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Brazilian Journal of Health Review 5666

ISSN: 2595-6825

Lesões musculoesqueléticas em atletas de vôlei: uma revisão integrativa

Musculoskeletal injuries in volleyball athletes: an integrative review


DOI:10.34119/bjhrv6n2-097

Recebimento dos originais: 17/02/2023


Aceitação para publicação: 17/03/2023

Bernardo Buitrago de Andrade


Graduando em Medicina
Instituição: Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais (FCM-MG)
Endereço: Alameda Ezequiel Dias, 275, Belo Horizonte - MG, CEP: 30130-110
E-mail: bbuitragoandrade@gmail.com

Jessica Ariane Dias Silva


Graduanda em Medicina
Instituição: Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCM-MG)
Endereço: Alameda Ezequiel Dias, 275, Belo Horizonte - MG, CEP: 30130-110
E-mail: jessica.arianemed@gmail.com

João Pedro Vidigal Miranda


Graduando em Medicina
Instituição: Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCM-MG)
Endereço: Alameda Ezequiel Dias, 275, Belo Horizonte - MG, CEP: 30130-110
E-mail: jvidigalmiranda@gmail.com

João Vitor Carmo de Novaes


Graduando em Medicina
Instituição: Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais (FCM-MG)
Endereço: Alameda Ezequiel Dias, 275, Belo Horizonte - MG, CEP: 30130-110
E-mail: joaonovaes2001@hotmail.com

Júlia Teixeira Carvalho Mota


Graduanda em Medicina
Instituição: Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais (FCM-MG)
Endereço: Alameda Ezequiel Dias, 275, Belo Horizonte - MG, CEP: 30130-110
E-mail: jutcmota@gmail.com

Laura Clara Bretas de Matos


Graduanda em Medicina
Instituição: Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCM-MG)
Endereço: Alameda Ezequiel Dias, 275, Belo Horizonte - MG, CEP: 30130-110
E-mail: lauraclara15@gmail.com

Luiz Augusto Castro Ribeiro


Graduando em Medicina
Instituição atual: Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCM-MG)
Endereço: Alameda Ezequiel Dias, 275, Belo Horizonte - MG, CEP: 30130-110
E-mail: luizaugustocribeiro@gmail.com

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Maria Isabel Meira Valadares


Graduanda em Medicina
Instituição: Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCM-MG)
Endereço: Alameda Ezequiel Dias, 275, Belo Horizonte - MG, CEP: 30130-110
E-mail: bebelmeirad@gmail.com

Victória Maria Calixto Oliveira


Graduanda em Medicina
Instituição: Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCM-MG)
Endereço: Alameda Ezequiel Dias, 275, Belo Horizonte - MG, CEP: 30130-110
E-mail: victoriamarias@hotmail.com

RESUMO
Introdução: O voleibol é um popular esporte praticado mundialmente que proporciona ao
jogador enormes ganhos físicos, sociais e de bem-estar geral. Apesar disso, a prática do esporte,
sobretudo em níveis profissionais, constitui um fator de risco para lesões. Mais comum a esse
esporte são os entorses, as tendinopatias e as distensões, que atingem principalmente os
membros superiores e inferiores. Objetivos: Analisar as principais lesões musculoesqueléticas
relacionadas à prática do voleibol, em seus diversos aspectos. Métodos: Foi feita uma busca
sistemática nas bases de dados SciELO e PubMed, no idioma inglês, em que foram selecionados
estudos relacionados às principais lesões que acometem jogadores de voleibol. Resultados e
discussão: Após a busca com descritores, foram selecionados 49 artigos que abordam aspectos
de etiologia, diagnóstico, fatores de risco e métodos de prevenção das lesões nos sítios
anatômicos mais comuns: ombros, cotovelos, mãos, lombar, tornozelos e joelhos. Conclusão:
As lesões, em sua maioria, possuem como etiologia a sobrecarga de treinamento e os traumas
relacionados ao impacto do salto, que é inerente ao voleibol. Programas de treinamento que
envolvem o fortalecimento muscular e períodos de recuperação são chave para prevenir lesões
no voleibol.

Palavras-chave: voleibol, lesões por esforço, trauma por impacto.

ABSTRACT
Introduction: Volleyball is a popular sport played worldwide that provides players with
enormous physical, social and general well-being gains. Nevertheless, the practice of this sport,
especially at professional levels, constitutes a risk factor for injuries. More common to this sport
are sprains, tendinopathies and strains, which mainly affect the upper and lower limbs.
Objectives: To analyze the main musculoskeletal injuries related to the practice of volleyball,
in its various aspects. Methods: A systematic search was carried out in the SciELO and PubMed
databases, in English, in which studies related to the main injuries that affect volleyball players
were selected. Results and discussion: After searching with descriptors, 49 articles were
selected that address aspects of etiology, diagnosis, risk factors and methods of preventing
injuries in the most common anatomical sites: shoulders, elbows, hands, lumbar, ankles and
knees. Conclusion: The etiology of most injuries is training overload and trauma related to the
impact of jumping, which is inherent to volleyball. Training programs involving muscle
strengthening and recovery periods are key to preventing volleyball injuries.

Keywords: volleyball, overuse injuries, impact trauma.

