pode" de·
® colocação pronominal inadequada. veria necessariamente passar a ser flexionado
na terceira pessoa do plural.
® Caso o emissor julgasse conveniente, po-
~ DICA DO AUTOR: A questão cobra a regra mais
• deria substituir o período "Sua ligação não se-
rá gravada." por qualquer uma das seguintes re-
estudada de colocação pronominal: a presen- dações: Fique urto de que sua ligação não s.erá grava·
ça de partículas de atração no uso da próclíse. da. ou Tenha certeza que sua ligação não será gravada.
RESOLUÇAO:
Alternativa A: INCORRETA. O artigo definido "o" que
antecede o termo "desmastreio" está emprega-
do corretamente, indicando particularização.
•••
Paula Barbosa 267
1> DICA DO AUTOR: O referido item mistura regras © Não se cale, por que você pode salvar uma
de regência, colocação pronominal e concor- vida .
dância verbal. @ Você pode salvar uma vida, por isso não fi-
RESOLUÇÃO: que hexitoso: denuncie.
Ahornativa A: INCORRETA. A sentença "ligue e informe ® Não se cale: porque assim, você salvará
à Polida Civir contém uma falha no que diz res- uma vida.
peito à regência, haja vista que as formas ver-
bais "ligue" e "informe" podem ter dois comple·
mentos, mas não podem ser ambos preposi-
cionados. Se o primeiro complemento (à Polí-
••
I> DICA DO AUTOR: Como o próprio enunciado co·
cia) possui preposição, o segundo (do que vo- loca, a questão exige conhecimento de pontua-
cê sabe), t em de estar sem preposição. O corre- ção e ortografia. Além disso, o candidato deve
to, portanto, seria: ligue e informe à Policia Civil ficar atento às relações de sentido colocadas
o que você sabe. entre os dois períodos apresent ados.
Alternativa 8: INCORRETA. O pronome oblfquo es- RESOLUÇÃO:
tá corret amente colocado por conta da presen- Alternativa A: CORRETA. As duas sentenças apre·
ça da partrcula de atração "Não". Seria incorreto sentadas estabelecem entre si uma relação de
usar 111Náo cale-se': causa e efeíto/consequência. Desse modo, ha·
Alternativa C: CORRETA. Se o sujeito estiver modi- verá correção e relações de coerência entre as
ficado por artigo, pronome, numeral ou adjeti- ideias na seguinte construção:"Você pode garantir
vo, o predicativo concordará com o sujeito. Ca- a salvação de uma vida, portanto não se cale~
so o sujeito esteja generalizado, o predicativo Alternativa 8: INCORRETA. A forma verbal "haja" per-
também não variará. Desse modo, estão corre- tence ao verbo "have r~ O contexto precisa da
tas as duas çonstruções:"'Não é necessária sua iden· forma verbal ..agir" para manter a coerência. O
tificação" e"Não é necessário identificações". correto seria "aja". Quanto às relações de senti·
Ahernativa D: INCORRETA. Se na frase "Você pode do. elas estariam coerentes.
salvar uma vida ~ o termo"você"for substitufdo Alternativa C: INCORRETA. A forma "por que• está in-
pela expressão Amaior parte de vocês, a forma ver- correta, pois é um conectivo. Desse modo, de-
bal poderá ser flexionada no singular- concor- veria ser grafado "porque". A sentença correta é
dando com o termo "a maior parte" - ou no plu· "Não se cale, porque você pode salvar uma vi-
ral -concordando com o t ermo "vocês~ As duas da".
concordâncias são possíveis e corretas. Alternativa D: INCORRETA. A forma "hexitoso" está
Ahernativa E: INCORRETA. Na sentença •tenha cer· incorreta; o correto seria grafar "hesitosO: adje·
teza que sua ligação não será gravada: há uma tivo derivado de "hesitar~
falha de regência, pois o substantivo "certeza" Alternativa E.: INCORRETA. A pontuação está incor·
exige presença obrigatória da preposição "de". reta: "Não se cale: porque assim, você salvará
O correto seria •tenha certeza de que sua liga· uma vida". Não deveria ter sido colocada a pon·
ção não será gravada~ tuação nem antes do conectivo "porque" e nem
RESPOSTA:© depois do conectivo assim~
RESPOSTA: @
1 · MORFOLOGIA Observe:
Malas sumiram.
1.1 ·CLASSES DE PALAVRAS - VISAOGERAL As minhas duas malas novas sumiram.
Os termos "as": "minhas·: "duas'" e "'novas" mo-
Imaginemos que todas as palavras estives· dificam o sentido do substa ntivo"malas~ Pode·
sem dentro de um só compartimento e houvess ríamos dizer que já não são quaisquer malas,
a necessidade de agrupá-las separadamente, e sim "as minhas duas" e "novas". Vale ressaltar,
considerando as suas características, formas e inclusive, que essas classes concordam, em
funçóes. A cada um desses grupos, com carac· gênero e número, com o substantivo a que se
terísticas semelhantes, deu-se o nome de classe referem e que são dispensáveis à estrutura sin-
gramatical ou classe de palavras. A língua portugue- tática do período.
sa possui dez classes gramaticais, das quais seis
são variáveise quatro são invariáveis. Cada uma
tem sua finalidade, de modo que, se
-
As classes gramaticais se relacionam da se-
guinte maneira : ·~
"-
1. O grupo nominal é formado pelo substantivo
~ Artigo
-
(núcleo da sentença nominal) e pelos seus
o Adjetivo
modificadores: o adjetivo, artigo, numeral e prono- '2
me. Isso significa que estas quatro classes exis· ~ Numeral
'&
tem, de modo geral, para modificar o sentido
do substantivo. São, portanto. chamadas de
"' -.. Pronome Adjetivo
modificadores nominais.
No quadro a seguir, observe a visão geral das
classes gramaticais.
Oasse Fltúo
Substantivo Nomeia seres em geraL Gênero, nUmero, grau.
Artigo Determinante do substantivo, indicando-lhe gênero e número. Gênero, nUmero.
Adjetivo Caracteriza o substantivo, atribuindo-lhe estado ou qualidade. Gênero, nUmero, grau.
lndfca quantidade de substantivos ou a ordem na qual eles se
Numeral Gênero, número.
encontram numa série.
Representa ou acompanha o substantivo, reladonando o 4
-
o advérbio modifica o adjetivo e o próprio
ad vérbio.
Preposição Conectivo de palavras
-...
Ob serve: T•l•fon• s•m fio
a. O navegador partiu.
b. O navegador partiu hoje cedo, apressada- Conjunção Conectivo de orações
mente. Serei apt"ovado, se esludar
c. O navegador partiu muito cedo.
d. O navegador partir muito apressado. Verbo deliga!âo Uga sujeito ao precticado
Os alunos estão ansiosos
Na sentença "b: os termos "hoje~ "cedo" e
"apressadamente" referem-se à ação de ''partir': 4. As int erjeições traduzem no texto ideia de
indicando, respectivamente, as circunstancias emoção, sentimento, sensação.
de tempo, tempo e modo. São, portant o, ad- Observe: "Bravo! Viva! Bis!"
vérbios.
Na sentença "'c~ o termo "'muito" refere-se ao I Observação: A mesma palavra pode ter mais de uma
advérbio "cedo~ indicando intensidade. ~. por- d assificaçâo, ou seja, mais de um valor morfológico.
tanto, um advérbio, já que é o advérbio quem Um vocábulo pode ser, por exemplo, advêrbio e/ou
mod ifica o próprio advérbio. pronome; substantivo et ou adjetivo; adjetivo e/ou
advérbio. Nesse caso. o contexto e o papel que a pa-
Na sentença "d~ o termo "muito" refere-se ao
lavra desempenha na frase deverão ser levados em
adjetivo "apressado~ i ndicando intensidade. ~.
cons i deraç~ o .
portanto, um advérbio, já que o advérbio mo- Observe:
difica o adjetivo. O termo "apressado" é adjetivo "leia mais, meu filho!'"'
porque caracteriza o substantivo"navegador': O termo destacado é um advérbio, pois se refere à
forma verba l " leia~ indicando intensidade.
"leia mais romances, meu filho!"
O termo destacado é um pronome adjetivo inde-
finido, pois se refere ao substantivo "'romances: indi-
cando quantidade vaga e indefinida.
Advérbio
C
1.2 ·GRUPO NOMINAL - PALAVRAS VARIAVEIS
Adje~ivo Como foi colocado anteriormente, o grupo
Modificador verbal nominal é formado pelo substantivo e seus
modificadores (artigo, numeral, adjetivo e
3. As preposições e as conjunções são pala- pronome).
vras de ligação. Metaforicamente falando,
são as pontes que l igam termos e orações, 1.2.1 -Substantivo
respectivamente. Sem a presença delas, as
p alavras e expressões ficariam soltas, frag- t o agrupamento gramatical que dá nome
mentadas. aos seres reais e fictícios, concretos ou abs-
t ratos. Podem ser denominados de sub stant i -
Observe: vos os objetos, os lugares, os grupos de seres,
O café leite ficou a xicara vidro. (fragmentada) as ações, as sensações, os sentimentos, os
O café com leite ficou na xfcara de vidro. fenômenos.
Há uma classificação para os substantivos:
Vale ressalt ar que a presença desses elemen- Simples: possuem apenas um elemento. Ex.:
tos produz a coesão para o texto, ou seja, propor- casa, dinheiro, amor.
270 Português
Ex.: São quatro horas e meia; preciso comer meio mamão. quos, de tratamento.
O numeral •ambos" pode ser colocado anteposto Os pronomes pessoais representam ou substi·
ou posposto ao substantivo.
tuem as pessoas do discurso, de acordo com a função
Os vocábulos últimos, pe-núltimos, anteriOf, posterior,
derradeiro, embora exprimam posição, são considera- sintática que exercem na oração e, no caso dos pronomes
dos adjetivos. de tratamento, de acordo com a posição ou cargo que
ocupam dentro da sociedade.
1.2.5 · Pronome
Pessoal Ololíquo Oblíquo
Roto
Palavra variável que acompanha ou substitui o NúiMfO Atono Tônico
substantivo. Quando acompanha o substantivo, mim,
é chamado de pronome adjetivo; quando substitui 1' singular Eu me
comigo
o substantivo, é chamado de pronome substantivo,
pois exerce as funções do próprio substantivo. 2" singular Tu te ti, contigo
Os p ronomes concordam em gênero e número
com o substantivo a que se referem. 3~ singular Ele (a) se. o, a, lhe si. consigo
Exemplo: Alguns profissionais da vila encon-
traram motivos para produzirem um discurso 1* plural Nôs nos conosco
mais agressivo, entretanto eles não consegui-
ram o apoio dos moradores. 2• plural Vós vos convosco
Vale frisar que os pronomes substantivos
são frequentemente utilizados, pois evitam as se, os, as.
3* plural Eles (as) si, consigo
repetições dentro do texto. Tal fator garante o lhes
que chamamos de coesão textual.
1.2.5.1.1.1 -Funções sintáticas dos
I Observa1io:
pronomes retos e oblíquos
1. Os pronomes indicam as pessoas gramaticais d o
discurso: a 1-l pessoa é quem fala; a 2.s pessoa é
com quem se fala; a 3~ pessoa é de quem (ou do Os pronomes pessoais do caso reto exercem,
que) se fala. geralmente, função de sujeito ou de predicativo do
2. Em determinadas s ituaç~s. os pronomes po- sujeito da oração.
dem substituir um enunciado, uma sentença, re- Os pronomes do caso oblíquo exercem, ge-
tomando o que já foi colocado antes. Perceba o ralmente, função de complemento verbal, ou seja,
fragmento a seguir; "O homem é um ser racional.
objeto direto ou objeto indireto.
Isso faz com que ele pense antes de agir." O pro-
nome em destaque não substitui o substantivo
"homem": ele substitui a sentença "o homem é um Observe:
ser raci onal ~ Nesse caso, dfzemos que é um rtcurso Nós vimos ela no elevador, mas ela não nos viu.
anaf6rico, pois retoma uma ideia. (Incorreto)
3. Os pronomes relativos constituem uma categoria Nós a vimos no elevador, mas ela não nos viu.
de rtJação, pois funcionam como conectivo oradonal. (Correto)
introduzindo as ora~ôesadjetivas. Tais pronomes são
extremamente importantes e aparecem constan-
temente em provas de concurso. Esse tópico será Considerações importantes sobre os pronomes pes·
detalhado na classificação dos pronomes. soais retos e oblíquos:
a. Os pronomes o blíquos "'o, a, os, as" exercem
1.2.5.1 -Classificação do pronome função sintática de objeto direto, ou sej a, eles
substituem o complemento verbal referente ~
Existem seis categorias de pronomes: pes- 3• pessoa do singular ou do plural, sem prepo-
soais.~ possessivos, demonstrativos, relativos, indefinidos sição obrigatória.
e interTOgativos. Observe: Não conquistaram o prêmio ambicio-
nado = Não o conquistaram.
1.2.5.1.1 -Pronomes Pessoais
b. Os oblíquos "lhe, lhes· funcionam, normal-
Os pronomes pessoais podem ser retos, oblí- mente como objeto indireto, pois represent am o
m Português
Como o nome já diz, os pronomes possessi- São pronomes que retomam o termo antece-
vos normalmente indicam posse. Concordam, dente (substantivo ou com função de substanti-
em pessoa, com o possuidor, e em gênero e vo) e o projetam na oração consequente. Tal ora-
número, com o ser possuído. ção é sempre adjetiva. Desse modo, vale ressaltar
Observe: que todo pronome relativo introduz uma oração adjetiva
Levei minhas roupas para a lavanderia. (restritiva ou explicativa).
1• pessoa= possuidor•eu"; Observe:
Feminino/Plural = possuído "roupas~ As propostas que os candidatos fizeram não
serão benéficas aos funcionMios públicos.
I Obsorvalio: O período está constituído por duas orações:
1. Além de indicação de posse. os pronomes posses- 1" As propostas não serão benéficas aos funcio-
sivos podem indicar afetividade, ofensa, cãlculo aproxi· nários públicos.
mado.
2• Os candidatos fizeram as propostas.
Sai daqui, seu tolo!
Minha senhora. por favor, ouça o que estamos di· O pronome destacado refere-se ao substan-
:endo... tivo antecedente "propostas" e o projeta na
Ele deve ter hoje st-us 70 anos. oração consequente (adjetiva). Vale frisar que
2. O pronome .stu e usado como redução da forma de a ocorrência do pronome relativo impede uma
tratamento senhor. repetição, portanto ele funciona como elemen-
Seu João estã meio adoentado. to de coesão textual.
3. Quando o sujeito está fa:endo referência a partes
Principaispronomes relativos:
do próprio corpo, não precisa usar os pronomes
possessivos.
Que, quem, o qual, a qual, os quais, as quais, onde,
Estou com dores no pé. quanto (precedido de "tudo''): referem-se ao
4. Conforme citado anteriormente, os obliquos po- substantivo antecedente.
dem introduz_ir ideia de posse; são oblíquos com Cujo, ruja, cujos, cujas: relaciona o substantivo
função pos.sessiva. antecedente e o substantívo consequente, con-
Tiraram-nos a fé. = Tiraram a nossa fé. cordando em gênero e o número com o conse-
quente. Funciona como relativo e possessivo ao
1.2.5. 1.3 - Pronomes demonstrativos
mesmo tempo.
Os pronomes demonstrativos localizam os I ObservaçAo: Qvando o referencial não indicar lugar, o
seres no espaço e no tempo, utilizando como pronome "onde"' não pode ser usado; deve-se, então,
274 Português
Ele Ama Ame você Que ele ame Não ame você
Nós Amamos Amemos nós Que nós amemos Não amemos nós
Vós Amais Amai vós Que vós ameis Não ameis vós
Eles Amam Amem vocês Que eles amem Não amem vocês
276 Português
Não confunda as formas verbais decorrentes dos verbos "ver• e "vir~ A tabela abaixo apresenta as
formas de todos os tempos simples (1• pessoa). Logicamente, as demais pessoas serão formadas a
partir do acréscimo da desinência de pessoa e número.
Derivados do verbo pôr: compor, depor, re- O verbo reaver: que significa "ter de volta" -
por, recompor, interpor, supor, propor, expor, deriva do verbo haver, mas só existe quando
a forma do verbo haver possui a letra ·v~ Isso
transpor...
Observe: eu ponho - eu transponho - eu in· quer dizer que não existem todas as formas
verbais do verbo "rea ver·~ ou seja, ele se cons-
terponho I se eu pusesse - se eu transpusesse
-se eu interpusesse. titui em um verbo defectivo.
Paula Barbosa zn
Vejamos a tabela construída abaixo: de "formas nominais" porque podem assumir
papel de "substantivo~ "adjetivo• ou "a dvérbio~
Hawer Reawer Infinitivo: Exprime a significação de maneira
Houve Reouve imprecisa, indefinida. O infinitivo pessoal é con·
jugado de acordo com as pessoas do discurso.
Há não existe Normalmente, aproxima·se do substantivo.
"É predso amar as pessoas ..." (Renato Russo)
O verbo "requerer" - que significa "solicitar~ Gerúndio: Expressa um processo em curso ou
"pedir"· não deriva de "querer". Na verdade, prolongado. Desempenha, normalmente, as
ele possui conjugação própria e, exceto na 1• funções do advérbio, embora possa também
pessoa do singular do presente do indicativo desempenhar o papel do adjetivo. Possui a ter-
e do presente do subjuntivo, o verbo requerer minação -NDO.
é regular, ou seja, mantém o mesmo radiçal. "Caminhando e cantando e seguindo a canção..:·
Observe: (Geraldo Vandré)
Presente do indicativo: eu requeiro Partidplo: Expressa o processo concluído,
Presente do subjuntivo: que eu requeira completo. Possui as características do adjetivo.
Pode, inclusive, aparecer na forma masculina
Verbos terminados em -EAR ou feminina.
Os verbos terminados em - EAR têm um de· "Então tá combinado, é quase nada .. ~ (Caetano
talhe na conj ugação que foge à normalidade. Veloso)
Eles ganham "I~ no presente (indicativo e sub·
juntivo), exceto na 1• e na 2• pessoas do plural 1.3.5 ·Vozes verbais
(nós / vós).
Observe: Os verbos também variam quanto à voz.
As vozes do verbo estão atreladas ao compor-
Pentear tamento do sujeito diante de uma ação verbal.
Presente Indicativo: penteio, penteias, pen- O sujeito pode aparecer de três maneiras dife·
teia, penteamos, penteais, penteiam. rentes: ele pode praticar a ação verbal; pode
Presente Subiuntivo: que eu penteie, que tu sofrer a ação, ou seja, ser o alvo da ação verbal e
penteies, que ele penteie, que nós penteemos, pode praticar e sofrer a ação ao mesmo tempo.
que vós penteeis, que eles penteiem. A depender desse comportamento, a voz pode·
rá ser ativa, passiva ou reflexiva, respectivamente.
Verbos terminados em -lAR
Os verbos terminados em -lAR (copiar, anun· 1.3.5.1 · Voz ativa
dar. saciar, criar, premiar, va ria r.~} são regulares,
ou seja, não sofrem alteração em seus radicais. O sujeito é agente da ação verbal, isto é, pra-
Existem, entretanto, alguns verbos que fogem tica a ação expressa pelo verbo.
a esse comportamento: mediar (e o derivado
""intermediar"), ansiar, remediar, incendiar e Observe:
odiar, "ganham" no presente do indicativo e do
subj untivo, exceto na 1• e 2• pessoas do plural. Os operários construJram otd, do.
lndicatiyo· mediar -+ medeio, medeias, me- t t objeto direto
deia, mediamos, mediais, medeiam. sujeito agente ação
(paciente)
Subjuntivo: mediar ~ que eu medeie, que tu
medeies, que ele medeie, que nós mediemos, que
vós medieis, que eles medeiem.
Oa. ista está fl; ando a<r·
objeto direto
sujeito agente ação
(paciente)
1.3.4 • Fonnas nominais dos verbos
Po~dab dmm estarchf ando ao morro.
Caracterizam-se por não poderem expressar o
tempo nem o modo do verbo. Tais ideias estarão sujeito agente ação
sempre atreladas ao contexto. Recebem o nome
278 Português
Acena pe4o artista. I Observação: Para existir a voz reflexin, faz·se obrigató-
ria a presença da partícula se, pois é essa presença que
sujeito agente da faz o sujeito ser oagente e o padente da ação verbal.
a-ção Ex.: O pequeno torcedor st machucou brincando
paciente passiva
como ídolo.
A voz passiva pode ser classificada de duas Para transformar voz ativa em voz passiva,
maneiras: analltica e slntt!tlca (pronominal). sem modificar o sentido da frase, é preciso agir
da seguinte forma: o objeto direto da voz ativa
1.3.5.2.1.1 ·Voz passiva analítica toma·se suj eito da voz passiva; o sujeito da voz
ativa torna-se agente da passiva.
Formada pela presença do verbo auxiliar Observe:
·sER"+ particípio do verbo principal. Vale lem-
brar que o verbo auxiliar assume o tempo e o Voz Ativa
modo da ação expressa pelo verbo. Opowo baiano elegeu o prefeito.
Observe:
O time deverá serproparado pela comissão té<:niC<J. Sujeito da Ativa Objeto Direto
As conjunções possuem duas classificações: Traga todo o material disponível, pois o prazo
coordenativas e subordinativas. Para compreendê- está expirando.
-las, não é necessário decorá-las, e sim perce-
ber a lógica da utilização delas nas estruturas 1.3.7.2.2- Conjunções subordinativas
sintáticas.
As conjunções subordinativas introduzem
1.3.7.2.1 - Conjunções coordenativas orações sintaticamente dependentes. Existe
um bloco de conjunções subordinativas que
As conjunções e locuções coordenativas po- possui valor semântico e introduz as orações
dem ser classificadas em cinco tipos. Entretanto que indicam circunstância {orações adverbiais).
o que interessa mesmo é o valor semântico que Há, entretanto, uma categoria formada por
elas incorporam ao contexto. A classificação conj unções sem valor semântico e que intro-
das conj unções coordenativas está diretamen- duz as orações substantivas. São as conjunções
te ligada à ideia que elas introduzem na oração. integrantes.
Lembram-se de que as conjunções coordena- Observe:
tivas não ligam orações com dependência sin· Ele ficou completamente surpreso quando a
tática, ou seja. cada oração possui seus termos ex-mulher apareceu na festa.
sintáticos e uma oração não exerce fu nção sin- Como ele não esperava a presença da mãe na
tática em relação à outra. festa, ficou completamente surpreso.
No 1° período, o conectivo destacado indica,
5. Aditivas: introduzem ide ia de adição, inclusão, na oração que introduz, tempo. Estamos diante,
acréscimo, soma. Os principais conectivos portanto, de uma <onjunçâo subordinativa temporal.
são: e, nem, mas também, como também etc. No 2• período, o conectivo destacado indica, na
Todos discutem e saem chateados da reunião. oração que introduz, causa. Estamos diante, por-
6. Adversativas: introduzem ide ia de contraste, tanto, de uma conjun1ão subordinativa cau~l.
ressalva, oposição. compensação. restrição. Agora observe:
Os principais conectivos são: mas, entretan- Os candidatos desejam que os eleitores votem
to, todavia, no entanto, porém,. contudo etc. nas próximas eleições.
Todos discutem, entretanto encontram solu- A oração "que os eleitores votem nas próxi-
ções para os problemas. mas eleições" exerce função de objeto di reto
da oração principal. Perceba que o conectivo
I Obsenaçáo: O conectivo *e~ normalmente, aparece "que" é uma conjunção que não introduz qual-
introduzindo ideia de adição ou acréscimo. Há, entre- quer valor semântico, entretanto integra duas
tanto, a ocorrência desse conectivo indicando oposi-
ção ou contraste. Nesse caso. ele equivalerá a "'mu" e
orações que se completam. Estamos diante,
haverá uma "quebra de expectativa·: portanto, de uma conjun1ão integrante.
Observe:
O time jogou muito bem, e perdeu o jogo. I Observação: Existem alguns verbos que também
nasceram para criar conexão, servir de ponte, produ·
7. Alternativas: relacionam ideias que se excluem zir relaç3o: são os verbos de ligação. Tais verbos não
indicam ação, indicam estado, ligam o sujeito ao pre-
ou se alternam. Os principais conectivos são:
dicativo do sujeito e serão estudados no item predi·
ou._ou, ora...ora, já ...já, quer...quer etc.
cação verbal (transitividade).
O prefeito aceitará a proposta ou terá o man- Observe-:Aiguns advogados da prefeitura estão
dato cassado. infelizes.
8. Conclusivas: introduzem uma conclusão em re- A forma verbal ··estão'.liga o sujeito (alguns advo-
lação~ primeira oração. Os principais conec- gados da prefeitura) ao predicativo do sujeito (infe-
tivos são: logo, portanto, por conseguinte, lizes).
pois etc.
O time fez boas contratações, portanto lutará
pelo tftulo.
9. Explicativas: introduzem uma j ustificativa em
relação à primeira oração. Os principais co-
nectivos são: pois, porque, que etc.
Paula Barbosa 281
=,:==Qu
~ adro dt dassifi<IÇão das wbonlinativas com valor drtUnstanciai
Classificação Conjunções elocuções Conjuntívas Exemplos
Porque, visto que, como, jã que. Como ninguém reclamou, cortaremos o abono sa-
Causais
sendo que, etc. larial.
Embora, mesmo que, apesar de que,
Concessivas Ainda que estejamos tristes. faremos a festa.
ainda que, por mais que.
Que (antecedido de tat tão, tanto,
Consecutjvas Dormiu tanto que perdeu o horário.
tamanho), de modo que, etc.
Se, caso, contanto que, desde que,
Se todosdesempenharem suas funções. não have·
Condicionais uma vez que (essas últimas devem
rá problema de produção.
apresentar verbo no subjuntivo).
Como, tal qual, mais... que, menos...
Comparativas Aquele jovem age como um selvagem.
que etc.
Como, conforme, segundo, consoan- Conforme ficou decidido, não haverá expediente
Conformativas
te, assim como etc. amanhã.
Para que, a fim de que, q ue= para
Finais Parei aqui para que resolvamos as pendências.
que.
Proporcionais
À medida que, á proporção que, Amtdida que eu estudo, fico mais preparado para
quanto mais, quanto menos etc. a prova.
Quando, assim que, logo que, sempre
Temporais logo que eu cheguei, fui convidado a sair.
que, mal etc.
t
VI
SE
VL
- •
VTI
a. Verbos Ind icando fenômenos naturais, no
sentido denotativo.
•
Nioidmite
P<-do con>-
•
lnclóu.mdol
Liga o w jelto .o
•
Ex~gt Pff10nǕ
do
comP'emerlto
"Esú dlovondo muito no interior de São Paulo~
Vale observar que, quando são utollzados no
sentido figurado, tais verbos passam a ser pes-
soais, ou seja, passam a ter sujeito.
plecamento worbaJ p<edlcado w !Wt preposido·
(0.0./0.IJ nado(OJ) "Choveram obietos no camoo, com a derrota
do time." St~jeho
"Faz dez anos que viajei para a Europa./Está Os produtores de soja chegaram t ristos ~ reu-
fazendo muito calor agora:· nião. (•tristes" = predicativo do sujeito introdu·
"São 15 horas de viagem)Oevem ser dez horas." zido através de verbo intransitivo).
Os predicativos são termos que expressam um estado, Verbo trans"ivo dir•to: exige complemento sem
uma característica ou uma qualidade. Quando o pre- preposição obrigatória (objeto direto).
dicativo está fazendo referência ao sujeito, ele Observe: Durante esta semana, os postos de
é chamado de predicativo do suje"o; quando est~ saúde farão palestras de conscientização do pú·
fazendo referência ao objeto, ele é chamado de blico de baixa renda.
predicativo do objeto.
Verbo transitivo indireto: exige complemento com
Predicativo do sujeito: é uma característica atri- preposição obrigatória.
buída ao sujeito, através de um verbo de liga· Observe: Durante esta semana, os postos de
ção ou de um verbo significativo (transitivo ou saúde predsarão de funcionários extras para apli·
intransitivo). car vacinas.
Observe:
Os produtores de soja estão tristes. ("tristes• = Verbo transitivo direto e indir•to: exige dois com-
predicativo do sujeito) plementos: um preposicionado (objeto indire·
to) e outro sem preposição (objeto direto).
Paula Barbosa 285
O jomalista foi favorável osusPfl'São ~matéria. I Obstrv~JÇio: O aposto é uma função sintátJca muito
atrelada ao assunto pont~o. O aposto exphcahvo
Estivemos perto da prisão elo ma~inol.
aparece entre vírgulas.. trayessôes ou parênteses. O
aposto enumerativo costuma aparecer após a uhhz.a ~
Adjunto adnominal: Os adjuntos adnominais ção de dois pontos.
sáo termos que modificam, determinando ou
caracterizando, o substantivo. O artigo, o nume- ü~o: Lula, presidente da República por duas
ral e o pronome adjetívo funcionam como adjunto vem, poderá candidatar-se novamente.
adnominal. O adjetivo, conforme já foi visto, pode Enumeratjyo: As pessoas desejam basica·
funcionar como adjunto adnomlnal ou como mente duas coisas: fellddadee amor.
prtdi<atÍ'IO. R.e.wmjtjvo ou recapjty!atjyo: Planos. emen·
Observe: das, decretos. nado melhora o Brasil.
Os ~ cloi.s funcionários hontst., resolveram ~tatill.o: O rio Amozonas é importantíssi·
mtu problema. mo para o Brasil.
O adjunto adnominal também pode ser
representado por uma lo<uçio adjetiva, ou seja, Vocativo: Termo que independe do restante
uma expressão preposicionada que modifica o da estrutura sintática da frase, pois não man·
sentido do substantivo. Nesse caso especifico, é tém relaçao sintática com outros termos den-
necessário considerar alguns detalhes. tro da oraçao. Seu papel é ind icar chamamento,
Quando a expressão preposicionada se refe- interpelação de alguém real ou imaginário, pre-
rir ao substantivo concreto, funcionará como adjun· sente ou ausente. Pode aparecer em qualquer
toadnomlnol. ponto da sentença e dOYe sempre ser isolodo por
"Os alunos do interior fizeram exercidos de fixa- rirgulas ou, a depender do tom que se queira imprimir
çio hoje.· na esoito, udomaçh.
Observe:
Adjunto adnominal X complemento nominal: ~ "Pai, afasta de mim este cálice• (Chico Suar-
necessário diferenciar adjunto adnomlnal de que)
complemento nominal, pois os dois podem
aparecer se referindo ao substantivo abstrato. I Observaçio: A pontuação é fundamental para d&-
terminar a função sintática de dete·rminados termos
TEORIZANDO... dentro da oraçâo t evitar confusões.
Se o termo preposicionado se referir ao subs· Observe:
tantivo obstrato, será adjunto adnomlnol se funcio-
...,,,.n.,
Mario, • t..ndenit'A di faltou hoje.
Mario, a funcionirta da secretaria faltou hoje.
nar como agente (J)ossuiclor) ~ oçio nominal; será Na 1• sentença, '"Mam.· e •a fundonána da secre·
complmtnto nominal se funcionar como pKi~te tana· são a me-sma pessoa. A expressão entre virou·
(oivo) da oçio nominal. las funciona corno lpMto n:plicatito. Na 2.. sente-nça.
'"Maria" é a intertocutora;"a funcionária da secretaria"
S.,_ bpmoit AfO'd"oo é o sujeito da sentença. São, portanto, duas pessoas
diferentes.
llldnto ~sldlftiN hdooto!
Agente
Amor de mãe (a mãe ama) 2.1 - SINTAXE DAS ORAÇ0ES: PER(OOO COMPOSTO
(A.AON.)
à mãe Paciente O perlodo composto é constituído por mais de
Amo<
(a m.le é amado) (C.N.) u.m11 oração.
