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FISIOTERAPIA EM

CARDIOLOGIA

Rev. SOCERJ Vol.16 (Suplemento A) 141 Julho 2003


Programa de recondicionamento pulmonar associado à reeducação dinâmica Descontinuação da ventilação mecânica no pós-operatório imediato
do padrão respiratório com Zeep Retard. de cirurgia cardíaca: Peça T e PSV são realmente semelhantes?
Leonardo C de Souza, Marcus Vinicius Amaral da Silva Souza. Valdenia P. de Souza, Catia Coimbra, Sergio Nemmer, Juliane Goulart,
Fisiocor - Serviço de Fisioterapia São Gonçalo RJ Brasil e Sociedade Pestalozzi
Niterói RJ Brasil.
Jefferson Braga, Claudia da Silva Geraldo, Luiz Roberto da Silva, Nagela
Nunes, Alfredo Bomfim, Paulo Cesar P. de Souza.
Introdução: O programa de recondicionamento pulmonar (PRP) encoraja o retorno Hospital de Clínicas de Niterói - Unidade Cardio-Intensiva Niterói RJ
do paciente a uma vida mais dinâmica. Brasil.
Objetivos: Avaliar os efeitos do PRP, em pacientes com Distúrbio Ventilatório
Obstrutivo (DVO), leve a moderado (Vef1 = 60 a 41%), associando a utilização do Fundamento: Os métodos habitualmente empregados para descontinuação
recurso denominado Zeep Retard (ZR), para a reeducação dinâmica do padrão
da ventilação mecânica (VM) nos pacientes em pós-operatório imediato
respiratório, para prevenir ou minimizar os efeitos deletérios da hiperinsuflação
dinâmica com melhoria da mecânica respiratória e da qualidade de vida. de cirurgia cardíaca são a ventilação com pressão de suporte (PSV) e a
Pacientes e Métodos: Foram estudados 10 pacientes, sendo 7 mulheres, com idade ventilação espontânea com peça T. Estudos prévios têm demonstrado
média de 62,8 ± 13,5 anos. O PRP foi executado 3 vezes por semana, em um período que ambas as estratégias apresentam resultados semelhantes.
igual a 120 dias. Foi utilizado um questionário de capacidade laborativa e da qualidade Objetivos: Avaliar a eficácia do emprego de peça T ou de PSV na
de vida, antes e depois do PRP. Também foram realizado os exames: espirometria descontinuação da ventilação mecânica em pacientes (pac) submetidos a
(Vitatrace VT130), vacuometria (Marshall Town) e fluxometria seriada (Assess). O cirurgia cardíaca não complicada.
PRP associado ao ZR, além de proporcionar a melhoria do condicionamento aeróbico,
Métodos: 35 pac consecutivos submetidos a cirurgia cardíaca foram
através de atividade em cicloergômetro, proporciona ao paciente uma reeducação
respiratória em atividade, onde o mesmo tinha que manter um tempo expiratório aleatoriamente divididos em dois grupos: grupo 1 (G1)- pac submetidos
(TE) mínimo de 6 segundos e/ou freqüência respiratória (FR) menor que 12 cpm. ao protocolo de descontinuação com peça T e grupo 2 (G2)- pac
Conclusão: Os resultados foram efetivos para o aumento da capacidade laborativa, submetidos ao protocolo com PSV. Radiografia de tórax foi realizada em
diminuição da sensação de dispnéia pós – esforço, visto a melhora de 39% do Peak todos os pacientes previamente à extubação. Os pacientes foram extubados
flow após atividade, 59% do recondicionamento aeróbico, 23% da VEF1, 11,5% da segundo critérios convencionais de nível de consciência, força muscular
Pimáx., 72% de redução da FR e 45% de aumento do Tempo expiratório durante a e parâmetros gasométricos.
