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Atividade Física e Cardiopatias

Prof. Dr. Manoel Carneiro de Oliveira Jr


Mortalidade por Doença
cardiovascular no Brasil
300.000 Mortes por ano
820 Mortes por dia
34 Mortes por hora
1 Morte a cada 2 min
XVIII World Congress of Cardiology , Brazil 2018
Transição Epidemiológica
Epidemiologia do Envelhecimento

DOENÇAS DOENÇAS
INFECTO CRÔNICO
CONTAGIOSAS DEGENERATIVAS

Melhoria Hábitos de vida


Tecnologia Alimentação
Medicina inadequada
Economia Sedentarismo
Prevalência de Fatores de Risco
Município de São Paulo 69,3
70 %

60

50
37,9
40

30 22,3
18
20
7,7
10

0 Alcoolismo
Obesidade Hipertensão Tabagismo Sedentarismo
Gasto energético diário
Kcal/d

6000

4000

2000

0
1900 1945 1990

• < 500 kcal / dia do que há 100 anos


• 180.000 kcal / ano
Aerobics Center Longitudinal Study - Cooper Clinic
Custos do Sedentarismo

103,75 milhões de dólares

Australian Sport Comission, 2007; A.C.S.M., 2011


ATIVIDADE FÍSICA E DOENÇAS CARDIOVASCULARES

DOENÇAS CARDÍACAS alteram a estrutura do miocárdio, e


limitam a capacidade física para realização de esforço físico

Fadiga de musculatura respiratória e periférica

AUMENTO do esforço muscular


DOENÇAS CARDIOVASCULARES

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Síndrome clínica na qual um desordem estrutural ou
funcional do coração leva à diminuição da capacidade do
ventrículo de ejetar e/ou de se encher de sangue nas
pressões de enchimento fisiológicas

(Guimarães JI et al. 2002)


6,5 milhões de doentes;
No Brasil: 30% é internado anualmente;
4% de todas as internações;
31% das internações cardiovasculares;
380 000 hospitalizações/ano;
R$ 200 milhões anuais;
6,0% de mortalidade hospitalar.
O QUE SE SENTE?
• Falhando o ventrículo esquerdo, o território que congestiona é o pulmonar.

• Com a piora surge a ortopnéia, a falta de ar quando deitado. É a dispnéia


paroxística noturna.

• Falhando o ventrículo direito surge o edema, ou o inchume, principalmente


das pernas e do fígado, além de outros órgãos.
Possíveis sintomas de Insuficiência
cardíaca
• Dispneia (falta de ar);
• Tosse;
• Fraqueza (astenia);
• Edema (inchaço, ou aumento do volume dos membros);
• Dor abdominal;
• Palpitação;
• Tonturas;
• Os sintomas não são exclusivos desta doença. Uma
pessoa pode ter o mesmo grau de inchaço que outra, a
primeira ter insuficiência cardíaca e a segunda ter
varizes.
Sintomas
• Dispneia (Respiração dificultosa);
• Taquicardia (Aceleração do coração);
• Palidez;
• Estase jugular (Dilatação das veias jugulares;
no pescoço);
• Hepatomegalia (Aumento do fígado);
• Edema.
EXERCÍCIO FÍSICO E INSUFICIÊNCIA
CARDÍACA
• FATORES LIMITANTES DO EXERCÍCIO FÍSICO AGUDO NA INSUFICIÊNCIA
CARDÍACA

• Débito cardíaco diminuído = intolerância ao exercício.


• Menor perfusão muscular durante o exercício.
• Início precoce do metabolismo anaeróbio.
• Redução no conteúdo de enzimas aeróbias na musculatura esquelética.
• 70 % dos indivíduos param o exercício por fadiga periférica.