"Mencionei o seu nome, entretanto não
Aposto: O aposto é um termo acessóroo amplia, houve reação". (periodo composto constitui-
explica, desenvolve ou resume outro termo, ge- do por duas orações).
ralmenle de valor substantivo. Existem alguns No período composto, é necessário obser-
tipos de aposto, mas os que mais aparecem no var as relações existentes entre as orações.
estudo normativo são o aposto explicativo e o Dessa observaçao e análise, surgirão os con·
aposto enumerativo. ceitos de dependência e independência sin-
"Castro Alves, o pO<!ta dos escravos, nasceu em tática (subordinação e coordenação).
Salvador:•
Paula Barbosa 287
O homem, que é mortal, deseja sempre a 2.3 · Morfossintaxe dos vocábulos "que" e "se"
imortalidade.
O homem - que é mortal - deseja sempre a Os vocábulos'que•e•se'possuem uma série
imortalidade. de funções morfológicas e sintáticas. ~ preciso
O homem (que é mortal) deseja sempre a analisá-las cuidadosamente.
imortalidade. Organizaremos nas tabelas a seguir as fun·
ções do vocábulo 'que• e "se".
Exem los
Várias
Substantivo Acentua-se graficamente. Esse jovem tem um quê de beleza.
funções
Pronome Várias Acentuado no final da frase; Não mo- Que ocorreu com seu rosto? Confias
Interrogativo funções difica o substantivo. em quª?
Pronome Várias Acentua-se graficamente. Traz à sen~
Parou e anunciou não sei bem o quê.
Indefinido funções tença um sentido vago.
Pronome
Adjunto
Indefinido Equivale a quanto (s), quanta (s) Que dia difícil!
Adnominal
Adjetivo
Para descobrir a função sintática,
Pronome Várias basta coloGar no lugar do pronome Ela comprou o carro que queria.
Relativo funções relativo o substantivo que estâ sendo Eu vi o carro que quebrou.
substituído.
Adjunto
Advérbio Indica intensidade Que lindo!!!
Abverbial
Preposição Não possui Equivale a DE Tenho que sair agora.
Interjeição Não possui Quê?! Não acredito.
Não possui Adversativa (=mas) Outro que não Pedro será premiado!
Conjunção
Coordenativa Que fique , que vil, não mudarei de
Não possui Alternativa (=ou)
ideia.
Explicativa (=porque) - 1" oração
Não possui Pare, que vocé não vai me convencer.
com verbo indicando ORDEM.
Não possui Integrante Eu desejo que você seja feliz.
Não possui Causal(= porque) Não vou chorar:. que tudo vai passar.
Não possui Consecutiva Comeu tanto que passou mal.
Não possui Condicional Que fizesse diferente, mudaria algo?
Conjunção O meu desej o foi maior que meu
Não possui Comparativa
Subordinativa esforço.
Não possui Conrormativa Que tenham me dito, nada houve.
Não possui Concessiva Chovendo que esteja, irei à ptaia.
Não possui Final Rezo que você consiga vencer.
Não possui Temporal Passou uma semana que ele partiu.
Partfcula
Pode ser retirado sem qualquerimpli·
expletiva ou Não possui Que Deus te acompanhe, meu filho!
cação sintática ou semântica.
de realce
Paula Barbosa 291
I Obs.e:rva(ão: Quando o 1° pronome estã n o sin gular, Quando a regência está atrelada ao substan·
o vetbo fica no singular.
Observe:
tivo, adjetivo, é chamada de regênda nominal.
Qual de n ós irá ao dnema, amanh ã? Quando a regência está atrelada ao verbo, é
Quem de vocês pegou o liv-ro n a mesa? chamada de regência verbal.
A regência é o mesmo que dependência, su· Os pronomes relativos podem aparecer re·
bordinação. Desse modo, a sint axe de regência gidos de preposição. Tal situação será sempre
faz referência âs relações de dependência que determinada pela estrutura da oração adjetiva:
as palavras mantêm na oração. a oração na qual o pronome está inserido.
Observe:
O menino tirou a nota.
294 Português
Observe a oração intercalada: cativa de que a frase ainda não foi concluída.
A vida, disse o homem sentado amesa, é bela! Podem ser empregados nos seguintes casos:
A vída- disse o homem sentado à mesa - é bela! Introduzir uma citação.
A vida (disse o homem sentado à mesa) é bela! Introduzir uma enumeração ou uma enume-
Observe o termo explicativo: ração explicativa.
Aqueles políticos, frequentadores assíduos dos Introduzir um esclarecimento ou uma conse-
grandes eventos sodais, não se preocupam com os quéncia do que j á foi anunciado.
interesses do povo.
Aqueles políticos - frequentadores assíduos dos 6.S- EMPREGO DE RETICÊNCIAS
grandes eventos sociais - não se preocupam com
os interesses do povo. As reticências costumam marcar a interrup-
Aqueles políticos (frequentadores assíduos dos ção da frase, trazendo possibilidades semânti-
grandes eventos sociais) não se preocupam com os cas. As reticências podem indicar:
interesses do povo. Dúvida ou hesitação ou timidez na fala.
Utilizadas simultaneamente com asaspas, in-
6.2 · EMPREGO 00 PONTO·E·VfRGULA dicam ironia.
Quando colocadas entre parênteses, no meio
O ponto-e-vírgula marca uma pausa mais longa de um texto, indicam uma supressão de um
do que a vlrgula e mais breve do que o ponto. trecho.
Não determina final de período.
Separa orações coordenadas, quando as con· 6.6 · EMPREGO DAS ASPAS
junções conclusivas e adversativas estão in-
seridas na oração sindética. As aspas normalmente são utilizadas para
Separar os pensamentos independentes, transcrição de citações, mas ganharam impor-
coordenados entre si mesmos. tância como um recurso que pode ser utilizado
Também é usado no final de cada item de uma enu- na construção de sentido no texto. Elas podem
meração. ser usadas para:
Enfatizar termos que não são peculiares alin-
6.3 · EMPREGO OAViRGULA guagem normal (estrangeirismos, neologis-
mos, gírias etc).
A vírgula é o sinal de pontuação com o maior Acentuar o valor significativo ou irônico de
número de atribuições. Faremos uma relação uma palavra.
das principais funções da vírgula.
No interior da oração, serve para: 6.7- EMPREGO DOS TRAVESSÕES
7 · ORTOGRAFIA
Algumas p alavras trazem dúvidas quanto ao seu emprego dentro do texto. Nesse caso é impor·
tante ficar at ento.
Exemplo
Porque Conjunção causal; equivale a pois Não irei à easa do meu irmão porque estou cansado.
Porque Constituido pela preposição por + o pro~ N'1;1 o se'1porque voc''=' me trata t'c::~ o mal,
nome relativo ou interrogativo que
Porqué
e um substantivo. Aparece precedido de
modificador. Fale logo seus porquis e vamos acabar com isso.
Exemplo
Advérbio de modo; conj unção temporal (logo M.al cheguei. meu pai me chamou .
Mal
que); substantivo (vatlável). Hoje estou muito mal.
Mau Adj etivo (variável} Homem mau esse que veio até aqui nos ofendi!r.
Forma do presente do verbo hav.r. indicativo de Hã problemas sérios que precisamos resolver.
Há
tempo passado (faz) H' d ias que n~o o vejo.
úemplo
Aonde Indica lugar físico; ideia de movimento. Aonde você foi ontem à noite?
Conjunção adversativa; introduz ideia de oposi· Todos reclamaram muito, mas ninguém se re·
Mas
ção ou contraste. tirou.
Más Adj etivo, plural de mâ. Refere-se ao substantivo. Mulheres mis não cuidam bem dos seus filhos.
10 ·LINGUAGEM FIGURADA
Eumplo
Atribuir característic-as, ações ou senti- "'O vento beija meus cabelos; as ondas lambem
Personificação
mentos humanos a seres inanimados. minhas pernas; o sol abraça o meu corpo:"
Ironia Sugerir o contrário do que se diz. Este pafs está repleto de gente "honesta·:..
Maas presente no
cotedtano
Reportagens, con·
vei'S.as. propagandas,
Presença de gMtOS, sim-
bolos, sons. 1magens
r
Noite
Denota
- Escurid.lo
Finatdodta
discursos
L Conota +
Desânimo. dor
Tristeza, angustia
Imobilismo, morte
Torto nlo-lltlfário
Plurisslgnlficaç.lo lnformaçlo
12 ·COR RESPONDÊNCIA OFICIAL
Retrato ~notat•vo da
Roer~~ da realidade reahd6de Correspondência oficial e a comunicaçao
oficial feita entre um eKpedidor e um receptor,
ReproduçAo da
Connrução linguiS1ica na qual pelo menos um deles represente um
linguagem
órgão da Administração Pública. Há uma série
EmoçAo/Criatividade Raciocício/lntelecto de normas que devem ser respeitadas, padro·
nizando a elaboração dos documentos oficiais.
I Obstrvaçio: Em determinadas construções, é possl· A correspondência oficial pode ser interna, isto
vel fazer uma interpretação tanto empregando o sen- é, transitar dentro da própria instituição, ou
tido figurado como o sentido informativo. externo, isto é, efetuada entre a autoridade de
determinada instituição e outra autoridade de
Observe o quadro a seguir. outra instituiç~o.
<aracttristiuos de um doaomentoofiá.tl:
"Se a noite não caísse lmpessoalidado;
Que seria dos lampiões?" Uso do padrão culto de linguagem, ou seja,
(Oswald de Andrade) obediência às normas gramaticais;
Denota Noite • escuridão Clareza, concisão;
Autor
Lampião •luz artificial Formalidade e uniformidade.
Noite~
~
obscurantismo. ignorAncla
A Constituição dispõe, no artigo 37: •A odml-
nisrroçoo público dtrero, indirero ou fundacional.
de qualquer dos Poderes do União, dos Esrodos.
Lamp1áo = conhecemento, cultura do Disrriro Federal e dos Municípios obedecerá
aos principias de legalidade_ impessoalidade
moralidade publicidade e eficiência(...)~
Observe outro exemplo:
Não se concebe que um ato normativo de qual·
quer natureza seja redigido de forma obscura, que
·~ noite. Sinto que é noite dificulte ou impossibilite sua compreensao.
nao porque a sombra descesse Como é inaceitável que um texto legal não
(bem me importa a face negra)
seja entendido pelos cidadãos. a clareza se
mas porque dentro de mim, torna algo absolutamente indispensavel e im·
no fundo de mim, o grito
prescindível.
se calou, fez-se desânimo. A publiddade 1mplica, pois, necessariamente,
Sinto que nós somos noite,
clareza e <Onds.lo (objetividade).
que palpitamos no escuro As comunicações oficiais são necessarlamen·
e em noite nos dissolvemos. te uniformes: há sempre um unico comunicador
Sinto que é noite no vento, (o Serviço Público) e o receptor ou é o próprio
noite nas águas, na pedra"
Serviço Público (no caso de expedientes diri-
(C. Drummond de Andrade)
gidos por um órgao a outro) - ou o conjunto
dos cidadãos ou instituições tratados de forma
Paula Barbosa 303
RESOLUÇÃO:
•• 02 (PERITO M!OICO·LEGAL · POLICIA CIVIUMA •
FGV • 2012) "Desfragmentar um d isco rfgi-
A"•rnativa A: INCORRETA. A memória Cache surgiu do" consiste em:
quando as memórias RAM já não eram mais
capazes de acompanhar a velocidade d e pro· @ Escrever um novo sistema de arquivos no
cessamento do p rocessador. As memórias RAM disco.
faziam com que o processador esperasse até ® Limpar o h istórico do In ternet Explore r.
que elas retornasses todas as informações. As· © Limpar o registro d o Windows.
sim, as memórias Cache surgiram para guardar @ Restaurar a mfdia magnética do disco rfgi-
os dados mais usados entre processador eRAM do de modo a eliminar imperf eições.
com velocidade compatrvel ao do processador. ® Reunir pedaços de arquivos espalhados pelo
A"ornativa 8: CORRETA. A memória RAM é a memó· disco para aumentar a eficiência do computador.
ria p rincipal em sistemas eletrônicos digitais,
como computadores e celulares. Ela é utilizada
por todos d ispositivos internos desses sistemas
p ara t rocar dados entre eles, lendo e escreven· RESOLUÇAO:
••
do dados na memó ria RAM. Alternativa A: INCORRETA.Esse p rocesso é chamado
A"ernativa C: INCORRETA. A memória RAM é um de formatação e reínstalaçáo de sistema ope·
tipo de memória que somente consegue ar· racional.
306 Informática
Alternativa B: INCORRETA. Aqui somente apaga do (PERITO M!OICO·LEGAL- SGA/AC- CESPE · 2008)
seu navegador todos os sites que você navegou
durante um determinado espaço de tempo.
04 Para iniciar novamente o download da
página www.google.com.br, é suficiente clicar
Alternativa C: INCORRETA. A limpeza de registro e a ferramenta -S'
um processo que remoção de entradas inváli-
das de programas que já foram desinstalados. ( ) CORRETA ( ) INCORRETA
Alternativa 0: INCORRETA. Esse processo é também
conhecido como formatação fisica do disco rígido.
Alternativa E: CORRETA. Desfragmentação de d isco
é o processo de consolidação de dados frag-
RESOLUÇÃO: Assertiva: CORRETA. A ferramenta em
•
mentados em um volume (como um disco rfgi-
questão é o botão "Atualizar• que inicia nova-
do ou um dispositivo de armazenament o) para
mente o download da página para ser exibida.
que ele funcione de forma mais eficiente.
RESPOSTA: CORRETA.
RESPOSTA:@
03
(PERITO MEOICO·LEGAL· POLICIACIVIUMA- FGV
• 2012) O comando Converter Texto em
05 endereço www.google.com.br, o termo .br in-
dica que o URL é de um sítio do governo brasileiro.
Tabela ... foi aplicado ao texto a seguir no Micro-
soft Word 2010, usando o ponto e vírgula como ( ) CORRETA ( ) INCORRETA
separador de texto.
CLASSIFICAÇÃO;;P;J;V;E;D;GP;GC;SG;%
1;Fiuminense;69;32;20;9;3;53;24;29;7 1.9
2;Atlético-MG;63;32;18;9;5;54;28;26;65.6 RESOLUÇÃO: Assertiva: CORRETA. Cada pais tem um
•
3;Grêmio;59;32;17;8;7;46;27;19;61.5 extensão própria para indicar sites com origem
4;São Paulo;55;32;1 7;4;11;48;30;18;57.3 ou com idioma de território. Por exemplo, a
5;Vasco;50;31; 14;8;9;38;34;4;53.8 França usa o termo .fr, o Reino Unido usa o .uk,
dentre outros. Contudo, isso não significa que
O número de linhas e o de colunas da tabela re- est es façam parte do governo de cada país.
sultante, são, respectivamente: RESPOSTA: CORRETA.
® 5, 10.
® 5, 12. Em relação aos conceitos de redes de computa-
© 6, 11. dores e Internet, julgue os i tens que se seg uem.
@ 5, 11.
® 6, (PERITO MEDICO·LEGAL - POLICIA CIVIVES - CES·
10.
O6 PE- 2010) O HTML (Hypertext Markup Lan-
RESOLUÇAO:
• guage) é uma linguagem usada para acessar
dados na Web.
( ) CORRETA ( ) INCORRETA
•
RESOWÇÂO: Assertiv•: INCORRflA. ~ comum assi·
natura digital ser confundida com certificação
digital. A assinatura digital pode ser feita por
••
RESOLUçAO: Assertiva: CORRETA. O PEN TEST é um
dtferentes programas. como o Adobe Acrobat método que avalia a segurança de um siste·
Reader e o Microsoft Word. A certificação digi- ma (seja ele uma estação de trabalho ou uma
tal precisa ser feita com um certificado digital rede LAN, por exemplo), simulando um ataque
emitido pelo IPC-Brasillnfraestrutura de Cha- malicioso. O processo envolve a análise nas ati·
ves Públicas Brasileira. vldades do sistema, que envolvem a busca de
RESPOSTA: INCORRETA. alguma vulnerabilidade da má configuração
do sistema, falhas em hardwares/softwares ou
falhas humanas.
RESPOSTA: CORRETA.
O9 (PERITO MtDICO·lEGAl · POLICIA CIVIL/ES• CES·
PE • 2010) Na criptografia de chave simétri-
ca, a mesma chave é usada tanto pelo emissor,
para criptografar os dados, quanto pelo recep-
tor, para decrlptografá-los II (PERITOMEDICO·LEGAL· STPC/GO• FUNIVERSA •
2010)Com relaçao aos conceitos básicos e
às tecnologias associadas à internet e Intranet
( ) CORRETA ( ) I'I(ORRfTA assinale a alternativa correta:
308 Informática
® Para montar uma Int ranet, é imprescindível 1$0.0 Modelo OSIIISO foi um modelo proposto
a u tilização da Virtual Private Network (VPN). para estabelecer um padrão de comunicação
® Intranet e internet diferenciam-se apenas entre diferentes dispositivos e em diferentes
no tipo de navegador utilizado para acessar os camadas.
dados de cada uma delas. RESPOSTA: ©
© O termo Uniform Resource Locator (URL)
refere-se a um endereço de um recurso (uma
página web ou um arquivo, por exemplo) dis- (CESPE - CEBRASPE - SSP/ MA - APC - 2018) Ao
ponível na internet ou em uma intranet.
@ Como a Intranet se assenta sobre um con-
12 produzir um texto utílizando o programa
Microsoft Word 2016, um usuário realizou, de
junto de protocolos que prevê segurança aci- modo sucessivo, os seguintes procedimentos
ma de t udo, não há necessidade de se usar um
antivfrus ou mesmo um firewall para efetuar o • Selecionou parte do texto e, logo em seguida,
acesso seguro ao seus dados. acionou o atalho formado pelas teclas Ct~ e X;
® Internet e Intranet baseiam-se no uso de • Digitou algumas palavras;
um conjunto de protocolos de rede chamado • Acionou o atalho formado pelas teclas Ctrl e V;
0 51/lSA. • Digitou mais algumas palavras;
RESOLUÇÃO:
•• Caso, a seguir, o usuário pretenda inserir, no-
vamente, por meio do atal ho formado pelas
teclas Ctrl e V, o texto selecionado no inicio do
Alternativa A: INCORRETA. A Virtual Privat e Net - procediment o descrito,
work (VPN) é uma ferramenta que perm ite um
comput ador em uma rede privada se conecte ® será exibida uma caixa de diálogo conten·
com outro computador em outra rede privada do a parte do texto inicialment e selecionada
como se eles estivem na mesma rede, como a para a área de transferência.
internet. Assim, a criação de uma Intranet (uma ® aparecerá uma mensagem de erro, p ois o
rede privada) não precisa de uma VPN para ser Word 2016 não possibilita a execução reiterada
montada. de procedimentos.
Alternativa B: INCORRETA. O tipo de navegador © o texto selecionado no pri meiro procedi·
nada tem a ver com a diferenciação entre In- mento será inserido a partir do ponto em que
tranet e internet. Aintranet é uma rede priva- o cursor estiver posicionado.
da que somente usuá rios autorizados podem @ o documento não sofrerá alt eração, pois
acessar, como por exemplo a rede interna de não há texto na área de transferência em virtu·
uma empresa que contém dados sensíveis. A de de o usuário já ter acionado o atalho forma·
internet é uma rede pública que qualquer um do pelas teclas Ctrl• V anteriormente.
pode se conectar. ® nada ocorrerá, pois o trecho seleciona·
Alternativa C: CORRETA. A Uniform Resource Loca- do mediante as t eclas Ctrl e Xjá foi usado; nes-
tor (URL), mais usada nos navegadores e p elos se caso, o usuário deverá selecionar o texto no·
endereços de páginas e sites através da in ter- vamente e acionar o atalho formado pelas te·
net, também são utilizadas para transferência elas CM • c.
de arquivos, envio de emails e acesso a banco
dedados.
Alternativa D: INCORRETA. A premissa principal de
uma Intranet é a segurança. Parte dessa pre- RESOLUÇÃO:
•
missa se sustenta no uso de firewalls para evitar Alt•rnatlva A: INCORRETA. Nativamente, o Windows
ataques e acessos i ndevidos à intra net. Anti-ví- não possui tal recurso. Contudo. é possível ter
rus éuma boa pratica de segurança dos dados, algo parecido usando aplicações terceiras.
mas não é requisito essencial para a segurança Alt•rnativa B: INCORRETA. Esse recurso é de resp on·
de uma Int ranet como são os firewalls. sabilidade do sistema operacional, Windows,
Alternativa E: INCORRETA. O nome correto para o nesse caso. Logo, o Word 20 16 não int erfere em
conjunto de protocolos mencionado é 051/ nesse quesito.
MatheusCardoso deAndrade Silva 309
Alternativa C: CORRETA. O comando Ctrl + X' recorta• busca documentos e outros tipos de arquivos.
a palavra selecionada, remove do texto, e a co- Não tem a ver com interrupção de aplicações.
loca na ~rea de transferência. Da ~rea de trans- Alternativa B: CORRETA. O Gerenciador de Tarefas é
ferência, tudo q ue sai são cópias da palavra em o programa do Wind ows responsável por gerir
vez da palavra em si. a execução de outros programas, incluindo a
Alternativa D: INCORRETA. Há texto na área d e trans- interrupção destes.
ferência até que um novo conteúdo sela copia- Alternativa C: INCORRETA. A tecla DELETE, nesse
do para lá e fique no lugar da palavra anterio r- caso, poderia f azer duas coisas: excluir a aplica·
mente recortada~
H ção o u excluir somente o atalho para a aplica-
Alternativa E: INCORRETA. A p alavra anteriormente ção X. Nenhuma delas resolve o problema de
selecionada será inserida a partir do ponto em travamento da aplicação.
que o cursor estiver posicionado. Alternativa D: INCORRETA. O duplo clique no ícone
RESPOSTA:© do aplicativo X somente vai dar o comando
para t entar abri -lo novamente, podendo, indu·
sive, piorar a situação do travamento.
(CESPE - CEBRASPE - SSP/ MA - APC - 2018) Ao Alternativa E: INCORRETA. O resultado dessa ação
13 utilizar um computador no qual está ins-
talado o sistema o peracional Windows 8, um
será u m programa em execução e outro ainda
sem resposta. Abrir um novo aplicativo não re-
usuário efetuou com o mouse um clique d up lo solve o p rob lema.
no ícone do aplicativo X. Alguns segundos após RESPOSTA: @
ter sido aberto, o aplicativo apresentou a in for-
mação de que não estava respondendo.
(CONCURSO PUBLICO- POLICIA CIVJL 201B- PE-
Nessa situação hipot ética, para que o aplicativo
X seja encerrado, o usuário deverá:
14 RITO M!DICO·LEGISTA DE 3• CLASSE - M!DJCO·
-LEGISTA) Sobre noções de hardware, considere
as afirmações a seguir.
@ Pressionar simu ltaneamente a tecla d o
Windows e a Ieda F, para exib ir em segundo I. A un idade de medida do processador ou
plano a l ista de p rogramas que estão t ravan- CPU é o Hertz (Hz), atual mente esta unidade
do o sistema e, nela, localizar e encerrar o apli- de medida pode atingi r u ma frequência na
cativo X. o rdem de bilhões de ciclos por segundo. Por
® Inicializar o aplicativo Gerenciador de Tare- exemplo: u m processador de 2 GHz equivale
fas, localizar na janela deste o aplicativo X, clicar a 2 bilhões de ciclos por segundo;
sobre ele com o botão da direita e, então, sele- 11. O teclado é considerado um dispositivo de
cionar a opção Finalizar tarefa. entrada e possui diversos fo rmatos e layouts.
© Pressionar, no teclad o, a tecla DELETE para O layout QWERTY é muito popular e o nome
encerrar de fo rma forçada o aplicativo X. faz referência às seis p rimeiras letras da pri·
@ Efetuar novamente u m clique dup lo no !co- meira fileira de letras do teclado alfanumérico;
ne do aplicativo X para abri -lo corretament e, 111 . O monitor caracteriza-se por ser o principal
pois esta ação fechará a janela que não estava dispositivo de salda de um microcomputa-
respondendo. dor. São d iversas as tecnologias de monito·
® Inicializar outro aplicativo, por meio de cli- res como por exemplo: CRT, LCD, OLED. Con-
que duplo, já que, ao se abrir u m novo aplicati- t udo, u m monitor pode ser t ambém um d is-
vo, a janela de X, que não estava respondendo, posto de entrada caso esse seja dotado d a
será finalizada automaticamente. t ecno logia Touchscreen;
IV. Uma imp ressora é um periférico de salda,
RESOLUÇAO:
•• entretanto a impressora conhecida como
mult ifuncíonal é u m dispositivo de entrada
e de saída. Isso só é possível em virtude da
Alternativa A: INCORRETA. A combinação Windows junção dos periféricos d e saída i mpressora e
+ F acio na a função de buscar do Windows. Essa de e ntrada scanner, que result a na chamada
função, além de buscar p rogramas, também impressora multifuncional.
310 Informática
Está CORRETO apenas o que se afirma em: 1> DICA DO AUTOR: a alt ernativa correta é D. O Win-
RAR. WinZIP, 7-ZIP e o Gzip são programas dife-
@ I, 11, llleiV. rentes mas com o mesmo propósito: comprimir
® I, 11 e IV, apenas. e desçomprimir arquivos. Foxit é um conhecido
© I, 11 e 11 1, apenas. software de leitura de arquivos PDF.
@ 111 e IV, apenas. RESPOSTA: @
® I, 111 e IV, apenas.
ee 16 (CONCURSO PÚBLICO - POLICIA CIVIL2018- PE-
RITO M!DICD-LEGISTA DE 3' CLASSE - M!DICO-
1> DICA DO AUTOR: todas as respostas estão cor- -LEGISTA) O TCP/IP é a junção do protocolo TCP
retas. A seguir, algumas informações comple- e do protocolo IP, ambos constituem a base do
mentares. funcionamento da Internet. Considere as afir-
RESOLUÇAO: mativas a seguir sobre os dois protocolos.
1 Hz significa 1 ciclo por segundo, 100Hz sig-
nifica 100 ciclos por segundo. Megahertz e Gi· I. O protocolo TCP é orientado à conexão e
gahertz são extensões ou grandezas usadas confiável.
quando os valores de hert z são muito altos e, 11. O protocolo IP oferece um serviço confiável
portanto ficaria mais simples ter uma notação para entrega dos pacotes IP.
compatível. Sendo assim considere o seguinte: 111. O protocolo TCP é responsável transporte das
1 MHz (megahertz) equivale a um milhão de mensagens pelo transporte de mensagens
hertz.106ou 10 x 10x 10x 10x 10x 10= 1.000.000 IV. O endereço utilizado para entrega dos paco-
1 GHz (gigahertz} equivale a um bilhão de tes IP chama-se endereço IP.
hertz. 109ou 10x 10x 10x 10x 10x 10x 10x 10
X 10 = 1.000.000.000. 1 Está CORRETO apenas o que se afirma em:
O teclado é sim um dispositivo de entrada e o
layout QWERTY faz referência às seis primeiras @ I, 11, 111 e IV.
letras da primeira fileira de letras do teclado al- ® I, 11 e IV, apenas.
fanumérico. Outros layouts podem ser encon- © I, 111 e IV, apenas.
trados, como o Dvorak e o Colemak. O Dvorak @ I, 11 e 111, apenas.
foi criado pensando numa escrita mais rápida e ® 111 e IV, apenas.
eficiente. O Coleman também, mas as mudan-
ças são menores em relação ao QWERTY.'
RESPOSTA:@ •••
I> DICA DO AUTOR: O Protocolo IP é responsável
pela comunicação entre hosts (máquinas} em
(CONCURSO PÚBLICO - POLÍCIA CIVIL2018 - PE- redes TCP/IP. Ele é responsável pela comunica-
15 RITO MÉDICO-LEGISTA DE 3' CLASSE - MÉDICO-
·LEGISTA} Os compactadores de arquivos são
ção entre cada elemento da rede para permitir
o transporte de uma mensagem de um host de
softwares capazes de efetuar a compressão origem até a um host de destino. O protocolo
de arquivos de forma que esses arquivos ocu- IP é não confiáveL sendo essa uma responsabi·
pem menos espaço. As alternativas a seguir são lidade dos protocolos das camadas superiores,
exemplos de softwares compactadores de ar- nomeadamente do TCP.
quivos, EXCETO: RESOLUÇÃO: O TCP é um protocolo da camada de
transporte confiável em que existe a garantia
@ WinRAR; que os dados são integralmente transmitidos
@ WinZIP; para os hosts de destino corretos na sequência
© 7-ZIP; pelo qual foram enviados'
@ Foxit; Dito isso, podemos eliminar a afirmação 11 que
® GZip. diz que o IP é um serviço confiável. Todas as de-
mais afirmações são verdadeiras. Assim, a alter·
RESOLUÇÃO:
•• t adores em rede, seja local (Intranet) ou não
(internet).
RESPOSTA: @
Assertiva 1: VERDADEIRA. A confidencialidade tem
a ver com a privacidade dos dados de uma or-
ganização. Esse conceito se relaciona às ações (FUNCAB - PERITO MÉDICO-LEGISTA - 201S)
tomadas para assegurar que informações con-
fidenciais e críticas não sejam roubadas dos
23 Um usuário de um ambiente com siste-
ma operacional Linux deseja saber quanto de
sistemas organizacionais por meio de ciberata- espaço foi utilizado no seu disco rígido. O co-
ques, espionagem, entre outras práticas. mando para essa operação é o:
Assertiva li: VERDADEIRA. A integridade correspon-
de à preservação da precisão, consistência e @ df.
confiabilídade das informações ao longo dos ® find.
processos ou de seu ciclo de vida. © ssh.
Assertiva 111: FALSA. Com uma leve digressão da @ top.
definição, a assertiva é falsa. A disponibilidade ® w hereis.
está relacionada ao tempo e à acessibilidade
que se tem dos dados e sistemas da empresa,
ou sej a, se eles podem ser consultados a qual-
quer moment o pelos colaboradores que este- RESOLUÇÃO:
•••
jam autorizados para tal. Alternativa A: CORRETA. O comando df mostra o
RESPOSTA:@ espaço livre/ocupado de cada partição. Pode
ser utilizado junto com várias opções, se for
utilizado sozinho, mostrará o espaço usado e
(FUNCAB - PERITO MÉDICO·LEGISTA - 201S) A disponível de todos os sistemas de arquivos
22 principal famllia de protocolos que permi-
te a operação de uma intranet ou internet é a do:
atualmente montados.
Alternativa B: INCORRETA. O comando "find" é usa-
do para buscar arquivos, palavras em arquvos
@ Appletalk. etc.
® Netbui. Alternativa C: INCORRETA. O ssh é um comando de
© NetBios. acesso de segurança. Vem de secure shell, e
@ SPX/IPX. permite-nos Iogar num servidor remoto através
@ TCP/IP do protocolo ssh.
314 Informática
RESOLUÇÃO:
• ção de pacot es ICMP (Internet Control Message
Protocol) Echo para o IP de origem falsificado
da vítima usando um endereço de broadcast IP.
Alternativa A: INCORRETA. Esse comando não existe Alternativa E: INCORRETA. War Dialer ou wardialing
noChrome. é uma técnica que escaneia uma lista de telefo-
Alternativa 8: INCORRETA. Esse at alho é usado a par- nes e disca para eles para descobrir modems1
tir da barra de busca para buscar também na computadores, máquinas de fax para serem
página aberta. atacadas.
Alternativa C: CORRETA. Esse atalho abre as opções RESPOSTA:@
do Chrome para imprimir a p~gi na.
Alternativa D: INCORRETA. Esse atalho abre uma
nova janela do Chrome. (FUNCA8 - PERITO MÉDICO·LEGISTA - 201S)
Alternativa E: INCORRETA. Esse comando não existe
no Chrome. E um atalho geral de sistema ope-
26 Em uma placa-mãe de um microcompu·
tador atual, um tipo de conector que permite
racional. acesso a discos rígidos e drivers de CO é o:
RESPOSTA:©
@ OVRAM.
