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Fisioterapia aplicada à

Cardiologia

Prof.: Vinícius Gomes Machado

Mestre em Fisioterapia (UFPE)


Esp. Fisioterapia em Terapia Intensiva (UCB)
Esp. Fisiologia do Exercício (FTC)
Ementa
• Exposição de técnicas e estratégias
fisioterapêuticas para patologias cardíacas e
doenças vasculares.

• Visão global do paciente cardiopata do ponto de


vista da avaliação fisioterapêutica no pré e pós
operatório de uma cirurgia cardíaca.

• Conhecimento teórico e prático do tratamento e


reabilitação cardíaca nas fases I, II e III.
Competências e Habilidades

• Avaliar o paciente cardiopata


• Determinar o diagnóstico cinético – funcional
• Planejar a intervenção fisioterapêutica
• Elaborar um plano de tratamento/reabilitação
• Definir o prognóstico do tratamento
• Monitorizar o paciente cardiopata
• Instituir a alta fisioterapêutica
Conteúdo programático
I Bimestre

• Apresentação da disciplina: História e fundamentos da


RCV
• Semiologia Cardíaca: avaliação e diagnóstico
• Fisioterapia na Unidade de Terapia Intensiva
Cardiológica
• Abordagem do paciente no Pré – operatório de cirurgia
cardíaca
• Complicações Pulmonares no Pós – operatório de
cirurgia cardíaca
Conteúdo programático
II Bimestre

• Métodos de avaliação da capacidade funcional


• Ventilação Mecânica no paciente cardiopata
• Exercício físico como medida terapêutica: avaliação e
prescrição (Protocolos de recondicionamento)
• Fisioterapia Cardiovascular: ambulatorial/domiciliar
• Fisioterapia em situações especiais: EAPC, transplante,
valvulopatias e ICC
• Planejamento e implementação de serviço de
Fisioterapia Cardiovascular
Metodologia de ensino

• Aulas expositivas e dialogadas


• Aulas práticas em laboratório
• Discussão de casos clínicos
• Análise e interpretação de artigos científicos
Sistema de Avaliação

• Aproveitamento de 70%
• Assiduidade de 75%.
• Participação em sala de aula
• Provas com questões de múltipla escolha e
discursivas.
• Trabalho em grupo.
Sistema de avaliação

• 1º Bimestre – Trabalho (2,0 pontos) + Avaliação


Bimestral (8,0 pontos)
• 2º Bimestre – Projeto integrador (1,0 pontos) +
Prova Integradora (2,0) + Trabalho (2,0 pontos) +
Avaliação Bimestral (5,0 pontos)
• Nota Final – Média dos 1º e 2º bimestres.
Bibliografia básica
REGENGA, Marisa de Moraes. Fisioterapia em
cardiologia: da unidade de terapia intensiva a
reabilitacao. São Paulo: Roca, 2000. 417p.
DRAGER, Luciano; GALVÃO, Tatiane. Cardiologia- Da
Fisiologia à Prática. 1 ed. São Paulo: Savier, 2009.
400p. 
GOLDMAN, Lee; BRAUNWALD, Eugene. Cardiologia
na Clínica Geral. 1 ed. Rio de janeiro: Guanabara
Koogan, 2000. 520p.
PRYOR, Weber. Fisioterapia para problemas
respiratórios e cardíacos. 2 ed. Guanabara, 2002.
Bibliografia complementar

• Diretrizes Sul-americanas de prevenção e


reabilitação cardiovascular
• Consenso Brasileiro de Reabilitação
Cardiovascular
• ELLIS, Elizabeth. Fisioterapia cardiorespiratoria
prática. Rio de Janeiro, RJ: Revinter, 1997. 224 p.
• ABBAS, Abul K; KUMAR, Vinay; FAUSTO, Nelson;
ASTER, Jon C. Robbins & cotran - patologia bases
patológicas das doenças. 8 ed. Rio de Janeiro:
Elsevier editora ltda, 2010. 1480p.
Fisioterapia aplicada à
Cardiologia

Introdução
Introdução
• As doenças cardiovasculares são as principais
causas de morte no Brasil.

• Estão diretamente ligadas ao estilo de vida e a


presença de fatores de risco.