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1 INTRODUÇÃO
O voleibol é um dos cinco grandes esportes internacionais praticados atualmente, com
uma estimativa de 800 milhões de jogadores que praticam-no pelo menos uma vez por semana,
em uma média global aproximada (GOUTTEBARGE et al., 2017). Este esporte conta com
participação variada, de times de clubes juvenis a ligas profissionais. Enquanto o voleibol é
considerado um esporte "sem contato" e os jogadores são separados por uma rede, os
participantes que competem em níveis superiores correm o risco de sofrer lesões traumáticas e
de uso excessivo (REESER et al., 2006; BAUGH et al., 2018 ).
Tarefas específicas do vôlei como pular, aterrissar, bloquear e cravar a bola, precisam
ser combinadas com movimentos rápidos, que exigem muito do sistema musculoesquelético
(KILIC et al., 2017). Embora seja indubitável o benefício para o bem-estar físico, mental e
social, tal esporte está associado ao risco de lesões musculoesqueléticas que variam de 1,7 a
10,7 lesões por 1000 horas de jogo (GOUTTEBARGE et al., 2017; KILIC et al., 2017).
Maiores volumes de balanço e cargas de trabalho examinados entre os jogadores foram
relacionados ao risco aumentado de traumas e indicam ainda que a frequência e a intensidade
da carga de trabalho são considerações críticas para a prevenção de lesões na prática
(CHANDRAN et al., 2021; TIMOTEO et al., 2021). Os danos físicos ocorrem principalmente
nos dedos/mãos/punhos, tornozelos, ombros, cotovelos e joelhos, além de poder afetar a coluna
lombar.
De maneira geral, a literatura aponta que as lesões articulares em atletas ocorrem com
maior frequência durante a competição do que durante os treinos, já que eles tendem a
performar de forma mais extenuante, ativa (LESMAN et al., 2020; VANDERLEI et al., 2013).
Um atleta profissional de alto nível pode estar envolvido em uma rotina mais exigente em
relação à média de treinos e competições, o que também pode favorecer a ocorrência de injúrias
musculares (GOUTTEBARGE et al., 2017; MORÉ-PACHECO et al., 2019).
As lesões de joelho e tornozelo representam a maior proporção de todas as lesões
relatadas, a maioria delas foi atribuída aos mecanismos de uso excessivo - relacionado ao
acúmulo crônico de carga de trabalho concentrada - ou sem contato, e classificam-se como
entorses, distensões (músculo/tendão) e condições inflamatórias, ocorrendo geralmente durante
ações de bloqueio e ataque (GONZÁLEZ; ZUGASTI; FERNÁNDEZ, 2019). Rupturas do
complexo ligamentar lateral do tornozelo e concussões foram as lesões específicas mais
comumente relatadas (CHANDRAN et al., 2021). Ademais, maiores valores de idade, peso,
altura, índice de massa corporal e duração do treinamento foram associados à ocorrência de

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lesões (VANDERLEI et al., 2013). Os resultados apresentados enfatizam a importância do


controle dessas variáveis para prevenir lesões futuras (TIMOTEO et al., 2021).
Quanto ao gênero, homens adultos têm maior risco de lesões no tornozelo em
comparação com mulheres adultas, além de um risco significativo para tendinopatia patelar
(KILIC et al., 2017). Os bloqueadores são os jogadores mais afetados em ambos os sexos e
devem passar por um regime especial de treinamento (BAUGH et al., 2018; LESMAN et al.,
2020). Onde as mulheres tiveram uma taxa mais alta de lesões por uso excessivo, os homens
tiveram uma taxa mais alta de lesões relacionadas ao contato com a bola. O último achado pode
ser devido à maior fisicalidade na rede entre os homens (por exemplo, saltos mais altos, picos
de velocidade mais altos, mais bloqueios triplos ou justas), o que pode aumentar o risco de
contato acidental. O primeiro pode estar relacionado à participação mais precoce no voleibol e
especialização entre as mulheres do que entre os homens. As lesões por uso excessivo entre
mulheres podem ser evitadas monitorando a carga de treinamento e usando técnicas adequadas
de força e condicionamento, incluindo o aumento da flexibilidade, que têm sido bem-sucedidas
na redução de lesões por uso excessivo em outros esportes (BAUGH et al., 2018).
Estudos já apontam diversos fatores de risco para entorses e os classificavam em
intrínsecos (relacionados a características individuais) e extrínsecos (relacionados a condições
externas ou ambientais). A maior parte das entorses ocorre ao aterrissar no pé do adversário
após um salto e uma certa parcela, após uma aterrissagem bípede no solo ou durante o rebote
ou corrida. Os resultados mostram que uma parcela significativa dos atletas relataram não ter
realizado nenhum tipo de prevenção nos treinos. A posição dos jogadores isoladamente resultou
em 38,1% de probabilidade de entorse ao considerar o membro inferior esquerdo como
dominante. A combinação de tênis sem amortecedor e a posição dos jogadores aumentou a
probabilidade em mais de 80% (MORÉ-PACHECO et al., 2019).
Apesar de uma compreensão crescente dos fatores de risco únicos e específicos do
esporte, a literatura existente sobre a prevenção de lesões no voleibol é relativamente escassa
(REESER et al., 2006). Entende-se que essas lesões levam a custos diretos e indiretos
substanciais com a saúde e provavelmente induzem prejuízos na vida diária, no esporte e/ou no
trabalho (KILIC et al., 2017). Compreender os padrões de lesão pode ajudar os médicos no
diagnóstico, tratamento e prevenção das lesões (BAUGH et al., 2018). Dessa forma, torna-se
necessário que medidas preventivas eficazes estejam disponíveis, de acordo com a relevância,
adequação e usabilidade, de modo que a capacidade de participar e desfrutar do esporte não
seja comprometida, bem como possa prolongar a carreira do atleta desta modalidade, quando é

