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Beatriz Julia Pimenta – Fisioterapia na Reabilitação cardiovascular

Avaliar as respostas clínicas ao aumento progressivo do


REABILITAÇÃO CARDIACA
esforço;
Na década de 40 a 60 preconizava o repouso absoluto. Porém Manter o controle do estado emocional;
isso repercutia em: Estabelecer a intensidade de esforço a ser executada a
domicílio;
Redução da capacidade funcional;
Diminuir o tempo de internação hospitalar;
Redução da volemia;
Redução do débito cardíaco;
Objetivos após a alta hospitalar: fase II
Predisposição ao tromboembolismo pulmonar;
Perda de massa muscular; Melhora da capacidade de trabalho físico;
Aumento da depressão e ansiedade. Reduzir a morbimortalidade cardiovascular;
Acompanhar as respostas clínicas ao esforço;
Em 1987 OMS: “A reabilitação cardíaca é parte integrante da Retornar a níveis seguros de atividade física;
terapêutica cardiológica ”. Restaurar a condição fisiológica, social e laborativa;
Iniciar o combate aos fatores de risco doença
DEFINIÇÃO coronariana.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde
INDICAÇÕES PARA A REABILITAÇÃO CARDÍACA
(OMS), a reabilitação cardiovascular é: “o conjunto de
atividades necessárias para assegurar às pessoas com doenças Infarto agudo do miocárdio com boa evolução;
cardiovasculares condição física, mental e social ótima, que lhes Revascularização do miocárdio;
permita ocupar pelos seus próprios meios um lugar tão normal Angina estável;
quanto seja possível na sociedade”. Angioplastia coronária;
Miocardiopatias;
A reabilitação cardiovascular inclui, além do
Transplante cardíaco;
treinamento físico, um programa educacional visando a
Hipertensão arterial sistêmica controlada;
modificação do estilo de vida através de orientações sobre
doença, uso dos medicamentos, hábitos alimentares, cessação do CONTRA-INDICAÇÕES DA REABILITAÇÃ CARDIACA
tabagismo, entre outros. Sendo assim, envolve a atuação de uma
equipe multiprofissional composta por médico, enfermeiro, Angina instável ou prolongada;

fisioterapeuta, nutricionista, psicólogo e assistente social. Infarto agudo do miocárdio instável;


Arritmia atrial ou ventricular severa
E um processo que se inicia com o evento cardíaco e tem Insuficiência cardíaca congestiva descompensada;
duração indefinida e variável, sendo dividido em quatro fases. Miocardite ativa ou suspeita;
Pericardite aguda;
FASES DA REABILITAÇÃO Infecção aguda;
Fase I: fase aguda, período de internação hospitalar; Doença valvular moderada;
Fase II: após alta hospitalar, até dois ou três meses Aneurisma ventricular;
depois do evento coronariano; Pressão arterial diastólica acima de 120 mmHg ou
Fase III: após terceiro mês, visando manutenção. pressão sistólica de repouso acima de 220 mmHg;
Fase IV: visando manutenção, à distância*. Resposta hipotensiva da pressão arterial sistólica
(queda > 10 a 15 mmHg);
Objetivos imediatos (internação): fase I: Anormalidades eletrolíticas.

Reduzir os efeitos deletérios do repouso prolongado no AVALIAÇÃO


leito;
Estado clínico;
Beatriz Julia Pimenta – Fisioterapia na Reabilitação cardiovascular
Exames complementares específicos; Capacidade de auto-avaliação da intensidade de
Teste ergométrico. esforço.

