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Derrame Pleural
Caso clinico 1
ID: D.S, feminina, 50 anos, negra, casada, professora. Procedência atual e remota: SP, capital.
Q.D.: Tosse e febre há 7 dias.
H.P.M.A.: Paciente informa que há uma semana começou a apresentar febre diária de 38 a 39°C, sem
horário preferencial, e mal-estar incaracterístico. Há 2 dias, além da febre, passou a apresentar tosse
seca, pouco frequente, e inapetência. Informa não ter nenhuma doença crônica e que sempre foi
saudável, esta é a primeira vez que apresenta febre na vida.
I.S.D.A.: sem nenhuma queixa.
A.P.: IIG, IIP, zero abortos, partos normais em ambiente hospitalar. Menopausa há 2 anos.
A.F.: Pai falecido por neoplasia de pulmão (era tabagista). Mãe tem artrite reumatóide. Tia (irmã da
mãe) e avó (mãe da mãe) tiveram neoplasia de mama.
Hábitos e vícios: Nega etilismo e tabagismo. Pratica natação, três vezes por semana, há 35 anos.
E.F.: BEG, corada, eupneica, acianótica, anictérica.
PA = 120 x 80 mmHg; FC = 100; FR = 20; T=38,2°C, sem estase jugular, BRNF sem sopros
Toráx:
• Inspeção: Redução da expansibilidade do HTD, com abaulamento da base deste HT.
• Palpação: redução do frêmito tóraco-vocal em ½ inferior do HTD.
• Percussão: macicez em ½ inferior do HTD. Sinal de Signorelli positivo.
• Ausculta: abolição do murmúrio vesicular na metade inferior do HTD. Egofonia na transição
entre metade superior e metade inferior do HTD.
• Pulmão esquerdo sem alterações.
Abdome: n.dn.
MMII: sem edemas.
RX de Tórax:
Como interpretar o RX de tórax realizado pela paciente? Quais são as alterações típicas e
atípicas de um paciente com este tipo de alteração?
Na fase inicial do derrame, o diagnóstico pode ser difícil, pois se apresenta com uma forma
subpulmonar que na posição ortostática mostra a elevação da imagem diafragmática.
Na maioria dos casos, o aumento de volume faz com que o líquido escorra para os seios
costofrênicos e assume características típicas como opacificação do limite superior = “Sinal de
Menisco” causado pelo efeito da gravidade associado à pressão pleural, menos negativa no ápice
pulmonar.
Como investigar esta paciente? Cite os principais exames que devem ser feitos neste paciente
(caracterizar exsudato e transudato - Critérios de Light). Quando deve ser feita uma punção do
líquido pleural?
Esse paciente deve ser investigado não só para confirmar a hipótese diagnóstica de derrame
pleural, mas também para investigar a doença de base que está ocasionando essa condição, pra que
haja uma abordagem local – assistência ao derrame pleural em si – e uma abordagem apropriada a
doença que está acometendo esse paciente.
Nesses exames pode-se incluir: toracocentese, avaliação da glicose e lipídeos pleurais, pH da
amostra, hemograma e outros exames de imagem que sejam necessários para confirmar o diagnóstico
e fechar o quadro.
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1. Fisiopatologia
A produção normal do líquido pleural é de 0,01 mL/kg/h, sendo a absorção feita
pelos linfáticos. Seu acúmulo pode ser causado tanto pelo aumento na produção ou
pela diminuição da absorção.
O aumento do liquido pleural pode ser por desequilíbrio nas pressões
hidrostática e/ou oncótica pleurais, ou uma alteração da permeabilidade capilar
pleural.
O principal mecanismo é insuficiência ventricular esquerda e embolia pulmonar
ocorre por aumento do liquido, excedendo 5 gramas de pulmão seco, extravasa,
independentemente do teor proteico do edema. Em outros casos tem qeu ter
desequilíbrio na pressão intravascular e pleural, tendo acumulo de liquido na cavidade
pleural por aumento da taxa de produção de liquido.
Quando o gradiente de pressão oncótica está diminuído, há maior produção de
líquido. O aumento de proteínas do espaço pleural ocorre quando há aumento da
permeabilidade capilar nas doenças inflamatórias e no hemotórax.
A alteração da permeabilidade capilar, aumentando a produção do líquido
pleural, pode ocorrer ou pelo aumento da condutividade hidráulica ou pela maior
passagem de proteínas para o espaço pleural, resultando na alteração do gradiente
osmótico. As doenças que mais afetam a permeabilidade vascular estão ligadas à
inflamação pleural e, em geral, ao aumento nos níveis de VEGF.
O derrame pleural também pode ocorrer por mecanismo direto, como na
ruptura de vasos intratorácicos e do ducto torácico, ou pela passagem de líquido da
cavidade abdominal, seja por fenestras, hérnias ou pelos linfáticos diafragmáticos.
A diminuição da absorção do líquido pleural pode ocorrer por três mecanismos
diferentes: obstrução linfática, elevação das pressões venosas sistêmicas (diminui o
fluxo linfático = extravasamento de linfa) ou ruptura do sistema aquaporina (proteína
que transportam água).
A obstrução linfática é causada predominantemente pelas neoplasias e pela
pleurite tuberculosa, coexistindo com uma produção aumentada de liquido pleural.
Nas elevações de pressão venosa sistêmica tem a diminuição do fluxo linfático,
gerando o extravasamento da linfa.
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2. Quadro clínico
Depende do volume e velocidade da formação do derrame, reserva
cardiopulmonar, presença ou não de processo inflamatório, extensão do
acometimento pleural e da doença de base, e ainda a distensibilidade da caixa
torácica.
A tríade clássica é tosse seca, dor torácica e dispneia. A tosse seca é pelo
estimulo inflamatório da pleura parietal. Derrames volumosos muda a arquitetura da
brônquica, gerando colapso, manifestando como tosse inicialmente seca, que pode
levar acumulo de secreções e após podendo gerar tosse produtiva.
A dispneia esta relacionada com o tempo de aparecimento e velocidade de
acumulo de liquido. A presença de tosse e dor torácica por si só gera desconforto
respiratório que, associada ao maior número de incursões respiratórias (para
compensar o volume corrente baixo), causa sintomas mais intensos. Outro fator
determinante da dispneia é o estado funcional cardiorrespiratório do paciente, porque,
com reserva baixa, pequenos derrames podem causar dispneia.
A dor torácica, denominada “dor pleurítica”, é, em geral, ventilatório-
dependente, bem localizada, em pontada e de moderada intensidade. Ocorre por
estímulos dos nervos intercostais (pleura parietal). O diagnóstico diferencial deve ser
feito com doenças abdominais (nervos intercostais) e dor coronária, principalmente
quando acometem a base pulmonar. Deve-se ressaltar que a inervação diafragmática
é feita pelo nervo frênico, podendo causar dor referida em ombro e região cervical
homolateral.
Outros sintomas irão depender da doença de base, como a febre e o
emagrecimento nos pacientes com derrame pleural tuberculoso, ou ainda a tosse
produtiva, a expectoração purulenta e a febre nos derrames parapneumônicos.
3. Diagnostico
Diagnostico baseado na história clinica associada a tríade classica. Para que
haja alteração na semiologia são necessários aproximadamente 300 mL de líquido na
cavidade pleural.
• Inspeção: FR aumentada em grandes volumes, podendo ter respiração curta
ou uso de musculatura acessoria. Expansibilidade diminuída, podendo ocorrer
abaulamento dos espaços intercostais no lado do derrame. Abaulamentos
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3.1. Imagem
O RX de tórax, que é obtida em três incidências principais: póstero-anterior
(PA), perfil e em decúbito lateral, com raios horizontais. A mais sensível para o
diagnóstico de derrame pleural é a em decúbito lateral, na qual até volumes pequenos
podem ser detectados. A radiografia em PA é a menos sensível, pois são necessários
cerca de 500 mL de líquido na cavidade pleural para a visualização do derrame.
Na maioria dos casos, o aumento do volume faz que o líquido escorra para os
seios costofrênicos e assuma então características típicas, como a opacificação de
seu limite superior – “sinal do menisco”, causado pelo efeito da gravidade associado
à pressão pleural, menos negativa no ápice pulmonar.
A ressonância magnética nuclear tem sua maior utilidade na diferenciação do
acometimento pleural por lesões malignas, principalmente no mesotelioma, auxiliando
no estadiamento para avaliação cirúrgica.
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3.2. Laboratório
Por toracocentese, é obtido o liquido pleural, analisando seu aspecto, podendo
estimular a etiologia, podendo ser límpido, turvo ou hemorrágico, variando de amarelo-
claro, xantocrômico, esbranquiçado, achocolatado ou branco leitoso.
Os parâmetros a serem avaliados no líquido pleural são: pH, bioquímica
(destacando-se a dosagem de proteínas/albumina, desidrogenase lática e glicose),
citologia diferencial e oncótica e microbiologia.
Odiagnóstico laboratorial inicial visa definir se o derrame é um transudato ou
um exsudato. Light et al.7 basearam-se na comparação dos níveis séricos e pleurais
de proteínas totais e desidrogenase lática (DHL).
A glicose pleural tem relação direta com a glicemia, e suas alterações podem
ser por aumento no consumo ou diminuição do transporte para o líquido pleural.