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o caso (GOUTTEBARGE et al., 2017; KILIC et al., 2017; REESER et al., 2006; MORÉ-
PACHECO et al., 2019).
A prática clínica em medicina esportiva cresceu para implementar baterias de avaliações
multifacetadas (isto é, sintomas, equilíbrio e testes neurocognitivos) com mais frequência do
que nunca antes, resultando em melhor sensibilidade diagnóstica para os pacientes atletas
lesionados. (CHANDRAN et al., 2021).

2 OBJETIVOS
Esta revisão tem como objetivo analisar estudos que abordam as principais lesões
musculoesqueléticas que acometem atletas de vôlei. Desta forma, são abordados aspectos
epidemiológicos e etiológicos, além de fatores de risco, métodos diagnósticos e de tratamento
em geral e específicos das lesões mais prevalentes, que usualmente envolvem as articulações
do ombro, cotovelo, punho e dedos, joelho, tornozelo e a coluna lombar.

3 MÉTODOS
Trata-se de um estudo descritivo realizado através de revisão de literatura, na qual foram
selecionados trabalhos com temas relacionados à etiologia, epidemiologia, fatores de risco,
diagnóstico e tratamento das principais lesões musculoesqueléticas que acometem atletas de
vôlei. Foram selecionados 49 artigos a partir das bases de dados PubMed e SciELO, em idioma
inglês, que se mostraram pertinentes à discussão.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 LESÕES NO OMBRO
Lesões de ombro têm alta prevalência em atletas que praticam esportes aéreos com uso
excessivo dos membros superiores, como por exemplo o vôlei. Em vista disso, estudos foram
realizados a fim de identificar fatores de risco intrínsecos e extrínsecos para essa lesão. Os
fatores intrínsecos identificados foram o histórico de dor no ombro, com ou sem lesão, a
sobrecarga crônica de movimentos de extrema amplitude, flexibilidade excessiva do ombro e
fraqueza muscular e como fatores extrínsecos foram observados a posição no campo, o tipo de
jogo e a frequência deles. No vôlei, especialmente o ombro possui alto risco de lesão, já que os
jogadores enfrentam constantemente altas cargas e forças durante os movimentos de saque e
ataque. Desse modo, a grande quantidade de problemas nessa estrutura anatômica demonstra a
importância de estratégias de prevenção de lesões nos atletas. (COOLS, 2015; TOOTH et al.,
2020)

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No vôlei as lesões por uso excessivo do ombro representam cerca de 19,1% do total das
lesões, sendo que o impacto subacromial/manguito rotador é uma das lesões por superuso de
ombro mais frequente nos jogadores, já que ocorre a cada vez que o braço é elevado acima do
nível do ombro. A irritação dessa região pouco vascularizada pode levar a uma resposta
inflamatória, que por sua vez pode causar tendinite e dor na maioria dos casos, além do inchaço
e a piora da movimentação do ombro. Como exame de imagem, a ressonância magnética (RM)
é o melhor método para o diagnóstico da lesão do manguito rotador em indivíduos sintomáticos
e assintomáticos, a ultrassonografia também é eficaz no diagnóstico, porém possui uma
acurácia inferior à RM, já que depende da experiência do examinador. (SEMINATI; MINETTI,
2013).
Outras alterações no ombro frequentes no vôlei são a deficiência de rotação interna
glenoumeral (GIRD) em que ocorre a diminuição de rotação interna e o aumento de rotação
externa, comparando com o membro dominante e não dominante. Na investigação da GIRD o
clínico deve colocar o paciente em decúbito dorsal com o ombro no plano frontal e o cotovelo
fletido a 90° para que a amplitude de rotação do ombro possa ser analisada com goniômetro ou
inclinômetro. Já na discinesia escapular ocorre a disfunção da musculatura para-escapular, o
que altera o movimento da escápula ao levantar o braço, o diagnóstico é clínico e realizado pela
observação visual do examinador, entretanto algum grau de discinesia escapular em atletas de
vôlei pode ser considerado normal, devido a adaptação anatômica desenvolvida pelo próprio
esporte. (COOLS, 2015; SEMINATI; MINETTI, 2013).
Por último, na neuropatia supraescapular ocorre a compressão do nervo supraescapular
em razão da contração excêntrica máxima do músculo infraespinhal que ocorre durante o
movimento de saque no vôlei e, com o aprisionamento desse nervo provoca a atrofia acentuada
dos músculos supraespinhoso e infraespinhoso. A clínica geralmente é relatada com fraqueza
indolor do movimento de rotação externa do ombro (MAZZA et al., 2021). É uma lesão de
difícil diagnóstico, portanto, não é possível identificar a lesão apenas com exame clínico. Desse
modo, é necessário exames complementares, tendo como exame padrão-ouro os estudos de
eletromiografia e velocidade de condução nervosa que mostraram eficácia no diagnóstico em
mais de 90% dos indivíduos lesionados. Entretanto, estudos mais recentes mostraram que a
ressonância magnética também permite o diagnóstico sem necessidade complementar com
eletrodiagnósticos, já que consegue mostrar os achados indiretos de encarceramento do nervo
e o local exato da lesão. (MAZZA et al., 2021; SEMINATI; MINETTI, 2013)
A fim de estabelecer métodos de prevenção de lesões recorrentes no ombro em atletas
de vôlei é preciso que seja identificado os fatores de risco de maneira individualizada de cada

