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AULA 01 - EXAME DO

SISTEMA RESPIRATÓRIO
PROFESSORA RIELLE MESQUITA
Sistema Respiratório
• Composto por:
• porção condutora (nariz externo e
cavidade ou fossas nasais), faringe,
laringe, traqueia, brônquios,
bronquíolos;
• porção respiratória: pulmões, ductos
alveolares, alvéolos e pleura.

• Importante revisar a anatomia dessas


porções.
Funcionalidade do sistema respiratório
• Função primordial: troca gasosa – HEMATOSE
• Regulação do pH sanguíneo
• Sensibilidade olfativa
• Fala
Principais sinais e sintomas respiratórios
• Qualquer parte do sistema respiratório pode ser
infectado e ficar doente.
• As consequências da doença podem ter resultados
prolongados e gerar uma reação inflamatória.
• Como qualquer outro sistema do nosso corpo, a
resposta à infecção é uma reação inflamatória que
acarreta hiperemia e tumefação da mucosa, o que
dá origem à maior secreção de muco pulmonar e,
consequentemente, dificuldade respiratória.
• Os sintomas mais frequentes do acometimento desse sistema são
mostrados na figura a seguir.
Tosse
• A tosse é um dos sintomas mais comuns observados em pacientes
com doença pulmonar.
• Manobra expiratória forçada, a qual expele muco e material estranho
contido na via aérea.
• Remoção de secreção.
• A ineficácia da função de tossir cria a necessidade de sucção para
evitar complicações pulmonares.
Tosse
• A tosse ocorre quando os receptores da tosse são estimulados por
inflamação, muco, materiais estranhos ou gases nocivos.
• Os receptores da tosse estão localizados (em sua grande parte) na laringe,
na traqueia e nos grandes brônquios.

• A eficácia da tosse depende:


• da capacidade de realizar uma inspiração profunda,
• da retração pulmonar,
• da força dos músculos respiratórios e
• do nível de resistência das vias aéreas.

• A capacidade de realizar uma inspiração profunda ou expirar forçadamente é


frequentemente comprometida em pacientes com doenças neuromusculares.
Classificações da tosse
• Eficaz (funcional): forte o suficiente para limpar e remover as
secreções.
• Semieficaz (pouco funcional): adequada para forçar a limpeza das
secreções do trato respiratório superior em pequenas quantidades; é
necessária assistência de sucção para limpar a secreção secundária
das infecções.
• Ineficaz (não funcional): incapaz de produzir qualquer força de tosse.
Outras características
• Seca ou úmida
• Produtiva ou improdutiva
• Aguda ou crônica
• Momento do dia em que ela ocorre

• Ajudam a conhecer a causa da tosse. Um exemplo de tosse seca (sem


secreção) e não produtiva é típica de doenças pulmonares restritivas, como
a insuficiência cardíaca congestiva ou a fibrose pulmonar.
• Uma tosse úmida e produtiva (carregada de secreção) é normalmente
associada com doenças pulmonares obstrutivas inflamatórias, como a
bronquite e a asma.
causas
• A causa mais comum de tosse aguda é uma infecção viral das vias
aéreas superiores, como um resfriado.
• As causas comuns de tosse crônica incluem a asma, o gotejamento
pós-nasal (frequentes em pacientes com rinite e sinusite), a bronquite
crônica e o refluxo gastroesofágico.
Avaliação da tosse
• Frequência.
• Intensidade.
• Duração (aguda, menor que três semanas; ou crônica, maior que três
semanas).
• Tonalidade.
• Tosse com ou sem expectoração (úmida ou seca).
• Relação da tosse com o decúbito (algumas pioram em decúbito dorsal).
• Período do dia de maior intensidade (diurno, noturno ou diuturno).
• Fenômenos que podem acompanhar um episódio de tosse: tonturas e
desmaios (por diminuição do fluxo cerebral) ou vômitos.
Dispneia
• Respiração difícil ou trabalhosa
• Pacientes dispneicos
• Termos: eupneia, ortopneia, taquipneia, bradipneia e apneia
(ausência transitória).
Dor torácica
• As camadas parietal e diafragmática da pleura são sensíveis à dor,
enquanto o tecido pulmonar e a camada visceral da pleura não
possuem terminações nervosas sensíveis à dor.
• A irritação da pleura causa uma dor aguda.
• Grande parte das dores torácicas podem ser classificadas como
pleurítica ou não pleurítica.
• Pleurítica: Piora quando o paciente inspira profundamente e é
descrita como uma dor aguda do tipo pontada. Geralmente associada
a doenças torácicas que inflamam o revestimento pleural do pulmão
(como pneumonia ou embolia pulmonar).
• Não pleurítica: geralmente está localizada no centro da região torácica
anterior e pode irradiar para o ombro ou para as costas. Ela não é afetada
ou alterada pela respiração e é descrita pelo paciente como uma dor do
tipo pressão (como na angina, refluxo gastroesofágico, costocondrite e
colecistopatias).