Dentre as doenças que consomem mais glicose, as infecciosas (tuberculose, derrame
parapneumônico, paragonimíase) e as neoplásicas têm destaque, embora as
colagenoses e o hemotórax também apresentem importante redução por disfunção
no seu transporte.
Em geral, os lípides pleurais estão alterados por doenças que comprometem o
ducto torácico, como o extravasamento de quilo para o espaço pleural (quilotórax).
O pH é a diferenciação dos derrames parapneumônicos, em que valores
inferiores a 7,2 indicam maior gravidade e, portanto, maior número de complicações.
Doenças como colagenoses, pleurite tuberculosa, neoplasias malignas e hemotórax
costumam se apresentar com valores de pH inferiores a 7,2.
A adenosina deaminase (ADA) é uma enzima essencial para a diferenciação
de linfócitos, tendo importante função na maturação de monócitos e macrófagos. Tem
utilidade no diagnóstico da pleurite tuberculosa, em que valores superiores a 40 UI/L
são sugestivos de tuberculose pleural. Entretanto, é importante lembrar que a artrite
reumatóide, o empiema e as doenças linfoproliferativas podem apresentar ADA
elevado.
Outros exames laboratoriais podem ser solicitados, conforme a hipótese
diagnóstica, como a amilase, que é útil nos derrames por lesões esofágicas ou ainda
na suspeita de pancreatite.
A citologia diferencial é um exame bastante útil, possuindo como interferentes
o volume de líquido da amostra, a técnica de concentração do material e,
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4. Tratamento
• Medidas de base: abordagem local e no tratamento da doença de base, não
devendo ser esquecidos os suportes psicológico e emocional. Oxigenoterapia
e analgesia (AINES e AIES, psicotrópicos e opioide).
• Procedimento invasivo: toracocentese terapêutica (para alivio da tríade), uso
de cateteres e drenos, pleurodese, decorticação, pleurostomia, shunt pleuro-
peritoneal e pleurectomia.
• Derrame pleural transudativo: secundário as outras doenças sistêmicas, e seu
tratamento tem que ser para resolução da doença de base.
• Derrame pleural parapneumônico: derrame pleural na presença de pneumonia
ou sepse deve ser realizado por meio da toracocentese diagnóstica, tratando
com antibióticos guiado por culturas.
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Ascite
1. Tipos
• Grande volume ou ascite tensa: abdome de forma globosa, que não se modifica
com as várias posições. Provoca desconforto ao paciente, geralmente levando
à dispneia, por impedir a expansão diafragmática, podendo, inclusive, causar o
aparecimento de atelectasia pulmonar.
• Médio volume. quando de pé, o volume líquido se restringe a cerca de dois
terços da altura abdominal, dando uma protrusão menor do que o anterior.
Quando o paciente se deita o líquido escoa para os flancos e goteiras
parietocólicas, enquanto o centro do abdome se torna plano. Esta forma de
abdome é conhecida como abdome de batráquio.
• Pequeno volume: imperceptível com o paciente deitado, podendo ser detectado
na posição de pé. A ascite de pequeno volume é mais bem identificada pela
ultrassonografia.
2. Causa
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4. Paracentese
É a forma mais eficiente para confirmar a presença de ascite, diagnosticar sua
causa e determinar se o líquido está infectado. Consiste na inserção de uma agulha
na cavidade peritoneal para remoção do líquido ascítico.
• O paciente deve ser posicionado em decúbito dorsal, com a cabeceira
discretamente elevada;
• Localizar as referências anatômicas e o sítio de punção (traçar uma linha
imaginária da cicatriz umbilical à espinha ilíaca ântero-superior esquerda e
dividi-la em três partes; a inserção da agulha deve ocorrer na junção entre o
terço médio e o inferior);
• Após infiltração subcutânea com lidocaína, deve-se progredir lentamente –
sempre aspirando – até verificar a presença de líquido ascítico na seringa;
• Inserção da agulha ou cateter em um ângulo de 90 graus, realizando a técnica
do trajeto “Z”;
A avaliação do material coletado, fundamental para e elucidação diagnóstica,
inicia pelos aspectos macroscópicos. Pode ser:
• Seroso (amarelo-citrino): aspecto clássico da cirrose;
• Hemorrágico: sugere neoplasia (tuberculose raramente);
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5. Tratamento
O manejo adequado da ascite depende da etiologia do quadro. Na maioria das
vezes, o tratamento da doença de base é suficiente para a resolução do quadro. Nos
casos de derrame ascítico por hipertensão porta, preconiza-se:
• Repouso no leito;
• Dieta hipossódica (2g/dia de sódio ou 4-6g de NaCl);
• Restrição hídrica (se sódio plasmático < 120-125 mEq/L);
• Acompanhamento das perdas
• Uso de diuréticos
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Síndrome Nefrotica
1. Mecanismo da proteinúria
A filtração glomerular filtra 170 litros, onde 7g/dL são de proteínas plasmáticas,
a filtração de proteínas atingiria o impraticável valor de 12 kg/dia se a parede
glomerular fosse livremente permeável a macromoléculas, assim a parede glomerular
funciona como um filtro.
A barreira glomerular tem 3 camadas, o endotélio capilar (mais interna)
fenestrado, que não restringe passagem de proteínas, mas barram essas por
apresentarem carga negativa pelas glicoproteínas, depois temos a membrana basal,
que restringem a passagem de macromoléculas, e também possui cargas negativas,
e a última camada são os podócito e pedicilas, onde a membra diafragmática entre as
pedicelas, conferem obstáculos para as macromoléculas. Descobriu- se que seu
componente mais importante é uma molécula produzida pelo próprio podócito, a
nefrina, a qual estabelece uma complexa associação com outras proteínas e com o
citoesqueleto do podócito.
As cargas elétricas negativas da parede glomerular são capazes de repelir as
proteínas plasmáticas, em sua maioria poliânions
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2. Classificação
• Proteinúria assintomática: valor entre 150 mg a 3 g por dia. O aumento
persistente da excreção urinária de proteínas, ainda que assintomático e não
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3. Síndrome nefrítica
Caracterizada por edema, hipertensão, hematúria e graus variáveis de
insuficiência renal, além de proteinúria pouco intensa (< 3,0 g/dia), pro
glomerulonefrite aguda difusa.
Isso acontece classicamente por uma infecção estreptocócica não curada.
Estas crianças geralmente se apresentam com oligúria, ganho de peso e edema
generalizado em poucos dias. A urina contém proteína, hemácias e cilindros
hemáticos. A proteinúria raramente é em valores nefróticas, e a albumina sérica é
geralmente normal. O volume circulante está aumentado com hipertensão e,
eventualmente, edema pulmonar sem evidência de doença cardíaca primária.
3. Síndrome nefrótica
Ocorre pelo aumento da permeabilidade de proteína plasmática, com
proteinúria acima de 3,5g/dia, levando a hipoalbuminemia e edema.
O achado de hiperlipidemia não é obrigatório, porém é muito comum, assim
como os distúrbios relacionados à hipercoagulabilidade por perda de fatores de
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3.1. Proteinúria
Tem fatores de alterações do filtrante do glomérulo e fatores sistêmicos. Assim
pode associar em alterações dos podocitos, como ausência da podocina ou falta1 de
interligação inadequada entre os podocitos, como também ausência da nefrina
(proteína expressa na membrana de fenda.
3.2. Edema
• Teoria underfill: proteinúria leva a hipoalbuminemia, queda da pressão oncótica
no plasma e extravasamento de líquido para o interstício com contração de
volume intravascular. A hipovolemia estabelecida estimula a ativação do SRAA
e/ou do SNS e/ou da secreção de arginina-vasopressina, com conseqüente
retenção de Na+ e H2O, com albumina plasmática menor que 2 g%, hipotensão
postural e ritmo de filtração glomerular maior que 75%. (glomerulopatia de
lesões mínimas)
• Teoria overfill: mecanismo seria intrinsicamente renal, nos túbulos renais que
estariam hiperativos reabsorvendo mais Na+ e H2O e levando a um balanço
hídrico positivo, com albumina maior que 2 g%, ritmo de filtração glomerular
abaixo de 50% e presença de hipertensão arterial.
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3.3. Hipercoagulabilidade
Fator VIII (globulina anti-hemofílica) está marcadamente elevado na maioria
dos pacientes nefróticos, predominantemente por síntese em células endoteliais.
Sintese hepática aumentada condiciona elevação de níveis circulantes dos fatores V
e VII, assim como fibrinogênio; hiperfibrinogenemia; deficiência de antitrombina III e
proteína S; distúrbios da fibrinólise; hiperatividade plaquetária e trombocitose.
As tromboses podem ser venosas, mais freqüentes, e arteriais. A trombose de
veia renal, que é mais prevalente em glomerulonefrite membranosa, pode estar
presente em até 50% dos pacientes com essa doença. É importante lembrar que a
trombose venosa, particularmente a de veia renal, pode ser assintomática
clinicamente, sendo apenas detectada por exames auxiliares como Doppler ou
tomografia.
3.4. Hiperlipidemia
O encontro de colesterol total aumentado, em especial do LDL colesterol,
associa-se a uma alteração na composição do LDL. Postulam-se três mecanismos
básicos: primeiro, acredita-se que a redução da pressão oncótica, secundária à
hipoalbuminemia, estimula diretamente a síntese hepática de lipoproteínas. Um
segundo mecanismo propõe uma redução do catabolismo da VLDL secundário à
redução da atividade da LPL (em virtude da hipoalbuminemia) ou devido à perda
urinária de substâncias necessárias para o metabolismo da VLDL. Um terceiro
mecanismo que pode contribuir para o aumento dos níveis de colesterol é a redução
da atividade do receptor de LDL
As alterações lipídicas dos pacientes nefróticos revertem com a remissão da
doença, seja ela espontânea ou induzida por drogas.