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jogador para que programas de treinamento preventivos sejam elaborados e acrescentados no


cronograma de treinamento do atleta. O tratamento de lesões no esporte, muitas vezes, é difícil,
demorado e com alto custo, contudo, algumas estratégias são estudadas para amenizar os danos
do excesso de amplitude de movimento de rotação do ombro nos atletas por meio de exercícios
de propriocepção e controle motor, mais alongamentos e maior foco no fortalecimento dos
rotadores externos e internos para dar maior estabilidade a cabeça do úmero durante os
movimentos de extrema amplitude e flexibilidade no jogo. (ASLER, 2018; TOOTH et al., 2020)
Ainda, os treinadores devem estipular a quantidade de carga horária de treino para cada
atleta de modo a respeitar o período de recuperação e restauração da flexibilidade de cada
estrutura anatômica estimulada durante o treinamento. (ASLER, 2018; COOLS, 2015)
Portanto, é necessário mais estudos para o desenvolvimento de novas técnicas de jogo e
alongamentos no vôlei que contribuam para diminuir o estresse e a amplitude de movimento
das principais estruturas envolvidas durante a partida, sem que afete o desempenho dos atletas.

4.2 LESÕES NO COTOVELO


Os esportes que englobam atividades de arremesso acima da cabeça expõem o cotovelo
a um tremendo estresse, o que torna os atletas mais vulneráveis a uma diversidade de lesões.
Embora os jogadores arremessadores de beisebol sejam os atletas mais comumente afetados
por esse tipo de lesão, os atletas de arremesso de bola – como exemplo, jogadores de vôlei –
também são afetados (PATEL et al., 2014). Dessa maneira, é indubitável a relação existente
entre a prática de esportes aéreos e a ocorrência de lesões no cotovelo, um dos sintomas mais
relatados em caso de ocorrência de desconforto articular de membro superior e, por isso, é de
grande relevância a abordagem desse tema. (HAN LI et al., 2022).
Entre os fatores de risco para desenvolvimento de lesões no cotovelo, destacam-se
especialização esportiva, intensidade do treinamento, número de jogos por semana e número de
arremessos por jogo e ao longo de um ano, haja vista que a carga repetitiva no ombro e cotovelo
sem tempo adequado e suficiente para recuperação pode contribuir para lesões por uso
excessivo. As forças geradas pelos arremessos são distribuídas pelos tecidos moles e ossos da
articulação do cotovelo, podendo levar à lesão por atrito no cotovelo (POZZI et al., 2020).
Nesse sentido, torna-se plausível afirmar que arremessos repetitivos acima da cabeça
conferem alto valgo e cargas de extensão ao cotovelo do atleta, o que pode acarretar ao paciente
tanto alterações anatômicas estruturais progressivas quanto lesões agudas ou crônicas, visto que
a força de tração é aplicada às estruturas estabilizadoras mediais e, com isso, ocorre compressão
do compartimento lateral e tensão de cisalhamento posteriormente. Algumas das lesões mais

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comuns encontradas no cotovelo de arremesso incluem: rupturas do ligamento colateral ulnar,


neurite ulnar, tensão ou tendinite do músculo flexor-pronador, avulsão ou apofisite do
epicôndilo medial, síndrome de sobrecarga de extensão em valgo do olécrano, fraturas por
estresse do olécrano e osteocondrite dissecante do capítulo (CAIN et al., 2003).
Dessa maneira, com o objetivo de oferecer ao atleta arremessador maior precisão
diagnóstica e tratamento com conduta adequada, o conhecimento detalhado das estruturas
anatômicas de maior risco, das aparências da propedêutica de imagem escolhida e da função do
complexo do cotovelo e a compreensão da biomecânica do movimento de arremesso são
essenciais. Geralmente, os sinais e sintomas mais comuns de serem identificados no exame
físico de um paciente com lesão no cotovelo são dor, inchaço, dormência, formigamento,
rigidez da articulação e fraqueza no braço, punho e mão, sendo que, se a articulação estiver
deslocada, pode haver uma deformidade visível (ANDERSON; ALFORD, 2010).
Ademais, no que se refere ao tratamento dessas lesões, foram evidenciadas recentes
vantagens nas técnicas cirúrgicas artroscópicas e reconstrução ligamentar no cotovelo, seguida
de melhora do prognóstico de retorno à competição aos atletas que praticam esportes que
englobam atividades de arremesso acima da cabeça. Todavia, é fato que a prática de arremessos
contínuos pode resultar em lesões subsequentes e recorrência dos sintomas no atleta
competitivo.