(MANCINE et al., 1989)


Tratamento
• As finalidades do tratamento são prolongar a vida do
paciente e melhorar a sua qualidade de vida.
• Tratamento não farmacológico:
• Optimização do nível de atividade físical;
• Utilização de Oxigênio;
• Optimização do consumo de sal e de líquidos;
• Medidas nutricionais;
• Tratamento farmacológico.
• Procedimentos Mecanicos cirúrgicos.
EFEITO CRÔNICO DO EXERCÍCIO
FÍSICO DINÂMICO NA INSUFICIÊNCIA
CARDÍACA
• Maior consumo máximo de oxigênio;
• Menor consumo de oxigênio em cargas submáximas de trabalho;
• Aumento da tolerância ao exercício;
• Aumento das enzimas que participam do processo oxidativo;
• Aumento da dif a-v oxigênio;
• Aumento do débito cardíaco máximo;
• Aumento do limiar anaeróbio;
• Redução da dispnéia;
• Menor ativação neuro – humoral (simpática).
ATEROSCLEROSE

♥ Termo genérico para espessamento e


endurecimento da parede arterial;
♥ Resposta inflamatória crônica iniciada por algum
tipo de lesão do endotélio;
♥ PREVENÇÃO DEVE COMEÇAR NA INFÂNCIA

Sintomas:
Dilatação dos vasos sanguíneos;
Dor no peito ( tipo facadas );
Profundas dores de cabeça;
Dores nos braços e pernas.
COLESTEROL

Separado em DUAS subfrações

LDL HDL
lipoproteína de BAIXA lipoproteína de ALTA
densidade densidade
carregador primário do Remove colesterol do
colesterol organismo
COLESTEROL RUIM COLESTEROL BOM
O papel do colesterol e das lipoproteínas na
Aterosclerose

Aumento da LDL: Esse é o fator principal para a doença. O


LDL (lipoproteína de baixa densidade) se eleva pela ingestão
elevada de gorduras altamente saturadas (principalmente
vinda de animais) na dieta diária, por obesidade e inatividade
física.

Prevenção pelas proteínas HDL: Acredita-se que as HDL(lipop.alta


densidade- "flutuam" passando livremente pela luz do vaso)são capazes de
absorver cristais de colesterol que começam a ser depositados nas paredes
das artérias. Quando a pessoa apresenta uma elevada concentração de
HDL em proporção a LDL, as chances de desenvolver aterosclerose são
muito reduzídas.
Tratamento
Retirar as placas de gordura que estão presas nas
paredes das artérias e curar as lesões que ficam no local.

Cirurgia;

Cateterismo;

Angioplastia a laser;

Medicamentos;

Atividade física.
Prevenção e Reabilitação - Testes de esforço
EXERCÍCIO: esforço fisiológico que evidencia (detecta) as
anormalidades cardiovasculares.
OBJETIVO: submeter o indivíduo ao esforço

Respostas: clínica, hemodinâmica, eletrocardiográfica e


metabólica
Breve histórico

BOUSFIELD, 1918 – primeiros registros de alterações elétricas do


coração por meio de testes de esforço.

BRUCE, 1956 – começou evolução dos testes


♥ novos protocolos;
♥ utilização de eletrodos.
Prevenção e Reabilitação - Testes de esforço
TESTES – identificações

♥ isquemia miocárdica;
♥ avaliação de capacidade funcional;
♥ diagnóstico e prognóstico de doenças;
♥ prescrição de exercícios;
♥ observar resultados de intervenções terapêuticas.

TESTE ERGOMÉTRICO
♥ esteira;
♥ cicloergômetro.

TESTE ERGOESPIROMÉTRICO
Acrescenta ao teste convencional dados de função pulmonar e
de trocas respiratórias.
Prevenção e Reabilitação - Testes de esforço

PROTOCOLOS

Sempre específicos para a população testada


+ intensos: fisicamente ativos BRUCE
- intensos: limitações etárias/ funcionais NAUGHTON e BALKE

CONTRA INDICAÇÕES

Arritmias instáveis – 48h


Hipertensão grave
Miocardite ou pericardite
Limitações físicas ou emocionais
Prevenção e Reabilitação - Testes de esforço
SINTOMAS
♥ Dor torácica
♥ Cansaço, fadiga e dispnéia
♥ Incapacidade de aumento da FC e PA
Queda da FC: isquemia do coração
♥ PA < que pré esforço: pior prognóstico e > mortalidade
Interrupção do teste
♥ FC máx alcançada
♥ palidez
♥ dor no peito
♥ vertigem
♥ platô na PAS
♥ pedido do paciente
♥ arritmias graves
O que é um FATOR DE RISCO?
Características ou situações patológicas que tenham
correlação positiva com doença arterial coronariana (DAC)

Quais são os fatores de risco mais importantes?