@ HDMI.
(FUNCA8 - PERITOM!DICO·LEGISTA - 201S) Em © SATA.
25 uma rede empresarial, foi identificado
um ataque de um programa malicioso que en-
@ XGA.
® Xtreem.
via pacot es ICMP para endereços de broadcast,
realizando spoofing nas máquinas que deseja
contaminar. Esse tipo de programa malicioso é
identificado como: RESOLUÇÃO:
••
Alternativa A: INCORRETA. É um tipo de memória
@ Homem do Meio. RAM.
® Injeção SQL. Alternativa 8: INCORRETA. HDMI é a sigla para High-
© Sip(racker. ·Definition Multimedia Interface (Int erface Mul-
@ SmurfAttack. timldia de Alta Resolução), que é uma interface
® War Dialer. digital de alta definição de áudio e vídeo.
Matheus Cardoso deAndrade Silva 315
1.1-PACOTEOFFICE
O Microsoft Office é uma suíte de aplicações para escritório que contém programas como proces-
sador de texto (Word), planilha de cálculo (Excel), banco de dados (Access), apresentação em sli-
des (PowerPoint), e-maíls (Outlook) e anotações (OneNote). Sua primeira versão continha somente
o Microsoft Word, Excel e PowerPoint e era somente para Windows. A versão 2013 passou a funcio-
nar também em smartphones, tablets e na nuvem, mesmo em computadores que não têm o Office
instalado. Espera-se o lança mento oficial do Office 16 no segundo sem estre de 2015.
Dosat!lo
O Microsoft Access, também conhecido por MSAccess, é um
~
sistema de gerenciamento de banco de dados da Microsoft in-
Microsoft duído no pacote do Microsoft Office Professional. Ele permite o .mdb,
Access desenvolvimento rápido de aplicações (RAO · Rapid Application .accdb
Oevelopment) que envolvem tanto de dadoscomo a interface a
ser utilizada pelos usuários.
Microsoft PowerPoint é um programa utilizado para criação/edi·
ção e exibição de slides, para Windows e computadores Apple.
Há ainda uma versão mobile para smartphones que rodam os
11
sistemas Windows Phone, iOS e Android. O PowerPoint é usado
em apresentações e tem oobjetivo de informar sobre um deter·
.ppt.
Microsoft minado tema, podendo usar imagens, sons, textos e vídeos que
.pptx,
Power· podem ser animados de diferentes maneiras. O PowerPoint in,
.pps,
Point clul uma ferramenta especial de formataç~o de texto (WordArt).
.ppsx
modelos de apresentação pré--definidos, galeria de objetos gráfi·
cose uma gama de efeitos de animação e composição de slides.
O formato nativo do PowerPoint é o PPT, para arquivos de apre-
sentações, e o PPS, para apresentações diretas. A partir da versão
2007 do programa, a Microsoft introduziu o formato .PPTX.
Microsoft Outlook é mais um integrante do Pacote Office. Oi-
ferentemente do Outfook E.xpress (versão mais simples do
Outlook}, que é usado basicamente para re<:eber e enviar
e-mails, o Microsoft Outlook. além das funções de e-mail, possui
I•
um calendário completo, onde é possívet por exemplo, agendar
Microsoft compromissos diários, semanais e mensais. Ele também traz um
Outlook rico gerenciador de contatos, onde é possível cadastrar todas as
.dbx
informações relevantes sobre os mesmos. como endereço, tele·
fones. detalhessobre emprego, dentre outros. Oferece ainda um
Gerenciador de tarefas, onde é possfvel organizar, em forma de
lista. todos os detalhes sobre determinada atividade a ser reali·
zada. O Outlook mais recente também é oferecido online.
O Microsoft OneNote é uma ferramenta para anotações, coleta
Bi
de informações e colaboração muttt-usuário desenvolvida pela
Microsoft Microsoft. Ele também acrescenta características modernas às
.one
OneNote notas, como desenhos, fotos, áudio e vídeo (multimídia), bem
como compartilhamento multi·usuário de notas, além de uma
eficiente busca rápida por todos os campos das notas.
Assim: 2 • PERIFtRICOS
• O Writer corresponde ao Microsoft Word;
• O Cale corresponde ao Microsoft Excel; Os periféricos s~o dispositivos de comunicação
• O lmpress corresponde ao Microsoft PowerPoint; com o mundo exterior. Existem dois tipos bási·
• E o Base corresponde ao Microsoft Access. cos de periféricos: os de entrada e os de saída. O
periférico de entrada são aqueles que recebem
informações de fora do dispositivo, como um
computador pessoal. Exemplos típicos de pe·
riféricos de entrada são o teclado e o mouse. O
periférico de saída exibe o dado produzido pelo
dispositivo. Exemplos de periféricos de saída são
a impressora. o monitor de vídeo, dentre outros.
Dts<rl(io [cones
Os sistemas operacionais gerenciam e execu- tO. Google Chrome Help. Chrome keyboard shor-
tam outros programas muito utilizados no nos- tcuts (acesso em 2020 abr. 29}. Disponível
so dia a dia, tais como navegadores de internet em: https:J/support.google.comtchrome/
(Mozilla Firefox, Google Chrome, Safari, Inter- answer/'1S7179?hl=en.
net Explorer, Opera, etc.), realízam tarefas rela- 11. lnfoEscola. Comandos básicos do MS~OOS
cionadas ao sistema como a criação e exclusão (acesso em 2020 abr. 29). Disponível em: ht-
de pastas, copiar e colar documentos (ou parte tps://www.infoescola.com/informatica/ coman·
deles), executam programas de proteção ao sis· dos-basicos-do-ms-dos/ .
tema, dentre outros. 12. https://products.office.comtpt·br/home
13. http://www.infoescola.com/informatica/micro--
soft~office/
R!SOLUÇAO:
@ 5,1,2,4,3.
®
©
3.4.5.2,1.
5,1,3.4.2.
••
• DICA DO AUTOR: Esta questão foi idealizada para
@ 2.3,4,5, 1. que o concorrente responda se a afirmação
® 2.3.1,4.5. feita é falsa ou verdadeira. Em primeiro lugar,
devemos nos lembrar de que a realização de
deveria ser da competência dos legistas dos An.llist do autor: A questão proposta seria Incor-
IMLs a realização de perícias de DPVAT. reta ou passível de recurso por falta de dados
Por sua vez. é preciso lembrar sempre de que para que pudesse ser respondida.
em termos de DPVAT é necess~rio que a lesão RESPOSTA: INCORRETA.
já esteja consolidada, uma vez que serão ava-
liadas as sequelas restantes do sinistro e que (PERITO MtDICO·LEGAL - POLICIA CIVIIJTO -
deveremos perceber, enquanto peritos, se elas
s~o totais ou parciais, completas ou incomple·
04 CES·PE - 2008) Se, no atropelamento, hou-
ve fratura cominutiva estrelada de rótula (pate·
tas caso se enquadrem em algum dos graus la) com desvio que tenha sido tratada com pro·
previstos- residual, leve, moderado ou grave. cedimento cirúrgico, a situação será passível de
O prazo de 90 dias poder~ não ser suficíente enquadramento no Inciso I do art. 129 do Có-
para que ocorra a devida consolidação dos da· digo Penal por incapacidade para ocupações
nos, prejudicando as avaliações periciais. Outro habituais por mais de trinta dias ou debilida·
dado importante a ser consoderado na questão de permanente de membro, sentido ou função.
é que os parâmetros I~ anotados dizem respei-
to a uma quantificação com base no Código Pe- ( ) CORRETA ( ) INCORRETA
nal e não na Tabela da SUSEP. Assim, tal laudo
seria imprestável para fins de DPVAT. Também
ser~ Importante notar que nao somente o exa-
me trsico direto tem importância para que se ~ DICA DO AUTOR: levando-se em conta que fos·
••
alcancem conclusões sobre tais sequelas, sen- se procedente uma ação penal contra o moto·
do igualmente importantes os exames comple- ciclista neste caso, a avaliação deveroa ter sido
mentares - eletroneuromiografia. radiografias, feita também de forma complementar após, no
tomografias etc. - além do estabelecimento mínimo, 31 (trinta e um) dias após os fatos. Será
de nexo causal que dever~ ser percebido pela esta avaliação complementar que ir~ demons·
exlstêncía e análise de Boletim de Ocorrência trar se restaram sequeias, em que grau e de que
e de atendimento por pessoal de emergência natureza para que as conclusões periciais fos·
- SAMU ou SIATE. Por fim, o perito deverá assi- sem emitidas. Geralmente espera-se que com
nalar "se" houve e não "que• houve tal ou qual o grau de afetaçAo exposto na questão ocorra
dano percebido e, mais ainda, apenas quando pelo menos uma incapacidade para ocupações
correlacionável ao evento sinistro sofrido. A habituais (rotineiras, cotidianas e não laborais)
simples alegação de que tal sequela é referente por mais que 30 dias. A análise complementar
ao trauma sofrido no passado não é dado sufi· após este prazo é imperiosa. Poderão restar ou
ciente para a comprovação do nexo. não sequelas que impliquem em debilidade
Do ponto de vista previdenciário o periciando permanente do membro. Portanto, é uma si·
sofreu o sinistro 1s anos antes de ter sido apo- tuação possível, mas não obrigatória.
sentado por tempo de serviço como trabalha· RESPOSTA: Assertiva CORRETA, com ressalvas, pois
dor da construção civil, o que Implica que as esta seria uma situação na qual existe a posslbl·
sequelas apresentadas não o impediram de se !idade - e nho certeza - do enquadramento na
manter laboralmente ativo após o sinistro sofri- ocorrência de incapacidade para atividades ha·
do. Quanto aos aspectos penais, faltam dados bituais por mais que 30 (trinta) dias e/ou debili·
para que se estabeleçam comentãrios adequa- dade permanente de membro. Porém. digamos
dos. Esta suposta vítima poderia estar embria- que tenha ocorrido. na forma de sequela. uma
gada no momento dos fatos e ter dado causa debilidade ou uma deformidade permanente -
ao "acidente~ Ela poderia ainda ter atravessado desvio grave do eixo do membro, por exemplo
uma faixa de pedestre - ou fora dela - num -, af o caso deveria ser enquadrado no par~rafo
momento em que o sinal estivesse aberto para 2• e não 1° do mesmo artigo.
o motociclista ... Faltam, portanto, dados para
nossas análises. (PERITO MtDICO·lEGAL - POLICIA CIVIIJTO -
05 CES·PE - 2008) Se o exame referente ao ca·
so em apreço fosse realizado cinco dias após o
322 Traumatologia fO<ense
@ Esverdeada.
® Avermelhada. (PERITO MÉDICO-LEGAL - POLICIA CIVI L/RO -
© Ausência de lesão.
@ Amarelada.
09 FUNCAB- 2012) Um cadáver apresenta um
ferimento transfixante por projétil de arma de
® Azulada. fogo na região toracodorsal. Quais as caracte·
rísticas observadas no orifício de entrada do
ee projétil?
~ DICA 00 AUTOR: Equimoses são manchas pla- @ Ausência de orla de escoriação, bordas bem
nas que podem ser resultantes de ações con· delimitadas.
tundentes e que se formam por extravasa- ® Diâmetro regular, bordas evertidas.
mento de sangue para os tecidos adjacentes © Orla de escoriação, bordas invertidas.
ao local afetado pelo trauma. Outras causas @ Bordas evertidas, sangramento profuso.
® Formato irregular, zona de esfumaçamento.
-••
podem existir e é preciso cautela neste tipo de
avaliação, sobretudo quando se trata de vitimi-
;:ação de vulneráveis e de casos de violência
intradomicilia r. Pú rpuras, anemias, distúrbios
324 Traumatolog~ Forense
,. DICA DO AUTOR: Esta questão só seria possível Alternativa C: Orla de escoriação e bordas inver·
de ser respondida de forma completa se a dis- tidas seria situação possível de ocorrer em um
tância do disparo tivesse sido revelada. Outra tiro na região toracodorsal, mas somente em
informação necessária, em casos de tiros de disparos de curta distância ou a distância. A
encosto, é a revelação sobre a presença ou não questão não informa a distância do disparo e,
de antepa ro ósseo na região alvejada. Nos tiros caso fosse tiro de encosto em região com ante·
de encosto todos os elementos do disparo - paro ósseo (escápula ou costelas, por exemplo),
chama, fumaça ou fuligem, grãos de pólvora isso não ocorreria.
combusta e/ou incombusta e projétil de arma Alternativa D: Bordas evertidas ocorrem em ori-
de fogo (PAF) -entrarão na ferida. Nos disparos fícios de saída ou em tiros de encosto com
de curta distância -a queima-roupa -somente anteparo ósseo e, sangramento profuso não é
o PAF será encontrado dentro do corpo caso condição comum nessas situações.
não tenha havido transfixação corporal. Os Alternativa E: Formato irregular também é espe-
elementos restantes poderão ser encontrados rado em tiro de encosto com anteparo ósseo
na periferia do oriffcio de entrada. "Poderão" ou em oriffcio de sarda e, nestes casos. não seria
porque isso dependerá da distância do d isparo. esperada a zona de esfumaçamento, poisela se
Poderemos ter somente a presença dos grãos refere a tiro de curta distancia.
de pólvora - zona de tatuagem - , ou de fumaça RESPOSTA: © Do ponto de vista de nossas análi·
e grãos de pólvora - zona de esfumaçamento ses, seria anulável.
e de tatuagem - , ou queimadura pela chama -
zona de chamuscamento -associada ao esfu-
maçamento e à tatuagem. Nos tiros a distância (PERITO M!DICO·LEGAL - POLICIA CIVIL/RO -
somente o PAF alcançará o alvo.
Se o PAF se acomoda nos tecidos diremos que
1O FUNCAB- 2012) Quanto ao dano provoca-
do, uma lesão por arma branca em uma mulher
houve aloja mento. Caso penetre alguma ca- em que se lesionou a região bucinadora e, co-
vidade natural do corpo diremos que houve mo consequência, ocorreu cicatriz deformante,
penetração. Se vier a ultrapassar todos os limi- com formação de queloide medindo 100 mm
tes do corpo ou de algum órgão diremos que nesta região, é classificada como:
houve transfixação ou transfixão. Na questão
fala-se em ferimento transfixante. ® Lesão leve.
Nos tiros de encosto teremos a tendência de ® Lesão culposa.
haver a eversão da borda da ferida. mas a ques- © Lesão cortante.
tão não fornece tal informação, prejudicando @ Lesão gravíssima.
uma maior análise. ® Tentativa de homicídio.
Análise do autor: Esta questão é impossível de ser
respondida, uma vez que se acha incompleta
quanto aos dados fornecidos. Seria, pois, passí·
vel de recurso e consequente anulação.
••
,. DICA DO AUTOR: arma é todo e qualquer obje-
RESOLUÇAO: to usado como meio de defesa e/ou ataque.
Alternativa A: Não existe nenhuma possibilidade As armas fabricadas com este propósito são
em que havendo bordas bem delimitadas não ditas armas próprias. Caso seja m objetos even·
ocorra a orla de escoriação. Num tiro de encos- tualmente usados como armas. serão denomi-
to em local com anteparo ósseo ocorreria a au- nados de armas impróprias. Assim, punhais e
sência da orla de escoriação, mas as bordas não espadas são exemplos de armas próprias, en-
seriam bem delimitadas. quanto facas e navalhas são exemplos de armas
Alternativa B: Diâmetro regular e bordas everti· impróprias. As armas de lâminas com ações cor-
das também não seria situação possível porque tantese/ou perfurantes são as chamadas armas
as bordas evertidas ocorrem em orifícios de saí- brancas. Vejamos:"Art. 3• (...) XI - arma branca:
da ou podem ocorrer em disparos de encosto artefato cortante ou perfurante, normalmente
com anteparo ósseo e nestas duas situações constitufdo por peça em lâmina ou oblonga;
não seria esperado um diâmetro regular. [...]" (Decreto Federal n. 3.665/2000).
LeonardoMend~ Cardoso 325
materiais sólidos particulados (neve, terra, açú- coce do cadáver do meio líquido e ocorrerá
car, grãos de soja, areia etc.), obstruindo suas quando os gases da putrefação aumentarem a
vias respiratórias à tentativa de respiração. pressão interna corporal, forçando tal espuma a
Alternativa E: CORRETA. Trata-se da morte de al- ser expelida pelas vias aéreas superiores.
guém afetado por raio atmosférico. Alternativa B: As manchas de Tardieu correspon-
RESPOSTA:@ dem a petéquias subpleurais e são raras nos
afogados, sendo mais comuns as manchas de
Paltauf, com dimensões maiores e contornos
(PERITO MÉDICO-LEGAL - POLICIA CIVIIJRO -
12 FUNCAB - 2012) Em relação à morte por
afogamento, assinale a alternativa correta.
irregulares, ocasionadas pelo rompimento de
vasos alveolares e capilares sanguíneos.
Alternativa C: O sangue, diferentemente do visto
em outros tipos de asfixia, estará mais diluído
@ São sinais cadavéricos encontrados: tempe- e, portanto, menos denso e mais claro. Isso se
ratura da pele baixa, pele anserina, maceração explica pela entrada de água no sistema circu·
da epiderme, cogumelo de espuma. latório, diluindo o sangue.
® Equimoses subpleurais conhecidas como Alternativa D: A análise histológica do tecido pul-
manchas de Tardieu são comumente encontra- monar revela hemodiluição, havendo menor
das no afogamento. contagem de células no sangue do hemicora-
© A tonalidade e a densidade do sangue são ção direito, assim como é possível a visualiza-
similares às encontradas em outros tipos de as- ção de plâncton em vias aéreas que ali penetra
fixia, com sangue escurecido e denso. por meio da aspiração massiva de água quan-
@ O exame histológico do pulmão do afoga- do o afogamento se dá em córregos, ribeirões,
do revela sinais de infarto do te<ido pulmonar rios, lagos ou outras fontes naturais de água ou
por tromboembolismo. água empoçada e não tratada.
® O estudo geológico e do plãncton permite Alternativa E: O encontro de elementos do plânc-
determinar a cronologia do afogamento. ton serve para identificar a verificação do local
de afogamento quando ocorrido em locais
~
•••
DICA DO AUTOR: O afogamento é apenas um
como esses anteriormente citados.
Análise do autor: A resposta que poderia estar
menos errada é a da letra "A". No entanto, nem
dos tipos de asfixia existentes, estando eles en- sempre teremoso encontro de maceração e/ou
quadrados nos traumas de natureza físico-quí- de cogumelo de espuma, uma vez que eles são
mica. A ocupação das vias aéreas superiores e tempo-dependentes, como visto nas dicas aci·
inferiores por líquidos de qualquer natureza -e ma. Também aqui caberia recurso e anulação.
não apenas água -configuram o mecanismo de Caso se tivesse usado a expressão "São sinais
ação nesse tipo de evento. cadavéricos possíveis de serem encontrados ...:
RESOLUÇAO: a alternativa estaria totalmente válida.
Alternativa A: Um esfriamento cadavérico mais RESPOSTA:@
rápido ocorre em decorrência de um equilíbrio
térmico facilitado em meio liquido. Osmúsculos
eretores dos pelos são delicados e facilmente es- (PERITO MÉDICO·LEGAL - POLfCIA CIVIIJRO -
timulados, provocando a aparência de •pele de
galinha~ denominada de "pele anserina". Caso
13 FUNCAB - 2012) Em um cadáver encontra-
do próximo à rede ferroviária devem ser consi·
permaneça por tempo prolongado em submer- deradas as seguintes hipóteses: suicídio, homi-
são, a pele sofrerá um destacamento conhecido cídio, acidente ou atropelamento posr morrem
por maceração, o qual ocorre mais facilmente para dissimular homicídio. Assinale a alternati-
em pés e mãos. O cogumelo de espuma é co- va correta.
mum a todos os tipos de asfixias, mas bem mais
comum nos afogados, uma vez que o ar vai se @ As lesões observadas externamente não se
misturar com o líquido aspirado, formando finas relacionam com as lesões dos órgãos internos,
bolhas que se acumularão na região de boca e/ configurando desproporcionalidade entre as
ou narinas. Tal fato dependerá da retirada pre- lesões.
LeonardoMend~ Cardoso 327
® Nos atropelamentos post mortem para dis- colocado sobre a linha férrea para ser atropela-
simulação de homicídio nota-se grande núme- do no período pós-morte. Também os despojos
ro de lesões com reação vital. estariam em sua maioria sobre a linha férrea e
© Nos acidentes, é mais frequente a secção não próximos a uma rede ferroviária.
dos membros superiores e do pescoço. Alternativa C: INCORRETA. Secção do pescoço e de
@ Nos casos de suiddio ou acidente são acha- membros superiores podem ocorrer em aci-
dos incomuns a presença de reação vital das le- dentes, mas também podem ocorrer em suicí-
sões como manchas equimóticas e infiltração dios ou mesmo em homicídios.
hemorrágica dos tecidos. Alternativa D: INCORRETA. Manchas equimóticas
® A observação de secção transversal ao ní- e infiltração hemorrágica dos tecidos seriam
vel do pescoço ou do abdome faz pensar em dados esperados em vítimas de suicídio ou aci-
suicídio. dente, uma vez que estariam vivas no momen·
to de um atropelamento por trem, como suge-
•••
I> DICA DO AUTOR: esta questão exige alto grau
re a questão. Assim, a alternativa•o•também se
demonstra incorreta.
Alternativa E: CORRETA. Como opção de correção,
de raciodnio lógico, mas encontra-se formula- sobra-nos a alternativa 'E~ a qual apresenta a
da com dados incompletos, complicando ain- secção - corte - transversal ao nível do pescoço
da mais a compreensão do concorrente. Uma e do abdome, uma vez que suicidas costumam
perda muito grande de tempo na sua resolução deitar-se sobre linhas férreas quando preten-
poderia comprometer o rendimento geral e, por dem se matar vitimados por atropelamento por
isso, melhor seria deixá-la para que fosse res- trens. Porém, o que nos chama a atenção nesta
pondida por último caso houvesse tempo hábil. questão é que seu elaborador afirmou que o
Os dados simplesmente informam que se trata corpo foi encontrado "próximo à rede ferroviá-
de um cadáver encontrado próximo a uma rede ria' e não sobre seus trilhos ou bem junto a eles.
ferroviária e não sobre uma linha férrea. Assim Recurso e anulação também seriam cabíveis
sendo, já não é tão fácil pensar em suicídio ou neste caso a nosso ver.
acidente, tendo em vista não ter sido informa- RESPOSTA: @
do que se trata de um caso de atropelamento
por locomotiva ou vagão de trem. Outra coi-
sa, não se fala acerca dos aspectos das lesões (PERITO MEDICO-lEGAl - POLICIA CIVIliRO -
como um todo.
RESOLUÇÃO:
14 FUNCAB- 2010) Em relação às escoriações,
assinale a alternativa INCORRETA.
Ahernativa A: INCORRETA. Não se diz, no contexto
da alternativa, diferentemente das demais, qual @ O agente contundente desliza sobre a pele
seria a hipótese de causa de morte, e isso a faz e, devido ao atrito, arranca as camadas celula-
ser incorreta de imediato. res da epiderme em profundidade variada, ex-
Alternativa 8: INCORRETA. A incorreção se dá pelo pondo a derme.
fato de que se a vítima foi morta (homicídio) e ® As que desgastam apenas o terço superior
depois jogada sobre os trilhos para que fosse da camada espinhosa da epiderme apresentam
atropelada pelo trem ela já estaria sem vida e exsudação de líquido seroso, formando crosta
tal simulação de suicidio seria logo frustrada sé rica; as que atingem plano intermediário en-
pela não existência de diversas lesões com si- tre o ápice e a base das papilas dérmicas for-
nais de vitalidade prévia. Nesse caso somente mam crosta serossanguinolenta e as que são
as lesões feitas no período pré-morte poderiam mais profundas, que passam em plena derme,
- nem todas - experimentar tais reações de vi- formam crostas hemáticas.
talidade. Todas as inúmeras lesões decorrentes © O tempo de cicatrização depende da pro-
do atropelamento do cadáver- em grande nú- fundidade que atingiu. As mais superficiais que
mero geralmente - não apresentariam sinais de produzem crosta sé rica evoluem muito mais ra-
vitalidade. Outro dado importante, a quantida- pidamente que as profundas de crosta hemáti-
de de sangue no ambiente seria bem diferente ca e que, geralmente, deixam cicatrizes.
quando o corpo já estivesse sem vida e fosse
328 Traumatolog~ Forense
•• •
I> DICA DO AUTOR: Esta questão já havia sido con-
I> DICA DO AUTOR: Todas essas lesões podem ser templada na quest ão anteriormente comen·
decorrentes de traumas de natureza mecânica tada, embora fizessem parte de uma mesma
por ação contundente. As equimoses permi- prova de um mesmo concurso. Portant o, deve·
tem a avaliação de objeto causador e tempo de mos usá-la para mostrar ao aluno que ocasio-
evolução. As demais lesões citadas na questão nalmente os elabora dores de provas de concur-
também são possíveis de ocorrer em traumas so cometem esse tipo de equivoco inaceitável
contundentes. mas não guardam relação de do ponto de vista de um exame para seleção
formato com o obj eto causador. de pessoal especializado. No mais, além de
RESOLUÇAO: fornecer uma dica perfeita para a resposta de
Alternativa A: CORRETA. As equimoses são manchas uma questão idêntica à outra, o elaborador se
que variam de cor com o decorrer do tempo e equivocou quanto à grafia do nome de Henri
que, quando são fruto de ações traumáticas, Legrand du Saulle, médico francês nascido em
podem permitir a inferência do objeto causador Dijon (1830) e que era especialista em Psiquia-
por meio do formato deixado. A isso denomina- tria, tendo se dedicado, entre outras coisas, ao
mos de "lesão em carimbo ou com assinatura". estudo da Psicopatologia. Por fim, não se usam
Esse tempo, quando mensurado, é estimado e letras em itálico para grifo de nomes próprios,
nunca exato, tendo como parâmetro balizador devendo esse recurso ser reservado para pala-
o Espectro Cromático de Legrand du Saulle. vras estrangeiras.
Alternativa 8: INCORRETA. É o inchaço local em de- RESPOSTA: @
corrência da ação traumática.
Alternativa C: INCORRETA. É uma coleção sanguínea
decorrente de rompimento de vasos sanguí· (PERITO M!DICO·LEGAL - POLÍCIA TtCNICO·CIEN·
neos, em locais sem anteparo ósseo.
Alternativa D: INCORRETA. Seria o correspondente
18 TIFICA/GO - UNIVERSA- 201S) No que sere-
fere às características presentes nos diferentes
ao hematoma, porém em local com anteparo tipos de lesões contusas, assinale a alternativa
ósseo. correta.
Alternativa E: INCORRETA. É o rompimento parcial
ou total da int egridade de osso, dente ou car· @ As escoriações não costumam ter forma de·
tilagens. Pênis também é uma estrutura que, finida, mas em determinadas situações, podem
apesar de não ser constituída por osso na es· denunciar o instrument o que as causou, por is·
pécie humana, está também sujeita ao rompi- to são chamadas de lesões com assinatura.
mento de seus corpos cavernosos, sendo isso ® A equimose da conjuntiva ocular, quanto ao
denominado de fratura peniana. tempo decorrido, pode ser corretamente avalia-
RESPOSTA:@ da pela análise de sua evolução cromática.
© A cauda de escoriação é uma característica
das feridas incisas e indica a direção de saída do
instrumento responsável pela lesão.
330 Traumatolog~ Forense
@ Habitualmente, as feridas contusas apresen- Análise do autor: Embora a alternativa "C" esteja
tam bordas irregulares que raramente se apre- correta. não permite a correlação que é cobra·
sentam com áreas equimosadas e escoriadas. da na questão. Desta forma, não existe resposta
® A presença de ruptura de vasos sanguíne- correta.
os é determinante para a caracterização da ru- RESPOSTA:©
befação.
•• 19
1> DICA DO AUTOR: Escoriações, equimoses, hema-
(PERITO M!DICO·LEGAL- POLICIA T! CNICD-CIEN·
TIFICA/GO- UNIVERSA- 201S) A traumatolo-
gla forense é a parte da Medicina Legal que se
tomas, bossas, rupturas de órgãos ou vísceras, ocupa com as implicações jurídicas dos trau-
fraturas, entorses, luxações e avulsões dentárias matismos. Acerca desse assunto, assinale a al-
são tipos de lesões contusas. Apesar de conter ternativa correta.
uma cauda de escoriação, a lesão incisa não se
enquadraria nas lesões contusas. A cauda de ® Lesão é a atuação de uma energia externa
escoriação ou de arrasto auxilia na verificação sobre o indivíduo, de modo suficientemente
de alguns aspectos pertinentes à dinâmica dos intenso para provocar desvio da normalidade,
fatos: se o agressor era destro, sinistro (canho- com ou sem tradução morfológica.
to) ou ambidestro; o sentido do golpe desferi- ® Agentes lesivos são os agentes causadores
do; e a posição do agressor em relação à vítima. das lesões, ou seja, os indivíduos que, pela clas-
RESOLUÇÃO: sificação de Sorri, se utilizam de energias físicas
Alternativa A: Aqui se d iz que as escoriações que ou químicas para ocasionar traumatismos.
denunciam o formato do Instrumento causador © Os Instrumentos contundentes são as for-
são chamadas de "lesões com assinatura: e isso mas de energia que mais frequentemente cau-
é parcialmente verdadeiro. Para as equimoses sam lesões corporais. Agem exclusivamente,
igualmente existe tal possibilidade. assim como por pressão, deslizamento e percussão.
existem rubores que também guardam a forma @ Instrumentos cortantes agem por desliza·
do objeto causador e que assim se configuram mento, sob a ação de uma força que incide obli-
como '"lesões em carimbo ou com assinatu ra~ quamente; os contundentes agem por pressão
As escoriações geralmente não deixam essas perpendicularmente sobre uma superfície cor-
marcas em carimbo ou com assinatura. poral. esmagando os tecidos; e os perfurantes,
Alternativa 8: Está incorreta ao indicar que"pode- dessa mesma forma, mas abrindo passagem
rá ser feita corretamente a avaliação do tempo entre os tecidos.
de evolução" e isso não é verdadeiro porque a ® Trauma corresponde a uma alteração es-
verificação da evolução temporal não é exata, trutural proveniente de uma agressão ao or·
mas se possível será sempre estimada. ganismo.
Alternativa C: Lesão incisa é um tipo de corte e a
ação que a produz é cortante e não contunden-
te. A pergunta pede que seja feita uma correla-
ção com tipos de lesões contusas e, portanto,
•••
1> DICA DO AUTOR: Esta questão não fornece os
a lesão incisa explicitada na alternativa "C" não dados suficientes para que possa ser devida·
poderia ser assinalada como correta. mente respondida e, por isso, como veremos,
Alternativa D: Fala de bordas irregulares. No en- não tem resposta correta. No entanto, sua aná·
tanto, as contusões simples não apresentam lise é de muita complexidade. Vejamos:
solução de continuidade. Se existirem bordas RESOLUÇÃO:
teremos lesões mistas - perfurocontusas ou Alternativa A: Lesão não é uma atuação de ener-
cortocontusas - e não lesões contusas. gia externa (nem interna), pois é o resultado
Alternativa E: Não está correta porque fala de dessa ação, a qual corresponde a um trauma.
ruptura de vasos sanguíneos, enquanto nos Alternativa 8: Agentes lesivos são instrumentos,
rubores- rubefações ou hiperemlas- teremos substâncias ou meios causadores das lesões e
apenas uma vasodilatação transitória e, geral- não indivíduos que se valem deles para lesio-
mente, fugaz. narem outrem.