4.3 LESÕES DE PUNHO, MÃO E DEDOS


As lesões de punho, mão e dedos representam cerca de 25% das injúrias relacionadas
ao esporte, o que justifica a importância de abordá-las. No vôlei, a carga axial que a bola exerce
sobre os dedos dos atletas durante um movimento de bloqueio, por exemplo, pode resultar em
fraturas, luxações ou rupturas ligamentares, sendo que é comum a realização de radiografia de
mão e dedos para descartar a possibilidade de lesões ósseas em pacientes com sinais flogísticos
após um evento traumático durante o jogo. Considerando o contexto da urgência, vale destacar
as luxações das articulações interfalangeanas proximais (IFP), oriundas de hiperextensão dos
dedos, e o dedo em martelo, que apesar de ser classicamente descrito no beisebol, pode ocorrer
em jogadores de vôlei quando há impacto da bola contra a ponta dos dedos (EERKES, 2012;
LEGGIT; MEKO, 2006).
As luxações de IFP são as lesões ligamentares mais comuns da mão, sendo
caracterizadas pela perda completa de congruência entre as superfícies articulares das falanges
média e proximal, sendo relativamente comuns no vôlei devido à compressão axial e
consequente hiperextensão dos dedos (EERKES, 2012; JOYCE et al., 2014). O paciente

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usualmente queixa-se de dor e deformidade no dedo após um trauma semelhante ao supracitado.


Ao exame físico, nota-se deslocamento visível, edema periarticular e diminuição da amplitude
de movimento. Nesses casos, é indicado a realização de radiografia (Rx) de dedo em incidência
ântero-posterior, lateral e oblíqua, que pode confirmar o diagnóstico e deve ser repetida após a
correção da lesão (LEGGIT; MEKO, 2006).
O tratamento na urgência envolve a redução fechada e imobilização articular por 2 a 3
semanas, que pode ser feita pendendo dedo lesionado a um adjacente com fita adesiva. Vale
ressaltar que o bloqueio anestésico pode ser necessário para reduzir a luxação se o paciente não
tolerar a dor, e analgésicos devem ser prescritos conforme a necessidade. No entanto, quando
há instabilidade secundária à movimentação passiva do dedo em alguma direção, deve-se
levantar a hipótese de ruptura ligamentar, o que implica a necessidade de imobilização com tala
metálica e consulta com ortopedista para avaliar a necessidade de correção cirúrgica. Além
disso, a avaliação de um especialista é indicada imediatamente se houver fratura associada,
luxação irredutível ou exposta, devido ao risco de complicações (FREIBERG et al., 2006;
JOYCE et al., 2014).
A lesão do dedo em martelo, por sua vez, resulta da flexão forçada da articulação
interfalangeana distal (IFD) durante a extensão ativa, o que pode ocorrer devido ao impacto da
bola contra a ponta de um dedo (EERKES, 2012). O paciente geralmente relata dor e
incapacidade de estender a IFD após um evento como o supracitado. Ao exame físico, nota-se
edema, deformidade em flexão e ausência de extensão ativa da falange distal. Vale ressaltar que
existem duas variantes dessa lesão: o martelo tendinoso, secundário à ruptura do tendão
extensor, e o martelo ósseo, oriundo da fratura por avulsão da falange distal, sendo que, na
urgência, o Rx de 3 incidências na urgência é suficiente para diferenciá-las. Na primeira, nota-
se o inchaço de tecidos moles periarticulares, enquanto na segunda percebe-se a avulsão no
dorso da base da falange distal (LEGGIT; MEKO, 2006; WANG; JOHNSON, 2001).
O tratamento conservador deve ser instituído imediatamente e consiste em imobilizar
totalmente a IFD em extensão por 6 a 8 semanas em período integral, o que pode ser feito com
uma tala de metal fixada por fita adesiva no dorso das falanges média e distal, enfatizando ao
paciente que a articulação não deve ser fletida em nenhuma hipótese durante o período referido.
Ressalta-se que a IFP não deve ser imobilizada e, após a cicatrização, deve-se usar a tala no
período noturno por mais 2 a 3 semanas. Todavia, a avaliação de um ortopedista é indicada em
casos de martelo ósseo com envolvimento de mais de um terço da falange distal, com
subluxação volar associada ou na incapacidade de realizar a extensão passiva total, já que nesses
casos a correção cirúrgica pode ser necessária (WANG; JOHNSON, 2001).