Obesidade
sedentarismo
Histórico familiar
Obesidade abdominal
Tabagismo
Ao ingressarem em um programa de reabilitação
cardíaca, os pacientes portadores de cardiopatia
isquêmica podem esperar melhora:

- Angina;
- Melhora da capacidade funcional;
- Melhor controle de diversos fatores de risco
para doença cardiovascular;
• O exercício tende a reduzir em 20% a mortalidade
por todas as causas e em 26% a mortalidade
cardíaca.
• Kubo N,et al.2004
BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA

1993 – ASSOCIAÇÃO AMERICANA DO CORAÇÃO

“Inatividade física é FATOR DE RISCO para o


desenvolvimento de doença arterial coronariana”

Estudo clássico – PAFFENBARGER, 1986


Atividade MODERADA: 29% RISCO DE
DCV
VIGOROSA: 46%
BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA

Efeitos da atividade física sobre o coração


EFICIÊNCIA
Redução na carga de trabalho Melhora
da contratilidade do músculo cardíaco

Aumento da capacidade fibrinolítica (dissolução de


coágulos)

TAMANHO
Aumento do volume do ventrículo esquerdo

AUMENTO da capacidade de ejeção sanguínea


ATIVIDADE FÍSICA
BENEFÍCIOS
Vida Vida Esporte
Fitness
Ativa Saudável

RISCOS

Leve à Moderado Intenso Intenso


Moderado > 30 min 3x; >20min
Morte Súbita – Prevalência
Morte em Programas Supervisionados
(Cardiopatas)
Morte Súbita & Esportes Vigorosos

 5 vezes maior
 entre praticantes frequentes,
 56 vezes maior
 nos praticantes esporádicos.
Quando a Avaliação Médica é Necessária?
Antes de se engajar em atividade física Vigorosa
quando:

 Tabagista  Possui doença cardiovascular

 Tem dois ou mais fatores de risco para doença cardiovascular

- Pressão arterial elevada - Colesterol elevado


- Histórico familiar de doença cardiovascular
- Diabetes mellitus - Obesidade
- Homem acima de 40 anos - Mulher acima de 50
anos
- Responder “SIM” para uma das questões listadas no PAR-Q
TESTE DE ESFORÇO ?
ACSM recomenda um teste de esforço
supervisionado por médico para pessoas
acima de 50 anos que querem começar um
programa de treinamento vigoroso.
Entretanto, se a recomendação geral para uma
pessoa idosa for simplesmente andar ou participar
em programas de treinamento de força, o teste não
é provavelmente necessário”.
PRESCRIÇÃO DO EXERCÍCIO AERÓBIO

Intesidades de esforço, baseados na FC e teste ergoespirométrico


Limite inferior de trabalho Limite superior de trabalho
Ergoespirometria FC do limiar anaeróbio FC do ponto de
descompensação respiratória
FC máx FCmáx X 0,60 FCmáx X 0,85

Reserva de FC (FCmáx - FC repouso) X (FCmáx - FC repouso) X


0,50 + FC repouso 0,50 + FC repouso
Adaptações ao treinamento aeróbico

Frequência cardíaca: FC repouso e em exercício


submáximo
Pressão arterial: PA repouso e em exercício submáximo

Consumo de oxigênio: Débito Cardíaco

Nos pacientes portadores de cardiopatia, o treinamento


aumenta em 10% a 30% o VO2 máx

Função ventricular: mesmo débito cardíaco, < FC; > VS

Metabolismo: lipídeos glicogênio muscular


PRESCRIÇÃO DO EXERCÍCIO RESISTIDO
Não ultrapassar 50-60% da força de contração voluntária máxima;

Iniciar com pesos baixos e com série única de 10 a 15 rep. até fadiga moderada
utilizando de 8 a 10 exercícios e PSE de 11 a 13 de Borg (ACSM, 2006).

•Cargas submáximas e rep. Submáximas (Haslam et al, 1988; Farinatti, 2000;


Assis, 2000).

• Evitar séries sucessivas para um mesmo exercício ou grupamento muscular (


D’avila et al, 2001).

•Aplicar intervalos de recuperação longos (2 min.) em programas com mais de 2


séries por exercício (D’avila et al,2001; Polito, 2004).

• Evitar a manobra de valsalva.

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