LeonardoMend~ Cardoso 331
Alternativa C: Instrumentos contundentes não gia alcançam de 100 a 500 metros na saída da
são formas de energia, mas objetos cujas ações anma, enquanto os de alta energia alcançam de
dependem do gasto de energia cinétka (de 501 a 1800 metros. Atualmente temos projéteis
movimento). Essas ações são o que se conside- capazes de atingir esta incrível marca de veloci-
ra como sendo os traumas. dade (1800 metros), como é ocaso dos propeli-
Alternativa D: Instrumentos cortantes agem por dos pelas balas que municiam o rifle .50 (ponto
deslizamento do fio de corte ou gume, mas nem cinquenta). Quanto ao efeito de passagem, te-
sempre de forma oblíqua em relação ao corpo mos a cavilação permanente que é aquela feita
da vítima; os contundentes agem por pressão, pelo efeito de passagem do próprio proj étil e a
compressão ou torção, mas nem sempre per· cavilação temporária, que é efeito da compres·
pendicularmente aos tecidos. Por sua vez, ao são e descompressão provocada pelo giro do
afirmar "por pressão, deslizamento e percus· projétil e que forma atrás de si um "vácuo" que
são~ o elaborador quis dizer que tais ações são vai puxar o ar externo para o interior da ferida,
concomitantes, e isso não é verdadeiro. Seria expandindo-o de forma violenta em forma de
diferente se tivesse dito "ou". Os instrumentos verdadeiras ondas de choque.
perfurantes agem por pressão minimamente Esses projéteis que giram em torno do próprio
localizada e devem ser afilados e pontiagudos, eixo são os projetados pelas armas de alma
abrindo passagem entre os tecidos. raiada e cujas raias podem girar para a direita -
Alternativa E: Trauma não corresponde a nenhu- dextrogiras - ou para a esquerda - sinistrogiras.
ma alteração física nem mental. Trauma é toda Tais giros melhoram a aerodinâmica do projétil,
ação capaz de gerar um dano e o seu resultado conferindo-lhe maior alcance, estabilidade e
- lesão - é que corresponde a tal alteração, ou precisão em relação ao alvo.
seja, o dano provocado pelo trauma. RESOLUÇÃO: Como na questão é solicitada uma
Análise do autor: Resposta correta inexistente. correlação com ambas as cavitações - perma-
RE.SPOSTA: @ nente e temporária - a resposta também seria
inexistente, uma vez que o projétil dependeria
de sua ação de impacto (contundência) asso-
(PERITO M!DICO·LEGAL - POLICIA T!CNICO· ciada a uma ação de perfuração para provocar
2O ·CIENTIFICAIGO- UNIVERSA- 201S) Na ação
dos proj éteis de alta energia, o fenômeno da
a cavilação permanente e de uma ação de ex-
pansão vultosa produzida pelo efeito de com-
cavilação (principalmente a cavidade temporá- pressão-descompressão (ondas de choque)
ria) ocorre pela ação: para a formação da cavilação temporária.
RESPOSTA: @
@ Da velocidade apresentada pelo projétil.
® Das ondas de choque provocadas pelo pro·
jétil. (PERITO M!DICO·LEGAL - POLICIA T!CNICO·
© Da defonmação apresentada pelo projétil.
@ Térmica do projétil.
21 ·CIENTfFICA/GO - UNIVERSA - 201S) Uma le·
são perfurocontusa que apresenta forma circu-
® Das ondas de pressão provocadas pelo pro· lar ou ovalada, com bordas geralmente inverti·
jétil. das~ com orla de escoriação, contusão e enxu-
go, caracteriza orifício de:
~
•••
DICA DO AUTOR: Chamamos de projétil somen-
@ Saída de projétil de anma de fogo.
® Entrada de projétil de arma de fogo nos ti-
te o chumbo - revestido ou não - que é pro· ros encostados.
jetado pela arma quando de seu disparo. Esses © Entrada de projétil de arma de fogo nos ti-
projéteis podem ser de chumbo nu ou revesti- ros a distância.
do - parcial ou totalmente - por alguma jaque- @ Entrada de projétil de arma de fogo nos ti-
ta de liga metálica. Como projétil é uma palavra ros a curta distância.
que apresenta a possibilidade gráfica de ser ou ® Salda de projétil de arma de fogo no crânio.
não acentuada - dupla prosódia - tanto fazes-
crever projétil quanto projetil. Os de baixa ener-
332 Traumatolog~ Forense
Alternativa B: O orificio de entrada em tiros en- ,._ DICA DO AUTOR: As lesões do tipo perfuração
costados dependerá do local em que a lesão foi são também denominadas de lesões punti·
feita - com ou sem anteparo ósseo. Em locais formes ou punctórias. Os objetos perfurantes
sem anteparo ósseo teremos orifícios regula- precisam ser afilados e de fino calibre, portanto
res, circulares, com um halo de queimadura são pontiagudos. As ações perfurocortantes e
que estampa a boca do cano da arma- Sinal de perfurocontundentes p rovocam lesões em de·
Werkgartner. Naqueles em local com anteparo corrência de ações mistas entre perfurar e cor-
ósseo teríamos u m orifício irregular e de bordas t ar ou perfurar e contundir, respectivamente.
queimadas - Câmara de M ina de Hoffmann -, Assim, não apresentam aspecto de pequeno
além do esfumaçamento ao redor d o orifício de ponto (puntiforme).
fratura óssea -Sinal de Benassi. RESOLUÇÃO:
Alternativa C: Nos disparos feitos a distância t e· Alternativa A: INCORRETA. Perfurante de médio ca·
mos a lesão provocada tão somente pelo PAF. libre é aquele objeto capaz de gerar ferid as em
Com isto, só encontraríamos o próprio orifício fenda ou em forma d e casa de botão, com bor·
de entrad a - circular ou ovalado -; u ma orla das regulares e simétricas, que assumem a d ire-
de contusão ou d e escoriação; outra de enxu- ção das linhas de força da pele e se assemelham
go; e uma aréola equimótica nem sem pre bem às p roduzidas por objetos perfurocortantes.
p erceptível. Alternativa B: INCORRETA. ~ todo instrumento que
Alternativa O: Tiros de curta distância podem dei- associa a ação de cortar e perfurar ao mesmo
xar no entorno do orifício de entrada - circular t empo, a exemplo de u m punhal.
ou ovalado -; uma zona de queimadura - cha· Alternativa C: CORRETA. ~ o que tem calibre bem
muscamento - ; outra de esfumaçament o - de fino (afilado). pontiagudo e que deixa uma
fuligem - ; e/ou uma zona correspondente à marca semelhante a u m pequeno ponto (pun·
impregnação dos grãos de pólvora combusta tiforme). Sua lesão é d enominada d e lesão
e/ou íncombusta - zona de t atuagem. Destas, punctória. Exemplo disso é a agulha de inj e·
a zona de tatuagem é ob rigatória e as demais ção. Tal tipo de lesão demonstra ausência de
ficam no p lano da possibilidade e na depen- sangramento ou apenas u ma pequena gota de
dência da distância do disparo efetuado. sangue evidente na parte correspondente ao
Alternativa E: Nos oriffcios de saída de PAF no orifício de entrada.
crânio temos que nos lembrar que haverá uma Alternativa 0: INCORRETA. É aquele que p erfura por
fratura óssea proximal à saída e que i sto am· pressão local, geralmente acentuada. Os projé·
p liará tal lesão, deixando-a mais irregular d o teis de arma de fogo são o exemplo mais clássi-
que normalmente costu ma acontecer. Também co em Medicina Legal.
teremos um aspecto de eversão e a saída (per- Alternativa E: INCORRETA. O que contunde, ou seja,
da) de substância -partes de t ecido encefálico. que age por pressão localizada, sem result ar
RESPOSTA: Excetuando-se o equivoco feito acer- em solução de continuidade d a pele. Um tapa
ca d a orla de escoriação, que é a mesma coisa desfechado com a mão aberta ou um murro re·
que orla de contusão, a resposta correta é a al- presentaria bem tal ação.
ternativa ©. RESPOSTA: ©
• ® Lesão de defesa.
334 Traumatolog~ Forense
•••
.- DICA DO AUTOR: Os Barotraumas podem ocor-
© Blast.
@ Fulgu ração.
® Barotrauma.
rer por variações bruscas e/ou continuadas de
pressões em níveis prejudiciais ao funciona-
mento do organismo humano.
RESOLUÇÃO: .- DICA DO AUTOR: Com certo conhecimento da
••
Alternativa A: CORRETA. A questão se refere a uma língua inglesa a questão já poderia ser corret a·
situação continuada e prolongada que nos mente respondida.
conduz ao raciocínio de uma condição crônica . RESOLUÇAO:
Nesse sentido, tal condição será denominada Alternativa A: INCORRETA. Bends se refere a curva,
de Doença de Monge, em alusão aos monges volta ou deflexão.
que se isolavam no alto das montanhas e por lá Alternativa 8: INCORRETA.Intermação é a exposição
viviam por longos períodos de tempo. de alguém a um local quente e mal arejado.
Altemativa 8: INCORRETA. No "mal das montanhas· Alternativa C: CORRETA. 8/ast significa explosão, ra-
a descompressão súbita é capaz de provocar jada.
danos, sobretudo com a formação de embolia Alternativa D: INCORRETA. Fulguração, como já ex-
gasosa. por vezes letal. A rarefação do ar respi- plicado anteriormente, é a vitimização de al-
rável é um fator importante no adoecimento guém por raio atmosférico sem que lhe sobre-
das vítimas desse mal. venha a morte.
Alternativa C: INCORRETA. Também no "mal das Alternativa E: INCORRETA. Barotrauma é um trauma
montanhasN a rarefação atmosférica diminuirá provocado pela exposição a bruscas ou grandes
a concentração de oxigênio e afetará o proces- e continuadas variações de pressão atmosférica.
so de hematose (troca de gases sanguíneos). RESPOSTA: ©
Tal situação também pode provocar a morte.
Nos casos agudos é comum a ocorrência do
edema pulmonar e/ou cerebral decorrente das (PERITO MÉDICI>-LEGAL - POLICIA TÉCNICO·
grandes altitudes.
Alternativa D: INCORRETA. Barotrauma é todo e
29 ·CIENTIFICA/GO - UNIVERSA - 2015) Ao exa-
me pericial. a presença de um sulco horizontal,
qualquer trauma envolvendo energia pressóri- de profundidade uniforme, completo na maio-
ca . Portanto, não contemplaria a questão t endo ria das vezes e localizado externamente na re-
em vista ser termo genérico. gião cervical, associado à presença de sinais ex-
Alternativa E.: INCORRETA. "Mal do mergulhador" ternos de asfixia, sugere:
ocorrerá uma elevação da pressão atmosférica
em casos de mergulhos ou de incursão a túneis ® Sufocação indiret a.
profundos, gerando a formação de "pacotes de ® Estrangulamento.
ar comprimido" na circulação da vítima. Caso a © Esganadura.
vitima suba de forma súbita à superflcie. ocor- @ Sufocação direta.
rerá uma aguda descompressão desses "paco- ® Enforcamento.
tes• com liberação de bolhas de gás que aca-
barão por formar processos de embolia gasosa
nos pulmões destas pessoas afetadas.
RESPOSTA: A .- DICA DO AUTOR: As asfixias compreendem os
•
traumas de natureza ffsico-química, resultando
em corte ou diminuição drástica do forneci-
(PERITO MEDICO-LEGAL - POLÍCIA TECNICO· mento de oxigênio para os tecidos orgânicos.
28 ·CI ENTIFICAJGO - UNIVERSA - 2015) 0 impac-
to das ondas de choque decorrentes das explo-
RESOLUÇAO:
Alternativa A: INCORRETA. Na sufocação indireta o
sões é denominado: que ocorre é a compressão torácica.
Alternativa 8: CORRETA. Nas situações em que
® Bends, tipo 1 ou 2. ocorre o estrangulamento teremos também
® lntermação. uma espécie de laço que será apertado contra
LeonardoMend~ Cardoso 337
•••
1> DICA DO AUTOR: Cuidado e muita atenção na
t ica (arroxeada), a qual é d enominada de Más·
cara equimótica de Morestin (leia-se Morestan).
Alternativa 8: CORRETA. As unhas do agressor po·
leitura dos enunciados são sempre recomendá· d em provocar lesões na túnica íntima das caró·
veis. Aqui se pede a alternativa '1ncorreta~ e is- t idas comuns em casos de esganadura.
so pod e gerar confusão p ara os menos atentos. Alternativa C: INCORRETA. Nos afogamentos tere·
Especificamente, todas as alternativas acham· mos uma d iluição do sangue encontrado no
-se corretas, exceto a alternativa "C em que se hemicoração esquerdo em função da entrada
nota a inversão do achado macroscópico em de líquidos nos pulmões e de sua absorção
afogados. Na realidade, pela própria dinâmica para a corrente sanguínea dirigida às câmaras
circulatória, o sangue do hemicoração esquer· esquerdas cardíacas.
do é recebid o dos pulmões e, por isto, estará Alternativa D: CORRETA. Confinar é trancafiar ai·
mais diluído que aquele visto no hemicoração guém em local pequeno e sem capacidade de
d ireito. Outro comentário perti nente é o de que renovação do ar ambiente.
não se admitem esganaduras acidentais ou sui- Alternativa E: CORRETA. Quem pratica a esgana·
cidas, uma vez que o agente terá t empo de per· dura tem sempre a intencionalidade da morte
ceber que está constringindo com suas mãos o de sua vitima, uma vez que tal ato depende da
pescoço de outrem ou, quando numa tent ativa ação de apertar com as mãos e p or t empo pro·
de suicfdio, o p róprio agente causador da cons· longado o pescoço de outra pessoa.
trição é t ambém a vítima de seu ato e ao per· RESPOSTA:@
der a consciência d eixaria de exercer a pressão
exigida para que o ato fosse completado com o
resultado de sua morte. Segundo se depreen· (PERITO MÉDICO·lEGAl - POliCIA CIVIl/PE -
de da leitura de Gomes,' temos os seguintes ti·
pos de asfixias:
32 IPAD - 2006) Assinale a alternativa correta.
•••
~ DICA DO AUTOR: Eletricidade natural - por raios
Alternativa D: INCORRETA. As queimaduras de ter-
ceiro grau são representadas pela queima da
pele em seus níveis mais profundos, podendo
atmosféricos - determinando morte é deno- alcançar até mesmo os planos musculares. São
minada de fulminação e, quando não letal, possíveis em cadáveres e não implicam reação
fulguração. A marca deixada neswes casos é de vitalidade.
chamada de Sinal de üchtenberg e tem aspec- Alternativa E: INCORRETA. A Marca elétrica de Jelli-
to arboriforme que também é conhecido como nek tem aspecto de lesão em saca-bocado. Já o
"sinal em folha de samambaia~ A marca elétri- Sinal de Uchtenberg (Georg Christoph lichten-
ca de Jellínek (Georg Jellinek, alemão, nascido berg, alemão, nascido em Ober-Ramstadt, em
em Upsia, em 16 de junho de 18S1, e falecido 1• de julho de 1742, e falecido em Gõningen,
em Heidelberg, em 12 de janeiro de 19 11) é em 24 de fevereiro de 1799), oriundo de descar-
comum nos casos de afetação por energia elé- ga de eletricidade natural (raios atmosféricos)
trica artificial. Caso haja morte da vitima dize- deixa uma lesão com aspecto de galhos de ár-
mos que houve eletrocussão e, caso contrário, vore (arboriforme) ou em folha de samambaia.
eletroplessão. Tal marca tem aspecto em "saca- RESPOSTA: @
-bocado~ As embolias pulmonares ou cerebrais
são comuns às síndromes descompressivas
que ocorrem em mergulhadores ou indivíduos (PERITO MÉDICO·LEGAL- POLiCIA CIVIUPE - IPAD
submetidos a grandes profundidades e que re-
tornam à superfície de forma mais rápida que
33 - 2006) Com relação ~s energias de ordem
mecânica, assinale a alternativa INCORRETA:
a recomendada. Para evitar tal ocorrência se
faz necessária uma despressurização lenta em @ As escoriações curam sem deixar cicatrizes.
tempo compatível com tempo de permanência @ Os ferimentos produzidos por instrumen-
e a profundidade alcançada. No "mal das mon· tos cortantes são regulares, têm bordas nítidas
tanhasN o que comumente ocorre é um edema e comprimento maior que a profundidade.
pul monar e/ou cerebral. Correntes elétricas © Os halos de tatuagem e de queimadura são
passando pelo coração são capazes de provo- típicos dos tiros encostados.
car sua parada por fibrilação ventricular por @ Nos tiros à distância, os orifícios de entrada
interferência na condução elétrica do sistema apresentam bordas invertidas, orla de escoria-
próprio de condução cardíaca. ção e halo de enxugo.
RESOLUÇÃO: ® As feridas contusas apresentam bordas es-
Alternativa A: CORRETA. O que provoca a morte em coriadas, anfractuosas e equimosadas.
acidentes ou eventos envolvendo energia elé-
trica é a relação entre baixa voltagem e alta am-
peragem, como a que se instala em residências.
Assim, uma voltagem de 120 volts (baixa volta- ~ DICA DO AUTOR: As escoriações atingem a epi-
••
gem) é capaz de produzir fibrilação ventricular derme e em suas resoluções não deixam cicatri-
e consequente morte, ao contrário daquelas zes, embora possam restar manchas hipocrômi-
energias utilizadas em cercas de proteção resi- cas, sobretudo quando expostas habitualmente
dencial (8.000 volts). aos raios solares ou fontes de luz. Os ferimen-
tos produzidos por instrumentos cortantes
340 Traumatolog~ Forense
representam os cortes ou lesões incisas, com o orifício de entrada e, por causa do giro do
as características descritas na alternativa per- projétil, a presença de uma orla de escoriação
tinente. Porém, se falarmos em lesões ou feri- ou de contusão no entorno daquele orifício.
das contusas simples não teremos bordas, uma Essa orla de escoriação poderá estar impreg-
vez que se houver solução de continuidade dos nada com sujidades do PAF, configurando uma
tecidos adjacentes ao trauma estaremos diante orla de enxugo.
de lacerações, lesões cortocontusas ou mesmo Alternativa E: O que se chama comumente de
perfurocontusas. Contusões simples podem ferida é uma lesão aberta, contrariamente as
estar representadas por rubor, equimose, he- lesões puramente contusas. Assim, seria mais
matoma, bossa, fratura, luxação, entorse, avul· correto dizermos lesão cortocontusa, uma vez
são dentária ou até ruptura de víscera ou órgão, que teria havido o rompimento da solução de
sem que seja percebida a abertura dos tecidos contiguidade da pele por meio de uma ação
na exterioridade corporal. Orifício de entrada. contundente mais acentuada e que se associa
orla de escoriação ou de contusão, orla de en· com um corte ou em uma localização corporal
xugo e aréola equimótica são sinais esperados favorável a isto (sobrancelha, por exemplo).
em tiros a distância ou de curta distância. A di· RESPOSTA: © . pois os tiros encostados não de·
ferença é que nos de curta distância, além dosjá monstram zona de tatuagem.
referidos, teremos a zona de tatuagem e serão
possíveis as zonas de chamuscamento e/ou de
esfumaçamento associadamente àquela primei- (PERITO MtOICO·LEGAL - POLICIA CIVIUMG -
ra zona. Nos tiros encostados não teremos zona
ou halo de tatuagem e a queimadura é possí-
34 FUMARC - 2013) Quanto à asfixia por mo-
nóxido de carbono. NÃO é correto afirmar:
vel de ser vista na borda do oriffcio de entrada.
Aproveitando a oportunidade dada pela ques· ® ~ mais constante como forma acidental ou
tão, quando se usa a expressão "tiro a distânc ia~ homicida e, mais raramente:, como suicida.
sem o ·a· craseado, a distância não é conhecida ® A rigidez cadavérica é mais tardia.
quanto a sua medida exata. Se nos valermos da © A putrefação é mais tardia.
expressão "tíro ~ di stância~ desta vez com cra- ® O sangue é fluido e róseo.
se. deveremos citar a distância do disparo. Por
exemplo, •o tiro foi d ad o~ distância de 3 metros~
RESOLUÇAO:
Alternativa A: Por atingirem camadas mais super- ~
••
DICA DO AUTOR: Suicídio e tentativa de suicí-
ficiais da pele (epiderme), as escoriações não dio são mais comuns que acidentes ou prática
deixam cicatrizes. homicida com o uso do monóxido de carbono.
Alternativa B: lesões incisas, as quais são resul· Na realidade o que acontece não é uma intoxi·
tantes de ações cortantes, apresentam bordas cação clássica pelo monóxido de carbono, mas
lineares, regulares. geralmente sangrantes em uma fixação desse gás nos glóbulos vermelhos,
maior ou menor quantidade e na dependência impedindo o transporte de oxigênio aos teci-
de variáveis (profundidade, extensão e locali· dos. Existem provas por meio de reações qui·
dade da ferida, por exemplo), coaptáveis (que micas para a detecção dos níveis deste gás no
se ajustam perfeitamente) e com comprimento sangue da vítima. Nos casos de morte teremos
predominando sobre a profundidade. rigidez precoce, face com cor rósea, livores ca-
Alternativa C: Nos tíros encostados ou de encosto davéricos róseos, sangue fluido e róseo, além
teremos a percepção de um halo de queimadu- de putrefação tardiamente iniciada.
ra nas bordas da ferida de entrada em razão da RESOLUÇÁO: Como visto acima, a alternativa ' A"
alta temperatura dos gases do disparo. Porém, deveria ser assinalada por apontar que rara-
os grãos de pólvora - combusta e/ou incom· mente ocorre por causa suicida e mais comu·
busta- serão injetados na pa rte interna da feri- mente como acidente ou homicídio. Porém, a
da, não sendo possível a formação de uma zona rigidez cadavérica é precoce e não tardia, como
externa de tatuagem. foi apontado na alternativa "B". Assim, tal al-
Alternativa 0: os tiros a distância somente o PAF ternativa também seria uma opção acertada
alcança o alvo. Assim só será possível perceber quando se pede pa ra marcar que 'NÃO é cor-
LeonardoMend~ Cardoso 341
reto afirmar". Portanto, essa questão seria anu- As alças intesti nai s, por exemplo, poderão ser
lável por apresentar duas alternativas possíveis. rechaçadas sem que se rompam e o cabo do
RESPOSTA: @ instrumento pressionado sobre a pele do abdo·
me empurra a lâmina para além do seu natural
comprimento. Quando a lâmina de um instru·
{PERITO MEDICO·LEGAL- POLICIA CIVIL/MG- mento perfurocortante tem apenas um gume
35 FUMARC - 2013) Quanto às lesões produ·
zidas por ação perfurocortant e, é correto afir·
- fio de corte - um dos ângulos ser~ fei to pela
borda afiada, result ando em um ângulo agudo;
mar, EXCETO: e o outro corresponder~ ao dorso da lâmina,
gerando um ângulo arredondado, geralmente.
® Os ferímentos penetrantes do abdome po· Caso o instrumento apresente três gumes- for·
dem ter um trajeto maior ou menor que o com· ma triangular - a lesão consequente ao seu uso
pri mento do instrumento. terá aspecto igualmente triangular ou também
® As lesões produzidas por instrumentos de denominado de estrelado. Logicamente uma
um só gume resultam em ferimentos em forma lâmina de um instrumento perfurocortante
de fenda de bordas iguais e ângulos agudos. t em suas medidas maiores na largura do que
© As armas de três gumes originam feridas de sua espessura e isto será visto de forma corres·
forma triangular ou estrelada. pondente no feri mento resultante e, caso a tal
@ A largura do ferimento é notadamente lâmina seja aplicada de forma perpendicular
maior que a espessura da lâmina da arma usa- ao corpo o compriment o externo da ferida {e
da e o seu comprimento menor que a largura não a profundidade) será menor que a largura
da folha, se o trajeto da arma foi perpendicular da folha.
ao plano do corpo. RESOLUÇÃO:
Alternativa A: Pensando que um instrumento
@ Vibices.
® Petéquias.
© Equimonas.
• ••
1> DICA DO AUTOR: A ingestão crônica do arsêni-
@ Sugilações. co produz cólicas, náuseas, diarreia crônica,
enfraquecimento progressívo, perda de peso,
não terapêutica (acima da preconizada). Essa Alternativa D: CORRETA. O metal chumbo tem afi-
substância atua no sistema de polarização e te- nidade por tecidos cerebrais, impregnando-os
polarização das células musculares - inclusive e promovendo intoxicação ·capaz de" gerar
as cardíacas. Como se trata de uma parada car- resposta de agressividade quando agindo so-
díaca, o simples exame necroscópico não é su- bre áreas específicas pertinentes às condutas e
ficiente para afirmar a causa da morte, embora comportamentos. Assim, fica evidente tratar-se
haja um indicativo sugestivo que seria a parada de uma possibilidade e não uma certeza.
cardíaca com o coração em diástole flácida (re· Alternativa E: CORRETA. Mitridatismo é um efeito
laxamento intenso). de tolerância que surge com a administração
O monóxido de carbono fixa-se à hemoglobina continuada e em pequenas doses de um de·
presente nos glóbulos vermelhos e, com isso, terminado veneno. Assim, o arsênico também
impede o transporte de oxigênio aos tecidos seria capaz de gerar o efeito de mitridatismo.
corporais. Essa fixação resulta na carboxiemo- Seria incorreta se apontasse para uma exclusi-
globina e por isto haverá a ocorrência de livores vidade daquela substância tóxica .
róseos, sangue de cor vermelho-vivo, trombose RESPOSTA: @
dos vasos cerebrais e dos pulmões, pneumonia
e amolecimento cerebral, como apontado na
alternativa pertinente. Por fim, mitridatismo é (PERITO MEDICO· LEGAL - POLICIA CIVIL/ES -
a tolerância progressiva que ocorre a um de-
terminado veneno que seja usado em doses
38 CESPE - 2006) A inanição, a fadiga e a sub-
missão a emoções intensas e repetidas (estres·
pequenas e de forma continuada, gerando um se) não são causas de lesões corporais porque
efeito de tolerância a tal substância tóxica. não são consideradas agentes causadores de
RESOLUÇÃO: ofensa à integridade ffsica ou à saúde de um
Alternativa A: INCORRETA. A aplicação de cloreto examinado, nem tampouco são possíveis as ca-
de potássio determinará, quando em grande racterizações das lesões provocadas por esses
quantidade ou "em bolo" sem a devida dilui- agentes. sob o aspecto médico-legal.
ção, parada cardíaca que não poderá ser dis-
tinguida de outras causas pelo simples exame ( ) CORRETA ( ) INCORRETA
visual do órgão numa autópsia. A dosagem da
substância será necessária. Contudo, a parada
em diástole "frouxa" é um sugestivo de tal situa·
ção. Outra possibilidade (dose-dependente) é a
ocorrência de necrose da musculatura cardíaca
•••
,.. DICA DO AUTOR: Para a verificação e quantifica·
induzida pelo excesso de cálcio. Portanto, em ção dos danos considerados como lesões cor-
alguns casos é bem possível perceber que a porais o perito deve essencialmente conhecer
morte se deu por intoxicação pelo cloreto de sobre as questões j urídicas e não apenas os
potássio. Assim, não seria válida a expressão aspectos médicos. E isto que torna a Medicina
"praticamente impossível~ até mesmo porque Legal uma matéria voltada para o interesse ju-
ela é muito vaga. rídico. Nesse sentido, lesões corporais acham-
Alternativa B: CORRETA. O monóxido de carbono -se doutrinadas pelo nosso Código Penal (CP),
promoverá a ligação com a hemoglobina dos em seu Artigo 129, caput e parágrafos com
glóbulos vermelhos do sangue formando a car- seus incisos. Porém, em relação ao que consta
boxiemoglobina, que por sua vez conferirá ao da questão a ser comentada, a leitura analítico-
sangue uma cor rósea que, por fim, vai ser de- · crítica do caput é suficiente para que a possa·
monstrada nos livores de igual coloração. Vale mos responder. O referido segmento do Artigo
dizer que a expressão •apontam• não é sinôni- 129 CP diz, textualmente: "Ofender a integri·
ma de "'confirmam~ Portanto, o "'a pontam" diz dade corporal ou a saúde de outrem•. Este é o
respeito a indicativo e não certeza. conceito jurídico de lesão corporal que se deve
Alternativa C: CORRETA. Cianeto é uma substância levar em conta. Dessa forma, toda e qualquer
bloqueadora da ação da enzima Citocromo oxi- condição capaz de gerar danos anatômicos,
dase, impedindo o adequado processo de respi- funcionais e/ou mentais deve ser configurada
ração celular. Tem cheiro de amêndoas amargas. como sendo um trauma. Trauma é toda ação
344 Traumatolog~ Forense
suficient emente capaz de gerar um dano; a le- se dado por sífilis e a vít ima tenha evoluído para
são decorrente é o d ano em si. Ou sej a, t rau ma neurossifilis. No mais, a assertiva não forneceu
é causa e lesão é consequência ou resultado. d ad os sobre como tal contaminação ocorreu.
Entre essas partes é necessário o estab eleci- Uma pessoa que saia pelas ruas picando p es-
mento do nexo, dito nexo causal ou nexo de soas com agulhas em seringas com sangue
causalid ad e. Inanição, fadiga e emoções in- contaminado pelo HIV está gerando lesões cor-
tensas d e repetição funcionam como energias porais extremamente importantes do ponto de
mistas - fadiga e situações estressantes; ou vista jurídico. Mais ainda, vejamos o que diz o
energias bioquímicas - inanição e outros pro- Artigo 130 do mesmo dispositivo legal, no ca-
cessos d e p erturbação alimentar e i nfecções. pítulo acerca d a periclitação da vida e da saúde:
Portanto, devem ser enquadradas como cau- Perigo d e contágio venéreo:
sas de lesões corporais, com certeza. Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações
RESOLUÇÃO: A assertiva está INCORRETA, até sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio
mesmo porque não se p odem desprezar as al- de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber
terações mentais, funcionais e/ou anatômicas que está contaminado... (Código Penal brasileiro)
resultantes dessas ações traumáticas. E, como Ou ainda:
tal, deverão ser adequadamente descritas e Perigo de contágio de moléstia grave
quantificadas. Danos à saúde, mencionados no Art. 131 - Prat icar, com o fim de t ransmitir a
tal artigo, pod em ser funcionais e/ ou mentais. outrem moléstia grave de que está contami-
Podem não ser verificadas lesões do t ipo cor- nado, ato capaz de produzir o cont ágio...
tes, cont usões etc., mas os danos mentais dai Perigo para a vida ou saúde d e outrem
decorrentes podem até mesmo ser verificados Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a
e quantificados. Ao ser d ita "ofensa à saúde~ en- perigo direto e iminente... (Código Penal bra-
quadram-se aí os danos à saúde psíquica. silei ro)
RESPOSTA: INCORRETA.
Portanto, clara está a relevância do fato ques-
t ionad o sob os pontos d e vista jurídico e mé-
(PERITO M! DICo-LEGAL - POLICIA CIVIL/ES - dico-legal.
39 CESPE - 2006) A contami nação com uma
doença sexualmente transmissível não deve
RESOLUÇÃO: Assertiva INCORRETA, uma vez que
exi stem previsões legais capazes de amparar a
ser objeto d e perícia médico-legal p orque não tese de crime neste caso em estudo.
existe previsão de crime nesse ato. RESPOSTA: INCORRETA.
( ) CORRETA ( ) INCORRETA
(FUNDATEC- PC·RS- 2018) Sobre os concei -
4O tos médico-legais de "embriaguez alcoó-
• ee lica~ de "alcoolemia" e de "tolerância ao álcool:
é correto afirmar que:
.- DICA DO AUTOR: Em primeiro lugar, devemos
nos voltar para o que já foi explanado na ques- 1. A alcoolemia e a embriaguez alcoólica têm
tão anterior. Segundo o Artigo 129 da CP. uma igual definição, sendo, p ort anto, sinônimos.
doença sexualment e transmissivel pod erá e 2. Sempre que existir álcool etllico no sangue, o
deverá ser objeto de análise médico-legal, uma exame de embriaguez será posit ivo.
vez que o § t• inciso 11 fala em perigo de vida 3. A embriaguez alcoólica é uma situação tran-
- melhor d izer perigo de morte - e u ma doen- sitória.
