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AULA 01 – CINESIOTERAPIA

PROFESSORA RIELLE MESQUITA


INTRODUÇÃO À CINESIOTERAPIA
• Cinesioterapia é o estudo do exercício Fisioterapia
terapêutico à luz da cinesiologia, da fisiologia,
da anatomia e da biomecânica.
• Elaboração e a prática dos exercícios Exercícios
terapêuticos e seus efeitos.
• Trata disfunções musculoesqueléticas
decorrentes de patologias.
Prevenção e
reabilitação
INTRODUÇÃO À CINESIOTERAPIA
• Identificar, a partir de uma avaliação minuciosa, as
alterações de movimento e controle motor para Fisioterapia
estabelecer os objetivos terapêuticos e as
respectivas condutas.

Exercícios
• As alterações podem envolver:
• diminuição das amplitudes de movimento
• perda da flexibilidade muscular
Prevenção e
• fraqueza muscular e alterações de propriocepção,
de coordenação e de equilíbrio, reabilitação
• Resultam em prejuízo das atividades funcionais.
INTRODUÇÃO À CINESIOTERAPIA
MOBILIZAÇÃO ARTICULAR Fisioterapia

ALONGAMENTO MUSCULAR
Exercícios
FORTALECIMENTO MUSCULAR

Prevenção e
TREINO SENSÓRIO-MOTOR reabilitação
INTRODUÇÃO À CINESIOTERAPIA
Fisioterapia
As funções motoras dependem do equilíbrio
entre mobilidade articular, flexibilidade
muscular, força, resistência e potência
Exercícios
muscular, e elas são integradas com o sistema
sensório-motor responsável pelo controle
motor. Prevenção e
reabilitação
ORDEM DO ESTUDO DA CINESIOTERAPIA
• MOBILIDADE = amplitude de movimento articular e a flexibilidade
muscular.
• FORTALECIMENTO MUSCULAR = Os elementos fundamentais do
desempenho muscular relacionados à aptidão física incluem força,
potência e resistência muscular à fadiga.
• TREINAMENTO SENSÓRIO-MOTOR = prevenção de lesões e na
melhora do desempenho funcional e esportivo em geral.
MOBILIDADE – AMPLITUDE DE MOVIMENTO
ARTICULAR
• Esse conteúdo não será cobrado em RTM, e sim em cinesioterapia.
• Conhecimento da cinesiologia para identificar quais são os
movimentos possíveis em cada articulação
• E anatomia, acentuando as inserções musculares e os movimentos
que cada músculo é capaz de realizar.
Mobilizações articulares
• Técnicas terapêuticas para o fisioterapeuta trabalhar o movimento com o
objetivo de manter ou ganhar amplitude de movimento.
• anatomia articular e muscular e dos movimentos que cada articulação é
capaz de fazer.
• As características anatômicas de cada articulação determinarão a função e
a amplitude de movimento.
• Cinesiologia permite o entendimento dos movimentos.
• A biomecânica fundamenta a execução das técnicas em relação aos
posicionamentos e alavancas,
• fisiologia articular e muscular justificam as indicações e os efeitos
terapêuticos.
Mobilizações articulares
• O que pode afetar a amplitude de movimento de um paciente?

• encurtamento de tecidos moles (ligamentos, músculos, cápsulas),


• fraqueza muscular,
• aumento do tônus muscular devido a patologias do sistema nervoso central (SNC),
• bloqueios ósseos ou de implantes metálicos,
• dor,
• processos inflamatórios,
• lesões degenerativas da cartilagem,
• restrição da mobilidade dos nervos periféricos,
• alterações vasculares, etc.
Na avaliação
• Por que a amplitude de movimento está limitada?
• Por que o paciente sente dor ao fazer determinado movimento?

• anamnese e exame físico.