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1. Etiologia
As síndromes coronárias agudas são desencadeadas a partir da instabilização
de uma placa aterosclerótica com trombose oclusiva em cerca de 90% dos casos, ou
por desequilíbrio entre a oferta de O2 ao miocárdio e seu consumo. Entre as causas
mais comuns de insuficiência coronária aguda não-aterosclerótica está o espasmo
coronário.
O ateroma instável pode ser causado pela rotura de placa com disseminação
de substancia trombogênicas, sendo grave, -ou erosão superficial, forma branda de
IA e IMSST, com elementos trombóticos mais tênue, e hemorragia intraplaca.
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2. Fisiopatologia
A placa aterosclerótica estável apresenta um núcleo lipídico contendo
macrófagos ricos em gordura citoplasmática, ou células espumosas. O núcleo lipídico
permanece isolado do compartimento sanguíneo por uma capa fibrosa de colágeno
bem estruturada. Por processo inflamatório desenvolvido na circulação e no interior
do ateroma, ativa celulas T concentrados na borda das placas, que sintetizam IFN-
gama, que bloquei síntese de colágeno, fazendo o adelgaçamento da capa fibrosa,
reduzindo a resistência e predispondo a rotura. Simultaneamente à ação do interferon,
as metaloproteinases, colagenases presentes no interstício da placa aterosclerótica,
passam a ser produzidas e liberadas em concentrações elevadas a partir de
macrófagos teciduais, acelerando o processo de decomposição do colágeno fibrilar
que compõe o ateroma. Dessa forma, surge a placa suscetível que pode se romper
ou erodir em condições de sobrecarga hemodinâmica, principalmente em suas
margens, onde a capa fibrosa é mais fina e a tensão circunferencial mecânica mais
intensa. Por esse motivo, as SCA podem
ser desencadeadas por vigorosa atividade
física ou estresse emocional. A
hiperatividade simpática desencadeada
nessas circunstâncias provoca elevação da
pressão arterial, frequência cardíaca e força
contrátil do coração, impondo intensa
sobrecarga mecânica sobre a placa
aterosclerótica.
A rotura ou erosão da placa aterosclerótica permite o contato direto de
substâncias trombogênicas em seu interior com plaquetas circulantes e proteínas da
coagulação. Essa interação desencadeia o processo de trombose sanguínea.
A fase plaquetária ou hemostasia primaria é responsável pela formação de um
coágulo hemostático que visa interromper o sangramento, achados no AI e IMSST.
Simultaneamente à formação do trombo branco ou plaquetário, verifica-se ampla
ativação da cascata de coagulação, cujo principal objetivo é permitir a formação de
altas concentrações de trombina. A exposição do fator tecidual à circulação sangüínea
inicia o processo de coagulação ao permitir sua combinação com o fatorVII. Essa
associação catalisa a conversão do fator X à sua forma ativada Xa. Os fatores Xa,Va
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3. Quadro clinico
A gravidade do quadro varia conforme o grau de isquemia. A dor clássica da
isquemia miocárdica é de caráter opressivo ou em peso localizada no centro do tórax
e de limites imprecisos. A dor irradia-se mais comumente para o ombro e o braço
esquerdo (face ulnar) ou a mandíbula e o pescoço. Sua instalação é normalmente
insidiosa, atingindo um pico de intensidade depois de alguns minutos de seu início. A
piora ao esforço físico com alívio ao repouso é típica da angina de peito, acompanhado
de diaforese (transpiração), náusea e e vômitos, mais comuns no IMST.
• Angina instável: pode progredir para IM e morte, sendo angina de inicio recente,
angina progressica (exacerbação de sintomas anginosos prévios, como
aumento da intensidade e duração da dor ou surgimento a esforços menores),
e a angina em repouso ou mínimos esforços. Costuma provocar dor menos
intensa com duração de até 20 minutos, sem manifestações como palidez,
sudorese ou náusea.
• Angina variante: dor precordial isquêmica por espasmo coronário associada a
supradesnível temporário do segmento ST.
• Infarto do miocárdio: forma mais grave, onde tem a oclusão completa. O
acúmulo de vultosas quantidades de produtos de decomposição do
metabolismo energético, como a adenosina e o lactato, se traduz por profundo
desconforto torácico com ampla irradiação e resposta simpática exacerbada.
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Assim, além da forte dor que tende a se estender por mais de 30 minutos,
costumam aparecer sudorese, náuseas e extremidades frias e úmidas
4. Exame diagnósticos
F eito pela avaliação dos sintomas à admissão hospitalar, alterações no ECG
e detecção de marcadores de necrose miocárdica.
• ECG: recomendado após 10 minutos de admissão hospitalar, detectando o
supredsnivel do segmento ST indicando IMST. Na ausência de elevação do
segmento ST, o diagnóstico inicial é de SCA sem elevação do segmento ST
(SCASST), isto é, AI ou IMSST, se o quadro clínico for suspeito de insuficiência
coronária aguda. Na SCASST é comum ter inversão da onda T e infradesnivel
de ST, caracterizando AI, so que rápido e fugaz.
Algumas vezes, o ECG pode mostrar alterações mistas com presença
de supra e infradesnível de ST simultaneamente.
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5. Tratamento
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1. Fisiopatologia
A doença é multifatorial e varias condições desempenham um papel adjuvante
na doença. Tem fatores genéticos (gene HLA-DR 2 e 3), drogas desencadeantes (lítio,
fenitoina, carbamazepina), radiação UV, infecções virais (Epstein-Barr,
citomegalovírus), hormônios (prolactina e estrogênio) e fatores químicos e metais
pesados.
Embora certamente exista a influência destes fatores, é importante ressaltar
que a produção anormal de auto-anticorpos pelas células B é o principal evento no
LES, e esta alteração é a principal característica da doença. Alguns destes anticorpos
são extremamente específicos do LES, como o anti-DNA de dupla hélice (antidsDNA),
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anti-Smith (anti-Sm) e anti-P, mas outros anticorpos encontrados no LES, como anti-
RNP, anti-Ro/SSA e anti-La/SSB, também podem ser identificados em outras doenças
auto-imunes.
2. Manifestações clinicas
Tem caráter sistêmicos, onde na fase inicial acomete o sistema osteoarticular
e cutâneo, e na forma mais grave tem o comprometimento renal e SNC.
Sintomas gerais e constitucionais, como anorexia e perda insidiosa de peso. A
febre como primeiro sinal clínico de LES pode ocorrer em cerca de 50% dos casos,
sendo principalmente observada em crianças e adolescentes. Pode ter linfodenopatia
em 30 a 80% dos casos, frequentes em crianças, com predomínio da cadeia cervical
e axilar.
No início da doença, as manifestações cutâneas são extremamente frequentes,
correspondendo a mais ou menos 70% dos casos. O lúpus cutâneo agudo é o mais
conhecido e forma o rash malar ou em asa de borboleta, simétrico e associado a
fotossensibilidade, com hiperpigmentação após resolução da fase inflamatória inicial.
A forma generalizada é conhecida como rash maculopapular ou dermatite lúpica
fotossensível e se apresenta como erupção exantematosa ou morbiliforme
generalizada.
Por outro lado, o lúpus cutâneo crônico engloba uma série de lesões, nas
quaisa discóide é a mais conhecida. Inicialmente, a lesão discóide clássica é
caracterizada por placa eritematosa e hiperpigmentada que evolui com lentidão na
sua periferia, deixando uma cicatriz central hipopigmentada com atrofia. Na maioria
das vezes, esta lesão é única e preferencialmente encontrada na face, no couro
cabeludo, no pavilhão auricular e no pescoço. As úlceras orais também fazem parte
dos diagnósticos e não são dolorosas.
O lúpus cutâneo subagudo é uma entidade à parte do LES, sendo caracterizado
pela presença de lesões eritematosas papuloescamosas (tipo psoriasiformes) ou
anulares (tipo placas policíclicas), localizadas sobretudo em regiões de exposição
solar (face, vespertílio e braços). Ambas as formas de lesão estão fortemente
associadas à fotossensibilidade e à presença dos anticorpos anti-Ro/SSA. As lesões
evoluem após o tratamento sem deixar cicatrizes profundas, mas produzem áreas de
hipopigmentação, tipo vitiligóides, que podem se tornar permanentes.
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durante os episódios de exacerbação clínica da doença, por isso pode ser a queixa
inicial em 40 a 45% dos casos.
O envolvimento cardiovascular pode se manifestar por pericardite sintomática
em 20 a 30% durante o curso da doença e pode ser observada como primeira
manifestação em 5% dos casos de LES.
A miocardite clínica é encontrada sobretudo no decorrer do LES, sendo
caracterizada por taquicardia persistente e sinais clínicos de insuficiência cardíaca de
instalação aguda, em geral acompanhada de alterações no mapeamento cardíaco e
em enzimas musculares.
A pleurite é uma manifestação pulmonar freqüente, ocorrendo em 40 a 60%
dos casos, assim como o derrame pleural, que ocorre em 16 a 40% durante o curso
da doença.
