Os efeitos fisiológicos do exercício físico podem ser
classificados em agudos imediatos, agudos tardios e crônicos Os efeitos agudos, também denominados respostas, são aqueles que acontecem em associação direta com a sessão de exercício e, os efeitos agudos imediatos, os que ocorrem nos períodos per e pós-imediato do exercício físico e podem ser exemplificados pelos aumentos de freqüência cardíaca (FC), ventilação pulmonar e sudorese, habitualmente associados ao esforço FISIOLOGIA DO EXERCICIO Os efeitos agudos tardios são observados ao longo das primeiras 24h que se seguem a uma sessão de exercício e podem ser identificados na discreta redução dos níveis tensionais, especialmente, nos hipertensos, e no aumento do número de receptores de insulina nas membranas das células musculares Os efeitos crônicos, também denominados adaptações, são aqueles que resultam da exposição frequente e regular às sessões de exercício, representando os aspectos morfofuncionais que diferenciam um indivíduo fisicamente treinado, de um outro sedentário. Dentre os achados mais comuns dos efeitos crônicos do exercício físico estão a hipertrofia muscular e o aumento do consumo máximo de oxigênio MECÂNISMO AERÓBICO E ANAERÓBICO • BAIXA OU MÉDIA INTENSIDADE COM AERÓBIO LONGA DURAÇÃO
• GRANDE INTENSIDADE E CURTISSIMA
ANAERÓBICO DURAÇÃO ALÁTICO
• GRANDE INTENSIDADE E CURTA
ANAERÓBICO DURAÇÃO LÁTICO INTENSIDADE DO EXERCICIO Intensidade “baixa "corresponda a esforços de até 30% do consumo máximo de oxigênio, “moderada” a exercícios com demanda entre 30% do consumo máximo de oxigênio e o nível correspondente ao limiar anaeróbio e que a intensidade “alta” englobe os exercícios cuja demanda exceda o limiar anaeróbio CONCEITOS Consumo de oxigênio - representa a quantidade de oxigênio consumida ao nível alveolar pelo indivíduo, sendo normalmente expressa em termos absolutos - L/min. - ou relativos ao peso corporal - ml.kg/mi
Consumo máximo de oxigênio ou potência aeróbia
máxima - representa o maior valor de oxigênio consumido ao nível alveolar pelo indivíduo, em um dado minuto, durante um TE de natureza progressiva e máxima. É mais freqüentemente, expresso em termos relativos ml.kg/min CONCEITOS MET é a sigla inglesa para equivalente metabólico. Uma unidade representa o gasto energético na condição de repouso (supino) em função do peso corporal e corresponde a aproximadamente 3,5ml.kg/min. Pode ser utilizada para expressar a potência aeróbia máxima, onde, por exemplo, 35ml.kg/min. corresponderiam a 10 MET
Limiar anaeróbio - representa o percentual do consumo
máximo de oxigênio (intensidade relativa) acima do qual a produção metabólica de lactato excede a sua remoção e/ou utilização, acarretando acúmulo desde metabólito INDICAÇÕES
Indivíduos aparentemente sadios; portadores de fatores de risco
de doença coronária aterosclerótica (tabagismo, HA, dislipemia, diabetes mellitus, obesidade, sedentarismo e outros) Indivíduos com TE anormal e ou cinecoronariografia anormal; Portadores de DAC: isquemia miocárdica silenciosa, angina estável, pós-IAM, pós-revascularização miocárdica; pós- angioplatia coronária; Valvopatias; portadores de cardiopatias congênitas; cardiopatia hipertensiva; cardiomiopatia dilatada; pós-transplante cardíaco; portadores de marcapasso TESTE AO ESFORÇO O teste ao esforço laboratorial é tido como mandatório antes de qualquer programa de exercício.