• Outros tipos de dor torácica:


• Mediastinal: provenientes do miocárdio, do pericárdio, do
pneumomediastino e de tumores.
• Pleuropulmonar: pleura, pneumotórax, tumores e pneumonias.
• Digestivas: úlceras, esofagites, colecistite, refluxo gastroesofágico,
pancreatite etc.
Sibilos e estridores
• representam o som das vibrações quando
o ar flui em alta velocidade por meio de
uma via aérea estreitada.
• Sibilo: som de assobio normalmente
ouvido na expiração, causado pelo fluxo
de ar por meio das vias aéreas com luz
estreitadas.
• O diâmetro das vias aéreas pode ser
diminuído por broncoespasmo, edema de
mucosa, inflamações, tumores e corpos
estranhos. Na asma grave, ele também
pode ser ouvido na inspiração.
Sibilos e estridores
• Estridor: som vibrante estridente
ouvido na inspiração, causado por
obstrução da laringe, traqueia ou
brônquios principais. O estridor é um
som respiratório agudo que se produz
quando o ar flui de maneira turbulenta
ao longo de uma via respiratória
superior esticada ou parcialmente
obstruída.
Cianose
• Nome dado à cor azul (ou arroxeada) da pele
e das membranas mucosas.
• Os dedos devem ser examinados na
investigação da cianose (facilmente
identificada pela transparência das unhas).
• A cianose torna-se visível quando a
quantidade de hemoglobina insaturada no
sangue capilar ultrapassa 5 a 6 g/dl.
• Isso pode ser decorrente da redução do
conteúdo arterial ou venoso de oxigênio ou
de ambos.
• Digital (ponta dos dedos) ou central (língua,
lábios e lóbulos da orelha)
Hemoptise
• É a tosse ou escarro com sangue dos pulmões, classificada como:
• maciça, mais de 300 ml de sangue em 24 horas, isto é, uma emergência
médica;
• ou não maciça. Ela deve ser diferenciada da hematêmese, vômito de
sangue do trato gastrointestinal.
• O sangue dos pulmões é frequentemente observado em pacientes com
histórico de doença pulmonar e pode estar associado ao escarro.
• O sangue proveniente do estômago pode estar misturado com partículas
alimentares e ocorre mais frequentemente em pacientes com histórico de
doença gastrointestinal.
• Causas comuns de hemoptise maciça: bronquiectasia, abscesso pulmonar e
a tuberculose aguda e crônica.
Hemoptise
• A hemoptise não maciça é mais observada por infecção das vias
aéreas, mas também no câncer pulmonar.
• Associada à infecção, normalmente é observada em um escarro
purulento com estrias (riscos) de sangue.
• A hemoptise do carcinoma broncogênico normalmente é crônica.
Sinais Vitais
• FR
• FC
• PA
• TEMPERATURA

• dados importantes sobre o estado do sistema cardiovascular/pulmonar.