• Altos custos no tratamento assistencial

• Quando não causam a morte provocam sequelas


físicas, emocionais, psicossociais e interfere na
qualidade vida.
Contexto histórico

• Década de 30: Primeiros trabalhos sobre os efeitos


da atividade física sobre o sistema cardiovascular
▫ Aumento do número de casos de IAM
▫ A atividade física, portanto, era contra – indicada.
• Década de 40: Evolução dos estudos
histopatológicos.
▫ Tempo de cicatrização do miocárdio: 3 – 4 semanas
▫ A evolução do IAM era irreversível
▫ Afastamento do trabalho por invalidez
▫ Reflexo na vida familiar e social
Contexto histórico

• Década de 50: As mudanças de décubitos e a


ortostase precoce melhorava a aptidão
cardiorrespiratória
▫ Redução no tempo de internação hospitalar
▫ Melhora do prognóstico a curto e médio prazo.
• Primeiros trabalhos sobre o grau de incapacitação
dos cardiopatas
▫ Definição de atividades laborais
▫ Reinserção no mercado de trabalho
Contexto histórico

• Década de 60: Constatação dos efeitos do exercício


físico aplicados precocemente
▫ Melhora da aptidão cardiorrespiratória
▫ Aumento da capacidade aeróbica
▫ Surgimento do termo capacidade funcional
• Primeiros trabalhos sobre programas de exercício
supervisionados
▫ Tipo, intensidade e frequência
▫ Personalização dos exercícios
Contexto histórico

• Década de 70: Estudos correlacionam as doenças


cardiovasculares à fatores de risco
▫ A HAS era considerada a principal causa.
▫ O excesso de sal aumentada a volemia
• Primeiro Congresso de Reabilitação Cardiovascular
▫ Hamburgo na Alemanha

• Surgimento do primeiro centro de reabilitação


cardiovascular
Serviço de Reabilitação Cardiovascular do Instituto
Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro
Contexto histórico
• Década de 80: Produção de ensaios clínicos
controlados e randomizados
▫ Comprovação dos efeitos do exercício físico como fator
de proteção cardiovascular
▫ Mobilização precoce diminui o tempo de cicatrização
miocárdica
• Estudos sobre a glicemia e o colesterol
▫ Descoberta da insulina
• Explosão no número de publicações em revistas e
jornais
• Confecção dos primeiros livros de reabilitação
cardiovascular
Contexto histórico
• 1990: Primeiros estudos sobre risco cardiovascular
no Brasil.
▫ Demonstrou que 79,3 % dos cardiopatas eram
sedentários
▫ Regressão da placa de ateroma associada a
modificações na dieta + exercício físico
• 1992: Dieta + Exercício = Aumento da perfusão
miocárdica
▫ Surgimento de circulação colateral no miocárdio
▫ Aumento na produção de óxido nítrico
• Desenvolvimento tecnológico da avaliação
coronariana.
Contexto histórico
• Ano 2000: Primeiros estudos sobre a fases da
reabilitação cardíaca
▫ Realizados por fisioterapeutas
▫ Definição dos distúrbios cinético – funcionais
apresentados pelo cardiopata
• 2005: O COFFITO regulamenta a ações do
fisioterapeuta na área de reabilitação cardíaca
▫ Surgimento do termo RCPM
• Desenvolvimento de protocolos de atuação
fisioterapêutica em UTI cardiológica
• Estudo das fases da reabilitação cardíaca
Contexto histórico
• 2015: A reabilitação cardiovascular é reconhecida
pelo COFFITO como especialidade da fisioterapia
▫ Resolução n° 454 de 25 de abril de 2015
Reabilitação cardiovascular

É um ramo de atuação da cardiologia que,


implementada por equipe de trabalho
multiprofissional, permite a restituição, ao indivíduo,
de uma satisfatória condição clínica, física,
psicológica e laborativa.
Reabilitação cardiovascular

É um ramo de atuação da cardiologia que,


implementada por equipe de trabalho
multiprofissional, permite a restituição, ao indivíduo,
de uma satisfatória condição clínica, física,
psicológica e laborativa.

Médico Fisioterapeuta Enfermeiro

Nutricionista Psicólogo Ed. físico


Reabilitação cardiovascular

É um ramo de atuação da cardiologia que,


implementada por equipe de trabalho
multiprofissional, permite a restituição, ao indivíduo,
de uma satisfatória condição clínica, física,
psicológica e laborativa.

Médico Fisioterapeuta Enfermeiro

Nutricionista Psicólogo Ed. físico


Qual o papel do fisioterapeuta
nesse contexto?
Introdução
Papel do Fisioterapeuta

• Atenção primária: avaliação dos fatores de


risco.

• Atenção secundária: diagnóstico precoce +


tratamento assistencial/curativo.