• Diagnóstico fisioterapêutico para traçar os objetivos terapêuticos (o que pretende
alcançar com esse paciente)
• Condutas (como vai trabalhar com o paciente, quais técnicas utilizará para atingir
os objetivos).
• As decisões do fisioterapeuta sempre deverão partir de um raciocínio terapêutico
que deverá levar em consideração o curso de cada patologia ou pós-operatório,
o prognóstico de recuperação de um determinado movimento e os efeitos
terapêuticos de cada técnica de mobilização.
Definições
• Amplitude de movimento (ADM) é definida como a amplitude completa
possível em uma articulação.
• A estrutura determina a função.
• A ADM fisiológica será definida pelas características anatômicas de cada
articulação.
• ADM fisiológica ≠ ADM funcional.
• Exemplo:
• Para andar, a ADM máxima de flexão exigida é de 60 graus na fase de
balanço inicial. Portanto, mesmo que um paciente não atinja a ADM
fisiológica máxima de 140 graus de flexão do joelho, se ele conquistar pelo
menos a amplitude funcional, ele ainda conseguirá ter boa funcionalidade
(MARQUES, 2014; KAPANDJI, 2000).
Mobilização Articular
• As mobilizações articulares podem ser realizadas de forma ativa, passiva
ou assistida.
• ADM ativa: é o movimento dentro da ADM sem restrições e produzido por
uma contração ativa dos músculos que cruzam aquela articulação.
• ADM passiva: é o movimento produzido inteiramente por uma força
externa, com pouca ou nenhuma contração voluntária. A força externa
pode ser proveniente da gravidade, de um aparelho, de outra pessoa ou
ainda de outra parte do corpo do próprio indivíduo.
• ADM assistida: é um tipo em que uma força externa fornece assistência,
manual ou mecânica, porque os músculos motores primários necessitam
de ajuda para completar o movimento.
Mobilização articular
• Dependendo da condição clínica e objetivo, serão realizados
movimentos ativos, passivos ou ativo-assistidos.
• O movimento articular pode ser descrito a partir da osteocinemática
e da artrocinemática
• São exemplos de movimentos osteocinemáticos: flexão, extensão,
abdução, adução e rotações.
• Entre as superfícies articulares poderão ocorrer deslizamento,
rolamento, giro, compressão e separação, dependendo da forma que
a articulação apresenta. = Artrocinemática.
Mobilização Articular
• Para trabalhar a mobilização articular,
• técnicas com movimentos da osteocinemática e artrocinemática, por
meio de trações e deslizamentos, de modo a diminuir a dor ou
restaurar a mobilidade intra-articular.
Mobilização Articular – Imagine a seguinte
situação
• Imagine um paciente que o
fisioterapeuta deseja ganhar a
extensão completa do joelho
(movimento osteocinemático).
• De acordo com a artrocinemática da
articulação tíbiofemoral, quando a
extensão do joelho ocorre em cadeia
cinemática aberta, a superfície
articular da tíbia rola e desliza
anteriormente (movimento
artrocinemático) em relação aos
côndilos femorais, além de girar
lateralmente para finalizar a
extensão completa.
Mobilização Articular
• A conduta fisioterapêutica para recuperar a ADM de extensão poderá
incluir deslizamentos anteriores da tíbia em relação ao fêmur e, em
seguida, mobilizações da extensão do joelho, movimentando-se o
segmento da tíbia no espaço.
Mobilização Articular
• Técnicas, definições e indicações terapêuticas
• A mobilização passiva é uma técnica de mobilização articular na qual
o movimento é executado sem a contração voluntária do paciente
• A mobilização passiva pode ser realizada pelo fisioterapeuta, pelo
cuidador ou responsável pelo paciente, por um aparelho ou outra
parte do corpo do próprio indivíduo (membro contralateral).
• É indicada quando o paciente não puder mover ativamente um
segmento do corpo
Mobilização Articular
• A mobilização passiva seria indicada nas seguintes situações clínicas:
• um paciente em coma;
• em um pós-cirúrgico que proíba a contração muscular (músculo ou
tendão que passou por um procedimento de sutura);
• em uma lesão nervosa central ou periférica que impeça a contração
ativa de um determinado músculo;
• indicação de repouso completo no leito;
• e em casos de inflamação aguda nos quais uma movimentação ativa
possa ser prejudicial no processo de regeneração dos tecidos.
Objetivos
• Deseja apenas manter uma determinada ADM ou ganhar amplitude
articular?
• ou visa ao alívio da dor?
• diferenciar a forma de aplicar a técnica quanto ao grau de
mobilização.
Mobilização Articular
• Caso o objetivo principal seja manter a mobilidade da articulação e dos tecidos
conjuntivos, a mobilização passiva deverá ser realizada até a amplitude final
apresentada pelo paciente.
• Nesse caso, a mobilização passiva previne as complicações decorrentes do imobilismo:
• mobilidade dos tecidos articulares e a elasticidade mecânica dos músculos;
• previne contraturas;
• auxilia a circulação e a dinâmica vascular;
• favorece o movimento do líquido sinovial para nutrição da cartilagem e difusão de
nutrientes na articulação;
• diminui ou inibe a dor;
• auxilia o processo de regeneração após uma lesão ou cirurgia;
• e ajuda a manter a percepção de movimento do paciente.
Mobilização Articular
• A mobilização passiva também pode ser aplicada para avaliar a ADM e
definir as limitações ou para ensinar determinado movimento
• pode ser aplicada para preparar o paciente para um alongamento,
isto é, o terapeuta mobiliza as articulações para, em seguida, alongar
passivamente.
Mobilização Articular
• Outro objetivo da utilização de abordagens passivas é ganhar ADM
quando determinado movimento se encontra restrito;
• nesse caso, as mobilizações devem ser realizadas além da resistência
dos tecidos, com o objetivo de alongá-los.