O espectro dos quadros de sistema nervoso engloba uma série de condições
neurológicas que são identificadas entre 25 e 70% dos pacientes.
A nefrite lúpica ainda é uma das maiores preocupações na doença e exige uma
maior atenção tanto no início como no seguimento dos pacientes. É interessante que
a maioria dos quadros renais se apresente nos primeiros cinco anos de LES. É
importante salientar que embora a proteinúria e a presença de cilindros façam parte
dos critérios diagnósticos da doença, outros parâmetros, como hematúria e aumento
de creatinina, devem ser considerados para o diagnóstico de glomerulonefrite.
As alterações hematológicas são observadas em fases precoces do LES,
muitas vezes precedendo em anos o diagnóstico da doença. A série branca é a mais
freqüentemente alterada, com leucopenia e linfopenia isoladas ou associadas. Estas
alterações ocorrem em até 70% dos casos e podem preceder as manifestações
clínicas, sendo de grande auxílio diagnóstico.
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4. Diagnostico
Além dos dados hematológicos (anemia normocítica, normocrômica,
leucopenia e plaquetopenia), solicitar as provas inflamatórias da fase aguda, como a
VHS e proteína C reativa. Em geral, o VHS está aumentado na atividade de doença
refletindo a fase aguda dos processos inflamatórios, porém pode persistir elevado
mesmo após o controle da doença, não se correlacionando com sua atividade
inflamatória. Por outro lado, a PCR é geralmente baixa no LES e aumenta nos
processos infecciosos, auxiliando por vezes no diagnóstico diferencial destas duas
condições.
Avaliar também os fatores autoimunes, como o FAN (fator antinuclear), sendo
positivo em 98% dos casos. Bem como a função renal, com exames de urina tipo I e
proteína 24 horas.
Diante da suspeita de LES e da positividade do FAN, é fundamental tentar
caracterizar os auto-anticorpos específicos da doença, particularmente o anti-DNA
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5. Tratamento
Como medidas gerais, deve-se orientar sobre a proteção contra a luz solar ou
outras formas de irradiação ultravioleta pelos riscos de exacerbação não só das lesões
cutâneas, mas também de quadros sistêmicos.
Os antiinflamatórios não-hormonais devem ser utilizados com cautela na
doença, particularmente nos pacientes com envolvimento renal, pois podem agravar
essa disfunção ou mesmo dificultar o monitoramento dos quadros renais. O seu uso
está indicado para o controle do quadro articular crônico, serosites leves a moderadas
e febre associada à doença.
Os corticosteróides são preferencialmente usados no início da doença, pois
promovem um rápido controle das manifestações clínicas.
6. Dor articular
A artralgia ou artrite pode ser monoarticular, oligoarticulas, poliarticular (> 5
articulações), classificadas como aguda (< que 6 semanas) ou crônica (> 6 semanas).
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O etanol pode produzir efeitos adversos em diversos órgãos, entre eles fígado,
esôfago, estômago, intestino, pâncreas, coração e cérebro, prejudicando as funções
vitais. O fígado é o mais atingido, onde a DHA é a mais comum principalmente no
mundo ocidental. Sendo assim essa doença é dividida em esteatose, hepatite
alcoólica e cirrose.
O alcoolismo tem sido considerado grande problema de saúde pública no
Brasil, principalmente porque a principal bebida alcoólica consumida é o destilado de
cana, que apresenta elevado teor alcoólico, baixo custo e é acessível a qualquer faixa
etária e classe social, sendo amplamente consumido no país.
1. Etiologia
O fator importante é a dose de álcool ingerida, onde no homem são doses entre
40 a 80g/dia, e mulheres entre 20 a 60g/dia ((< 60 g para o sexo masculino e < 40 g
para o sexo feminino) por 10 anos. Entre diversos outros fatores para a maior
suscetibilidade feminina à lesão hepática, estão aumento na permeabilidade do tubo
digestivo para o álcool, menor atividade da álcool desidrogenase gástrica (ADH) e
diminuição na taxa de eliminação do álcool. O tempo total de duração do alcoolismo
também é diretamente proporcional ao risco de doença hepática, sendo fator
agravante a ingestão regular, eventualmente diária.
Os fatores de riscos são as doses ingeridas, tempo de ingestaoa, padrão de
consumo (fora das refeições e vários tipos de bebida), fatores genéticos, sexo
feminino, desnutrição, obesidade, hepatite viral.
2. Fisiopatologia
Após ingestão, o álcool é absorvido pelas mucosas gástrica (cerca de 75%) e
do intestino (25%) por difusão passiva simples sem necessitar de processos de
digestão. A taxa de absorção aumenta com o esvaziamento gástrico acelerado e,
também, na ausência de proteínas, gorduras ou carboidratos. cerca de 90% do etanol
é metaboliza a acetaldeído no fígado.
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3. Quadro clinico
A esteatose hepática é a lesão hepática álcool-induzida mais freqüente e
usualmente segue a ingestão leve a moderada de álcool. Cerca de 90% dos
alcoolistas desenvolvem esteatose. Cerca de 10 a 15% dos pacientes com esteatose
pode evoluir pra cirrose. Apresentam anorexia, náusea, vomito e dor abdominal no
epigástrio e no hipocôndrio direito. No exame físico, observa-se hepatomegalia em
grande número de casos, icterícia em 15% dos pacientes e sinais de desnutrição e
carência vitamínica. Nos exames laboratoriais, observa-se elevação da gama-GT.
Outra enzima que se eleva com freqüência no alcoolismo é a AST, que costuma
estar mais elevada do que a ALT, sendo a relação AST/ALT maior do que dois
altamente indicativa de DHA. O volume corpuscular médio (VCM) encontra-se elevado
em alcoolistas e hepatopatas sem anemia. Histologicamente, a esteatose apresenta-
se, inicialmente, com padrão microvesicular (que aparece como gotículas de gordura
ligadas à membrana do retículo endoplasmático), evoluindo para a forma
macrovesicular com a continuidade da ingesta. Nas formas mais leves, a lesão
aparece na região centrolobular, mas pode acometer todo o ácido hepático.
A hepatite alcoólica (ou, mais precisamente, esteatohepatite alcoólica) é a
lesão mais típica da doença hepática produzida pelo álcool e está presente em 10 a
35%, que apresentam sintomas após aumento recente da ingestão alcoolica, tendo
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4. Identificação do alcoolismo
Utiliza-se o questionário CAGE é constituído por quatro questões referentes ao
anagrama Cut-down, annoyed, guilty e eye-opener, onde 2 ou mais resposta positivas,
já classificaria como alcoolismo.
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i. C (cut ou cortar) → Alguma vez o(a) senhor(a) sentiu que deveria diminuir a
quantidade de bebida alcoólica ou parar de beber?
ii. A (incomodada) → As pessoas o(a) aborrecem porque criticam o seu modo de
tomar bebida alcoólica?-;
iii. G (culpada) → O(a) senhor(a) se sente chateado(a) consigo mesmo(a) pela
maneira como costuma tomar bebidas alcoólicas?
iv. E (olhos abertos) → Costuma tomar bebidas alcoólicas pela manhã para
diminuir o nervosismo ou ressaca?
O AUDIT - Alcool Use Disorders Identification Test é um instrumento de
avaliação desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), este instrumento
de rastreio oferece informação através de 10 questões, nomeadamente:
i. Com que frequência consome bebidas que contêm álcool;
ii. Quando bebe, quantas bebidas contendo álcool consome num dia normal;
iii. Com que frequência consome seis bebidas ou mais numa única ocasião;
iv. Com que frequência se apercebeu de que não conseguia parar de beber depois
de começar;
v. Com que frequência não conseguiu cumprir as tarefas que habitualmente se
lhe exige, por ter bebido;
vi. Com que frequência precisou de beber logo de manhã para “curar” uma
ressaca;
vii. Com que frequência teve sentimentos de culpa ou de remorsos por ter bebido;
viii. Com que frequência não se lembrou do que aconteceu na noite anterior por ter
bebido;
ix. Já alguma vez ficou ferido ou ficou alguém ferido por ter bebido;
x. Já alguma vez um familiar, amigo, médico ou profissional de saúde manifestou
preocupação pelo seu consumo de álcool ou sugeriu que deixasse de beber.
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Uma síndrome que torna o coração incapaz de ofertas oxigênio aos tecidos, ou
o faz à custa de elevação da pressão de enchimento ou pré-carga. Geralmente é
resultado de disfunção estrutural ou funcional do coração, comprometendo a
capacidade de encher de sangue ou ejeta-lo.
Sua incidência e prevalência aumento na população acima de 65 anos. A IC
com fração de ejeção preservada é responsável por metade dos casos, acometendo
mulheres, pessoas de faixas etárias mais elevadas e hipertensos.
As manifestações não são especificas, podendo achar isoladas ou em
conjuntos de outras doenças, como Parkinson, AVC, demência, hipo e hipertiroidismo,
DPOC e outras doenças pulmonares, hipertensão pulmonar, doença hepática,
infecção, insuficiência renal, HIV, senilidade de retenção hídrica.