atividade. O ZR promoveu o aumento do tempo respiratório, com aumento dos
volumes pulmonares em cada ciclo, devido à uma melhora da relação tensão x
Resultados: Circulação extracorpórea (CEC) foi empregada em 89% dos
comprimento dos músculos respiratórios, ocasionando a uma melhor reserva pac do G1 e em 94% dos pac do G2 (p=NS). Não houve diferença
respiratória e aumento do limiar anaeróbico (LA). significativa com relação ao sexo, idade e tempo de CEC entre os dois
grupos. No grupo 1 houve um caso de insucesso, necessitando de
Tabela
reintubação precoce. Entretanto, o tempo de descontinuação da ventilação
STO2 LA FR TE VEF1 PImáx PFlow
mecânica foi menor no G1 (4,1±1,7h vs. 6,9±3,9h; p=0,01).
Repou 96 7,3 17,5 4,8 1,03 86 196
Conclusão: Ambas as técnicas se mostraram igualmente eficazes, mas o
Ativ. 93 16,8 10,2 8,8 1,27 96 273
emprego da peça T reduziu o tempo de permanência em prótese
ventilatória.
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Avaliação do benefício da ventilação não invasiva nos pacientes em pos operatório Otimização da função cardio-pulmonar, para o subgrupo IV, segundo
de cirurgia cardíaca. classificação de Killip e Kimball, utilizando a ventilação mecânica.
Micheline Menezes Maurat, Marco Aurélio de Oliveira Fernandes, Cintia Gonçalves Leonardo C de Souza.
Fernandes, Deborah Deud Macena, Jacqueline Lopes Ferreira Gomes, Ismar Maria da Fisiocor- Serviço Especializado de Fisioterapia São Gonçalo RJ Brasil e Hospital
Silva. Estadual Azevedo Lima Niterói RJ Brasil.
Hospital Pró-Cardíaco Rio de Janeiro RJ Brasil.
Introdução: O choque cardiogênico, descrito e classificado por Killip & Kimball
Objetivos: Avaliar a eficácia da Ventilação Não Invasiva (VNI) como método de suporte
em 1967, evidencia a maior taxa de gravidade e mortalidade pós IAM. Desta
fisioterapêutico alternativo, em pacientes submetidos a cirurgia cardíaca com
esternotomia mediana.
maneira, a ventilação mecânica, será empregada como recurso terapêutico, para
Material e Método: 30 pacientes divididos em Grupo I e II, distribuídos de forma alternada tratar as repercussões oriundas do quadro, através de uma visão funcional, baseando-
e consecutiva por 48 horas após extubação. Grupo I, 13 pacientes acompanhados com se na descrição de Forrester em 1977, para a Insuficiência Cardíaca, a fim de
manobras de fisioterapia respiratória e Grupo II, 17 pacientes acompanhados com as promover de maneira eficiente a recuperação do paciente infartado e diminuir os
mesmas manobras, associado a VNI utilizando o aparelho Knight Star 335 índices de mortalidade.
(Mallinckrodt), com máscara nasal ou facial, por 15 minutos, IPAP 6-12 cmH2O e Objetivos: Os objetivos esperados, foram a melhora do quadro de acidose
EPAP 3-8cmH2O, com ou sem suplementação de O2, usando PImax, PEmax e Peak metabólica, através da manipulação da ventilação alveolar ideal (Vai), através da
Flow como método de avaliação.Excluidos pacientes com grave descompensação oxi- formula: Vai = [(Vi – 150) x FR ] x PaCO2 / PaCO2 – (BE / 0,8), e a redução da
hemodinâmica, necessidade de ventilação mecânica invasiva, inadaptação ao método e pressão de capilares pulmonares (Pcap), pela otimização da pressão intratorácica
distensão abdominal,avaliada pelo método de perimetria abdominal. média (PIM).
