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AFECÇÕES RESPIRATÓRIA

Anatomia: É formado por um conjunto de órgãos


responsáveis pela absorção de oxigênio do meio ambiente
e a eliminação de dióxido de carbono ( CO2 ) para o meio
ambiente.

Órgãos do sistema respiratório:

- vias aéreas superiores: fossas nasais, boca, faringe.

- vias aéreas inferiores: laringe, traquéia, brônquios,


bronquíolos e pulmões.
Pulmões de tabagista e pulmões saudáveis:
❖ PNEUMONIA

Pneumonia é a infecção de um ou ambos os pulmões,


ou seja, infecção dos tecidos pulmonares e seus
alvéolos. A pneumonia não é contagiosa.
Etiologia: As principais causas infecciosas de pneumonia
incluem:

Bactérias - pneumonia bacteriana por germes gram-positivos


e gram-negativos.

Vírus - pneumonia viral por vírus da influenza, e adenovírus.

Fungos - pneumonia fúngica por Cândida albicans e


aspergillus.

Protozoários - pneumonia parasitária por Pneumocistis


carinii, comum em pacientes com AIDS.
A pneumonia também pode resultar de:

• Aspiração brônquica de líquidos, alimentos, vômitos, etc,

inalação de substâncias tóxicas ou cáusticas, fumaças,


poeiras ou gases.

• Complicação de imobilidade ou de doenças crônicas.


Pneumonia por aspiração

É uma forma de pneumonia comum em pacientes com nível


de consciência reduzido, que perdem a capacidade de
tossir ou de engolir a própria saliva, fazendo com que as
secreções da cavidade oral caiam nas vias respiratórias.
Na pneumonia, os alvéolos ficam cheios de secreções
purulentas, impedindo a entrada e saída dos gases. Nesses
alvéolos acometidos pela infecção não há troca de oxigênio
por gás carbônico. O paciente com pneumonia extensa pode
apresentar insuficiência respiratória, precisando ser intubado
e acoplado a um respirador artificial para conseguir manter o
sangue adequadamente oxigenado.
A maioria das pneumonias são de origem bacteriana. As
bactérias que mais habitualmente provocam pneumonia
são:

Streptococcus pneumoniae;

Pseudomonas aeruginosa; Klebsiella; Aemophilus influenzae;

Moraxella catarrhalis e Staphylococcus aureus;


Fatores de risco

➢ Tabagismo;

➢ Infecções respiratórias virais, como gripe;

➢ Idade avançada;
Sinais e sintomas:

➢ Dispnéia;

➢ Tosse dolorosa e produtiva;

➢ Mialgia, artralgia, lábios e língua ressecadas;

➢ Febre;

➢ Calafrios;
➢ Dor torácica;

➢ Vômitos;

➢ Perda de apetite;

➢ Pode haver presença de sangue misturado ao escarro;

➢ Uma das complicações possíveis da pneumonia é a


formação de derrame pleural.
As pneumonias são divididas em:

• Comunitárias - quando adquiridas na comunidade


(até 48h).

• Hospitalares (nosocomial) - quando surgem em


pacientes hospitalizados (após 48h). A pneumonia
hospitalar é mais grave e mais difícil de tratar,
normalmente causada por bactérias mais resistentes e
acomete pacientes mais fragilizados.
O tratamento das pneumonias bacterianas é feito com
antibióticos por no mínimo 7 dias. As pneumonias
comunitárias podem ser tratadas com antibióticos orais,
porém, aquelas que evoluem mal necessitam de internação
hospitalar e antibióticos venosos. As principais drogas
usadas para as pneumonias comunitárias são a
amoxicilina com ácido clavulânico, azitromicina,
claritromicina, ceftriaxona, levofloxacino e
moxifloxacino.
Cuidados de enfermagem:

➢ Oferecer e encorajar a ingestão de líquidos;

➢ Estimular mudança de decúbito de 2/2 horas, quando o


cliente apresentar bom nível de consciência;

➢ Encorajar mobilização no leito e atividade física conforme


tolerado;

➢ Orientar ou apoiar o tórax do cliente durante a tosse;


➢ Fazer avaliação respiratória pela ausculta;

➢ Incentivar a prática da respiração profunda e tosse eficaz;

➢ Aspirar naso e orofaringe quando necessário;

➢ Orientar e encorajar o cliente a repousar o máximo


possível;

➢ Cuidados com a oxigenoterapia.


INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA
Ocorre quando o organismo não realiza a troca de oxigênio por
dióxido de carbono adequadamente, isto faz com que o nível
de dióxido de carbono (CO2) se eleve e o de oxigênio (O2)
diminua, causando hipóxia.

Tipos:

- Aguda: é a falência respiratória que surge nos pacientes


cujo eram estrutural e funcionalmente normais, ocorre
rapidamente.
- Crônica: é a falência respiratória que surge nos pacientes
com doença pulmonar crônica, surge em período de meses
ou anos.
Causas:

✓ Ventilação inadequada;

✓ Obstrução de vias aéreas superiores;

✓ Uso de drogas, anestésicos;

✓ Doenças pulmonares pré-existentes;

✓ Complicações pós-operatórias, politraumatismos, etc.