ça sexualmente t ransmissível, nem todas, pode 4. Sempre que a alcoolemia d etectar álcool eti-
gerar tal situação. Também porque o§ 2• inciso líco no sangue, o exame para verificação de
11 fala em doença incurável. Suponhamos que emb riaguez alcoólica será positivo.
tal d oença sexualmente transmissivel seja a Sln- S. Uma mesma quantidade de álcool etílico ad-
drome da lmunodeficiência Adquirida - SIDA mi nistrada a individuas diferentes vai p rodu-
- e que os tratamentos não estejam gerand o o zir os mesmos resultados, no mesmo período
efeito esperado, ou que a contami nação tenha de tempo, em todas as ocasiões.
Leonardo Mendes Cardoso 345
••• 41
• DICA DO AUTOR: alcoolemia se refere ao nível
(IADES - UFBA - 2014} As intoxicações
e os envenenamentos são importantes
causas de letalidade na população brasileira.
sanguineo de álcool após sua ingestão, o que Com relação aos casos de intoxicação e envene-
varía no tempo, já que a metabolização daque- namento humano, assinale a alternativa correta.
la droga fará com que ocorra um decréscimo
gradual na sua concentração sanguínea. Por 1. A naloxona deve ser administrada como antí-
embriaguez alcoólica devemos entender o es- doto nos casos de int oxicação por beta-adre-
tado dependente da ingestão de álcool causan- nérgicos e monóxido de carbono.
do intoxicação aguda e alterando parcial ou to- 2. Pacientes com intoxicações por paracet a-
talmente o comportamento do indivíduo, po- mol devem receber d-penicilamina como
dendo levá-lo até o est ado de coma e, por ve- antídoto.
zes, à morte. Outras condições (privação de so- 3. Estridor laríngeo, desorientação e queimadu-
no, por exemplo} ou outras substâncias (dia- ras de cavidade oral podem ser sinais de le-
zepfnicos, por exemplo) podem provocar em- são por cianeto.
briaguez que seria o entorpecimento psicomo- 4. Para pacientes com intoxicação por organo-
tor. Por tolerância ao álcool devemos compre- clorados e organofosforados, está contrain-
ender a capacidade de algumas pessoas em dicado o uso de atropina, devido à sua baixa
consumir mais bebidas alcoólicas que outras efetividade para os efeitos nicotínicos desses
antes que nelas se manifestem os efeit os quí- agent es tóxicos.
micos típicos dessas drogas não medicamento- S. A exuberância nos sintomas de sistema ner-
sas, psicoativas, depressoras do sistema nervo- voso central é característica das intoxicações
so central - SNC. pela maioria dos carbamatos.
O exame físico para verificação de embriaguez
alcoólica dependerá de muita experiência do
observador e incluirá a verificação de certos pa-
râmetros: hálito etílico, marcha, equilíbrio, coor-
•••
• DICA DO AUTOR: os envenenamentos são clas-
denação motora, nível de atenções voluntária e sificados como traumas de natureza química.
espontânea, grau de vigilância, orient ação tem- A naloxona é um antagonista de opioide indi-
poroespacial, memória, cognição, fala... A alcoo- cado para o t ratamento de emergência de su-
lemia complementa esse exame e nem sempre perdose ou intoxicação aguda por opioide. Se
podemos afirmar que uma pessoa com maior a concentração de paracetamol no sangue for
nível sanguíneo de álcool estará mais embria- elevada, administra-se geralmente acetilciste-
gada que outra com nível menor. Ou seja, ní- ína por via oral ou intravenosa, para reduzir a
veis iguais podem muito bem representar esta- t oxicidade do paracetamol. Entre os inseticidas
dos de embriaguez diferentes, sobretudo na de- temos os organofosforados (exemplo, Mala-
pendência de variáveis já bem conhecidas: be- thion• ); os carbamatos (exemplo, Aldicarb• );
ber de estômago vazio, ingestão de alimentos os organoclorados (exemplo, Aldrin•); e os pi-
gordurosos, gênero, índice de massa corporal, retróides (exemplo, Cipermetrina•). Tanto nos
habitualidade de consumo, associação com ou- organoclorados quanto nos organofosforados
tras drogas, estado de saúde hepática, presença o sulfato de atropina é o ant agonist a u tilizado
de alguma condição mórbida específica ... nas intoxicações. Quanto aos carbamatos, os
RESOLUÇAO: Concordamos com tal resposta, já sint omas e sinais mais frequentes são saliva-
que as demais possuem incorreções nagran- ção, lacrimejamento, urina, diarreia, vômitos,
tes. De fato, a embriaguez é condição transitó- broncorreia, broncospasmo, bradicardia. miose
ria, tendo em vista que os níveis decrescem por e alguns sintomas nicotínicos incluindo fasci-
conta do metabolismo hepático gradualmente culações musculares e fraqueza. Ou seja, não
ocorrido. vemos aqui algo relacionado com exuberancia
RESPOSTA: afirmativa 3. relacionada a sistema nervoso central. Já em re-
lação ao cianeto ocorrem dor de cabeça, tontu-
ras, taquicardia, dispneia e vômitos. E às vezes
convulsões, bradicardia, hipotensão arterial.
346 Traumatolog~ Forense
e e e RESUMO PRÁTICO e e e
Este capítulo t ratou das questões pertinentes elétricas, afogamentos, irradiações ionizantes,
à Traumatologia Forense. Embora as lesões por envenenamentos etc. O norte a ser seguido pe-
projéteis de arma de fogo - PAF - também per- lo candidato deve, nest e sentido, ser o que dita o
tençam a esse tópico, optamos por t ratá-las se- artigo 129 do Código Penal -CP-, o qual nos fa-
paradamente, t endo em vista a importância de- la de ofensas à integridade corporal e à saúde de
las no contexto dos concursos para médicos le· outra pessoa. Portanto, devemos entender que
gistas e demais pleit os que cobram tais conhe- por ofensas à integridade o dispositivo legal faz
cimentos de forma mais extensiva. alusão às alterações da anatomia humana (cor-
A Traumatologia Forense é matéria que envol- tes, fraturas, queimaduras, rompimento de ór-
ve não só as lesões corporais habitualmente vis- gãos...), enquanto por ofensas à saúde se refe-
tas (oriundas de pancadas, tapas, quedas...), co- re às alterações funcionais (fígado funcionando
mo também aquelas que surgem por descargas mal, rins funcionando mal, coração funcionando
Leonardo Mend~ Cardoso 347
mal etc.). Porém, a saúde mental também se en- perfurante, lesão do tipo perfuração. Podemos
quadra nesta categoria, embora acabe sendo lar- também ter as ações mistas gerando lesões
gamente negligenciada. mistas. Perfurar em associação com contundir
Por alterações da saúde mental podemos ter, (ação perfurocontundente) resulta numa lesão
por exemplo, uma pessoa que passa a apresen- perfurocontusa; cortar em associação com con-
tar grave transtorno depressivo em decorrência tundir (ação cortocontundente) resulta numa
de uma lesão deformante ou alterações com- lesão cortocontusa; cortar em associação com
portamentais a partir de um trauma contun- perfurar (ação perfurocortante) resulta numa
dente craníoencefálico que lesíonou determi- lesão perfuroincisa.
nada parte do cérebro. Também as agressões Dentro dos traumas de natureza mecânica,
verbais (como podem ocorrer nos casos de as- como complemento ao que foi dito anterior-
sédio moral e/ou sexual) podem culminar com mente, temos ainda as lesões especiais. Cortes
"lesões psíquicas" de grande relevância jurídica. ou lesões cortocontusas realizados no pescoço
Assim, não há que se desprezar os danos com- recebem nomes especiais. Se a ação geradora
ponentes dos transtornos mentais secundários da lesão é feita na parte anterior, lateral ou ante-
às agressões físicas. rolateral será chamada de esgorjamento (cortar
Os traumas são, segundo o entendimento na gorja, sendo que gorja é garganta). Se tal le-
médico-legal, quaisquer ações capazes de ge- são ocorre na parte posterior (nuca), aí teremos
rar um dano. Dessa forma, podemos dizer que a degola (cortar na gola). Se a cabeça é separada
um trauma é uma causa de um dano e que esse do corpo, estaremos diante de uma decapitação.
dano seja a consequência do trauma que o ge- Atenção, para melhor fixação lembre-se que "o
rou - a própria lesão. Já vale aqui referir que por passarinho quando canta, gorjeia"; a gola da ca-
causa desse conceito é que os operadores do misa fica na parte de trás do pescoço; decapitar
Direito necessitam que seja realizado pelos peri- vem de capita, que significa cabeça e, portanto,
tos o estabelecimento do nexo de causa, ou se- não pode ser escrita com •p mudo" (decaptar).
ja, um dano deve ser compatível com o trauma Traumas de natureza química: envolvem gas-
que alguém alega ter sido praticado contra si ou to de energia química, dependendo logica-
contra outrem. Os parâmetros para as ações pe- mente da ação de alguma substância quími-
riciais, em se tratando da quantificação do dano, ca. Como substâncias químicas podemos ter os
devem ser aqueles expostos no artigo 129 CP. cáustícos (aquelas substâncias que queimam
com seus parágrafos e respectivos incisos. Sen- pelo contato), representados pelos ácidos (áci-
do os traumas as ações lesivas, podemos então do sulfúrico, por exemplo) ou pelas bases (soda
classificá·los segundo os tipos de energias gas- cáustica, por exemplo). Grosso modo, são subs-
tas nas suas execuções. Vejamos: tâncias capazes de transferir íons de hidrogênio
Traumas de natureza mecânica: dependem entre si. Ou seja, as bases são "análogas opos-
de um objeto e do movimento desse objeto tas" aos ácidos e vice-versa.
em relação à vítima. Assim, podemos ter so- Substâncias com pH menor que 7,0 são áci-
mente o objeto em movimento (trauma de na- das e com pH maior que 7,0 são básicas. Quan-
tureza mecânica do tipo ático); somente a viti- to menor ou quanto maior o pH, mais resultam
ma em movimento (trauma de natureza mecâ- em queimaduras nos tecidos orgânicos quan-
nica do tipo pas.sivo); ou ambos em movimento do nesses forem aplicados. O pH 7,0 é dito neu-
(trauma de natureza mecânica do tipo misto). tro e não vai provocar queimadura. Por reação
A energia gasta nesses traumas seria a energia de neutralização, quando um ácido é misturado
cinética. Os objetos ou suas ações serão nome- com uma base (HCI + NaOH, por exemplo) te-
ados com palavras terminadas em "...nte: que remos a geração de sal mais água (NaCI + H,O).
significa "aquilo que age~ Portanto, se a ação Também podemos ter tais traumas envol-
for de cortar o objeto será chamado de cortan- vendo a administração de drogas. Drogas são
te. Se for de contundir será contundente. Se for todas as substâncias químicas capazes de al-
de perfurar, será perfurante. Edaí por diante. As terar uma ou mais funções orgânicas. Portan-
lesões nunca deverão terminar com "...nte~ to, não devemos confundir drogas com maco-
Vejamos: ação contundente, lesão contu- nha, cocaína ou outras do gênero, j á que o ter-
sa; ação cortante, lesão incisa ou incisão; ação mo "drogas• é genérico.
343 Traumatolog~ Forense
As drogas podem ser medicamentosas ou de fonte artificial), eletroplessão (lesão por cho-
não medicamentosas. Dentre ambas, podemos que elétrico de fonte artificial, sem morte), fui·
ter as psicoativas (com ação no Sistema Ner- minação (morte por energia elétrica de descar-
voso Central - SNC) e as não psicoativas. En- ga de raios atmosféricos), fulguração (lesão por
tre as que são psicoatívas temos as depressoras energia elétrica de descarga de raios atmosféri-
do SNC (que adormecem ou causam diminui- cos sem morte) e as queimaduras de l•grau (ar·
ção do ritmo psícomotor), representadas pe- dor e vermelhidão intensa, afetando a superfi-
lo álcool e pela maconha; as estimulantes (que cialidade da pele), de 2• grau (ardor mais inten·
acentuam o estado de alerta ou o ritmo psico- sificado, vermelhidão e bolhas acometendo ain-
motor), como a cocaína, a cafeína e as anfeta- da a superfície da pele}, de 3° grau (acometen-
minas; e as modificadoras (que não estimulam do camadas mais profundas da pele, até gerar
nem deprimem o SNC, mas que provocam alu- úlceras e danos aos planos musculares) e de 4°
cinações). Essas modificadoras são também co- graus (carbonização - queimar até virar carvão
nhecidas como alucinõgenas ou psicodélicas, a - ou cremação - queimar até virar cinza). Vale
exemplo do LSO e da Ayahuasca (componente lembrar que corpos carbonizados ou cremados
do Chá do Santo Oaime). demonstram empecilhos na obtenção de mate-
Em relação as drogas não psicoativas temos rial para identificação por meio de ONA quando
alguns medicamentos e alguns venenos. Em os processos forem completos (de corpo total).
relação a estas temos que a dose faz a diferen- Traumas de natureza ffsico-química: são re-
ça. mas nem só isso é capaz de gerar alterações. presentados pelas asfixias em geral. O impedi-
Por vezes, um medicamento usado em dose mento das trocas de gases necessárias para a
adequada e em intervalos adequados também adequada respiração e consequente oxigena-
pode causar danos. Basta nos lembrarmos das ção dos tecidos corporais vai determinar mo-
reações alérgicas, dos prazos de validade ven- dificações nos ambientes celulares a partir da
cidos, das sensibilidades individuais, das inte- bioquímica sanguínea. Teremos alterações do
rações com outras drogas (alguns antibióticos pH sanguíneo, da concentração de gases e de
anulam os efeitos dos anticoncepcionais; alco- todas as demais reações em cadeia decorrentes
ol potencializa o efeito de alguns medicamen- disso. As asfixias podem acontecer por sufoca-
tos controlados ...). ção direta, onde o impedimento ao fluxo aéreo
Vale lembrar que todo medicamento, assim ocorre em algum ponto desde a boca e/ou nari-
como todo veneno, tem uma dose terapêutica nas até a traqueia. A sufocação indireta será re·
e uma dose tóxica. A distância entre tais doses presentada pelo impedimento de expansão da
é dita •intervalo de segura nça~ Quanto maior a caixa torácica, por sua compressão.
distância entre essas doses, mais seguro é um As asfixias por constrição cervical ocorrem
medicamento ou menos potente é um veneno. quando o pescoço é apertado de alguma for-
Quanto menor tal intervalo de dose, menos se- ma por algum objeto (corda, lençol, mãos, bra-
guro é um medicamento ou mais potente é um ços, pernas, cintos, gravatas etc.). Nesse senti-
veneno. do, poderemos ter:
Traumas de natureza física: são os que envol- Enforcamento: deve haver um laço (de qual-
vem as energias radiantes, representadas por quer material) que será apertado em volta
todas aquelas capazes de se propagar no am- do pescoço pelo próprio peso da vítima que
biente a partir de uma fonte emissora. Luz, som, pende no laço. O sulco deixado será oblíquo,
Raios X, energia nuclear, micro-ondas, eletrici- interrompido ou mais superficializado na re-
dades naturais ou artificiais, de aparelhos celu- gião do nó e deixando marcas de sua trama
lares. calor, frio... Tais energias podem gerar da- na pele afetada. O corpo poderá estar em
nos diversos, indo desde queimaduras (de pri- suspensão completa (balançando no ar) ou
meiro a quarto graus) até cegueira, surdez, este- incompleta (quando alguma de suas partes
rilidade, tumores malignos e baixa imunidade. toca uma superfície contendo parte de seu
As lesões mais importantes são representadas peso). O nó pode ser típico (na parte da nu-
por intermações (calor em locais confinados), ca) ou atípico (em posição diversa da ante·
insolações (exposição prolongada aos raios so- rior). Lembrar que uma suspensão incomple-
lares), eletrocussão (morte por choque elétrico ta não significa necessariamente que esteja
Leonardo Mend~ Cardoso 349
••
t> DICA DO AUTOR: As causas jurídicas da morte -
qualquer substância, inclusive álcool - algo de
origem externa e não natural. as mortes por
intoxicações alcoólicas agudas devem ser in-
óbito - são divididas em naturais ou de causas terpretadas como sendo de causa j urldica vio-
internas - senilidade e doenças - e as violentas lenta e a competência de sua Investigação é
ou de causas externas - suicfdio, homicldio e do legista.
acidente. As naturais devem ter a causa verifica· Nesse sentido o Conselho Regional de Medici-
da por médico assistente ou, na falta desse, por na da Paraíba lecionou que:
352 Tanatologia f<>rense
Dessa forma, em resumo, como as mortes decor- 1> DICA DO AUTOR: Há que se explicar de que tipo
rentes de traumas e intoxicações agudas, sen· de causa a questão trata. Caso fossem causas
do consideradas mortes violentas, podem ocor- jurídicas deveríamos classificar as mortes em
rer por ação criminosa, se enquadram dentro da naturais e violentas, como j á visto na questão
competência dos Institutos de Medicina legal.' anterior. Caso estejamos falando em causas
ASSERTIVA S: Causas ignoradas sem violência médicas, af sim poderíamos dividi-las como
aparente ou suspeita de violência deverão ser sendo de certeza da causa, sugestiva de uma
investigadas por pessoal do SVO. Somente causa, compatível com alguma causa ou de
após não alcançarem um diagnóstico é que tais causa indeterminada.
situações serão interpretadas como sendo de Quando as mortes ocorrem em estabelecimen·
causas indeterminadas. tos de custódia a responsabilidade pela inte·
RESOLUÇAO: Não existe alternativa que corres· gridade dos detentos é do Estado. Portanto,
ponda com a correta. O correto seria "Somente sempre deveremos ter a investigação da causa
a afirmativa 3 é verdadeira". realizada no âmbito de um Instituto Médico
RESPOSTA: @ legal - IM L. Mesmo que não haja uma infração
que apurar paira sempre uma dúvida quanto
à causa real de uma morte em situações dessa
(PERITO M!DICO·LEGAL - POlfCIA CIENTfFICAI natureza e mais providente é que um legista
02 PR- UFPR- 2007) Considere as seguintes
afirmativas a respeito de perícias e competên-
verifique tal causa. Basta nos lembrarmos de
que antes de irem para a cela todos os apena·
cias: dos obrigatoriamente devem passar pelo exa·
me de corpo de delito para que suas integrida·
As causas de morte podem ser classificadas des físicas sejam verificadas a priori.
como de certeza, sugestiva, compatível e in- A identificação de cadáveres vitimas de mor·
determinada. tes violentas, dentro ou fora de sistemas pri·
2. Na morte em estabelecimento de custódia, a sionais, é de responsabilidade do Instituto de
atribuição de atestá-la é do médico assisten- Identificação ou repartição congênere e não do
te, dispensando a perícia quando não existir médico-legista. A causa jurídica da morte não
infração penal a apurar. é da competência do legista nem de qualquer
3. É atribuição do médico-legista a identifica- outro médico, mas sim do Juiz da causa, exceto
ção médico-legal do cadáver. quando a causa for natural. Assim, em custodia·
4. É atribuição do médico-legista a constatação dos os legistas apenas verificarão a certeza do
e determinação do corpo do laudo da causa óbito e a sua causa clínica. A causa médica, ou
jurídica da morte. clínica, do óbito é de responsabilidade do mé·
5. Não é atribuição do médico-legista a deter- dico·legista, caso seja violenta ou suspeita de
minação da causa médica da morte. violência, ou de outros médicos, caso seja sabi·
damente natural.
Assinale a alternativa correta: RESOLUÇÃO:
ASSERTIVA 1: As causas médicas de morte pode·
@ Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verda- riam ser assim classificadas, mas esta é uma das
deiras. possibilidades.
® Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verda- ASSERTIVA 2: Em estabelecimentos de custódia
deiras. as mortes de detentos devem ser investiga·
© Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verda- das por legistas, tendo-se em vista os possíveis
deiras. questionamentos dos parentes e da sociedade
@ Somente as afirmativas 1, 3 e S são verda- acerca daqueles eventos.
deiras. ASSERTIVA 3: O Instituto de Identificação ou re·
® Somente as afirmativas 1, 2 e S são verda- partição congênere presta o serviço de iden·
deiras. tificação de cadáveres em casos onde haja tal
necessidade.
eee ASSERTIVA 4: Causas jurídicas de morte são de
atribuição do Juiz da causa.
Leonardo Mend~ Cardoso 353
•• 04
• DICA DO AUTOR: Somente em casos que se ne-
(PERITO M!DICO-LEGAL - POLICIA CIVIL/RO -
FUNCAB- 2012) Acerca das mortes causa-
cessitem obrigatoriamente de exames comple- das por asfixia por constrição cervical, assinale
mentares ou naqueles que deixem dúvidas e a alternativa correta:
nos quais a perícia necroscópica não responda
ao que for necessário para o deslinde da cau- @ O enforcamento pode ser classificado co-
sa é que deveremos falar em exames comple- mo completo quando o corpo está totalmente
mentares. suspenso ou parcial quando está apoiado par-
RESOLUÇÃO: cialmente.
Alternativa A: INCORRETA. Em cadáveres carboniza- ® O sulco provocado pelo enforcamento
dos não há que se falar em exame anatomopa- completo pode ser confundido com o sulco
tológico, uma vez que não existirá material dis- provocado por estrangulamento.
ponível (carbonizações totais) para avaliação © O sulco encontrado no enforcamento em
nesse sentido. Investigação de DNA não é refe- condições habituais é oblíquo e descendente
rente a exame anatomopatológico. A questão em relação ao nó.
fala claramente que o exame complementar @ ~ comum a causa acidental de morte por
devera ser o de avaliação anatomopatológica, asfixia por estrangulamento.
assim as afirmativas contendo menções aos ® A asfixia por esganadura pode ser suicida,
exames de DNA invalidam a resposta, pois não como causa jurídica.
se tratam de avaliações laboratoriais anatomo-
patológicas.
Alternativa B: INCORRETA. Infarto não é condição
em que uma avaliação médico-legal sej a neces- • DICA DO AUTOR: O enforcamento clássico é dito
•
sária, pois é situação de causa de morte natural. completo quando o corpo tem suspensão to-
Nos casos em que haja decomposição cadavé- tal e incompleto quando apresenta suspensão
rica adiantada os exames toxicológicos tendem parcial. Os sulcos dos enforcados são oblíquos,
a não fornecer resultados confiáveis, exceto em incompletos e mais profundos na região do
354 Tanatologia f<>rense
Lembrar-se do ator que, ao encenar a morte de que se possa estimar o tempo de morte. Tal
Judas, foi vítima de enforcamento acidental por tempo será sempre aproximado e nunca exato.
defeito no aparelho que lhe sustentava o corpo Melhor falar em tempo estimado de morte
durante a teatralização. do que em hora estimada de morte. Temos
Alternativa D: Acerca desta alternativa valem as basicamente três parâmetros para os estudos
mesmas orientações descritas na alternativa da cronotanatognose: os sinais mediatos ou
anterior. consecutivos da morte, as fases da putrefação e
Alternativa E: Acerca desta alternativa valem as os estudos referentes à Entomologia Forense. A
mesmas orientações descritas na alternativa "A". entomofauna contribuirá nesse sentido a par-
ANALISE DO AUTOR: Tendo em vista os dados acer- tir das fases evolutivas dos insetos - ovo, larva,
ca da asfixia relatada no enunciado, trata-se de pupa e fase adulta.
um enforcamento. Como enforcamentos po- RESOLUÇÃO:
dem ser acidentais, suicidas ou homicidas, as Alternativa A: CORRETA. Tal alternativa encontra-se
alternativas ·c e ·o· são possíveis. A perícia de completamente correta, sendo que a diminui·
local e os dados coletados a partir de testemu- ção da consistência do globo ocular e a opacifi-
nhas servirão para d irimir as dúvidas do julga- cação da córnea são os mencionados fenôme-
dor ou do corpo de sentença, se for o caso. nos oculares.
RESPOSTA: © Alternativa 8: INCORRETA. A algidez cadavérica, os
livores ou manchas de hipostase (ou hipôstase}
e a desidratação são fenômenos dependentes
(PERITO MEDICO-LEGAL- SPTUGO - FUNIVERSA de efeitos fisicos. A rigidez cadavérica depende
07 - 2015} Na Tanatologia, a cronotanatog-
nose é o estudo, por meio de sinais ffsicos e qui-
de reações químicas intracelulares.
Alternativa C: INCORRETA. A Lei de Nysten (ou Regra
micos, da estimativa da hora da morte. Quanto de Nysten} se refere ao caráter de progressão
aos fenômenos cadavéricos ligados a esse estu- descendente da rigidez cadavérica. Ou seja. o
do, assinale a alternativa correta. cadáver endurece sua musculatura no sentido
craniopodal ou craniocaudal. Trata-se de um
@ A desidratação é um fenômeno cadavé- sinal mediato ou consecutivo da morte e que
rico de ordem física que causa a perda de pe- irá se desfazer a partir do início da putrefação
so, apergaminhamento da pele, dessecamento e que desta não faz parte. O desfazimento da
das mucosas e fenômenosoculares no cadáver. rigidez também se dá obedecendo o mesmo
® Resfriamento do corpo (algidez cadavéri- sentido de sua instalação. Isto se explique pelo
ca). livores hipostáticos, rigidez muscular e de- maior volume e maior resistência dos grupos
sidratação são fenômenos de ordem física. musculares de membros inferiores~ superiores
© A regra de Nysten é aplicável ao fenômeno e tronco, respectivamente numa ordem de in-
cadavérico de ordem química denominado de tensidade.
putrefação. Alternativa D: INCORRETA. Nos casos de mortes sú·
@ A rigidez cadavérica nada mais é do que bitas e por meios violentos a rigidez cadavérica
uma variante da contração muscular provoca- tende a ocorrer mais tardiamente e não mais
da pela escassez de oxigênio nos tecidos. Assim, precocemente.
nos casos de morte rápida, natural ou violenta, Alternativa E: INCORRETA. O Sinal de Sommer ou
tende a aparecer mais cedo e durar menos. de enegrecimento esclerótico pode surgir na
® A mancha negra esclerótica, também co- metade temporal de cada olho, sendo resulta-
nhecida como Sinal de Sommer, tem sua gêne- do da desidratação da esclerótica. Tem forma
se no processo de autólise, um fenômeno cada- circular, cor amarelada inicial e que vai se tor-
vérico de ordem qufmica. nando azulada para depois se tornar enegreci-
da. Tal sinal implica na visualização da coroide
•••
~ DICA DO AUTOR: A putrefação é um fenômeno
no que indíca o início da fase de coloração da
putrefação.
® Os afogados brancos de Parrot se caracteri-
transformativo destrutivo do cadáver e depen· zam pela presença de cogumelo de espumare·
de sempre da presença e ação de bactérias sa- cobrindo boca e narinas e das manchas de Pal-
prófitas. Caso não haja tal presença e/ou ação, tauf na superfície dos pulmões.
o cadáver entrará num processo de fenômeno
transformativo conservativo - saponificação,
mumificação, corificação ou crioconservação.
A velocidade de instalação e progressão da pu· ~ DICA DO AUTOR: Os fenômenos transforma·
••
trefação depende de inúmeros fatores (variá- tivos do cadáver incluem os conservativos -
veis). Assim, a experiência do perito conta mais mumificação, saponificação, crioconservação
do que qualquer tabela comparativa proposta e corificação - e os destrutivos - maceração e
por algum autor. putrefação. lnumar - in (para dentro) + húmus
RESOLUÇÃO: (terra) - significa sepultamento; o contrário é a
Alternativa A: As fases da putrefação são: colora· exumação - ex (para fora) + húmus (terra). Livo-
ção, gasosa ou enfisematosa, coliquativa, es- res hipostáticos são sinais abióticos - de falta
queletização. de vida - media tos ou consecutivos. A mancha
esclerõtica ou Sinal de Sommer nada mais é do
358 Tanatologia f<>rense
chasde Paltauf são manchas avermelhadas cor- @ Segundo a lei de Nysten, o rigor mortis se
respondentes a áreas de hemorragia e que são inicia pela musculatura das extremidades dos
visíveis na superfície dos pulmões de afogados membros e avança de forma centrípeta, tor-
(no parênquima pulmonar). Tais manchas são nando-se generalízada após 12 horas da morte.
semelhantes às manchas de Tardieu, as quais ® O indivíduo que é atendido em sua residên·
são vistas nos pulmões de asfixiados em geral da num Programa de Saúde da família e morre
(subpleurais). Com o novo acordo ortográfico de causas naturais em seu domicílio, poderá ter
da Ungua Portuguesa, a grafia correta de "intra seu atestado de óbito fornecido por um médico
+ uterina"' é intrauterina e não "in tra ·uterina~ pertencente ao programa de assistência.
Alternativa A: CORRETA. Os livores cadavéricos ou © Quando um médico fornece um atestado
manchas de hipostase (hipóstase também é oficioso, por solicitação de seu paciente, tem o
grafia aceita, já que se trata de palavra de dupla direito de aumentar o valor de seus honorários.
prosódia) se tornam fixos entre doze e quatorze ® O atestado de óbito de um indivíduo que
horas após o óbito. morre de forma natural, em regime de interna-
Alternativa B: INCORRETA. Como vimos nas d icas, mento hospitalar, só poderá ser fornecido pelo
maceração não é um processo conservador, seu médico assistente.
mas sim destrutivo. Assim, é incorreta a alterna- ® Segundo o espectro de Legrand du Sau-
tiva. Além do mais, não seria exclusiva de fetos le, uma equimose de limites imprecisos, de cor
resultantes de abortamentos retidos no útero. azul. mais escura no centro do que na periferia,
Todo corpo sem vida deixado em meio líquido foi produzida há cerca de dois dias.
tenderá à maceração. Outra coisa importante
é saber que "aborto" é o feto morto, enquanto
"abortamento" se refere ao ato de abortar.
Alternativa C: INCORRETA. A mumificação ocorre em
••
~DICA DO AUTOR: Essa questão mistura situações
cadáveres deixados em locais secos e quentes de Traumatologia, Tanatologia e acerca de do-
ou quando se usam meios químicos (arsênico, cumentos médico-legais. Por isso, é preciso
por exemplo) para frear a ação das bactérias muita cautela na sua análise. Lei de Nysten se
saprófitas provocadoras do apodrecimento das refere ao enrijecimento cadavérico, o qual se
matérías orgãnkas. Trata-se de uma conserva- processa, segundo tal lei, do polo cefálico para
ção em que o corpo fica bastante ressecado o polo podai, ou seja, da cabeça para os pés.
tanto por fora quanto por dentro. Cadáveres Causas de óbito naturais com assistência mé-
deixados em solos argilosos e úmidos também dica que foi capaz de reconhecer a real causa
podem experimentar um processo conser- da morte devem ter suas Declarações de Óbi-
vador, só que denominado de saponificação to emitidas pelo médico que assistia ao mori·
e que confere ao corpo um aspecto de sabão bundo ou, na sua falta, o plantonista, o médico
rançoso. da ambulância, o médico do PSF. Caso a causa
Alternativa O: INCORRETA. A fase de coloração da de morte natural não tenha sido alcançada, o
putrefação é percebida inicialmente pela man- cadáver deve ser encaminhado para o Serviço
cha verde (abdominal ou não). de Verificação de Óbito- SVO. Causas violentas
Alternativa E: INCORRETA. Afogados brancos de Par- ou com suspeita de violência deverão merecer
rol são os chamados falsos afogados. Portanto, registro de Boletim de Ocorrência numa dele-
a causa da morte não é por afogamento e assim gacia e a autoridade competente - delegado,
não teremos manchasde Paltauf nem cogume- geralmente - requisitará o exame cadavérico
lo de espuma que possam ser percebidos. Os num Instituto Médico Legal - IML. Declaração
afogados verdadeiros são chamados de "afoga- de Óbito é o conjunto de três folhas autoco-
dos azuis~ piáveis, numeradas e que deverão servir para
RESPOSTA:@ fins estatísticos no Serviço de Informação de
Mortalidade - SIM - do Ministério da Saúde. O
Atestado de Óbito é apenas a parte pertinente
LeonardoMend~ Cardoso 359
ou não, quando a causa for desconhecida e não ® Vítima de acidente de trânsito com fratu·
houver qualquer sinal de violência ou suspeita ra de fêmur esquerdo falece no hospital apõs
de violência, o corpo deverá ser encaminhado a três meses de internação em decorrência de
um Serviço de Verificação de Óbito- SVO. complicações pós-operatórias relativas ao tra·
Vale lembrar que "parada cardiorrespiratória" e lamento da fratura. O médico assistente pode·
•falência de múltiplos órgãos• não configuram rá fornecer a declaração de óbito, visto que era
causa de morte, uma vez que todas as pessoas paciente sob seus cuidados.
morrem apresentando uma ou ambas as condi· © Nos casos de morte violenta, o perito médi·
ções. Causas seria infarto agudo do miocárdio, co-legista está obrigado por força de lei a real i·
acidente vascular cerebral, pneumonia, choque zar a abertura de todas as cavidades corporais
hemorrágico, tamponamento cardfaco etc. antes de emitir a declaração de óbito e o lau-
Devemos ter cuidado com o conceito de aci· do pericial.
dente, já que na maioria das vezes ocorre en- @ Nenhum sepultamento será feito sem cer-
gano entre homicídio - doloso ou culposo -, tidão do oficial de registro do lugar do faleci·
autoexterminio e acidente. Como exemplo mento, extraida após a lavratura do assento de
podemos citar um atropelamento em que o óbito, em vista do atestado médico, se houver
condutor de um veiculo automotor tenha des- no lugar, ou, em caso contrário, de duas pes-
respeitado a faixa de pedestres e atropelado a soas qualificadas que tiverem presenciado ou
vítima. Isso não é acidente, mas sim um homi· verificado a morte.
cídio que pode ser culposo - por culpa cons· ® O médico assistente deverá emitir certidão
ciente - ou até mesmo um homicídio doloso de óbito de paciente falecido a quem vinha
por dolo eventual. Sugerimos a leitura dessas prestando assistência médica, exceto quando
condições penais. houver indícios de morte violenta ou suspeita.