Mobilização Articular
• A mobilização passiva não previne perda de força e massa muscular e
também não é capaz de aumentar a força muscular, já que durante as
mobilizações passivas não há contração voluntária por parte do
paciente.
• Além disso, as mobilizações passivas não são capazes de estimular a
circulação sanguínea na mesma proporção que as mobilizações ativas
Graus de mobilização articular: dosagem do
movimento
• Determinar a intensidade que usará para realizar as mobilizações.
• Para definir a dosagem de movimento aplicada quanto aos graus de
mobilização, primeiro o fisioterapeuta deverá testar a qualidade da
dor durante o movimento.
• Para a mobilização articular, usa-se um sistema de graduação baseado
em graus por meio de técnicas de oscilação graduada. As oscilações
podem ser realizadas nos movimentos fisiológicos osteocinemáticos
ou artrocinemáticos
Mobilização Articular
• Um dos sistemas de graduação para mobilização utilizados segue os
critérios de Maitland (1991). Conforme Kisner e Colby (2016) e
Maitland (1991), as dosagens de movimento são divididas em cinco
graus:
Mobilização Articular
• Grau I: oscilações rítmicas de pequena amplitude são feitas no início da
amplitude.
• Grau II: oscilações rítmicas de larga amplitude são feitas dentro da
amplitude, sem atingir o limite do movimento.
• Grau III: oscilações rítmicas de larga amplitude são feitas até o limite do
movimento disponível e forçadas dentro resistência do tecido.
• Grau IV: oscilações rítmicas de pequena amplitude são feitas no limite da
mobilidade disponível e forçadas além da resistência do tecido.
• Grau V: técnica de manipulação brusca de pequena amplitude e alta
velocidade para romper com as aderências no limite da amplitude
disponível.
Mobilização Articular
Mobilização Articular
• Os graus I e II são indicados para tratamento da dor, já que as
oscilações têm um efeito inibitório sobre a percepção dos estímulos
dolorosos pelo estímulo repetitivo dos mecanorreceptores que
bloqueiam as vias nociceptivas na medula espinhal e no tronco
encefálico.
• Esses movimentos feitos sem alongamento ajudam a mover o líquido
sinovial para melhorar a nutrição da cartilagem.
• Por sua vez, os graus III e IV têm como objetivo primário o
alongamento dos tecidos.
Mobilização Articular
• As técnicas de manipulação brusca estão fora do estudo dessa
disciplina e requerem um curso para treinamento avançado.
• Áreas como a quiropraxia e a osteopatia utilizam o grau V como uma
das abordagens.
Mobilização Articular
• Segundo Kaltenborn (1999), as técnicas de mobilização intra-articular
translatória sustentada também podem ser divididas em graus (figura a
seguir) de acordo com a dosagem aplicada.
• Grau I (com folga): é aplicada uma separação (tração) de pequena
amplitude onde nenhuma sobrecarga estiver localizada sobre a cápsula.
• Grau II (tensionado): é aplicada separação ou deslizamento suficiente para
tensionar os tecidos em torno da articulação, de forma a “tirar a folga”.
• Grau III (alongado): é aplicada separação ou deslizamento com amplitude
grande o suficiente para alongar a cápsula e as estruturas capsulares ao
redor
Mobilização Articular
• Os graus I e II podem ser usados com o
objetivo de aliviar a dor e para manter
a mobilidade intra-articular.
• Já o grau III é indicado para alongar
estruturas articulares e aumentar a
mobilidade intra-articular.
Mobilização Articular ATIVA ASSISTIDA
• O movimento ativo é auxiliado por uma força externa (manual ou
mecânica). Os músculos precisam de assistência para completar o
movimento devido à fraqueza muscular
• Durante a mobilização ativa assistida, o paciente participa da
execução do movimento, contraindo a musculatura enquanto o
terapeuta o auxilia. Os músculos são estimulados a se contraírem no
máximo que o paciente conseguir para aos poucos serem
fortalecidos.
Mobilização Articular ATIVA ASSISTIDA
• Essa técnica é indicada quando o paciente for capaz de contrair
ativamente os músculos e mover um segmento, mas necessitar de
assistência para realizar o movimento ou quando não conseguir
realizar o movimento contra a força da gravidade (grau II de força).
Mobilização Ativa
• É uma forma de mobilizar as articulações através do
movimento produzido ativamente pelo paciente
sem auxílio externo. Depende integralmente da
contração voluntária do paciente.
• A ADM ativa deve ser estimulada para movimentar
regiões adjacentes acima e abaixo de uma
articulação que se encontra imobilizada.
• A mobilidade ativa também pode ser usada em
programas de condicionamento aeróbico ou como
forma de aquecimento.
Mobilização Articular Ativa
• Movimentos ativos livres estimulam condicionamento cardiovascular
e respiratório quando realizados com múltiplas repetições e maior
velocidade. Eles podem ser usados como exercícios de aquecimento
antes da prática de atividades física
Mobilização Articular
• Quanto aos objetivos terapêuticos das mobilizações ativas e
ativoassistidas, se não houver inflamação ou contraindicação para o
movimento ativo, os mesmos objetivos da mobilização passiva
poderão ser alcançados com a mobilização ativa.
• A contração muscular presente nas mobilizações ativas e
ativoassistidas agrega mais benefícios fisiológicos:
Mobilização Articular
• mantém a elasticidade e a contratilidade fisiológica dos músculos
participantes;
• oferece feedback sensorial proveniente dos músculos em contração;
• gera estímulo mecânico para a manutenção da integridade óssea e
articular;
• estimula a circulação sanguínea e previne a formação de trombos;
• e desenvolve a coordenação e as habilidades motoras para atividades
funcionais.