• Atenção terciária: avaliação do grau de


incapacitação, proceder reabilitação e restaurar a
função
Campo de atuação
• Programa de saúde da família
▫ Ações de promoção em saúde
▫ Ações de prevenção em saúde
• Hospitais
▫ Urgência / Emergência
▫ Centro cirúrgico
▫ Unidade de Terapia Intensiva
▫ Enfermaria
• Ambulatórios
• Domicílio
Fatores de Risco

Doença cardíaca

Disfunção sistêmica

Incapacitação
Fatores de Risco
Atenção primária

Doença cardíaca
Atenção secundária

Disfunção sistêmica
Atenção terciária

Incapacitação
Introdução
Como reduzir a presença de fatores de
risco?
Introdução
Como reduzir a presença de fatores de
risco?

Como tratar o paciente cardíaco crítico em


urgência/emergência ou em terapia
intensiva?
Introdução
Como reduzir a presença de fatores de
risco?

Como tratar o paciente cardíaco crítico em


urgência/emergência ou em terapia
intensiva?

Como reabilitar um paciente incapacitado


por problemas cardiovasculares?
Requisitos curriculares para RCPM
Saúde ambiental
Anatomia
Fisiologia
Patologia
Biologia
Semiologia Cardíaca
Fisiopatologia Cardíaca RCPM
Recursos Terapêuticos
Bioquímica
Biofísica
Biomecânica
Cinesiologia Psicologia aplicada
Conhecimento fundamental
• Efeitos do exercício físico no sistema
cardiovascular
• Princípios do treinamento físico
• Determinantes da pressão arterial
• Cálculo da frequência cardíaca de treinamento
• Semiologia cardíaca

Diretrizes de Reabilitação Cardíaca


Conhecimento fundamental
• Efeitos do exercício físico no sistema
cardiovascular
• Princípios do treinamento físico
• Determinantes da pressão arterial
• Cálculo da frequência cardíaca de treinamento
• Semiologia cardíaca

Diretrizes de Reabilitação Cardíaca


Avaliação Avaliação
clínica cinético - funcional

Diagnóstico

Plano de tratamento

Execução das estratégias de reabilitação


Avaliação Avaliação
clínica cinético - funcional

Diagnóstico

Baseado
Plano de tratamento em evidências

Execução das estratégias de reabilitação


Avaliação Avaliação
clínica cinético - funcional

Diagnóstico

Baseado
Plano de tratamento em evidências
Transposição
do paciente

Execução das estratégias de reabilitação


Avaliação Avaliação
clínica cinético - funcional

Diagnóstico

Baseado
Plano de tratamento em evidências
Transposição
do paciente

Execução das estratégias de reabilitação


Monitorização e Reavaliação
Prática RCPM baseada em evidência

Evidência Experiência
Científica clínica
Prática baseada
em evidência

Escolha do paciente
Exemplo
• Paciente portador de Angina pectoris
• Medicamentos disponíveis
▫ AAS
▫ Nitratos
Evidência Experiência Paciente

?
AAS mais barato AAS reduz chance de
Dificulta coagulação infarto em 33% dos
Pouca reação adversa pacientes
Nitrato mais caro

?
Distúrbios gástricos Nitrato reduz chance de
Hipotensão infarto em 45% dos
Problemas renais pacientes
Mais eficaz
Exemplo

O que é melhor para a reabilitação


de diabéticos e hipertensos?

Correr X Caminhar

?
Hipertensão Colesterol Diabetes DAC

Corrida 4,2 4,3 12,1 4,5

Caminhada 3,4 3,9 8,6* 3,6

p= 0,04 (p<0,05) diferença significante

Tanto faz caminhar ou correr se o objetivo é


reduzir a pressão arterial, colesterol e evitar
a doença arterial coronariana (DAC)

Correr é melhor para diabetes em


comparação com a caminhada
Determinação da evidência
Transposição para o paciente

• O paciente que atendo é similar ao do estudo em


questão?

• O tratamento apresenta benefícios clínicos que


superam os malefícios?

• Há outras alternativas?

• O aplicação do tratamento é viável no meu


serviço?
Reavaliação da conduta adotada
• Monitorização periódica do efeito do tratamento

• Observar se a melhora ou piora é clinicamente


relevante

• Estar apto a mudanças de conduta caso


necessário

• Propor novas estratégias de tratamento


Fisioterapia aplicada à
Cardiologia

Prof.: Vinícius Gomes Machado

Mestre em Fisioterapia (UFPE)


Esp. Fisioterapia em Terapia Intensiva (UCB)
Esp. Fisiologia do Exercício (FTC)

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