Resultados: Os resultados foram demonstrados em percentual de variação com relação Pacientes e Métodos: Foram avaliados 05 pacientes com idade média 58±6,2,
a avaliação inicial. sendo 02 do sexo feminino. Os recursos utilizados foram: Prótese ventilatória
Peak Flow - em ambos os grupos o P.F. inicial foi inferior ao esperado 33.5%x 34.8% inter-5 da InterMed e Monitor Multiparâmetros da Dixtal DX 2010. Foram colhidas
com ganho em relação ao P.F.i nicial 44.6% x 24%.
amostras de sangue arterial antes e após trinta minutos da manipulação da VAi e
PImax inicial média 70.6 mmHg com PImax final 84.7 x 68.8%
reajuste da PIM, relacionados aos critérios de monitorização hemodinâmica invasiva.
PEmax inicial média 40.5 mmHg com PE max final 59.6 x 46.7%
Comentários:
Resultados: Os resultados foram obtidos pelo softwear Origin 6.0, para o cálculo
1) A avaliação do P.F. em pós operatório de cirurgia cardíaca, nesta amostra, demonstrou dos valores médios, desvio padrão e teste t para combinações pareadas.
uma grande redução em relação ao indivíduo normal Tabela
2) Nos 3 parâmetrros de avaliação houve uma tendência a melhora do desempenho nos
pH * Pcap * DC ** VA * PIM *
paciente do Grupo I, sem demonstrar benefícios ao uso da VNI com tais parâmetros de
utilização Antes 7,1±0,1 25±2,6 2,8±0,3 9,5±0,8 14±1,5
3) O uso da VNI nos parece um método seguro de fácil manuseio, necessitando maior Depois 7,4±0,1 20±3,2 3,4±0,6 13±1,1 23±2,7
avaliação com um maior número de pacientes,assim como pressões ventilatórias melhor
* P< 0,05 ** NS
adaptadas a utilizações mais recentes
4) A medida de perimetria abdominal mostrou-se eficaz na avaliação de distensão gástrica
Conclusão: Os resultados preliminares, mostraram melhoras significativas da
pela VNI. acidose metabólica e redução da Pcap com os métodos empregados, porém não
VNI- ventilação não invasiva; PImax - pressão inspiratória máxima; PE máxima-pressão houve melhora do DC, provavelmente pelo pequeno número de amostras.
expiratória máxima, P.F. -Peak Flow
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Proposta fisioterápica para abordagem intensiva do Infarto Agudo do Proposta fisioterápica para abordagem intensiva do Infarto Agudo do Miocárdio,
Miocárdio, para o subgrupo III, segundo classificação de Killip e Kimball. para os subgrupos I e II, segundo classificação de Killip e Kimball.
Leonardo C de Souza. Leonardo C de Souza.
Fisiocor – Serviço Especializado de Fisioterapia São Gonçalo RJ Brasil e Clínica Fisiocor – Serviço Especializado de Fisioterapia São Gonçalo RJ Brasil e Clínica São
São Gonçalo São Gonçalo RJ Brasil. Gonçalo São Gonçalo RJ Brasil.

Introdução: O edema agudo Pulmonar (EAP), segundo classificação descrita por Introdução: Esta pesquisa possibilita a atuação do Fisioterapeuta nos episódios de
Killip & Kimball em 1967, representa o sub grupo III, decorrentes da disfunção infarto agudo do miocárdio em terapia intensiva, onde na atualidade, ele é considerado
do ventrículo esquerdo pós Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), e baseado nos um membro da equipe e como tal participa ativamente das atribuições e cientificidade
conceitos descritos por Forrester em 1977, que considera que o EAP apresenta do setor.
Objetivo: analisar o impacto da insuflação sustentada, para a redução da freqüência
pressão de capilar pulmonar (Pcap) superior a 40 mmHg .
cardíaca (FC), em função da estimulação parasimpática (vagotonia), através do alcance
Objetivo: O objetivo e otimizar a aplicabilidade da ventilação com pressão positiva
nas fases 1 e 2 de valsalva, e o aumento da saturação de oxigênio periférico (SpO2),
continua (CPAP), nas respostas agudas deste caso, através da análise diferencial
para um menor consumo metabólico do miocárdio, com otimização da relação V/Q.