Os sintomas mais específicos são ortopneia e dispneia paroxísticas noturna,
mas também tem dor torácica e palpitação. Já no exame físico encontram
manifestação de doença cardíaca e manifestações sistêmicas secundarias. Tem o
desvio do ictus cordis para baixo e para E, sopros, elevação de pressão jugular,
edema de MMII, hepatomegalia dolorosa, refluxo hepatojugular, estertores
pulmonares, derrame pleural, ascite, taquicardia, galope de B3 ou B4, pulso
alternante, tempo de enchimento capilar lentificado. Os critérios usados são o
Framinghan e Boston.
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2. Etiologia
A IC pode ser manifestação inicial ou de outras patologias. De causa
secundaria tem, DCV, como HAS, aterosclerose (IAM, cardiomiopatia isquêmica) ou
doença das válvulas ou congênita, cardiomiopatias primarias (genética, mista ou
adquirida) ou secundarias, pericardiopatias e endocardiopatias. As mais frequentes IC
sistólica são cardiomiopatia dilatada idiopática, isquêmica (aterosclerose
coronariana), chafas, HAS, alcoolismo, miocardidite. A IC com fração de ejeção
presercada esta associada com disfunção diastólica, relacionada a idade avançada,
sexo F, obesidade, DM, doença coronariana, renal e estenose aórtica.
3. Fisiopatologia
De acordo com a causa e a evolução, a IC pode ser classificada como: 1) aguda
ou crônica; 2) de ventrículo esquerdo e/ou direito comprometido; 3) de débito alto ou
não; 4) de fração de ejeção preservada ou comprometida; 5) classe funcional;6)
estágio; 7) descompensada ou não, com determinação de fatores precipitantes; 8)
apresentação hemodinâmica; 9) presença de obstrução ou insuficiência mecânica; 10)
presença de comorbidades; e 11) prognóstico esperado.
A fisiopatologia da IC com fração de ejeção comprometida relaciona com
remodelamento excêntrico (afasta do centro) do VE com dilatação e redução da fração
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4. Etiopatogenia
As múltiplas etiologias podem desencadear IC com fração reduzida ou
preservada de maneiras diversas e, frequentemente, específicas. Principalmente nas
formas adquiridas mais comuns, em que há agressão miocárdica com perda celular
(IAM) e sobrecarga hemodinâmica de células restantes ou na sobrecarga (HAS), há
ativação de diferentes vias de sinalizações intracelulares e mediadores gerando um
fenótipo específico da IC que inclui a hipertrofia do miócito, re-expressão de um
padrão de genes de embrião e remodelamento da matriz extracelular, resultando no
remodelamento miocárdico com dilatação e fibrose. Na cardiomiopatia chagásica,
importante causa de IC sistólica em nosso meio, a persistência do T. cruzi, associada
a miocardite e fenômenos imunológicos, tem importância no desenvolvimento da IC.
Nas cardiomiopatias secundárias e geralmente associadas à IC com fração de ejeção
preservada, há mecanismos peculiares, como infiltração ou depósitos de substâncias
no miocárdio ou fibrose localizada.
5. Prognostico
IC tem mortalidade elevada, ocorrendo devido a eventos arrítmicos (morte
súbita) ou associado a progressão da doença.
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6. Exames complementares
• ECG: normal torna pouco provável IC, podendo ter algumas alterações
especificas, presença de ondas Q, ausência de progressão de R nas
derivações precordiais e alterações de repolarização, especialmente do
segmento ST, sugerem isquemia; a associação de bloqueio de ramo direito e
bloqueio divisional ântero-superior esquerdo sugere doença de Chagas; baixa
voltagem no plano frontal sugere doença de depósito e derrame pericárdico. A
presença de bloqueio de ramo esquerdo, além de apresentar valor prognóstico,
é fator de risco para a presença de dissincronia interventricular. As
bradiarritmias e taquiarritmias podem ser a causa da insuficiência cardíaca,
contribuir para seu agravamento e ter implicações prognósticas.
• RX tórax: define forma do coração, verifica câmaras envolvidas e acometidas,
fornece informação de parenquimal e vasculatura pulmonar (doença pulmonar
primaria e grau de congestão)
• Ecocardiograma: vê a função cardíaca, no caso disfunção cardíaca, definindo
tamanho das câmaras (sístole e diástole), espessura das paredes, a massa
ventricular, a contração segmentar, a presença de trombos, o pericárdio, a
definição das disfunções valvares de maneira anatômica e funcional, a medida
indireta da pressão sistólica do ventrículo direito, a avaliação da fração de
ejeção e o grau de dissincronia
• Biopsia: para IC de causa indefinida
• BNP: produzido pelos ventrículos mediante aumento do estresse. Está elevado
na insuficiência sistólica e diastólica, hipertrofia ventricular esquerda,
valvopatias, isquemia aguda ou crônica, hipertensão e embolia pulmonar;
relaciona-se diretamente ao prognóstico e à gravidade da doença e pode ser
utilizado para monitorar a resposta ao tratamento.
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7. Tratamento
A terapêutica é baseada na administração de diuréticos e restrição hídrica,
associado a vasodilatadores e inotrópicos (diminuição do DC e aumento da RVP).
Assim o tratamento da insuficiência cardíaca deve ser intensivo e incluir informações
detalhadas ao paciente sobre a necessidade da adesão à terapêutica com a
modificação do estilo de vida e uso correto das medicações.
• Tratamento não medicamentoso: dieta (restrição salina e hídrica) e exercício
físico, vacinação para evitar gripe e pneumonia.
• Tratamento medicamentoso
o compensada: diuréticos (reduzem volume intravascular, geram
vasodilatação e aumento da secreção renal), digitálicos (efeito
inotrópico), betabloqueadores (influencia adrenérgica → melhora na
função ventricular), iECA (alterações hemodinâmicas na pré- e pos-
carga, vasodilatação), bloqueadores de receptores AT2, antagonistas de
aldosterona (bloqueia retenção hídrica), vasodilatadores diretos (reduz
RVP).
o Descompensada: ionotrópicos e vasodilatadores
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Pancreatite Crônica
1. Epidemiologia
Acredita que a incidência da doença seja maior em locais nos quais consumo
alcoólico e alimentação rica em gorduras e proteínas são elevados. Por outro lado,
regiões flageladas pela desnutrição, sobretudo a proteica, como a Ásia tropical e
certos países africanos, também apresentam incidência relativamente alta de
pancreatite crônica, principalmente em indivíduos jovens.
Para o pâncreas sofrer a lesão é necessário 80 e 100 mL de etanol puro diário,
respectivamente para o sexo feminino e para o masculino, por um período superior a
cinco anos.
2. Etiologia
• Álcool: ocorre em pacientes que começaram o consumo de álcool em torno dos
20 anos de idade, permanecendo assintomáticos por quinze anos, em média.
A quantidade de álcool consumida é de 1 garrafa durante 20 anos.
A lesão pode ser por toxicidade direta às células acinares, produção de
um suco pancreático litogênico, aumento do estresse oxidativo, indução da
ativação prematura dos zimogênios pancreáticos e carências nutricionais
relacionadas ao alcoolismo. Cabe mencionar a frequente associação entre
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3. Quadro clinico
Predominam entre homens de 30 e 40 anos. Formas hereditárias e nutricionais
afetam indivíduos mais jovens, na primeira ou segunda década de vida, enquanto as
obstrutivas, metabólicas e idiopáticas prevalecem em indivíduos acima de 40 anos.
A dor é presente, com crises dolorosas recorrentes intensas, localizadas no
andar superior do abdome, com duração de 1 a 7 dias, intercaladas por períodos de
acalmia variáveis de meses a anos, precipitadas, quase sempre, por abuso alcoólico
ou alimentação gordurosa.
A fisiopatologia pode ser por hipertensão ductal provocada pela presença de
rolhas protéicas nas fases iniciais da doença e por estenoses ductais nas fases mais
tardias, podendo inflamação perineural dos nervos intra e peripancreáticos também
contribuir para o quadro doloroso. O álcool induz a ativação de células estreladas, das
quais geram fibrose, juntamente com ativação de células acinares, que promovem a
ativação das enzimas pancreáticas e destruição do órgão.
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4. Diagnostico
Depende do contexto clinico, como homem jovem com uso de álcool e dor
abdominal, perda de peso, dor abdominal e insuficiência exócrina ou endócrina,
associado a exames que caracterizam a perda da função pancreática.
No sangue a dosagem das enzimas pancreática, principalmente amilase e
lipase, podem estar alteradas em crises agudas. Nas fases finais da afecção, é
relativamente comum o encontro de níveis normais dessas enzimas, o que se justifica
pela escassez da produção enzimática secundária à extensa substituição do
parênquima pancreático por fibrose.
Quando houver colestase, a fosfatase alcalina e a gama-glutamiltransferase,
além das bilirrubinas séricas, também podem se elevar.
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5. Síndrome da má absorção
A má absorção é a assimilação inadequada de substâncias alimentares em
razão de defeitos na digestão, na absorção e no transporte.
Pode afetar macronutrientes (p. ex., proteínas, carboidratos, gorduras) e/ou
micronutrientes (p. ex., vitaminas, minerais), provocando excreção fecal excessiva,
deficiências nutricionais e sintomas gastrointestinais. A má absorção pode ser global,
com a absorção prejudicada de quase todos os nutrientes, ou parcial (isolada), com
má absorção apenas de nutrientes específicos.
A digestão e a absorção ocorrem em três fases:
I. Hidrólise intraluminal de gorduras, proteínas e carboidratos pelas enzimas—
sais biliares aumentam a solubilização das gorduras nessa fase.