Diagnóstico:

Exame laboratorial (gasometria) ou pelos sinais clínicos.


Sintomas:

✓ ↑ FC ( Frequência Cardíaca);

✓ ↑ FR ( Frequência respiratória);

✓ Hipóxia ( dispnéia, taquipnéia, hipotensão, taquicardia,


arritmias, cianose);

✓ Desorientação, queda do nível de consciência, agitação


psicomotora);

✓ Uso de músculos acessórios da respiração e sudorese.


Tratamento:

1. Cânula orofaríngea ( Guedel ): dispositivo de borracha para


ser introduzido na boca evitando o deslocamento da língua.

2. Cânula naso-faríngea: dispositivo de borracha para ser


introduzido pelo nariz.

3. Monitorização: oxímetro de pulso e monitor cardíaco.

4. Oxigenoterapia: administração de oxigênio quando o


paciente apresentar hipóxia.
1. cânula guedel 2. cânula naso-faríngea

3. monitor multiparâmetros 4. oxigenoterapia


Métodos de administração de oxigênio:

1. Catéter nasal simples ou tipo óculos: introdução de um


catéter na narina ligado a um sistema de oxigênio
umidificado – fluxo de 3 a 6 litros/min.
2. Máscaras faciais: (macronebulização) e (venturi)

máscaras que cobrem a boca e o nariz, de plástico, com orifício


lateral, transparente e fornecem concentração de oxigênio de
acordo com as válvulas que as acompanha ligado a um
sistema de umidificação.
3. Bolsa auto - inflável: (ambú) máscara que é comprimida
na face do paciente, podendo ser conectado ao oxigênio
umidificado.
Cuidados de Enfermagem:

✓ Organizar material de acordo com método de administração


de oxigênio;

✓ Manter nível de água no umidificador adequado;

✓ Trocar água do umidificador diariamente e/ou de acordo com


instruções da CCIH;

✓ Explicar o procedimento ao paciente;

✓ Manter nível de comunicação durante o procedimento;


❖ EDEMA AGUDO DE PULMÃO ( EAP )

O Edema Agudo de Pulmão (EAP) é um aumento súbito na


pressão dos capilares pulmonares, levando ao extravasamento
de líquido para os alvéolos, deixando o pulmão menos elástico
e com menos superfície de contato para troca de gases, É um
quadro clínico crítico, decorrente da incapacidade do
ventrículo esquerdo em bombear o sangue para válvula
aórtica, causando um acúmulo de líquido nos pulmões.
Cuidados de enfermagem:

É fundamental que a equipe de enfermagem mantenha - se


ao lado do cliente, demonstrando segurança e monitorando
os aspectos essenciais para que o mesmo saia da crise
rapidamente;
✓ Manter o paciente em posição confortável (fowler)

✓ Monitorização dos sinais vitais;

✓ Administração de oxigenoterapia e de medicações


(opiáceos, diuréticos e digitálicos);

✓ Manutenção de via venosa pérvia com gotejamento


mínimo, evitando sobrecarga volêmica;

✓ Monitorização do fluxo urinário.


❖ DERRAME PLEURAL

O derrame pleural é o acúmulo anormal de líquido no


espaço pleural. Normalmente, somente uma pequena
quantidade de líquido separa as duas membranas da pleura.
O sangue no espaço pleural (hemotórax) geralmente é
decorrente de uma lesão torácica.
Sintomas

Os sintomas mais comuns, independente do tipo de líquido


presente no espaço pleural ou de sua causa, são a dificuldade
respiratória e a dor torácica. No entanto, muitos indivíduos
com derrame pleural não apresentam qualquer sintoma.
Diagnóstico

Uma radiografia torácica mostrando a presença de líquido é


geralmente o primeiro passo para o estabelecimento do
diagnóstico. A tomografia computadorizada (TC) mostra
mais nitidamente o pulmão e o líquido, e pode revelar a
presença de uma pneumonia, de um abcesso pulmonar ou
de tumor.
Tratamento:

Os derrames maiores, especialmente aqueles que


produzem dificuldade respiratória, podem exigir a retirada
do líquido (drenagem). Normalmente, a drenagem alivia
significativamente a dificuldade respiratória.
Frequentemente, o líquido pode ser drenado através de
uma toracocentese, procedimento no qual uma pequena
agulha (ou um cateter) é inserida no espaço pleural.
Toracocentese
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC)
Estado de doença pulmonar no qual o fluxo de ar está
obstruído. É constituída pela bronquite crônica, enfisema e
asma. Acelera as alterações fisiológicas da função pulmonar
que são causadas pelo envelhecimento. A obstrução do ar
pode ser reversível ou irreversível.
→ Bronquite crônica: o acúmulo excessivo de secreções
bloqueia as vias respiratórias;

→ Enfisema: a troca gasosa comprometida (O2 e CO2) resulta


da destruição das paredes do alvéolo super estendido;

→ Asma: as vias aéreas inflamadas e constritas obstruem o


fluxo aéreo.
Sinais e sintomas:

- Dispnéia (em repouso, pode ser grave);

- Tosse (uso de músculos acessórios);

- Aumento no trabalho respiratório;

- Perda de peso (interferência na alimentação);

- Intolerância os esforços/exercícios;
- Ruídos Adventícios (sibilos, roncos, estertores: sons
anormais percebidos na ausculta pulmonar).