do impacto da Pressão intratorácica média (PMI), abaixo e ao nível da Pcap, Pacientes e Métodos: Foram avaliados 15 pacientes, sendo 07 do sexo feminino,
avaliando a redução gradual da congestão pulmonar, pela análise subjetiva da onde 08 destes utilizaram Sustentação Máxima Inspiratória (SMI), com idade média
redução da freqüência respiratória ( FR ) e a melhora da saturação periférica de 63,4 ± 7,2 e os 07 restantes, utilizaram Respiração Pressão Positiva Intermitente (RPPI),
oxigênio (SpO2) , durante a utilização do CPAP. com idade média 67,7 ± 7,5. Os pacientes submetidos a SMI e RPPI, durante o seu
Pacientes e Métodos: Foram analisados 12 pacientes, com idade média de 63 ± uso não utilizaram suplemento adicional de oxigênio, e permaneceram utilizando o
5,2, sendo 03 do sexo feminino, onde 06 utilizaram CPAP com PMI de 12 cmH2O, recurso durante aproximadamente 10 minutos, com sustentação média da inspiração
e os outros 06 utilizaram PMI de 32 cmH2O, monitorizados em dois intervalos de de 04 segundos, na posição Fowler (45°), os pacientes submetidos à RPPI, utilizaram
tempos seqüenciais: os 10 minutos iniciais e 30 minutos finais, com a cabeceira a o recurso com máscara facial siliconizada, e classificados por Killip e Kimball em
45°. Foi utilizado o monitor Dixtal DX 2010, para valores de SpO2, e o sistema de 1967, como subgrupo I e II, respectivamente. Foi utilizado o monitor multiparâmetros
Downs, ajustados à 115 L/min., com uma FIO2 de 40%. da Dixtal DX 2010, para valores simultâneos de freqüência cardíaca (FC) e Saturação
Resultados: periférica de oxigênio (SpO2), antes e durante os ensaios terapêuticos.
PIM/min. FR TESTE t SpO2 TESTE t Resultados:
P12/10 33± 5,5 NS 82± 3,5 NS Técnica FCantes FCduran SpO2 a SpO2 d Teste t
P32/10 26± 3,5 p<0,05 95± 0,8 p<0,05 SMI 77±13,5 65±8,5 95±1,6 96±0,7 p<0,005
P12/30 29± 5,9 p<0,05 88± 6,1 p<0,05 RPPI 103±15 90±13,8 88±7,9 96±3,7 p<0,005
P32/30 23± 3,3 p<0,05 97± 1,3 p<0,05
Conclusão: Este estudo preliminar mostrou valores significativos, através da hipótese
Conclusão: Os resultados preliminares, confirmam a indispensável utilização do alternativa de redução do consumo de oxigênio pelo miocárdio, através da redução
CPAP na atualidade com PIM ao nível da Pcap, porém a titulação pressórica abaixo da FC, pela manobra vagal de inspiração sustentada, e melhora da oferta de oxigênio,
do nível da Pcap, não possibilitaram uma remissão clinica significativa em curto para as classes I e II de Killip e Kimball. Este estudo, não substitui as ações terapêuticas
período de tempo, evidenciando as melhoras clínica ao longo dos 30 minutos, atuais, mas pode ser futuramente uma alternativa para iniciar a estratégia, ou utiliza-
possivelmente devido a utilização de diuréticos de alça, que favorecem a otimização lá em pacientes limitados e/ou contra indicados aos métodos já consagrados.
do CPAP em níveis pressóricos baixos.
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A eficácia da cinesioterapia preventiva no pré-operatório de cirurgia de Análise da complacência estática no pós-operatório de cirurgia
revascularização do miocárdio. cardíaca em pacientes submetidos à circulação extracorporea.
Caroline S. Mello. João Carlos M. de Azevedo, Vanessa Cruz Monteiro, Juliana Flávia de
Hospital São Lucas Nova Friburgo RJ Brasil. Oliveira.
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro RJ Brasil.