RESOLUÇAO:
Alternativa A: INCORRETA. Logo de início podemos
ver que a alternativa já nos conta que houve
um •acidente". Assim, tratou-se de uma causa
•••
~ DICA DO AUTOR: Existem três documentos bá·
víolenta ou externa. sicos em termos de ocorrência de óbito: Decla·
Alternativa B: CORRETA. Se a causa é desconheci· ração de Óbito (DO); Atestado de Óbito (AO); e
da, na residência da pessoa falecida, mas "sem Certidão de Óbito (CO). A DO é feita em três vias
sinais de violência ou suspeita de violência~ o carbonadas - autocopiáveis, portanto- e tem
corpo deverá ser encaminhado para o SVO. como principal função informar o óbito e a sua
Alternativa C: INCORRETA. Todos os dados apontam causa - natural ou não - ao SIM, que é o Ser-
para um suicídio e, assim sendo, mesmo que viço de Informação de Óbito do Ministério da
não tenha sido, há uma forte suspeita de que se Saúde. Além disso, serve como documento que
tratou de um autoextermfnio e, portanto, uma dará início ao assentamento cartorial do óbito
causa também violenta. Deverá ser obrigatoria· resultando na CO. Já o AO é a parte médica da
mente realizada a verificação da causa no ãm· DO, em que se farão constar a causa imediata
bito de um IML. e as que a ela deram consequência. Esse AO só
Alternativa D: INCORRETA. Novamente se fala em pode ser preenchido por profissional da Medi-
condição de morte no trânsito, configurando, cina, sendo um médico as.sistente, um planto·
minimamente, uma condição acidental. nista, o médico da ambulância, do PSF, do SVO
RESPOSTA:@ ou, nos casos de mortes violentas ou suspeitas,
doiML.
Sugerimos a leitura do Manual de Procedi-
(FUNDATEC - IGP·RS - EMISSÃO DA DECLA· mentos do Sistema de Informações Sobre
12 RAÇAO DE ÓBITO - 2017) Assinale a alternati·
va correta em relação ao preenchimento e for-
Mortalidade, da Fundação Nacional de Saúde
- Ministério da Saúde, disponível em site desta
necimento da declaração de óbito. entidade.
RESOLUÇÃO:
® A declaração de óbito é feita em duas vias Alternativa A: INCORRETA. A Declaração de Óbito é
de cores diferentes: branca e amarela. confeccionada em três vias e não em duas.
LeonardoMend~ Cardoso 361
e e e RESUMO PRÁTICO e e e
O capitulo 8 tratou das questões referentes za do óbito (conferir artigo 162). Tal atitude tam-
ao processo de morrer. Veja que não abordamos bém evitará que sejam inumadas (sepultadas)
a morte como um fato, mas como um proces- pessoas ainda com vida (em morte aparente,
so que envolve inúmeros eventos. Muitas célu- por exemplo). Os sinais existentes para confir-
las corporais, entre elas milhões das células ce- mação da morte devem ser totais e irreversíveis.
rebrais, vão completar o processo de morte cer- Os sinais de certeza da morte podem ser
ca de 30 horas após ocorrido o óbito, já na escu- imediatos (instantâneos) ou mediatos (conse-
ridão da sepultura. Mesmo agonizantes, tais cé- cutivos). Os imediatos são encontrados no exa-
lulas experimentarão um processo lento de per- to momento da morte, sendo eles decorrentes
da de suas vitalidades. Alguns fenômenos (rigi- de eventos cardiológicos (parada cardíaca, au-
dez cadavérica, por exemplo) dependerão disto. sência de pulsos, silêncio card íaco, Eletrocar-
Prevendo isso, o Código de Processo Penal - diograma isoelétrico - com traçado em linha
CPP exige que seja feito o diagnóstico de certe- reta -, pressão arterial "zero"); o de eventos
LeonardoMend~ Cardoso 363
neurológicos (ausência de respiração, tônus inicia nos músculos menos volumosos e me-
muscular ausente, ausência de reflexos, insen- nos resistentes (face, por exemplo) e termina
sibílidade...). Dos reflexos corporais neurológi- naqueles de maior volume e resistência (dos
cos, um dos mais verificados diz respeito à mi- membros inferiores). Essa progressão cranio-
dríase paralítica bílateral, que é a d ilatação to- caudal respeita a Lei de Nysten. A rigidez se
tal e irreversível das pupilas, conferindo o as- inicia na face aproximadamente uma hora
pecto de "olhos vidrados" ao defunto. após o óbito e se completa, nos pés, por vol-
Os sinais mediatos ou consecutivos aconte- ta de oito horas, em média. O desfazimento
cem de forma progressiva no tempo e, por isso da rigidez se inicia quando começa a putre-
mesmo, servem para a estimativa do tempo de fação (ver mancha verde) e se completa por
morte. A cronotanatognose é a ciência que faz volta de 32 horas.
tal cálculo, se valendo de parâmetros conheci- l ivores ou manchas de hipostase: são man-
dos do meio médico-legal. Esses sinais acon- chas de sangue (que coagulou e descoagu-
tecem de forma concomitante, embora cada lou) que se depositam nas partes mais bai-
um a seu próprio tempo e no seu próprio rit- xas do cadáver (posição-dependente, por-
mo. Devemos lembrar, no entanto, que não é tanto) por ação da gravidade. Tais manchas
possível uma exatidão temporal nessa evolu- são arroxeadas e não aparecem em zonas de
ção, uma vez que diversos fatores influenciam pressão (elástico de calcinha ou sutiã, dobras
essa ocorrência. Cadáveres expostos ao sol es- de lençol ou de roupas, partes apoiadas.. .).
friarão mais lentamente que aqueles deixados Tornam-se fixas em torno de 12 horas após
em locais bem arej ados e na sombra; cadáveres a morte. Servem para verificar se os cadáve-
de pessoas que se achavam em atividades físi- res foram mudados de posição ou não após
cas extenuantes imediatamente antes de suas algum tempo, além do uso para cronotana-
mortes vão entrar em processo de rigidez bem tognose.
mais rapidamente que aqueles que se achavam Mancha verde: pode ser abdominal (mais co-
em repouso; pessoas que consumiram muitos mum) ou no tórax ou pescoço (em afogados).
antibióticos e em larga escala vão decompor Dependem da ação de bactérias saprófitas
mais lentamente, tendo a mancha verde abdo- que decompõem o cadáver. Iniciam seu sur-
minal retardada em seu aparecimento... gimento por volta de 24 horas após a morte,
Os sinais medi atos são representados por: em condições naturais. Uso de antibióticos,
Algidez cadavérica (algor = frio): implica o es- calor excessivo, baixa umidade excessiva, ar-
friamento cadavérico. Depende das condi- sênico etc. podem retardar o surgimento ou
ções corporais e ambientais. Pessoas com fe- até impedir a ocorrência por não permitirem
bre esfriam mais lentamente, pessoas agasa- o apodrecimento cadavérico.
lhadas também esfriam maislentamente, pes-
soas deixadas em deserto de dia esquentam Temos ainda os fenômenos transformativos
em vez de esfriarem... Trata-se de fenômeno do cadáver. Eles incluem os destrutivos (mace-
em que a temperatura corporal deixa de ser ração e putrefação) e os conservativos (corifica-
controlada e equilibrada pelos processos me- ção, saponificação. crioconservação e mumifi-
tabólicos que foram cessados e, por isso, se cação). Vej amos:
iguala à temperatura do ambiente, para mais
ou para menos. A perda, em condições nor- Destrutivos:
mais de temperatura, varia de 0,6°( a l,OOC/ Maceração: é o desmanche progressivo dos
hora, mas isso não é um parâmetro confiável tecidos orgânicos de cadáveres deixados
e a avaliação para Cronotanatognose deve ser em meio líquido. Ocorre comumente em fe-
feita em conjunto com outros dados. tos que morrem dentro do útero e lá perma-
Rigidez cadavérica (rigor= dureza): refere-se necem por tempo prolongado. Há uma des-
à ativação do sistema de contração das cé- camaçâo progressiva da pele que se solta e
lulas musculares que ainda estão vivas (em- expõe uma derme bastante avermelhada. O
bora agonizando), por causa do sofrimento corpo toma forma amolecida.
que experímentam. O acúmulo do ácido fáti- Putrefação: é o apodrecimento corporal de-
co promove uma espécie de càimbra que se terminado pela ação de bactérias saprófitas.
364 Tanatologia f<>rense
O cadáver passa inicialmente por um proces- Quanto aos aspectos legais dos documen-
so de autólise (é digerido por enzimas libera- tos envolvendo o óbito - Declaração, Atestado
das pelas células corporais que estão em so- e Certidão de Óbito -, sugerimos a leitura do
frimento) e isso prepara terreno para a ação Manual de Procedimentos do Sistema de Infor-
bacteriana. Depois teremos a fase de colora- mações Sobre Mortalidade, da Fundação Nacio-
ção (lembrar-se da mancha verde), em que o nal de Saúde - Ministério da Saúde. disponível
corpo vai mudando de cor em toda sua ex- em site dessa entidade, sobretudo em razão da
tensão. Depois teremos a fase gasosa, quan- complexidade e da quantidade de informações
do as bactérias devoram os tecidos e liberam neste sentido.
gases (sulfetos e metano) que vão se acumu- Assim, mesmo que não esgotando o assun-
lar sob a pele, embalonando o corpo e fazen- to, expusemos os dados mais relevantes desta
do com que ele adquira um aspecto de bo- matéria.
xeador (postura de boxe r). Após essa fase e na
sua sequência, teremos a fase coliquativa em
que ocorrerá o desfazimento liquido dos teci- REFER~NCIAS
dos. Nessa fase escorrerá o necrochorume, de
aspecto viscoso e fétido. Depois, com o passar 1. Conselho Regional de Medicina. Processo Con 4
do tempo. restarão os ossos (fase de esque- sulta CRM-PS n. 15/2007 (acesso em 2020 abr.
letização). Quando todos os ossos estiverem 23). Disponivel em: www.portalmedico.org.br/
desligados uns dos outros, estaremos diante pareceres/CRMPS/pareceres/2007/t 5_2007.
de um esqueleto (esqueletização completa). htm.
2. Brasil. Decreto-Lei n. 3.689. de 3 de outubro de
Conservativos: 1941 (acesso em 2020 abr. 23]. Oisponivel em:
Corificação: o corpo toma aspecto de couro .2www.planalto.gov.br/cclvii_03/decreto-lei/
curtido, com seu interior úmido e de consis- del3689.htm
tência firme. Ocorre em cadáveres deixados
em urnas metálicas (especialmente caixões
de zinco) e em ambientes muito quentes.
Saponificação: depende da ação de substân-
cias cáusticas básicas no ambiente. Locais
úmidos, quentes e de terrenos pantanosos
ou argilosos são os mais propícios. O corpo
toma o aspecto de sabão rançoso.
Crioconservação: é a conservação pelo frio
extremo. Os corpos são congelados.
Mumificação: a ação das bactérias é suspen-
sa por meio de produtos (arsênico, antibióti·
cos potentes e de largo espectro etc.) ou por
condições ambientes (locais muito secos e
muito quentes). Assim, a putrefação acaba
não ocorrendo e o <:orpo apresenta-se com
aspecto ressecado em sua totalidade.
Além do exposto. a Tanatologia conta tam-
bém com o auxilio da Entomologia Foren-
se. a qual estuda os insetos que participam
do banquete macabro durante a fase de de-
composição dos tecidos. Moscas, mariposas.
besouros e outros insetos necrófagos partici-
pam desse evento. Outros animais da fauna
cadavérica (tatus, raposas, urubus, piranhas
etc.) também podem concorrer para uma
dest ruição mais rápida dos tecidos corporais.
Noções de Balística,
Lesões por PAF e Armas Brancas
Leonardo Mendes Cardoso
iii~
.: . 1·\1; ·......
- -..:.:. entre essas lesões e as decorrentes d a ação de
..... . -· .. um instrumento perfurocortant e de dois g umes.
t.,·o;.~~'{..:~·:·.:
. .
© O Princípio ou a lei do Paralelismo de Filhós
estabelece que as ferid as decorrent es da ação
-·~
..·"-' . . . .
·~-· ·. d e um instrumento p erfurante de calib re mé-
d io t êm aspect o semelhante às p roduzidas por
'{} i nstrumentos perfurocortantes de u m gume.
grAo' de pólvor•
Fot!te-:oautcw oombunot ou lnc:ombusca @ Punhal, canivete, faca de caça, cutelo e •es·
toque• são exemplos de i nstrumentos perfu-
rant es de calibre médio, em que a energia ciné·
Por ter tais movimentos, o PAF vai gerar u m
t ica é transferida por d eslizamento e leve pres-
mecanismo de compressão-descomp ressão. O
são por meio de u ma borda aguçada a que se
movimento de progressão determi nará o tú nel
de passagem do PAF, que será denomi nado de d á o nome d e gume o u fio.
cavilação permanente. Os demais movi mentos ® São considerados cortantes os instrumen-
tos q ue, d otad os d e grande massa, transferem
vão gerar u ma onda de pressão que provocará
sua energia por meio de um gume; sua ação
a cavilação tempo rária. A energ ia t érmica do
tanto se faz pelo deslizamento, pela percussão,
PAF será responsável por queimaduras.
como pela p ressão.
RE50LUÇAO:
Alternativa A: INCORRETA. Vai aumentar a força do im-
pacto e um mais rápido movimento de progressão.
•••
L•onardoMend~ Cardoso 367
1> DICA DO AUTOR: Os instrumentos lesivosou vul- são. Os instrumentos que se valem de percus-
nerantes são classificados levando-se em conta são ou de pressão não serão cortantes, mas sim
um conjunto de características: formato, pre-- contundentes ou, em alguns casos, cortocon-
sença ou ausência de gumes ou de pontas, mas tundentes ou perfurocontundentes.
principalmente o tipo de ação praticada com o RESPOSTA: @
mesmo. Assim, uma faca pode, apesar de ter fio
de corte, ser usada para a aplicação de golpes
com seu cabo. Nesse caso, deixará de ser consi- (PERITO M!DICO·LEGAL - POlfCIA CIVIL/PE -
derada - para efeito de análise pericial médico-
·legal - como sendo um instrumento cortante
04 IPAD- 2006) Com relação às lesões produ-
zidas por projéteis de arma de fogo, qual é a ai·
e passará a ser considerada como um instru- ternativa INCORRETA?
mento contundente. Em relação à questão em
comento, a Lei de Filhós e Langer determina ® Chamamos de trajeto o túnel lesional feito
que pelo Princípio do Paralelismo as feridas, pelo deslocamento do projétil dentro do corpo.
do tipo perfuração, feitas por um instrumento ® O grupamento de orifrcios produzidos pe-
de médio calibre, em uma mesma região, serão los projéteis disparados por tiros de espingarda
paralelas entre si. Já pelo Prindpio da Seme- é chamado "rosa de tiro~
lhança as feridas serão semelhantes às feridas © A existência de dois orifícios de entrada em
perfuroincisas de dois gumes. Perfurar é abrir locaisdiferentes do corpo constitui um elemen-
espaço entre as fibras de um tecido afetado por to de certeza da natureza homicida da morte.
um instrumento com ponta. Cortar é deslizar, @ Os halos de tatuagem são produzidos pela
sobre uma superfície corporal, o fio de corte de impregnação de fragmentos de pólvora incom-
algum instrumento que o possua, seccionando busta na superfície da pele.
os tecidos daquela região anatômica agredida. ® Denominamos orla de enxugo a orla que
RESOLUÇÃO: guarnece o orifício, formado pela passagem do
Ah•rnativa A: INCORRETA. Os instrumentos perfuro- projétil, deixando sujidades na pele.
cortantes, além de uma ponta, possuem fio de
corte. Portanto, a ação deverá incluir o desliza-
mento desse fio de corte, ou gume, nos tecidos,
à medida que a ponta penetra o corpo. Assim
••
1> DICA DO AUTOR: Os disparos de arma de fogo
teremos o corte dos tecidos e não o afastamen- determinarão uma trajetória - percurso do
to destes. PAF no ambiente - e um trajeto - percurso do
Ah•rnativa B: CORRETA. A Lei de Filhós, comple- PAF no alvo (para fins médico-legais, no corpo
mentada posteriormente por Langer. deve ser humano). Quanto aos orifícios de entrada de
usada para a avaliação de ações de perfuração disparos de armas de fogo de alma lisa - espin·
com instrumentosde médico calibre, como vis- garda, escopeta -lançando múltiplos projéteis,
to na lei enunciada nas dicas do autor. teremos a formação de lesões circulares agru·
Altornatlva C: INCORRETA. Tal opção está errada por padas que recebem o nome de "rosa ou roseta
dizer respeito à semelhança de feridas decor· de tiro~ Em relação aos elementos de certeza
rentes de instrumentos de um só gume. dos homiddios, não podemos afirmar que al-
Ah•rnativa D: INCORRETA. Somente o "estoque" - guém com dois ou mais orifícios de entrada
em algumas regiões do Brasil também conhe- de PAF em locais distintos do corpo tenha sido
cido como chucho - seria considerado como assassinado, sendo essa uma das possibilida·
instrumento perfurante de médio calibre. Os des. O suicfdio pode ser uma ocorrência nesses
demais seriam perfurocortantes. Lógico, esta- casos, levando-se em conta que um ou mais
remos levando em conta tais possibilidades disparos podem ser frustrados em provocar a
de ação e não outras ações (contundir, cortar, morte de quem se mata. O halo ou zona de ta-
escoriar etc.). tuagem não depende somente de fragmentos
Ah•rnativa E: INCORRETA. Somente a ação de des- de pólvora incombusta, uma vez que grãos de
lizamento de um fio de corte, ou gume, sobre pólvora combusta acompanham estes anterior·
uma superfície corporal é capaz de determinar mente citados. E a orla de enxugo representa
uma lesão do tipo corte - lesão incisa ou inci- as sujidades deixadas pela passagem do PAF no
368 Noç~ d~ Balística, l~sôes por PAFeAsmas Brancas
interior da orla de escoriação, mas tão somente O de Benassi implica o esfumaçamento do osso
no orifício de entrada. No mais, devemos nos em tiros de encosto em local com anteparo ós-
lembrar de que a questão pede que seja infor- seo. A Câmara de mina de Hoffmann representa
mada a alt ernativa incorreta. a lesão irregular e evertida em disparos também
RESOLUÇÃO: em tiros de encosto em local com anteparo ós-
Alternativa A: CORRETA. Está corret a quanto às in- seo. Já o Sinal de Werkgaertner (há quem grafe
formações que traz e não deverá ser marcada. tal nome como sendo Werkgartner) representa
Alternativa B: CORRETA. Igualment e à alt ernativa a estampa da boca do cano e/ou da massa de
anterior, também está correta em seu conteúdo. mira na pele em tiros de encosto em locais sem
Alternativa C: INCORRETA. Está incorret a em seu anteparo ósseo, dependendo da sua ação con·
conteúdo e deveria ser marcada. Mas vejamos tundente associada à sua ação térmica.
mais adiante que outra quest ão também tem RESOLUÇÃO:
incorreções em seu conteúdo. Alternativa A: INCORRETA. Sinal de Benassi diz res-
Alternativa D: INCORRETA. Nem só os fragmentos de peito ao esfumaçamento ósseo em locais com
pólvora incombusta são capazes de determinar tal anteparo, sendo o tiro de encosto.
o halo de t atuagem - em tiros de curta dis- Alternativa B: INCORRETA. Sinal do "Schusskanol"
tancia apenas - , pois os de pólvora combusta são a queimadura e os resíduos de pólvora no
também geram tal sinal. Deveria também ser túnel do tiro em disparos de curta distância ou
marcada. de encosto.
Alternativa E: CORRETA. Sim, a orla de enxugo re- Alternativa C: CORRETA. O Sinal de Werkgartner é
presenta a sujidade no entorno do orifício de a marca da boca do cano da arma e/ou de sua
entrada do PAF. Como não se disse qual seria massa de mira em disparos de encosto em local
a natureza de tal orifício - entrada, saída ou sem ant eparo ósseo- abdome, por exemplo.
ambos - , a alternativa está incompleta em seu Alternativa 0: INCORRETA. Câmara de mina de Hof·
cont eúdo informativo. fmann é a lesão da pele no orifício de entrada
RESOLUÇÃO: As alternativas "C" e "D" estão incor- em disparos fei tos em locais com anteparo ós-
retasno conteúdo e, por isso, deveriam ser mar- seo. São lesões irregulares, geralmente everti·
cadas. A alternativa "E" está incompleta em seu das e com queimaduras no entorno das bordas
cont eúdo e gera outra inadequação da pergun- e no int erior da ferida, muito se assemelhando
ta. Portanto, tal questão é anulável. a uma "caverna".
RESPOSTA:© RESPOSTA:©
metros por segundo. A região do corpo atin- (PERITO MtDICO-LEGAL - POLICIA CIVILIES -
gida, a distância do disparo, a forma da ponta
do proj étil e a velocidade - maior ou menor
08 CESPE- 2006) Um machado pode ser con·
siderado um instrumento cortocontundente
- do projétil afetam as características da lesão no caso de a lesão ter sido produzida pelo gu·
de entrada e/ ou de saída, quando esta última me da lâmina ou considerado um instrumento
também estiver presente. contundente caso a lesão tenha sido produzida
RESOLUÇÃO: pelo cabo do objeto.
Alternativa E: INCORRETA. Uma vez que se o PAF é
de alta energia, tal propelente não deverá ser ( ) CORRETA ( ) INCORRETA
considerado, pois não determinará o formato
da lesão como aventado na questão. Tal subs-
tância servirá apenas para projetar o PAF no es·
paço e fazê-lo alcançar o alvo pretendido.
1> DICA DO AUTOR: Como explicado em uma das
•
RESPOSTA: @
questões passadas, a classificação do objeto
se dá pela forma como o mesmo é utilizado e
se valendo de que parte foi utilizada na ação.
(PERITO MEDICO-LEGAL - POLICIA CIVIL/ES -
O7 CESPE - 2010) Nas feridas que apresentam
cauda de escoriação, essa cauda aponta para o
Assim, um machado pode ter seu fio de corte
usado para a aplicação de golpes que vão con·
tundir e cortar os tecidos ao mesmo tempo. Isto
lado em que teve início a ação do instrumento.
configuraria uma ação cortocontundente com
a formação de uma lesão cortocontusa. Já se
( ) CORRETA ( ) INCORRETA
utilizarmos seu cabo para a aplicação de panca·
( ) CORRETA ( ) INCORRETA
370 Noç~ d~ Balística, l~sôes por PAFeAsmas Brancas
@ Bonnet. ~
•••
DICA DO AUTOR: sabemos que os disparos feitos
® carrara. em encosto produzem sinais bastante caracte-
© Strassmann. rísticos. Seriam eles:
@ "Terraza" de Hoffmann. Câmara de Mina de Hoffmann: cavidade em for-
ma de cratera englobando o orifício de entrada
•••
~ DICA DO AUTOR: Sinal do Funil de Bonnet cor-
de disparo em locaiscom anteparo ósseo, cujas
bordas são bastante irregulares, queimadas
("esturricadas") e jogadas para fora (evertidas)
responde ao orifício em forma de funil e que em razão da expansão dosgases do disparo.
surge em algum osso chato I plano - costela, Sinal de Werkgartner (Werkgaertner): sinal
esterno, ossos da calota craniana, por exem- deixada pela boca da arma e/ou massa de
plo - o qual apresenta um diâmetro menor mirra estampado em torno do orifício de en-
ao entrar, mas que, ao sair provoca um orifí- trada em tiros de encosto em locais sem an-
cio bem maior, dando o aspecto de um funil. teparo ósseo. Tem aspecto regular, geralmen-
Nos outros três sinais - Carrara, Strassmann e te circular e com as bordas também queima-
Terraza de Hoffmann - temos lesões causadas das pela ação térmica dos elementos do dis-
pelo emprego de um martelo como instrumen· paro que chegam a alcançar 1.500'(.
to vulnerante. Assim, teríamos: Sinal de Benassi: é o esfumaçamento do en-
Fratura perfurante de Strassmann: corres- torno do orifício representado pela fratura
pende ao afundamento ósseo do ponto atin- óssea nos disparos de encosto em locais com
gido, reproduzindo a forma e a dimensão do anteparo ósseo.
objeto utilizado. Sinal do funil de Bonnet: corresponde à fra-
Sinal do mapa-múndi de Carrara: equivale ao tura cônica de um osso plano ou chato, sen-
afundamento parcial e uniforme com inúme- do de menor diâmetro no ponto de entrada
Jn Noç~ d~ Balística, l~sôes por PAFeAsmas Brancas
e e e RESUMO PRÁTICO e e e
Os traumas ocasionados pelos projéteis de arma de fogo- PAFs- entram no mesmo conjunto da-
queles de natureza mecânica por ação perfurocontundente, gerando, na maioria das vezes, lesões
perfurocontusas. São possíveis os tiros de raspão, os quais irão gerar lesões mais superficiais- equi-
moses ou escoriações- ou mais profundas- lacerações.
Para entendermos os danos provocados pelos PAFs devemos conhecer os produtos liberados da
boca da arma no momento do disparo.
São eles (conferir esquema ilustrativo j~ utilizado na parte de Traumatologia Forense):
Esses elementos vão servir para a determinação da distância do tiro e suas consequentes repercus-
sões para o alvo humano. Durante seu percurso no ar, o PAF descreve uma trajetória e, dentro do
corpo atingido, vai gerar um trajeto. Essa relação trajetória-trajeto será de grande importância para
a verificação do posicionamento do agressor em relação à sua vítima e vice-versa. Um tiro que en-
tra pela parte superoanterior do tórax e sai na parte inferior das costas deve ter sido disparado de
cima para baixo e de trás para frente. Mas, isto nem sempre será verdade, uma vez que a vítima po-
derá ter dobrado o corpo para frente na tentativa de escapar do tíro.
Vejamos:
Como pudemos ver pela figura utilizada, várias Nos tiros de encosto em locais com anteparo ós-
são as possibilidades de trajetórias e seus res- seo teremos sinais bem evidenciados. Vejamos:
pectivos trajetos, levando os peritos a estuda- Câmara de mina de Hoffmann: cratera deixa-
rem minuciosamente cada caso. da pelos gases que, não tendo como ultrapa"
Num disparo a distância somente o PAF alcança sar a barreira óssea, explodem a pele do en-
o corpo. Assim, somente ele vai gerar sinais típi- torno do oe.
deixando-a queimada e bem ir-
cos de sua passagem. Tais sinais são o orifício de regular, com formato estrelado semelhante a
entrada (OE}, a orla de contusão - também de- uma "caverna"'. Daí o nome"câmara de mina~
nominada de orla de escoriação -, a orla de en- Sinal de Benassi: esfumaçamento do osso ao
xugo- que representa as sujeiras I sujidades dei- redor de sua fratura pela passagem do PAF.
xadas pelo projétil no entorno do OE e a aréo- Sinal de Bonnet: fratura óssea em funil, oca-
la equimótica, derivada dos efeitos sobre os va- sionada pelo PAF. Lembrar que esse sinal não
sos sanguíneos da região perilesional. Se o dis- é exclusivo de tirosde encosto em locais com
paro for feito em ângulo reto teremos um OE cir- anteparo ósseo, uma vez que qualquer dis-
cular e simétrico com os demais sinais. Caso se- tância de disparo em osso poderá gerar tal
ja feito em ângulo inclinado, o OE será ovalado e marca, especialmente em calota craniana.
assimétrico com os demais sinais, os quais esta- Esquirolas ósseas: fragmentos ósseos deixa-
rão mais evidentes pelo lado de entrada do PAF. dos na parte interna em virtude da fratura
Num tiro à queima-roupa -de curta distância - ocorrida quando da passagem do PAF.
poderemos ter sinais deixados na pele, nas ves-
tes ou em outros anteparos - travesseiros, len- Os oriflcios de salda (OS}, em qualquer distân-
çóis, cobertores, livros etc. Quando deixados di- cia de disparo, nem sempre estarão presentes.
retamente na pele da vítima, assumem carac- Porém, quando existentes, terão aspecto estre-
terísticas bem peculiares e que evidenciam tal lado e bordas evertidas. Isso os diferenciarão
distância de disparo. Assim, poderemos ter três daqueles OE dos tiros de encosto em local com
subdistâncias de disparo nesta possibilídade: anteparo ósseo.
No alcance apenas dos grãos de pólvora (zo-
na de tatuagem}.
No alcance da fumaça e da pólvora (zona de REFER~NCIA
esfumaçamento + zona de tatuagem}.
No alcance de chama, fumaça e pólvora (zo- 1. http:.//www.badanpalhares.med.br/casos/e_
na de chamuscamento + zona de esfumaça- projeteis/imgs/Picture28.jpg
mento + zona de tatuagem}.
(PERITO MtDICO·LE·GAL · POLICIA CIVIL/ES • FUN· com parceiros tatuados, com cicatrizes ou por-
O1 CAB · 2013) A fricção, por parte do homem,
de seu pênis contra as nádegas ou o corpo de
tadores d e piercing, preferencialmente nas re-
giões genitais.
uma mulher completamente vestida, a fim de Alternativa 8: INCORRETA. E a prática caraterizada
atingir o orgasmo caracteriza: pela obtenção de prazer ao infligir dor em si
próp rio ou em terceiros.
@ Estigmatofilia. Alternativa C: INCORRETA. É o prazer obtido na ma·
® Algolagnia. nutenção de p ráticas sexuais com parceiros de·
© Riparofilia. sasseados, imundos. O contrário denomina-se
@ Frott eurismo. hafefobia.