• As variações nos sinais são indicações claras de que houve alguma
alteração no estado fisiológico do paciente. Essas medidas podem ser
registradas em repouso, durante e após o exercício, e são indicadores que
fornecem dados importantes sobre a capacidade aeróbica e a resistência
cardiopulmonar.
TEMPERATURA CORPORAL
• Estabeleceu-se 37 °C como média estatística ou temperatura normal, para
a população adulta.
• Variações ao longo do dia.
• As funções metabólicas ocorrem de forma ideal quando a temperatura
corpórea é normal.
• Equilíbrio da temperatura interna com a externa
• A temperatura corpórea é mantida normal por meio do equilíbrio entre a
produção e a perda de calor.
• Se o corpo não for capaz de liberar o calor gerado no metabolismo, a
temperatura deve aumentar aproximadamente 1 °C/hora.
• O hipotálamo possui um papel importante na regulação da temperatura.
TEMPERATURA CORPORAL
• A febre (ou pirexia) é uma queixa comum dos pacientes com infecção
das vias aéreas ou dos pulmões.
• Agentes infecciosos podem elevar a temperatura para além de 37,8 °C
(hipertermia).
• A febre ocorre em resposta a substâncias pirogênicas secretadas
pelos macrófagos em resposta a uma inflamação.
• Essas substâncias pirogênicas agem de modo a proporcionar a
liberação de prostaglandinas, que atuam no centro termorregulador,
promovendo assim a elevação da temperatura.
TEMPERATURA CORPORAL
• A febre pode ocorrer em patologias simples, como uma infecção viral
das vias aéreas superiores, ou graves, como pneumonia bacteriana ou
tuberculose.
• Devido à ampla variedade de doenças que causam febre, a avaliação
para determinação da causa é muito importante.
• Quando a causa é uma infecção, a intensidade da elevação da
temperatura pode indicar o tipo e a virulência da infecção.
• A tosse + de febre = suspeita de infecção respiratória.
• É mais provável que a infecção seja a causa da febre se o paciente
produzir escarro purulento.
• No entanto, a ausência de tosse ou de produção de secreção não
descarta a infecção pulmonar.
• 36 °C e 36,7 °C = ideal
• Hipotermia abaixo de 35°C
• Hipertermia acima de 37,5°
FREQUÊNCIA CARDÍACA
• Aferição por meio da frequência de pulso, uma onda de sangue na
artéria criada pela contração do ventrículo esquerdo durante um ciclo
cardíaco.
• O que se sente como um pulso é essa onda de sangue.
• A força ou amplitude do pulso representa a quantidade de sangue
ejetada a cada contração do miocárdio (volume do batimento).
• Pulsos periféricos
• Radial
• Carotídeo
• Poplíteo
FREQUÊNCIA CARDÍACA
• Deve-se sempre usar a segunda e a
terceira polpa digital (não o
polegar) para palpar o pulso digital.
Pesquisas mais recentes sugerem o
uso da terceira e quarta.
• Frequência contada por 1 minuto
• Pressão baixa = pulsos centrais
como o carotídeo e o femoral.
• FC ideal no adulto= de 60 a
100bpm. = NORMOCARDIA
FREQUÊNCIA CARDÍACA
• BRADICARDIA
• TAQUICARDIA
• Fatores como idade, gênero, estado emocional, estresse e nível de
atividade física, além da massa e da estatura, influenciam na
frequência de pulso. Indivíduos altos e magros geralmente têm
uma frequência de pulso mais lenta que as pessoas obesas.
• ARRITMIA OU DISRITMIA = anormalidades condutivas
• Pulso normal = forte e cheio
• Pulso fino= pulso fraco
• Pulso cheio ou palpitante = volumes aumentados de sangue
FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA
• A frequência respiratória normal do adulto em repouso é de 12 a
21 respirações por minuto.
• Bradipneia
• Taquipneia
• Frequências respiratórias elevadas estão associadas com o esforço,
febre, hipoxemia arterial, acidose metabólica, ansiedade e dor.
• Embora seja incomum, A BRADIPNEIA, pode ocorrer em pacientes
que sofreram traumatismos cranianos ou hipotermia, como um
efeito colateral de certas medicações (como os narcóticos), com
infarto do miocárdio severo e em caso de overdose de drogas.
FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA
• Avaliada por incursões respiratórias dentro de 1 minuto
• Não comunicar o paciente
PRESSÃO ARTERIAL
• A pressão arterial é a força exercida contra a parede das artérias
quando o sangue se move através delas. É medida em milímetros
de mercúrio (mmHg) e registrada na forma de fração (110/80, por
exemplo).
• O primeiro número indica a pressão sistólica (contração
ventricular) e o último, a diastólica (relaxamento ventricular).
• A pressão é medida nos pontos mais altos e mais baixos da
pulsação. A pressão sistólica é a maior pressão exercida pelo
sangue contra a parede das artérias e a diastólica, a menor (mais
baixa)
PA
• Quando a pressão arterial se mantém frequentemente acima de
140/90mmHg denomina-se hipertensão, geralmente causada pela
resistência vascular sistêmica aumentada.
• A hipertensão mantida por um longo período pode provocar
anormalidades do sistema nervoso central, como dor de cabeça
(cefaleia), visão borrada e confusão, insuficiência cardíaca
congestiva ou acidente vascular cerebral hemorrágico.
PA
• A hipotensão é definida como uma pressão arterial inferior a
95/60mmHg.
• As causas mais comuns são a insuficiência ventricular esquerda, o
volume sanguíneo baixo (caso de hemorragias e desidratação, por
exemplo) e a vasodilatação periférica.
• NORMOTENSÃO
• HIPOTENSÃO
• HIPERTENSÃO
• A aferição da pressão arterial é feita por meio de esfigmomanômetro e
um estetoscópio. O esfigmomanômetro pode ser elétrico (movido a
pilhas) ou manual.
AVALIAÇÃO DA PA
• A leitura da pressão arterial é feita por meio da combinação da escuta
com o estetoscópio e da observação do ponteiro do manômetro.
• Quando colocamos o esfigmomanômetro no braço e pressurizamos
para ultrapassar a pressão arterial sistólica, o fluxo sanguíneo na artéria
radial é interrompido.
• Conforme liberamos bem devagar a pressão do manguito, quando
atinge um ponto logo abaixo da pressão sistólica, o fluxo sanguíneo
passa de forma intervalada.
• A obstrução parcial do fluxo sanguíneo gera uma turbulência e
vibrações chamadas de ruídos de Korotkoff. Esses ruídos podem ser
ouvidos com um estetoscópio posicionado sobre a artéria braquial.
EXAME FÍSICO
• inspeção, palpação, percussão e ausculta.
• Ângulo de Louis: saliência transversal na
junção do manúbrio com o corpo do
esterno, correspondente à articulação da
segunda costela. Ângulo de Charpy ou
ângulo epigástrico: formado pelas duas
rebordas costais, serve para caracterizar
o tipo de tórax, também conhecido como
biótipo.
• Sétima vértebra cervical: a mais
proeminente da região dorsal, marca o
local onde os ápices pulmonares se
projetam na parede torácica.
INSPEÇÃO ESTÁTICA
• A inspeção deve ser realizada com o paciente na posição de pé, com o
tórax descoberto, alinhado e evitando as distorções de postura e em
relaxamento.
• O tórax das mulheres deve ser parcialmente descoberto, respeitando
a região mamária (que deverá estar coberta).
• Quando o paciente não puder ficar em pé, a inspeção deverá ser feita
preferencialmente na posição sentada. Para a inspeção lateral, o
paciente deverá flexionar os ombros e apoiar com as palmas das
mãos a nuca.
• É muito importante observar e anotar as ASSIMETRIAS, cicatrizes,
escoriações, hematomas, trofismo muscular e coloração da pele.
Formas do tórax
• Tórax normal – biótipos
• As deformidades do tórax podem ser de origem congênita,
por conta das alterações gerais ou por doenças do aparelho
respiratório (asma, por exemplo).