- Baqueteamento digital - Aumento do volume das pontas


dos dedos das mãos e perda do ângulo de emergência da
unha) A gravidade da doença é determinada por exames de
avaliação da função pulmonar.
Baqueteamento digital: causa não totalmente conhecida, porém pode estar
relacionado à uma alteração química ou a falta de oxigênio suficiente.
Fatores de risco:

- Exposição à fumaça do fumo (fumante, tabagista


passivo);

- Poluição do ar ambiente;

- Infecções respiratórias;

- Exposição ocupacional;

- Anormalidades genéticas.
Tratamento:

✓ Oxigenioterapia (contínua ou intermitente);

✓ Broncodilatadores (melhorar o fluxo aéreo, prevenir a


dispnéia); Corticosteróides;

✓ Reabilitação pulmonar (componentes educacionais,


psicossociais, comportamentais e físicos);

✓ Exercícios respiratórios (tosse assistida, respiração


profunda, drenagem postural, entre outros);
Pontos importantes para a assistência:

- Orientar para vacinação;

- Evitar contato com alta concentração de pólen no ar e


poluição ambiental;

- Evitar exposição a extremos de temperatura (elevadas com


alto grau de umidade ou frio intenso);

- Monitorizar ritmo respiratório (dispnéia e hipoxemia);

- Atentar para efeitos colaterais da medicação;


- Atentar para sinais de infecção, que agravam o quadro e
aumentam os riscos de falência respiratória;

- Oximetria de pulso;

- Cuidados específicos na intubação e ventilação mecânica;

- Em estado grave, alta vigilância;

- Alterações cognitivas, dispnéia, taquipnéia e taquicardia.


❖ BRONQUITE

É a inflamação da mucosa brônquica, caracterizada por


produção excessiva de secreção da mucosa na árvore
brônquica, tosse produtiva que dura 3 meses em cada 2 anos
consecutivos, em paciente que tem outras causas excluídas.
Fatores de Risco:

✓ Fumo é o principal fator de risco (o tabagismo deprime


a atividade macrófaga das células e afeta o mecanismo
ciliar de limpeza do trato respiratório;

✓ Inalação de fumaça de fumo;

✓ Poluição do ar.
Sintomas:

Tosse, com produção de secreção, expectoração espessa e


gelatinosa, sibilos e dispnéia.

Diagnóstico:

Exame clínico, RX e Espirometria.

Tratamento:

Broncodilatadores, antibióticos, corticoesteróides,


oxigenioterapia e inaloterapia.
❖ ENFISEMA PULMONAR

Destruição das paredes alveolares. É o estágio final de


um processo que progrediu por muitos anos, onde ocorre a
perda da elasticidade pulmonar. A função pulmonar, na
maioria dos casos, está irreversivelmente comprometida. Ao
lado da bronquite obstrutiva crônica é a principal causa de
incapacidade.
Causas:

✓ O tabagismo é a principal causa;

✓ Predisposição familiar
Classifica-se em:

- Leve: Sintomas discretos e esporádicos, não prejudica o


sono;

- Moderada: Apresenta dispnéia e tosse;

- Grave: Sintomas podem tornar-se diários, atividades


físicas são limitadas.
Sintomas:

✓ Tosse;

✓ Enrijecimento do tórax;

✓ Sibilos;

✓ Dispnéia;
✓ Cianose;

✓ Taquicardia;

✓ Sudorese;

✓ Ansiedade;

✓ Agitação.
Fatores de risco:

✓ A alergia é o principal fator predisponente;

✓ Exposição crônica a irritantes aéreos ou alergênicos,


condições ambientais; odores fortes; estresse; sinusite;
desgaste emocional;

✓ Tabagismo evolui para o estado asmático (crise grave e


persistente que não responde à terapia convencional.
Cuidados de enfermagem :

Bronquite Crônica, Enfisema Pulmonar e Asma:

- Repouso em ambiente arejado e limpo;

- Incentivar a ingestão de líquidos;

- Manter o ambiente calmo e tranquilo;

- Verificar e anotar a temperatura de 4/4 horas;


- Incentivar o paciente a evitar o fumo;

- Evitar o ar poluído e atividades físicas;

- Umidificar o ambiente de repouso com H2O fervente;

- Oferecer uma dieta nutritiva; (dieta livre);

- Administrar oxigenoterapia (CPM).


FIM

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