® Clismafilia. Alternativa 0: CORRETA. É o que se denomina de
•esfregador• ou •roçador~ caracterizad o por ter
•••
• DICA DO AUTOR: A questão trata das perturba·
prazer em esfregar-se em outras pessoas para o
alcance d e orgasmo, geralmente em locais pú·
blicos e lotados, como filas d e shows, ônibus,
ções da sexualidade. Nem semp re as alterações plateias lotadas et c.
do comportamento sexual vão implicar crimes, Alternativa E: INCORRETA. É a prática de aplicação
uma vez que masturbar-se sem a p resença de de líq uidos no reto (clister ou enema) pa ra h i·
terceiros e que não tenham consentido com g ienização e posterior obtenção de excitação
o ato, por exemplo, não representa nenhuma sexual.
infração penal. Em comum acordo um casal RESPOSTA: @
p ode manter relação sexual com coito anal,
sem que isso represente qualquer típo de cri-
me. Alguns transtornos da sexualidade são tão (PERITO M!DICO·LEGAL · POL[CIA CIVIL/ES • FUN·
graves e geram repúd io ou asco social que de-
vem ser considerados como sendo verdadeiras
02 CAB • 2013) Em relação ao crime de estu·
pro, as seguintes element ares e circunst âncias
perversões. Isso é o que acontece com a necro- do tipo penal são corretas, EXCETO:
filia - real izar conju nção carnal ou atos libidi·
nosos d iversos com cadáveres. Os atos sexuais, ® Constranger mulher honesta.
p ara configurarem cri me contra a liberdad e e a ® Mediante violência ou grave ameaça.
d ignidade sexuais, devem ser praticados con- © Ter conjunção carnal.
tra a vontade de outrem, mediante violência, @ Ou praticar o u p ermit ir que p ratique.
grave ameaça ou contra incapazes (alienados ® Outro ato libidinoso.
mentais ou menores).
RESOLUÇÃO:
Alternativa A: INCORRETA. Trata-se da atração se·
xual e/ou da manutenção de relações sexuais
••
376 SexologiaFO<ense
... DICA DO AUTOR: A Lei n. 2.0 15/2009 alterou o (PERITO M!DICO-LEGAL- POLICIA <IVIUES - CES-
disposit ivo legal acerca do crime de estupro.
Antes da referida lei o estupro era um crime
03 PE - 2006) Considere a seguinte situação
h ipotética. Paulo, rapaz de 17 anos de idade,
p rat icado contra mulheres, mediante ameaça após abuso sexual foi encaminhado ao IML para
ou g rave ameaça, para o alcance de conjunção a realização de exame para a verificação de con-
carnal. Entenda-se por conjunção carnal a pe- j unção carnal. Nessa situação, o objetivo foi ve-
netração do pênis na vagina. Qualquer outra rificar a p resença dos elementos do crime de es-
p rática sexual é considerada como ato libidi- tupro, que incluem violência ou grave ameaça.
noso diverso da conju nção carnal- coito anal,
sexo oral etc. A nova lei modificou, portanto, ( ) CORRETA ( ) INCORRETA
a figura do estupro. O artigo 213 (conjunção
carnal contra mulheres mediante emprego de
violência ou grave ameaça), que t ratava desse
crime na forma antiga, absorveu o artigo 214
que tratava do atentado violento ao pudor, em ,. DICA DO AUTOR: O crime de estupro em 2006
•
que homens e mulheres podiam sofrer atos libi- ainda dizia respeito à manut enção d e atos de
dinosos diversos da conjunção carnal. também conjunção carnal - cópula vagfnica - com mu-
mediante violência ou grave ameaça. Assim, o lheres mediante o emprego d e violência ou gra-
artigo 214 foi revogado e o artigo 213, ambos ve ameaça. Em 2009, por força da Lei n. 2.015,
do Código Penal, passou a t er a seguinte reda- passou a ser crime contra a liberdade sexual,
ção: "Constranger alguém, mediante violência incluind o toda e qualquer forma d e ato sexual
ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a para a satisfação da lascívia do agressor, ainda
p raticar ou permit ir que com ele se pratique mediante violência ou grave ameaça contra
outro ato libidinoso~ Portanto, o crime de es- qualquer e não mais somente contra mulheres.
tupro, atualmente, é p raticado contra alguém, Porém, a assertiva afirma que o exame no IML
independentemente de gênero, idoneidade, visava a verificação d e conjunção carnal. Tanto
virgindade etc. e p rivilegia qualquer ato sexual em 2006 quanto atualmente a conjunção car-
para a satisfação d a lascívia do agressor. Anti- nal é representada pela introdução do pênis na
gamente o que se protegia eram a honra e os vagina - intromissio p~nis in vaginam. Assim, um
costumes, sendo que na atualídade passou-se a rapaz- gênero masculino, portanto - não pode-
p roteger a dignidade e a liberdad e sexuais. ria ter sido vítima de tal ato. Assim, a assertiva es-
RESOLUÇÃO: tar~ de qualquer forma incorreta. A questão dos
Alternativa A: INCORRETA. A honestidade não é u m transgêneros deverá, no entanto, refletir sobre
requisito para tal pr~tica criminosa. Somente o tal situação em futuro próximo.
consentimento da vitima deve ser levado em RESOLUÇAD:
conta. A""rtiva: INCORRETA. A assertiva est~, de todo jei-
Alternativa 8: CORRETA. Este é um dos requisitos, to, incorreta, porque u ma pessoa do gênero
pois o constrangimento viola o direito de con- masculino não é passfvel de ser vftima de uma
sentir da vítima. conjunção carnal, uma vez que não possui vagi-
Alternativa C: CORRETA. A conjunção carnal é uma na. Porém, não nos esqueçamos de que j~ são
das possibilidades nesse tipo de crime. possíveis as transgenitalizaçôes que permit em
Alternativa D: CORRETA. Tanto o praticar forço- a construção de uma neovagina (vagina nova)
samente quanto o permitir que se pratique, em pessoas que são transg ên eros. Essa discus-
desde que se empregando violência ou grave são lar~ parte do Biodireito e para ela ainda não
ameaça, é elemento do crime. temos uma resposta d e consenso.
Alternativa E: CORRETA. Qualquer ato libidinoso, di- RESPOSTA: INCORRETA.
verso da conjunção carnal, pode ter sua prática
exigida p elo criminoso, segundo os ditames do
artigo 213 do Código Penal atualizado. (PERITO M!DICO-LEGAL- POLICIA CIVIL ES - CES-
RESPOSTA: @ 04 PE - 2006) O crime de estupro é de ação
penal privada. A ação se inicia mediant e quei-
xa do ofendido. Caso a pretensa vftima, lívre e
consciente, não desejar a ação penal, o Estado @ l·b; II·C; lll·d; IV·e; V·a.
n~o dará movimentação ao processo. râl l·a; ll·c; 111-d; IV-e; V·b.
© 1-c; 11-a; 111-d; IV-e; V·b.
( ) CORRETA ( ) INCORRETA @ l·b; ll·c: lll·d; IV·a:V-e.
(ü 1-b; 11-c; 111-e; IV-d; V·a .
IV
Masoquismo
Rlparofilia
06 PR • UFPR • 2007) Sobre violência sexual e
perícia, assinale a alternativa correta.
v Bestialidade
@ Mesmo nos serviços mais limitados tecnica-
mente, o encontro laboratorial de sêmen na ca·
a Práticas sexuais com animais vidade vaginal é possfvel em média até 7 dias
b O.m~nulção do apetite sexual no homem do fato.
c Exaltação do apetite sexual masculino ® o simples encontro de fosfatase ácida no
conteúdo vaginal caracteriza conjunçAo carnal
Prazer sexual por meio do sofrimento físico
d ou mental
recente.
© Na perícia de conjunção carnal, é dispensá·
e Atração sexual por mulheres desasseadas
vel o exame das vestes.
378 SexologiaFO<ense
-
•••
Alternativa D: CORRETA. Pelos pubianos encontra·
dos no local apontado como sendo o local dos
fatos servirão para - através do bul bo capilar
,. DICA DO AUTOR: Também devemos levar em - o encontro de material de triagem de DNA,
conta nesta questão que ela foi elaborada an- o que permitirá a identificação de elementos
tes das reformas do Código de Processo Penal presentes naquele local. Caso um individuo ne-
ocorridas em 2009. Naquela época eram exigi- gue tal presença e pelos pubianos do mesmo
das as ações de dois peritos oficiais ou dois pe- sejam encontrados no local, isso terá extrema
ritos nomeados - ad hoc - nos procedimentos relevância para a elucidação do caso. Caso ad·
periciais. Depois de 2009 basta que um perito mita la ter estado, outras provas deverão ser le-
único - oficial - ou dois peritos ad hoc atuem. vadas em conta e somente os pelos não serão
Assim, em 2007 não havia a possibilidade de suficientes como meio de prova.
atuação de um perito com outro assinado Alternativa E: INCORRETA. Como já esclarecido nas
posteriormente o laudo "em confiança". Este dicas do autor, em 2007 não se admitia a ação
termo, "em confian ça~ é bastante dúbio, princi- de perito oficial ou ad hoc único. Atualmente
palmente por poder indicar a não participação isso é possfvel somente em relação ao perito
do segundo perito ou perito revisor. Na atuali- oficial - conferir artigo 159 do Código de Pro-
dade este fato já se encontra resolvido, tendo cesso Penal e seus parágrafos.
em vista a exigência de atuação de um perito RESPOSTA:@
único. Devemos nos lembrar ainda de que hoje
em dia os exames envolvem não só as pessoas
do gênero feminino como também as do mas- (PERITO MÉDICO·LEGAL · POLICIA CIVIL/ES · CES·
culino e transgêneros. Com isto, os exames são
bem mais complexos e nem sempre envolvem
O7 PE · 2006) Na presença de lesões em região
vulvar decorrentes de ato sexual, é provável
pesquisas de conjunção carnal. Atualmente, que não tenha ocorrido os necessários relaxa-
vale lembrar, que o crime de estupro envolve mento e lubrificação fisiológicos, existindo for-
conjunção carnal e/ou atos libidinosos diversos te indício de ocorrência de violência.
contra pes.soa de qualquer gênero, mediante o
emprego de violência ou grave ameaça. Mas, ( ) CORRElA ( ) INCORRElA
o mais importante é que tal crime depende
da prova de constrangimento da vida no seu
direito e na sua capacidade de consentir. Ou
seja, não existem provas materiais concretas
nesse sentido, uma vez que lesões corporais e
•••
,. DICA DO AUTOR: Esta questão é muito polêmica.
sêmen em roupas e/ou em cavidades corporais Sinais de emprego de violência, em analise pe-
podem ter ocorrido de forma consentida e que ricial de crimes sexuais, nem sempre indicarão
a denunciadora se queixe de forma caluniosa. o cometimento de tais crimes. Quando os atos
RESOLUÇAO: sexuais de qualquer natureza, com ou sem vio·
Alternativa A: INCORRETA. O tempo de encontro de lência, forem praticados contra incapaz estare-
sêmen em cavidade vaginal pode se estender mos diante de - no caso de estupro - estupro de
até por volta de 72 horas (3 dias). vulnerável, pois não mais se admite a presunção
Alternativa B: INCORRETA. A fosfatase ácida detec- de violência. No caso de vulnerável, sempre será
tada em cavidade vaginal é indicativa de que admitida a violência efetiva. Quando pessoas
houve conjunção carnal, mas não tem força pro- capazes, livres e conscientes forem submetidos
batória para apontar que tal ato tenha se dado a práticas sexuais, poderemos estar diante de
Leonardo Mend~ <ardoso JMar<Os Egbeno Brasil deMelo 379
estupro, tendo em vista que a grave ameaça e lesão cortante, uma vez que cortante é o objeto
a violência são explicitadas no artigo 213 CP - ou sua ação.
estupro. A alternativa ficou incorreta por causa Alternativa 8: CORRETA. Corresponde ao que é de-
desse pequeno detalhe de redação. nominado de carúncula mirtiforme.
Alternativa D: Todos os elementos expostos na Alternativas Ce D: INCORRETAS. Não recebem nome
alternativa conferem com o crime de satisfa- específico.
ção de lascívia mediante presença de criança Alternativa E: INCORRETA. Recebe o nome de tatua-
ou adolescente. Está, portanto, correta em sua gem asfáltica, como bem exposto.
plenitude. RESOLUÇÃO: @
Alternativa E: Como exposto nas dicas do autor,
não mais temos a figura do crime de atentado
violento ao pudor desde a redação da lei n. Uma mulher foi encaminhada ao IMl para
12.015/2009. Também está incorreta. realização de exame para a verificação de con-
ANÁLISE DO AUTOR: Como a questão exigia que junção carnal e atentado violento ao pudor. Ha·
fosse assinalada a alternativa incorreta e te- via histórico de violência sexual durante a espera
mos a exposição de três incorretas - "B'; "C" e de um ônibus, em ponto mal iluminado e pouco
·e· - esta é uma questão anulável. Não há, pois, frequentado. Ela fora arrastada a um matagal ad-
como respondê-la na forma como foi elaborada. jacente ao ponto, por dois homens que estavam
RESPOSTA: ® de carro e pararam próximo ao local. A vitima
era casada e mantivera relação sexual completa
com o marido momentos antes de sair de casa
(PERITO M!DICO·LEGAL · POLICIA CIVIURO · naquele dia. Julgue o item subsequente com
09 FUNCAB · 2012) Ao descrever um achado
no exame de corpo de delito, o perito informa:
relação à ocorrência relatada acima.
"presença de carúncula mirtiforme". Qual o sig- (PERITO MÉDICO-LEGAL · POLÍCIA CIVIL/TO · CES·
nificado desse achado? 1O PE · 2008) No quesito oficial que indaga se
houve conjunção carnal, no laudo realizado
@ Cicatrização de queloide de lesão cortante. pelo legista, a resposta nesse caso deverá ser
® Forma de cicatrização himenal após ruptu· "sem elem e ntos~ Isso decorre do fato de a peri-
ras. cianda ser casada e já possuir ruptura himenal
© Cicatrização vaginal após parto vaginal. antiga .
@ Forma de cicatriz de queimaduras cut~neas
de 3•grau. I ) CORRETA ( ) INCORRETA
® Tatuagem asfáltica de lesão escoriativas em
atropelamentos.
não, o crime estará configurado quando a von- ,.. OICA 00 AUTOR: Hoje, no Brasil, é permitido o
tade da vítima tiver sido constrangida. Outros abortamento em dois casos previstos em lei.
elementos- DNA dos agressores no swab vaginal mais especificamente no Código Penal. Em caso
coletado, por exemplo - deverão demonstrar a de estupro, que seria o abortamento classifica-
veracidade dos fatos narrados e isto servirá de do como sentimental, piedoso, moral ou ético;
prova para a configuração do crime de estupro. e aqueles em caso de perigo de morte para a
RESOLUÇÃO: mãe, que é chamado de aborto necessário ou
Assertiva: INCORRETA. A resposta do legista para o terapêutico. Existe também decisão judicial do
quesito que indaga sobre a ocorrência de con- STF que permite o abortamento em casos de
junção carnal deverá ser: "Sim~ Tal perito disporá uma má formação específica chamada de anen-
de elementos suficientes para demonstrar a pe- cefalia, a qual consiste em não desenvolvimen-
netração de pênis na vagina da vítima. Deverá to do Sistema Nervoso Central do feto, existindo
apontar a presença de carúnculas mirtiformes incompatibilidade absoluta com a vida extrau-
que indicam a ruptura himenal antiga, assim terina. Qualquer outro tipo de abortamento é
como deverá proceder a coleta de swab do canal punfvel no Brasil, como nos casos de eugenia
vaginal. Tal procedimento vai demonstrar a pre- ou de abortamento seletivo, que seriam aque-
sença de esperma naquela cavidade. Como hou- les em que os pais escolhem interromper a gra-
ve a declaração de uma conjunção carnal com videz por qualquer aspecto físico ou de saúde
o esposo momentos antes do alegado estupro, do feto (a exceção é apenas a anencefalia); o
é possível que os achados apontem para a pre- abortamento por motivo de honra é usado para
sença de material espermático misto - esposo e esconder a vergonha da mulher por ter sido de-
agressores. A prova de determinação por meio florada, por exemplo; abertamente social é o
de DNA será indispensável nesse caso para a con- usado quando não existe capacidade financeira
firmação da relação sexual vagínica com os indi- da família para o sustento do nascituro.
víduos apontados como sendo seusagressores. Vale frisar que aborto é o feto morto, produto
RESPOSTA: INCORRETA. do abortamento, que é o ato de abortar. Assim,
o próprio Código Penal brasileiro se vale de
uma expres.são equivocada - "aborto" queren-
(IGP·SC -lESES- 2017) Sobre abortamento, do significar o ato de "abortar".
ll pode-se afirmar que: RESOLUÇÃO:
Assertiva 1: CORRETA. Está previsto no inciso I do
I. O aborto necessário ou terapêutico, permiti- art. 128 do CP: "Não se pune o aborto pratica-
do por lei, é aquele realizado quando não há do por médico se não há outro meio de salvar a
outro meio de salvar a vida da gestante além vida da gest ante~ Esse é o tipo de abortamento
da interrupção da gravidez. classificado como necessário ou terapêutico.
11. O aborto sentimental ou moral, permitido Assertiva 11: INCORRETA. O erro aqui consiste em
por lei, é aquele realizado quando a gravi- referir-se à necessidade de apresentação de
dez resulta de estupro, devendo ser reivindi- Registro de Ocorrência Policial acerca do fato. A
cado pela vitima através da apresentação de Portaria MS/GM n. 1.508, do Ministério da Saú-
registro de ocorrência policial sobre o crime. de, traz os requisitos para a realização do aber-
111. O aborto sentimental ou moral pode serrea- tamente no Sistema Único de Saúde, entre eles
lizado até a 20• ou 22• semana de gestação o Termo de Consentimento e de Responsabili-
ou quando o feto pesar até 500 gramas. dade, um relato sobre a agressão, um parecer
médico demonstrando que existe a compati-
@ São corretas as alternativas I e 111. bilidade da gestação com a época do estupro
® São corretas as alternativas 11 e 111. alegado e um termo de aprovação do procedi-
© São corretas as alternativas I e 11. mento pela equipe multidisciplinar.
@ Todas as alternativas são corretas. Assertiva 111: CORRETA. A Organização Mundial da
Saúde - OMS - define o abortamento como a
e interrupção da gravidez até a 20' ou 22' semana
da gestação, considerando que o feto pese me-
nos que 500 g e que tenha menos de 25 em de
382 SexologiaFO<ense
comprimento. Essa é a razão do limite de idade 214 (esse último trazendo a figura do atentado
gestacional para a realização do abortamento violento ao pudor) num artigo 213 único, que
sentimental, em casos de estupro. agora abarca tanto a conjunção carnal como
RESPOSTA:@ qualquer outro ato libidinoso diverso daquela.
Dessa forma, tanto a mulher como o homem,
agora, podem ser sujeitos passivos do crime de
(POLICIA CIENTIFICA- GO- FUNIVERSA- 201S) estupro.
12 Para a sexologia forense, a conjunção car·
naI é a penetração do pênis em ereção na vagi-
O que tivemos, no caso, foi a alteração de uma
visão antes conservadora e pertinente aos cri-
na (intrommissio penis in vaginam). Acerca des· mes contra os costumes, para uma concepção
se tema, assinale a alternativa correta. renovada, privilegiando as liberdade e dignida-
de da pessoa humana.
@ A penetração de um instrumento contun- RESOLUÇÃO:
dente na vagina, por analogia, sempre deve ser Alternativa A: INCORRETA. O conceito de conjunção
considerada como uma conj unção carnal. carnal é restritivo à penetração de pênis em
® Conceitualmente, coito vestibular é o mes· vagina, mesmo que parcial. Um objeto contun-
mo que conj unção carnal. dente sendo usado na prática sexual de intro-
© Na demonstração pericial de apuração dos missão vaginal deverá ser considerado como
crimes contra os costumes, a utilização de mé- um ato libidinoso diverso da conjunção carnal.
todos de higiene e a troca das vestes de uma Alternativa 8: INCORRETA. No coito ou cópula ves·
suposta vitima são prejudiciais às finalidades tibular não existe a penetração do pênis na va-
da perícia, uma vez que podem fazer desapa· gina, ficando o pênis restrito à vulva; por essa
recer sinais ou evidências que auxiliariam na in· razão não é configurada a conjunção carnal.
terpretação do fato. Alternativa C: CORRETA. A presença de material bio-
@ São elementos constitutivos do crime de lógico do agressor é o meio de prova mais ro-
estupro a ação de constranger, a conjunção car- busto a ser encontrado no corpo de uma vítima
nal, a violência ou grave ameaça e o dolo; desse de violência sexual. Pode ser saliva, esperma·
modo, pode-se concluir que somente a mulher tozoide, pelos, sangue etc., vestígios esses que
pode ser vítima desse tipo de crime. podem ser perdidos por higienização, lavagem,
® No exame pericial, são sinais de certeza de banhos da vítima, ou atos esses que podem
uma conjunção carnal recente: rotura himenal, tomar a coleta muito mais difícil, com índice de
presença de espermatozoide na vagina e gra- positividade muito baixo.
videz. Alternativa D: INCORRETA. O homem também pode
ser sujeito passivo do crime de estupro, pois
••
~ DICA DO AUTOR: A perícia para constatação de
a flexibilidade do istmo do útero, é um sinal de
probabilidade de gravidez.
Alternativa C: INCORRETA. A pulsação vaginal, tam-
gravidez é importante nas investigações de in· bém chamada de sinal de Osiander, é um sinal
fanticfdio ou de abortamento, por exemplo. Po- de probabilidade.
demos dividir os sinaisde gravidez em sinais de Alternativa D: CORRETA. O sinal de Halban é a pre·
presunção, de probabilidade ou de certeza. Os sença de lanugem - pelos bem finos - em face
sinais de presunção são aqueles mais inespecífi· ou couro cabeludo que pode aparecer com a
cos, como sialorreia (salivação), ingurgitamento gravidez, sendo classificado com sinal de pre-
mamário, enjoos. desejos, polaciúria - aumento sunção.
do número de micções - e estrias abdominais; Alternativa E: INCORRETA. Mesmo o sinal de Puzos
os sinais de probabilidade são já mais específi· aparecendo tanto como sinal de probabilídade
cos, mas ainda não dão certeza, como amenorw quanto de certeza na literatura, a questão pede
reia, sinal de Kluge (cianose da vulva), sinal de um sinal de presunção, tornando a alternativa
Jacquemier (cianose da vagina), sinal de Osian- incorreta.
der (pulsação vaginal), flexibilidade do istmo RESPOSTA: @
A Sexologia Forense tem por função o auxi· Por sua vez, nem toda perturbação sexual
lio da Justiça no deslinde de causas envolven- importa em perversão. Devem ser considera-
do as questões sexuais. Assim, as pertu rbações das como perversões as práticas que gerem
do desenvolvimento psicossexual deverão ser asco, repúdio ou indignação social. Ter relações
analisadas com um olhar voltado para a possi· com cadáveres exemplifica bem o que acaba·
bilidade do envolvimento com crimes de cono- mos de dizer.
tação sexual. Para o estudo da Sexologia Forense aconse·
É bom lembrar que nem toda perturbação lhamos o estudo do Código Penal no tocante
da sexualidade tem envolvimento com crimes aos crimes contra a d ignidade e liberdade se·
sexuais. Masturbar-se entre quatro paredes, xuais (artigo 213 CP e seguintes). Ali veremos,
solitariamente ou na presença de parceiro com por exemplo, que reformas foram feitas e que
capacidade de consentimento, não representa os antigos crimes de estupro e atentado violen-
crime. Masturbar-se em público ou na presen- to ao pudor foram alterados. O artigo 213 CP
ça, com ou sem participação de pessoa incapaz -estupro - absorveu o de número 214 - aten·
de consentir, representa crime. tado violento ao pudor. Assim, estupro passou
384 SexologiaFO<ense
a implicar a prática de conjunção carnal e/ou ainda não se acham desenvolvidos. Quan-
de atos libidinosos diversos daquela, contra do envolve adolescentes é denominada de
pessoa de qualquer gênero. Também t ivemos hebefilia.
que a figura de presunção de violência foi abo- Masoquismo sexual: refere-se à existência
lida e passou a viger o crime de estupro contra recorrente de necessidades e fantasias se-
vulneráveis. Ou seja, implícita está a violência xuais envolvendo o ato de ser humilhado
quando da impossibílídade - de qualquer for- ou de sofrer qualquer outra forma de experi -
ma - da vít ima expressar sua vont ade no senti· mentação de dor física e/ou moral.
do das práticas sexuais. Sadismo sexual: depende da excitação al-
A crítica que podemos fazer aos dispositivos cançada com fantasias, necessidades ou
legais tocantes ao assunto em pauta é que não comportamentos sexuais que envolvam a
existem formas seguras e inquestionáveis de humilhação e/ou o sofrimento físico ou psí-
comprovar o crime de estupro, uma vez que quico de outra pessoa. Caso se associe a for-
a alegada vítima pode ment ir após t er con- ma anterior - masoquismo- estaremos dian-
sentido os atos praticados. o mesmo j á não é te do sadomasoquismo.
verdade em relação ao estupro de vulneráveis, Voyeurismo: envolve a excitação sexual
quando provas de conjunção carnal e/ou atos quando da observação da nudez, do ato de
libidinosos d iversos já são suficientes para a se despir ou de atividades sexuais de tercei-
comprovação do crime. ros. Quando envolve várias pessoas é deno-
O grande problema, em relação aos vulnerá- minado de mixoscopia.
veis, é a análise correta dos sinais encontrados, Necrofilia: é o prazer em ter relação ou atos
pois os mesmos podem ser insuficientes para libidinosos com cadáveres.
tal comprovação. Basta vermos que crianças Pigmalionismo - é o prazer sentido pelos
com intestino preso podem ter fissuras anais atos sexuais ou visualização de estátuas ou
e vermelhidão perianal que mimetizam atos bonecas infláveis.
sexuais. Acamados podem ter assaduras peri- Riparofilia: prazer em manter relações se-
neais que também imitam lesões deixadas por xuais com pessoas desasseadas, imundas.
atitudes sexuais. E as.sim por diante. Entre outras perturbações da sexualidade.
As perturbações sexuais envolvem diversas
possibílidades, com ou sem envolvimento em E bom lembrar que homossexualidade dei-
crimes sexuais. Vejamos: xou de ser enquadrada como doença e que
Exibicionismo: consiste na exposição dos também deve deixar de sofrer os preconcei tos
genitais fora de um contexto sexual e sem relativos às práticas de escolha de comporta-
o consentimento de outrem, onde o exposi- mento sexual. não devendo, pois, cont inuar a
tor pode ou não t er uma ereção podendo le- ser encarada como algum tipo de perturbação
var à ejaculação ou funcionar como estimu- da sexualidade, embora fuja da normalidade
lo para a mast urbação. sexual para fins procriativos. Eis porque não
Fetichismo - a excitação sexual é obtida ma- mais se admite a denominação "homossexua-
nipulando-se e/ou observando-se objetos lismo", já que o sufixo "ismo" remeteria à ideia
não animados intimamente associados ao de "doença•.
corpo humano, como, por exemplo, roupas
Intimas.
Frotteurismo: é representado pelo ato de es-
fregar ou pressionar alguma part e do corpo,
normalment e um homem vestido esfrega o
pênis nas nádegas e/ou coxas de outra pes-
soa ou acaricia com as mãos as mamas ou os
genitais de outrem.
Pedofilia: caract eriza-se por impulsos e fan-
tasias sexualmente excit antes dirigidas ou
despertadas por crianças de menor idade,
quando os caracteres sexuais secundários
Psicopatologia Forense
(PERITO M!DICO· LEGAL · SPTUGO · FUNIVERSA • nossos ditames éticos e morais tipificados por
O1 2015) No que se refere à perfcia médico-
·legal na Psiquiatria Forense, assinale a alterna·
lei, devendo tal situação repercutir sobre a ca-
pacidade que o indivíduo tem de se conduzir
tiva correta: de acordo com tal entendimento. A inimputa·
bilidade seria uma condição em que o indiví·
@ A avaliação p ericial de inimputabilidade pe- duo fosse completamente incapaz de discernir
nal envolve a verificação da existência ou não o certo do errado e, por isso, de se autodeter·
de transtorno mental, nexo ou relação de cau- minar de acordo com um entendimento inexi s·
salidade e a avaliação da capacidade de enten· t ente. Doenças mentais e alterações pertinen·
dimento e da capacidade de autodeterminação. tes ao desenvolvimento mental justificariam tal
® A verificação da existência ou não de um perda de consciência da ilicitude praticada. Já
transtorno mental diz respeito às seguintes ca- a semi-imputabilidade envolveria uma redu·
tegorias previstas no Código Penal brasileiro: ção dessas capacidades de discernimento e de
doença mental, desenvolvimento ment al in- autodeterminação - ver parágrafo primeiro do
completo e perturbação da saúde mental. mesmo artigo em comento - só que motivado
© As penas previstas no Código Penal brasilei- por perturbação ment al (não se fala em doen-
ro para os inimputáveis apresentam aspecto in- ça, especificamente) ou por alterações do de-
det erminado no que tange ao t empo de dura· senvolvimento mental. Vejamos:
ção, p odendo privar perpetuamente um indiví·
duo de sua liberdade. Art. 26 · t isento de pena o agente que por doença
@ São semi-imput~veis aqueles indivíduos mental ou desenvolvimenro mental incompleto ou
que, no momento do ato delituoso, não apre· retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão,
sentavam condições para entender o ca r~ter itlteiramente incapaz de entender o caráter ilfcito
ilícito do ato ou para determinar-se de acordo do fato ou de determinar-se de acordo com esse
com esse entendimen to. entendimento.
® São considerados inimputáveis os porta· Redução de pena
dores de transtornos mentais devido ao uso de Pardgrofo único - Apena pode ser reduzida de um
substâncias psicoativas, de transtornos da perso· o dois terços, se o agente, em virtude de perturba·
nalidade, de transtornos dos h~bito s e dos impul- ção de saúde mental ou por desenvolvimento men·
sos e dos transtornos de personalidade sexual. tal incompleto ou retardado não era inteiramente
capaz de entender o caráter ilfcito do fato ou de
•••
• DICA DO AUTOR: A imputabilidade, segundo se
dererminar·se de acordo com esse entendimento.
(Código Penal brasileiro)
dos requisitos para a cap acidade civil estab e· em casos limítrofes. Variáveis diversas estão
lecida. envolvidas na apreciação de tal parâmetro e o
Alternativa D: CORRETA. Tanto a saúde mental mesmo pode até mesmo estar sujeito ~ vonta-
quanto a maturidade p síquica fazem parte dos de do avaliando em demonstrar maior ou me-
aspectos a serem vistos pela Psiquiatria Forense nor capacidade intelectiva num determinado
para o reconhecimento da imputabilidade, res- momento, principalment e quando ganhos se-
ponsabilidade penal e capacidade civil. cundários estão em jogo.
RESPOSTA:@ Alternativa (: Crianças e adolescentes (nem t o·
dos) apresentam desenvolvimento mental
i ncompleto, mas, sendo perf eit os do ponto
(PERITO MÉDICO-LEGAL · POLICIA CIVIl/MG · FU· de vista psiquico, completarão tal maturidade
05 MARC • 2013) NAO é correto o que se afir·
ma em:
com o passar do tempo. Como a fase de ado·
lescência pode alcançar os 21 anos de idade e
o nosso ordenamento jurídico est abelece os 18
® Desenvolvimento mental retardado é uma anos de idade como limit e de tal maturidade
alusão aos que não conseguirão alcançar a ma· para fins de responsabilidade penal e cap ad·
turidade psíquica. dade civil (há exceções), então a resposta seria
® Para determinar a imputabilidade ou a ca· correta somente grosso modo.
pacidade civil, o quociente intelectual. como Alt ernatl~a D: Não exist em semirresponsáveis do
dado isolado, deve prevalecer categoricament e. ponto de vista penal. Depoi s, quem julga tal
© Desenvolvimento mental incompleto é fato não são os peritos, mas os Juízes que con-
uma referência àqueles que não alcançaram duzem os processos. Por fim, os peri tos devem
ainda a maturidade p síquica, como, por exem- demonstrar concretament e os parâmetros que
plo, a criança ou o adolescent e. apontarão tal ou qual como sendo capaz de
@ No caso de deficientes mentais leves, pela ent ender o caráter ilícito dos fat os cometidos
dificuldade de t raçar um limite mais nít ido do e também a sua capacidade de conduzir-se de
complexo retardo-condu ta delictual -normali- acordo com tal entendimento.
dade p síquica, a perícia médico-legal vê-se for- ANÁLISE DO AUTOR: A questão é anulável.