II. Digestão por enzimas da borda em escova e absorção dos produtos finais.
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Endocardite Infecciosa
1. Etiologia
O coração normal é relativamente resistente à infecção. As bactérias e os
fungos não aderem facilmente à superfície endocárdica e o fluxo sanguíneo constante
ajuda a prevenir a colonização em estruturas endocárdicas. Assim, 2 fatores são
normalmente necessários para endocardite:
• Uma anormalidade predisponente do endocárdio
• MOs no fluxo sanguíneo (bacteremia)
Geralmente, a endocardite envolve as valvas cardíacas. Os principais fatores
predisponentes são: cardiopatias congênitas, valvopatia reumática, valvas aórticas
calcificadas ou bicúspides, prolapso da valva mitralemio cardiopatia hipertrófica e
endocardite prévia. Próteses valvares e outros dispositivos intracardíacos têm risco
específico.
Os MOs que infectam o endocárdio podem ser oriundos de locais infectados
distantes (p. ex., abscesso cutâneo, gengivas inflamadas ou infectadas ou infecção
das vias urinárias) ou ter portas de entrada óbvias, como acesso venoso central ou
ponto de injeção de fármaco.
A endocardite que acomete as valvas naturais, porém previamente anormais
ou lesadas, é mais comumente causada (50% a 60% dos casos) pelo Streptococcus
viridans, que é parte normal da flora da cavidade oral. Por outro lado, os organismos
S. aureus mais virulentos são comumente encontrados na pele e podem infectar
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valvas saudáveis e deformadas, e são responsáveis por 10% a 20% de todos oscasos;
S. aureus é o principal agente infectante encontrado entre os indivíduos com EI que
utilizam drogas ilícitas injetáveis. As demais bactérias envolvidas são os enterococos
e os micro-organismos pertencentes ao grupo denominado HACEK (Haemophilus,
Actinobacillus, Cardiobacterium, Eikenella e Kingella), todos comensais na cavidade
oral.
2. Fisiopatologia
A doença se desenvolve em 3 fases:
• Bacteremia: microrganismos estão presentes no sangue
• Adesão: o MO adere ao endotélio anormal ou danificado pelas adesinas de
superfície
• Colonização: proliferação do organismo junto com inflamação, levando a uma
vegetação madura
Muitos dos MOs colonizadores produzem biofilmes de polissacarídeos que os
protegem das defesas imunitárias do hospedeiro e impedem a penetração de
antibióticos.
A lesão típica da endocardite infecciosa, a vegetação, consiste em uma massa
de plaquetas, fibrina, microrganismos e escassas células inflamatórias.
Os microrganismos que causam endocardite geralmente entram na corrente
sanguínea a partir das superfícies mucosas, da pele ou de locais de infecção focal.
Exceto pelas bactérias mais virulentas (S. aureus), que podem aderir diretamente ao
endotélio intacto ou ao tecido subendotelial exposto, os microrganismos presentes no
sangue aderem aos locais da endocardite trombonica não bacteriana. Os
microrganismos que costumam causar endocardite expressam adesinas superficiais,
denominadas, em conjunto, componentes da superfície microbiana que reconhecem
as moléculas de adesão da matriz (MSCRAMMs), que medeiam a adesão aos locais
de NBTE ou ao endotélio lesionado. A adesão é facilitada pelas proteínas de ligação
à fibronectina existentes na superfície de muitas bactérias Gram-positivas; pelo fator
aglutinante (proteína de superfície que se liga à fibrina ou ao fibrinogênio) presente
em S. aureus; pelas proteínas de superfície de ligação ao fibrinogênio (Fss2), proteína
de superfície de ligação ao colágeno (Ace) e Ebp pili (esta última mediando a adesão
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3. Classificação
3.1. Endocardite bacteriana subaguda
Embora agressiva, com frequência, tem início insidioso e progride
vagarosamente (no decorrer de semanas a meses). Muitas vezes, não se evidencia
qualquer fonte de infecção ou porta de entrada. A EBS é causada com mais frequência
por estreptococos (em especial o grupo viridans, microaerófilos, anorganismo
aeróbios e estreptococos do grupo D não enterocócicos e enterococos) e, menos
comumente, por S. aureus, Staphylococcus epidermidis, Gemella morbillorum,
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4. Fisiopatologia
O endotélio normal é resistente à infecção pela maioria das bactérias e à
formação de trombos. Com lesão endotelial permite infecção direta de MO, com
formação de um trombo não infectado de plaqueta e fibrina, que serve como local de
inserção bacteriana transitória.
Os MOs que costumam causar endocardite expressam adesinas superficiais,
denominadas, em conjunto, componentes da superfície microbiana que reconhecem
as moléculas de adesão da matriz. A adesão é facilitada pelas proteínas de ligação à
fibronectina existentes na superfície de muitas bactérias Gram-positivas. As proteínas
de ligação à fibronectina são necessárias para que S. aureus invada o endotélio
intacto; desse modo, tais proteínas de superfície facilitam a infecção de valvas
previamente normais. Os MOs que ficam entre a fibrina e plaquetas, se ploliferam
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5. Fatores de riscos
• Alteração de fluxo sanguíneo pela valva (shunts, valvopatias, doença
reumática, prolapso mitral)
• Alteração valvares: endocardite, cardiopatia congênita
• Uso de dispositivos: prótese valvar, marcapasso, cadiodesfibrilador, cateter
venoso
• Imunossuprimidos: DM, uso de drogas EV
• Grupo de risco: pacientes com prótese valvar, material protético, endocardite
infecciosa, doenças cardíacas congênitas
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6. Sinais e sintomas
Pode ser aguda (< 6 semanas) ou subaguda (>6 semanas). De início são vago,
como febre baixa (< 39° C), sudorese noturna, fadiga, mal-estar e perda ponderal.
Podem ocorrer calafrios e artralgias. Mais de 85% tem sopro cardiaco.
As manifestações cutâneas incluem petéquias (na parte superior do tronco,
conjuntivas, mucosas e extremidades distais), nódulos subcutâneos eritematosos
dolorosos nas pontas dos dedos (nódulos de Osler), máculas hemorrágicas indolores
nas palmas das mãos ou plantas dos pés (lesões de Janeway) e hemorragias
longitudinais subungueais, tem hemorragia subungual, e doenças neurológicas
(isquemia, hemorragia e microabscesso).
7. Critérios de Duke
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8. Diagnostico
8.1. Laboratorial
• Hemograma: tem presença de leucocitose/leucopenia, com número de
leucócitos imaturos
• PCR e procalcitonina
• VHS
• Lactato
• Bilirrubinas
• Trombocitopenia
• Creatinina
• Hipocomplementemia
• Aumento de c-ANCA
8.2. Imagem
• Ecocardiografia: confirma anatomicamente e dimensão as vegetações, detecta
complicações intracardíacas e avalia a função cardíaca
o Ecocardiografia transtorácica (TTE): é especifica, mais pode não
visualizar vegetação com <2 mm de diâmetro. Detecta vegetações em
65 a 80% dos pacientes com endocardite clínica definitiva, porém não é
adequada para avaliar valvas protéticas ou detectar complicações
intracardíacas. Quando há probabilidade de endocardite, um resultado
de ETE negativo não exclui o diagnóstico, mas sim indica a necessidade
de repetição do estudo em 7 a 10 dias
o Ecocardiografia transesofágica (TOE): é segura e detecta vegetações
em > 90% dos pacientes com endocardite definitiva
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10. Tratamento
• Adquirida na comunidade com válvula nativa ou > 12 meses de cirurgia de
prótese:
o Ampicilina + Oxacilina + Gentamicina 4 semanas
o Vancomicina + Gentamicina 4 semanas
• Profilaxia: dose única 30 a 60 minutos antes do procedimento, Amoxicilina,
Ampicilina ou Clindamicina
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Cefaleia
1. Classificação e origem
São catalogadas como primárias ou secundarias, e subdivididas em 14 grupos.
Os quatro primeiros grupos constituem as cefaléias primárias, que se caracterizam
pela ausência de anormalidades anatomopatológicas identificáveis aos exames
subsidiários habituais ou em outras estruturas do organismo. Já as secundárias são
decorrentes de lesões identificadas no segmento cefálico ou de afecções sistêmicas.
• Primárias: enxaqueca ou migrânea, cefaleia tensional, cefaleia em salvas ou
cefaleias trigemino-autonomicas, entre outras.
• Secundarias: trauma cranianoa, trauma cervical, doenças vascular craniana,
por dependência de substancias químicas, atribuída a infecções, a transtorno
de homeostase, entre outras.
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2. Avaliação
A história clínica constitui o dado mais importante para o diagnóstico das
cefaleias. História detalhada, dados pregressos de vida, antecedentes familiares e
interrogatório sobre os diversos aparelhos são elementos fundamentais para se
estabelecer o diagnóstico. Devem ser especificamente analisadas as características
da cefaleia, tais como: momento e circunstâncias da instalação, horário e velocidade
de início, intensidade e caráter da dor, duração do ataque individual, localização e
irradiação da dor, frequência das crises, ocorrência de sintomas neurológicos e físicos
gerais que precedem e/ou acompanham a dor, variações sazonais, progressão dos
sintomas, frequência, fatores de desencadeamento e piora, tratamentos atuais e
prévios, insatisfatórios ou efetivos, evidência sobre abuso de analgésicos, de
ergotamínicos e de cafeína, história familiar de cefaleia, correlação da cefaleia com o
sono, profissão, problemas emocionais e impacto de cefaleia nas atividades de vida
diária, vida prática, vida social e profissional.