• Para músculos fortes, contração muscular não irá manter ou aumentar a


força, sendo indicado o exercício resistido de acordo com a capacidade de
cada paciente.
Mobilização autoassistida ou automobilização
• Nesse caso, o paciente se automobiliza
usando o membro normal para mobilizar
o membro lesado. A automobilização
também pode ser realizada com recursos
externos (bastões, cordas, bolas,
aparelhos para exercícios recíprocos)
associados ao movimento, de forma que
um membro assiste ao movimento do
membro contralateral.
• Os exercícios de automobilização tornam-
se muito úteis como exercícios
domiciliares, assim, o paciente pode
manter em casa o trabalho desenvolvido
pelo fisioterapeuta.
Princípios e procedimentos
• Contra a gravidade ou sem a gravidade (depende do grau de força).
• Nos planos de movimento anatômicos: frontal, sagital, transverso.
• Em padrões combinados: diagonais ou vários planos de movimento.
• Em padrões funcionais: movimentos usados em atividades de vida diária.
• Dentro da ADM disponível sem dor, suave e rítmico até o ponto de
resistência dos tecidos,respeitando-se o feedback de dor do paciente e a
biomecânica articular.
• Cinco a dez repetições por movimento (ou dependente dos objetivos do
programa de reabilitação e das respostas ao tratamento).
• Associados ou não a recursos (bolas, bastões, cordas etc.).
Contraindicações
• A mobilização passiva e a ativoassistida não deverão ser aplicadas se
o movimento puder irritar o tecido e aumentar o quadro inflamatório
agudo,
• situações em que os movimentos puderem prejudicar a cicatrização
• em amplitudes que coloquem suturas em risco e no caso de
instabilidade local, por exemplo, fraturas não consolidadas.
• A mobilização ativa será contraindicada para as mesmas situações
citadas anteriormente e também em condições cardiovasculares
instáveis, como suspeita de trombose venosa profunda e
instabilidade hemodinâmica
Precauções na aplicação das técnicas de
mobilização articular
• cuidados: em relação aos ângulos de movimento que possam
sobrecarregar indevidamente estruturas;
• compensações;
• velocidade e ritmo do movimento;
• estabilização e posicionamento corretos do paciente;
• e mobilidade controlada com exposição gradual em condições
inflamatórias e cirúrgicas.
Precauções na aplicação das técnicas de
mobilização articular
• Em casos de pacientes após infarto do miocárdio ou cirurgia de
revascularização arterial, ao realizar exercícios de mobilização ativa de
membros superiores (MMSS) e inferiores ou caminhadas, será preciso
monitorar os sintomas, a percepção do esforço e os sinais vitais
(frequência cardíaca, pressão arterial).
• Nos protocolos de reabilitação cardíaca, por exemplo, as atividades
são individualizadas e progridem gradualmente conforme a tolerância
do paciente.
Bons estudos!

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