çada a aceitar a atenuante e colocá-los sob o ró- RESPOSTA:@
tulo de semirresponsáveis.
••• O6
~ DICA DO AUTOR: Não se fala em quantificação
(PERITO MÉDICO-LEGAL · POLICIA CIVIl/MG · FU·
MAR( · 2013) Na psicose maníaco-depressi-
va, é correto afirmar:
de responsabilidade penal. Ou se é ou não se é
penalmente responsável por algum delito co- ® A capacidade civil é considerada suprimida
metido. O que se quantifica é a i mpu tabilidade, soment e na excitação maníaca.
pois esta pode ser enquadrada nos graus de ® Deve ser considerada incap az determinada
imputabilidade, semi-imputabilidade ou inim· forma de p sicose maníaco-depressiva que evo-
putabilidade. Por sua vez, como já o dissemos, lui sem intervalos de l ucidez, somente na exci-
peritos não julgam. Perit os apenas fornecem tação maníaca.
subsídios para que os operadores do Direito © A capacidade civil pode ser considerada
possam at uar. suprimida na depressão, somente se tiver his·
RESOLUÇÃO: tória de episódios depressivos e maníacos an-
Alternativa A: Se o desenvolvimento mental está teriores.
atrasado, geralmente nunca alcançará o nível @ O maior problema pericial está relaciona-
de normalidade esperada para sua faixa etária. do ao int ervalo lúcido, quando se deve apurar
Ou seja, a maturidade psíquica normal nunca a capacidade de entendimento do delinquen te
será alcançada. portador dessa síndrome.
Alternativa B: As medidas de Ql - quociente i n-
telectual - são um dos elementos a serem utili-
zados e não deve ter valor absoluto, sobretudo •••
Leonardo Mend~ <ardoso JMar<Os Egbeno Brasil deMelo 389
1> DICA DO AUTOR: Em primeiro lug ar é preciso mania, sendo g eralment e a fase depressiva
informar que a nomenclatura utilizada na q ues- mai s p revalente e igualmente mais prolongada.
tão, apesar de red igida em 20 13, está u ltrapas- Alternativa D: INCORRETA. O importante não é o b -
sada. A nomenclatura atual - inclusive u tilizad a servar a capacidade nos intervalos lúcidos, mas
no DSM-V (The Diagnostic and Statistical Manual sim confirmar q ue d eterminado ato d a vid a civil
of Mental Disorders of American Psychiatric As- ou alguma infração penal tenha ocorrido nu m
sociation) - é Transtorno Bipo lar do Humor. Os momento de alíenação mental, p ois é o que
crit érios adotado s para fins de análise de cad a nos cobram os ditames jurídicos pertinentes.
caso são os daquela mencionad a associação RESPOSTA: ©
científica. Sob re a capacidade civil de indiví-
duos po rtadores de tal co ndição mórb ida, veja-
mos o q ue nos dizem os artigos 3' e 4' do novo (PERITO M!DICO-LEGAL - POLICIA C!VIl/MG - FU-
Código Civil Brasileiro, atualizado pela Lei n.
13.105/2015:
07 é MARC - 2013) Nas personalidades psicopâ-
t icas, correto o que se afirma em:
Art. 3° São absolutamente incapazes de exercer pes· @ Os p sicopat as dep ressivos apresentam
soa/mente os atos da vida âvil: muit a criminalidade.
/. os menores de 16 (dezesseis) anos; ® As medid as punitivas, corretivas e educa-
11. os que, por enfermidade ou deficí~ncla mentat doras mostram-se eficientes para mudança das
não tiverem o necesstirio discernimento para o personal idades p sicopátlcas.
prática desses atos; © Os psicopatas fanáticos apresentam alta
111. os que. mesmo por causo transitória, não pude· periculosidad e no poder assumir liderança de
rem exprimir sua vontade. g rupos ou massas hu manas em épocas de ins-
t abilidade p olitico-soclal.
Art. 4° São incapazes. relativametHe o certos ocos, @ Os psicop atas sem sentimentos ou amo -
ou amaneira de os exercer: rai s são capazes d e todas as ações antissoclais e
I. os maiores de 16 (dezesseis) emenores de 18 (de- não realizam atos movidos pelas suas paixões,
zoito) anos; nem pelo domínio dos componentes instinti-
11. os ébrios habiruais, os viciados em tóxicos, e os vos de sua personalidade.
que, por deficitncia mental, tenham o discerni·
menro reduzido;
/11, os excepcionais, sem desenvolvimento mental
completo; 1> DICA DO AUTOR: Também chamamos a atenção
•••
JV. os pródigos. para a nomenclatura aqui empregad a. O q ue
Parágrafo Otlico. A capacidade dos fndios será regu· antigamente se denominava de Psicopatia é
fada por legislação especial. (com grifos nossos) atualmente chamado de Transtorno d a Persona-
lidade Antissocial - TPAS. Outros transtornos de
Assim, perceb emos que, independent emente personalid ade existem e diferem de forma rele-
se está em fase de mania ou de depressão, o vant e entre si. Os portad ores de TPAS, segundo
que incapacita é a falta total ou parcial de d is- classificação do já mencionad o DSM-V, apre-
cern imento para atos da vida civil. sentam, segundo os Critérios Diagnóstico s para
RESOLUÇÃO: F60.2 -Transtorno da Personalidade Antissocial:
Alternativa A: INCORRETA. Vimos q ue não é somen- A. Um p adrão invasivo de d esrespeito e vio -
te na fase de excit ação q ue pode ocorrer a alie- lação d os direitos dos outros, que ocorre
nação que resultara na incapacidade civil. desde os 15 anos, como indicad o p or pelo
Alternativa 8: INCORRETA. Novamente estamos d ian- menos três d os seguintes parâmetros:
te d e uma assertiva q ue exige a presença d e al- 1. fracasso em conformar-se às normas sociais
terações soment e na fase de excitação maníaca. com relação a comportamentos legais, in-
Alternativa C: CORRETA. O critério diagnóstico para dicado pela execução rep etida de atos q ue
Transtorno Bipolar d o Humor exige a ocorrên- constituem motivo de det enção;
cia de episódios ant erio res de depressão e de 2. propensão p ara enganar, indicada por men-
tir repetidament e, usar nomes falsos o u lu-
390 Psicopatologia Forense
dibriar os outros para obter vantagens pes- (PERITO M!DICO·LEGAL· POLICIA CIVIUMG - FU·
soais ou prazer;
3. impulsividade ou fracasso em fazer planos
O8 MARC • 2013) Nas Esquizofrenias, é correto
o que se afirma em:
para o futuro;
4. irritabilidade e agressividade, indicadas por ® A Esquizofrenia Paranoide pode deixar o
repetidas lutas corporaisou agressões físicas; acusado inteiramente incapaz de entender o
S. desrespeito irresponsável pela segurança caráter criminoso do fato que se lhe atribui.
própria ou alheia; ® O crime desses pacientes, na maioria das ve-
6. irresponsabilidade consistente, indicada por zes, não é repentino, inesperado e sem motivos.
um repetido fracasso em manter um com- © Não há uma tendência repetitiva e estereo-
portamento laboral consistente ou honrar tipada dos delitos.
obrigações financeiras; @ A capacidade civil deve ser vista de forma
7. ausência de remorso, indicada por indife- mais cuidadosa, embora os Juizes sempre se li-
rença ou racionalização por ter ferido, mal- mitem a declarar capacidade.
tratado ou roubado outra pessoa.
B. O indivíduo tem no mínimo 18 anos de idade.
C. Existem evidências de Transtorno da Condu-
ta com início antes dos 15 anos de idade. I> DICA DO AUTOR: Também a Esquizofrenia, com
••
D. A ocorrência do comportamento antissocial o advento do DSM-V, deixou de ser dividida em
não se dá exclusivamente durante o curso de classes. Atualmente são privilegiados os sinais
Esquizofrenia ou Episódio Maníaco. e sintomas expressados pela sfndrome. Seja
como for, o que no DSM-IV era tipificado como
Atualmente a tendência é a de não se confun- sendo Esquizofrenia Paranoide se configurava
d ir •psicopatas• com TPA$ de forma a generali- como a forma mais comum e acometia indiví-
zar o uso deste termo. Como •psicopatas• de- duos com início dos surtos mais tardiamente.
veriam ser entendidos apenas os portadores lembrar-se do caso do Professor John Forbes
de comportamentos mais antissociais, inclusi- Nash Jr. - do filme Uma mente brilhante (A
ve matando e gerando maiores danos il socie- Beautiful Mind), da DreamWorks (EUA, 2001).
dade. Assim, a psicopatia seria a apresentação A periculosidade desses doentes - Esquizofre-
mais grave de um transtorno de personalidade, nia é uma doença mental, uma psicose - não
na qual os afetados tenderiam a cometer atos é muito acentuada, sobretudo quando sob o
mais violentos e ausentes de empatia. controle de drogas específicas e corretamen-
RESOLUÇAO: te tomadas. Quando cometem algum tipo de
Alternativa A: INCORRETA. Não existem evidências agressão contra terceiros, geralmente encon-
de que "psicopatas• que possuem quadro de- tram-se em momento de surto e não têm no-
pressivo concomitante apresentem fndice de ção do que fizeram. Também não existe preme-
prática de crimes mais elevados que os demais ditação, ocorrendo tudo de forma inesperada,
indivfduos portadores somente de TPAS. repentina e sem motivos reais ou palpáveis.
Alternativa 8: INCORRETA. Geralmente os "psicopa- RESOLUçAO:
tas• (TPAS) não respondem a tais abordagens Alternativa A: CORRETA. Si m, esta é uma possibili-
terapêuticas. dade comumente esperada, uma vez que nos
Alternativa C: CORRETA. Os portadores de TPAS são surtos tornam-se mentalmente alienados.
costumeiramente oportunistas e situações de Alternativa 8: INCORRETA. Pelo contrário, são crimes
caos os atraem para posições de liderança com repentinos, inesperados, fora de um contexto
desfechos sombrios. compreensível e com motivos injustificados.
Alternativa D: INCORRETA. Os portadores de TPAS Alternativa C: INCORRETA. Como apresentam episó-
são muito instintivos e se guiam por paixões dios delirantes e alucinações voltados para um
desmedidas, deixando-se levar por componen- tema específico e recidivante, há sim uma ten·
tes emocionais doentios que seus repertórios dência à repetição e estereotipagem.
vivenciaisjá experimentaram. Alternativa D: INCORRETA. A capacidade civil deve
RESPOSTA: @ ser cuidadosamente verificada e os Juízes ten-
dem a seguir os aconselhamentos decorrentes
le<~nardo MendM Cardoso 1Marcos Egberto Brasil de Melo 391
das conclusões dos peritos em seus laudos de de estabelecer o nexo causal entre o distúrbio
averiguação de sanidade mental, nao sendo mental apresentado pelo periciado e o compor-
verdadeira a afirmação de que os Juizes sempre tamento delituoso, assinale a opção correta:
se limitem a declarar a capacidade.
RESPOSTA:@ ® O agente deve ser responsabilizado crimi-
nalmente.
® A doença mental seria atenuante quando
(PERITO M!DI<O·LEGAL· POLICIA CIVIVES · CESPE considerada a dosimetria da pena, devendo o
O9 · 2~) No Sistema Nervoso Central, quan·
to ação psíquica, é correto afirmar que o álco-
à
incriminado cumprir de um sexto a um terço
da pena.
ol etnko e o MDMA possuem aç.\o depressora. © Trata-se de caso de aplicação de Medida de
Segurança.
( ) CORRETA ( ) @ Deverá ser realizada nova perida.
® O diagnóstico de doença mental é suficien·
te para tornar o agente inimputável.
(FCC · 2017) Quando a medida de segurança Assertiva 11: VERDADEIRA. Persistindo a doença
11 é aplicada, após seu término é necessário
que sej a feita nova perícia, denominada exame
mental, atestada pelo psiquiatra forense, a me-
dida de segurança perdurará.
de cessação de periculosidade. Analise as asser- Assertiva I li: FALSA. O erro da questão está quando
tivas a seguir. fala '1ndependentemente de doença psiquiátri-
ca~ pois esse é o objetivo do exame, saber se
I. No exame de cessação de periculosidade, o ainda existe a doença que foi a causa de o indi-
Perito Médico Legista Psiquiatra vai verificar víduo ter sido considerado inimputável.
se as condições que fizeram a pessoa delin- Assertiva IV: FALSA. A conduta da pessoa durante a
quir ainda persistem. internação não é motivo do exame de verifica-
11. Se for constatado que as condições que fize- ção de cessação de periculosidade, pois o foco
ram a pessoa delinquir ainda existirem, ela é se houve a cura da doença mental que causou
será mantida em medida de segurança. o cometimento do crime.
111. O Perito Médico Legista Psiquiatra deve- RESPOSTA: ©
rá avaliar se a pessoa ainda oferece qual-
quer perigo para a sociedade, independen-
temente de doença psiquiátrica. Caso não (CESPE - 20U) Revisando o prontuário de
mais ofereça, deverá informar o juízo que
houve cessação da periculosidade.
12 um susperto no srstema pnsronal, a au-
toridade policial deparou-se com um laudo
IV. Mesmo que o Perito Médico Legista Psiquia- psiquiátrico que apontava a seguinte conclu-
tra verifique a cura da doença inicial, ainda são: ' C/070: F60.2- Transtorno de personalida-
terá que avaliar a conduta da pessoa duran- de dissociai (psicopácica ou sociopácica): pos-
te a medida de segurança para verificar a sui ciência do caráter ilfciCo dos aros pratica-
cessação da periculosidade. dos e sérias dificuldades no controle de seu im-
pulso sexual exacerbado, que só consegue sa-
Está correto o que se afirma APENAS em: tisfazer com a subjugação da vítima median-
te a imposição de comportamento violento~
® ll e iV.
® I e IV. Acerca dessa situação, assinale a opção que
© I e 11. apresenta, respectivamente, as características
@ I, lle IV. do suspeito com referência a: entendimento;
® I, ll e ll l. controle dos impulsos; imputabilidade.
trazer a denominação p sicop ata), que é u ma do convívio sodal1 o que poderia resultar em
pert urbação d a saúde mental. No caso especi- risco para a socied ad e. O j uiz designa o t empo
fico d o transtorno d e personalidade antissocial, mínimo~ de um a três anos, para ser realizado o
o indivíduo tem o entend imento d os fatos, mas exame de verificação de cessação d e periculo·
não consegue se autod eterminar por esse en- sidade, q uando um médico psiquiatra vai exa-
tendimento, o que o torna semi-imput ável. minar o indivíduo e checar se ele ainda oferece
RESOLUÇÃO: perigo para a socied ade.
Alternativa A: INCORRETA. O 'psicopata• t em o en· RESOLUÇÃO:
tend imento preservado, mas com limitação Alternativa A: INCORRETA. O tratamento também
em sua capacídade de controle. Pelo artigo 26 pode ser ambulatorial, e o mínimo é de u m a
do CP, em seu parágrafo único, observamos os três anos.
casos de semi-imputabilidade. O entendimen· Alternativa 8: CORRETA. A medid a de segurança
to, então, não era limitado, nem o controle dos tanto pode ser int ernação como tratamento
impulsos preservado. ambulatorial, com p razo mínimo de um a três
Alternativa 8: INCORRETA. O controle d o s impulsos anos.
não era adequado, nem era imputável. Alternativa C: INCORRETA. Não são cri mes
Alternativa C: CORRETA. O entendimento, então, era com penas de reclusão, poi s o ind ividuo é
preservado, o cont role d os impulsos, l imitado, inimputável. Também o internamento não se
sendo assim, era semi-imputável. dá em comunidades terapêuticas.
Alternativa D: INCORRETA. O erro aqui está na afir- Alternativa D: INCORRETA. O artigo 97 do Código
mação q ue ele era inimputável. Penal refere q ue o suj eito inimputável em q ue
Alternativa E: INCORRETA. Não ti nha entendiment o seu delito for punível com detenção poderá ser
limitado, assim como não era in imp utável. submetid o ao tratament o ambulatorial (medi·
RESPOSTA:@ da d e segurança restritiva).
Al ternativa E: INCORRETA. A medida de segurança
restritiva é aplicada em hospital de custódia.
(FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS - FCC - 2017) As RESPOSTA:@
13 pessoas que forem consid eradas inimpu-
táveis, segund o a legislação vigente, serão co·
locadas em medid a d e segurança, que consis-
te em:
•••
,. DICA DO AUTOR: Quem rege processualmente
registros acerca dos vestígios encontrados (fo-
tos, relatórios médicos etc.).
Alternativa C: O t exto explicitado na alternativa
as perícias e os peritos são os artigos de 158 a foi copiado literal e integralmente do disposto
184 do Código de Processo Penal- CPP. Embora no artigo 162 CPP. Portanto, está correta em sua
a questão sej a de extrema relevancia, j ulgamos integralidade.
que haja incongruências na forma como foi for· Alternativa D: O artigo 161 CPP diz que o exame
mulada, tendo em vista que o termo •vestigios• pericial poderá ser feito •em qualquer dia e a
acabou sendo empregado de forma equivo· qualquer hora~
cada a nosso ver. Assim, o Exame de Corpo de Alternativa E: Exame de Corpo de Delito é a aná-
Delito não é a procura pelos vestígios deixados lise - e não a procura - dos vestígios encon-
pelo infrator, mas sim a análise dos vestígios t rados no local dos fatos, podendo estes est ar
que t iverem sido encont rados. Tanto que o ar ti· presentes no ambiente e/ou no corpo da víti-
go 158 CPP diz. categoricamente, que "Quando ma. Poderão ainda estar presentes no agres-
a infração deixar vestígios, será indispensável sor ou em locais afastados do local dos fatos,
o exame de corpo de delito, direto ou indireto, como é o que acont ece nos casos de desovas
398 Conceituação, Ooromentos M~dko·legais eAntropologia Forense
1> DICA DO AUTOR: Basta, para a resposta dessa @ O fornecimento de u m atestado médico fal-
questão, a avaliação das variações que possam so constitui um crime previsto no Código Penal
vir ou não a ocorrer. Fotografia sínalétíca é u ma e não uma simples infração ético-profissional.
técnica em que a mesma é t irada de duas posi- ® No Fórum Penal e no Civil, os relatórios de·
ções, de frente e de perfil e sem retoques. Ela vem ser obrigatoriamente assinados por dois
vai assinalar dados pertinentes a d ados identifi· peritos.
catórios do fotografado (estatura, alt ura, enver-
gadura, cor dos o lhos, tipo e cor dos cabelos,
tipo e cor de pele, formato do nariz, formato da
boca e das orelhas), assim como os sinais par·
•••
1> DICA DO AUTOR: Esta questão foi elaborada em
ticulares (cicatrizes, tatuagens, manchas etc.). 2006, antes de importantes reformas no Cód i-
Devemos p erceber, pois, que são caract erísticas go Penal- CP. Daí a necessidade de uma anál i·
que se alteram com o passar do tempo. se crítica por parte do candidato. Tentaremos,
RESOLUÇAO: por meio dessa inadeq uação temporal, atuali ·
Alternativa A: INCORRETA. Leva em conta caracteres zar os conheci mentos de forma comparativa.
que são mutáveis. Vejamos:
Alternativa 8: INCORRETA. Apesar de poderem ser RESOLUÇÃO:
classificados p or t ipos, t ais características tam· Alternativa A: CORRETA. A assertiva está correta. Por
bém podem sofrer alterações temporais, sobre- exemplo, um médico pode atestar, a pedido,
tudo as marcas e as tat uagens. que seu paciente foi submetido a uma retirada
Alternativa C: CORRETA. Impressões digitais e de de um pequeno nódulo e que deverá, por isso,
porosco pia não se alteram com o tempo, são manter-se em repouso por três dias.
p rat icáveis, sáo únicas de cada indivíd uo. As· Alternativa 8: CORRETA. Sim, os relatórios médico·
sim, este método atenderia a todos os requísi· ·legais - autos ou laudos - exigem compromis·
tos solicitados. sos prévios por meio de intimações, nomea-
Alternativa D: INCORRETA. Altura, envergadura, es- ções ou designações de superiores.
tatura, peso etc, mudam com o tempo. Alternativa C: CORRETA. De fato o h istórico deve
Alternativa E: INCORRETA. Retrato falado é u m conter o relato completo do fato que deu ori-
desenho b aseado na exposição de detalhes gem à perícia, embora nem sempre isso seja
faciais de um indivíduo. Quem relata está su- possível. Tal situação se j ustifica porque o mo-
jeito a li mitações do t ipo emocionais ou até mento dos fatos costuma ser emocionalmente
mesmo preconceituais. Não tem uma exati- estressante para a vítima, e detalhes acabam
dão cient ífica, embora possa colaborar imen· se perdendo na memória de curto e/ou de
samente com o encontro de um agressor. Não longo prazos. No mais, nos casos de morte ou
é um método q ue permita u ma classificação de comprometimento d a consciência a vítima,
relevante. logicamente, está impossibilitada de narrar os
RESPOSTA: © fatos.
Alternativa D: INCORRETA. Atestados falsos - ditos
graciosos - configuram crime na esfera penal
(PERITO MÉDICO-LEGAL· POLICIA CIVIlJPE · IPAD (artigo 302 CP) e também infração ético-pro-
06 • 2006) Com relação aos documentos mé·
dica-legais, assinale a alternativa INCORRETA.
fissional (artigo 80 do Código de ~tica Médica).
Alternativa E: CORRETA. Em 2006 existia a exigên -
cia de dois p eritos o ficiais ou nomeado s para
@ O atestado médico é uma declaração sim- a confecção e assinatura de cada laudo. Atual-
ples e po r escrito de um at o médico e de suas mente, com a reforma dos CP e CC, exige-se a
consequências. atuação de um único perito oficial ou, caso no-
® O relatório médico-legal é um documento meados, dos perito s ad hoc.
que exige compromisso prévio, obedecendo a RESOLUÇÃO: @
uma fo rmalidade legal.
© O histórico no relatório médico-legal é re-
p resentado pelo relato completo do fato que
originou a p erícia.
Leonardo Mend~ <ardoso JMar<Os Egbeno Brasil deMelo <Wl
•••
~ DICA DO AUTOR: A fórmula dactiloscópica cobra-
Arco é uma característica que não apresenta
deltas. Presilha interna apresenta um delta à di·
reita do observador, Presilha externa demons-
da na questão é a Fórmula de Juan Vucetich. Ela tra o delta à esquerda do observador. Verticilo
leva em conta a presença de certos sinais: arco, possui um delta à direita e outro à esquerda do
presilha interna, presilha ext erna e verticilo. observador. Vejamos:
somente aparece em dedo mínimo de mão es- causas em j ulgamento. Portanto, Medicina do
querda (número 1). Trabalho, Medicina Previdenciária, Securitária,
RESPOSTA:© de Defesa do Consumidor, de Direito Médico,
de Direito Canônico, de DPVAT etc., são todas
ramos da Medicina Legal.
(PERITO MÉDICO· LEGAL- POLiCIA CIVIL/ES- CES· RESPOSTA: CORRETA.
08 PE- 2006) O médico legista deve dominar
os Códigos Penal, Civil, de Processo Civil, de Pro-
cesso Penal e o de Ética Médica, pois os códigos (CESPE- 2016) Acerca dos conceitos relaciona·
de processo indicam as penas cominadas a ca-
da espécie e os Códigos Penal e Civil orientam a
1O dos à impressão datiloscópica e da sua uti·
lização na identificação, assinale a opção correta.
maneira pela qual a lei deve ser aplicada.
@ As linhas pretas impressas em um datilo·
( ) CORRETA ( ) INCORRETA grama correspondem aos sulcos interpapilares
da falange distai.
® Os pontos característicos são as linhas bran·
que vão traças linhas únicas que individualizam de notificação compulsória tem a obrigação de
os indivíduos, podendo também ser chamados dar essa informação para os órgãos de vigilân-
de "acidentes". Como exemplos de pontos ca- cia sanitária. Por sua vez, o médico assistente
racterísticos temos as ilhotas, cortadas, ponto, apenas revelará o diagnóstico de seu paciente
haste, ponte, encerro, bifurcação e confluência. com autorização expressa deste.
Alternativa C: INCORRETA. Nesse caso, a identifica- RESOLUÇÃO:
ção ocorre entre a impressão achada no local Alternativa A: INCORRETA. A declaração de óbito é
do crime com a coletada de um suspeito ou o documento médico-legal em que o médico
de um banco de dados. A impressão latente é atesta a causa da morte de seu paciente. É um
comparada com o exemplar padrão. formulário padronizado pelo Ministério da Saú-
Alternativa D: INCORRETA. Albodactilograma é o de, em 3 vias, que é o mesmo em todo o pafs,
conjunto apenas de linhas brancas advindas de seguindo padrões internacionais. Não há varia-
rugosidades da pele, fora do sistema papila r. ção por estado da federação.
Alternativa E: CORRETA. As polpas dos dedos com- Alternativa B: INCORRETA. O auto médico-legal é o
preendem as papilas dérmicas, que são compos- relatório ditado ao escrivão logo após o exame.
tas por sulcos e cristas. que por meio de impres- Alternativa C: INCORRETA. Nesse caso, o perito tem
são formam desenhos caracterlsticos que podem o dever de informar o que for apurado em seu
ser usados para identificação de um indivíduo. exame à justiça, ficando desobrigado do sigilo.
RESPOSTA:® Alternativa O: CORRETA. O médico tem a obrigação
legal de comunicar às autoridades sanitárias
doenças de notificação compulsória.
(CESPE - 2018) No que se refere à obriga- Alternativa E; INCORRETA. Mesmo de forma codifi-
11 toriedade do sigilo profissional e aos do-
cumentos médicos, é correto afirmar que o(a):
cada, com um código CIO, por exemplo, o mé-
dico tem a obrigação de coletar a autorização
expressa do paciente para a revelação de diag-
@ declaração de óbito é padronizada de acor- nóstico deste.
do com os parâmetros de cada estado da Fe- RESPOSTA: @
deração.
® relatório médico ditado ao escrivão, logo
após o exame. é denominado relatório médi- (CESPE - 2016) No que se refere ao tema
co-legal.
© perito médico-legal tem o dever de manter
12 "identifi cação~ os ângulos de Jacquart,
Cloquet e Curvier são verificados:
a obrigatoriedade do sigilo profissional mesmo
se estiver a serviço da Justiça. @ No tórax.
@ médico que emite atestado, nos casos de ® Nas pernas.
doenças de notificação compulsória, está libe- © Nos braços.
rado do sigilo profissional. @ Na bacia.
® revelação do diagnóstico explicitado ou co- ® No crânio.
dificado pelo médico assistente independe, do
ponto de vista ético e jurídico, de autorização
prévia do paciente.
DICA DO AUTOR: o enunciado trata do tema
1<-
••
••
1<- DICA DO AUTOR: o Código de t tica Médico prevê
de ângulos faciais, usados para caracterizar o
prognatismo, indicando, com isso, a raça do
indivíduo. Os ângulos são formados por linhas
em seu capitulo I que"o médico guardará sigilo que passam por três pontos. Dois pontos são
a respeito das informações de que detenha co- coincidentes, apenas um diferencia os três ti-
nhecimento no desempenho de suas funções, pos de ângulos, qual seja o ponto de encontro
com exceção dos casos previstos em lei~ Dessa das linhas. Observe que os pontos coincidentes
forma, o perito a serviço da Justiça não tem o são o ponto mais saliente da fronte e o conduto
dever de guardar segredo do exame realizado, auditivo externo; os pontos diferentes em cada
assim como médico que se depara com agravo um dos ângulos: ângulo de Jaquart (linha nasal
404 Conceituação, Ooromentos M~dko·legais eAntropologia Forense
anterior). ângulo de Curvier (ângulo dentário Alternativa 0: INCORRETA. Os pontos estão todos no
superior) e ângulo de Cloquet (ponto alveolar). crãnio.
Alternativa A: INCORRETA. Os pontos estão todos no Alternativa E: CORRETA. Os pontos estão todos no
crânio. cránio.
Alternativa 8: INCORRETA. Os pontos estão todos no RESPOSTA:@
crânio.
Alternativa C: INCORRETA. Os pontos estão todos no
crânio.
e e e RESUMO PRÁTICO e e e
A Medicina Legal deve ser entendida como Descrição: refere-se ao visum et repertum (vis-
sendo a Medicina a serviço da Justiça, em to e anotado) e explícita os achados de exame
qualquer ramo do Direito que dela necessite. ftSico e/ou de local, de vestes e demais vestí·
Assim, todo perito méd ico deve ser conside- gios relacionados aos fatos sob investigação.
rado um operador da Medicina Legal. No Di- Discussão: permite o embasamento técni-
reito Cível atuará nas perícias que demandam co-científico de tudo o que foi encontrado
provas nos casos de ações indenizatórias por nas ações periciais. Aqui a sustentação com
erro méd ico; no Direito Penal trabalhará com base em literaturas específicas é de grande
os casos de lesões corporais e mortes violen- importância para a credibilidade do doeu·
tas, por exemplo; no Direito Trabalhista se mento redigido.
valerá da lnfortunística pa ra avaliar casos em Conclusão: é o fecho do documento, reve·
que acidentes de trabalho tenham ocorrido; !ando de forma direta e sucinta o que o(s)
no Direito Desportivo se ocupará dos casos de perito(s) alcançaram com suas avaliações.
doping... Além desses exemplos, a Medicina Respostas aos quesitos: aqui cabem diver-
Legal também se verá presente nas atuações sas possibilidades. Sim, não, sem elementos,
diante dos Direitos Previdenciário, Securitário, aguardando exames, aguardando evolução
de Defesa do Consumidor, Canônico, Comer- do caso... Todas essas são respostas possí-
cial, DPVAT etc. veis. Se houver a possibilidade, justificativas
As ações periciais médico-legais resultarão para cada uma dessas opções deverão ser
em documentos do tipo relatório - laudos ou acrescentadas às respostas.
autos - , pareceres e outros. O Código de Pro-
cesso Penal faz a previsão de atuação do mé- Quanto aos processos de identificação cabe
dico perito em seus artigos 158 e seguintes. O ressaltar que:
Código de Processo Civil se vale dos artigos de Identidade é um conjunto de características
420 a 439. Portanto, todas as ações periciais, próprias de cada pessoa e que a diferencia
inclusive a médico·legal, deverão se pautar nos dos demais, tornando-a única no mundo.
ditames processuais desses códigos de leis. Identificação é o processo técnico-científico
Dos documentos méd ico-legais, sobretudo por meio do qual se alcança a identidade do
na esfera penal, o mais comumente usado é o investigado.
laudo pericial. Ele é composto por: Reconhecimento não se vale de técnicas
Preâmbulo: parte introdutória em que todos científicas, mas tão somente no conhecimen·
os dados identificatórios acham-se revelados. to prévio que alguém tem de alguma pessoa.
Quesitos: que são questionamentos feitos Por estar sujeito a variações emocionais e
ao perito para norteá-lo em suas ações. também na dependência da evolução de cer·
Histórico: onde se anotam, caso possível, os tas características- peso, estatura, fisionomia
relatos dos fatosocorridos. Geralmente, quan- etc. - o reconhecimento deve ser levado em
do consegue, a vítima profere tais relatos. consideração com bastante cautela.
Leonardo Mend~ <ardoso JMar<Os Egbeno Brasil deMelo <W5
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~ Conceituação, Ooromentos M~dko·legais eAntropologia Forense
REFER~NCIAS