ANAMNESE Paciente de Risco Intermediário/Moderado:

Identificação; Capacidade funcional >6 MET;


Queixa principal; Função VE em repouso limítrofe;
História da moléstia atual; Isquemia ou taquicardia ventricular não
Antecedentes pessoais; sustentada no teste ergométrico.
História familiar.
Pacientes de Alto Risco:
Fatores de risco - necessariamente deve ser perguntado sobre a
Dois ou mais infartos do miocárdio;
presença de:
Capacidade Funcional <6MET;
▪ Diabetes Disfunção ventricular esquerda em repouso;
▪ Dislipidemia Depressão do segmento ST >3mm ou angina durante o
▪ Tabagismo exercício;
▪ Obesidade Hipotensão ao esforço;
▪ Hipertensão Arterial Episódio prévio de parada cardiorrespiratória;
▪ Fatores de risco familiares Outras condições clínicas com risco de vida;
Incapacidade de auto-avaliação de esforço.
ROTEIRO PARA O EXAME FÍSICO
FASES DA REABILITAÇÃO-MAIS DETALHADA
1. Pulsos periféricos
2. Turgência jugular
FASE I
3. Precórdio (exame do coração) - ICTUS CORDIS
localização: 4º – 5º eic : linha hemiclavicular O objetivo principal da fase I é frear os efeitos
extensão: 2cm– 2 polpas digitais mobilidade: 2 – 3 cm descondicionantes do repouso prolongado no leito e preparar o
4. pressão arterial paciente para o retorno às atividades cotidianas normais.
5. Veias periféricas Protocolo da Emory University School of medicine, 1996.
6. Ausculta cardíaca
NÍVEL I: 2 met deitado : exercício diafragmático; exercício
ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO ativo extremidade; exercício ativo/assistido de cintura,
cotovelo, joelho
Paciente de Baixo Risco: NÍVEL II: 2 met sentado : diafragmático + mmss ; exercício
cintura escapular ; exercício ativo extremidade.
Capacidade funcional >6 MET;
Deitado: ativo joelho/coxofemoral; dissociação
Equivalente metabólico (MET): 1Met é igual a quantidade de O2 tronco/coxofemoral
NÍVEL III: 3 a 4 met em pé: exercício ativo mmss ;
por minuto que o corpo precisa durante o repouso. 1MET= 3,5ml
alongamento mmii ; deambulação: 35 metros.
de oxigênio/Kg peso corporal/minuto.
NÍVEL IV: 3 a 4 met em pé: alongamento mmss e mmii;
Ausência de Insuficiência Cardíaca; exercícios ativos mmss; exercícios ativos mmii (flexo/extensão
e abdução/ adução).
Função VE em repouso preservada;
Deambulação: 50 metros 25 m lento e 25 m rápido contagem
Ausência de sinais de isquemia no repouso e em de fc.
intensidades <6 MET NÍVEL V: 3 a 4 met paciente em pé: alongamento mmss e mmii;
Elevação pressórica apropriada ao exercício exercícios ativos mmii (flexo/extensão e abdução/adução) e
mmss ;rotação de tronco e pescoço; deambulação: 100 metros.
Beatriz Julia Pimenta – Fisioterapia na Reabilitação cardiovascular
NÍVEL VI : 3 a 4 met paciente em pé: alongamento ativo de O grau de esforço percebido pode também ser usado para
mmss e mmii; exercícios ativo mmss e mmii (dissociados) + monitorar a intensidade do exercício, com o objetivo de manter a
caminhada; descer escada lentamente e retornar de elevador intensidade em nível moderado: 11-14 (BORG).
(um andar); deambulação: 165 metros; instruções para
continuidade dos exercícios em casa. Freqüência
NÍVEL VII : 3 a 4 met continuação nível 6 + descer e subir Duração
escada lento (um andar).
Suspender o programa caso: Treinamento de Força:

Fadiga, dispneia, cianose, palidez, náusea, aumento da Individualizar a carga;


FC acima de 20bpm, escala de Borg “cansativo”. 2 à 3 séries; (melhoram força e potência)
Alterações clínicas específicas, eletrocardiográficas e 8 à 15 repetições;
elevação de enzimas. 50% de 1 RM*;
Hipotensão arterial sistólica. Principais grupos musculares;