Conceito de validade deste teste é questionado por
alguns autores
American College of Sports Medicine recomenda o teste
ao esforço como diagnóstico aos pacientes com doença cardíaca conhecida a fim de tomar decisões sobre a necessidade de avaliações ou intervenções adicionais. RISCOS Pacientes com complicações pós IAM
Angina instável e arritmias não controladas são
contraindicações absolutas PROTOCOLO Qualquer tipo de exercício pode ser usado como reprodução do protocolo
Ergômetros são instrumentos utilizados no teste de
esforço com a finalidade de mensurar o trabalho
Cicloergômetro e esteira são os mais utilizados
CICLOERGÔMETRO Vantagens manter o tórax imóvel, não sofrer influência do peso do paciente, ser mais barata, ocupar menos espaço e gerar menos ansiedade se comparada à esteira, por ser mais estável
As desvantagens incluem a ocorrência de
fadiga muscular antes do stress cardiovascular e o desconforto causado pelo banco da bicicleta. Em relação à esteira, a bicicleta é utilizada com menor freqüência e o tempo para atingir o esforço máximo é maior (20 a 30 minutos, contra 20 na esteira). A isometria de membros superiores (MMSS) deve ser cuidadosamente evitada, afim de não aumentar o gasto energético e influenciar no resultado do teste ESTEIRA ERGOMÉTRICA É mais fisiológica, por reproduzir o movimento de caminhada, além de oferecer vantagens como regulação de velocidade e inclinação (GARDENGHI, 2007). Porém é mais cara, ocupa mais espaço e produz ruídos. Pode gerar insegurança ao paciente e, por isso, deve ser feito um treinamento e adaptação, além de um controle de parada instantâneo, se necessário. O cuidado com o posicionamento do paciente deve ser constante, a fim de evitar joelhos fletidos, tronco inclinado para frente, olhar para o solo, andar a passos curtos e apoiar nas barras laterais (LEITE, 2000). ESCALA SUBJETIVA DE ESFORÇO PROTOCOLOS Protocolo máximo: É quando o indivíduo chega à exaustão voluntária sem, no entanto, atingir o consumo máximo de O₂ ou a frequência cardíaca máxima (FC máx) estipulada, ou ainda quando o indivíduo interrompe a atividade pelo aparecimento de sintomas clínicos e alterações eletrocardiográficas importantes (LEITE, 2000) Protocolo submáximo: Quando se atinge a FC determinada previamente, sem atingir a FC máxima (LEITE, 2000). Existem diferentes métodos, cada um com uma equação diferente para estimar o VO₂ máx. Estas equações devem ser utilizadas apenas em pessoas saudáveis e sedentárias, devido à margem de erro de 10 a 20%. Em atletas e pacientes é necessário que se faça a medição direta dos gases respiratórios, por meio da ergoespirometria (LEITE, 2000). PROTOCOLO DE BRUCE É o mais utilizado e serve para todas as pessoas. Realizado em esteira rolante, com protocolo de intensidade máxima. Consiste de 5 estágios de 3 minutos cada, variando a inclinação e velocidade. Inicia-se com inclinação de 10% e velocidade de 2,73 km/h (1,7 milhas/h). Cada estágio aumenta 2% a inclinação e 1,36 km/h (0,85 milhas/h) a velocidade, até a exaustão do indivíduo (GARDENGHI, 2007; McARDLE, 1998). PROTOCOLO DE BRUCE Cálculo VO₂ máx VO₂ máx = 6,14 + 3,26 x T Onde: T = tempo total do teste em minutos VO₂ = ml/ kg/ min PROTOCOLO DE BRUCE METODO DE BALKE Realizado em esteira rolante, com intensidade máxima. Inicialmente caminhar a 5,5 km/h com aumentos sucessivos de 2% na inclinação a cada 2 minutos, até o máximo que o indivíduo suportar ou apresentar algum sintoma (McARDLE, 1998).