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4.4 LESÕES NA COLUNA LOMBAR


As lesões na região lombar são acometimentos habituais em atletas de alto rendimento
. Os deslocamentos que envolvem flexão repetitiva e rotação do tronco resultam em sobrecarga
na que decorrem em microtraumas sucessivos que torna os tecidos da região lombar mais
suscetíveis ao dano.Os movimentos de extensão hiperextensão repetitivos ,por exemplo,podem
causar estresse nos ossos da região lombar.Acarretando potencialmente fraturas por estresse
da vértebra da coluna, a espondilólise.Em um estudo de coorte realizado em parceria com a
Confederação Alemã do Esporte que questionou 181 atletas de alto rendimento, incluindo 53
de voleibol ,sobre dores na região do dorso as lombalgias foram as mais frequentemente
relatadas em todas as modalidades. (FETT; TROMPETER; PLATEN, 2019).
A etiologia e o mecanismo produtor de lesões na região lombar em atletas de voleibol
são pouco delineados .Com mais frequência são salientados em estudos estas elucidações
acerca de lesões na região superior do dorso e pescoço pois estas evidenciam padrões de dano
particulares ao esporte que são resultados ,por exemplo, dos movimentos de hiperextensão
realizados para deslocamento aéreo da bola.No entanto,devido a prevalência de acometimentos
lombares se impõe a necessidade de se esclarecer as razões para a susceptibilidade destes
esportista a estas lesões .Em estudo realizado analisando dados de prontuários cedidos pela
Associação Atlética Universitária Nacional dos Estados Unidos acerca de lesões de jogadoras
universitárias durante 5 anos foi encontrada uma taxa de lesões lombares de 4,89/10.000 e
entre estas 29,2% eram recorrentes. Em sua maioria (53%) estas lesões foram classificadas
como “dor lombar não específica".Sendo seguidas pelas distensões , espasmos lesões do
sistema nervoso, fraturas e os hematomas com menor frequência.(RICHMAN et al., 2021).
Para investigar as bases das dores, os estudos recentes têm tido como enfoque a busca
por conexões entre o aparecimento de lombalgias com lesões em outras regiões .A exemplo o
estudo de corte transversal japonês realizado em um grupo de 566 jovens jogadores de vôlei
do ensino fundamental que encontrou associação entre a dor decorrente de lesões localizadas
em membros inferiores e a manifestação de lombalgias.As lesões em membros inferiores como
a tendinite patelar e entorse de tornozelo estão entre as mais comuns entre praticantes do
esporte. Desta forma, devido aos movimentos simultâneos das extremidades inferiores e da
região lombar essenciais à execução dos fundamentos básicos do vôlei como o saque e bloqueio
é possível supor a tese de que as lesões lombares possam ter como fator a perda de equilíbrio
postural resultante do acometimento dos membros inferiores.(YABE et al., 2020)
Esta hipótese é endossada pelos resultados encontrados por um estudo japonês que
tinha como objetivo investigar possíveis associações entre lombalgia e diversos fatores que

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impactam na performance dos jogadores, como o tempo de prática e lesões prévias. Este foi
realizado por meio de um questionário respondido por 123 jogadores de times de elite de
escolas públicas japonesas.Nas respostas dos 48% dos atletas que relataram sentir dores na
região lombar foi encontrada uma relação significativa entre lesões no tornozelo ou joelho
no ano anterior e o surgimento destas dores .(MIZOGUCHI et al., 2019). A lombalgia nestes
atletas, portanto, pode ser compreendida um indicativo do seu estado sistêmico o que
demonstra a pertinência da ampliação de estudos que se aprofundem nos fatores que as
predispõem.

4.5 LESÕES NO JOELHO


A tendinopatia patelar é uma lesão caracterizada por dor na patela ou no tendão do
quadríceps, geralmente acompanhada por sensibilidade palpável do tendão e muitas vezes por
alterações estruturais, as quais podem ser visualizadas pelo ultrassom ou pela ressonância
magnética. Essa lesão está fortemente relacionada à atividade de salto e aterrissagem, sendo
que a prevalência dessa condição em atletas de voleibol de elite foi relatada em cerca de 50%.
Portanto, compreender o perfil de risco dessa condição, o diagnóstico e o tratamento é
necessário porque a tendinopatia patelar está associada a dor de longo prazo e limitações
funcionais que podem não apenas afetar a participação no esporte, mas também encerrar uma
carreira esportiva (SANTANA et al., 2021).
Uma recente revisão sistemática dos riscos para o desenvolvimento da tendinopatia
patelar mostrou que fatores antropométricos, como um alto índice de massa corporal, uma
grande circunferência abdominal, uma discrepância no comprimento dos membros, e o arco do
pé plano estão relacionados ao desenvolvimento da lesão. Além disso, os volumes de
treinamento mais altos (por exemplo, treinamento de salto aumentado, mais séries de vôlei por
semana) também podem estar associados (MACDONALD et al., 2020).
Um exame de toda a cadeia cinética é necessário para identificar déficits relevantes na
região do quadril, joelho e tornozelo-pé. A fraqueza dos músculos glúteos, quadríceps e
panturrilha é comum entre esses pacientes. A inflexibilidade do quadríceps ou dos músculos
isquiotibiais pode exacerbar a tendinopatia patelar. Além disso, é importante avaliar assimetrias
na mecânica do pé e tornozelo. O pé e o tornozelo precisam de movimento adequado para
funcionar como amortecedores eficazes e, assim, evitar sobrecarga excessiva no joelho . Um pé
de arco alto ou hiperpronado pode ser funcionalmente rígido, limitando a absorção de choque,
assim como a dorsiflexão reduzida do tornozelo (por exemplo, de uma entorse do tornozelo
anterior) (MENDONÇA et al., 2018).