Existem quatro padrões básicos de cefaleia, aguda emergente, aguda
recorrente, crônica progressiva e crônica não progressiva. Os padrões agudos
emergentes e crônicos progressivos sugerem cefaleia secundária; o agudo recorrente
e o crônico não progressivo indicam etiologia primária.
Sinais e fatores de alarme que indiquem a possibilidade de cefaleia secundária
implicam a execução de exames subsidiários, sendo isso fundamental nas unidades
de emergência. Entre esses sinais de alarme incluem-se: a primeira ou pior cefaleia
vivenciada pelo doente, cefaleia de início recente, cefaleia iniciada após os 50 anos,
cefaleia associada a traumatismos cranianos, cefaleia com intensidade e frequência
progressivas, cefaleia em doentes com câncer, síndrome de imunodeficiência
adquirida e coagulopatias, cefaleia em doentes com alteração da consciência e/ou
exame neurológico anormal, cefaleias de esforço, cefaleias associadas a febre e/ou
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doenças sistêmicas, cefaleias com evidência de rigidez de nuca e/ou outros sinais
meníngeos, cefaleias em doentes com convulsões, mesmo antigas, sem exame prévio
de neuroimagem.
De rotina devem ser observados os sinais vitais, presença de febre, rigidez de
nuca e evidências de traumatismos, sinais neurológicos focais, especialmente as
alterações da motricidade ocular, e acuidade visual. Devem ser realizadas palpação
e percussão do crânio, mandíbulas, região cervical, artérias cervicais e pericranianas
e o exame da cavidade oral, dentes, ouvidos e seios da face. O exame do fundo de
olho pode evidenciar sinais de aumento da pressão intracraniana, glaucoma, êmbolos,
hemorragias retinianas e anormalidades características de hipertensão arterial, de
algumas doenças metabólicas e de neoplasias sistêmicas. Bloqueios anestésicos do
nervo grande occipital, supra-orbitário, ramos recorrentes posteriores da segunda e
da terceira raízes cervicais, gânglio esfenopalatino, processo estilóide e ligamento
estilo-mandibular podem ser de grande valor diagnóstico, mas seus resultados devem
ser cuidadosamente analisados e validados com critério.
Os exames complementares (radiografia simples, tomografia computadorizada,
ressonância magnética, potencial evocado), as avaliações oftalmológicas,
otorrinolaringológicas, odontológicas e bucomaxilofaciais devem ser solicitados
quando houver suspeita de lesões estruturais no segmento cefálico
A avaliação neurológica sempre vai contemplar o estafo mental (nível de
consciência), solicitar ao paciente que se levante da posição sentada sem apoio,
andar nas pontas dos pés e calcanhares, observar a marcha, realizar teste de
Romberg, observar simetria nos testes de reflexo motor e sensorial, e pesquisar se há
rigidez na nuca.
3. Investigação diagnostica
O exame de ressonância nuclear magnética (RNM) é mais sensível que a
tomografia computadorizada (TC) para avaliar especialmente os tecidos moles. O
exame do LCR possibilita avaliar processos relacionados com alterações da pressão
intracraniana, afecções hemorrágicas, infecciosas, inflamatórias e neoplásicas do
SNC.
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4. Cefalias primárias
Vários fatores, como constitucionais, genéticos, ambientais, sexo, idade e
condições outras de saúde, estão correlacionadas à ocorrência de cefaleia.
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4.1.1. Fisiopatologia
• Enxaqueca como enfermidade genética;
• Enxaqueca como enfermidade dismodulatória: cérebro hiperexcitável ou com
dificuldade de inibir-se diante de estímulos internos ou externos (variação
hormonal nas mulheres, odores fortes, claridade, estresse diário, entre outros);
• Fenômeno da depressão cortical alastrante (responsável pela aura);
• Sensibilização do sistema trigeminovascular: vasodilatação com inflamação
neurogênica dos vasos cerebrais e meníngeas (fase de dor);
• Sensibilização central (hipersensibilidade cutânea durante as crises);
• Funcionamento anormal do tronco encefálico (modulação e bloqueio de
estímulos dolorosos para centros corticais).
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5. Cefaleia secundaria
• Atribuída ao trauma ou lesão da cabeça ou pescoço
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1. Epidemiologia
A incidência geográfica da doença varia
consideravelmente. A DII é mais comum no norte
da Europa, em países como a Inglaterra e em
regiões como a Escandinávia e os países baixos,
e é reconhecidamente elevada na América do
Norte, sobretudo nos Estados Unidos5. A taxa de
incidência de RCU varia extremamente entre 0,5 a 24,5 casos por 100.000 habitantes
por ano, e para DC, pode variar de 0,1 a 16 casos por 100.000 habitantes por ano.
A DII pode acometer indivíduos de ambos os sexos em qualquer faixa etária,
porém incide predominantemente entre os 20 e 40 anos de idade, e com pico de
incidência da doença por volta dos 30 ou 40 anos, sendo que 10 a 25% dos pacientes
têm o diagnóstico na infância ou adolescência.
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2. Etiopatogenia
A etiopatogenia da DII envolve, basicamente, quatro aspectos que interagem
entre si e com fatores ambientais:
• fatores genéticos;
• fatores luminais, relacionados à microbiota intestinal, seus antígenos e
produtos metabólicos, e os antígenos alimentares;
• fatores relacionados à barreira intestinal, incluindo os aspectos referentes à
imunidade inata e à permeabilidade intestinal;
• fatores relacionados à imuno-regulação, incluindo a imunidade adaptativa ou
adquirida.
3. Fisiopatologia
Os sintomas são semelhantes, tanto na RCU quanto na DC, na natureza, mas
tem diferenças quanto a frequência de cada um deles.
Uma proporção considerável dos pacientes com DII apresenta manifestações
extra-intestinais, das quais as mais frequentes resultam do acometimento das
articulações.
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alterações mais gerais, como perda de peso e anemia. A diarreia pode ser ocasionada
pela má absorção de nutrientes ou de fluidos e eletrólitos, bem como exsudação de
fluido intersticial por áreas inflamadas do intestino. Outro mecanismo prevalente nos
casos com comprometimento do íleo mais distal é a má absorção de sais biliares, que
leva quantidade excessiva dessas substâncias a atingirem o intestino grosso,
provocando maior secreção de água e cloro pelas células epiteliais, e predispõe o
paciente à coletíase por redução do pool de sais biliares e menor solubilização do
colesterol biliar. Eventualmente, a má absorção de vitamina B12 no íleo comprometido
ou ressecado pode gerar anemia megaloblástica.
Dor abdominal, localizada no quadrante inferior direito do abdome e de duração
mais constante, pode ter como mecanismo subjacente a estimulação de receptores
localizados na serosa, pois a inflamação do intestino na DC pode afetar todas as suas
camadas. Cólicas abdominais transitórias podem ser decorrentes de aumento da
contratilidade ou distensão visceral em alças intestinais proximais a segmentos
estenosados.
Anorexia e náuseas que acometem muitos pacientes com a DC podem ser
decorrentes da ação, no sistema nervoso central, de certos mediadores da
inflamação, como o fator de necrose tumoral alfa (TNF-alfa). Esses sintomas podem
acarretar diminuição acentuada da ingestão de alimentos, ocasionando perda de
peso, bem como carência de vitaminas e microelementos. Para isso, pode também
concorrer a má absorção de nutrientes, nos casos de comprometimento mais extenso
da mucosa do intestino delgado, assim como a deficiência de ingestão de nutrientes
e eventuais ressecções intestinais.
4. Anatomia patológica
4.1. Retocolite ulcerativa
Tem inflamação difusa na mucosa do intestino grosso, o reto comprometido na
maioria das vezes, e a extensão para demais região ocorre de maneira uniforme.
Nos períodos de maior atividade da doença, a mucosa dos cólons exibe
macroscopicamente hiperemia, edema, friabilidade, sangramento fácil ao toque,
exsudato fibrinomucóide, erosões e ulcerações. Nos casos de longa evolução, o cólon
pode ter aspecto tubular, com perda das haustrações, e a mucosa pode mostrar-se
atrófica, pálida e com perda do padrão vascular normal. Em muitos casos, podem ser
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também diarreia com muco, pus, sangue e tenesmo, além de dor abdominal
mais intensa que na RCU distal. A forma fulminante pode ocorrer,
correspondendo à dilatação aguda do cólon (> 6 cm), geralmente no
transverso. As manifestações extra-intestinais podem preceder as
manifestações intestinais propriamente ditas, levando a varias especialistas. As
manifestações extra-intestinais ocorrem em 20 a 30% dos casos (artralgia,
artrite, aftas orais, eritema nodoso, episclerite e pioderma gangrenoso, entre
outras)
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6. Exames diagnósticos
O diagnóstico das DII baseia-se em um conjunto de dados de ordem clínica,
laboratorial, radiológica, endoscópica e histopatológica, o que se aplica tanto à RCU
como à DC.