Com o passar do Tempo e com a aquisição de vários meios tecnológicos
começamos a entender a importância da fisioterapia como instrumento de Objetivo: No pós-operatório de cirurgia cardíaca as disfunções alveolo-
soma para total restabelecimento do paciente em seu meio sócio-econômico.
arteriais são muito marcantes. O objetivo desta analise é verificar o grau
Em meio a grandes descobertas na cirurgia cardíaca, como por exemplo,
de anormalidade da complacência pulmonar nos pacientes submetidos à
redução de tempo de entubação, novas drogas, notamos que medidas simples
como o acompanhamento fisioterápico do pré-operatório de cirurgia cardíaca
Circulação Extracorporea.
de IAM fazem a diferença. Materiais e métodos: No período de março de 2001, foram analisados 22
O paciente que dá entrada no hospital um dia antes da cirurgia já conhece pacientes (11 homens e 11 mulheres), com idade entre 17 a 79 anos (µ =
toda a equipe incluindo os cirurgiões, anestesista, equipe de enfermagem e 49,6 ) de forma prospectiva, os pacientes foram divididos de acordo o
nós fisioterapeutas. O nosso trabalho consiste em explicarmos o que é tempo médio de CEC. Grupo 1: 0 a 90 min. (n =10) 45,4 %; Grupo 2: de
fisioterapia, sua importância e já realizamos os exercícios para que o paciente 91 a 120 min. (n = 6) 27,3% e Grupo 3: acima de 121 min. (n = 6) 27,3%.
tenha maior facilidade no pós-operatório. A incisão cirúrgica foi esternotomia longitudinal sendo (8
Grande parte dos pacientes são de nível cultural mais baixo, onde avaliamos Revascularizações do Miocárdio, 4 Trocas de Valva Aórtica, 4 Trocas de
possível nível de comprometimento pulmonar, realizamos toda a conduta Valva Mitral, 2 Dupla Troca Mitral e Aortica, 1 Ressecção de Aneurisma
fisioterápica que consiste em inspirações sustentadas, inspirações fracionadas, de Aorta Ascendente, 1 Retroca de Valva Tricúspide, 1 Revascularização
expirações em três tempos, respiração associada a movimentos com os do Miocárdio + CIV e 1 Ressecção de Aneurisma Aorto-torácico + Troca
membros superiores, incentivadores respiratórios, mobilização de membros de Valva Aórtica). A Complacência Estática foi calculada no pós-
inferiores(bomba de panturrilha). operatório imediato.
O próximo passo são as orientações que são feitas ao próprio paciente e sua Resultado: O grupo 1: de 0 a 90 min (µ = 73,5 min.) apresentou uma
família, como tipo de incisão cirúrgica(mediana), dor, mudança de hábitos média da C.Est. de 41,04; o grupo 2: de 91 a 120 min (µ = 107,2 min.)
pós-cirurgia, continuidade dos exercícios no domicílio, caminhada e o “
média da C.Est. de 47,13 e o grupo 3 acima de 121 min. (µ = 209,2 min)
ensinamos a tossir” com a ajuda de um travesseiro.
média da C.Est. de 36,56 .
Observamos então, a partir da comparação de um grupo orientado no pré-
operatório e outro que não passou pela apresentação da conduta fisioterápica,
Conclusão: Os valores da Complacência Estática não apresentaram
que quando o paciente realiza a cirurgia já orientado e sendo conhecedor dos significância em suas médias, comparados com o Tempo de Circulação
exercícios que serão propostos pós-cirurgia este se torna mais seguro e Extracorpórea.
cooperante, evitando assim possível complicações e reduzindo o tempo de
internação.
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Rev. SOCERJ Vol.16 (Suplemento A) 143 Julho 2003
Comparação entre a CPAP realizada com gerador de fluxo e a VNI com PSV + Variabilidade dos níveis de PAS e PAD em exercícios com predomínio de
PEEP em pacientes com Edema Agudo Pulmonar Cardiogênico. MMSS.
Vinicius C. Coca. Milton J.C. Lage, Fábio de S. L. Antonucci, Karen Frick de Queiroz Muniz.