• Tórax em tonel ou barril, enfisematoso, inspiratório ou


globoso.
• Tórax expiratório, chato, paralítico ou tísico
• Tórax raquítico ou em peito de pombo ou cariniforme
(pectus carinatum)
• Tórax infundibuliforme (pectus excavatum)
• Tórax cifótico, lordótico e escoliótico
INSPEÇÃO DINÂMICA
• TIPOS RESPIRATÓRIOS

• Misto ou toracoabdominal (costoabdominal)


• Torácico ou costal
• Abdominal ou diafragmático
• Paradoxal
Ritmo respiratório
• Respiração de Cheyne-Stokes: inicia-se por movimentos
respiratórios de amplitude pequena, que aumentam
progressivamente até atingir um máximo para, a seguir,
diminuir também de modo progressivo até cessar
completamente, surgindo uma fase de apneia, de
duração variável.
• Respiração de Biot: também denominada ritmo de Biot,
a respiração apresenta-se em duas fases: a primeira, de
apneia, seguida de movimentos irregulares e sem
nenhum tipo de periodicidade, podendo ocorrer ampla
variação de frequência e profundidade.
• Respiração de Kussmaul: compõe-se de quatro fases:
inspirações ruidosas, gradativamente mais amplas,
alternadas com inspirações rápidas e de pequena
amplitude; apneia em inspiração; expirações e de
pequena amplitude; apneia em expiração.
• Respiração suspirosa: nela, o paciente executa uma série
de movimentos inspiratórios de amplitude crescente,
seguido de expiração breve rápida.
Retração inspiratória fisiológica
• Observada durante a inspeção dinâmica está a retração inspiratória
fisiológica dos espaços intercostais, que consiste em uma discreta
retração dos espaços intercostais, sobretudo os inferiores, a qual
ocorre apenas no início da inspiração. Essa retração inspiratória é
decorrente do vazio pleural que se processa no intervalo entre a
expansão da caixa torácica e a expansão do pulmão, que só aparece
no início da inspiração.
• Quando a expansão pulmonar atrasa ou não é efetuada devido a um
obstáculo que dificulta ou impede a penetração do ar nos brônquios,
a retração dos espaços intercostais torna-se mais aparente e é
progressiva durante toda a inspiração. Essa depressão inspiratória
denomina-se tiragem.
Palpação
• A palpação é realizada com uma ou duas mãos, colocando-se a palma de
uma delas sobre a parede torácica descoberta, mantendo o paciente na
posição de pé ou sentado. O maior objetivo é a sondagem das partes moles
e ósseas da parede torácica, suas alterações, a presença de atrofias da pele
e do tecido celular subcutâneo, de edemas e a avaliação da expansibilidade
torácica.

• ENFISEMA SUBCUTÂNEO
• CONTRATURAS E ATROFIAS MUSCULARES
• SENSIBILIDADE TORÁCICA
• ELASTICIDADE TORÁCICA
CONTINUA ... Bons estudos!

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