• Exame anatopatologico: verificar aparência histológica na doença ativa;
• Endoscopia com biopsia se necessário;
• Radiografia simples
• Exame contrastado do intestino delgado
• Tomografia
• Ressonância e USG
• Exames laboratoriais: hemograma com anemia hipocromica microcítica,
leucocitose, aumento de VHS, bem como dos níveis da alfa-1-glicoproteína
ácida e da PCR. Nos casos mais graves, podem ocorrer hipoalbuminemia,
hipocloremia e hiponatremia. Podem ser encontrados leucócitos nas fezes,
especialmente nos casos mais graves.
• Marcadores sorológicos: p-ANCA e ASCA;
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7. Tratamento
• Medidas gerais como controle emocional e estimulante
• Derivados de salicílicos
• Corticoides
• Imunomoduladores
• Terapia biológica: bloquear a ação do TNF-alfa (Ac anti-TNF)
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Gota
1. Epidemiologia
Tem forte predominância no sexo masculino, incidindo entre a 3ª a 6ª década
de vida, com pico aos 40 anos. No sexo feminino, a maior incidência ocorre entre os
55 e 70 anos, principalmente após a menopausa.
A prevalência da gota na população adulta geral é de 0,5 a 1%3. Nas últimas
décadas verificou-se uma tendência para o aumento da prevalência da gota,
possivelmente relacionada à alteração dos hábitos alimentares e ao aumento da
longevidade e suas consequências
2. Fisiopatologia
O ser humano não possui uricase, do qual degrada ácido úrico, com isso o alto
índice de reabsorção do urato filtrado, predispõe humanos a hiperurecemia e a gota.
A gota é caracterizada por ataques transitórios de artrite aguda iniciada pela
cristalização de uratos dentro e sobre as articulações, levando eventualmente a uma
artrite crônica gotosa e ao aparecimento de tofos, que são agregados de cristais de
urato e reações inflamatórias circulantes. A maioria que tem gota crônica, desenvolve
nefropatia pelo urato. A hiperuricemia (nível plasmático de urato acima de 6,8 mg/dL)
é necessária, porém não suficiente para o desenvolvimento da gota. Assim temos a
gota primaria (90%) e secundaria (10%).
O ácido úrico é o produto final da purina. Clinicamente, a hiperuricemia aparece
pela maior produção de urato e excreção reduzida de remanescente.
Os níveis plasmáticos de ácido úrico são controlados por um sistema de
transporte renal que envolve filtração glomerular, reabsorção, secreção e reabsorção
pós-secreção. Aproximadamente 90% do urato filtrado é reabsorvido, e o gene
transportador 1 de urato (URAT1) tem um papel importante no processo de absorção.
A filtração reduzida e menor secreção do ácido úrico estão associadas à maior parte
dos casos de gota primária. A síntese de purina se dá em duas vias: as purinas são
sintetizadas a partir de precursores não purínicos e uma via de salvação na qual as
bases livres de purinas derivadas da degradação dos ácidos nucleicos de origem
exógena ou endógena são recapturadas (salvas).
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3. Quadro clinico
A gota passa por 4 estagios, a hiperuricemia assintomatica, artrite gotosa
aguda, gota intercrise e gota tofacea cronica. A hiperuricemia assintomática surge na
puberdade em homens e após a menopausa nas mulheres. Após muitos anos, uma
artrite aguda aparece subitamente, associada à hiperemia, calor e sensibilidade
exacerbada. Cerca de 50% ocorrem na primeira articulação metatarsofalangea. Se
não tratada, a artrite gotosa aguda regride após algum tempo, e o paciente entra no
periodo assintomatico intercrise. Pode ter reincidiva de ataque gotso em intervalos
curtos e tornam-se poliarticulares. Caso não trate e os sintomas não secem há
desenvolvimento de gota fotácea cronica. Em média, cerca de 12 anos se passam
entre o ataque agudo inicial e o surgimento de uma artrite tofácea crônica.
A artrite aguda tem infiltrado neutrofílico na sinóvia e no fluido sinovial. Os MSU estão
no citosol dos neutrófilos e em pequenos grumos na sinóvia. Esses cristais são longos,
esguios, em formato de agulha e não birrefringentes. A sinóvia é edemaciada e
congesta, além de conter linfócitos, plasmócitos e macrófagos dispersos. Quando o
episódio de cristalização regride e os cristais são ressolubilizados, o ataque agudo
regride. Onde no MMII acomete joelhos, tornozelos, tarso, metatarso e interfalegiana,
e nos MMSS acomete cotovelos, punhos, metacarpo e interfalanges. Após a crise
gotosa aguda pode ocorrer descamação epidérmica apenas sobre o local afetado.
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A artrite tofácea crônica começa pela precipitação dos cristais durante o ataque
agudo. Os uratos podem incrustar fortemente as superfícies articulares e formar
depósitos visíveis na sinóvia. A sinóvia fica hiperplástica, fibrótica e espessada pelas
celulas inflamatórias e forma pannus que destrói a cartilagem gerando erosão óssea
justa-articular. Em casos graves, a condição vira anquilose fibrosa ou óssea, gerando
perda parcial ou total da função.
Os tofos são patognomônicos da gota, onde são grandes agregados de cristais
de urato, com reação inflamatoria de macrofagos, linfocitos e celulas gigantes que
podem ter englobado a massa de cristais. Os tofos superficiais podem gerar grandes
ulcerações na pele sobrejacente.
4. Diagnósticos
A gota caracteriza-se por uma elevação
persistente no nível sérico do ácido úrico. Define-
se o nível normal do ácido úrico com base na sua
solubilidade nos fluidos biológicos, ou seja, até 7
mg/dL. A excreção do ácido úrico nas 24 horas
deve sempre ser aferida. Os valores normais vão
de 200 a 300 mg até 700 a 800 mg.
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1. Fisiopatologia
Para que ocorra um edema generalizado, pelo menos três fatores devem estar
presentes:
I. Alteração na hemodinâmica capilar que favoreça o movimento de fluido do vaso
sanguíneo para o interstício. Para isso deve alterar algum componente da força
de Starling (aumento da pressao hidrostática, diminuição da pressao oncótico
ou aumento da permeabilidade capilar);
II. retenção de sal e água pelos rins
III. Defeito no transporte linfático;
As trocas de fluido entre o plasma e o interstício são determinadas pelas
pressões hidrostática e oncótica em cada compartimento
A retenção renal de sal e água pode ser um evento primário, como na
insuficiência renal, ou um evento secundário, como observado na redução do débito
cardíaco (por exemplo, na insuficiência cardíaca), ou na redução da resistência
vascular sistêmica.
A importância dos rins no desenvolvimento dos edemas é muito grande. Os
edemas não se tornam clinicamente aparentes até que o volume intersticial tenha
aumentado pelo menos 2,5 a 3 L. A partir da redução inicial do volume plasmático, os
rins passam a reter água e sódio visando manter esse volume. Entretanto, essa ação
dos rins alimenta o próprio edema, pelas condições locais favoráveis ao
extravasamento de líquido.
Alguns fatores podem contribuir para a gênese do edema:
I. Fatores que aumentam a pressão hidrostática capilar. Várias evidências
sugerem que deve haver um gradiente de 15 mmHg favorável à filtração para
que o edema possa ser detectado.
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2. Clínica e diagnostico
Na anamnese de um paciente com edema, vários aspectos são relevantes:
• Há história de alguma doença ou uso de medicação que possa causar doença
cardíaca, hepática ou renal?
• Qual a localização do edema?
A localização pode dar uma pista sobre a etiologia. Se o paciente apresentar
dificuldade respiratória, a insuficiência cardíaca ganha destaque. A presença de ascite
pode indicar que a cirrose hepática seja a etiologia. Se houver apenas edema
periférico, podemos pensar em uma insuficiência cardíaca, doença renal ou estase
venosa localizada.
Com respeito à localização do edema, em casos de anasarca, devemos
questionar a presença de edema do rosto concomitante ao edema generalizado.
• O edema é intermitente ou persistente?
A grande maioria das doenças orgânicas produz edemas persistentes, que
podem flutuar ao longo do dia. O edema intermitente é visto, por exemplo, nos
sintomas pré-menstruais.
Para a avaliação inicial de um paciente com edema, recomendam-se os
seguintes exames: 1) testes de sangue e urina para avaliar a função renal; 2) testes
de função hepática; 3) dosagem da albumina sérica; 4) dosagem de TSH e T4 livre
para afastar hipotireoidismo; 5) ECG e radiografia de tórax para avaliar a função
cardiopulmonar. Na sequência, o ecocardiograma pode ser necessário, se esses dois
exames mostrarem evidências de cardiopatia.
3. Edema periférico
• Insuficiência cardíaca: na direita tem edema periférico simetrio, e nos casos
graves anasarca com ascite. Já na esquerda tem dispneia ao pequenos
esforços, dispneia paroxística noturna. Além desse sintoma, pode haver:
taquicardia, taquipnéia, estertores finos, ritmo de galope (com B3 presente),
estase jugular a 45 graus e hepatomegalia
• Retenção renal primaria de sódio: achados físicos são similares aos da
insuficiência cardíaca biventricular. Os edemas pulmonar e periférico podem
estar presentes, e a pressão venosa jugular tende a ser elevada. Geralmente,
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4. Terapêutica
Os princípios gerais do tratamento do edema são: reversão da doença de base,
restrição de sódio na dieta e uso de diuréticos. Apenas para edema pulmonar a
solução deve ser imediata, pelo risco de vida do paciente.
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