Clínica São Bernardo Rio de Janeiro RJ Brasil. Universidade Católica de Petrópolis Petrópolis RJ Brasil.
Fundamento: A CPAP é um importante adjuvante terapêutico em pacientes com EAP, A pressão sangüínea, durante o exercício, é aumentada em até 30%. Esta variação
principalmente em virtude do aumento da pressão intra-alveolar, redistribuindo então
provoca uma vasodilatação das arteríolas para facilitação do fluxo, tendo como
de melhor forma o liquido que porventura esteja patologicamente invadindo o alvéolo.
consequência um aumento do débito cardíaco, volume de ejeção e pressão arterial
A CPAP realizada com o auxilio de um gerador de fluxo vem se demonstrando cada vez
mais comum nos CTIs, principalmente pelo fácil manuseio e pelo baixo custo, mas
sistólica, e diminuição da pressão arterial diastólica e freqüência cardíaca. A
poucos trabalhos demonstram estatisticamente sua real eficácia. proposta deste estudo foi avaliar empiricamente as variações de pressão arterial
Objetivo: Comparar a CPAP via gerador de fluxo com a VNI realizada no ventilador sistólica, diastólica e freqüência cardíaca em trabalhadores braçais que utilizam
mecânico, utilizado o modo PSV+PEEP. membros superiores, com isometria de membros inferiores. Para tal, foi aferida a
População: Pacientes em ventilação espontânea que estejam iniciando quadro de EAP pressão arterial em 16 pedreiros, com idade entre 18 e 55 anos, em seu ambiente
de origem cardiogênica. de trabalho durante os turnos da manhã e tarde, não havendo a possibilidade de
Métodos: Os pacientes foram divididos em grupo 1 (n=12) e grupo 2 (n=14). No grupo quantificação do labor e a que altura estavam os membros superiores durante as
1, os pacientes foram submetidos a CPAP via gerador de fluxo. O fluxo foi mensurado atividades. Foi desenvolvido um questionário sobre hábitos presentes dos elementos
de modo que o volume corrente do paciente atingisse 0,8 l/kg, verificado por um amostrais que poderiam influenciar diretamente nos resultados, tais como, entre
ventilometro acoplado ao circuito. No grupo 2, os pacientes eram submetidos a VNI no outros, tabagismo, etilismo, sedentarismo e jornada de trabalho superior a 8 horas
ventilador mecânico em modo PSV+PEEP. A peep foi titulada em 6cmH2O, e a PSV por dia. Os pedreiros foram avaliados, antes de iniciarem as atividades no turno da
foi mensurada de modo que o VC do paciente atingisse 0,8 l/kg, e limitado para que a manhã, por volta das sete horas. O mesmo procedimento de aferição era realizado
pressão de pico ficasse sempre inferior a 30 cmH2O. Foi considerado “sucesso” aquele durante seu trabalho, ainda no turno da manhã, por volta das dez horas. À tarde, a
paciente em que a IOT foi evitada. Foi considerado “insucesso” aquele paciente que foi
primeira aferição foi feita antes de retomarem suas atividades por volta das doze e
submetido a IOT antes de três horas a partir do inicio do quadro. Foram excluídos do
trinta e a segunda por volta das quinze horas. Em valores de média aritmética, a
estudo os pacientes que foram submetidos a IOT por motivos distintos ao edema agudo
de pulmão.