Aquecimento: 25 a 40% da capacidade funcional ; 5 a 15


FASE II: min; Alongamento estático: MMSS+MMII + coluna
O objetivo principal da fase II é melhorar lombosacral; Caminhada de 3 a 5 min; Exercícios respiratórios
Exercícios calistênicos: MMSS + MMII.
progressivamente a capacidade funcional do paciente, diminuir os
Condicionamento: Até 90% da capacidade funcional; 20 a 30
fatores de risco cardiovascular e preparar o paciente para a sua
min; Atividades de Resistência: Exercícios aeróbios Bicicleta
atividade profissional. estacionária /esteira etc.; Treino de Resistência* Freqüência
da evolução: semanal.
Teste Ergométrico
Relaxamento/Esfriamento: 25 a 40% da capacidade
(7 MET) funcional; 5 a 10 min; Exercícios respiratórios; Alongamento
Escala de Borg estático; Exercícios calistênicos leves.
Progressão da intensidade dos exercícios:

FC medida antes do aquecimento a cada 2 min, durante


o condicionamento com carga, e no último minuto do
relaxamento;
PA medida no repouso, no final do condicionamento e ao
final da sessão;
Escala de Borg Sintomatologia.
A PRESCRIÇÃO DO EXERCÍCIO DEVE ENVOLVER:
FASE III
Intensidade
Requisitos para a admissão no programa de reabilitação
A intensidade do exercício deve ser abaixo do nível que cardíaca na fase III.
provoque isquemia do miocárdio, arritmias significantes, ou
Encaminhamento médico.
sintomas de intolerância ao exercício, de acordo com achados
História clínica completa.
clínicos ou pelo teste de exercício.
Exames complementares realizados.
Pode ser controlada pela frequência cardíaca de Teste ergométrico.
treinamento (FCT). Realizar os exercícios prescritos entre 70% e
Fase de Recuperação e Manutenção: Mínimo 12 semanas
90% da frequência máxima (FCM) alcançada no teste de
(após a alta)
exercício.

OU : FCT= FCR + 50-80% (FCmáx – FCR)


Beatriz Julia Pimenta – Fisioterapia na Reabilitação cardiovascular
Objetivo: Promover adaptações no sistema cardiovascular, Aumenta produtividade.
para que os pacientes retornem, o quanto antes, às atividades
Epidemiológico:
profissionais, esportivas e de lazer com maior segurança.
Diminui morbidade e mortalidade

Psicológico:

Diminui ansiedade;
Diminui depressão;
Aumenta confiança e auto estima;
Aumenta autoconhecimento;

CENTRO DE REABILITAÇÃO
Palestras educativas:
Deve contar com uma área para realizar atividade
“O problema da doença arterial coronariana não será
física, recursos humanos competentes e treinados, equipamentos
resolvido com uma melhor terapia curativa e melhores programas
adequados para a realização de exercícios físicos, equipamento
de reabilitação, mas somente com maior sucesso em se iniciar e
para situações de emergência (material de suporte básico e
realizar programas de prevenção primária”.
avançado de vida com desfibrilador) e pessoal médico disponível
BENEFICIO DO EXERCICIO na área para cobrir situações de emergência, além de considerar
a implementação de protocolos de manejo de pacientes em
Fisiológico reabilitação segundo a patologia.

Aumenta o VO2 máx


SINTESE DO PRC
Aumenta atividade fibrinolítica
Aumenta força e endurance muscular Para que um programa de reabilitação cardiovascular
Diminui MVO2 para o mesmo nível de esforço seja bem sucedido, benéfico, efetivo e comprovado método de
Diminui agregação plaquetária tratamento, dever ser realizado um planejamento cuidadoso, com
dedicação, perseverança e comunicação efetiva.
Sintomático:
Além disso, deve-se ressaltar que a Doença
Diminui angina;
Coronariana refere-se a uma doença multifatorial, que portanto
Diminui dispneia;
requer abordagem com terapêutica multidisciplinar.
Diminui fadiga;
Diminui invalidez

Fatores de Risco:

Diminui fumo;
Diminui triglicérides;
Diminui obesidade ;
Diminui hipertensão arterial ;
Aumenta lipoproteína de alta densidade;
Aumenta metabolismo de carboidratos e lípides

Econômico:

Diminui o uso de medicamentos;

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