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A dor geralmente ocorre imediatamente quando o tendão é carregado e desaparece


quando o carregamento cessa ,ou seja, em repouso. A dor costuma piorar ao aterrissar de um
salto e depende da dose, com cargas mais altas causando mais dor. Devido à dor e à disfunção,
os atletas de salto geralmente relatam uma diminuição no desempenho atlético, como redução
da altura do salto ou diminuição da capacidade de mudar de direção rapidamente (RIO et al.,
2015).
Geralmente, nenhum inchaço óbvio do joelho está presente. A palpação do joelho revela
sensibilidade focal no polo inferior da patela, onde se origina o tendão patelar, ou apenas
distalmente no corpo do tendão. Embora seja característico da tendinopatia patelar, a
sensibilidade focal nesse local também pode ser causada por condições como a dor
femoropatelar. A dor focal é provocada com manobras de carga do tendão patelar, como salto
ou desaceleração. O agachamento unipodal normalmente causa muita dor localizada no início
da flexão do joelho. Esse movimento pode ser utilizado para auxiliar no diagnóstico e definir o
grau de irritabilidade do tendão (SANTANA et al., 2021).
Embora a ultrassonografia e a ressonância magnética (RM) possam mostrar
anormalidades do tendão patelar, elas não devem ser consideradas padrão-ouro para o
diagnóstico. A prevalência de anormalidades de imagem em populações esportivas é alta, e as
anormalidades de ultrassom e ressonância magnética nem sempre se correlacionam com dor e
diminuição da função. Com exceção da ultrassonografia à beira do leito, o diagnóstico por
imagem geralmente não é indicado para tendinopatia patelar, pois o diagnóstico pode ser feito
com base apenas na história e nos achados do exame na maioria dos casos. Dessa maneira, os
exames de imagem devem ser usados para descartar outras patologias possivelmente
coexistentes e auxiliar no raciocínio clínico, incluindo o diagnóstico diferencial. Esse inclui dor
femoropatelar, bursite do joelho, avulsão da tuberosidade tibial (Osgood-Schlatter), avulsão da
apófise patelar inferior (Sinding-Larsen-Johansson) (FIGUEROA et., 2016).
Logo, o exame de ultrassonografia com power Doppler ou Doppler colorido pode ser
usado para visualizar alterações patológicas no tendão patelar, incluindo rupturas do tendão. Os
achados característicos da tendinopatia patelar incluem regiões hipoecóicas, espessamento e
neovascularização do tendão e, às vezes, calcificação na porção dorsal proximal do tendão. Já
o achado mais característico da tendinopatia patelar na ressonância magnética é um sinal
hiperintenso e focal dentro do tendão proximal, fotografado com uma técnica turbo spin echo
(TSE) ponderada em T2 (SANTANA et al., 2021; MACDONALD et al., 2020).
Por fim, o núcleo da reabilitação consiste em um programa de treinamento de força com
exercícios progressivos de carga do tendão que preparam o tendão para suportar as altas cargas

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suportadas durante o esporte. Os primeiros passos no manejo são determinar se os sintomas


requerem que o paciente se abstenha de atividades específicas de carga e participação em
esportes e reduza a dor a um nível aceitável. É importante avaliar a irritabilidade do tendão
patelar, o que envolve determinar a duração dos sintomas após o carregamento. A dor "estável"
do tendão diminui para níveis controláveis dentro de 24 horas, enquanto a dor "irritável" do
tendão persiste por mais de 24 horas após o carregamento (MENDONÇA et al., 2018; RIO et
al., 2015).
Alguns estudos sugerem que até 24 horas de dor após atividades de sobrecarga do tendão
(por exemplo, agachamento, salto) podem ser aceitáveis durante a reabilitação. Embora não
haja uma maneira única de reabilitar uma lesão, a abordagem preferida de Bennet et al.,
envolve um programa de quatro estágios que inclui o seguinte:
- Exercícios isométricos (estáticos; exemplo é a prancha)
- Exercícios isotônicos (dinâmicos; exemplo importante é leg press)
- Exercícios de armazenamento de energia (explosivos; exemplos incluem
variações de agachamento com salto, sprints de agilidade com mudança de direção).
A cirurgia raramente é necessária se as cargas de treinamento forem limitadas e um
programa de reabilitação apropriado for implementado. Às vezes, atletas de elite com dor
persistente devido a carga excessiva persistente optam por fazer cirurgia. Os métodos cirúrgicos
empregados permitem a carga imediata do tendão e o retorno ao esporte completo após 8 a 16
semanas de reabilitação.A reabilitação geralmente requer pelo menos três meses. Os seguintes
critérios devem ser atendidos antes que o paciente retorne ao esporte:
- Movimento completo e sem dor do joelho
- Abdução do quadril, quadríceps, isquiotibiais e força muscular da panturrilha
aproximadamente igual à da extremidade não lesionada
- Capacidade de realizar todas as tarefas específicas de esportes ou trabalho com
uma pontuação analógica visual (VAS) ≤2 (escala de 0 a 10) (SANTANA et al., 2021;
MACDONALD et al., 2020).

4.6 LESÕES NO TORNOZELO


As entorses de tornozelo, que podem ocorrer por estiramento, ruptura parcial ou total de
um ligamento, correspondem a 41% de todas as lesões associadas ao voleibol, caracterizando-
se como o tipo de lesão mais comum (RODRIGUES et al., 2009; ALAWNA et al., 2020).
Dessa, é importante ressaltar a importância da abordagem correta das lesões, uma vez que
aproximadamente 20% das entorses agudas de tornozelo se tornam crônicas, podendo

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desencadear disfunções proprioceptivas, influenciando na estabilidade do tornozelo e equilíbrio