Cálculo VO₂ máx
VO₂ máx = 1,75 x inclinação + 10,50
Onde: inclinação = %
VO₂ máx = ml/ kg/ min
Vo2 ESTIMADO Trata-se do valor de VO₂ estimado para a idade e sexo do indivíduo. Sempre verificar se o valor obtido durante a realização de um protocolo está de acordo com o valor previsto para sua idade, o que aperfeiçoa o condicionamento físico (LEITE, 2000).
Homem ativo = 69,7 – 0,6142 x idade
Homem sedentário = 57,8 – 0,445 x idade
Mulher ativa = 44,4 – 0,343 x idade
Mulher sedentária = 41,2 – 0,343 x idade
RESULTADOS O valor de um teste ergométrico depende de sua capacidade de identificar a existência de uma cardiopatia. São quatro os possíveis resultados de um teste de esforço com exercícios progressivos (McARDLE, 1998).
Verdadeiro-positivo: Os resultados do teste são corretos ao diagnosticar
cardiopatias.
Falso-positivo: Os resultados são anormais, porém o indivíduo não possui
cardiopatias.
Verdadeiro-negativo: Os resultados são normais e o indivíduo não sofre de
cardiopatia.
Falso-negativo: Os resultados são normais, mas na realidade o indivíduo possui
cardiopatia. TESTE DA CAMINHADA DOS 6 MINUTOS O teste de caminhada de seis minutos (TC6M) foi adaptado do teste de corrida de 12 minutos, descrito originalmente por Cooper em 1968 . Esse teste foi sendo adaptado para ser aplicado em pessoas portadoras de doença, e vem sendo muito utilizado como uma alternativa para avaliar a capacidade física de pacientes com patologias cardíacas e pulmonares, bem como para avaliar a capacidade submáxima de exercício Trata-se de uma intervenção simples, segura, bem tolerada pelos pacientes, mesmo por aqueles com idades mais avançadas, além de representar melhor as atividades diárias ETAPAS Utiliza-se um corredor de 30 metros de comprimento, demarcados de 3 em 3 metros sem obstáculos onde o momento de fazer uma curva deve ser marcado com um cone O objetivo do teste é caminhar em ritmo próprio sozinho o mais longe possível durante os seis minutos, orientar e esclarecer as possíveis alterações cardiorrespiratórias que podem surgir, sendo permitido andar devagar, parar, relaxar quando necessário retornando à caminhada quando sentir-se apto a reassumir a caminhada. Deve caminhar sem falar com as pessoas que estão ao seu redor até os cones e fará a volta rapidamente em torno deles continuando assim a caminhada sem hesitação. O caminho deve ser demonstrado ao paciente pelo examinador e pode iniciar a caminhada ETAPAS Antes de iniciar o teste são aferidos: frequência cardíaca (FC), frequência respiratória (FR), pressão arterial (PA), saturação periférica de oxigênio (SpO2) e a escala de esforço percebido de Borg modificada. A cada minuto em que o paciente caminha pela pista, são aferidas, através do oxímetro de pulso, a FC e a SpO2, e é feita a marcação de quantos metros o paciente percorreu. Ao final dos seis minutos são aferidos os mesmos parâmetros iniciais e verificam-se quantos metros o paciente percorreu neste tempo. Após dez minutos de repouso, é feita uma nova verificação dos sinais para averiguar a recuperação do paciente ao exercício RESULTADOS Segundo Moreira, Moraes e Tannus (2001) e Enright e Sherril (1998) as seguintes equações determinam o nível de distância caminhada prevista para cada teste realizado para o paciente: Homens: distância TC6M (m) = (7,57 x altura cm) – (5,02 x idade) – (1,76 x peso Kg) – 309m e Mulheres: distância TC6M (m) = (2,11 x altura cm) – (2,29 x peso Kg) – (5,78 x idade) + 667
Recuperação da frequência cardíaca após diferentes protocolos de treino em circuito: relação com a variabilidade da frequência cardíaca de repouso em mulheres pós-menopausadas fisicamente ativas