pressão arterial sistólica apresentou pequenas variações crescentes durante a manhã
Resultados: No grupo 1 a taxa de insucesso foi de cinco pacientes (41,67%) e a de (130,19 e 131) e a tarde (123,56 e 127,88). O mesmo foi observado na pressão
sucesso foi de sete pacientes (58,33%), enquanto no grupo 2, esta taxa foi de três pacientes arterial diastólica (80,56 e 77,75; 73,38 e 72,75) e freqüência cardíaca (70,87 e
(21,42%), e a taxa de sucesso de onze pacientes (78,58%) .A taxa de mortalidade dos 65,87; 71,44 e 70,12), porém com valores em decréscimo. Os resultados obtidos
pacientes que foram submetidos a IOT no grupo 1 foi de um paciente (20%) enquanto não demonstraram significância estatística (t). A falta de alterações expressivas
que no grupo 2, a taxa de mortalidade dos pacientes submetidos a IOT foi de 2 pacientes pode ser explicado pela complexidade das atividades no ambiente de trabalho ir
(66,67%). além de membros superiores ativos, realizando trabalho isotônico, e membros
Conclusão: Analisando os dados obtidos, nota-se que o grupo que foi submetido a CPAP inferiores em isometria na maior parte do tempo, de modo a dificultar o retorno
via gerador de fluxo obteve uma taxa de insucesso consideravelmente mais elevada que venoso e desencadear alterações pressóricas nos indivíduos. Outra explicação,
o grupo submetido a VNI pelo ventilador mecânico, sugerindo que a eficácia do VNI pode ser a utilização percentual menor/igual a 25% dos membros superiores, não
via ventilador é superior a da CPAP de fluxo. Quanto a taxa de mortalidade, esta, apesar havendo assim alterações marcantes no sistema cardiovascular. O presente estudo
de ter sido maior no grupo 2, este fato não parece estar ligado a forma com que os deve ser continuado, com profissionais de outras categorias que utilizem atividade
mesmo foram ventilados antes da serem submetidos a IOT. física predominante de membros superiores.
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Avaliação da relação entre tempo de circulação extra-corpórea e de
clâmpeamento de aorta com o tempo de entubação.
Fernanda M. Brum, Adalgiza M. Moreno.
Centro Cardiológico Procordis Niterói RJ Brasil e Universidade Salgado de Oliveira
Niterói RJ Brasil.

Desenho: Estudo Prospectivo


A cirurgia cardíaca tem sido uma terapêutica viável, para um número maior de
pacientes com doença cardiovascular. O tubo oro traqueal leva a agitação
psicomotora, pelo incômodo, influenciando nas alterações hemodinâmicas, como
aumento de pressão arterial, aumentando a incidência de arritmias cardíacas,
elevação da frequência cardíaca, podendo aumentar o sangramento excessivo nas
primeiras horas de pós operatório (Sensa, 1998). Estudos mostram que a maioria
dos pacientes de cirurgia cardíaca recebem de 6 horas a 18 horas de suporte
ventilatório no pós operatório (Braunwald, 1996). O tempo de ventilação mecânica
é influenciado por doenças respiratórias prévias, alterações hemodinâmicas, tempo
de circulação extra-corpórea entre outros. Porém na literatura temos comprovação
que determina que o tempo de ventilação mecânica é influenciado pelo tempo de
circulação extra-corpórea. O objetivo desta pesquisa é correlacionar entre tempo
de circulação extra corpórea e clâmpeamento de aorta como tempo de ventilação
mecânica.
Método: no estudo foram analisados 59 paciente, sendo 22 do sexo feminino e 37
do sexo masculino, recrutados na Clínica Cardiológica Procordis, onde foram
submetidos a cirurgia cardíaca.
Resultados: O tempo de ventilação mecânica dos pacientes analisados apresentou
a média de 285 minutos, com desvio padrão 303, a média do tempo de circulação
extra-corpórea foi 89 minutos com desvio padrão 34, a média do tempo de
clâmpeamento de aorta foi 55 minutos, com desvio padrão 23.
Conclusão: Concluimos que quando comparados o tempo de ventição mecânica
com o tempo de circulação extra-corpórea e de clâpeamento de aorta, não houve
correlação, apresentando um r: 0,0371 e um p: 0,780 entre circulação extra-corpórea
e tempo de entubação, e um r: 0,118 e um p:0,858 entre clâmpeamento de aorta e
ventilação mecânica.
Palavras Chave: Circulação extra-corpórea, tempo de entubação, clâmpeamento
de aorta.
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Julho 2003 144 Rev. SOCERJ Vol.16 (Suplemento A)

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