(ALAWNA et al., 2020).
As entorses podem ser divididas em entorse lateral, medial e sindesmótica e
classificadas em graus I, II e III, sendo a lesão de grau I leve, de grau II moderada e de grau III
grave. A entorse lateral, que consiste na inversão do pé em flexão plantar, lesionando o
complexo ligamentar lateral do tornozelo (ligamentos talofibular anterior, calcaneofibular e
talofibular posterior), é a mais recorrente nos jogos de voleibol (RODRIGUES et al., 2009;
VUURBERG et al., 2018). A maioria das lesões ocorre principalmente durante o bloqueio,
quando um bloqueador cai no pé de um companheiro de equipe ou no pé do atacante adversário
durante a aterrissagem. As lesões relacionadas ao trauma sem contato decorrem principalmente
devido à inversão rápida com flexão plantar substancial ausente (SKAZALSLKI et al., 2018).
Ao exame físico, a entorse de tornozelo pode apresentar edema e equimose e é
importante avaliar se existem outras lesões associadas como, por exemplo, fraturas. As regras
do tornozelo de Ottawa (OAR) são uma ferramenta de decisão clínica que pode ser utilizada
para excluir fraturas de tornozelo durante o exame físico, afastando a necessidade de
radiografias em pacientes com lesão aguda do tornozelo (GOMES et al., 2022). Além disso, é
importante verificar se há dor na inversão passiva suave e na eversão do tornozelo, visto que a
dor aumenta com a inversão forçada do tornozelo nos casos de entorses laterais, enquanto a dor
de uma entorse medial é acentuada durante a eversão do tornozelo (RENSTRÖM et al., 1999).
O teste da gaveta anterior também deve ser realizado, uma vez que detecta o deslocamento
anterior excessivo do tálus na tíbia, que pode ocorrer quando o ligamento lateral talofibular
anterior for rompido, no entanto, possui maior sensibilidade e especificidade quando realizado
de 4 a 5 dias após a lesão (VUURBERG et al., 2018).
A ultrassonografia e o exame físico possuem valores de sensibilidade próximos, sendo
o exame físico muitas vezes suficiente para o diagnóstico (VUURBERG et al., 2018). Em
comparação com os outros tipos de exame de imagem, o ultrassom possui uma resolução
espacial superior e pode proporcionar a visualização com precisão dos ligamentos deltóides,
tibiofibular anterior inferior e entorses laterais do tornozelo e, ainda, permite a distinção entre
ruptura ligamentar parcial e total (ALLISON et al., 2010; ABDEEN et al. 2019).
Nos casos de lesão aguda, a ressonância magnética não tem vantagem sobre a
radiografia simples (NIKKEN et al., 2005), mas quando há suspeita de lesões ligamentares de
alto grau, defeitos osteocondrais, lesões sindesmóticas e fraturas ocultas, a ressonância
magnética é indicada devido à sua sensibilidade de 93%–96% e especificidade de 100% para a
visualização dessas lesões. Radiografias de estresse e artrografias também podem ser utilizadas,

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mas possuem um valor diagnóstico limitado e são consideradas obsoletas nos casos de lesões
ligamentares (VUURBERG et al., 2018).
O tratamento conservador da entorse aguda consiste no método PRICE, que integra
proteção, descanso, gelo, compressão e elevação, apesar de sua eficácia de forma isolada não
ter sido completamente comprovada cientificamente (BLEAKLEY et al., 2010). Anti-
inflamatórios não esteroidais (AINEs) e paracetamol podem ser usados para analgesia e redução
do inchaço (VUURBERG et al., 2018).
Quanto à entorse lateral aguda, as evidências apontam que o suporte funcional, como o
uso de órtese e fisioterapia, se apresenta mais eficaz que a imobilização. Além disso, a terapia
de exercícios deve ser iniciada após a lesão, a fim de acelerar a recuperação da funcionalidade
articular (VUURBERG et al., 2018). A mobilização com movimento (MWM) na dor,
mobilidade e função do tornozelo por inversão aguda e subaguda de graus I e II foi investigado
no estudo de Gogate et al., em que os pacientes (n=32; P value <0,05) foram analisados por um
período de 2 semanas, sendo que o grupo submetido à MWM associado à fita e ao exercício
obteve melhorias significativamente maiores em relação à dor, dorsiflexão funcional na
amplitude do movimento, pontuação FADI (Índice de Incapacidade do Pé e Tornozelo) e
equilíbrio dinâmico em comparação com o grupo que recebeu MWM simulado, fita simulada
e exercício. A intervenção cirúrgica pode ser aplicada em alguns casos de ruptura completa do
ligamento lateral ou após lesões de origem crônica, mas o tratamento funcional ainda é o mais
indicado (VUURBERG et al., 2018).

5 CONCLUSÃO
Com esta revisão, percebe-se que, apesar da variação entre os sítios anatômicos das
lesões e da fisiopatologia distintas das lesões discutidas, há relativa convergência entre os
fatores de risco, diagnóstico e métodos de prevenção. Nota-se que a maioria das lesões ocorre
devido à sobrecarga de treinamento, já que a exaustão dos grupamentos musculares influencia
negativamente na estabilidade articular, ou à traumas associados aos saltos ou impactos contra
a bola, que são inerentes ao esporte. Quanto ao diagnóstico, percebe-se também que a maioria
envolve um exame clínico bem feito em associação com algum método de imagem. Por fim,
entende-se que grande parte das lesões discutidas neste trabalho podem ser evitadas a partir de
um programa de treinamento equilibrado e individualizado, associado a exercícios de
fortalecimento muscular intercalados com períodos de recuperação adequados.

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